AFLA TOXINAS ASPECTOS CLíNICOS E TOXICOLÓGICOS EM …

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A~ Ciência Aural, Santa Maria, v. 24, n. 3, p. 635-643, 1994. 635 AFLA TOXINAS - ASPECTOS CLíNICOS E TOXICOLÓGICOS EM SUíNOS AFLA TOXINS -CLINIC AND TOXICOLOGIC FEATURES IN SWINE Carlos Augusto Mallmann1 Janio Morais Santurio2 limo Wentz3 - REVISÃO BIBLlOGRÁFICA- RESUMO Aflatoxinas são metabólitos fúngicos produzi- dos por linhagensde Aspergillus flavusvaro parasitious encontrados ubiquitariamente nos substratos alimentares que compõe a dieta dos suínos. A aflatoxicose dos suínos é uma doença dependente da dose ingerida e do tempo de exposição, caracteri- zando-se principalmente pela atividade hepatotóxica desta micotoxina. Na suinocultura os maiores proble- mas são provocados por doses subclínicas onde esta intoxicação se manifesta na forma de prejuízos sobre o desempenho traduzidos principalmente por uma baixa conversão alimentar e por imunodepressão. Palavras-chave: Aflatoxinas, suínos, clínica SUMMARV Aflatoxins are fungi metabolits produced by strains of Aspergillus flavus varo parasitious found ubiquarian in foOOsubstrates that are normally used for pigs. Swine aflatoxicosis is a time and dose dependent disease, characterized mainly due hepatotoxic effects of the toxins. The major problems in swine production are due to subclinical doses. The intoxication is manifested by a poor performance, low feed conversion and immunodepression. Key words: Aflatoxin, swine, clinic INTRODUÇÃO Aflatoxinas são metabólitos produzidos por fungosdogrupo Aspergillus flavusvar. parasi- ticus, encontradasemdiversossubstratosutilizados na alimentação de suínos (LOOSMORE & HARDING, 1961; CYSEWSKI et a!., 1968; PIER, 1973; ORGANI- SACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983; SMITH & ROSS, 1991). Como aflatoxinas já foram isolados 17 com- postos químicos. Entretanto este termo refere-se habitualmente a 4 compostos do grupo de metabólitos bis-furano-cumarina denominados 81, 82, G1e G2os quais são encontrados principalmente em cereais 1Médlco Veterinário, Doutor, Professor Titular-Visitante, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) 97119-900. Santa Maria, AS, autor para correspondência. 2 Médico Veterinário, Especialista, Professor Adjunto, DMVP, UFSM. 3Médlco Veterinário, Doutor, Professor Titular, Departamento de Cllnica de Grandes Animais, UFSM. Recebido publlceçãoem 03.05.94. Aprovado em 02.01.94

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Ciência Aural, Santa Maria, v. 24, n. 3, p. 635-643, 1994. 635

AFLA TOXINAS -ASPECTOS CLíNICOS E TOXICOLÓGICOS EM SUíNOS

AFLATOXINS -CLINIC AND TOXICOLOGIC FEATURES IN SWINE

Carlos Augusto Mallmann1 Janio Morais Santurio2 limo Wentz3

-REVISÃO BIBLlOGRÁFICA-

RESUMO

Aflatoxinas são metabólitos fúngicos produzi-dos por linhagensde Aspergillus flavusvaroparasitious encontrados ubiquitariamente nossubstratos alimentares que compõea dietados suínos.A aflatoxicose dos suínos é uma doença dependenteda dose ingerida e do tempo de exposição, caracteri-zando-se principalmente pela atividade hepatotóxicadesta micotoxina. Na suinocultura os maiores proble-mas são provocados por doses subclínicas onde estaintoxicação se manifesta na forma de prejuízos sobreo desempenho traduzidos principalmente por umabaixa conversão alimentar e por imunodepressão.

Palavras-chave: Aflatoxinas, suínos, clínica

SUMMARV

Aflatoxins are fungi metabolits produced bystrains of Aspergillus flavus varo parasitious

found ubiquarian in foOOsubstrates that are normally

used for pigs. Swine aflatoxicosis is a time and dosedependent disease, characterized mainly duehepatotoxic effects of the toxins. The major problemsin swine production are due to subclinical doses. Theintoxication is manifested by a poor performance, lowfeed conversion and immunodepression.

Key words: Aflatoxin,swine, clinic

INTRODUÇÃO

Aflatoxinas são metabólitos produzidos porfungosdogrupoAspergillusflavusvar. parasi-ticus,encontradasemdiversossubstratosutilizadosna alimentação de suínos (LOOSMORE & HARDING,1961; CYSEWSKI et a!., 1968; PIER, 1973; ORGANI-SACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983; SMITH &ROSS, 1991).

Como aflatoxinas já foram isolados 17 com-postos químicos. Entretanto este termo refere-sehabitualmente a 4 compostos do grupo de metabólitosbis-furano-cumarina denominados 81, 82, G1e G2osquais são encontrados principalmente em cereais

1Médlco Veterinário, Doutor, Professor Titular-Visitante, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), Universidade Federal

de Santa Maria (UFSM) 97119-900. Santa Maria, AS, autor para correspondência.

2 Médico Veterinário, Especialista, Professor Adjunto, DMVP, UFSM.

3Médlco Veterinário, Doutor, Professor Titular, Departamento de Cllnica de Grandes Animais, UFSM.Recebido publlceçãoem03.05.94.Aprovadoem 02.01.94

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temperaturas de 15, 25 e 40.C e umidade relativa doar (URA) em torno de 61, 85 e 98% obteve crescimen-to fúngico com produção de aflatoxinas na temperaturade 15.C e 85% de URA; 25.C e 64,85 e 98% de URA;40.C e 61,5 e 96% de URA.

DISTRIBUiÇÃO

A presença e a magnitude da contaminaçãodos alimentos por aflatoxinas varia em função defatores geográficos e estacionais e também dascondições em que se cultiva, colhe e armazena osprodutos agrícolas. Os cultivos em zonas tropicais esubtropicais são mais propensoscontaminação do queas regiões temperadas, pois as condições ótimas paraa produção de toxinas imperam nas zonas de umidadee temperaturas elevadas. Os fungos toxigênicospodem infectar os cultivos em crescimento, em conse-qüência de danos causados por insetos e outrosagentes e produzir toxinas antes da colheita ou dUran-te esta e após o seu armazenamento (ORGANISA-CIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).

Em trabalhos realizados nos EUA em mais de1500 amostras de milho, oriundas principalmente deestabelecimentos comerciais, e recolhidas no períodode 1964 a 1967, 2-3% encontravam-se contaminadaspor aflatoxinas. Em outrOtrabalho realizado nos EUA,observou-se elevada freqüência de aflatoxinas nasamostras de milho oriundas dos campos. A maior parteda contaminação a campo atribuiu-se a danos causa-dos aos grãos por insetos. Nestas condições a presen-ça de aflatoxinas é bem mais freqüente (ORGANISA-CIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).

No Brasil foram realizados diversos levanta-mentos para determinar a presença de aflatoxinas nosalimentos. FIORENTIN et aI. (1988) encontraram 21amostras de milho contaminadas de um total de 420colhidas no Estado de Santa Catarina. Em outrolevantamento realizado por SABINO et ai. (1988a),examinando amostras de milho provenientes dediversos estados brasileiros, encontraram 12,3% dasamostras contaminadas por aflatoxinas.

Na Bahia, MIRANDA et aI. (1988) encontraram39% das amostras de amendoim, comercializadonaquele Estado, contaminadas por aflatoxinas.SCUSSEL et aI. (1988) encontraram 54% das amos-tras de amendoim e 3,6% das amostras de milhocontaminadas por esta toxina em levantamentorealiza-do na cidade de Campinas (SP). SABINO et aI.(1988b) examinaram 1375 amostras de amendoim ederivados encontrando 41,2% contaminada por aflato-xinas sendo que 28,8% apresentavam níveis superio-res a 30 ppb.

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No Rio Grande do Sul, SANTURIO et aI.(1988) encontraram 21,63% e 13ALDISSERA et aI.(1992) encontraram 14,62% (n=549) das amostras dediversos componentes de rações animais contamin~-das com aflatoxinas. Nos resultados publicados porBALDISSERA et aI., (1992) 8,19% das amostrasapresentavam níveis de contaminação superiores a30ppb, nível máximo tolerável pela legislação vigenteno Brasil.

MECANISMO DE AÇÃO

Embora não se tenham dados quantitativossobre a absorção de aflatoxinas (AF) pelo tubo digesti-vo, sua absorção parece ser completa desde quepresente em pequenas doses junto com os alimentos(DALVI, 1986).

É de consenso que o fígado é o órgão maisafetado pelos efeitos tóxicos da aflatoxina B1'resultan-do numa série de danos ao metabolismo das proteí-nas, carbohidratos e lipídeos neste órgão (KÜHNERT,1991, TERAO & OHTSUBO, 1991).

Após a absorção, a toxina se concentra nofígado onde a aflatoxina B1é metabolizada pelasenzimas microssomais (Figura 1) em diferentes meta-bólitos através de hidroxilação, hidratação, dimetilaçãoe epóxidação (ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LASALUD, 1983; SWICK, 1984; DALVI, 1986).

A toxina tem ação sobre diversas estruturasdo hepatócito. No núcleo inibe a enzima RNA-polime-rase DNA-dependente, impedindo a síntese protéicaalém de se unir por covalência com o DNA estimulan-do sua reparação (UENO, 1991). Na mitocôndriaaumenta a permeabilidade, interrompendo o transportede elétrons inibindo com isso a respiração celular,levando a um aumento da permeabilidade dos lisosso-mas, e a liberação de hidrolases ácidas no interior dacélula. A ativação das enzimas lisossômicas e seusefeitos sobre as estruturas celulares pode ser umefeito das aflatoxinas. No retículo endoplasmático,ocorre a degranulação com ruptura dos polissomas,inibindo muitas funções metabólicas como a sintese deproteínas, indução de enzimas e a síntese dos fatores11e VII do mecanismo de coagulação sangüínea (OR-GANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983; DALVI,1986).

SINAIS CLíNICOS

A sintomatologia da intoxicação por aflatoxi-nas nos suínos depende principalmente dos seguintesfatores: Quantidade de toxina presentenaalimentação,

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(ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983;KELLERMAN, et alo,1990). Estas quatro substânciasdistinguem-se porsua cor fluorescente sob luz ultravio-leta: 8 corresponde a azul e G ao verde. Outra aflato-xina naturalmente encontrada ocorre quando animaissão alimentados com rações contendo aflatoxina 8, e82e excretando pelo leite metabólitos denominados deaflatoxina M,e M2(ORGANISACIÓNMUNDIAL DE LASALUD, 1983; HSIEH & WONG, 1981). Dentre asquatro aflatoxinasprincipais,as maiores concentraçõesnos substratos correspondem a 81seguida por G1.Asaflatoxinas 82 e G2 ocorrem em menores concentra-ções (ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD,1983; 8ALDISSERA, et aI., 1992).

As principais características físicas e químicasdas quatro aflatoxinas mais importantes (81, 82, GpG2),dos dois metabólitos de excreção ativos (Mp M2)e do aflatoxicol (reserva metabólica) encontram-seresumidos na Tabela 1.

TABELA 1 - Características físico-químicas das principais aflatoxinas.

A sensibilidade da espécie suína aos efeitostóxicos das aflatoxinas é uma das maiores dentre asespécies animais, sendo que a DLsoé de 0,62 mg/kgde peso corporal (NEW8ERNE & 8UTLER, 1969).Dentre as Aflatoxinas a Aflatoxina 8, representa ometabólito mais tóxico para as espécies animais(SWICK, 1984; DIEKMAN & GREEN, 1992).

A importância das aflatoxinas na criação desuínos não se deve apenas aos prejuízos causadosnos quadros de intoxicação aguda em conseqüênciada ingestão destas substâncias. A preocupação maiorno meio criatório deve-se, na maioria das vezes, aonível de aflatoxinas encontrado na raçãoser insuficien-te para desencadear um quadro clinicamente perceptí-vel. Nestes casos, costuma-se observar apenas a

diminuição de ganho de peso após decorrido algumtempo do início do consumo da ração contaminada.Pela demora na percepção destas conseqüências edas naturais dificuldades de diagnóstico clínico, osprejuízos econômicos podem ser particularmenteseveros.

FONTES PRODUTORAS DE AFlATOXINAS

Até o momento só foram encontradas aflato-xinasproduzidasporfungosdasespéciesAspergi1 -lus flavus varoparasiticus. Estas cepas estãomuito difundidas no meio ambiente, sendo possívelisolá-Iasde diversos substratos e, dependendo destes,20 a 98% das cepas poderão produzir aflatoxinas(ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).Membros deste grupo em geral são conhecidos pelaprodução de esporos verde-amarelados na ausênciade ascosporos (LlLLEHOJ, 1973). As aflatoxinas pode-rão ser encontradas em praticamente todos os alimen-tos de consumo humano e animal. O amendoimparece ser o melhor substrato para a sua produção(ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).Outros cereais como milho, trigo, cevada, aveia, arroze sorgo podem ser contaminados por Aspergillus,podendo-se encontrar doses elevadas de aflatoxinas.Também podem serem encontradas aflatoxinas nofeijão; ocasionalmente em nozes, principalmentequando estas tiverem danos na integridade de suacápsula, e em amêndoas onde, em um trabalhorealizado por Schade apud ORGANISACIÓN MUN-DIAL DE LA SALUD (1983), encontraram-se 90% dasamostras contaminadas por aflatoxina B, em concen-trações inferiores a 20}Jgjkg.Também encontraram-seaflatoxinas em sementes de algodão e farinha deste(ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).Em rações de uso animal a contaminação por aflatoxi-nas é bastante freqüente (SANTURIO et alo, 1988;BALDISSERA et alo, 1992). Também poderão serfontes de aflatoxinas os produtos de origem animal,tais como o leite in natura ou em pó, carnes e ovos(ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).

As condições para a produção de aflatoxinassão muito variadas. A temperatura é um dos principaisfatores, sendo a produção viável entre temperaturas de11 a 37°C. A produção máxima ocorre quando atemperatura encontra-se entre 24 a 25°C e a umidadedo substrato acima de 14% (LlLLEHOJ, 1973). Outrofator a ser considerado é o teor de zinco dos cereais,onde o aumento deste provoca um estímulo a produ-ção desta micotoxina (FAILLA et aI., 1986).

No 6rasil, em um trabalhorealizadoporASEVÊDO et alo(1988), utilizando milho submetido a

Aflatoxina Fórmula Massa Temperatura Emissão dequfmica molecular de fusão (C) Fluorescência

(nm) e cor"

B, C17H'206 312 269 425 -azulB2 C17H,.06 314 286-289 425 - azulG, C17H'207 328 244-246 450 - verdeG2 C'7H,.07 330 237-240 450 - verdeM, C17H'207 328 299 425 - violeta-azuladaM2 C'7H,.07 330 293 violetaAflatoxicol C17H,.06 314 230-234 425

Fonte: ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, (1983).* Sob Luz Ultravioleta

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I /\IUT(]x~N/\81 I,Sistema Enzlmático Jl. Sistema Redutast

Microssomal do Figado Citoplasmátiço ,(SEMF) (SRC) l.I Aftatoxicol I

Hidratação

t

ligação

Covalente cI Inlbl.ÇIo deA.c. Enzlmas Leite

NUClêiCO~ ~lONA ~

I .MUTAGENESE DININUlCAODA

CARCINOGÊNESE slN~ PRO'ltlCATERATOGÊNESE

Excreçãona Bile ,Urina

(ununossupressão, inibição dosralores I! e VI! da coagulaçãosangüíne.. ele...)

Figura 1. Metabolismo da Aflatoxina 81 no fígado. (Adaptado de ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983; SWICK, 1984; DALVI, 1986).

tipo de aflatoxina,tempo de exposição, estado nutricio-nal, idade do animal e composição da dieta(CYSEWSKIet,al., 1968; PIER, 1973; KETTERERetaI., 1982; COPPOCK, et aI., 1989).

Segundo CYSEWSKIet aI. (1968) e KETTE-RER et aI. (1982), nos casos graves, caracterizadospor um quadro de intoxicação superaguda, em queocorre a ingestão de grandes quantidades da toxina,os sintomas iniciam dentro de aproximadam~nte 6horas, com depressão que evoluirapidamente levandoo animal à morte. Naqueles animais cujo quadro deintoxicação não leva à morte rápida, após 6 a 12 horashá o aparecimento de inapetência, tremores muscula-res e incoordenação motora com temperatura corporalpodendo chegar até 40,0 - 41,1 °C,decrescendo após(CYSEWSKYet aI., 1968; COOK et aI., 1989). Emtorno de 24 horas os animais poderão apresentarsangue fresco nas fezes, evidenciando lesões a nívelintestinal (COPPOCKet aI., 1989).8LEVINSet aI.(1969) relataram a ocorrência de depressão grave,

anorexia e diarréia de caráter hemorrágico com presen-ça de porções de mucosa, em porcas adultas dereprodução.

Nas intoxicações mais brandas a sintomatolo-gia evolui mais lentamente, notando-se cerdas eriça-das, hiporrexia, letargia e depressão. Paralelamente osanimais poderão apresentar aspecto ictérico, desidrata-do e emaciado (SISK et aI., 1968). Em um surtodescrito por SANTOS et aI. (1986), os animais apre-sentavam-se apáticos, sonolentos, sem apetite e comreduzido ganho de peso. As orelhas, membros e ventreapresentavam coloração vermelho-púrpura. Os olhosapresentavam secreção amarelada e as pálpebrasestavam colabadas. As fezes eram escuras e semi-líquidas. No Brasil surtos de aflatoxicose foram descri-tos por CRUZ et aI. (1983), FIORENTIN et aI. (1986),SANTOS et aI. (1986), WENTZ et aI. (1988) e SCHOE-NAU, (1993).

A intoxicação crônica manifesta-se comdiminuição no ganho de peso, inapetência e má

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aparência geral traduzida por pele escamosa e pelossem brilho (SISK & CARLTON, 1972; SANTOS et aI.,1986). Com a progressão para estágios finais, ocor-rem, freqOentemente, sinais de ataxia, ictericia e, asvezes, convulsões (NEWBERNE, 1973).

GAGNÉ et aI. (1968), observaramque suinosque receberam dietas contendo doses moderadas(450-810 ppb) de aflatoxina B1,apresentaram diminui-ção no crescimento e na conversão alimentar.

SHALKOP & ARMBRECHT (1974) observa-ram diminuição no ganho de peso em porcas quereceberam doses baixas de aflatoxinas durante 28 a30 meses.

Animais que ingeriram aflatoxinas na dietaforam incapazes de realizar resposta imune frente àaplicação de bacterina erisipelóide (CYSEWSKI et aI.,1978). Os autores concluíram que o consumo deaflatoxinas interferiu no desenvolvimentoda imunidadeadquirida e, aparentemente, a severidade da infecçãopor Erysipelothrix rhusiopathiae aumentounos animais não vacinados.

AL TERAÇÕES SANGüíNEAS

Os níveis das enzimas ornitinacarbanil trans-ferase (OCT) e transaminase glutâmico oxalacética(TGO) sofrem um incremento entre 12 e 24h pósintoxicação, ocorrendo, em seguida a este periodo, umdeclinio. Os niveis de fosfatase alcalina e transamina-se glutâmica pirúvica (TGP), crescem para níveis 2 a3 vezes maiores que os normais. O tempo de protrom-bina, que é de 20 segundos na espécie suina passa,após transcorridos 12 a 24h, para 50 a 60 segundos.O tempo de bromosulfotaleina (BSP), eleva-se marca-damente 6h após a ingestão da toxina. As concentra-ções de proteinas plasmáticas sofrem um decréscimode todos os componentes, sendo as proteinas Beta asmais atingidas (CYSEWKI et aI., 1968; GAGNÉ et aI.,1968; OSUNA & EDDS, 1983).

ALTERAÇÕES URINÁRIAS

A densidade da urina aumenta de 1010 a1025, 12 a 24h após a intoxicação. O pH urinário, comvalores iniciais de 7,2 a 8,5, passando para 6,0, 24hapós e chegando a 5,0 nas 12h terminais. Em croma-tografia de camada delgada (CCD) da urina, foi encon-trada aflatoxina M13h após a ingestão de aflatoxina B,(CYSEWSKI et aI., 1968).

SANTOS et ai. (1986) observaram que aurina apresentava aspecto turvo, coloraçãoamarelada,odor fétido, reação ácida e densidade de 1050 compresença de albumina e pigmentos biliares.

- --- -- - -- "u'"-

ALTERAÇÓES MACROSCÓPICAS

Seis horas após a intoxicação aguda, ofigado encontra-se alterado apresentando uma colora-ção pálido-bronzeadacom aparência de "cozido". Após12h a superfície do figado apresenta focos vermelhoscom diâmetro aproximado de 1mm. No jejuno e ileopoderão ser encontradas hemorragias disseminadas,com sangue livre no lúmen (CYSEWSKI, et aI., 1968).BLEVINS et aI. (1969) referiram-se a uma enterocolite.As áreas retais apresentam-se hiperêmicas comsangue livre no lúmen do lIeo, ceco e cólon. Damesma forma existe a possibilidade de surgimento dehemorragias no coração, nas áreas subepicárdica eendocárdica.

NEWBERNE(1973)observou edema pronun-ciado, fluido na submucosa, muscular e serosa davesicula biliar.

Presença de fluido pericárdico e peritonealalém de lesões como, figado amarelo-bronzeado comacentuação de lóbulos e formação de nódulos, vesicu-Ia biliar edemaciada, hemorragias gástricas, icterícia ehemorragia intestinal foram observadas por GAGNÉ etaI. (1968) em animais que receberam 450 a 810 ppbde aflatoxina B,.

Nas intoxicações mais brandas, o fígadoapresenta um aspecto pálido-amarelado com indica-ções de edema intralobular, fibrose e presença defocos hemorrágicos na superficie parietal (RAJAN etaI., 1989; KELLY, 1993). A vesicula biliar poderá estaraumentada e com edema, tendo o conteúdo biliarconsistência mais espessa. Poderão também seremencontradas coleções liquidas de coloração amarelada(transudato) nas cavidades abdominal, torácica e nosaco pericárdico. Poderá igualmente ser observadaictericia genelizadaacompanhada de coloração amare-lada dos fluidos corporais e edema de localizaçãovariada, atingindo principalmente as espirais do cólon(SISK, 1968;GAGNÉetal., 1968; NEWBERNE, 1973).Além dos achados descritos, HAYES et aI. (1978) eKETTERER et ai. (1982) referiram-se também àexistência de zonas de consolidação pulmonar.

A nível renal poderão ainda serem encontra-dos rins pálidos, edemaciados ou ainda hipertrofiados(LlU & HO 1982; SANTOS et aI., 1986).

ALTERAÇÓES MICROSCÓPICAS

Nas intoxicações agudas as principais altera-ções ocorrem a nivel hepático, tais como desorganiza-ção dos cordões e hepatócitos que apresentam cito-plasma granular e vacuolizado dentro de 3h após aintoxicação. Em 6h as células poderão estar edema-ciadas causando estenose dos sinusóides com oaparecimento de pequenos focos necróticos dissemi-nados. Alterações nucleares poderão ser encontradas

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ocasionalmente. Grandes focos necróticos, acima de150/Jde diâmetro com infiltraçãode Iinf6citose neutró-filos, poderão ser observados após 12h. As alteraçõesobservadas 24h após a intoxicação, consistem emsevera congestão centrolobular acompanhada denecrose dos hepat6citos e hemorragia do espaço deDisse (CYSEWKI,1968; HAYES et aI., 1978;COOKetalo, 1989). KETTERER et aI. (1982) descreveramnecrose centrolobular e hemorragias nos casos agu-dos, infiltração celular na região centrolobular dofígado, edema e estas e biliarnos casos subagudos enos casos crônicos observaram vacuolização doshepat6citos, estas e biliar e hiperplasia dos ductosbiliares. KROGH et aI., (1973) também observaraminfiltraçãogordurosa, fíbrose além da necrose centro-lobular.

Nas fêmeas adultas, BLEVINSet aI. (1969),encontraram enterite aguda hemorrágica, com necrosedas vilosidades e abundantes restos necróticos nolúmen do sistema digestivo.A lâmina própriae submu-cosa foram encontradas com infiltraçãode granulóci-tos, macrófagos, linfócitose plasmócitos.

SHALKOP & ARMBRECHT (1974) encontra-ram carcinomas epidermóides no fígado, além defibrose e necrose em porcas que receberamaflatoxi-nas B1 e G1nas doses de 30/Jg/kg peso vivo/diadurante o período de crescimento, 1O/Jg/kg/diadurantea gestação e 40Ilg/kg/dia durante a lactação, por umperíodo de 28 a 30 meses. De quatro porcas umaapresentava nódulos metastáticos no omento e linfonó-dios hepáticos.

DIAGNÓSTICO DAS AFLA TOXINAS

Amostragem

Para a determinação das aflatoxinasnosalimentosé de suma importânciaa corretacolheitadaamostrado substratoa ser examinado.Oerrototalemum procedimentoanalíticoé compostopelo erro nacolheita da amostra, erro na subamostra-e-erro naanálise (DICKENS & WHITAKER, 1982; ORGANISA-CIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).

O erro na determinação das aflatoxinas,devido a má colheita da amostra, provém da hetero-genicidade da distribuição destas toxinas no volumetotal da amostra (MARMO,1988).

Segundo SABINO(1988a), foipreconizada acolheita de amostras de 1kg para produtos processa-dos e de 5kg para produtos em grãos processadose/ou in natura ensacados ou a granel. As amostrasdeverão ser tomadas aleatóreamente da quantidadetotal do substrato, isto é, após sub-amostragem detodo o lote de grãos ou rações estas são misturadase daí retirada uma amostra paraanálise(FONSECA,1991).

Métodos de diagnóstico

Os métodos de diagnóstico para as aflatoxi-nas podem ser divididosem três categorias principais:bioavaliação, quimioavaliação e imunodiagnóstico.-

Na bioavaliação tem sido usados preferen-cialmente ovos embrionados, larvas de camarão ealevinos de truta devido a wande sensibilidade queapresentam às aflatoxinas. E uma técnica que não sepresta ao exame rotineiro e seus níveis de detecçãonão são suficientemente baixos (GEDEK, 1980;ORGANISACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1983).

As técnicas de quimioavaliaçãoconstituem-seda identificação e quantificação por cromatografia emcamada delgada (CCD)e cromatografia líquidade altaresolução (HPLC). Estes métodos apresentam altaeficiênciae segurança diagnóstica, sendo, portanto, osmais recomendados (ORGANISACIÓNMUNDIALDELASALUD,1983; SABINO,1988b).

O imunodiagnóstico para aflatoxinas é umatécnica recente, apresentando como principal vanta-gem a rapidez com que é realizada sendo montadosem IIkits"de diagnóstico. Para o imunodiagnósticoutifizam-se anticorpos monoclonais ou polielonaisproduzidos por linfócitospreviamente sensibilizados ehibridados com células provenientes de linfomas emanimais previamente sensibilizados com conjugadosproteína(haptenos)-Aflatoxinas (BENJAMIM&RADLO,1987).Existemtestesdo tipo fluorométrico(anticorpoespecífico)e testes usando métodos colorimétricos(ELlSA)(CANDLlSH,1991).

CONTROLE DA AFLATOXICOSE

A infestação fúngica dos cereais e a subse-qüente formação de micotoxinas depende dos fatoresresponsáveis pelo crescimento fúngico que são passí-veis de controle por algumas práticas, como porexemplo o emprego de técnicas adequadas de manu-seio e secagem dos cereais (AIDOO, 1991).

O controle do nível de umidade dos substra-tos alimentares utilizados na alimentação dos suínosé o fatorde maior importância no controle da formaçãode aflatoxinas (WILSON et aI., 1984; WILLlAMS,1991). Outros fatores como o tipo de grão, tempo dearmazenamento, tipo de silo empregado, temperaturada massa de grãos a serem depositados, contamina-ção com impurezas, percentagem de grãos danificadosou deteriorados e umidade relativa predominante sãorelevantes aspectos a serem considerados na preven-ção da formação de micotoxinas (WILLlAMS, 1991).Como medidas de prevenção a longo prazo sãorecomendados a utilização de varietais, principalmentede milho mais duro, que em função destas característi-casapresentamuma.maiorresistênciaa proliferaçãofúngica e subseqüente formação de micotoxinas.

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As possibilidades de neutralização ou adsor-ção química das Aflatoxinas dentro dos substratosalimentares ainda são restritas e economicamenteinviáveis. Dentre os controles porsubstânciasquímicasas de maior emprego são os ácidos graxos voláteisque não neutralizam diretamente as Aflatoxinas masimpedem o crescimento fúngico (KIESSLlNG &PETTERSSON,1991).

Dentre os métodos físicos de neutralização atorrefação (150-200.C/30 minutos) podem levar a umaredução nos níveis de aflatoxina que podem chegaraté os 50% (WALTKING, 1971), enquanto a passagemem forno de microondas levou a uma destruição totalda toxina (LUTER et aI., 1982). A nível de suinoculturaindustrial estes procedimentos são inviáveis.

Medidas terapêuticas específicas para ocontrole da aflatoxicose ainda não são descritas. Apossibilidade da utilização de terapia auxiliar deintoxicação poderá ser de interesse clínico, porémcarece de aplicação prática, a qual deverá se concen-trar principalmente na retirada da alimentaçãocontami-nada revertendo o quadro clínico dentro de poucosdias.

CONCLUSÃO

A aflatoxicose dos suínos é uma doençacaracterizada principalmente pelos distúrbios clínicose metabólicos realacionados a alterações provocadasa nível hepático. Dentre estas alterações as de maiorimportância não são somente as clínicas, manifestascom lesões necróticas e por infiltraçãogordurosa, massim as alterações metabólicas, caracterizadas porperda de peso, má conversão alimentar, além de umamaior susceptibilidade as doenças.

Dentro dos mecanismos de controle, osprincipais deverão concentrar-se em um sistemaprofilático, a nível de armazenagem e conservação degrãos capaz de evitar a proliferação e crescimentofúngico, inibindo assim a formação de aflatoxinas. Alongo prazo a seleção de varietais de cereais resisten-tes e técnicas de manejo fitosanitário poderão seremde interesse prático no controle.

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