Afoxés são patrimônio imaterial da Bahia

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SALVADOR QUARTA-FEIRA 1/12/2010 A8 SALVADOR REGIÃO METROPOLITANA OBITUÁRIO BOSQUE DA PAZ Paulo Sérgio de Jesus Moreira Filho faleceu em via pública, 19 anos, solteiro, natural de Salvador Izabel Ferreira Lima, 73 anos, casada, natural de Feira de Santana-BA Tereza Maria Santos faleceu no Hospital Espanhol, 79 anos, casada, natural de Rio Real, Estado da Bahia JARDIM DA SAUDADE Antônio Landulfo Ribeiro de Miranda faleceu no Hospital Aliança, 54 anos, casado, aposentado, natural de Salvador Raymundo Nonato Soares faleceu em residência, 82 anos, casado, auditor fiscal, natural de Salvador Reinaldo Teixeira dos Santos faleceu em residência, 60 anos, casado, aposentado, natural de Salvador Gesildicto Macedo faleceu no Hospital Espanhol, 72 anos, casado, aposentado, natural de Salvador Raul Faustino Zapico Lopez faleceu no Hospital Espanhol, 82 anos, casado, engenheiro eletrônico, de nacionalidade espanhola CAMPO SANTO Polaco Cruz Santos faleceu em via pública, 30 anos, natural de Salvador Sofia Januária La Cava faleceu no Hospital Climério de Oliveira, natural de Salvador Ticiana Jesus dos Santos faleceu no Hospital Roberto Santos, 24 anos, natural de Salvador Luiz Paulo Santos de Jesus faleceu no Hospital Geral do Estado, 23 anos, natural de Salvador José Helder de Jesus Rodrigues faleceu em via pública, 23 anos, natural de Salvador Jorge Jerffeson Costa Santos faleceu no Hospital Roberto Santos, 15 anos, natural de Salvador, na Bahia José dos Santos Oliveira 68 anos, natural de Santo Amaro-BA CULTURA Reprimidas por decretos municipais e sanções policiais por volta de 1895, entidades são reconhecidas por governo Afoxés são patrimônio imaterial da Bahia ARIVALDO SILVA A ancestralidade africana foi exaltada ontem com a assi- natura do decreto que trans- forma o desfile dos afoxés em patrimônio imaterial da Ba- hia, no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Sal- vador. Reprimidos durante o período imperial, por decre- tos municipais e sanções po- liciais por volta de 1895, os afoxés sobreviveram e che- gam ao século XXI simboli- zando resistência. Baianas vestidas a caráter, representantes de 23 afoxés de Salvador e interior da Ba- hia, blocos afros, povo dos ter- reiros, autoridades munici- pais e estaduais estiveram presentes à cerimônia que fe- cha as comemorações pelo mês da Consciência Negra e contempla os quatro séculos de escravidão no Brasil. O presidente da Associação de Afoxés da Bahia, Nadinho do Congo, acredita que o com- promisso do governo forta- lece a cultura negra. “Sofre- mos desde 1895, quando os clubes da elite não aceitavam nossas manifestações. Afoxé vem da essência do candom- blé. Com as nossas manhas resistimos e preservamos nossos atabaques e danças. Hoje é um dia de alegria”. Resistência A secretária estadual da Pro- moção da Igualdade (Sepro- mi), Luiza Bairros, destaca a importância do reconheci- mento dos afoxés como uma manifestação essencial para manter a comunidade negra organizada contra a discrimi- nação. “É uma decisão impor- tante do governo porque re- conhece uma organização cultural da matriz africana que marca a presença negra no Carnaval da Bahia desde os seus primórdios”. Ainda se- gundo Luiza Bairros, os afo- xés exercem o papel de es- tabelecer uma ponte entre a manifestação religiosa (can- domblé) e a face pública no Carnaval. “Durante muito tempo eles ficaram conheci- dos como candomblé de rua, pela ligação profunda que mantém com os terreiros”, explica a secretária. Um dos mais antigos afo- xés da Bahia, os Filhos de Gandhy, que completam 61 anos de Carnaval, também ce- lebra a vitória. “Nossa luta é antiga e a ideia do governo de amparar nossa cultura é mui- to acertada”, define Valdemar Souza, 62 anos, conhecido com Tio Souza. Representantes do movi- mento negro e de blocos afro também prestigiaram a ho- menagem. Antônio Carlos, o Vovô do Ilê Ayê, ressalta a im- portância do decreto para que os afoxés possam receber in- centivos governamentais pa- ra continuar existindo. “Todo o trabalho na comunidade agora é reforçado, pois o po- der público passa a contribuir oficialmente com essas enti- dades”. O historiador e presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, falou da fe- licidade pelo reconhecimen- to dos afoxés. “O afoxé é a voz do povo negro pela liberdade. Nosso Estado privilegia as coi- sas dos brancos. A partir de agora, não haverá mais des- culpas para não dar incenti- vos a essas entidades cultu- rais”, afirma. O governador Ja- ques Wagner foi representa- do pelo secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles. Gildo Lima / Ag. A TARDE Nadinho do Congo: “Com as nossas manhas, resistimos e preservamos os atabaques” “O afoxé é a voz do povo negro. Nosso Estado privilegia as coisas dos brancos” UBIRATAN CASTRO historiador Festival de Verão anuncia as atrações musicais CHICO CASTRO JR. O Festival de Verão é que nem o Natal: é a mesma coisa todo ano. Pelo menos, essa foi a impressão que ficou após o anúncio (parcial) da grade de atrações para a edição 2011 do autointitulado “Maior festi- val anual de música do Bra- sil”, durante uma coletiva pa- ra a imprensa. Com a presença da cúpula produtora do evento, mais al- guns rostos conhecidos do mainstream local (Léo San- tanna, Xanddy, Tuca Fernan- des), foram anunciadas as atrações dos palcos do festi- val: o Palco 2011 (principal), a Concha Acústica Faculdade Maurício de Nassau (palco su- postamente alternativo) e o Casa do Pagode. No Palco 2011, as novidades são a banda Restart, o cantor teen-sertanejo Luan Santana e a cantora Maria Gadú. Salvo engano, é muito pouco para um festival de quatro dias, com cinco atrações por noite (só no Palco 2011). Completam a grade Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Harmonia do Samba, Parangolé, Asa de Águia, Psi- rico, Jammil & Uma Noites, Tomate, A Zorra, Capital Ini- cial, Jota Quest, Jorge & Ma- teus e Belo. Segundo Bernardo Araújo, da Icontent, uma das empre- sas responsáveis pelo festival, ainda há mais quatro atra- ções para serem anunciadas, entre elas uma internacional. O festival começa no dia 2 de fevereiro e vai até o dia 5. WWW.ATARDE.COM.BR Confira a programação completa do Festival de Verão 2011 No palco Arena, estarão Detonautas, Jorge Vercilo, Luiza Possi, entre outros PORTO DE ARATU Dragagem matou 400 peixes GEORGE BRITO A dragagem do Porto de Aratu matou, em um período de 24 horas, cerca de 400 peixes, ultrapassando em quatro ve- zes o limite diário permitido, como condicionante, no li- cenciamento ambiental. O dano ambiental grave fez com que o Ministério Público (MP) solicitasse que o Insti- tuto do Meio Ambiente (IMA) aplicasse multa, com valor ainda a ser definido, ao con- sórcio Jan de Nul/Dratec, res- ponsável pela operação de dragagem. “Infelizmente, já houve da- nos. Parece-me que o moni- toramento do IMA ficou aquém do desejável”, afirmou ontem a promotora do meio ambiente Cristina Seixas. Ela informou que, no próximo dia 9, vai se reunir com a equi- pe de professores da Ufba res- ponsável pelo monitoramen- to ambiental da dragagem, com técnicos do IMA e da Companhia das Docas do Es- tado da Bahia (Codeba) para dez da água causada pela dra- gagem poderia estar também afetando “peixes visitantes” que vão se alimentar na Baía de Todos-os-Santos. Conforme o licenciamento, os resíduos do processo de dragagem deveriam ser de- positados fora da plataforma continental. Segundo infor- mações da Codeba, o material é disposto a 180 metros do ponto de operação da draga. Mas a líder dos pescadores da Ilha de Maré, Marizélia Lopes, contou que houve vazamen- tos, com poluição da água. Compromisso Em resposta aos questiona- mentos da matéria Draga- gem mata peixes no Porto de Aratu, publicada em A TARDE na última segunda-feira, o IMA informou que as entida- des que acompanham o pro- cedimento firmaram um ter- mo de compromisso com as empresas que utilizam o Por- to de Aratu para melhorar as condições de vida das comu- nidades do entorno. A Codeba informou que o processo de dragagem dos portos de Aratu e de Salvador terminou. “Neste momento, estamos verificando se as profundidades já foram al- cançadas, para podermos fi- nalizar oficialmente os ser- viços”, afirmou em nota en- viada pela assessoria de im- prensa o diretor-presidente José Rebouças. A Codeba considera a mor- tandade de peixes inerente ao mecanismo da dragagem, devido a dois processos ine- vitáveis: a suspensão de par- tículas sólidas na coluna d’água e a ação mecânica do equipamento de sucção da draga. Alterações No Porto de Salvador, com a dragagem, a profundidade sairá de oito metros para 12 metros. As áreas que já ti- nham 12 metros serão am- pliadas para 15. Em Aratu, o aumento da profundidade se- rá de três metros, saindo de 12 para 15 metros. “O trabalho do IMA ficou aquém do desejável. Disseram que não haveria mortandade significativa de peixes” CRISTINA SEIXAS, promotora YPIRANGA Colégio dá espaço a centro de arte e alunos reclamam ARIVALDO SILVA Um colegiado formado por estudantes, pais, professores e a comunidade do entorno do Colégio Estadual Ypiranga, localizado na Rua do Sodré, Centro Antigo de Salvador, es- tá apreensivo e protestou on- tem contra o remanejamento dos cursos de níveis funda- mental e médio para outras unidades de ensino do Esta- do, por conta da criação, no Colégio Ypiranga, de um Cen- tro Estadual de Artes e Design pela Secretaria Estadual da Educação, como foi publicado no Diário Oficial do Estado de 28/11/2010. Os estudantes alegam que a matrícula para o curso fun- damental no Ypiranga foi blo- queada para 2011. “É um ab- surdo acabar com a história de um colégio que já passou por várias gerações. A escola não pode sair para a criação de um centro de arte, pois a educação básica é fundamen- tal”, reclama Igor Mesquita, 17 anos, que estudou quatro anos no colégio e hoje é es- tudante de Produção Cultural da Universidade Federal da Bahia (Ufba). De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria de Educação, Paulo Pontes, fo- ram realizadas algumas reu- niões com o colegiado para confirmar o remanejamento dos estudantes do ensino fun- damental do Ypiranga. “Eles vão para unidades de ensino próximas. Nosso projeto é de requalificação do Centro His- tórico. E a instalação do Cen- tro de Artes faz parte deste projeto, que não pode parar porque um grupo se sente prejudicado”, afirma Pontes. Com 1.300 estudantes, o co- légio funciona em um sobra- do centenário no bairro Dois de Julho. O prédio, onde viveu Castro Alves, é tombado des- de 1938 pelo Instituto do Pa- trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). discutir os impactos causados pela dragagem do porto. “Estamos conversando com o IMA e a Codeba. Porque eles garantiram que a draga- gem não causaria impactos, que os equipamentos eram de última geração e que não ha- veria mortandade significa- tiva de peixes”, afirmou. Se- gundo a promotora, a turbi-

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Matéria publicada na página A8, do Jornal A TARDE, do dia 1/12/2010. Arivaldo Silva. Foto: Gildo Lima. A ancestralidade africana foi exaltada ontem com a assinatura do decreto que transforma o desfile dos afoxés em patrimônio imaterial da Bahia, no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Salvador. Reprimidos durante o período imperial, por decretos municipais e sanções policiais por volta de 1895, os afoxés sobreviveram e chegam ao século XXI simbolizando resistência. Baianas vestidas a caráter, representantes de 23 afoxés de Salvador e interior da Bahia, blocos afros, povo dos terreiros, autoridades municipais e estaduais estiveram presentes à cerimônia que fecha as comemorações pelo mês da Consciência Negra e contempla os quatro séculos de escravidão no Brasil.

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SALVADOR QUARTA-FEIRA 1/12/2010A8 SALVADOR REGIÃO METROPOLITANA

OBITUÁRIOBOSQUE DA PAZ

Paulo Sérgio de JesusMoreira Filho faleceu emvia pública, 19 anos,solteiro, natural deSalvador

Izabel Ferreira Lima, 73anos, casada, natural deFeira de Santana-BA

Tereza Maria Santosfaleceu no Hospital

Espanhol, 79 anos, casada,natural de Rio Real, Estadoda Bahia

JARDIM DA SAUDADE

Antônio Landulfo Ribeirode Miranda faleceu noHospital Aliança, 54 anos,casado, aposentado,natural de Salvador

Raymundo NonatoSoares faleceu em

residência, 82 anos, casado,auditor fiscal, natural deSalvador

Reinaldo Teixeira dosSantos faleceu emresidência, 60 anos,casado, aposentado,natural de Salvador

Gesildicto Macedofaleceu no HospitalEspanhol, 72 anos, casado,aposentado, natural de

Salvador

Raul Faustino ZapicoLopez faleceu noHospital Espanhol, 82 anos,casado, engenheiroeletrônico, denacionalidade espanhola

CAMPO SANTO

Polaco Cruz Santosfaleceu em via pública, 30anos, natural de Salvador

Sofia Januária La Cavafaleceu no HospitalClimério de Oliveira,natural de Salvador

Ticiana Jesus dos Santosfaleceu no HospitalRoberto Santos, 24 anos,natural de Salvador

Luiz Paulo Santos deJesus faleceu no HospitalGeral do Estado, 23 anos,natural de Salvador

José Helder de JesusRodrigues faleceu em viapública, 23 anos, natural deSalvador

Jorge Jerffeson CostaSantos faleceu noHospital Roberto Santos, 15anos, natural de Salvador,na Bahia

José dos Santos Oliveira68 anos, natural de SantoAmaro-BA

CULTURA Reprimidas por decretos municipais e sanções policiais por volta de 1895, entidades são reconhecidas por governo

Afoxés são patrimônio imaterial da BahiaARIVALDO SILVA

A ancestralidade africana foiexaltada ontem com a assi-natura do decreto que trans-forma o desfile dos afoxés empatrimônio imaterial da Ba-hia, no Palácio da Aclamação,no Campo Grande, em Sal-vador. Reprimidos durante operíodo imperial, por decre-tos municipais e sanções po-liciais por volta de 1895, osafoxés sobreviveram e che-gam ao século XXI simboli-zando resistência.

Baianas vestidas a caráter,representantes de 23 afoxésde Salvador e interior da Ba-hia, blocos afros, povo dos ter-reiros, autoridades munici-pais e estaduais estiverampresentes à cerimônia que fe-cha as comemorações pelomês da Consciência Negra econtempla os quatro séculosde escravidão no Brasil.

O presidente da Associaçãode Afoxés da Bahia, Nadinhodo Congo, acredita que o com-promisso do governo forta-lece a cultura negra. “Sofre-mos desde 1895, quando osclubes da elite não aceitavamnossas manifestações. Afoxévem da essência do candom-blé. Com as nossas manhasresistimos e preservamosnossos atabaques e danças.Hoje é um dia de alegria”.

ResistênciaA secretária estadual da Pro-moção da Igualdade (Sepro-mi), Luiza Bairros, destaca aimportância do reconheci-mento dos afoxés como umamanifestação essencial paramanter a comunidade negraorganizada contra a discrimi-nação. “É uma decisão impor-tante do governo porque re-conhece uma organizaçãocultural da matriz africanaque marca a presença negra

no Carnaval da Bahia desde osseus primórdios”. Ainda se-gundo Luiza Bairros, os afo-xés exercem o papel de es-tabelecer uma ponte entre amanifestação religiosa (can-domblé) e a face pública noCarnaval. “Durante muitotempo eles ficaram conheci-dos como candomblé de rua,pela ligação profunda quemantém com os terreiros”,explica a secretária.

Um dos mais antigos afo-xés da Bahia, os Filhos deGandhy, que completam 61anos de Carnaval, também ce-lebra a vitória. “Nossa luta éantiga e a ideia do governo deamparar nossa cultura é mui-to acertada”, define ValdemarSouza, 62 anos, conhecidocom Tio Souza.

Representantes do movi-mento negro e de blocos afrotambém prestigiaram a ho-

menagem. Antônio Carlos, oVovô do Ilê Ayê, ressalta a im-portânciadodecretoparaqueos afoxés possam receber in-centivos governamentais pa-ra continuar existindo. “Todoo trabalho na comunidadeagora é reforçado, pois o po-der público passa a contribuiroficialmente com essas enti-dades”.

O historiador e presidenteda Fundação Pedro Calmon,

Ubiratan Castro, falou da fe-licidade pelo reconhecimen-to dos afoxés. “O afoxé é a vozdo povo negro pela liberdade.NossoEstadoprivilegiaascoi-sas dos brancos. A partir deagora, não haverá mais des-culpas para não dar incenti-vos a essas entidades cultu-rais”, afirma. O governador Ja-ques Wagner foi representa-do pelo secretário estadual daCultura, Márcio Meirelles.

Gildo Lima / Ag. A TARDE

Nadinho do Congo: “Com as nossas manhas, resistimos e preservamos os atabaques”

“O afoxé é a vozdo povo negro.Nosso Estadoprivilegia ascoisas dosbrancos”UBIRATAN CASTRO historiador

Festival de Verão anunciaas atrações musicaisCHICO CASTRO JR.

O Festival de Verão é que nemo Natal: é a mesma coisa todoano. Pelo menos, essa foi aimpressão que ficou após oanúncio (parcial) da grade deatrações para a edição 2011 doautointitulado “Maior festi-val anual de música do Bra-sil”, durante uma coletiva pa-ra a imprensa.

Com a presença da cúpulaprodutora do evento, mais al-guns rostos conhecidos domainstream local (Léo San-tanna, Xanddy, Tuca Fernan-des), foram anunciadas asatrações dos palcos do festi-

val: o Palco 2011 (principal), aConcha Acústica FaculdadeMaurício de Nassau (palco su-postamente alternativo) e oCasa do Pagode.

No Palco 2011, as novidadessão a banda Restart, o cantorteen-sertanejo Luan Santanae a cantora Maria Gadú. Salvoengano, é muito pouco paraum festival de quatro dias,com cinco atrações por noite(só no Palco 2011). Completama grade Ivete Sangalo, ClaudiaLeitte, Harmonia do Samba,Parangolé, Asa de Águia, Psi-rico, Jammil & Uma Noites,Tomate, A Zorra, Capital Ini-cial, Jota Quest, Jorge & Ma-teus e Belo.

Segundo Bernardo Araújo,da Icontent, uma das empre-sas responsáveis pelo festival,ainda há mais quatro atra-ções para serem anunciadas,entre elas uma internacional.O festival começa no dia 2 defevereiro e vai até o dia 5.

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Confira a programação completado Festival de Verão 2011

No palco Arena,estarãoDetonautas,Jorge Vercilo,Luiza Possi,entre outros

PORTO DE ARATU

Dragagem matou 400 peixesGEORGE BRITO

A dragagem do Porto de Aratumatou, em um período de 24horas, cerca de 400 peixes,ultrapassando em quatro ve-zes o limite diário permitido,como condicionante, no li-cenciamento ambiental.

O dano ambiental grave fezcom que o Ministério Público(MP) solicitasse que o Insti-tuto do Meio Ambiente (IMA)aplicasse multa, com valorainda a ser definido, ao con-sórcio Jan de Nul/Dratec, res-ponsável pela operação dedragagem.

“Infelizmente, já houve da-nos. Parece-me que o moni-toramento do IMA ficouaquém do desejável”, afirmouontem a promotora do meioambiente Cristina Seixas. Elainformou que, no próximodia 9, vai se reunir com a equi-pe de professores da Ufba res-ponsável pelo monitoramen-to ambiental da dragagem,com técnicos do IMA e daCompanhia das Docas do Es-tado da Bahia (Codeba) para

dez da água causada pela dra-gagem poderia estar tambémafetando “peixes visitantes”que vão se alimentar na Baíade Todos-os-Santos.

Conforme o licenciamento,os resíduos do processo dedragagem deveriam ser de-positados fora da plataformacontinental. Segundo infor-mações da Codeba, o materialé disposto a 180 metros doponto de operação da draga.Mas a líder dos pescadores daIlha de Maré, Marizélia Lopes,contou que houve vazamen-tos, com poluição da água.

CompromissoEm resposta aos questiona-mentos da matéria Draga-gem mata peixes no Porto deAratu, publicada em A TARDEna última segunda-feira, oIMA informou que as entida-des que acompanham o pro-cedimento firmaram um ter-mo de compromisso com asempresas que utilizam o Por-to de Aratu para melhorar ascondições de vida das comu-nidades do entorno.

A Codeba informou que oprocesso de dragagem dosportos de Aratu e de Salvadorterminou. “Neste momento,estamos verificando se asprofundidades já foram al-cançadas, para podermos fi-nalizar oficialmente os ser-viços”, afirmou em nota en-viada pela assessoria de im-prensa o diretor-presidenteJosé Rebouças.

A Codeba considera a mor-tandade de peixes inerenteao mecanismo da dragagem,devido a dois processos ine-vitáveis: a suspensão de par-tículas sólidas na colunad’água e a ação mecânica doequipamento de sucção dadraga.

AlteraçõesNo Porto de Salvador, com adragagem, a profundidadesairá de oito metros para 12metros. As áreas que já ti-nham 12 metros serão am-pliadas para 15. Em Aratu, oaumento da profundidade se-rá de três metros, saindo de 12para 15 metros.

“O trabalho doIMA ficouaquém dodesejável.Disseram quenão haveriamortandadesignificativa depeixes”CRISTINA SEIXAS, promotora

YPIRANGA

Colégio dá espaço a centrode arte e alunos reclamam

ARIVALDO SILVA

Um colegiado formado porestudantes, pais, professorese a comunidade do entornodo Colégio Estadual Ypiranga,localizado na Rua do Sodré,Centro Antigo de Salvador, es-tá apreensivo e protestou on-tem contra o remanejamentodos cursos de níveis funda-mental e médio para outrasunidades de ensino do Esta-do, por conta da criação, noColégio Ypiranga, de um Cen-tro Estadual de Artes e Designpela Secretaria Estadual daEducação, como foi publicadono Diário Oficial do Estado de28/11/2010.

Os estudantes alegam que amatrícula para o curso fun-damental no Ypiranga foi blo-queada para 2011. “É um ab-surdo acabar com a históriade um colégio que já passoupor várias gerações. A escolanão pode sair para a criaçãode um centro de arte, pois aeducação básica é fundamen-

tal”, reclama Igor Mesquita, 17anos, que estudou quatroanos no colégio e hoje é es-tudante de Produção Culturalda Universidade Federal daBahia (Ufba).

De acordo com o chefe degabinete da Secretaria deEducação, Paulo Pontes, fo-ram realizadas algumas reu-niões com o colegiado paraconfirmar o remanejamentodosestudantesdoensinofun-damental do Ypiranga. “Elesvão para unidades de ensinopróximas. Nosso projeto é derequalificação do Centro His-tórico. E a instalação do Cen-tro de Artes faz parte desteprojeto, que não pode pararporque um grupo se senteprejudicado”, afirma Pontes.

Com 1.300 estudantes, o co-légio funciona em um sobra-do centenário no bairro Doisde Julho. O prédio, onde viveuCastro Alves, é tombado des-de 1938 pelo Instituto do Pa-trimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan).

discutirosimpactoscausadospela dragagem do porto.

“Estamos conversandocom o IMA e a Codeba. Porqueeles garantiram que a draga-gem não causaria impactos,queosequipamentoseramdeúltima geração e que não ha-veria mortandade significa-tiva de peixes”, afirmou. Se-gundo a promotora, a turbi-