Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é...

190
Africa Fase II Conceção e Implementação de Cursos Universitários em Engenharia Civil Stanley Muse Shitote (Editor)

Transcript of Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é...

Page 1: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

Africa

Fase II

Conceção e Implementação de Cursos Universitários emEngenharia CivilStanley Muse Shitote (Editor)

Page 2: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 3: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

Conceção e Implementação de Cursos Universitários em

Engenharia Civil

© University of Deusto

Page 4: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 5: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

Fase II do Projecto Tunning África

Conceção e Implementação de Cursos Universitários em

Engenharia Civil

Stanley Muse Shitote (Editor)

Autores:Kabir Bala, Ragaa T.M. Abdelhakim, Tadesse Ayalew,

Mohand Hamizi, Helen Michelle Korkor Essandoh, Oagile Kanyeto, Hassan Ibrahim Mohamed Mohamed, Karin Jansen van Rensburg,

Stanley Muse Shitote

Membros da Engenharia Civil (SAG):Mohand Hamizi, Gossou Houinou, Oagile Kanyeto,

Robert Nzengwa, Inacio Mendes Pereira, Lutimba Hubert Makengo, Hassan Ibrahim Mohamed Mohamed, Ragaa T. M. Abdelhakim,

Tadesse Ayalew Zelele, Helen Michelle Korkor Essandoh, Stanley Muse Shitote, Kabir Bala, Wynand J. Van Der Merwe Steyn, James Janthana Bango Tukari,

Ignas Aloys Rubaratuka

2018 Universidad de Deusto

Bilbao

© University of Deusto

Page 6: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

O Projecto Tunning é subsidiado pela Comissão Europeia.Esta publicação apenas reflecte a opinião dos seus autores. A Co­missão Europeia não poderá ser responsabilizada por qualquer uso da informação aqui contida.

Apesar de todo o material desenvolvido como parte do Projec­to Tuning África ser propriedade dos seus participantes formais, outras instituições de ensino superior são livres de testar e fazer uso deste material após asua publicação, desde queafonte seja indicada.

Editor: Stanley Muse Shitote

Autores: Kabir Bala, Ragaa T.M. Abdelhakim, Tadesse Ayalew, Mohand Hamizi, Helen Michelle Korkor Essandoh, Oagile Ka­nyeto, Hassan Ibrahim Mohamed Mohamed, Karin Jansen van Rensburg, Stanley Muse Shitote

Revisor: Inacio Mendes Pereire

© Tuning Project

Nenhuma parte desta publicação, incluindo a alteracao na capa, pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrónico, químico, mecânico ou óti­co, de gravação ou fotocópia, sem a autorização do editor.

Conceção: Fotocomposición IPAR, S.Coop. (Bilbao)

© Publicaçoes da Universidade de DeustoCaixa Postal 1 ­ 48080 Bilbaoe­mail: [email protected]

ISBN: 978­84­16982­81­3

Page 7: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

7

Índice

Prefácio 11

Capítulo 1. Introdução 13

Capítulo 2. Contexto da Reforma Curricular e da Modernização em Engenharia Civil 21

2.1. A Importância e as Aplicações da Engenharia Civil 212.2. O Âmbito da Engenharia Civil 222.3. Tendências em Engenharia Civil 232.4. Carreiras em Engenharia Civil 242.5. A Demanda por Licenciados em Engenharia Civil em África 242.6. O Ensino de Engenharia Civil em África 282.7. Programas de Engenharia Civil 292.8. Reflexões Gerais sobre a Reforma Curricular em Engenharia Civil 382.9. Reforma dos Programas Curriculares de Engenharia Civil nos Países

Participantes 39

Capítulo 3. Competências Gerais e Definições: uma Perspetiva Temática 41

3.1. Contexto 413.2. O Que é uma Competência? 413.3. Definição de Competências Genéricas para África 433.4. Metodologia do Processo de Consulta 45

Capítulo 4. Identificação das Competências Específicas da Disciplina 49

4.1. Definição de Competência 514.2. Identificação das Competências Específicas da Engenharia Civil 524.3. Conclusão 54

© University of Deusto

Page 8: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

8

Capítulo 5. Consulta e Reflexão sobre as Competências Gerais e Espe-cíficas à Engenharia Civil 55

5.1. Metodologia da Recolha de Dados 555.2. Avaliação e Interpretação dos Resultados das Competências Gerais 565.3. Avaliação e Interpretação dos Resultados das Competências Espe­

cíficas 625.4. Conclusão 71

Capítulo 6. Meta-perfil da Engenharia Civil em África 73

6.1. Introdução 736.2. Metodologia Adotada no Desenvolvimento do Meta­perfil 746.3. Agrupamentos das Competências Gerais e Específicas à Engenha­

ria Civil 746.4. Meta­perfil de Engenharia Civil 786.5. Ponderação das Áreas Essenciais do Programa Curricular 796.6. Lacunas nos Programas Curriculares Existentes 806.7. Conclusões 81

Capítulo 7. Comparação do Meta-perfil a Nível Regional e Global 83

7.1. Contraste do Meta­perfil com os Resultados de outras Regiões 837.2. Conclusão 89

Capítulo 8. Alguns Exemplos de Programas Novos e Revistos 91

8.1. Avaliação por Pares de Programas Novos e Revistos 918.2. «Programa de Licenciatura em Engenharia de Construção e Gestão

de Projetos, Assiut University, Egito» 94

8.2.1. Introdução 948.2.2. Sistema de Estudo e Símbolos do Programa Curricular 948.2.3. Sistema de Codificação do Curso 106

Capítulo 9. Reflexões sobre a Carga Horária do Estudante 131

9.1. Contexto 1319.2. Opiniões gerais do estudante sobre a carga horária 1359.3. Reflexões sobre a Carga Horária da Licenciatura em Engenharia Civil 1379.4. Conclusão 140

Capítulo 10. Mecanismos de Garantia da Qualidade e monitorização 141

10.1. Introdução 14110.2. Exemplo: Garantia da Qualidade da Faculdade de Engenharia ­

Assiut University, Egito 14210.3. Conclusão 163

© University of Deusto

Page 9: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

9

Capítulo 11. Abordagens de Ensino e Aprendizagem e Reflexôes so-bre o Desenvolvimento de Pessoal: Necessidades e Possibilidades no Âmbito do Grupo da Disciplina (SAG) 165

11.1. Contexto 16511.2. Tendências Emergentes 16811.3. Características dos Novos Programas Curriculares 17011.4. Necessidades de Desenvolvimento do Pessoal 17211.5. Desenvolvimento de Cursos para a Capacitação dos Professores 175

Capítulo 12. Conclusões 177

Bibliografia 181

Anexo 1. Contribuidores da publicação 187

© University of Deusto

Page 10: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 11: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

11

Prefácio

A harmonização do ensino superior em África é um processo multidi­mensional que promove a integração do espaço do ensino superior na região. O objectivo é conseguir a colaboração entre fronteiros sub­re­gionais e regionais, em desenvolvimento curricular, padrões educacio­nais e garantia da qualidade, convergência estrutural comum, consis­tência de sistemas, bem como compatibilidade, reconhecimento mútuo e transferência de graduações para facilitar a mobilidade.

O Tuning África foi adoptado como um possível instrumento para fazer avançar a agenda de harmonização da União Africana, em colaboração com a UE e através da Estratégia Conjunta África­UE. A implementação de uma segunda fase do Tuning foi um dos compromissos assumidos na Cimeira África­UE de 2014, em Bruxelas, como seguimento da fase­piloto de grande sucesso que teve lugar entre 2011 e 2013.

Na Cimeira África­UE de novembro de 2017 em Abidjan, os Chefes de Estado comprometeram­se a aprofundar a sua colaboração e o inter­câmbio em matéria de educação, com vista a aumentar a empregabi­lidade dos jovens, tendo presente que o investimento na juventude e nas gerações futuras em África é um pré­requisito para construir um futuro sustentável. Neste contexto, serão encorajadas mais iniciativas concretas no campo da educação superior que visam aumentar a perti­nência e a qualidade da educação e da formação.

Ao contribuir para a harmonização da educação superior em África, o Tuning África vai complementar o Erasmus+, o programa de mobi­

© University of Deusto

Page 12: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

12

lidade académica Intra­Africa e o sistema Nyerere, aumentando o re­conhe cimen to das habilitações académicas e facilitando o intercâmbio e mobilidade dos estudantes e do corpo docente em todo o continente e com a Europa. Isto é essencial para adquirir capacidades e competên­cias importantes para a empregabilidade e garantir uma oferta educa­tiva pertinente e de qualidade. O diálogo sobre créditos e um sistema comum de créditos para a África é um dos mais importantes produtos da Estratégia Continental para a Educação em África.

O Tuning África proporcionou uma plataforma para o diálogo sobre a garantia da qualidade e a melhoria do ensino, da aprendizagem e da avaliação. Foi fundamental conseguir que os académicos e os em­pregadores trabalhassem em conjunto e, particularmente importante nesta segunda fase, que houvesse um envolvimento ativo dos estu­dantes. O sucesso do Tuning África deve­se ao envolvimento de uma massa crítica de universidades e partes interessadas, à apropriação e ao em penho de todos os envolvidos, bem como a uma liderança transpa­rente e credível.

A CUA e a CE agradecem a todos os peritos africanos e europeus en­volvidos na publicação deste livro, que é resultado da iniciativa Tuning e Harmonização em África 2 da Parceria Conjunta África­UE.

Comissão da União Africana e da Comissão Europeia

© University of Deusto

Page 13: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

13

Capítulo 1

Introdução

Kabir Bala

A Engenharia Civil é a área, disciplina ou profissão ligada ao desen­volvimento, aquisição e aplicação de conhecimento técnico, cientí­fico e matemático, relativo à conceção e construção de obras públi­cas, como barragens, pontes e demais projetos de infraestrutura de grande envergadura (UNESCO 2010; Lucas, 2014). É uma das áreas mais antigas da engenharia, pois remonta à época em que as pessoas começaram a se estabelecer em povoamentos permanentes e passa­ram a transformar o ambiente, de acordo com as suas necessidades (Lucas, 2014).

Dada a sua importância estratégica no fornecimento de infraestrutu­ras, a profissão em Engenharia Civil é directamente associada com o desenvolvimento de qualquer nação (Downey e Lucena 2004, 2005). Isso ocorre, pois, engenheiros civis são responsáveis pelo planeamento, conceção, construção e manutenção de infraestruturas, edifícios e de­pendências, bem como da sua melhoria. Engenheiros civis desempe­nham um papel importante no fornecimento de energia e água limpa, incluindo, as redes de condutas que garantem o abastecimento de água potável aos centros urbanos, os serviços de saneamento, as re­des de drenagem de águas residuais, assim como as centrais de des­salinização da água do mar e os sistemas de tratamento de resíduos industriais. Estes profissionais também são responsáveis pela criação, manutenção e atualização dos sistemas de transporte e das vias de co­municação, tais como estradas, pontes, túneis, sistemas subterrâneos, aeroportos, caminhos­de­ferro e portos marítimos. Na verdade, a his­tória testemunha como engenheiros civis transformaram o desenvolvi­

© University of Deusto

Page 14: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

14

mento das sociedades de maneira significativa. De acordo com Bilec et al. (2007), a contribuição dos engenheiros civis é evidente na melhoria exponencial do padrão de vida humano ao longo do tempo — desde os viadutos romanos aos edifícios mais altos e à Barragem Hoover; os engenheiros civis tiveram, inquestionavelmente, um impacto inegável sobre as sociedades humanas e a Terra, em geral.

Um engenheiro civil cuida do planeamento, determina o projeto apro­priado para as estruturas e faz a gestão do processo de construção para garantir a longevidade e a sustentabilidade dessas estruturas, uma vez concluídas. Essas estruturas devem satisfazer a necessidade cada vez maior do público em relação a operações e serviços confortáveis. De acordo com a Faculdade de Engenharia da University of Southern California, a engenharia civil é atualmente um dos campos mais im­portantes da engenharia. Assim, os serviços de um engenheiro civil são necessários em todos os níveis do sector público, do nível local ao na­cional, assim como no sector privado, dos proprietários individuais a empresas multi­nacionais da área da construção civil.

A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub­disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia ambiental, a en­genharia geotécnica, a engenharia de estruturas, a engenharia de transportes e vias rápidas, a engenharia de requalificação munici­pal e urbana, a engenharia de gestão dos recursos hídricos, a enge­nharia de materiais de construção, a engenharia costeira, a topogra­fia e a en genharia de construção (The Nigerian Society of Engineers, NSE 2017). Esses programas são, portanto, projetados para produzir engenheiros que possam superar desafios nas áreas acima mencio­nadas, através da prestação de serviços em órgãos e estabelecimen­tos governamentais, na indústria da construção civil, na indústria de transportes, em consultorias, no sector do ensino e nas organizações de investigação.

Em termos de conhecimento, os engenheiros civis precisam ter um co­nhecimento aprofundado da física, matemática, geologia e hidrologia. Também devem conhecer as propriedades de uma vasta gama de ma­teriais de construção, tais como, o betão, o aço, assim como o tipo e a capacidade das máquinas de construção. Com esse conhecimento, os engenheiros podem projetar estruturas que atendam aos requisitos de custos, segurança, confiabilidade, durabilidade e eficiência energética. Engenheiros civis também precisam de conhecimento em engenharia mecânica e em engenharia de estruturas. Tais engenheiros podem par­

© University of Deusto

Page 15: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

15

ticipar de praticamente todas as etapas de um grande projeto de cons­trução. Isso pode incluir a seleção do local, a redação de especificações técnicas dos processos e dos materiais, o estudo das propostas dos su­bempreiteiros, o assegurar do cumprimento dos códigos de constru­ção, bem como a supervisão de todas as fases de construção, desde a classificação e os movimentos de terra, até á pintura e aos acabamen­tos.

Engenheiros civis fazem uso de sistemas de Desenho Auxiliado por Computador (CAD) e de plataformas de Modelação da Informação da Construção (BIM) para o projeto e documentação; portanto, o domínio do computador é essencial. Além de acelerar o processo de elaboração de projetos de Engenharia Civil, as plataformas CAD e BIM facilitam a modificação de projetos e a criação de documentos de trabalho para as equipas de construção e as outras partes interessadas.

De acordo com o According the American Bureau of Labour Statistics (BLS), parte dos engenheiros civis trabalha em escritórios, mas muitos outros trabalham em obras de construção, em operações de fiscali­zação ou estão a resolver problemas nas obras. A maioria dos enge­nheiros civis, que atuam no setor privado, trabalha para as empresas de construção ou como consultores. As instituições governamentais que empregam engenheiros civis são empresas que executam obras públicas, departamentos dos transportes e o exército. Há outros en­genheiros que trabalham em instituições educativas com o objetivo de:

• Disseminar o conhecimento tecnológico.

• Formar candidatos qualificados para a profissão de engenharia para enfrentar os desafios da sociedade em engenharia e tecnologia.

• Consciencializar a sociedade sobre a profissão.

Além disso, os engenheiros civis atuam no setor aeroespacial (conceção de aviões e estações espaciais), no setor automóvel (aperfeiçoamento da capacidade de carga de um chassi e melhoria da resistência ao cho­que de para­choques e de portas dos automóveis), atuam em estalei­ros na construção de navios, no setor de energia e em outros setores que demandam a construção de instalações. Em alguns casos, eles pla­neiam e fiscalizam a construção de instalações.

© University of Deusto

Page 16: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

16

Para trabalhar como engenheiro civil, é necessário concluir um curso de licenciatura em Engenharia Civil. Muitos empregadores, particular­mente os que oferecem serviços de consultoria na área de engenharia, exigem também a certificação profissional de engenheiro. Geralmente, é necessário ter concluido um mestrado para se obter uma promoção para um cargo de gestão. É igualmente necessário participar em pro­gramas de desenvolvimento profissional e em formações para se poder acompanhar os avanços na tecnologia, equipamentos e TI, assim como sobre a legislação de construção e outros regulamentos emitidos pelo governo.

No Continente Africano, vários desafios ressaltam a necessidade de haver uma melhoria significativa no ensino e na prática da Engenha­ria Civil. Essas melhorias são necessárias para formar os profissionais que se dedicarão à construção de uma infraestrutura sustentável para o desenvolvimento do continente. Essas necessidades são evidentes, tendo em conta a rápida urbanização e a expectativa de crescimento económico, o crescimento da classe média (Banco Africano de Desen­volvimento, 2012), a integração regional e o reforço da democracia, da transparência, da responsabilização e da governança em diversas das 54 nações africanas. Cada um desses fatores abre oportunidades para os engenheiros civis, os quais contribuirão para a resolução da ausência de infraestrutura física na maioria dos países africanos (Deloi­tte, 2012).

África enfrenta uma rápida urbanização (Satterthwaite, 2015), de forma que o número total de indivíduos que vivem em áreas urbani­zadas deverá subir de 400 milhões em 2010 para 1,26 mil milhões em 2050. De acordo com Chenal (2016), a taxa de urbanização africana alcançará 50% até ao ano de 2035 e continuará a crescer. Essas rea­lidades apresentam sérias restrições e ameaças à prestação de serviços em áreas urbanas (Chirisa, 2008). A população continua a crescer em relação à demanda por serviços, tais como hospitais, escolas, zonas in­dustriais e comerciais, segurança, transporte, educação, lazer, dentre outros.

Além disso, África tinha 51 cidades com mais de 1 milhão de habitan­tes e apenas uma cidade – Cairo – com mais de 10 milhões em 2010. Até o ano 2040, espera­se que haja mais de 100 cidades com mais de 1 milhão de habitantes e sete cidades com mais de 10 milhões de habi­tantes (Chirisa, 2008).

© University of Deusto

Page 17: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

17

De acordo com Sattertwaite (2015), em 2015, a população urbana da África Subsariana atingiu 396 milhões. Esse crescimento está dis­tribuído entre milhares de centros urbanos, que incluem duas mega­cidades (com mais de 10 milhões de habitantes), bem como três ci­dades com 5 a 10 milhões de habitantes e outras 41 cidades com 1 a 5 milhões de habitantes. É importante salientar que há um grande nú­mero de centros urbanos com menos de 20.000 habitantes e mais de 1.000 centros urbanos com populações de 20.000 a 50.000 habitan­tes. Esses pequenos centros urbanos incluem uma parcela significativa da população urbana na maioria dos países africanos.

A população urbana nessas regiões duplicou entre 2000 e 2015. A maior parte dessas pessoas vive em habitações com más condições e superlotadas, com falta de acesso a infraestruturas e aos serviços ne­cessários para os centros urbanos, incluindo o abastecimento de água potável, o bom saneamento, a drenagem de águas residuais e pluviais, estradas, gestão do tráfego rodoviário e postos de saúde. Esses serviços são importantes em situações de desastre e também para mitigar as ameaças que surgem por causa dos —ou são exacerbadas pelos— im­pactos diretos e indiretos das mudanças climáticas.

Os investimentos em estruturas industriais e comerciais das infraestru­turas das cidades africanas não acompanharam a concentração de pes­soas nem os investimentos em moradias a preços acessíveis. Há grande potencial de coordenação de investimentos em infraestruturas residen­ciais e em estruturas comerciais (Banco Mundial, 2017). Sendo assim, esta situação representa uma grande oportunidade para os licenciados em Engenharia Civil da região.

Em termos de integração regional e de projetos de infraestruturas que cruzam fronteiras, muitos países africanos são relativamente pequenos, com populações inferiores a 20 milhões de habitantes e economias in­feriores a US$ 10 mil milhões. Os sistemas de infraestruturas e as fron­teiras são reflexos do passado colonial do continente, com estradas, portos e as linhas férreas construídos para a extração de recursos natu­rais e com objetivos de controlo político, em vez de unir territórios eco­nomica ou socialmente (Deloitte, 2012).

© University of Deusto

Page 18: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

18

Angola

Namíbia

Botsuana

Zâmbia

Zimbabué

Maláui

Moçambique

Suazilândia

LesotoÁfrica do Sul

Zâmbia: Hidroelétrica Kabompo Gorge projeto da ordem de US$16m

Zâmbia: Dangote Cement US$500m fábrica de cimento no Distrito Masaiti, Zâmbia

Maláui: Usina térmica de US$500mem construção pela China

Moçambique: Fábrica de Cimento daMatola. Cimentos de Moçambique.SA Group Five. R105m Moçambique: Park Inn by RadissonHotel Tete e Radisson Blu Hotel Maputo em Moçambique

Moçambique: Construção de Estradas. 74 km. The China Road and Bridge Corporation

Moçambique: Terminal de Carvão daBeira. US$200m. Vale e Rio Tinto

Moçambique: Construção e reabilitação de caminhos de ferro.US$4m. Vale

Moçambique: Reabilitação de 153 km de estradas com o alargamento das pistas para sete metros e das barreiras de 1,5 metro de largura. Odebrecht do Brasil

República da Maurícia: Bagatelle – Mall of Mauritius, financiado pela África do Sul

Moçambique: Transformação da Nacala Air Base no Aeroporto Civil daProvíncia de Nampula. Odebrecht do Brasil

Moçambique: Obras de infraestrutura na mina de carvão de Moatize com estradas, obras de engenharia e construção de uma fábrica de processamento de carvão mineral. O projeto também implica na reabilitaçãodos caminhos de ferro próximas à mina, na expansão do Porto da Beira e na construção de uma usina termoelétrica. Odebrecht do Brasil

Centro Comercial do Zimbabwe Millennium Park. US$100m

Zâmbia: Radisson Blu Hotel Lusaka

Zâmbia: Society House TowerUS$100m

Zâmbia: Levy Junction. Obra de tecnologia.US$200m. SA Liberty Life

Zâmbia: Roma Park. Uso residencial e e desenvolvimentocomercial

Angola: Habitação de baixo custo

Angola: Infraestrutura de transportes com estradas, ferrovias, aeroportose portos. Conexão da estrada com Zâmbia, Namíbia e República Democrática do Congo

Namíbia. Centro Comercial em Keetmanshoop. N$92. SA Old Mutual

Botsuana: Airport Junction Mall. R430m

Botsuana: Rail Park Mall (Botswana Rail e BiFM)

Botsuana: Usina solar de US$11m

Lesoto: Metolong Dam, projeto de US$60m financiado pela África do Sul, Arábia Saudita e Kuwait

Lesoto: US1$bn Lesotho Highlands Water Projeto (LHWP) financiado pela África do Sul

Maseru Mall: centro comercial integrado com transporte público e outros usos comerciais complementares

Suazilândia: Linha férrea Swazi-SA da ordem de US$2 mil milhões financiados pela SA Transnet

Fonte: Deloitte, 2012.

Figura 1.1Mapa da Atividade de Construção da África Austral

Conforme os organismos regionais e a União Africana que continuam a conduzir a integração do continente, criam­se oportunidades para fomentar grandes projetos de infraestruturas que ultrapassem frontei­

© University of Deusto

Page 19: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

19

ras. Iniciativas como o Corredor Norte­Sul e o Plano Diretor da Comuni­dade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) apresentam grandes oportunidades para projetos de parceria público­privada (PPP). Aceita­se que essas modalidades de PPP poderiam ajudar os governos a resolver as lacunas materiais, financeiras, administrativas e técnicas, enquanto fomentam a integração regional. Por exemplo, faltam US$ 100 mil mi­lhões para o Plano de Infraestrutura da SADC. O projeto do Corredor Norte­Sul é igualmente ambicioso e caro. É composto de 157 projetos do Corredor Norte­Sul, concebidos para abranger a área entre Durban e Dar es Salaam. Inclui 59 projetos rodoviários, 38 projetos de trans­porte ferroviário e seis projetos de pontes. Esses projetos exigirão muito mais dos engenheiros civis do que os projetos atualmente disponíveis no continente. Infelizmente, o Continente Africano possui um número in­suficiente de engenheiros com os conhecimentos, as habilidades e as competências necessárias para suprir essas necessidades importantes. Portanto, é necessário que haja um esforço para melhorar os números e a qualidade dos licenciados em Engenharia Civil em todo o Continente Africano, tendo em conta o volume de projetos de construção atuais e futuros. Os mapas (Figuras 1.1 e 1.2), mostram a concentração das acti­vidades de construção em algumas sub­regiões do continente.

Fonte: Deloitte, 2012.

Figura 1.2Mapa da Atividade de Construção Civil da África Ocidental

© University of Deusto

Page 20: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

20

O ensino da Engenharia Civil nos diferentes países africanos é minis­trado de forma diversificada, com poucas semelhanças nos currículos das universidades africanas e diferentes métodos de instrução e regu­lação. No entanto, todos os programas são criados e executados para formar licenciados que atenderão às demandas do mercado de tra­balho de construção e oferecerão soluções viáveis aos desafios sociais relevantes.

As universidades da maioria dos países africanos enfrentam a escassez de instalações de ensino e de investigação modernas, tais como labora­tórios, oficinas bem equipadas, estúdios para a execução de trabalhos práticos, salas de seminários, salas de aula, gabinetes para os funcioná­rios, instalações de lazer e bibliotecas funcionais para apoiar o ensino, a aprendizagem e a investigação. Além disso, faltam computadores e programas e o acesso à internet é precário na maioria das instituições. Isso apresenta um impacto negativo na qualidade dos licenciados.

Os currículos dos programas de ensino de Engenharia Civil das univer­sidades africanas são diferentes na maioria dos casos. A diversidade no âmbito e no conteúdo dos programas também se manifesta na dura­ção dos programas. Algumas universidades têm programas de quatro anos e outras de cinco anos. Essas diferenças de perfil, estrutura e du­ração apresentam sérias dificuldades para os estudantes quando preci­sam fazer a transferência de crédito e atividades de intercâmbio entre universidades africanas. A empregabilidade dos licenciados também é prejudicada. Todos esses fatores fundamentam o Projeto Tuning África, que foi concebido para promover a harmonização, a reestruturação e a melhoria dos programas curriculares díspares do ensino superior dos países africanos. Este Projeto necessário para garantir a melhoria da qualidade e do reconhecimento mútuo dos diplomas universitários, bem como para aumentar a mobilidade e a empregabilidade dos estu­dantes licenciados para que haja uma integração regional mais robusta e uma promoção do desenvolvimento sustentável.

© University of Deusto

Page 21: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

21

Capítulo 2

Contexto da Reforma Curricular e da Modernização em Engenharia Civil

Adaptado de Teklemariam et al., Tuning e a harmonização do ensino superior: a experiência africana, 2014

2.1. A Importância e as Aplicações da Engenharia Civil

Baker Baynes Ldt. (2017) capturaram, de forma sucinta, a definição de engenharia civil como sendo «o planeamento, a concepção e a cons­trução do mundo físico» e, assim, ilustram a importância desta dis­ciplina. A importância crescente da profissão de Engenheiro Civil em África, principalmente influenciada pela rápida urbanização, pelo cres­cimento demográfico e pela integração regional, foi explicada no Capí­tulo 1. Os dados disponíveis mostram que o setor de construção é um dos setores económicos de maior crescimento em África, com expan­são prevista até 2020 e além. A publicação Construction Review Online (2017), relata que, em 2014, o setor da construção civil em África ob­teve um crescimento de 46,2%, com total de US$ 222.767 milhões em 2013, alcançando US$ 325.828 milhões em 2014 (Africa, the Promised Land of Construction Industry, 2017). O African Statistical Yearbook (2009) destaca vinte e dois países africanos com taxa de crescimento anual superior a 10% no sector da construção civil. Ele indica que, em alguns países, a taxa de crescimento é ainda maior.

Os engenheiros civis são responsáveis por desenvolver, projetar e cons­truir instalações, edifícios e infraestruturas de boa qualidade, bem como são responsáveis por melhorar e manter essas estruturas. Os en­

© University of Deusto

Page 22: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

22

genheiros civis atuam em instalações que fornecem energia e água limpa, incluindo redes de condutas que garantem o abastecimento de água potável aos centros urbanos, os serviços de saneamento, as redes de drenagem de águas residuais, assim como as centrais de dessaliniza­ção da água do mar e sistemas de tratamento de resíduos industriais. Eles também são responsáveis pela criação, manutenção e atualização dos sistemas de transportes e tráfego, tais como estradas, pontes, tú­neis, sistemas subterrâneos, aeroportos, vias férreas e portos maríti­mos. Um engenheiro civil é responsável pelo planeamento, determi­nando o projeto correto para cada estrutura e a gestão do processo de construção para garantir a longevidade e a sustentabilidade da estru­tura após a conclusão. Essas estruturas devem satisfazer a necessidade crescente do público que demanda operações e serviços confortáveis. Em geral, o trabalho do engenheiro civil concentra­se na melhoria da qualidade de vida.

Uma faceta recente e cada vez mais importante da Engenharia Civil é a Engenharia Ambiental. Nessa especialidade, os engenheiros civis con­centram­se nas aplicações de vários métodos de proteção ambiental, tais como a purificação do ar, da água e do solo contaminados. O ob­jetivo é remediar locais e sistemas poluídos, bem como evitar a polui­ção causada por novos sistemas, assim como a continuidade da polui­ção emitida pelos sistemas existentes.

2.2. O Âmbito da Engenharia Civil

A Engenharia Civil é a segunda ciência de engenharia mais antiga da humanidade após a engenharia militar (http://whatiscivilengineering.csce.ca/civil1.htm). Ela desenvolveu­se muito e ampliou o alcance ao longo do tempo. Atualmente, a Engenharia Civil diversificou­se em vá­rias áreas de estudo. As principais áreas incluem: (1) engenharia de estruturas, (2) engenharia de construção, (3) engenharia geotécnica, (4) engenharia de transportes, (5) engenharia hidráulica, (6) engenharia de recursos hídricos, (7) engenharia de materiais, (8) levantamento de quantidade, (9) engenharia offshore, (10) engenharia costeira, (11) en­genharia ambiental, (12) engenharia urbana, (13) engenharia de con­trolo e (14) engenharia sísmica, sendo essas as especializações mais proeminentes (www.thecivilengg.com/Branches.php).

Os engenheiros civis são empregados por vários tipos de empresas, desde as pequenas startups concentradas em inovação até às grandes

© University of Deusto

Page 23: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

23

empresas que trabalham com grandes contratos. Uma vez que muitos projetos de Engenharia Civil envolvem a criação e a manutenção de in­fraestruturas nacionais (e, cada vez mais, regionais), o setor público é um dos grandes empregadores em muitos países africanos.

2.3. Tendências em Engenharia Civil

A literatura do setor alista as cinco principais tendências em Engenharia Civil em 2017 (Baker Baynes Ldt., 2017), nomeadamente:

1. Building Information Modelling (BIM).

2. Revoluções nas técnicas de recolha de dados, inclusive dados inte­grados (como drones e imagens térmicas).

3. Desenho sustentável.

4. Engenharia de recursos hídricos.

5. Novos materiais.

A utilização de novos materiais, materiais compostos e, principalmente, materiais locais é relevante para a abordagem da rápida urbanização do continente, destacando­se a importância da construção de baixo custo (Bredenoord, 2016). Outro enfoque contemporâneo é a melho­ria das capacidades dos materiais padronizados. Há um enfoque maior no controlo dos efeitos das catástrofes naturais, tais como inundações e terramotos, bem como a realização de estudos de impacto ambien­tal das novas construções. Um dos principais objetivos é evitar ciclos de catástrofes e controlar os impactos das alterações climáticas em África (De Ville de Goyet et al., 2006; EUMETSAT, 2012).

Uma especialização relativamente recente da Engenharia Civil em África é a Engenharia Ambiental. Esta especialização abrange a gestão de resíduos sólidos, a avaliação e a mitigação de impacto ambiental, o abastecimento e o tratamento de água, o tratamento de águas resi­duais e a gestão de poluição atmosférica, entre outras especializações.

Outra ênfase recente é a aplicação de programas de software especia­lizados no setor da Engenharia Civil como parte da preparação dos en­genheiros civis para as tarefas emergentes do século xxi.

© University of Deusto

Page 24: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

24

2.4. Carreiras em Engenharia Civil

A maioria dos jovens licenciados, com diploma de ensino superior em Engenharia Civil, encontra cargos para os recém­formados na profis­são no setor público que, inicialmente, demandam responsabilidade limitada. Conforme os jovens engenheiros provam que têm compe­tência, eles assumem níveis mais elevados de responsabilidade. Há um trabalho sobre as opções de carreira em Engenharia Civil disponível em Raouna (2017) e ASCE.

Em cada área da Engenharia Civil, há diferentes opções de carreira. Em alguns setores e empresas, a principal tarefa dos engenheiros licencia­dos é fazer o seguimento da construção da obra, atuando como os «olhos e ouvidos» dos engenheiros séniores. Noutras áreas, os enge­nheiros recém­formados executam os aspetos mais rotineiros de aná­lise, projeto e implementação. Os engenheiros experientes executam análises mais complexas, fazem o trabalho de planeamento e conce­ção, gerem projetos mais complexos, lideram equipas de engenharia ou prestam serviços de consultoria especializada.

O setor da Engenharia Civil geralmente divide­se em (1) consultores, (2) empreiteiros e (3) gestores de projetos. Normalmente, as opções de carreira para um licenciado em Engenharia Civil envolvem trabalhos de consultoria ou de empreitada. Geralmente é necessário ter um alto ní­vel de experiência profissional para atuar como gestor de projeto.

2.5. A Demanda por Licenciados em Engenharia Civil em África

A demanda por licenciados em Engenharia Civil em África está forte­mente ligada à evolução demográfica do continente, à rápida urbani­zação e à integração regional, resultando no aumento da demanda por projetos de construção. Sendo assim, a Engenharia Civil é uma das dis­ciplinas fundamentais do ensino superior africano, em função da de­manda crescente por licenciados em Engenharia Civil para trabalhar em projetos de construção nos setores público e privado (Construction Re­view Online, 2017).

A demanda tem duas dimensões: (1) quantitativa: evoluções demográ­ficas, urbanização e infraestruturas regionais; e (2) qualitativa: a ne­cessidade de se executar a construção sustentável, de preferência com materiais de construção locais, de reduzir a dependência do uso do ci­

© University of Deusto

Page 25: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

25

mento e as importações de aço, bem como a necessidade de se desen­volver tecnologias de construção com eficiência energética.

A população em África cresceu exponencialmente ao longo do último sé­culo e, de acordo com o Programa de Desenvolvimento das Nações Uni­das (PNUD), espera­se que continue a crescer. A Divisão de População do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU (UNDESA) projeta que haverá cerca de 2 mil milhões de habitantes na África Subsa­riana até 2050 (UNDESA, 2013, pp. xvi ff). «Em África, a população de­verá crescer até 1,8 mil milhões durante a segunda metade do século, um crescimento substancialmente maior que o do período anterior (2013­2050), com expectativa de 1,3 mil milhões. De 2050 a 2100, o aumento populacional da África superará o mundial.» (UNDESA, 2013, p. 1).

O crescimento populacional acompanha um processo de rápida urbani­zação, e acredita­se que as cidades da África crescerão. Em 2030, me­tade da população africana viverá em centros urbanos.

Taxa de dependência População (mil milhões)

Taxa de dependência População total Idade da população 0-24

Fonte: UNDESA (2013).

Figura 2.1Taxa de crescimento populacional nos países da África Subsariana

© University of Deusto

Page 26: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

26

De acordo com um relatório recente publicado pelo Programa das Na­ções Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU­Habitat, 2010), a população de algumas cidades crescerá em 85% nos próximos quinze anos. Cairo, a cidade mais populosa em 2010, crescerá em 23% com 13,5 milhões de pessoas. No entanto, em 2025, a população do Cairo terá ultrapassado a de Kinshasa (15 milhões) e a de Lagos (15,8 mi­lhões). A escassez de comida e água, a infraestrutura deficiente e a carência habitacional estão entre os problemas enfrentados pelos go­vernos durante esse rápido processo de urbanização. O progresso na resolução desses desafios se manifestará na queda da percentagem de moradores de favelas, que atualmente representam 70% dos habitan­tes dos centros urbanos.

Fonte: Relatório da ONU­HABITAT (2010)

Figura 2.2Crescimento projetado para as cidades africanas até 2050

Essa evolução demográfica representa um profundo e intenso impacto na energia, na água e no clima. As construções precisam crescer expo­

© University of Deusto

Page 27: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

27

nencialmente, tanto em qualidade quanto em qualidade, no setor pú­blico e no setor privado. É necessário oferecer serviços para atender às necessidades dos novos milhões de habitantes, inclusive habitação, me­lhoria de assentamentos informais, escolas, hospitais, creches, instala­ções sanitárias, centros de recreação, instalações desportivas, dentre outros. Serão necessários novos sistemas de gestão de recursos hídri­cos, centrais de produção de energia, abastecimento de água, gestão de resíduos, poços, barragens e instalações de dessalinização da água do mar, entre outros. O volume de construção aumentará para aco­modar um maior volume de tráfego e de transportes (estradas, pontes, caminhos de ferro e aeroportos), bem como para comportar mais edi­fícios industriais e escritórios, fábricas e instalações de produção, pro­cessamento e armazenamento.

A União Africana reconhece que as infraestruturas desempenham um papel fundamental para a redução da pobreza e para o crescimento económico. Assim, iniciativas como a PIDA (https://au.int/en/ie/pida) integram as novas estratégias da União Africana, com vista à melho­ria das infraestruturas, a nível regional, e fazem parte de novos esfor­ços estratégicos da União Africana, que incluem a a adoção de planos de infraestruturação específica em determinados países africanos. Por exemplo, mesmo países altamente desenvolvidos, como a África do Sul, apresentam áreas que com baixo nível de infraestruturação. Con­sequentemente, o governo sul­africano adotou um plano de infraestru­turação nacional em 2012, com o objetivo de transformar o panorama económico e, em paralelo, gerar um número significativo de novos postos de trabalho e reforçar a prestação de serviços básicos. O plano também apoia a integração das economias africanas. Por sua vez, a Etiópia adotou um Plano de Crescimento e Transformação, no qual a melhoria das infraestruturas em todas as regiões tem um papel central. Por isso, o Programa Multi Setorial de Capacitação em Engenharia e, o seu sucessor, o Programa de Ensino Orientado para o Mercado de Tra­balho, se transformaram em programas importantes de reforma do en­sino superior para formar os engenheiros e os técnicos necessários para o setor.

Os engenheiros civis africanos são formados em África ou no exterior em muitos sistemas de ensino superior diferentes. Em alguns países, a licenciatura tem um programa de quatro anos e, em outros, programa de cinco anos. Praticamente todos os países têm organismos regulado­res de acreditação para os programas de formação e registo profissio­nal dos engenheiros. Através dos organismos reguladores e associações

© University of Deusto

Page 28: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

28

profissionais, os engenheiros defendem seus interesses e participam em grandes projectos de construção.

Torna­se necessário que engenheiros formados em África sejam quali­ficados em gestão e competências empresariais, tecnologia de ponta, competências práticas e demais competências genéricas, de modo que possam criar pequenas empresas e assim atuarem no núcleo de em­preendimentos africanos de maior envergadura no setor da construção.

Muitos países começaram a reformular os seus programas curriculares de Engenharia Civil para que respondam melhor à demanda do mer­cado de trabalho. No entanto, o número de licenciados não preenche a lacuna existente, sendo necessário trazer engenheiros experientes de países estrangeiros.

2.6. O Ensino de Engenharia Civil em África

Com base em relatórios nacionais de membros do Grupo da Disciplina de Engenharia Civil, observou­se que a profissão é altamente regula­mentada nestes respetivos países. Por isso, os regulamentos, as normas e a garantia da qualidade são de grande interesse. A conformidade costuma ser monitorizada por conselhos ou ordens de engenharia devi­damente reconhecidos, que atuam de acordo com um quadro jurídico.

Geralmente, os engenheiros civis em África concluem a Licenciatura em Engenharia Civil em quatro ou cinco anos. Ao concluir a licencia­tura em Engenharia Civil, os licenciados normalmente contam com um diploma aceite pelo setor. Pois, a licenciatura em Engenharia Civil re­presenta o primeiro passo para a certificação profissional. Por sua vez, o diploma de licenciatura é certificado pela ordem profissional de cada país. Um engenheiro profissional registado ou licenciado pode prepa­rar, assinar, chancelar e apresentar projetos e plantas de engenharia para as autoridades públicas que aprovam ou autorizam obras de en­genharia para clientes públicos e privados.

As ordens e conselhos de engenharia desempenham um papel im­portante para manter os padrões éticos da profissão. Mesmo em lo­calidades onde a certificação tem pouco ou nenhum aparato legal no trabalho, os engenheiros estão sujeitos à legislação contratual. Quando o trabalho do engenheiro apresenta falhas, o/a profissional pode ter que responder por negligência e, em casos extremos, a uma

© University of Deusto

Page 29: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

29

acusação de negligência criminosa. O trabalho do engenheiro tam­bém deve respeitar diversas regras e regulamentos, tais como os có­digos de construção e a legislação de direito ambiental em vigor em países diferentes.

Muitas reformas do ensino de Engenharia Civil em África têm o obje­tivo de oferecer uma formação abrangente, ou seja, com as competên­cias capazes de habilitar os licenciados para o mercado de engenharia e de arquitetura, de forma que os estudantes contribuam efetivamente para o profissão e a sociedade, estando preparados para estudos avan­çados e para a aprendizagem ao longo da vida, aptos a realizar inves­tigações, a trabalhar com outras disciplinas académicas em equipas in­terdisciplinares e garantir que contribuam para a criação de áreas de excelência. As reformas incorporam a transferência de tecnologia e es­tágios práticos que alinhem a formação académica em Engenharia Ci­vil com as demandas do mercado de trabalho, logo, mais adaptadas para a sociedade. No entanto, em muitos países, essas reformas devem superar várias dificuldades e obstáculos. Muitas universidades não dis­põem de infraestruturas modernas de ensino e de investigação, nem de laboratórios, salas de aula, salões de conferência, escritórios para os professores, ateliers bem equipados e mantidos, instalações de lazer, bibliotecas e estúdios para trabalho prático. Dentre outras carências, há a indisponibilidade de laboratórios de informática e de software edu­cacional, assim como do acesso à internet e endereços de e­mail para funcionários e estudantes.

A disponibilização de programas de pós­graduação e de recursos de in­vestigação também é limitada.

2.7. Programas de Engenharia Civil

As subáreas importantes no campo da engenharia civil incluem: (1) en­genharia de construção, (2) engenharia de transportes, (3) engenharia de solos e fundações, (4) engenharia geotécnica, (5) engenharia geo­désica e hidráulica e (6) engenharia de estruturas.

A diversidade no âmbito e no conteúdo dos programas de Engenharia Civil é complementada pela diversidade de outras variáveis. As caracte­rísticas dos perfis de licenciatura variam quanto ao tipo, duração e es­trutura dos programas, trimestres e semestres, créditos, registo profis­sional e empregabilidade.

© University of Deusto

Page 30: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

30

Tabela 2.1Perfil da licenciatura em Engenharia Civil das universidades participantes

EstudoPrograma

(Normalmente 1ª licenciatura)

Duração do

programa de estudo

Estrutura do

programa de estudo

Trimestres/semestreAnos de crédito

(no total)

Registo profissional após a graduação

Arg

élia

Licença 3 anosUnidadesde Ensino

2 semestres/ano(6 semestres)

60 (180)

(Profissional l icen­ciado: sim, licencia­tura académica + mestrado)

Mestrado 2 anosUnidadesde Ensino

2 semestres/ano(4 semestres)

60 (120)Profissional registado, mestrado académico, mestrado profissional

Bots

ua­

na BEng CE 5 anos Cursos9 semestres +1 sem. com formação prática e industrial

30 (150)Sim, formação adicio­nal necessária para vi­rar profissional

Cam

a­rõ

es MEng CE 5 anosUnidadesde Ensino

10 semestres 300Sim, directamente considerado como en­genheiro

RDC

MEng CE 5 anos Módulos 10 semestresCa.36(180)

Sim, directamente empregável

Etió

pia

BSc CE 5 anos Módulos9 semestres +1 sem. com formação prática e industrial

161 (min33 créditos por ano)

Sim, directamente empregável

Qué

nia BEng C e

engenhariaestrutural

5 anos Cursos10 semestres (+ 36 se­manas de estágio du­rante as férias)

232 unidades

Sim,formação adicional no emprego necessária para virar profissional

Nig

éria

BEng CE 5 anos Cursos9 semestres +1 sem. com formação prática e industrial

165(mínimo de 30 créditos por ano)

Sim,formação adicional no emprego necessária para virar profissional

Áfr

ica

doSu

l

BEng CE 4 anos Módulos 8 semestres 150

Sim,formação adicional necessária para virar profissional

Áfr

ica

doSu

l

BEng CE 5 anos Cursos 10 semestres 208

Sim,experiência profissio­nal adicional é neces­sária

Tanz

ânia

BSc CE 4 anos Cursos8 semestres + 24 se­manas de formação in­dustrial

146 unidades

(mínimo de 30 por ano)

Sim,formação adicional no emprego necessária para virar profissional

© University of Deusto

Page 31: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

31

Na Tabela 2.1 encontram­se alistados os perfis de licenciatura de dez universidades que fazem parte do projeto­piloto de harmonização do Tuning África em Engenharia Civil. Esses perfis refletem a diversidade estrutural dos programas académicos.

Conforme descrito acima, a Engenharia Civil é um programa de estudo altamente regulamentado, no qual muitas partes interessadas desem­penham papéis fundamentais. As agências estatais, bem como as as­sociações profissionais e as associações lobistas de setores industriais regulam ou influenciam as normas e o acesso às carreiras profissionais. Uma reforma eficiente do programa académico, portanto, deve ser coordenada com essas agências e associações. Essa complexidade na coordenação da reforma curricular em Engenharia Civil torna­a ligeira­mente mais difícil do que a reforma dos programas puramente acadé­micos.

O projecto­piloto para o ensino superior do Tuning África é uma opor­tunidade para a África harmonizar os programas curriculares de enge­nharia, com vista à formação de recursos humanos competentes em quantidade e qualidade suficientes para assegurar o futuro nacional e transnacional das empresas africanas com pessoal adequado. Ou­tra vantagem apresentada pelo Tuning África é atuar como um veículo de promoção da reforma dos programas curriculares em todo o conti­nente, bem como para reconhecer e acomodar as diferentes partes in­teressadas de cada país, que precisam ser informadas e envolvidas para obter a eficiência máxima quando os licenciados dos programas de En­genharia Civil atuarem como profissionais. Sem dúvida, o processo de reforma será complexo, mas essa complexidade não deve pôr em causa esse desiderato.

Abaixo listamos as partes interessadas na disciplina de Engenharia Civil dos dez países diferentes.

© University of Deusto

Page 32: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

32

Tabela 2.2A diversidade das partes interessadas da disciplina de Engenharia Civil

no ensino superior africano

País Partes interessadas

(1)Argélia

Association des Ingénieurs de Génie Civil

Centre National de Recherche Appliquée en Genie Parasismique (CGS)

Ecole Nationale Supérieure des Travaux Publics

Facultés de Génie de la Construction (30 Faculdades)

Ministério do Planeamento Territorial

Ministério para a Água

Ministério do Habitat

Ministério do Ensino Superior e da Investigação

Ministério do Meio Ambiente

Ministério da Habitação e dos Equipamentos Públicos

Ministério do Urbanismo

Ministério de Obras Públicas

Ministério dos Transportes

Ordem dos Arquitectos

Órgão Nacional do Controle Técnico e da Construção (CTC)

(2)Botsuana

Association of Consulting Engineers

Botswana Bureau of Standards

Botswana Institution of Engineers

Botswana International University of Science and Technology

Engineers Registration Board

Faculty of Engineering and Technology, University of Botswana

Ministério da Educação

Ministério da Ciência e Tecnologia

Ministério de Obras

Grémio Estudantil de Engenharia

(3)Camarões

Escolas de Engenharia

Ministério da Educação

Ministry of Public Works

Association of Civil Engineers

© University of Deusto

Page 33: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

33

País Partes interessadas

(4)República

Democrática do Congo

Association Congolaise des Diplomes (Alumni)

Association des Anciens de l’Université de Liège

Association des Femmes Ingénieurs du Congo

Bureau d’Accréditation des Ingénieurs Civils

Bureau Technique de Contrôle Commission Permanente des Etu­des Conseil d’Administration des Instituts Supérieurs Techniques

Faculdades Politécnicas (Université de Kinshasa, Université de Lu­bumbashi, Université de Pays des Grands Lacs)

Federation des Batisseurs du Congo

Federation des Entreprises Congo

L’Institut National des Batiments des Travaux Publics

Ministério da Investigação Científica e da Tecnologia

Ministério da Energia e da Água

Ministério do Ensino Superior e Universitário

Ministério do Habitat e do Urbanismo

Ministério do Transporte

Ministério de Minas

Ministério de Obras Públicas e Planeamento Territorial

Office Congolais de Contrôle de Qualité

L’Office National de Transport

Ordem dos Arquitetos do Congo

Service Publique des Voiries et Routes

Société Générale des Carrières et des Mines

La Société Nationale des Chemins de Fer

© University of Deusto

Page 34: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

34

País Partes interessadas

(5)Etiópia

Adama University of Science and Technology

Addis Ababa Institute of Technology (AAiT) da Addis Ababa Uni­versity

Association of Construction Technology and Management As­sociation of Ethiopian Architects Consultant and Practicing Engi­neers

Engineering Capacity Building Programme (ECBP) ­ Programa Bila­teral Etíope­Alemão de Reforma do Programa

Ethiopian Institute of Architecture, Building Construction and City

Ethiopian Railway Authority

Ethiopian Roads Authority

Ethiopian Society of Engineers

Ethiopian Society of Water Resource

Development (EiABC) da Addis Ababa University

Gondar University

Haramaya University

Hawassa University

Higher Education Relevance and Quality Agency (HERQA) Higher Education Strategy Centre (HESC)

Jimma University (JU)

Mekelle Institute of Technology (M­EiT) ­ Mekelle University

Ministério da Educação

Ministério da Habitação

Ministério da Ciência e Tecnologia

Ministério de Desenvolvimento Urbano e Construção

Ministério de Água e Energia

Ministério do Saneamento

Student Council

Engineering Capacity Building Programme (ECBP) ­ Programa Bila­teral Etíope­Alemão de Reforma do Programa

© University of Deusto

Page 35: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

35

País Partes interessadas

(6)Quénia

Association of Construction Engineers

Commission of Higher Education

Engineers Registration Board

Institution of Engineers of Kenya

Inter­University Council of East Africa (IUCEA; 6 universidades com escolas de engenharia)

Kenya Bureau of Standards

Kenya Industrial Research and Development Institute

Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia

Ministério da Habitação

Ministério do Governo Local

Ministério das Obras Públicas

Ministério de Estradas

Ministério da Água

Empresas estatais controladas pelos ministérios listados

Technology Students Association

(7)Nigéria

Association of Consulting Engineers

Association of Professional Bodies

Council for the Regulation of Engineering

Escolas de Engenharia

Ministério da Educação

Ministério de Obras

National Association of Engineering Students

National Universities Commission

Nigerian Society of Engineers

Standards Organization of Nigeria

© University of Deusto

Page 36: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

36

País Partes interessadas

(8)África do Sul

Association of Schools of Construction of Southern Africa (ASO­CSA)Construction Industry Development BoardCouncil for Science and Industrial Research (CSIR)Council for the Built Environment (CBE)Council on Higher Education (CHE)Durban University of Technology (DUT)Engineering Council of South Africa (ECSA, ordem estatutária res­ponsável, dentro outros, pelo registo profissional de engenheiros profissionais e credenciamento de programas académicos de en­genharia das universidades da África do Sul)Ministério do Meio AmbienteMinistério do Ensino superiorMinistério do Assentamento HumanoMinistério do Governo Local e ProvincialMinistério das Obras PúblicasMinistério da Ciência e TecnologiaMinistério dos TransportesMinistério dos Recursos HídricosNational Housing Builders Registration Council (NHBRC)Nelson Mandela Metropolitan University (NMMU)South African Association for Consulting Engineers (SAACE) South African Black Technical e Allied Career Organisation (SABTACO)South African Bureau of Standards (SABS)South African Federation for Civil and Electrical Contractors ( SAFCEC)South African Institute for Civil Engineers (SAICE)South African Quality Authority (SAQA)Southern African Regional University Association (SARUA)Stellenbosch UniversityTshwane University of Technology (TUT)University of Cape Town (UCT)University of Johannesburg (UJ)University of KwaZulu­Natal (UKZN)University of Pretoria (UP)University of the North West( UNW)University of Witwatersrand (Wits)Walter Sisulu University, East London

© University of Deusto

Page 37: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

37

País Partes interessadas

(9)África do

Sul

College of Engineering and Architecture, University of Juba Engi­neering Council of South Sudan (ECOSS)

Engineering Sciences Committee

Ministério de Barragens e Electricidade

Ministério da Energia e Minas

Ministério do Ensino Geral

Ministério do Ensino Superior, da Ciência e da Tecnologia

Ministério da Habitação e das Infraestruturas

Ministério do Planeamento das Infraestruturas

Ministério do Serviço público e do Trabalho

Ministério de Estradas e Pontes

Ministério dos Transportes

Ministério dos Recursos Hídricos e Irrigação South Sudan Enginee­ring Society (SSES)

Technical and Technological Studies Committee Vocational Training Centre

(10)Tanzânia

Association of Consulting Engineers

Commission for Science and Technology

Contractors Registration Board

Engineers Registration Board

Institution of Engineers Tanzania

Inter University Council of East Africa (IUCEA)

Ministério da Educação e da Formação Profissional

Ministério da Energia e Mineração

Ministério da Gestão Pública

Ministério dos Transportes

Ministério dos Recursos Hídricos

Ministério de Obras

National Accreditation Council for Technical Education

Planning Commission

Sete universidades de engenharia

Tanzania Bureau of Standards (TBS)

Tanzania Commission of Universities

© University of Deusto

Page 38: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

38

2.8. Reflexões Gerais sobre a Reforma Curricular em Engenharia Civil

A concorrência global, a evolução tecnológica e a ação económica in­ternacional mudaram drasticamente as necessidades das sociedades modernas. Essas mudanças impuseram novas exigências para a profis­são de engenheiro civil, a qual mudou consideravelmente. Durante as últimas décadas, as mudanças ocorreram principalmente devido (1) aos desenvolvimentos em TIC, (2) ao desenvolvimento de novos materiais e tecnologias, e (3) ao crescente envolvimento dos engenheiros em acti­vidades como o planeamento, administração e gestão. Esses fatores le­varam à diversificação da atuação da engenharia civil e criaram perfis que a diferencia dos programas académicos tradicionais, que se con­centram em estruturas geotécnicas, transportes, saneamento, recursos hídricos, construção civil e meio ambiente.

Os principais desafios da reforma curricular da disciplina de Engenha­ria Civil em África incluem desafios oriundos da evolução tecnológica em curso, as mudanças na demanda do mercado de trabalho por várias habilidades, bem como o impacto da crise económica. As reformas cur­riculares procuram, portanto, fazer frente a esses desafios. As reformas deverão contribuir para os objetivos de desenvolvimento nacional para que as economias nacionais sejam mais eficientes, mais competitivas e respondam melhor às necessidades regionais, nacionais e locais.

A nível institucional, as reformas nos programas curriculares de Enge­nharia Civil enfrentam os seguintes desafios:

• Criação de uma plataforma de diálogo entre as diferentes partes in­teressadas, buscar um entendimento comum dos objetivos e tra­balhar para alcançar esse mesmo objetivo.

• Superar a actual desconexão entre a reforma do ensino superior, o desenvolvimento do programa curricular e o ensino.

• Reforçar a integração dos meta­perfis nos programas de Engenharia Ci­vil, garantindo uma discussão eficaz dentro dos departamentos de En­genharia Civil e que inclua outros departamentos, conforme apropriado.

• Coordenar os cursos comuns fornecidos pelas escolas de engenharia que afetem outros departamentos e sincronizá­los com a metodolo­gia do Tuning África.

© University of Deusto

Page 39: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

39

• Incluir a metodologia do Tuning e os resultados como parte das revi­sões departamentais formais, que ocorrem a cada 4 a 5 anos.

2.9 . Reforma dos Programas Curriculares de Engenharia Civil nos Países Participantes

Alguns países estão a promover a reforma curricular e a moderniza­ção – principalmente, em Engenharia e Ciências – como parte das es­tratégias de desenvolvimento nacional.

A Etiópia é um dos países que lidera essa reforma. O Programa de De­senvolvimento de Capacitação em Engenharia é um programa de refor­mas entre setores que tem, como objetivo, a ampliação e a reforma do ensino superior em Engenharia e Ciências. Setenta por cento das ma­trículas deveriam ser direcionadas para a Engenharia e Ciências e trinta por cento para as Ciências Humanas e Sociais (70:30). Um componente da reforma do programa curricular é a integração de um programa de estágio qualificado e o desenvolvimento de um programa curricular co­laborativo juntamente com as partes interessadas do sector (inclusive empregadores públicos e privados, bem como peritos internacionais). A Engenharia Civil é um dos principais programas da Etiópia com a ex­pectativa de formar os licenciados necessários para impulsionar a in­dústria da construção civil e de grandes projetos nacionais de infraes­trutura nesse país.

Na África do Sul, a ênfase na formação em Engenharia será comple­mentada por outras competências importantes. Por exemplo: profissio­nais, operadores, planificadores, topógrafos, promotores de projetos, peritos financeiros, peritos em sistemas, entre outros. Houve progres­sos na formação em Engenharia e nas taxas de matrícula (2008­2010). Agora, a África do Sul pretende resolver a lacuna na aprendizagem do Estágio Dois que envolve a aprendizagem com mentores no local de trabalho para alcançar as designações profissionais.

Na África do Sul, a estagnação no número de novos estudantes em programas de Engenharia Civil, nos últimos três anos, sugere que a «capacidade económica» para formação de profissionais foi alcançada. O número crescente de matriculados exigirá mais financiamento e mais postos de trabalho. Para tanto, a África do Sul está a desenvolver um plano integrado de habilitações para os próximos 20 anos para a South African Institution of Civil Engineering (SAICE), com base na demanda

© University of Deusto

Page 40: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

40

e na oferta de cargos na indústria de construção atual e nos projetos de construção concebidos no país. Este plano será usado para informar as faculdades, as universidades e as escolas profissionais do país e ga­rantirá a transição dos profissionais de construção para a próxima fase. Cursos de formação voltados para projetos, que são ministrados em módulos e que repetidos ao longo do ano, melhorarão a capacidade e a padronização na implementação de projetos entre os membros do SAICE International Panel (SIPs). Outra estratégia para enfrentar os de­safios é desenvolver e compartilhar um grupo de habilitações escassas entre as entidades públicas (SAICE, 2011).

Botsuana também iniciou esforços para atualizar e expandir os recursos humanos e a futura força de trabalho em Engenharia. Essas reformas baseiam­se na necessidade de diversificar a economia, que depende muito dos recursos naturais, especialmente os diamantes. A criação do Botswana International University of Science and Technology é um ele­mento estratégico da reforma atual.

A Argélia lançou uma estratégia para reforçar os laços da engenharia e das ciências com a indústria, a fim de melhorar a empregabilidade dos licenciados e fomentar o empreendedorismo e a transferência de tec­nologia. A criação de centros de inovação está no centro desta estraté­gia.

O ensino de engenharia civil aumentou muito no Quênia na última década, com mais de dez universidades que propõem esta disciplina, contra apenas quatro há dez anos atrás. A matrícula aumentou pelo menos cinco vezes ao longo do período. Os novos programas devem seguir um processo rigoroso de acreditação. Contudo os mais antigos deverão ser auditados regularmente para poderem estar em confor­midade com os estatutos do Engineers Board of Kenya. Ironicamente, a regulamentação restrita exigida pelo processo de acreditação repre­senta um obstáculo para a metodologia da reforma dos currículos e continuará a ser tema de debate no futuro.

O Sudão do Sul concentrou os esforços pós­conflito na reforma do en­sino superior em ciência e tecnologia para formar os profissionais qua­lificados e necessários para reconstruir o país e para impulsionar a eco­nomia. As atividades do setor da construção, entre outros objectivos, destinam­se a integrar as regiões do Sudão do Sul.

© University of Deusto

Page 41: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

41

Capítulo 3

Competências Gerais e Definições: uma Perspetiva Temática

Ragaa T. M. Abdelhakim

3.1. Contexto

Um dos desenvolvimentos atuais mais importantes do ensino superior e, especificamente, do ensino de Engenharia Civil é a aprendizagem impulsionada pelas competências. O tema vem ganhando importân­cia em função das recentes necessidades do mercado de trabalho, ga­nhando destaque e grande atenção no Projeto Tuning África. Os licen­ciados em Engenharia Civil, oriundos de sistemas educacionais ou de países diferentes, candidatam­se a empregos nos quais podem aplicar o seu conhecimento e as suas competências adquiridas na universi­dade. Trata­se de um processo que deveria afetarr licenciados hetero­géneos a empregos heterogéneos. Se esta afetação não for ideal, será necessário proporcionar formação adicional e experiência de trabalho para melhorar ou ajustar as competências adquiridas durante a forma­ção académica (Heijke, 2003). Para que um licenciado esteja mais pre­parado para o mercado, sem a necessidade de receber mais formação no trabalho, o Projeto Tuning concentrou­se no desenvolvimento das competências necessárias e na obtenção dos resultados de aprendiza­gem associados a elas.

3.2. O Que é uma Competência?

Entende­se por competência a habilidade de uma pessoa ou a capa­cidade desta de executar um trabalho. Esse conceito foi criado na dé­

© University of Deusto

Page 42: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

42

cada de 1970, pela empresa norte­americana McBer, para identificar as características pessoais específicas que levam a um desempenho eficaz ou superior (Management study guide, 2015). Uma segunda definição de competência, também consistente, é discutida no Capí­tulo 3.

Portanto, o que significam as competências exatamente?

1. Todo o trabalho exige um conjunto específico de competências para que seja realizado de forma eficiente, logo, os indivíduos que executam esse trabalho precisam receber formação nessas compe­tências. Um dos aspetos interessantes desse conceito e que merece ser citado é que não se limita àquilo que uma pessoa pode fazer, mas também inclui o que uma pessoa pode aprender. Esta aborda­gem torna este conceito bastante popular entre os formadores e es­pecialistas em recrutamento.

2. Com indicadores comportamentais específicos, as competências fa­cilitam a demonstração de habilidades e comportamentos adequa­dos; não se tratando de um conjunto de tarefas executadas auto­maticamente e nem tão pouco uma capacidade subjacente que nunca é colocada em prática.

3. As competências também incluem a motivação e o autoconheci­mento, o desejo e a vontade de demonstrar um desempenho efi­caz.

Então, com esta base teórica, uma competência pode ser definida como:

1. Um conjunto de comportamentos de desempenho individual, que são observáveis, mensuráveis e críticos para o sucesso individual e o desempenho da empresa.

2. As características individuais de uma pessoa que resultam em de­sempenho eficaz e superior de um trabalho.

A competência inclui os seguintes elementos (Management study guide, 2015).

© University of Deusto

Page 43: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

43

Figura 3.1Elementos que formam a competência

As competências são classificadas como genéricas e específicas da dis­ciplina. As competências genéricas podem ser definidas como sendo habilidades não­técnicas importantes e capacidades de trabalho ­ habi­lidades e competências transferíveis, pois as pessoas podem aprender e desenvolver de maneiras diferentes e em vários ambientes de aprendi­zagem. Também podem ser definidas como as habilidades e capacida­des que podem ser utilizadas em novas situações.

3.3. Definição de Competências Genéricas para África

O projeto começou no final de 2011. Uma das primeiras tarefas exe­cutadas foi a definição das competências genéricas para África. Cada Grupo da Disciplina, ou SAG (Ciências Agrárias, Engenharia Civil, Enge­

© University of Deusto

Page 44: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

44

nharia Mecânica, Medicina e Formação de Professores) foi encarregado de preparar uma lista das competências genéricas relevantes para esse trabalho. Como ponto de partida para a preparação da lista, o grupo recebeu uma lista com trinta e uma competências genéricas identifi­cadas na Europa (http://tuning.unideusto.org/tuningeu/), vinte e sete competências genéricas identificadas na América Latina (http://www.tuningal.org), trinta competências genéricas identificadas na Rússia (http://www.tuningrussia.org) e várias contribuições dos diferentes par­ticipantes do projeto.

Na primeira Assembleia Geral do Projeto, realizada em Yaoundé, em Camarões, em Janeiro de 2012, cinco Grupos de Disciplina (SAGs, na sigla em inglês) trabalharam para discutir uma proposta para as com­petências genéricas. Os cinco grupos apresentaram a compilação das competências genéricas em versão preliminar e os cinco coordenadores elaboraram uma lista final. No último dia da reunião, os participantes decidiram, numa sessão plenária, apresentar uma lista definitiva com dezoito competências genéricas, conforme exposto abaixo (Onana et al., 2014):

Lista de competências genéricas

1. Capacidade de síntese, análise e raciocínio conceptual.

2. Profissionalismo, valores éticos e comprometimento com Ubuntu (respeito pelo bem­estar e pela dignidade dos seres humanos).

3. Capacidade de avaliação crítica e autoconsciência.

4. Capacidade de transformar os conhecimentos em prática.

5. Tomada de decisão objetiva e resolução prática e económica dos problemas.

6. Capacidade de usar tecnologias inovadoras e adequadas.

7. Capacidade de comunicação eficaz na língua local e na oficial ou nacional.

8. Capacidade de aprender e capacidade de aprendizagem ao longo da vida.

© University of Deusto

Page 45: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

45

9. Flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de antecipar e reagir a novas situações.

10. Capacidade de pensamento criativo e inovador.

11. Capacidade de liderança, gestão e trabalho em equipa.

12. Comunicação e relacionamento interpessoal.

13. Consciência ambiental e económica.

14. Capacidade de trabalhar num contexto intra e intercultural e/ou internacional.

15. Capacidade de trabalhar de forma independente.

16. Capacidade de avaliar, rever e melhorar a qualidade.

17. Auto­confiança, espírito empreendedor e habilidades.

18. Comprometimento com a preservação do património cultural e da identidade africanos.

Uma comparação entre as listas criadas pelo projecto europeu, pelo projecto latino­americano e pelo projecto africano mostra um alto grau de similaridade entre as principais competências gerais. Os três proje­tos também mostraram muitas competências convergentes, que são fa­cilmente comparáveis. Muitas outras competências da lista europeia e latino­americana foram reagrupadas e redefinidas como competência pelo projecto africano. Por fim, o projecto africano incorpora uma com­petência específica, que é exclusiva à lista africana: «Profissionalismo, valores éticos e comprometimento com Ubuntu (respeito pelo bem­es­tar e pela dignidade dos seres humanos)».

3.4. Metodologia do Processo de Consulta

Parte importante da Metodologia Tuning consiste em envolver as par­tes­chaves interessadas na definição das práticas atuais e ideais para a conceção do programa curricular. Isto é feito através de uma consulta em larga escala, com questionários para compilar as opiniões de do­centes, estudantes e empregadores, no tocante à pertinência das com­

© University of Deusto

Page 46: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

46

petências genéricas e específicas da disciplina, bem como para perce­ber como se ministra a formação na Universidade actualmente.

Assim como em outros projectos Tuning, os participantes do Grupo da Disciplina (SAG) decidiram usar um sistema de amostragem por agru­pamento, pois, as pessoas inquiridas já estão agrupadas nas próprias universidades. Esta decisão reconhece que os entrevistados não são es­tritamente independentes uns dos outros, de modo que o resultado dessa amostragem não pode ser considerado aleatório. Em paralelo, cada universidade tem o seu grau de agrupamento, a nível nacional.

Deve­se ressaltar que a consulta não é uma sondagem cujos resulta­dos podem ser imediatamente transpostos na forma de receitas para melhorar o ensino superior. Pelo contrário, trata­se de uma ferramenta para auxiliar o Grupo da Disciplina (SAG) na perceção da eficácia dos programas de ensino superior e para ajudar a formular indicações úteis para o desenvolvimento futuro.

Variáveis

Os participantes decidiram consultar os inquiridos seguindo duas variá­veis, nomeadamente:

• O grau de importância, ou seja, qual a relevância de cada competên­cia para o emprego dos licenciados na disciplina.

• O nível de obtenção, ou seja, o quão bem cada competência é al­cançada em decorrência de ter seguido o programa da universidade.

Para avaliar essas duas variáveis, o entrevistador do levantamento usou uma escala de quatro pontos: 1 = «nenhum»; 2 = «fraco»; 3 = «mode­rado»; 4 = «forte».

Assim, determinou­se as médias que indicam as classificações dos qua­tro grupos de partes interessadas consultadas, tanto em relação à im­portância, como ao nível de obtenção das competências genéricas e es­pecíficas da disciplina.

Além disso, os entrevistados completaram um exercício de classifica­ção, no qual indicaram quais são as cinco competências que conside­ram mais importantes. Criou­se uma nova variável para cada compe­

© University of Deusto

Page 47: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

47

tência, com base na categorização das competências mais importantes, segundo docentes, licenciados, estudantes e empregadores. Para cada entrevistado, a competência com classificação mais elevada recebeu cinco pontos; a segunda, quatro pontos, e assim por diante, de modo que a última competência na lista das cinco selecionadas recebeu um ponto. A competência que não ficou classificada dentre as cinco mais importantes, recebeu zero pontos.

O processo de consulta

Após a definição das variáveis, acordou­se sobre quais as categorias e quantas pessoas seriam consultadas:

• Académicos: Professores universitários que lecionam numa das áreas temáticas do projeto. Pediu­se que cada universidade consultasse, pelo menos, 30 académicos na disciplina em que a universidade par­ticipava da amostra.

• Licenciados: Pessoas que completaram a licenciatura em qualquer uma das áreas do projeto e receberam o diploma correspondente. Pediu­se que cada universidade participante entrevistasse, pelo me­nos, 30 licenciados da disciplina participante. Os licenciados selecio­nados deviam ter obtido o diploma de licenciatura, três a cinco anos, antes da data do levantamento. Este critério dependia do número de licenciados já com o diploma durante esse período. Se o número de licenciados fosse pequeno (abaixo de um número específico), a amostra devia incluir os graduados dos cinco anos anteriores. Se o número de licenciados superasse o número especificado, a amostra seria limitada aos três anos anteriores.

• Estudantes: Pessoas que estavam a frequentar o curso nos últimos dois anos de uma primeira licenciatura, em qualquer área do projeto, nas universidades participantes, ou que ainda aguardavam a formação, apesar de terem concluído os estudos. Pediu­se que cada universidade consultasse, pelo menos, 30 estudantes da disciplina participante.

• Empregadores: Pessoas ou organizações que empregaram os licen­ciados da universidade ou pessoas ou organizações que, embora não haja nenhuma evidência de que contrataram os licenciados da uni­versidade, tenham cargos de interesse para os licenciados. Pediu­se que cada universidade entrevistasse, pelo menos, 30 empregadores de licenciados na área participante.

© University of Deusto

Page 48: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

48

Várias alternativas foram propostas para a realização do levantamento. Cada universidade podia usar o formulário ou os formulários que consi­derasse mais adequado(s), a depender das características institucionais e dos grupos inquiridos. Os sistemas propostos foram (1) um levanta­mento online ou (2) uma reunião presencial explicativa, acompanhada pela administração, sobre o questionário do levantamento.

O levantamento foi realizado em Março e Abril de 2012, predominan­temente por meio do sistema online, resultando num número muito significativo de levantamentos concluídos. Nos trinta e três países afri­canos participantes, mais de 4.300 questionários foram completados. A informação foi analisada por Jon Paul Laka, estatístico da Universidad de Deusto, que preparou tabelas, gráficos e análises das informações fornecidas pelos grupos, algumas foram apresentadas a seguir.

Análise dos resultados

Os dados e os resultados obtidos com os levantamentos possibilitaram três níveis de análise: (1) A análise geral apresenta os resultados do le­vantamento com académicos, licenciados, estudantes e empregadores em toda África. (2) A análise por disciplina mostra as opiniões desses quatro grupos em relação a cada disciplina participante. (3) Os resulta­dos das análises dos levantamentos de cada instituição foram­lhes en­viados para análise e utilização.

Os resultados mostraram altos índices de correlação entre os quatro grupos consultados (académicos, licenciados, estudantes e empregado­res) no que se refere às dezoito competências genéricas, em termos de importância e de nível de obtenção. Todos os quatro grupos inquiridos avaliaram as dezoito competências como importantes, pontuando­as com mais de 3 pontos, numa escala em que 3 é equivalente a «mode­rado» e 4 é «forte».

As pontuações comparativamente inferiores que os entrevistados atri­buíram ao nível de obtenção indicaram um nível severo de criticismo e a exigência de melhor qualidade. É importante salientar que o grupo dos académicos foi o mais crítico sobre isso, enquanto os estudantes são mais otimistas.

Uma análise completa dos resultados do processo de consulta está dis­ponível em Teklemariam et al., 2014.

© University of Deusto

Page 49: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

49

Capítulo 4

Identificação das Competências Específicas da Disciplina

Tadesse Ayalew

Desde o início dos anos 1990, o ensino de Engenharia enfrentou uma mudança significativa de paradigma; anteriormente, apresentava con­tribuições, conteúdo e processo de orientação e passou a ser um sis­tema baseado em resultados educacionais. Neste âmbito, o relatório da American Society for Engineering Education (ASEE) de 1994, intitu­lado «Engineering Education for a Changing World» e o documento de 1996 intitulado «Changing the Culture: Engineering Education into the Future» representaram uma contribuição importante no contexto das drásticas mudanças sociais, económicas e tecnológicas (Walther e Radcliffe, 2007).

Tais sistemas de resultados educacionais trouxeram duas mudanças fundamentais para o ensino da Engenharia.

1. O desenvolvimento de uma abordagem centrada em resultados mudou o princípio da instrução do ensino de Engenharia. Mais es­pecificamente, os atributos aspiracionais postulados nos respetivos relatórios foram transformados em resultados do processo educa­cional.

2. O escopo do ensino foi ampliado para abranger os aspetos mais amplos da prática de engenharia, como a consciência cultural, so­cial e um compromisso claro para a preparação dos estudantes para a prática profissional atual.

© University of Deusto

Page 50: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

50

Esta tendência de reivindicar a importância da preparação dos estudan­tes para a prática profissional também foi confirmada por Lemaitre et al. (2006), que manifestou a opinião de que a preparação dos estudantes para a competência profissional sempre foi o objetivo final dos programas curriculares de Engenharia». Este fenómeno leva ao surgimento da apren­dizagem impulsionada pelas competências no campo da En genharia.

Tabela 4.1Causas subjacentes ao dilema da competência no ensino de engenharia

Questões subjacentes

O que pode ser alcançado

• Nutrição • Construção do Conhecimento

vs.vs.

NaturezaFormação de atitudes

Conflito de objetivo

• Educação geral

• Ética• Amplitude técnica• Diferentes níveis de compe­

tências conflituosas• Competências genéricas

vs.

vs.vs.vs.

vs.

Preparação para as tarefas específicas do trabalhoDesempenhoProfundidade técnicaCertos níveis de competên­cias requeridasDesempenho específico

Fonte: Walther e Radcliffe, 2007.

No entanto, vários autores indicam que o ensino de Engenharia ainda carece do objetivo de preparar os estudantes adequadamente para a prática profissional. Por exemplo, o Business Council of Australia (BCA, 2006) indica que os licenciados em engenharia apresentam deficiências em relação às habilidades fundamentais para o trabalho, como a «re­solução de problemas, a comunicação ou o empreendedorismo». Nos EUA, por outro lado, observou­se que «muitos estudantes licenciados ingressam na força de trabalho mal preparados para as interações com­plexas dos sistemas de engenharia do mundo real».

Como indicado na Figura 4.1, acima, o sector de construção requer li­cenciados com preparação mais completa para as tarefas da engenha­ria no mundo real do que as universidades tradicionalmente o fazem. Em contrapartida, «grande parte dos esforços no ensino e na apren­dizagem dentro das universidades está ainda centrada no desenvolvi­mento das competências observáveis e na dimensão do conhecimento» (Radcliffe, 2005), em vez de desenvolver os atributos menos fáceis de se observar que são exigidos pela indústria. Esta desconexão mostra

© University of Deusto

Page 51: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

51

que a atual aplicação da abordagem centrada em resultados no ensino da engenharia ainda não consegue preparar totalmente os estudantes para as demandas dinâmicas da prática profissional. E os aspetos mais amplos da competência ainda não foram incorporados na prática do ensino de forma mais abrangente.

4.1. Definição de Competência

As competências são definidas como conhecimento, habilidades, capa­cidades, atitudes e outras características que permitem que uma pessoa atue eficientemente em situações complexas e incertas, tais como no trabalho profissional, na participação cívica e na vida pessoal. Nesta de­finição, o conhecimento inclui todos os tipos de conhecimento defini­dos pela taxonomia de Anderson et al. (2001): conhecimentos factuais (terminologia e detalhes), conhecimento conceptual (classificações, princípios, teorias e modelos), conhecimento processual (saber como e quando usar habilidades e métodos específicos) e conhecimento meta-cognitivo (autoconhecimento, assim como e quando usar estratégias cognitivas para a aprendizagem e a resolução de problemas).

O Tuning Europa, por outro lado, definiu a «competência» como sendo uma combinação dinâmica de conhecimento, perceção, habilidades e aptidões. Portanto, as competências são articuladas para serem transmi­tidas ou aprimoradas nas várias unidades de curso, bem como avaliadas em diferentes fases. A partir desta definição pode­se perceber que exis­tem duas categorias principais de competências, por sua vez: as compe­tências gerais (comuns a qualquer curso de graduação) e as competên­cias específicas das disciplinas (específicas para o campo de estudo).

Neste âmbito, as competências gerais identificam os elementos com­partilhados comuns por todos os cursos de graduação, tais como pen­samento conceptual, análise e síntese; capacidade de aprendizagem, tomada de decisões, conceção de projetos, exercício adequado das ap­tidões interpessoais, entre outros. As competências específicas das dis­ciplinas, em contrapartida, complementam a competência geral que um licenciado de um determinado campo de estudo deverá adquirir como resultado da aprendizagem. Portanto, as competências —e o res­petivo termo «resultados de aprendizagem»— são competências e ha­bilidades reais que os licenciados demonstram no final do programa de estudo. As competências são diferentes das contribuições. ou seja, as matérias ensinadas e a carga horária de cada disciplina. São habilidades

© University of Deusto

Page 52: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

52

e atitudes que os alunos possuem ao cabo de um processo de aprendi­zagem bem­sucedido.

4.2. Identificação das Competências Específicas da Engenharia Civil

O Grupo da disciplina de Engenharia Civil do Tuning África usou uma abordagem com duas etapas para identificar as competências especí­ficas da Engenharia Civil. O primeiro passo foi a identificação das fa­ses típicas de um projeto de construção, e a segunda foi a listagem das competências específicas e necessárias para cada fase.

Seguindo esta abordagem, o grupo de trabalho identificou seis fases de um projeto de construção e alistou as competências de cada fase, referindo­se às experiências do Grupos de Trabalho de Engenharia Civil do Tuning Rússia e do Tuning América Latina.

Por fim, o Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil identificou vinte e uma competências específicas à Engenharia Civil e organizou­as em nove grupos ou âmbitos principais, que incluem: análise, conceção, criatividade, gestão, gestão da qualidade, liderança, comunicação, sus­tentabilidade e regulamentação, sendo estas as competências finais e específicas para a Engenharia Civil em África.

Tabela 4.2Competência específica para a Engenharia Civil adaptada do livreto

Tuning Africa Civil Pilot Project

Agrupamento Competência específica da disciplina

Gestão

Capacidade de coordenar, gerir, supervisionar e controlar a obra de construção

Conhecimento para reconstruir, manter, reabilitar e renovar a in­fraestrutura

Capacidade de gerir os princípios básicos de construção e do pro­grama

Conhecimento sobre instalações e equipamentos

Conhecimento básico de gestão contratual e financeira, inclusive seguros e garantias

© University of Deusto

Page 53: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

53

Agrupamento Competência específica da disciplina

Comunicação

Capacidade de traduzir e interpretar os dados e desenhos na forma de construção verdadeira

Capacidade de desenvolver interações eficazes e profissionais com peritos de outras profissões e alcançar soluções bem integra­das

Conceção e análise

Capacidade de conceber, quantificar e calcular os parâmetros e a capacidade de modelar e simular sistemas, estruturas, projetos e processos

Conceção e comunicação

Capacidade de analisar, reconfigurar e aplicar os projetos, os da­dos e as tecnologias relevantes. Capacidade de replicar os requisi­tos do projeto em desenhos e explicá­los aos clientes

LiderançaCapacidade de controlar os custos, a qualidade e o prazo neces­sário para a construção

Análise

Capacidade de analisar dados ou informações (por exemplo: da­dos de levantamentos, solos, entre outros)

Capacidade de identificar a construção por tipo e estrutura. Ca­pacidade de identificar as opções diferentes para executar a cons­trução

Capacidade de análise e de tomar decisões com base em cálculos matemáticos e em outros princípios abstratos

Regulamentação

Seguir as medidas de segurança e saúde. Capacidade de introdu­zir e de manter as medidas de segurança na construção e no ma­nejo de materiais

Conhecimento das normas de construção nacionais e internacio­nais

Gestão da qualidade

Capacidade de testar a qualidade dos materiais

Capacidade de gerir e de resolver os defeitos e os problemas de qualidade

CriatividadeCompetências para desenvolver novos materiais e novas tecnolo­gias para a construção sustentável

Gestão e regulamentação

Capacidade de finalizar orçamentos financeiras, de identificar as responsabilidades jurídicas e de operar num quadro apropriado

Regulamentação e

sustentabilidade

Aptidões de avaliação do impacto ambiental e social, conheci­mento sobre o contexto e sobre os desafios de desenvolvimento do projeto de construção

© University of Deusto

Page 54: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

54

Este é um bom começo para a harmonização da educação em África em geral e no campo da Engenharia Civil em especial. Pois trata­se de um passo para facilitar a mobilidade de estudantes em África, que é o objetivo principal do Projeto Tuning África.

4.3. Conclusão

A importância das competências e da aprendizagem impulsionada pe­las competências tornou­se tema de discussão desde o início da década de 1990. Neste âmbito, a o relatório da ASEE de 1994 intitulado «En­gineering Education for a Changing World» e o documento de 1996 intitulado «Changing the Culture: Engineering Education into the Fu­ture» contribuíram consideravelmente para este desenvolvimento. No entanto, vários autores indicam que o ensino de Engenharia ainda ca­rece do objetivo de preparar os estudantes adequadamente para a prá­tica profissional. Isso mostra que o sector de construção requer licen­ciados com preparação mais adequada para as tarefas de trabalho de en genharia do mundo real.

As competências são definidas como conhecimento, habilidades, capa­cidades, atitudes e outras características que permitem que uma pessoa atue eficientemente em situações complexas e incertas, tais como no trabalho profissional, na participação cívica e na vida pessoal. Essas são competências gerais (comuns a qualquer curso de graduação) e com­petências específicas das disciplinas (específicas para a área de forma­ção).

Após a análise de diversas fontes, o Grupo da Disciplina de Engenha­ria Civil do Projeto Tuning África adaptou as vinte e uma competências específicas da disciplina de Engenharia Civil e organizou­as em nove grupos principais ou âmbitos que definem as principais etapas de qual­quer projeto de construção. Os grupos de competências estão divididos em: análise, conceção, criatividade, gestão, gestão da qualidade, lide­rança, comunicação, sustentabilidade e regulamentação. Cada grupo foi transformado numa série de competências específicas da disciplina de Engenharia Civil no Tuning África, com base no trabalho anterior do Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil do Tuning África.

© University of Deusto

Page 55: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

55

Capítulo 5

Consulta e Reflexão sobre as Competências Gerais e Específicas à Engenharia Civil

Mohand Hamizi

5.1. Metodologia da Recolha de Dados

De acordo com o projecto­piloto concebido, o Grupo de Engenharia Civil pesquisou quatro grupos de partes interessadas: estudantes, gra­duados, académicos e empregadores. O Grupo da Disciplina (SAG) dis­tribuiu o questionário nos dez países participantes seguindo dois méto­dos: (1) questionários impressos administrados em reuniões curtas, nas quais os inquiridos receberam informações e explicações sobre como os dados seriam usados; e (2) questionários online e enviados como ane­xos de e­mail com informações sobre o projeto enviadas por e­mail para explicar as competências gerais e específicas. No levantamento, os par­ticipantes avaliaram cada competência numa escala de quatro pontos, sendo 1 = «nenhum», 2 = «fraco», 3 = «considerável» e 4 = «forte». Os entrevistados classificaram cada competência de acordo com a «im­portância» percebida no trabalho e o nível de «conquista» da instituição para transmitir esta competência. Além disso, os inquiridos classificaram as cinco competências específicas à disciplina mais importante. Houve 666 respostas enviadas para as competências genéricas e 588 para as competências específicas da disciplina. A diferença no número de res­postas deve­se provavelmente ao facto de as duas listas terem sido en­viadas separadamente para os participantes; alguns responderam o pri­meiro e­mail e ignoraram o segundo. A Tabela 5.1 apresenta os dados dos entrevistados para as competências gerais e específicas.

© University of Deusto

Page 56: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

56

Tabela 5.1Número de inquiridos que responderam

Competências Académicos Empregadores Estudantes Licenciados Total

Geral 167 139 196 164 666

Específica 123 105 210 150 588

5.2. Avaliação e Interpretação dos Resultados das Competências Gerais

O Grupo da disciplina de Engenharia Civil analisou os resultados dos questionários e formulou algumas interpretações e conclusões. A Fi­gura 5.1 mostra a importância relativa das competências gerais pro­postas e classificadas pelos quatro grupos consultados (empregadores, académicos, licenciados e estudantes).

Importância

Académicos

Empregadores

Estudantes

Licenciados

Co

mp

etên

cias

4

Co

mp

etên

cias

1

Co

mp

etên

cias

9

Co

mp

etên

cias

16

Co

mp

etên

cias

5

Co

mp

etên

cias

17

Co

mp

etên

cias

15

Co

mp

etên

cias

10

Co

mp

etên

cias

7

Co

mp

etên

cias

2

Co

mp

etên

cias

3

Co

mp

etên

cias

6

Co

mp

etên

cias

11

Co

mp

etên

cias

12

Co

mp

etên

cias

14

Co

mp

etên

cias

13

Co

mp

etên

cias

8

Co

mp

etên

cias

18

Figura 5.1Importância das competências gerais

Uma série de pontos foi observada a partir desses resultados:

1. O gráfico mostra claramente que a maioria das competências rece­beu pontuação superior a 3,5. Isso indica que as competências ge­rais em Yaoundé (Camarões) em todas as disciplinas (Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Medicina, Agricultura e Formação de Professores) são muito apropriadas.

© University of Deusto

Page 57: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

57

2. Apenas nove competências dentre as dezoito receberam uma pon­tuação inferior a 3,5 pontos, por parte de um ou mais dos grupos de partes interessadas da Engenharia Civil. Por sua vez: competência 18 («compromisso de preservar e valorizar a identidade e o património cultural africanos»); competência 14 («capacidade de trabalhar num contexto intra e intercultural ou internacional»); e competência 13 (consciência ambiental e económica»), por quatro grupos (emprega­dores, académicos, licenciados e estudantes); competência 12 («co­municação e relacionamento interpessoal»), por 3  grupos (acadé­micos, licenciados e estudantes); competência 3 («Capacidade para avaliação crítica e auto­consciência»), por 3 grupos (empregadores, graduados e estudantes); competência 8 («capacidade de aprender a aprender e a capacidade de aprendizagem ao longo da vida»), por 2 grupos (académicos e graduados); competência 7 («capacidade de comunicar eficazmente na língua oficial, nacional e local») e, por último, competência 11 («liderança, gestão e competências de tra­balho de equipe»), por apenas o grupo de acadêmicos.

3. Outro ponto importante é o facto de que, dentre os grupos, foram os académicos que atribuíram a menor notação (8 competências re­ceberam pontuação inferior a 3,5 pontos). Os académicos deram pontuação alta para as competências associadas aos seguintes crité­rios: comunicação, aprendizagem e avaliação crítica, valores cultu­rais, identidade e consciência ambiental.

4. Por fim, a correlação entre os quatro grupos é muito alta. A Ta­bela 5.2 mostra que a menor correlação entre académicos e estu­dantes foi de 0.8084. A correlação chega a 0.8831 entre licencia­dos e empregadores. Essa alta correlação entre os quatro grupos enfatiza a validade da lista de competências gerais acordada.

Tabela 5.2Correlações entre os grupos em termos de importância das competências gerais

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados

Académicos 1

Empregadores 0,8411 1

Estudantes 0,8084 0,8591 1

Licenciados 0,8762 0,8831 0,8241 1

© University of Deusto

Page 58: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

58

Quanto à obtenção, todos os quatro grupos pontuaram todas as com­petências entre 2 e 3, conforme observado na Figura 5.2. Em outras palavras, a realização ou obtenção (achievement, em inglês) foi vista por todos como insatisfatória. No entanto, os resultados da notação não são tão alarmantes, uma vez que não foram muito baixos e se en­quadram na média. Neste caso, os académicos e os empregadores ob­tiveram as notações mais baixas. Isso explica­se pelo facto de que as expectativas dos académicos e dos empregadores serem muito mais al­tas do que as expectativas dos licenciados e dos estudantes.

Obtenção

Académicos

Empregadores

Estudantes

Licenciados

Co

mp

etên

cias

4

Co

mp

etên

cias

1

Co

mp

etên

cias

9

Co

mp

etên

cias

16

Co

mp

etên

cias

5

Co

mp

etên

cias

17

Co

mp

etên

cias

15

Co

mp

etên

cias

10

Co

mp

etên

cias

7

Co

mp

etên

cias

2

Co

mp

etên

cias

3

Co

mp

etên

cias

6

Co

mp

etên

cias

11

Co

mp

etên

cias

12

Co

mp

etên

cias

14

Co

mp

etên

cias

13

Co

mp

etên

cias

8

Co

mp

etên

cias

18

Figura 5.2Obtenção das competências gerais

A correlação entre todos os grupos também foi alta, mas as diferenças são maiores neste âmbito do que no caso das notações de importância (Tabela 5.2). Vale a pena ressaltar aqui que a forte correlação existente entre os estudantes e os empregadores, que era evidente em termos de ‘importância’, não existe aqui. Na verdade, a correlação entre estes dois grupos em relação à obtenção foi a mais baixa de todos os gru­pos. A mesma observação pode ser feita quanto à correlação entre os grupos de académicos e empregadores, onde a correlação ficou bem no meio (Tabela 5.3). Isso explica­se pelo facto de as expectativas dos empregadores serem muito mais altas que as expectativas dos estudan­tes e dos académicos. Os empregadores estão cada vez mais exigentes e valorizam muito a qualidade.

© University of Deusto

Page 59: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

59

Tabela 5.3Correlações entre os grupos em termos de obtenção das competências gerais

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados

Académicos 1

Empregadores 0,5608 1

Estudantes 0,8546 0,4712 1

Licenciados 0,8987 0,7679 0,7822 1

A classificação das competências gerais também mostra consistência entre os quatro grupos das partes interessadas. Aqui, os grupos de par­tes interessadas identificaram as cinco competências que consideram como sendo as mais importantes, de modo que ordenaram­nas por or­dem de importância. Apenas onze competências foram escolhidas den­tre as dezoito, conforme é mostrado abaixo. Pode­se ver que as mes­mas competências foram escolhidas repetidamente nos quatro grupos, um facto que ressalta a validez da própria classificação, pois há alta correlação entre todos os grupos. Observamos essas onze competên­cias na Tabela 5.4, da mais bem classificada até à última.

Tabela 5.4As Cinco Principais competências gerais de Engenharia Civil,

conforme classificadas pelos grupos consultados

Empregadores Académicos Licenciados Estudantes

4 4 4 4

10 1 11 16

1 9 2 17

16 16 1 15

6 5 16 6

O Grupo de Trabalho de Engenharia Civil analisou os resultados dos questionários e identificou quatro competências gerais principais (Ta­bela 5.4).

© University of Deusto

Page 60: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

60

Chave:

G4 : Capacidade de transformar os conhecimentos em prática.

G16 : Capacidade de avaliar, rever e melhorar a qualidade.

G1 : Capacidade de análise, síntese e raciocínio teórico.

G6 : Capacidade de usar tecnologias inovadoras e adequadas.

Essas competências refletem uma série de questões importantes: em primeiro lugar, as partes interessadas concordam com a importância de se traduzir o conhecimento em prática, de se avaliar e rever a quali­dade, o pensamento crítico e criativo, a análise e a síntese, a inovação e as tecnologias apropriadas como sendo qualidades apresentadas por qualquer engenheiro civil.

O grupo de trabalho ressaltou a importância do pensamento crítico e da síntese e, portanto, identificou­os como sendo meta­competências.

De acordo com a nossa análise da lacuna entre as classificações de im­portância e nível de obtenção, os entrevistados veem lacunas em cinco áreas dos programas atuais de Engenharia Civil. Nessas cinco áreas, a atenção às competências gerais está totalmente ou parcialmente au­sente nos programas curriculares existentes. A conclusão foi que isso não faz com que o estudante adquira os resultados de aprendizagem esperados com a conclusão da graduação.

Tabela 5.5As cinco principais lacunas nas competências gerais em Engenharia Civil

Empregadores Académicos Licenciados Estudantes

1 6 2 18 6

2 13 6 13 2

3 2 18 9 14

4 17 2 6 18

5 18 4 17 17

© University of Deusto

Page 61: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

61

Chave:

G6 : Capacidade de usar tecnologias inovadoras e adequadas.

G18 : Empenho em preservar e acrescentar valor à identidade e ao património cultural africanos.

G13 : Consciência ambiental e económica.

G17 : Auto­confiança, espírito empreendedor e habilidades.

G2 : Profissionalismo, valores éticos e compromisso com o UBUNTU.

A fraca obtenção nessas cinco competências gerais tem um impacto negativo nos profissionais, na profissão de Engenharia Civil como um todo e a nível regional Africano. A capacidade de se usar tecnologias inovadoras e adequadas é fundamental para a construção de instala­ções e infraestruturas modernas e tem um efeito duradouro devido ao impacto na qualidade. A autoconfiança, o espírito empreendedor e as habilidades, bem como a consciência ambiental e económica, são fun­damentais para satisfazer as exigências do desenvolvimento social, do mercado de trabalho e para a melhoria das oportunidades de emprego, principalmente para a juventude africana. O profissionalismo, os valo­res éticos e o compromisso com o Ubuntu, bem como o empenho para preservar e valorizar a identidade e o património cultural africanos, são pontos centrais para os objectivos de integração e prosperidade africa­nos, promovidos pela União Africana.

Portanto, o grupo de trabalho destacou a necessidade de promover as competências supracitadas nos programas curriculares de Engenharia Civil ao nível universitário em África.

Discussões posteriores sobre as competências mostraram que as maio­res lacunas entre a importância da competência e a sua obtenção no currículo se concentraram no seguinte aspeto: como fazer a integração destas no currículo, ensiná­las de forma eficaz e avaliar se foram alcan­çadas. O grupo concordou que um obstáculo importante para alcançar esses objetivos é a falta de infraestruturas para apoiar a aprendizagem inovadora nas universidades africanas. Por isso, as universidades africa­nas apresentam desvantagens na obtenção do objetivo mais amplo da reforma dos programas curriculares, do ensino e da aprendizagem.

© University of Deusto

Page 62: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

62

5.3.. Avaliação e Interpretação dos Resultados das Competências Específicas

O Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil identificou 54 compe­tências específicas. A Tabela 5.6 apresenta as classificações das compe­tências específicas, desde a mais alta até a mais baixa.

Tabela 5.6Competências específicas da disciplina classificadas por importância

© University of Deusto

Page 63: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

63

A Tabela acima apresenta pontos similares aos observados em relação às competências gerais.

Todas as 54 competências específicas foram consideradas como sendo de alta importância. Todas as competências obtiveram o va­lor de 3.2 ou superior. Percebe­se que apenas o grupo de académicos pontuou 12 competências abaixo de 3.5. Os outros grupos (emprega­dores, estudantes e licenciados) pontuaram 49 competências acima de 3.5. Isso pode ser uma indicação de uma visão realista das compe­tências específicas da disciplina, identificadas pelo grupo de trabalho da disciplina.

As cinco competências classificadas abaixo de 3.5 foram:

• 54 Aptidões de comissionamento.

• 23 Capacidade de identificar os quadros jurídicos adequados.

• 6 Conhecimento sobre o contexto e os desafios do meio ambiente e da obra.

• 4 Capacidade de avaliação do impacto ambiental e social.

• 17 Capacidade de testar materiais e tecnologias.

Em primeiro lugar, percebe­se que essas cinco competências foram pontuadas abaixo de 3,5 por todos os grupos, com a exceção da com­petência 17, que o grupo de estudantes avaliou acima de 3,5.

O Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil analisou os resultados dos questionários de classificação e identificou as cinco principais com­petências gerais (Tabela 5.7).

• 36 Capacidade de coordenar, gerir, supervisionar e controlar.

• 33 Capacidade de traduzir e interpretar os dados e desenhos para a construção verdadeira.

• 45 Capacidade de controlar a construção.

• 12 Capacidade de fazer design.

© University of Deusto

Page 64: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

64

• 8 Capacidade de analisar, reconfigurar e aplicar os desenhos, os da­dos e as tecnologias relevantes.

Tabela 5.7As cinco principais competências gerais da Engenharia Civil,

classificadas pelos grupos de partes interessadas

Competência Específica

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados Média

(36) 3.68 3.77 3.75 3.74 3.7350

(33) 3.73 3.77 3.62 3.78 3.7230

(45) 3.65 3.65 3.72 3.80 3.7050

(12) 3.69 3.66 3.68 3.78 3.7025

(8) 3.71 3.68 3.70 3.7 3.6975

© University of Deusto

Page 65: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

65

Importância

Académicos

Empregadores

Estudantes

Licenciados

Co

mp

etên

cias

33

Co

mp

etên

cias

31

Co

mp

etên

cias

8C

om

pet

ênci

as 4

0C

om

pet

ênci

as 1

9C

om

pet

ênci

as 7

Co

mp

etên

cias

12

Co

mp

etên

cias

36

Co

mp

etên

cias

3C

om

pet

ênci

as 2

Co

mp

etên

cias

45

Co

mp

etên

cias

20

Co

mp

etên

cias

26

Co

mp

etên

cias

49

Co

mp

etên

cias

24

Co

mp

etên

cias

44

Co

mp

etên

cias

5C

om

pet

ênci

as 1

Co

mp

etên

cias

18

Co

mp

etên

cias

34

Co

mp

etên

cias

39

Co

mp

etên

cias

9C

om

pet

ênci

as 5

3C

om

pet

ênci

as 2

1C

om

pet

ênci

as 3

8C

om

pet

ênci

as 2

7C

om

pet

ênci

as 4

7

Importância

Co

mp

etên

cias

30

Co

mp

etên

cias

22

Co

mp

etên

cias

43

Co

mp

etên

cias

51

Co

mp

etên

cias

35

Co

mp

etên

cias

42

Co

mp

etên

cias

48

Co

mp

etên

cias

46

Co

mp

etên

cias

25

Co

mp

etên

cias

14

Co

mp

etên

cias

28

Co

mp

etên

cias

6C

om

pet

ênci

as 1

1C

om

pet

ênci

as 4

1C

om

pet

ênci

as 1

3C

om

pet

ênci

as 1

0C

om

pet

ênci

as 2

9C

om

pet

ênci

as 3

2C

om

pet

ênci

as 3

7C

om

pet

ênci

as 4

Co

mp

etên

cias

50

Co

mp

etên

cias

15

Co

mp

etên

cias

16

Co

mp

etên

cias

52

Co

mp

etên

cias

17

Co

mp

etên

cias

23

Co

mp

etên

cias

54

Figura 5.3Classificação da importância das competências específicas

pelos quatro grupos inquiridos

© University of Deusto

Page 66: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

66

Novamente, concluiu­se que a correlação entre os quatro grupos é muito alta. A Tabela 5.8 mostra que a menor correlação entre empre­gados e estudantes foi de 0.7186. A correlação chega a 0.8080 entre licenciados e académicos. Essa alta correlação entre os quatro grupos enfatiza a validade da lista de competências.

Tabela 5.8Correlações entre grupos

com relação à importância das competências específicas

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados

Académicos 1

Empregadores 0.7986 1

Estudantes 0.7414 0.7186 1

Licenciados 0.8080 0.7755 0.7480 1

Todos os quatro grupos concordaram que o nível de obtenção das competências é inferior à importância que mereceria. Ainda assim, to­dos pontuaram a obtenção acima da média, entre 2 e 3 (Figura 5.4). Quatro competências específicas que receberam pontuação superior a 3 pontos foram:

• 12 Capacidade de conceber.

• 19 Capacidade de calcular os parâmetros do desenho (aptidões ma­temáticas).

• 26 Capacidade de calcular e quantificar.

• 31 Capacidade de traduzir e interpretar os dados e projetos na forma de construção real.

© University of Deusto

Page 67: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

67

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Académicos

Empregadores

Estudantes

Licenciados

RealizaçãoC

om

pet

ênci

as 3

3 C

om

pet

ênci

as 8

Co

mp

etên

cias

19

Co

mp

etên

cias

12

Co

mp

etên

cias

3

Co

mp

etên

cias

45

Co

mp

etên

cias

26

Co

mp

etên

cias

24

Co

mp

etên

cias

5

Co

mp

etên

cias

18

Co

mp

etên

cias

39

Co

mp

etên

cias

53

Co

mp

etên

cias

38

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Com

petê

ncia

47

Com

petê

ncia

30

Com

petê

ncia

22

Com

petê

ncia

43

Com

petê

ncia

51

Com

petê

ncia

35

Com

petê

ncia

42

Com

petê

ncia

48

Com

petê

ncia

46

Com

petê

ncia

25

Com

petê

ncia

14

Com

petê

ncia

28

Com

petê

ncia

6

Com

petê

ncia

11

Com

petê

ncia

41

Com

petê

ncia

13

Com

petê

ncia

10

Com

petê

ncia

29

Com

petê

ncia

32

Com

petê

ncia

37

Com

petê

ncia

4

Com

petê

ncia

50

Com

petê

ncia

15

Com

petê

ncia

16

Com

petê

ncia

52

Com

petê

ncia

17

Com

petê

ncia

23

Com

petê

ncia

54

Realização

Figura 5.4Classificação da obtenção das competências específicas

pelos quatro grupos

© University of Deusto

Page 68: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

68

Em relação à obtenção, a correlação entre os quatro grupos também foi muito alta. A Tabela 5.9 mostra que a menor correlação entre em­pregados e estudantes foi de 0.7774. A correlação chega a 0.8631 en­tre empregados e académicos.

Tabela 5.9Correlações entre os grupos em termos de obtenção das competências

específicas

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados

Académicos 1

Empregadores 0.8631 1

Estudantes 08083 0.7774 1

Licenciados 0.8197 0.7797 0.7786 1

As correlações entre os grupos em relação à classificação das compe­tências específicas não foi muito positiva em comparação com os resul­tados da classificação quanto à importância e obtenção das competên­cias específicas (Tabela 5.10). A maior correlação encontrada foi entre estudantes e académicos. Isto parece indicar que estudantes e profes­sores têm o mesmo apreço pelas competências. A menor correlação encontrada foi entre empregados e licenciados. Isso mostra que esses grupos têm opiniões muito diferentes em relação à classificação das competências específicas. Os empregadores sentem que os engenhei­ros recém­licenciados não têm competências suficientes para atuar na profissão.

Tabela 5.10Correlações entre os grupos

em termos de classificação das competências específicas

Académicos Empregadores Estudantes Licenciados

Académicos 1

Empregadores 0.6003 1

Estudantes 0.9063 0.6003 1

Licenciados 0.8702 0.4738 0.8583 1

© University of Deusto

Page 69: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

69

A análise dos resultados do levantamento mostra que as cinco prin­cipais competências em Engenharia Civil, avaliadas por importância, são:

• SC7. Capacidade de replicar os requisitos do projeto em desenhos e explicá­los aos clientes.

• SC36. Capacidade de coordenar, gerir, supervisionar e controlar.

• SC45. Capacidade de controlar a construção.

• SC44 Capacidade de supervisionar e gerir.

• SC49. Capacidade de utilização de dados ou informações (dados de inquéritos, do solo, entre outros).

A análise mais aprofundada das lacunas entre a «importância» que os inquiridos atribuíram a uma competência específica e à perceção de ní­vel de obtenção no programa curricular trouxe os resultados abaixo, onde as maiores lacunas são:

• SC18. Capacidade de planear o processo e de alocar recursos.

• SC26 Seguir as medidas de segurança e saúde.

• SC32. Capacidade de introduzir e de manter as medidas de saúde e segurança na construção e no manejo de materiais.

• SC35. Capacidade de resolução de litígios.

• SC37. Aptidões de comissionamento.

As possíveis explicações sobre essas lacunas são:

• O conteúdo talvez não seja ensinado no nível universitário porque muitos programas de Engenharia Civil dedicam a maior parte do tempo a ensinar os estudantes como conceber e analisar os proble­mas matematicamente. O Grupo da Disciplina (SAG) manifestou a opinião de que esse enfoque em matemática e ciência é adequada­mente ensinado no nível universitário, ao passo que a programação, a saúde e a segurança, resolução de litígios e as aptidões de comis­sionamento podem ser aprendidas no local de trabalho.

© University of Deusto

Page 70: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

70

• Conforme mencionamos, essas competências adicionais podem ser aprendidas no local de trabalho, como parte do aprendizado prá­tico ou em outros cursos oferecidos pelos empregadores. Não fazem parte do programa curricular principal, mas poderiam ser oferecidas no formato de cursos adicionais no nível universitário.

• As competências não fazem parte do programa, pois questões como a segurança e a saúde podem ter implicações financeiras para os empregadores. Alguns participantes observaram que alguns empre­gadores tendem a evitar os custos nas áreas de segurança e saúde.

• Os quadros jurídicos e suas restrições, saúde, proteção e segurança, devem ser integrados nos programas curriculares ou nos cursos de formação de metodologia de avaliação de impacto ambiental.

• Em vez de fazer parte do núcleo curricular da Engenharia Civil, esses tópicos podem ser mais bem ensinados nos programas especializa­dos em gestão e tecnologia de construção.

• Os órgãos governamentais que definem os quadros curriculares tal­vez não tenham espaço para lidar com tópicos que não sejam vistos como sendo fundamentais para o programa de Engenharia Civil.

Em suma, o Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil concordou que os resultados da consulta refletem corretamente a realidade dos programas de Engenharia Civil nas universidades africanas. Este acordo gerou as seguintes perguntas: (1) Como podem ser resolvidas as la­cunas identificadas? e (2) Como podem ser resolvidas as discrepâncias entre a importância de algumas competências gerais e específicas da disciplina e a sua não obtenção no programa curricular?

Conforme sugerido pelo grupo, uma das soluções estaria nos estágios práticos, no estágio industrial ou nas abordagens de aprendizagem in­tegradas no trabalho, usadas atualmente nas universidades sul­africa­nas. Outra solução possível seria o estágio qualificado sob orientação académica, tal como praticado no Programa de Capacitação para En­genharia da Etiópia.

Outra prática recomendada seria «a aprendizagem em serviço», em que estudantes prestam serviço à comunidade em ligação com as au­las, mas com tarefas independentes dos cursos da categoria. Este mo­delo é praticado na África do Sul, que incentiva a participação dos es­

© University of Deusto

Page 71: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

71

tudantes, permitindo que os estudantes completem dez horas teóricas (por crédito académico) até um máximo de oitenta horas de aprendiza­gem em serviço.

As equipas multidisciplinares, constituídas por peritos em saúde e se­gurança poderiam proferir palestras adicionais sobre esses tópicos, e a prática específica poderia ser aprendida no local de trabalho. Outras aulas poderiam fornecer informações referentes à regulamentação, se­gurança e gestão de projetos, mas a maioria destes aspetos deveria ser aprendida no local de trabalho, ou por intermédio de uma análise de estudos de caso.

5.4. Conclusão

Essa alta correlação entre os quatro grupos enfatiza a validade da lista de competências gerais acordada e, por sua vez, criada em Yaoundé (Camarões), por todas as áreas. Parece haver indicação de que compe­tências genéricas de maior classificação se complementam. As compe­tências mais altamente classificadas enfatizam a capacidade de traduzir o conhecimento em prática, a capacidade de avaliar, rever e melhorar a qualidade, capacidade de raciocínio conceitual e crítico, análise e sín­tese, e a capacidade de usar tecnologias inovadoras e adequadas. To­dos os quatro grupos concordaram que a obtenção das competências gerais é muito inferior à sua importância. O grupo de Engenharia Civil concordou que um obstáculo importante para que esses objetivos se­jam alcançados é a falta de infraestrutura para apoiar a aprendizagem inovadora em universidades africanas. Como resultado, houve desvan­tagens para alcançar o objetivo mais amplo de reforma dos programas curriculares, ensino e aprendizagem.

Quase todas as competências específicas foram consideradas de grande importância; todas as competências foram pontuadas acima de 3.2. Os resultados de todos os grupos são relativamente próximos, tal como apresentado na discussão anterior sobre as listas específicas de competências. O grupo identificou as cinco principais competências es­pecíficas e, também é de se notar que as cinco competências estavam relacionadas a áreas altamente profissionais na prática da Engenharia Civil: coordenar, supervisionar, controlar, traduzir, interpretar, projetar e desenhar. Todos os quatro grupos concordaram que o nível de ob­tenção das competências específicas é inferior à importância que mere­ceriam.

© University of Deusto

Page 72: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

72

Em suma, o Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil concordou que os resultados do levantamento reflectem corretamente a realidade dos cursos de Engenharia Civil nas universidades africanas. Os resulta­dos de todos os grupos são relativamente próximos, tal como apresen­tado na discussão anterior sobre listas de competências genéricas e es­pecíficas. O grupo de trabalho destacou a necessidade de promover as competências gerais e específicas supracitadas nos programas curricu­lares universitários de Engenharia Civil em África, bem como a sua in­serção no Meta­perfil.

© University of Deusto

Page 73: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

73

Capítulo 6

Meta-perfil da Engenharia Civil em África

Helen Michelle Korkor Essandoh

6.1. Introdução

O meta­perfil explica a relação entre as competências gerais e espe­cíficas da disciplina e funciona como uma referência para a disciplina em relação ao que é central, comum e necessário para que uma deter­minada qualificação seja reconhecida (Knight e Woldegiorgis, 2017). Também categoriza as competências em componentes principais reco­nhecidas e ilustra as interrelações (González e Yarosh, 2013), além de representar a importância e o peso dos diferentes fatores envolvidos (Knight e Woldegiorgis, 2017). O meta­perfil é, portanto, uma repre­sentação da estrutura e da combinação de conhecimentos e competên­cias que atribui identidade a uma Disciplina (González e Yarosh, 2013).

Os meta­perfis oferecem um caminho inovador e diferente para a re­gionalização do ensino superior e torna possível o reconhecimento re­gional e internacional das licenciaturas. Para que uma qualificação seja reconhecida fora da instituição de ensino superior é necessário que a li­cenciatura inclua todos os componentes centrais do meta­perfil (Knight e Woldegiorgis, 2017).

O meta­perfil da Engenharia Civil foi desenvolvido durante a primeira fase do Projeto Tuning África. Este capítulo apresenta o meta­perfil e um resumo dos processos envolvidos no seu desenvolvimento. O perfil descrito neste capítulo aborda o conhecimento e as aptidões que os es­

© University of Deusto

Page 74: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

74

tudantes de Engenharia Civil devem adquirir durante o período de es­tudos e as competências que eles devem demonstrar após a formatura e a obtenção das licenciaturas. Consulte mais informações em Tekle­mariam et al. (2014).

6.2. Metodologia Adotada no Desenvolvimento do Meta-perfil

Adotou­se uma abordagem com vários estágios no desenvolvimento do meta­perfil. Houve uma revisão das competências gerais e específi­cas da disciplina, juntamente com uma rigorosa análise da disciplina de Engenharia Civil e os requisitos e as expetativas da indústria, no que diz respeito às competências que cada engenheiro civil deve possuir para atuar com eficiência e eficácia nos quatro âmbitos da Engenharia Ci­vil, ou seja, a Engenharia de Estruturas, a Engenharia Geotécnica, a En­genharia de Transportes e a Engenharia Hidráulica.

O meta­perfil foi desenvolvido com base em três agrupamentos do nú­cleo de conhecimentos em Engenharia Civil em África, identificados a partir dos programas curriculares das universidades participantes, da seguinte maneira: conceção e análise, construção e gestão de proje­tos, dezoito competências gerais anteriormente estabelecidas entre os cinco Grupos da Disciplina (SAGs) na Fase 1 do Projeto Tuning e vinte competências específicas criadas pelo SAG de Engenharia Civil. Os três principais agrupamentos da Engenharia Civil foram estabelecidos pelo Grupo da Disciplina (SAG) como sendo fundamentais para a maioria dos programas curriculares de Engenharia Civil das universidades parti­cipantes, representando as áreas nas quais todo o estudante de Enge­nharia Civil deve adquirir competências. O agrupamento de conceção e análise engloba todas as formas de conceção e análise no âmbito Es­trutural, Geotécnico, Transporte ou Engenharia Hidráulica (Água), que são considerados como os principais ramos da Engenharia Civil.

6.3. Agrupamentos das Competências Gerais e Específicas à Engenharia Civil

As dezoito Competências Gerais foram classificadas por funções as­sociadas em seis agrupamentos: pensamento crítico, profissionalismo, criatividade, comunicação, liderança e regulamentação, descritos na Ta­bela 6.1. O Anexo fornece um resumo do significado das competências gerais determinadas pelo Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil.

© University of Deusto

Page 75: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

75

Tabela 6.1Competências Gerais em Engenharia Civil

Agrupamento Competência genérica Código

Pensamento crítico

Capacidade de raciocínio, análise e síntese conceptual G1

Capacidade de avaliação crítica e autoconsciência G3

Capacidade de transformar os conhecimentos em prá­tica

G4

Tomada de decisão objetiva e resolução prática e econó­mica dos problemas

G5

Capacidade de avaliar, rever e melhorar a qualidade G16

Profissionalismo

Profissionalismo, valores éticos e comprometimento com Ubuntu (respeito pelo bem­estar e pela dignidade dos seres humanos, boa vontade)

G2

Capacidade de trabalhar num contexto intra e intercul­tural e/ou internacional

G14

Capacidade de trabalhar de forma independente G15

Criatividade

Capacidade de usar tecnologias inovadoras e adequadas G6

Flexibilidade, a adaptabilidade e a capacidade de anteci­par e responder a novas situações

G9

Autoconfiança e capacidade de pensamento criativo e inovador

G10

Comunicação

Capacidade de comunicar eficazmente no idioma língua oficial e local

G7

Capacidade de aprender como aprender e capacidade de aprendizagem ao longo da vida (educação conti­nuada)

G8

Comunicação e relacionamento interpessoal G12

Liderança

Capacidade de liderança, gestão e trabalho de equipa G11

Empenho em preservar e agregar valor à identidade e ao património cultural africanos

G18

Regulamentação Consciência ambiental e económica G13

Auto­confiança, espírito empreendedor e habilidades G17

Adaptado de Teklemariam et al., 2014.

© University of Deusto

Page 76: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

76

Semelhante às Competências Gerais, as Competências Específicas da Disciplina foram reorganizadas em nove grupos centrais de competên­cias, que compreendem: análise, conceção, criatividade, gestão, gestão da qualidade, liderança, comunicação, sustentabilidade e regulamenta­ção. Esses grupos foram anteriormente estabelecidos pelo grupo (Ta­bela 6.2), em seis agrupamentos de pensamento crítico e síntese, cria­tividade, liderança, gestão, comunicação e regulamentação, conforme mostrado na Tabela 6.3.

Tabela 6.2Principais Competências Gerais em Engenharia Civil

Agrupamento Competência específica da disciplina Código

Análise

Capacidade de analisar dados ou informações (por exemplo: dados de levantamentos, solos, entre outros)

C7

Capacidade de identificar a construção por tipo e es­trutura. Capacidade de identificar as opções diferentes para executar a construção

C8

Capacidade de análise e de tomar decisões com base em cálculos matemáticos e em outros princípios abstratos

C13

Conceção e análise

Capacidade de conceber, quantificar e calcular os parâ­metros e a capacidade de modelar e simular sistemas, estruturas, projetos e processos

C3

Conceção e comunicação

Capacidade de analisar, reconfigurar e aplicar os dese­nhos, os dados e as tecnologias relevantes. Capacidade de replicar os requisitos do projeto em desenhos e expli­cá­los aos clientes

C4

Criatividade Competências para desenvolver novos materiais e novas tecnologias para a construção sustentável

C16

Gestão

Capacidade de coordenar, gerir, supervisionar e contro­lar a obra de construção

C1

Conhecimento para reconstruir, manter, reabilitar e re­novar a infraestrutura

C5

Capacidade de gerir os princípios básicos de construção e do programa

C9

Conhecimento sobre instalações e equipamentos C18

Conhecimento básico de gestão contratual e financeira, inclusive seguros e garantias

C19

© University of Deusto

Page 77: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

77

Agrupamento Competência específica da disciplina Código

Gestão da qualidade

Capacidade de testar a qualidade dos materiais C11

Capacidade de gerir e de resolver os defeitos e os pro­blemas de qualidade

C12

Gestão e regulamentação

Capacidade de finalizar orçamentos financeiros, de iden­tificar as responsabilidades jurídicas e de operar num quadro apropriado

C17

LiderançaCapacidade de controlar os custos, a qualidade e o prazo necessário para a construção

C6

Comunicação

Capacidade de traduzir e interpretar os dados e dese­nhos na forma de construção verdadeira

C2

Capacidade de desenvolver interações eficazes e profis­sionais com peritos de outras profissões e alcançar solu­ções bem integradas

C15

Regulamentos

Seguir as medidas de segurança e saúde. Capacidade de introduzir e de manter as medidas de segurança na construção e no manejo de materiais

C10

Conhecimento das normas de construção nacionais e in­ternacionais

C14

Regulamentos e sustentabilidade

Aptidões de avaliação do impacto ambiental e social, conhe cimento sobre o contexto e sobre os desafios de desenvolvimento do projeto de construção

C20

Adaptado de Teklemariam et al., 2014.

Tabela 6.3Agrupamentos das Competências Específicas em Engenharia Civil

Agrupamento Competência específica da disciplina

Síntese e pensamento crítico C3, C4, C7, C8, C13

Criatividade C16

Liderança C6

Gestão C1, C5, C9, C11, C12, C17, C18, C19, C20

Comunicação C2, C4, C15

Regulamentação C10, C14, C17

Adaptado de Teklemariam et al., 2014.

© University of Deusto

Page 78: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

78

Os seis agrupamentos de competências foram reunidos em mega­agru­pamentos, conforme mostrados na Figura 6.1, de acordo com as fun­ções complementares, tais como:

• Síntese e pensamento crítico, criatividade;

• Liderança e gestão; e

• Profissionalismo e capacidade de comunicação.

Pensamentocrítico esíntese

Gestão

Profissionalismo

Comunicação Criatividade

Liderança

Fonte: Teklemariam et al., 2014.

Figura 6.1Mega­agrupamentos das Competências Gerais e Específicas à Engenharia Civil

6.4. Meta-perfil de Engenharia Civil

O meta­perfil de Engenharia Civil (Figura 6.2) foi criado por meio da combinação dos mega­agrupamentos das competências gerais e espe­cíficas da disciplina com os três agrupamentos principais da Engenha­ria Civil numa esfera de conhecimento. A regulamentação foi incluída como competência principal no meta­perfil para facilitar a transferência da licenciatura e a equivalência internacional.

© University of Deusto

Page 79: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

79

Pensamento crítico e sínteseC3, C4, C7, C8, C13G1, G3, G4, G5, G16

GestãoC1, C5, C9, C11, C12,C17, C18, C19, C20

RegulamentaçõesG13, G17,C17, C14

ConstruçãoC18, C19, C14,

C11, C9, C5

Gestão de projeto

C5, C9, C14, C18

ProfissionalismoG2, G14, G15

CommunicaçãoC2, C4, C15,G12, G7, G8

Desenho e análise

C3, C4, C7, C8, C13

CriatividadeC16

G9, G10, G6

LiderançaC6, G11, G18

Fonte: Teklemariam et al., 2014.

Figura 6.2Mega­perfil de Engenharia Civil

com associação das competências gerais e específicas

6.5. Ponderação das Áreas Essenciais do Programa Curricular

Recomendações formuladas pelo Grupo de Trabalho para as ponde­rações a serem atribuídas às diversas áreas do programa curricular de Engenharia Civil mostradas na Tabela 6.4. A construção e a gestão de projetos receberam pesos muito menores que o desenho e a análise porque, na maioria das universidades, os cursos supracitados são ofe­recidos como programas de estudo separados. A inclusão no currículo de Engenharia Civil e o nível de ensino foram considerados necessários apenas ao nível básico para servir como base para os estudos de gestão de construção e gestão de projetos.

© University of Deusto

Page 80: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

80

Tabela 6.4Ponderações Recomendadas

para as Áreas do Programa Curricular

Área do programa curricular Peso (%)

Conceção e análise 80

Construção 8

Gestão de projetos 8

Regulamentação 4

6.6. Lacunas nos Programas Curriculares Existentes

O Grupo de Trabalho observou, mediante comparação do meta­per­fil recém­desenvolvido com os programas curriculares existentes, que havia lacunas entre o meta­perfil proposto pelo Tuning e os progra­mas curriculares de Engenharia Civil ensinados na maioria das universi­dades participantes. Os programas curriculares apresentam falhas nas competências gerais e específicas à disciplina. Uma exceção foi o pro­grama curricular da University of Pretoria, África do Sul, em que o me­ta­perfil não apresentava nenhum elemento principal e o programa estava bem alinhado com os requisitos do Engineering Council South Africa (ECSA). A Tabela 6.5 mostra as lacunas entre o meta­perfil e o programa curricular seguido pelas universidades participantes. Não havia nenhuma informação disponível sobre os Camarões e o Sudão do Sul.

Ao incorporar as competências gerais e específicas nos programas cur­riculares existentes, a maioria das universidades adiantou que a Com­petência Geral de profissionalismo, valores éticos e de compromisso com o Ubuntu traria alguns desafios, pois o termo «Ubuntu» era des­conhecido pelas universidades fora da África Austral e da África Orien­tal. Portanto, seria necessário criar uma definição adequada do termo para facilitar o processo.

© University of Deusto

Page 81: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

81

Tabela 6.5Lacunas entre o Meta­perfil e os Programas Curriculares de Engenharia Civil

existentes nas Universidades Participantes

Competência

Arg

élia

Bo

tsu

ana

RD

do

C

on

go

Etió

pia

Qu

énia

Nig

éria

Tan

zân

ia

Áfr

ica

do

 Su

l

Conceção e análise C5 C4 Nenhum

Gestão de projetos C4C5, C18

C5

Construção C4C18, C5

C5

RegulamentosG13, C20

G17

G13, G17, C17, C14

C20 G13

Síntese e pensamento críticoC16, G16

C4 C3

Criatividade G6

Liderança G18 G18 G18C6, G18

Gestão C5C5, C18

C5 C18

Profissionalismo G2 G2 G2G2, G14

Comunicação C4G7, G18

C4

Fonte: Teklemariam et al., 2014.

6.7. Conclusões

O Projeto Tuning facilitou o desenvolvimento de meta­perfis para os cursos de Engenharia Civil na América Latina e em África, entre outros. O meta­perfil desenvolvido pelo Grupo da Disciplina (SAG) do Tuning África é uma excelente oportunidade de promover a harmonização dos currículos e minimizar conflitos no reconhecimento das qualificações em todo o continente africano. As lacunas e as discrepâncias nos pro­gramas curriculares podem ser facilmente superadas com a incorpora­ção do meta­perfil nos processos de revisão curricular em toda a África.

© University of Deusto

Page 82: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

82

Embora haja algumas diferenças entre as competências da América La­tina e da África, a maioria dos elementos cognitivos, sociais e interpes­soais, bem como as dimensões tecnológicas e internacionais, conforme verificados na experiência latino­americana (Guerrero Spínola et al., 2014) podem ser identificados no meta­perfil africano. Isso facilitará a integração das qualificações entre os dois continentes.

© University of Deusto

Page 83: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

83

Capítulo 7

Comparação do Meta-perfil a Nível Regional e Global

Oagile Kanyeto

7.1. Contraste do Meta-perfil com os Resultados de outras Regiões

Conforme explicado no Capítulo 6, o Meta­perfil de Engenharia Ci­vil desenvolvido pelos membros do Grupo da Disciplina (SAG) de En­genharia Civil foi comparado com os programas curriculares existen­tes nas universidades para identificar eventuais lacunas. Embora os programas de Engenharia Civil não fossem idênticos nas diferentes regiões representadas no SAG de Engenharia Civil, observou­se uma forte convergência relativa às características do conteúdo do curso de licenciatura (Teklemariam et al., 2014). A maioria dos programas de Engenharia Civil representa um dos dois modelos principais: (1) um programa abrangente que permite que o licenciado se integre imedia­tamente na profissão, ou (2) preparação para iniciar um programa de mestrado especializado, como a Engenharia de Transportes. Os mem­bros do Grupo da Disciplina (SAG) do Tuning África de Engenharia Ci­vil compararam o programa curricular existente em África com os ou­tros modelos do Tuning para América Latina, Europa e Rússia. Foram feitas as seguintes observações: Na América Latina (Guerrro Spínola et al., 2014), a gestão de riscos é vista como uma parte essencial do pro­grama curricular de engenharia civil, com foco no programa de estudos sobre a construção. As experiências académicas da América Latina fo­ram criadas para fornecer mais oportunidades de estágios práticos con­juntamente com a instrução em sala de aula e em paralelo. Em África,

© University of Deusto

Page 84: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

84

a experiência prática é adquirida durante a formação no trabalho. Uma exceção é o período de estágio qualificado existente em alguns paí­ses. O grupo africano de Engenharia Civil ficou muito impressionado e interessado com a abordagem da América Latina e da Europa de tra­balhar com descrições relacionadas com as competências e definidas de acordo com os anos de estudo. A América Latina tem um catálogo preciso das competências definidas para a Engenharia de forma mais abrangente. Outra característica das competências da América Latina é que elas foram sistematizadas com antecedência em categorias e agru­pamentos sociais, cognitivos, tecnológicos e éticos, enquanto o grupo africano formou aglomerados após a identificação das suas Competên­cias Gerais e Específicas da Disciplina. Em geral, os meta­perfis latino­a­mericanos e africanos contém competências muito semelhantes, como pode ser visto na Tabela 7.1. Os meta­perfis só diferem em termos de agrupamento das competências, conforme demonstrado nas Fig. 7.1 e Fig. 7.2.

Tabela 7.1Competências Específicas da Disciplina contidas nos Meta­perfis

para África e América Latina

Competências específicas da disciplina para África:

Competências específicas da disciplina para América Latina:

1. Capacidade de coordenar, gerir, super­visionar e controlar a obra de constru­ção.

2. Conhecimento para reconstruir, manter, reabilitar e renovar a infraestrutura.

3. Capacidade de gerir os princípios bási­cos de construção e do programa.

4. Conhecimento sobre instalações e equi­pamentos.

5. Conhecimento básico de gestão contra­tual e financeira, inclusive seguros e ga­rantias.

6. Capacidade de traduzir e interpretar os dados e desenhos na forma de constru­ção verdadeira.

7. Capacidade de desenvolver interações eficazes e profissionais com peritos de outras profissões e alcançar soluções bem integradas.

1. Aplicar conhecimentos de ciên­cia da engenharia civil e ciências básicas.

2. Identificar, avaliar e implemen­tar tecnologias adequadas, de acordo com o contexto respe­tivo.

3. Criar, inovar e realizar iniciativas empresariais em prol do desen­volvimento tecnológico.

4. Elaborar, analisar, planejar e pro­jetar obras de engenharia civil.

5. Planear e prever obras e servi­ços de engenharia civil.

6. Construir, supervisionar, ins­pecionar e avaliar obras de en­genharia civil.

7. Operar, fazer manutenção e re­novar obras de engenharia civil.

© University of Deusto

Page 85: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

85

Competências específicas da disciplina para África:

Competências específicas da disciplina para América Latina:

8. Capacidade de conceber, quantificar e calcular os parâmetros e a capacidade de modelar e simular sistemas, estrutu­ras, projetos e processos.

9. Capacidade de analisar, reconfigurar e aplicar os desenhos, os dados e as tecnologias relevantes. Capacidade de replicar os requisitos do projeto em desenhos e explicá­los aos clientes.

10. Capacidade de controlar os custos, a qualidade e o prazo necessário para a construção.

11. Capacidade de analisar dados ou infor­mações (por exemplo: dados de levanta­mentos, solos, entre outros).

12. Capacidade de identificar a constru­ção por tipo e estrutura. Capacidade de identificar as opções diferentes para exe­cutar a construção.

13. Capacidade de análise e de tomar deci­sões com base em cálculos matemáticos e em outros princípios abstratos.

14. Seguir as medidas de segurança e saúde. Capacidade de introduzir e de manter as medidas de segurança na construção e no manejo de materiais.

15. Conhecimento das normas de constru­ção nacionais e internacionais.

16. Capacidade de testar a qualidade dos materiais.

17. Capacidade de gerir e de resolver os de­feitos e os problemas de qualidade.

18. Competências para desenvolver novos materiais e novas tecnologias para a construção sustentável.

19. Capacidade de finalizar orçamentos fi­nanceiras, de identificar as responsabili­dades jurídicas e de operar num quadro apropriado.

20. Aptidões de avaliação do impacto am­biental e social, conhecimento sobre o contexto e os desafios de desenvolvi­mento do projeto de construção.

8. Avaliar e diminuir o impacto ambiental e social de obras de construção.

9. Modelar e simular processos e sistemas de engenharia civil.

10. Gerir e supervisionar recursos humanos.

11. Administrar equipamentos e re­cursos materiais.

12. Perceber e associar conceitos ju­rídicos, económicos e financei­ros com a tomada de decisão, gestão de projetos e obras de engenharia civil.

13. Fazer uso de representação grá­fica e abstração espacial.

14. Propor soluções que possam contribuir para o desenvolvi­mento sustentável.

15. Prevenir e avaliar os riscos ine­rentes a obras de engenharia ci­vil.

16. Utilizar e interpretar informa­ções de terreno.

17. Fazer uso das tecnologias de in­formação, software e ferramen­tas para engenharia civil.

18. Interagir com grupos multidis­ciplinares e fornecer soluções abrangentes de engenharia ci­vil.

19. Fazer uso de técnicas de con­trolo de qualidade em materiais e serviços de engenharia civil.

© University of Deusto

Page 86: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

86

Gestãode projetos

Construção

Conceção e análise

Regulamentação

Figura 7.1Meta­Perfil Africano para a Disciplina de Engenharia Civil

Cognitivo

Social

Interpessoal

Técnico e internacional

META-PERFIL DO

ENGENHEIRO CIVIL

Figura 7.2Meta­perfil Africano para a Disciplina de Engenharia Civil

© University of Deusto

Page 87: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

87

Na altura em que foi feito o estudo, a experiência do Tuning Rússia ainda não incluía a Engenharia Civil, mas apresentava grupo de traba­lho de Engenharia Ambiental. A abordagem do Tuning Rússia diferen­ciou entre três categorias de competências:

• Competências gerais para a engenharia (programas abrangentes).

• Competências gerais para engenharia ambiental.

• Competências específicas da disciplina para engenharia ambiental.

Conforme observamos acima, a abordagem do Tuning Rússia utiliza as competências «gerais» em vez de competências «genéricas».

A Rússia (Federação Russa) não fez distinção entre as regiões nos pro­gramas e nas normas, de forma que os programas eram amplamente homogêneos. O Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Ambiental do Tuning russo identificou a «qualidade» como questão central, con­trariamente ao Grupo da Disciplina (SAG) do Tuning africano, para o qual «projeto e análise» configura aspecto fundamental.

A abordagem do Tuning europeu define um sistema de «quadro de disciplinas» diferente do meta­perfil (González e Yarosh, 2014). O qua­dro de disciplinas é uma breve lista de tópicos que devem ser conheci­dos por todos os licenciados de qualquer faculdade de engenharia civil, independentemente de sua especialização e local de estudo. A lista de tópicos aprovada deve gerar resultados definidos na forma de compe­tências a serem obtidas por todos os estudantes do curso de licencia­tura ou mestrado. As listas de competências específicas da disciplina foram propostas pela comissão Body of Knowledge Committee (BOK) da American Society of Civil Engineers (ASCE). Esta Comissão foi res­ponsável pela definição do corpo de conhecimento (BOK) necessário para iniciar a prática da engenharia civil com nível profissional (licen­ciatura) no século xxi. Embora a abordagem europeia não faça uso de um sistema de agrupamento de meta­perfis, há um elevado nível de se melhanças entre as duas listas de competências específicas da disci­plina, como é claramente demonstrado na Tabela 7.2.

© University of Deusto

Page 88: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

88

Tabela 7.2Comparação das competências específicas da disciplina

dos Grupos da Disciplina (SAG) africano e europeu

Competências específicas da disciplina para África:

Competências específicas da disciplina para Europa:

1. Capacidade de coordenar, gerir, super­visionar e controlar a obra de constru­ção.

2. Conhecimento para reconstruir, manter, reabilitar e renovar a infraestrutura.

3. Capacidade de gerir os princípios bási­cos de construção e do programa.

4. Conhecimento sobre instalações e equi­pamentos.

5. Conhecimento básico de gestão contra­tual e financeira, inclusive seguros e ga­rantias.

6. Capacidade de traduzir e interpretar os dados e desenhos na forma de constru­ção efetiva.

7. Capacidade de desenvolver interações eficazes e profissionais com peritos de outras profissões e alcançar soluções bem integradas.

8. Capacidade de desenhar, quantificar e calcular os parâmetros e a capacidade de modelar e simular sistemas, estrutu­ras, projetos e processos.

9. Capacidade de analisar, reconfigurar e aplicar os desenhos, os dados e as tec­nologias relevantes. Capacidade de re­plicar os requisitos do projeto em dese­nhos e explicá­los aos clientes.

10. Capacidade de controlar os custos, a qualidade e o prazo necessário para a construção.

11. Capacidade de analisar dados ou infor­mações (por exemplo: dados de levanta­mentos, solos, entre outros).

12. Capacidade de identificar a constru­ção por tipo e estrutura. Capacidade de identificar as opções diferentes para exe­cutar a construção.

1. Capacidade de aplicar conheci­mentos de matemática e outras disciplinas básicas.

2. Capacidade de usar conheci­mento de mecânica, mecânica aplicada e de outras disciplinas fundamentais para a engenha­ria civil.

3. Capacidade de aplicar os co­nhecimentos numa área espe­cializada, relacionados com a engenharia civil.

4. Identificar, formular e resolver problemas de engenharia civil.

5. Capacidade de projetar um sis­tema ou um componente para atender as necessidades deseja­das.

6. Capacidade de projetar e con­duzir experiências, bem como analisar e interpretar dados.

7. Capacidade para identificar ne­cessidades de investigação e os recursos necessários.

8. Usar as técnicas, habilidades e ferramentas modernas de enge­nharia, inclusive TI, necessárias para a prática da engenharia.

9. Perceção dos elementos de ges­tão de projeto e construção.

10. Perceção do compromisso ético e da responsabilidade profissio­nal dos engenheiros civis.

11. Perceção da interação entre questões técnicas e ambientais, bem como capacidade de pro­jetar e construir obras de en­genharia civil amigas do meio ambiente.

© University of Deusto

Page 89: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

89

Competências específicas da disciplina para África:

Competências específicas da disciplina para Europa:

13. Capacidade de análise e de tomar deci­sões com base em cálculos matemáticos e em outros princípios abstratos.

14. Seguir as medidas de segurança e saúde. Capacidade de introduzir e de manter as medidas de segurança na construção e no manejo de materiais.

15. Conhecimento das normas de constru­ção nacionais e internacionais.

16. Capacidade de testar a qualidade dos materiais.

17. Capacidade de gerir e de resolver os de­feitos e os problemas de qualidade.

18. Competências para desenvolver novos materiais e novas tecnologias para a construção sustentável.

19. Capacidade de finalizar orçamentos fi­nanceiras, de identificar as responsabili­dades jurídicas e de operar num quadro apropriado.

20. Aptidões de avaliação do impacto am­biental e social, conhecimento sobre o contexto e sobre os desafios de desen­volvimento do projeto de construção.

12. Perceção do impacto das obras de engenharia civil no contexto global e social.

13. Capacidade de se comunicar eficazmente.

14. Capacidade para trabalhar em equipas multidisciplinares.

15. Perceção do papel e das atitu­des do líder e de liderança.

16. Reconhecimento da necessi­dade e capacidade de exercer aprendizagem ao longo da vida.

7.2. Conclusão

Constatou­se que o Meta­perfil de Engenharia Civil desenvolvido pe­los membros do Grupo da Disciplina (SAG) de Engenharia Civil está ali­nhado com programas curriculares existentes na maioria das universi­dades representadas no grupo, especialmente no caso de programas curriculares baseados nos requisitos de órgãos reguladores ou institui­ções profissionais de engenharia. Em geral, a maior variação entre as instituições verifica­se no âmbito das competências gerais, em oposição a competências específicas da disciplina.

Embora os meta­perfis de Engenharia Civil, entre a África e outras re­giões, não sejam idênticos, observou­se uma forte convergência no que se refere às competências específicas da disciplina em programas de li­cenciatura. Concluiu­se que o meta­perfil latino­americano é muito se­

© University of Deusto

Page 90: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

90

melhante ao africano, em termos de estrutura, mas diferente quanto à ênfase nas áreas de conhecimento. A abordagem europeia difere tanto da africana quanto da latino­americana, pois Europa não especificou um meta­perfil, mas definiu um sistema de quadro de disciplinas.

Para concluir, verificou­se que o meta­perfil africano articula­se bem com perfis de outras regiões da Tuning Academy, estando bem ali­nha do com os programas curriculares da maioria das universidades afri­canas.

© University of Deusto

Page 91: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

91

Capítulo 8

Alguns Exemplos de Programas Novos e Revistos

Hassan Ibrahim Mohamed Mohamed

8.1. Avaliação por Pares de Programas Novos e Revistos

Para aplicar o conhecimento aprendido na preparação dos programas académicos, empregando a metodologia do Tuning, cada membro do Grupo da Disciplina de Engenharia Civil (SAG) procedeu à revisão de um programa existente ou desenvolveu um novo programa. Em se­guida, o grupo discutiu e concordou em usar uma ferramenta de revi­são por pares para garantir que as características mais suscetíveis de se enquadrar nos critérios da metodologia do Tuning, fossem incluídas. A ferramenta está descrita na Tabela 8.1. Como ilustração, um programa de amostragem elaborado e executado na Assiut University, do Egito, será apresentado nas próximas seções.

© University of Deusto

Page 92: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

92

Tabela 8.1Formulário de Avaliação

para Revisão por Pares dos Programas Novos ou Revistos

N.º Principais Aspetos Descrição

(a) Nome do curso revisto

(b) Explicação da necessidade social do curso revisto

(c) Descrição do perfil da graduação do pro­grama revisto, em termos de níveis e com­petências genéricas e/ou específicas da dis­ciplina

(d) Definição da duração e do nível do curso

(e) Identificação de futuras áreas, sectores de emprego e cargos para os licenciados

(f) Definição das competên­cias do programa revisto

Competência Definição de competência

C1

C2

C3

C4

C5

C6

C7

C8

(g) Verificação da ligação en­tre as competências e o meta­perfil acordado

Competência Definição de competênciaMeta­perfil acordado

C1 Áreas essenciais:

C2

C3

C4

C5

C6

C7

C8

© University of Deusto

Page 93: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

93

N.º Principais Aspetos Descrição

(h) Especificação do nível de competências descritas no perfil do programa revisto

(i) Descrição dos resultados de aprendizagem espera­dos relativos às compe­tências

(j) Descrição da metodologia da estratégia de apren­dizagem para adquirir as competências

(k) Especificação das unida­des do curso (unidades curriculares e módulos)

Ano SemestreCódigo do curso

Título do curso

Total de horas de crédito

UM

DOIS

(l) Verificar a coerência do curso em relação às com­petências, os resultados es­perados de aprendizagem e as actividades que leva­rão aos resultados concre­tos de aprendizagem (ou seja, demonstrar a coerên­cia global do curso)

Resultados de aprendizagem pretendidos

Competências

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8

(m) Verificar a consistência dos cursos em relação às competências.

Competências

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8

© University of Deusto

Page 94: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

94

8.2. «Programa de Licenciatura em Engenharia de Construção e Gestão de Projetos, Assiut University, Egito»

8.2.1. Introdução

A Região Árabe precisa urgentemente de engenheiros qualificados em gestão de projetos e engenharia de construção para realizar o pro­grama de desenvolvimento sustentável da região. Novos programas curriculares adequados, com base em sistemas de crédito, foram cria­dos e implementados, desde o ano letivo de 2016­2017, pelo Con­selho da Faculdade de Engenharia. O corpo docente é composto por académicos e profissionais altamente experientes em Engenharia de Construção e Gestão de Projetos, que podem transmitir aos licenciados os aspetos teóricos e a tecnologia de ponta.

Licenciatura Concedida

A Assiut University concede diplomas de acordo com a recomenda­ção do Conselho da Faculdade de Engenharia para o Bacharelado em «Gestão de Projetos e Engenharia de Construção».

Cursos Gerais

O programa abrange os seguintes cursos transversais:

Inglês Técnico ­ Introdução às Ciências de Engenharia ­ Direitos Hu­manos ­ Economia da Engenharia ­ Técnicas de Comunicação e Apre­sentação ­ Ética da Profissão de Engenharia e Legislação ­ Redação de Relatórios Técnicos ­ Proteção Ambiental, Marketing, Contabilidade e Estudos de Custo e Viabilidade.

8.2.2. Sistema de Estudo e Símbolos do Programa Curricular

A licenciatura em Engenharia de Construção e Gestão de Projetos é um programa de dez semestres ou cinco anos de curso, baseado num Sis­tema de Crédito. O idioma de ensino é o inglês.

1. Hora de crédito: uma unidade científica de peso para uma aula com duração mínima de cinquenta minutos por semana, ou ainda, para tutoriais ou aulas experimentais de 2 a 3 horas por semana.

© University of Deusto

Page 95: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

95

Tabela 8.2Nível do estudante

(após a Comissão do Setor de Estudos de Engenharia, Maio de 2013)

Nível de estudo Nível do estudante Horas de crédito alcançadas

0 Novato De 0% a 20%

1 Segundo ano Mais de 20% ou igual a 40%

2 Terceiro ano Mais de 40% ou igual a 60%

3 Sénior­1 Mais de 60% ou igual a 80%

4 Sénior­2 Mais de 80% a 100%

Semestre principal: a duração de um semestre principal é de 14 semanas.

2. Ano letivo: um ano académico possui dois semestres principais e um semestre de verão, com sete semanas, aulas duplas e horas de tutoriais.

3. Plano de estudos: é composto de grupos Obrigatórios e Faculta­tivos com cursos e actividades de estudo (teóricas, tutoriais ou experi­mentais). O sucesso nestes grupos leva à concessão da licenciatura em «Engenharia de Construção e Gestão de Projetos».

4. Pré-requisito: O estudante deve validar este curso antes de se ca­dastrar num outro para o qual é uma exigência.

5. Carga de trabalho: Número de horas de crédito atribuídas aos cur­sos no semestre principal. A média é de 18 horas de crédito, com um mínimo de 12 horas de crédito e um máximo de 21 horas de crédito por semana. No semestre de verão, são 6 horas de crédito.

6. Orientação académica: um membro da equipa escolhido pelo co­mité académico executivo para ajudar os estudantes a escolherem os cursos de acordo com o plano de estudo.

7. Notas do ano académico: total de notas obtidas pelo estudante em pequenos testes, relatórios e actividades científicas relacionadas a um determinado curso.

8. Exame final: exame final realizado uma vez no final do semestre.

9. Nota do exame final: nota que o estudante obteve no exame fi­nal de cada curso. Considera­se que o estudante falha se ele/ela obtiver nota 30% inferior deste exame.

© University of Deusto

Page 96: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

96

10. Nota final: soma do trabalho de curso realizado durante o ano e a nota do exame final de cada curso.

11. Pontuação: símbolo da letra que corresponde à nota final para o estudante de qualquer curso.

12. Pontuação geral acumulada: descrição do nível científico de um estudante durante todo o estudo na faculdade.

13. Estágio de verão: Durante as férias de verão, os estudantes devem fazer um estágio industrial numa empresa ou sociedade de construção. O programa de estágio é decidido pelo comité académico executivo da faculdade. É necessário completar dois estágios antes da formatura. A duração de cada estágio não deve ser inferior a duas semanas.

• Nas férias de verão, o estudante pode completar o primeiro está­gio com cerca de duas semanas após o nível académico (1). O estu­dante deve completar dois semestres após o primeiro estágio antes de completar o outro.

• O estágio deve ser realizado sob a supervisão dos funcionários. O es­tudante deve apresentar um relatório ao comité académico execu­tivo para a avaliação.

• Após a defesa do estudante, ele/ela será avaliado/a com a nota Aprovado ou Reprovado.

14. Inscrição do Estudante no Programa

• Os estudantes inscrevem­se no Programa de Engenharia de Constru­ção e Gestão de Projetos após um ano preparatório na Faculdade de Engenharia das universidades do governo no Egito.

• O programa aceita estudantes que concluíram com êxito o ano pre­paratório na Assiut University­Faculty of Engineering ou nas outras universidades do Egito que seguem as regras da Assiut­Faculty of En­gineering.

15. Mobilidade de Estudantes no Programa

• No Programa de Engenharia de Construção e Gestão de Projetos, há dois sistemas: o sistema de horas de crédito e o sistema de dois se­

© University of Deusto

Page 97: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

97

mestres. O estudante que não obtiver 60% do crédito total necessá­rio para a graduação no sistema de horas de crédito será transferido pelo Conselho da Faculdade de Engenharia para o sistema de dois semestres. O estudante deve ser aceite no departamento no ano de inscrição.

• O estudante que concluir o sistema de dois semestres poderá seguir para o Programa de Engenharia de Construção e Gestão de Projetos.

• O estudante matriculado no sistema de horas de crédito poderá se­guir para o sistema de dois semestres apenas no departamento, no qual ele ou ela está matriculado/a, após o ano preparatório.

As tabelas a seguir podem ser utilizadas para a avaliação de equivalên­cia entre o sistema de horas de crédito e o sistema de dois semestres

Tabela 8.3Mudança do sistema de horas de crédito para o sistema de dois semestres

(da Comissão do Setor de Estudos de Engenharia, Maio de 2013)

Do sistema de horas de crédito Para o sistema de dois semestres

% Percentagem do estudante

Pontos PontuaçãoPontuação

equivalentePercentagem

equivalente %

Superior a 97 4.0 A+

Excelente

98

De 93 a < 97 4.0 A 93

De 89 a < 93 3.7 A– 88

De 84 a < 89 3.3 B+Muito bom

83

De 80 a < 84 3.0 B 78

De 76 a < 80 2.7 B–

Bom

73

De 73 a < 76 2.3 C+ 70

De 70 a < 73 2.0 C 67

De 67 a < 70 1.7 C–

Aprovação

63

De 64 a < 67 1.3 D+ 58

De 60 a < 64 1.0 D 53

Inferior a 60 0.0 F Reprovação Inferior a 50

© University of Deusto

Page 98: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

98

Tabela 8.4Mudança do sistema de dois semestres para o sistema de horas de crédito (da

Comissão do Setor de Estudos de Engenharia, Maio de 2013)

Para o sistema de dois semestres Para o sistema de horas de crédito

Pontuação do estudante

% Percentagem do estudante

Número de pontos Pontuação equivalente

Excelente

De 95 a 100 4.0 A+

De 90 a < 95 4.0 A

De 85 a < 90 3.7 A–

Muito bomDe 80 a < 85 3.3 B+

De 75 a < 80 3.0 B

BomDe 71 a < 75 2.7 B–

De 68 a < 71 2.3 C+

Aprovação

De 65 a < 68 2.0 C

De 60 a < 65 1.7 C–

De 55 a < 60 1.3 D+

DE 50 a < 55 1.0 D

Reprovação De 0 a < 50 0.0 F

16. Duração do Estudo e da Licenciatura

• A duração do estudo no programa é de dez semestres principais. Um estudante pode formar­se após nove semestres, se cumprir os requisitos da graduação.

• A duração máxima de estudo é de vinte semestres principais no pro­grama em que o estudante esteja matriculado, sem os semestres suspensos aprovados pelo Conselho da Faculdade.

• A formatura do estudante poderá acontecer no final de qualquer se­mestre da seguinte maneira:

1. Formatura em Janeiro: Para os estudantes que cumprirem os re­quisitos de graduação no primeiro semestre do ano da gradua­ção.

© University of Deusto

Page 99: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

99

2. Formatura em Junho: Para os estudantes que cumprirem os requi­sitos de graduação no segundo semestre do ano da graduação.

3. Formatura em Setembro: Para os estudantes que cumprirem os requisitos de graduação no semestre de verão no ano da gradua­ção.

• Na Formatura, o estudante recebe um certificado de graduação após o pagamento das taxas necessárias. O certificado inclui (Acumulação de Créditos do Estudante (GPA) e Projeto de Graduação e a Pontua­ção). Se o engenheiro licenciado precisar de um certificado com as notas no sistema de dois semestres, ele ou ela receberá outro certifi­cado após o pagamento das taxas necessárias.

17. Propinas de Estudo

• O Conselho Supremo das Universidades decide anualmente o valor das propinas para cada hora de crédito, após a sugestão do Con­selho Universitário. Essas taxas podem aumentar anualmente.

• O Conselho da Faculdade tem a possibilidade de aumentar as propi­nas anuais de 6 a 10% para os novos estudantes, após a aprovação do Conselho Universitário.

18. Cronograma de estudo e registo

O ano letivo pode ter três semestres conforme previsto:

• O primeiro semestre principal: começa em setembro e tem duração de 14 semanas.

• O segundo semestre principal: começa em setembro e tem duração de 14 semanas.

• O terceiro semestre (verão): começa em Junho e estende­se por 7 se­manas, com as horas de estudo duplicadas e as propinas também.

19. Sistema de avaliação científica dos estudantes

• As notas de cada curso podem ser divididas em trabalhos do semes­tre (Tutorial / Experimental, exame escrito entre semestres e exame final).

© University of Deusto

Page 100: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

100

• O exame escrito entre os semestres representa 20% da nota total, com o exame final não inferior a 40%.

• As condições de aprovação em qualquer curso são:

1. O estudante deve conseguir pelo menos 60% das notas totais do curso.

2. O estudante deve conseguir pelo menos 30% das notas totais do exame final por escrito.

• O estudante deve participar em mais de 75% das aulas, dos tutoriais e exercícios de laboratório de cada curso para poder prestar o exame final dos cursos atendidos.

• O estudante será reprovado nos cursos se a pontuação total for in­ferior a 60% ou se ele não comparecer no exame final escrito por qualquer motivo.

• Algumas atividades do estudante podem ser avaliadas (aprovação / re­provação) de acordo com a decisão do comité académico executivo.

20. Condições de Admissão e de Expulsão

• O estudante tem o direito de reivindicar as propinas caso venha a pedir a anulação durante o período previsto e se for avaliado como «Anulado» no curso.

• O estudante não tem o direito de reivindicar as propinas, caso se afaste durante o período previsto e se for avaliado como «Anulado» no curso.

• Se o estudante for avaliado como «Anulado» num curso, deve reto­mar a inscrição do curso e os exames.

• A anulação de todo o semestre deve ter a aceitação do Conselho da Faculdade, após a recomendação do comité académico executivo.

• Se o estudante não se inscrever durante o período previsto, o respon­sável pelo Departamento de Assuntos Estudantis envia uma carta ao pai ou à mãe do estudante (o pai, por exemplo). Se não houver res­posta, o Conselho da Faculdade suspenderá a matrícula do semestre.

© University of Deusto

Page 101: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

101

• A suspensão do semestre do estudante será considerada, como sendo uma das possibilidades do estudante suspender os estudos (é possível suspender por dois anos letivos ou por quatro semestres).

• Se a suspensão de um estudante exceder dois anos letivos ou quatro semestres, ele ou ela será excluído/a da faculdade de acordo com os regulamentos.

• O estudante tem três semanas antes do período de exames para pedir autorização do Conselho da Faculdade, após ter feito um re­querimento ao comité académico executivo para se ausentar de um exame do curso. Caso contrário, a nota de avaliação será zero. Se a autorização for aceite, a avaliação do trabalho do semestre será re­metida ao próximo exame final.

• As condições de mobilidade entre outras universidades e a Assiut University são as seguintes:

1. Os cursos escolhidos noutra Universidade devem ser compatíveis com os termos deste regulamento.

2. 80% do total de horas de crédito necessárias para a graduação devem ser completadas na Assiut University, assim como os dois últimos semestres e o projeto de graduação.

3. Em todo caso, o número total de semestres concluídos noutra universidade e na Assiut University deve ser igual ou superior a nove.

21. Condições de suspensão dos estudos e gestão da pontuação

• O estudante recebe um aviso quando houver um mau desempenho académico , se o GPA do estudante for inferior a 1.0.

• O estudante será expulso, caso receba três advertências durante os quatro primeiros semestres por desempenho insuficiente O Conselho Universitário poderá conceder uma última chance.

• Se o GPA do estudante for inferior a 2.0 no final de qualquer semes­tre, ele ou ela receberá um aviso e será convidado a melhorar o GPA em, pelo menos, 2.0.

© University of Deusto

Page 102: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

102

• O estudante será expulso, se o GPA for inferior a 2.0 por seis semes­tres separados ou sucessivos.

• O estudante será expulso, caso não se forme após vinte semestres principais.

• O Conselho de Faculdade poderá autorizar dois semestres principais de ausência para o estudante em questão, em quatro para concluir os estudos, caso tenha obtido pelo menos 80% do número total de créditos necessários para a formatura.

• O estudante poderá retomar um número máximo de cinco cursos com nota inferior a B + para melhorar o GPA. A pontuação mais re­cente e as outras notas serão mencionadas no registo de desem­penho final. O número de cursos a serem retomados poderá aumen­tar, caso isso evite o despedimento ou se melhorar os requisitos de graduação.

22. Condições de inscrição nos cursos

O estudante, após consultar o instrutor académico e levar em conside­ração o pré­requisito, poderá registar­se nos cursos planeados que ele ou ela precisa concluir em cada semestre para completar as horas de crédito, entre 12 e 21, nas seguintes condições:

• Se o GPA acumulado do estudante for superior ou igual a 3.0 pon­tos, é possível registar até 21 horas de crédito.

• Se o GPA acumulado do estudante for superior ou igual a 2.0 pon­tos e inferior a 3.0, é possível registar até 18 horas de crédito.

• Se o GPA acumulado do estudante for inferior ou igual a 2.0 pontos, é possível registar até 14 horas de crédito.

• O estudante pode registar até 6 horas de crédito e um número má­ximo de três cursos para o semestre de verão.

23. Cálculos de pontuação

A nota de cada curso do estudante será calculada conforme é mos­trado na tabela a seguir.

© University of Deusto

Page 103: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

103

Tabela 8.5Equivalência entre os sistemas de pontuação

(após a Comissão de Revisão do Setor de Estudos de Engenharia)

Percentagem % SímboloPeso da nota em pontos

Intervalo equivalente em percentagem %

Superior a 97 A+ 4.0 97­100

De 93 a < 97 A 4.0 93­96

De 89 a < 93 A– 3.7 89­92

De 84 a < 89 B+ 3.3 84­88

De 80 a < 84 B 3.0 80­83

De 76 a < 80 B– 2.7 76­79

De 73 a < 76 C+ 2.3 73­75

De 70 a < 73 C 2.0 70­72

De 67 a < 70 C– 1.7 67­69

De 64 a < 67 D+ 1.3 64­66

De 60 a < 64 D 1.0 60­63

Inferior a 60 F 0.0 —

24. GPA do semestre

É a soma da média dos pontos do total de horas de crédito dos cursos seguidos no semestre. A nota é calculada, multiplicando­se as horas de crédito com o peso da pontuação de cada curso que o estudante con­cluiu de acordo com a supracitada tabela.

Se o estudante repetir um curso no qual foi reprovado, a última nota com, no máximo, «B+,» será considerada no cálculo do GPA do semes­tre.

25. GPA acumulativo

Soma da média dos pontos do total de horas de crédito de todos os cursos, desde que o estudante se matriculou na universidade.

© University of Deusto

Page 104: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

104

26. Pontuação geral

A pontuação geral do GPA acumulativo do estudante, de acordo com o GPA acumulativo, pode ser calculada da seguinte forma:

• Excelente: Se o GPA acumulativo for superior ou igual a 3.7.

• Muito bom: Se o GPA acumulativo for superior ou igual a 3.0 e infe­rior a 3.7.

• Bom: Se o GPA acumulativo for superior ou igual a 2.0 e inferior a 3.0.

• Aprovação: Se o GPA acumulativo for superior ou igual a 1.0 e infe­rior a 2.0.

27. Licenciatura e diploma

Os estudantes propostos para a licenciatura e o diploma devem cum­prir as seguintes condições:

a) Não devem ter recebido uma nota de reprovação em qualquer curso, nem repetir qualquer curso durante os anos letivos to­tais.

b) Devem cumprir os requisitos de graduação no prazo esperado.

c) Devem obter, pelo menos, 60% das horas de crédito exigidas para a graduação na Assiut University:

ii) Licenciatura de primeira classe: é concedida na formatura para o estudante que obtiver GPA acumulativo acima de 3.7 em todos os anos letivos.

ii) Licenciatura de segunda classe: é concedida na formatura para o estudante que obtiver GPA acumulativo superior ou igual a 3,0 e inferior a 3.7 em todos os anos letivos.

Os estudantes que obtiverem GPA superior a 3.7 receberão um des­conto na percentagem das propinas, proposto pelo comité académico executivo e aprovado pelo Comité Executivo Superior.

© University of Deusto

Page 105: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

105

28. Projeto de graduação

• O estudante não pode se formar, a menos que seja aprovado no projeto de graduação.

• Apenas os estudantes que concluíram 130 horas de crédito podem matricular­se para o projeto de graduação.

• Após a aprovação dos projetos de formatura propostos pelo comité académico executivo, os supervisores desses projetos serão nomea­dos entre os professores.

29. Requisitos para graduação

Os estudantes podem formar­se, se cumprirem com as seguintes con­dições:

• Devem ser aprovados com sucesso nos cursos, com um total de 180 horas de crédito e GPA acumulativo superior ou igual a 2.0, in­cluindo o projeto de graduação.

• Os cursos com grau de aprovação/reprovação não são considerados no cálculo do GPA; por exemplo: o estágio de verão.

• Devem ter êxito no ensino e na formação militar.

• Os cursos considerados para o cálculo do GPA devem conter as disci­plinas que cumpram os requisitos das especificações (NARS) da licen­ciatura em engenharia (consulte o Artigo 21).

• Esses cursos também devem incluir disciplinas que sigam os requisitos do programa de especialização de acordo com as especificações da NARS e da universidade, faculdade e do departamento associado. Esses requi­sitos devem incluir cerca de 10% das classes facultativas. O programa deve cumprir esses requisitos, conforme mostrado no Artigo (21).

30. Regras adicionais

ii) O Conselho da Faculdade pode aprovar qualquer disciplina que não esteja mencionada no presente regulamento ou pode suge­rircom a recomendação para que seja aprovado pelo Conselho da Universidade ou pelo Conselho Supremo das Universidades.

ii) As regras da universidade aplicam­se a qualquer disciplina que não esteja mencionada no presente regulamento.

© University of Deusto

Page 106: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

106

8.2.3. Sistema de Codificação do Curso

O Código do Curso é composto por três letras seguidas de três núme­ros, da seguinte forma:

Tabela 8.6Descrição do código

N3N2N1AAA

؟؟؟؟؟؟؟

Três letras representam o departamento que tem a responsabilidade de ensinar o curso

AAA

Representa HumanasHUM

Representa Engenharia e ArquiteturaARC

Representa Engenharia CivilCVE

Representa Engenharia Eletrotécnica aELC

Representa Engenharia MecânicaMEC

Representa Engenharia de Minas MIE

Representa Engenharia GeralENG

Representa MatemáticaMTH

Representa FísicaPHY

Representa Engenharia de Construção e Gestão de ProjetosCPM

Um número representa o nível académicoN1

Nível (0), Novato(0)

Nível (1), Segundo Ano(1)

Nível (2), Júnior(2)

Nível (3), Sénior­1(3)

Nível (4), Sénior­2(4)

O número representa o tipo de curso (obrigatório ou eletivo)N2

Para cursos obrigatórios(1)

Para cursos facultativos(0)

Número composto de dois dígitos, representando a unidade curricular dentro da especialidade

N3

© University of Deusto

Page 107: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

107

Os cursos necessários e as horas de crédito

Os cursos do programa são criados de forma a seguir os percentuais exi­gidos pela universidade, faculdade, pelo departamento e pelo programa, conforme mostrado na tabela a seguir, em comparação com os requisi­tos que foram decididos pelo Conselho Supremo de Universidades em Abril de 2009. As percentagens incluem 10­12% dos cursos facultativos.

Tabela 8.7Horas e cursos necessários

ExigidoCumprido pelo programa

Horas Total%Tipo Horas % Obrigatório Eletivo

Requisitos da universidade 18 10 16 2 10.00

Requisitos da faculdade 45 25 43 0 23.89

Requisitos do departamento 63 35 60 3 35.00

Requisitos do programa 54 30 43 13 31.11

Total 180 100 18 162 100.00

Tabela 8.8Cursos para o cumprimento dos requisitos da universidade

Código Nº Título do CursoHoras de Crédito

HUM0101 Inglês técnico 2

HUM0102 Introdução à engenharia 2

HUM0103 Direitos humanos 2

HUM0104 Economia da engenharia 2

HUM1105 Comunicação e técnicas de apresentação 2

HUM1106 Ética da profissão de engenharia e a legislação 2

HUM2107 Redação de relatórios técnicos 2

HUM20 (01­03) Curso eletivo (1) 2

HUM3108 Proteção ambiental 2

Total 18 com 10%

© University of Deusto

Page 108: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

108

Tabela 8.9Cursos para o cumprimento dos requisitos da universidade

Código Nº Título do Curso Horas de Crédito

MTH0101 Matemática (1): Álgebra e geometria analítica 3

MTH0102 Matemática (2): Cálculo diferencial e integral 3

MTH1103 Matemática (3): Equações diferenciais 3

PHY0101 Física (1) 3

PHY0102 Física (2) 3

ENG0101 Desenhos de engenharia 3

ENG0102 Projeção descritiva 3

MEC1101 Princípios de engenharia mecânica 2

MIE0101 Engenharia química 3

MIE0102 Engenharia geológica 3

ELC0101 Introdução aos computadores e à programação 3

ELC1102 Princípios de engenharia eletrotécnica 2

CVE0102 Engenharia mecânica 3

CPM 4118 Projeto de graduação (A) 3

CPM 4119 Projeto de graduação (B) 3

Total 43 com 23,89%

© University of Deusto

Page 109: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

109

Tabela 8.10Cursos para cumprimento dos requisitos do departamento

Código Nº Título do CursoHoras de Crédito

CVE0101 Desenho civil assistido por computador 3

CVE1103 Teoria das estruturas (1) 3

CVE1104 Propriedades e resistência de materiais (1) 3

CVE1105 Hidráulica (1) 3

CVE1106 Análise numérica 3

CVE1107 Topografia (1) 3

CVE2108 Teoria de estruturas (2) 3

CVE2109 Hidráulica (2) 3

CVE2110 Mecânica de solos 3

CVE2111 Betão armado (1) 3

CVE2112 Construções de aço 3

CVE2113 Topografia (2) 3

CVE2114 Propriedades e resistência de materiais (2) 3

CVE3115 Engenharia de estradas e tráfego 3

CVE3116 Fundações 3

CVE2117 Betão armado (2) 3

CVE3118 Engenharia de irrigação e desenho de estruturas 3

CVE3119 Teoria de estruturas (3) 3

CVE3120 Betão armado (3) 3

CVE4121 Engenharia ambiental e sanitária 3

CVE30(01­04) Curso eletivo (3) 3

Total 63 com 35%

© University of Deusto

Page 110: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

110

Tabela 8.11Cursos para o cumprimento dos requisitos do programa

Código Nº Título do Curso Horas de Crédito

CPM 1101 Introdução à engenharia de construção 2

CPM 1102 Estratégia de construção 2

CPM 1103 Recursos naturais e gestão 2

CPM 2104 Planeamento e controlo de projetos de construção 3

CPM 2105 Bases de gestão 2

CPM 2106 Tecnologia de construção e gestão 3

CPM 3107 Proteção contra os riscos associados aos projetos de construção 3

CPM 3108 Tecnologia de construção de edifícios 3

CPM 3109 Quantidades e controlo de custos do projeto 3

CPM 4110 Gestão de construção e controlo do projeto 2

CPM 4111 Gestão dos recursos de energia em obras de construção 2

CPM 4112 Contratados e especificações 3

CPM 4113 Controlo de qualidade 3

CPM 4114 Fatores humanos em engenharia e gestão da construção 2

CPM 4115 Desenho de estruturas temporárias e en­quadramentos 3

CPM 4116 Túneis e engenharia de redes 3

CPM 4117 Gestão de risco 2

CPM 30(01­04) Curso facultativo (2) 3

CPM 30(05­08) Curso facultativo (4) 3

CPM 30(09­11) Curso facultativo (5) 2

CPM 40(12­13) Curso facultativo) 3

CPM 40(14­17) Curso facultativo) 2

Total 56 com 31.11%

© University of Deusto

Page 111: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

111

Cursos do plano de estudo

O plano de estudos é o conjunto de cursos e outros requisitos neces­sários para a formatura do estudante. As horas de aula, tutoriais e de estudo experimental podem variar de um curso para outro. Para discri­minar cada tipo, cada um possui determinadas horas de crédito e um número de código, mostrados nas tabelas de orientação a seguir:

Tabela 8.12Tabela de orientação do nível 0, semestre 1

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do

curso

HUM0101 Inglês técnico 2 2 2 —Consultar o instrutor

MTH0101 Matemática (1) 3 2 2Consultar o instrutor

PHY0101 Física (1) 3 2 2Consultar o instrutor

ENG0101Desenho de en­genharia.

3 1 3Consultar o instrutor

ENG0102Desenho Descri­tivo

3 2 2Consultar o instrutor

HUM0102Introdução à en­genharia

2 2 2Consultar o instrutor

HUM0103 Direitos humanos 2 2 3Consultar o instrutor

Total 18 13 8

© University of Deusto

Page 112: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

112

Tabela 8.13Orientação da avaliação, nível 0 semestre 1

Código do curso

Nome do curso

FinalHorário

do exame

Distribuição máxima de notas

RecessoExame

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

HUM0101 Inglês técnico 2 20 30 — 50

MTH0101 Matemática (1) 3 20 30 — 50

PHY0101 Física (1) 3 20 30 — 50

ENG0101 Desenho de engenharia. 3 20 30 — 50

ENG0102 Desenho descritivo 3 20 30 — 50

HUM0102 Introdução à engenharia 2 20 20 10 50

HUM0103 Direitos humanos 2 20 30 — 50

Total

Tabela 8.14Tabela de orientação do nível 0, semestre 2

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código do

cursoNome do curso

MTH0102 Matemática (2) 3 2 2 MTH0101 Matemática (1)

CVE0101Desenho civil assistido por computador

3 1 4 ENG0101Desenho de engenharia

CVE0102 Engenharia mecânica 3 2 2 MTH0101 Matemática (1)

PHY0102 Física (2) 3 2 2 PHY0101 Física (1)

MIE0101 Engenharia química 3 2 2Consultar o instrutor

ELCC0101Introdução aos computa­dores e à programação

3 2 2Consultar o instrutor

HUM0104 Economia da engenharia 2 2 —Consultar o instrutor

Total 18 20 13 14

© University of Deusto

Page 113: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

113

Tabela 8.15Orientação da avaliação no nível 0, semestre 2

Código do curso

Nome do curso

FinalHorário

do exame

Distribuição máxima de notas

RecessoTrabalho

do semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

MTH0102 Matemática (2) 3 20 30 — 50 100

CVE0101 Desenho civil as­sistido por com­putador

3 20 30 — 50 100

CVE0102 Engenharia me­cânica

3 20 30 — 50 100

PHY0102 Física (2) 3 20 30 10 40 100

MIE0101 Engenharia quí­mica

3 20 30 10 40 100

ELCC0101 Introdução aos computadores e à programação

3 20 20 10 50 100

HUM0104 Economia da en­genharia

2 20 30 — 50 100

Total 700

© University of Deusto

Page 114: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

114

Tabela 8.16Tabela de orientação do nível 1, semestre 3

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código do

cursoNome do curso

CVE1103 Teoria das estruturas (1) 3 2 2 CVE0102Engenharia mecânica

CVE1104Propriedades e resistên­cia de materiais (1)

3 2 2 PHY0101 Física (1)

HUM1105Comunicação e técnicas de apresentação

2 1 2 ELCC0101

Introdução aos computadores e à programação

MIE1102 Engenharia geológica 3 2 2Consultar o instrutor

ELC1102Princípios da engenha­ria eletrotécnica

2 2 1Consultar o instrutor

MEC1101Princípios da engenha­ria mecânica

2 2 1Consultar o instrutor

CPM1101Introdução à engenha­ria de construção

2 2 —Consultar o instrutor

Total 17 13 10

© University of Deusto

Page 115: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

115

Tabela 8.17Orientação da avaliação do nível 1, semestre 3

Código do curso

Nome do curso

FinalHorário

do exame

Distribuição máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CVE1103Teoria das estrutu­ras (1)

3 20 30 10 40 100

CVE1104Propriedades e resis­tência de materiais (1)

3 20 30 10 40 100

HUM1105Comunicação e téc­nicas de apresenta­ção

2 20 30 10 40 100

MIE1102Engenharia geoló­gica

3 20 30 10 40 100

ELC1102Princípios da enge­nharia eletrotécnica

2 20 30 10 40 100

MEC1101Princípios da enge­nharia mecânica

2 20 20 10 50 100

CPM1101Introdução à enge­nharia de construção

2 20 20 10 50 100

Total 700

© University of Deusto

Page 116: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

116

Tabela 8.18Tabela de orientação do nível 1, semestre 4

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

MTH1103 Matemática (3) 3 2 2 MTH0102 Matemática (2)

CPM1102Estratégia de cons­trução

2 2 — CPM1101Introdução à engenharia de construção

CVE1105 Hidráulica (1) 3 2 2 CVE0102Engenharia mecânica

CVE1106 Análise numérica 3 2 2 MTH1103 Matemática (3)

CVE1107 Topografia (1) 3 2 2 ENG0101Desenho de engenharia.

CPM 1103Recursos naturais e gestão

2 2 —Consultar o instrutor

HUM1106Ética da profissão de engenharia e a legis­lação

2 2 —Consultar o instrutor

Total 18 14 8

© University of Deusto

Page 117: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

117

Tabela 8.19Orientação da avaliação do nível 1, semestre 4

Código do curso

Nome do curso

FinalHorário

do exame

Distribuição máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

MTH1103 Matemática (3) 3 20 30 10 10 100

CPM1102Estratégia de cons­trução

2 20 30 10 10 100

CVE1105 Hidráulica (1) 3 20 30 10 10 100

CVE1106 Análise numérica 3 20 30 — 50 100

CVE1107 Topografia (1) 3 20 30 10 10 100

CPM 1103Recursos naturais e gestão

2 20 20 10 10 100

HUM1106Ética da profissão de engenharia e a legis­lação

2 20 20 10 10 100

Total 700

© University of Deusto

Page 118: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

118

Tabela 8.20Tabela de orientação do nível 2, semestre 5

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CPM2104Planeamento e con­trolo de projetos de construção

3 2 2 CPM1101Introdução à engenharia de construção

CVE2108 Teoria de estruturas (2) 3 2 2 CVE1103Teoria das es­truturas (1)

CVE2109 Hidráulica (2) 3 2 2 CVE1105 Hidráulica (1)

CVE2110 Mecânica de solos 3 2 2 MIE1102E n g e n h a r i a geológica

CVE2111 Betão armado (1) 3 2 3 CVE1103Teoria das es­truturas (1)

HUM2107Redação de relatórios técnicos

2 2 1Consultar o instrutor

CPM2105 Bases de gestão 2 2 —Consultar o instrutor

Total 19 14 12

© University of Deusto

Page 119: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

119

Tabela 8.21Orientação da avaliação do nível 2, semestre 5

Código do curso

Nome do curso

FinalHorário

do exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CPM2104

Planeamento e controlo de pro­jetos de constru­ção

3 20 30 10 40 100

CVE2108Teoria de estrutu­ras (2)

3 20 30 — 50 100

CVE2109 Hidráulica (2) 3 20 30 10 40 100

CVE2110Mecânica de so­los

3 20 30 10 40 100

CVE2111 Betão armado (1) 3 20 30 10 40 100

HUM2107Redação de rela­tórios técnicos

2 20 30 10 40 100

CPM2105 Bases de gestão 2 20 30 10 40 100

Total 700

© University of Deusto

Page 120: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

120

Tabela 8.22Tabela de orientação do nível 2, semestre 6

Código do curso Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CVE2112Construções de aço

3 2 2 CVE2108Teoria de estrutu­ras (2)

CVE2113 Topografia (2) 3 2 2 CVE1107 Topografia (1)

CVE2114Propriedades e res i s tênc ia de materiais (2)

3 2 2 CVE1104Propriedades e res i s tênc ia de materiais (1)

CVE2117 Betão armado (2) 3 2 3 CVE2111 Betão armado (1)

CPM2106Tecnologia de construção e ges­tão

3 2 2 CVE2111 Betão armado (1)

HUM20 (01­03)Curso facultativo (1)

2 2 — HUM0104Economia da en­genharia

Total 17 12 11

© University of Deusto

Page 121: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

121

Tabela 8.23Orientação da avaliação do nível 2, semestre 6

Código do curso Nome do curso

FinalHoras

de exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CVE2112Construções de aço

3 20 30 10 40 100

CVE2113 Topografia (2) 3 20 30 10 40 100

CVE2114Propriedades e res i s tênc ia de materiais (2)

3 20 30 10 40 100

CVE2117 Betão armado (2) 3 20 30 10 40 100

CPM2106Tecnologia de construção e ges­tão

2 20 30 10 40 100

HUM20 (01­03) Curso eletivo (1) 3 20 30 10 40 100

Total 600

© University of Deusto

Page 122: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

122

Tabela 8.24Orientação do nível 3, semestre 7

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CPM3107

Proteção contra os riscos associa­dos aos projetos de construção

3 2 2 CPM2104Planeamento e controlo de proje­tos de construção

CVE3115Engenharia de estradas e trá­fego

3 2 2 CVE2107 Topografia (1)

CPM3108Tecnologia de construção de edifícios

3 2 2 CPM2106Tecno log i a de construção e ges­tão

CVE3116 Fundações 3 2 2 CVE2110 Mecânica de solos

CVE3118

Engenharia de irrigação e de­senho de estru­turas

3 2 2 CVE2109 Hidráulica (2)

CPM30(01­04)Curso facultativo (2)

3 2 2 —Consultar o ins­trutor

Total 18 12 12

© University of Deusto

Page 123: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

123

Tabela 8.25Orientação da avaliação do nível 3, semestre 7

Código do curso

Nome do curso

FinalHoras

de exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CPM3107

Proteção contra os riscos associa­dos aos projetos de construção

3 20 30 10 40 100

CVE3115Engenharia de estradas e trá­fego

3 20 30 10 40 100

CPM3108Tecnologia de construção de edifícios

3 20 30 10 40 100

CVE3116 Fundações 3 20 30 10 40 100

CVE3118

Engenharia de irrigação e de­senho de estru­turas

3 20 30 10 40 100

CPM30(01­04)Curso facultativo (2)

3 20 30 10 40 100

Total 600

© University of Deusto

Page 124: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

124

Tabela 8.26Orientação do nível 3, semestre 8

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CVE3119Teoria de estrutu­ras (3)

3 2 2 CVE2108Teoria de estrutu­ras (2)

CVE3120 Betão armado (3) 3 2 3 CVE2117 Betão armado (2)

CPM3109Quan t i dade s e controlo de custos do projeto

3 2 2 CPM1102E s t r a t ég i a de construção

CVE30(01­04) Curso facultativo (3) 3 2 2 CVE3116Consultar o ins­trutor

HUM4108 Proteção ambiental 2 2 —Consultar o ins­trutor

CPM30(05­08) Curso facultativo (4) 3 2 2Consultar o ins­trutor

Total 17 12 11

Tabela 8.27Orientação da avaliação do nível 3, semestre 8

Código do curso

Nome do curso

FinalHoras

de exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CVE3119Teoria de estrutu­ras (3)

3 20 30 — 50 100

CVE3120 Betão armado (3) 3 20 30 10 40 100

CPM3109Quantidades e con­trolo de custos do projeto

3 20 30 10 40 100

CVE30(01­04) Curso facultativo (3) 3 20 30 — 50 100

HUM4108 Proteção ambiental 2 20 30 10 40 100

CPM30(05­08) Curso facultativo (4) 3 20 30 10 40 100

Total 600

© University of Deusto

Page 125: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

125

Tabela 8.28Orientação do nível 4, semestre 9

Código do curso Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CPM4110Gestão de cons­trução e controlo do projeto

2 2 — CPM2106Tecnologia de construção e ges­tão

CPM4111

Gestão dos re­cursos de ener­gia em obras de construção

2 2 —Consultar o ins­trutor

CVE4121Engenharia am­biental e sanitária

3 2 2 CVE1105 Hidráulica (1)

CPM4112Contratados e es­pecificações

3 2 2 CPM3109Quantidades e controlo de cus­tos do projeto

CPM40 (09, 11)Curso facultativo (5)

2 2 — CVE3120 Betão armado (3)

CPM40 (12, 13)Curso facultativo (6)

3 2 2Consultar o ins­trutor

Total 15 12 6

© University of Deusto

Page 126: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

126

Tabela 8.29Orientação da avaliação do nível 4, semestre 9

Código do curso Nome do curso

FinalHoras

de exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CPM4110Gestão de cons­trução e controlo do projeto

2 20 30 10 40 100

CPM4111

Gestão dos re­cursos de ener­gia em obras de construção

2 20 30 10 40 100

CVE4121Engenharia am­biental e sanitária

3 20 30 10 40 100

CPM4112Contratados e es­pecificações

3 20 30 10 40 100

CPM40 (09, 11)Curso facultativo (5)

2 20 30 10 40 100

CPM40 (12, 13)Curso facultativo (6)

3 20 20 10 40 100

CPM4117Projeto de gra­duação (A)

Discus­são

— 50 —Discussão

50100

Total 700

© University of Deusto

Page 127: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

127

Tabela 8.30Orientação do nível 4, semestre 10

Código do curso

Nome do cursoCréditoHoras

Horas de estudopor semana

Pré-requisito

AulaTutorial /

Epr.Código

do cursoNome do curso

CPM4113Contro lo de qualidade

3 2 2 CVE2114Propriedades e resis­tência de materiais (2)

CPM4114

Fatores huma­nos em en­g e n h a r i a e g e s t ã o d a construção

2 2 — CPM3107

Proteção contra os riscos associados aos projetos de constru­ção

CPM4115

Desenho de es­truturas tem­porárias e en­quadramentos

3 2 2 CPM3109Quantidades e con­trolo de custos do projeto

CPM4116Túneis e en­genharia de re­des

3 2 2 CVE3117 Betão armado (2)

CPM4117 Gestão de risco 2 2 — CVE3117 Betão armado (2)

CPM40(14­17)Curso faculta­tivo (7)

2 2 — Consultar o instrutor

CPM4118Projeto de gra­duação (B)

3 1 2 CPM4117Projeto de graduação (A)

Total 18 13 8

© University of Deusto

Page 128: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

128

Tabela 8.31Orientação da avaliação do nível 4, semestre 10

Código do curso

Nome do curso

FinalHoras

de exame

Distribuições máxima de notas

ExameIntercalar

Trabalho do

semestre

Tutorial / Epr.

Exame final

Total

CPM4113C o n t r o l o d e qualidade

3 20 30 10 40 100

CPM4114

Fatores humanos em engenharia e gestão da cons­trução

2 20 30 10 40 100

CPM4115Desenho de es­truturas tempo­rárias e rigidez

3 20 30 10 40 100

CPM4116Túne i s e en­genharia de re­des

3 20 30 — 50 100

CPM4117 Gestão de risco 2 20 30 10 40 100

CPM40(14­17)Curso facultativo (7)

2 20 30 — 50 100

CPM4118Projeto de gra­duação (B)

Discus­são

— 50 —Discussão

50100

Total 700

© University of Deusto

Page 129: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

129

Cursos para cumprimento das exigências dos requisitos NARS nas disciplinas do programa

Tabela 8.32Percentagens das especificações (NARS) exigidas para engenheiros licenciados

e as existentes no programa (CPM)

ExistentesExigidas%

DisciplinaN.º%N.º

10.0018.0 9­12Humanas1

20.5637.020­26Matemática e ciência básica2

20.5637.020­23Ciência de engenharia básica3

20.5637.020­22Engenharia aplicada4

9.1716.5 9­11Programas de computador5

12.7823.0 8­10Projeto e prática6

6.3911.56­8Disciplinas de identificação do caráter da instituição7

100.00180.0100Total

© University of Deusto

Page 130: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 131: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

131

Capítulo 9

Reflexões sobre a Carga Horária do Estudante

Karin Jansen Van Rensburg

9.1. Contexto

Uma proposta foi desenvolvida para o Sistema Africano de Transfe­rência de Créditos e o Regime de Carga Horária (Teferra, 2018). Isto foi feito após a constatação de que África, não possui meios comuns e confiáveis para medir e transferir conhecimento adquirido. Teferra (2018) observa que «a vantagem de um sistema de crédito continental simplificado é evidente para o desenvolvimento do espaço do ensino superior africano em particular, bem como para a integração do conti­nente em geral». Também é essencial para facilitar a mobilidade inter­nacional, intercâmbios, e o reconhecimento das qualificações. A partir da observação das práticas nas diversas regiões, pode­se afirmar que os créditos são ponderados de maneira variada e a carga de crédito de vá­rios programas apresenta diferenças entre as regiões. No entanto, um ponto de crédito comum por ano chega a 60 unidades em todo o con­tinente. Uma carga de crédito pode equivaler a uma hora de ensino durante um período de 15 a 16 semanas, bem como aulas práticas de duas a três horas durante um semestre composto de 15 a 16 semanas.

Regimes de carga horária não apresentam grandes diferenças nos vá­rios regimes. Ao passo que na América Latina o número varia de 1440­1980, o número em África situa­se entre 1350 e 1850 (Teferra, 2018). Em termos de perceção, Whitelocke et al. (2015) explicam que a carga horária do aluno é uma questão controversa, vista de forma diferente nas instituições presenciais, onde o tempo de contacto é uma métrica

© University of Deusto

Page 132: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

132

acordada, enquanto que universidades à distância optaram por ho­ras de estudo como critério. Na nossa discussão, horas de estudo são consideradas independentemente do modo de estudo. Maiores con­siderações sobre a carga horária encontram­se disponiveis em: www.unideusto.org/tuningen/images/stories/workloads/Student_Workload__last_version.pdf

Os estudantes matriculam­se em cursos superiores de universidades do mundo todo. Após a conclusão do liceu e com o cumprimento das exi­gências de admissão da universidade, o estudante começa sua jornada para o futuro.

A Engenharia Civil foi uma das disciplinas cuja prática atual em termos de carga horária foi avaliada. Para explicar como a carga horária é de­terminada e quais as exigências para a qualificação em Engenharia Ci­vil, devemos começar por explicar a diferença entre os requisitos do sistema escolar em relação à carga horária e o que é exigido de um es­tudante do ensino superior. Basicamente, isto foi feito para explicar o componente de estudo independente, que constitui uma parte signifi­cativa da carga horária no nível superior, e é considerado para além do tempo de conctato (Whitelocke et al., 2015). Os modelos escolares e universitários sul­africanos serão usados como exemplo, mas esses mo­delos podem ser aplicados a outros países.

De acordo com a Secretaria de Ensino Básico da África do Sul1, o obje­tivo é produzir estudantes que sejam capazes de:

iii. identificar e resolver problemas, tomar decisões, usando o pensa­mento crítico e criativo;

iii. trabalhar bem como indivíduos e com os outros como membros de uma equipa;

iii. organizar e gerir a si mesmos e às actividades com responsabili­dade e eficácia;

iv. colher, analisar, organizar e avaliar criticamente a informação;

iiv. comunicar entre si eficazmente usando linguagem visual, simbó­lica e/ou competências linguísticas de vários modos;

1 https://nationalgovernment.co.za/units/view/7/Department­Basic­Education­DBE

© University of Deusto

Page 133: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

133

ivi. usar ciência e tecnologia efetiva e criticamente, mostrando res­ponsabilidade com o meio ambiente e com a saúde dos outros; e

vii. demonstrar compreensão do mundo como um conjunto de siste­mas associados, reconhecendo que os contextos de resolução de problemas não existem isoladamente.

A carga horária dos estudantes nos últimos anos inclui as seguintes dis­ciplinas:

Primeira língua, segunda língua e, em seguida, um mínimo de quatro das seguintes disciplinas: Contabilidade, Tecnologia de In­formação, Ciências Agrárias, Idiomas, Administração, Ciências da Vida, Estudos de Consumo, Matemática, Arte Dramática, Estudos Matemáti­cos, Economia, Música, Desenho e Projeto Gráfico para Engenharia, Fí­sica, Geografia, Religião, História, Artes Visuais.

Isto indica que há uma grande lacuna entre as exigências e os resulta­dos do liceu e os requisitos do curso universitário de Engenharia Civil. Há várias razões que explicam este facto, porém não serão discutidas neste documento.

Os resultados de conclusão (ELOs, na sigla em inglês) para estudantes de Engenharia na África do Sul são os seguintes:

Resultados de Conclusão para as Licenciaturas em Engenharia

(Trecho do Documento da ECSA número PE­61: Standards for Accredi­ted University Bachelor’s Degrees, 2001)

• Resultado de Conclusão 1: Solução de problemas

Identificar, formular, analisar e resolver problemas complexos de en­genharia de forma criativa e inovadora.

• Resultado de Conclusão 2: Aplicação dos conhecimentos cientí-ficos e de engenharia

Aplicação dos conhecimentos de matemática, ciências naturais, fun­damentos de engenharia e engenharia especializada para resolver problemas complexos de engenharia.

© University of Deusto

Page 134: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

134

• Resultado de Conclusão 3: Desenho de engenharia

Executar desenhos criativos, processuais e não processuais e síntese de componentes, sistemas, engenharia de obras, produtos ou pro­cessos.

• Resultado de Conclusão 4: Investigações, experiências e análise de dados

Demonstrar competência para conceber e conduzir investigações e experiências laboratoriais.

• Resultado de Conclusão 5: Métodos de engenharia, habilida-des e aptidões, inclusive a tecnologia da informação

Demonstrar competência para usar métodos de engenharia apro­priados, habilidades e aptidões, inclusive os baseados em tecnologia da informação.

• Resultado de Conclusão 6: Comunicação profissional e técnica

Demonstrar competência de comunicação eficaz, oral e escrita, com os intervenientes da engenharia e da comunidade em geral.

• Resultado de Conclusão 7: Sustentabilidade e o impacto da ac-tividade de engenharia

Demonstrar consciência crítica sobre a sustentabilidade e o impacto da atividade de engenharia no ambiente social, industrial e físico.

• Resultado de Conclusão 8: Trabalho individual, em equipa e multidisciplinar

Demonstrar competência para trabalhar eficazmente como indiví­duo, em equipas e em ambientes multidisciplinares.

• Resultado de Conclusão 9: Capacidade de aprendizagem inde-pendente

Demonstrar competência para se envolver na aprendizagem inde­pendente por meio de aptidões de aprendizagem bem desenvolvi­das.

© University of Deusto

Page 135: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

135

• Resultado de Conclusão 10: Profissionalismo em engenharia

Demonstrar consciência crítica sobre a necessidade de agir etica e profissionalmente e de julgar e assumir responsabilidades dentro dos limites próprios da competência.

• Resultado de Conclusão 11: Gestão da engenharia

Demonstrar conhecimento e compreensão dos princípios de gestão de engenharia e das decisões económicas.

A diferença entre o resultado a nível escolar e no final licenciatura é substancial. A principal diferença entre os dois é que no liceu o impor­tante é dominar o conhecimento e não necessariamente como produ­zi­lo. Os académicos referem­se a isto como «ensino mastigado». No nível universitário, o estudante deve ser capaz de aplicar qualquer co­nhecimento, mas deve dominar as aptidões necessárias para aplicar os conhecimentos. Os estudantes, infelizmente, tentam «forçar» o con­teúdo que aprenderam com os novos problemas.

Portanto, os académicos enfrentam desafios ao tentar superar essa di­ficuldade e ensinar os estudantes a pensar e a aplicar o conhecimento, evitando usar um exemplo anterior num novo problema.

9.2. Opiniões gerais do estudante sobre a carga horária

Há um esforço da universidade para ajudar a fechar a lacuna entre os resultados do programa curricular do liceu e os requisitos de aprendiza­gem na universidade. Uma discussão mais extensa sobre a carga horá­ria do aluno e os métodos esperados de ensino e resultados de apren­dizagem encontra­se disponibilizada em:

www.unideusto.org/tuningen/images/stories/workloads/Student_Workload__last_version.pdf.

Os estudantes do primeiro e do segundo ano enfrentam os seguintes problemas em relação à carga horária:

• A primeira grande diferença é que, no liceu, a informação é de na­tureza geral, e no nível universitário, é especializada na disciplina es­

© University of Deusto

Page 136: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

136

colhida. Os estudantes, portanto, apresentam dificuldades com o conteúdo e a aplicação.

• Os estudantes também precisam de ajuda extra com a matemática e as disciplinas de matemática aplicada, pois, eles dizem que a di­ferença é muito grande entre o trabalho escolar e o universitário. As disciplinas foram separadas para que haja mais tempo disponível para o trabalho no currículo, e sob orientação.

Os estudantes do terceiro e do quarto ano geralmente reclamam da quantidade de trabalho que precisam fazer.

De acordo com o estudo feito pelo Tuning África sobre a carga horária do estudante, o continente foi dividido em cinco regiões: Norte, Aus­tral, Ocidental, Oriental e Central. O estudo colheu as opiniões dos aca­démicos (docentes/funcionários) e estudantes sobre os seguintes assun­tos:

1. Tempo/horas de contacto

É a quantidade de tempo gasto em formação e em contacto com o professor durante o estudo de um determinado curso ou mó­dulo. Inclui aulas, seminários, práticas clínicas, laboratório, traba­lho de projeto e trabalho de campo supervisionado.

Em média, na Região Austral, os académicos sentem que 360 ho­ras de contacto por semestre é suficiente e os estudantes sentiram que 307 horas de contacto são suficientes para a conclusão de um módulo. Em todas as regiões, os resultados foram semelhantes.

2. Tempo/horas de trabalho independente

É o tempo, durante o qual o estudante deve trabalhar de forma independente, incluindo O Trabalho Para Casa (TPC), trabalhos, preparação para os testes e exames.

É importante destacar a razão, pela qual os académicos e estudan­tes foram convidados a participar no levantamento, pois são sempre os académicos que determinam o contacto e o tempo de trabalho in­dependente. A aplicação da aprendizagem centrada no estudante é muito importante e mostra que as universidades consideram as necessi­dades dos estudantes.

© University of Deusto

Page 137: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

137

9.3. Reflexões sobre a Carga Horária da Licenciatura em Engenharia Civil

O parágrafo a seguir discute os resultados do estudo «Tuning África – Carga Horária», em relação à região Austral e específico para o Grupo de Engenharia Civil.

A Tabela 9.1 mostra a quantidade de tempo e a distribuição de como o trabalho independente será realizado.

Tabela 9.1Trabalho independente de todos os Grupos da Disciplina (SAG)

A Figura 9.1 apresenta a distribuição do trabalho independente de acordo com o corpo docente.

A Figure 9.2 mostra a distribuição de acordo com os estudantes.

© University of Deusto

Page 138: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

138

25%

8%

7%

19%

18%

22%

2%

Trabalho independente-Académicos

Leitura de textos ou livros

Trabalho de campo

Laboratório

Preparação e execução de trabalho escrito

Figura 9.1Trabalhos independentes da Engenharia Civil­Académicos

22%

4%

5%

16%12%

27%

3%

Trabalho independente-Estudantes

Leitura de textos ou livros

Trabalho de campo

Laboratório

Preparação e execução de trabalho escrito

Figura 9.2Trabalho independente da Engenharia Civil­Estudantes

© University of Deusto

Page 139: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

139

A principal diferença entre a Figura 9.1 e a Figura 9.2 é a quantidade de trabalho de campo que deve ser incluída no semestre e a opinião dos estudantes sobre o facto de precisarem de mais tempo de prepara­ção para exames e avaliações.

De acordo com a Figura 9.3, observa­se que embora académicos e estu­dantes não concordem inteiramente sobre como deve ser gasto o tempo de trabalho independente, exsite um certo consenso sobre a quantidade de tempo gasto em horas de contacto e em trabalho independente.

Horas de contatoTrabalho independente

31,79%

68,21%

Horas de contatoTrabalho independente

32,86%

67,14%

Académicos Estudantes

Figura 9.3Percentagem de Horas de contacto vs. Trabalho independente

Dependendo da universidade e do sistema de créditos utilizado, os cré­ditos são usados para calcular as horas teóricas (tempo de contacto e trabalho independente) por semestre. Na University of Pretoria, o nú­mero de créditos mínimos por semestre é de 64 créditos. Isto significa que um estudante deve dedicar 640 horas por semestre na aprendi­zagem de 4 ou 5 disciplinas.2 O número total de horas por semestre,

2 Na University of Pretoria, horas teóricas referem­se ao tempo que o estudante médio precisaria ter para frequentar todas as aulas, estudar para os exames e fazer os tra­balhos e TPCs. Cada crédito equivale a 10 horas teóricas. Por exemplo, se são neces­sários 120 créditos por ano para obter o diploma, então, o número de horas teóricas é 1.200 por ano. Este número dividido por 28 semanas dá o número de semanas de aulas académicas num ano. Com isso, o estudante tem cerca de 40 horas por semana para dedicar aos seus estudos, ou seja, 8 horas por dia, de segunda a sexta­feira.

Total de créditos × 10 = horas teóricas; 120 créditos × 10 = 1.200 horas teóricas; 1.200 horas teóricas/28 semanas = ± 40 horas por semana = ± 8 horas por dia.

© University of Deusto

Page 140: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

140

como resultado das horas de contacto e das horas de trabalho inde­pendente está na Tabela 9.2 abaixo:

Tabela 9.2Número total de horas por semestre

Em Engenharia Civil, os números totais são de 1090,40 segundo os académicos e 986,61 para os estudantes. São números consideravel­mente mais elevados que os números de outros Grupos de Disciplina.

9.4. Conclusão

Portanto, em conclusão, observa­se no estudo sobre a Carga Horária do Tuning África que o sistema atual está em consonância com os sis­temas que as universidades africanas estão utilizando. O maior desafio é ajudar os estudantes a fazerem a ponte entre a escola e a universi­dade, bem como certificar­se de que eles dediquem tempo para o tra­balho independente adequadamente.

© University of Deusto

Page 141: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

141

Capítulo 10

Mecanismos de Garantia da Qualidade e monitorização

Hassan Ibrahim Mohamed Mohamed

10.1. Introdução

Desde o início da década de 1990, o conceito de «qualidade» come­çou a aparecer com frequência no campo da prática do ensino de en­genharia. Os princípios de garantia da qualidade também começaram a ser introduzidos no campo da educação em engenharia (Li e Lei, 2017). As universidades podem diferir muito, não só de um país para outro, mas também entre diferentes campos científicos dentro do mesmo país. Isto significa que a avaliação de objetivos e critérios que são muito diversificados, mas que compartilham um requisito comum, deman­dam um julgamento final sobre cada programa baseado num conjunto muito restrito de aspetos de qualidade. Este conjunto deve ser selecio­nado de forma clara e facilmente identificável, pois, representa o «co­ração» da qualidade das actividades de ensino que não estão limitadas à qualidade dos professores, mas têm relação com a qualidade geral de um esforço coletivo organizado, abrangendo várias frentes.

Os quatro principais «aspetos» ou «dimensões» de avaliação são:

• Requisitos e objetivos.

• Ensino e de aprendizagem.

• Recursos de aprendizagem.

• Monitorização, análise e revisão.

© University of Deusto

Page 142: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

142

Um mecanismo de garantia da qualidade adequado estará presente, se esses quatro aspetos forem mantidos sob controlo de forma efi­caz pelo programa. O curso é um importante transmissor de ensino em en genharia. Assim, a qualidade do curso é o elemento central da qualidade do ensino de engenharia. Portanto, a avaliação do curso é um aspecto importante para a garantia da qualidade no ensino da en­genharia.

10.2. Exemplo: Garantia de Qualidade da Faculdade de Engenharia - Assiut University, Egito

A Faculdade de Engenharia da Assiut University iniciou as actividades de garantia da qualidade com o feedback dos estudantes sobre o de­sempenho dos cursos ensinados, juntamente com as instalações dispo­níveis para o ensino, sob a supervisão da Unidade de Desenvolvimento e Avaliação de Desempenho da Universidade desde o ano le­tivo de 1997/1998. A Faculdade de Engenharia, em cooperação com a Asso­ciação das Universidades Africanas, levou a cabo um estudo de autoa­valiação de garantia da qualidade em 2001 e a faculdade recebeu uma avaliação positiva em Setembro de 2002. O corpo docente participou no projecto financiado pela Fundação Ford, juntamente com cinco ou­tras faculdades de três universidades, transformando­se num projeto­piloto de autoavaliação.

O estudo foi realizado de dezembro de 2002 a junho de 2003. Mais adiante, esta faculdade foi uma das seis faculdades de três universida­des que começaram a implementar o sistema de garantia de qualidade em Setembro de 2004, levando em conta as directrizes publicadas pos­teriormente no «The Quality Assurance and Accreditation Handbook for Higher Education in Egypt». A faculdade preparou os documen­tos necessários, tais como o relatório anual da faculdade, as especifi­cações e os relatórios dos nove programas oferecidos pela faculdade, bem como as especificações e os relatórios das unidades dos cursos. No exemplo a seguir é mostrada a especificação do curso, que deve ser preparada no início do ano letivo, pelos professores do curso. A fa­culdade recebeu a credencial nacional em 2011, sendo a primeira fa­culdade de engenharia credenciada no Egito. Conforme mostrado na tabela (10.1), a especificação do curso inclui uma secção sobre as infor­mações básicas do curso, tais como o título, o código do curso e o nú­mero de horas. A segunda secção na especificação do curso explica os

© University of Deusto

Page 143: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

143

objectivos do curso, os resultados que o curso abrange no programa, o conteúdo do curso e ILOs.

Tabela 10.1Especificação do curso

1. Informações básicas

CódigoHidráulica (1)

Estatuto

C226 2004

Departamento Engenharia Civil Programa Engenharia Civil

Departamento competente

Engenharia Civil Pré­requisito —

Unidades curriculares

Teóricas 4 h Sistema Semestres

Tutoriais 1 h Nível 2.º ano

Experiências 1 h Semestre 1.º

Total 6 h Ano letivo 2017­2018

Data de confirmação

ProgramaConselho FOE No. (­) – 16­11­2017

Conselho do departamento No. (­) – 2­11­2017

CursoConselho FOE N.º (1041) – 16­11­2017

Conselho do departamento No. (­) – 5­10­2017

© University of Deusto

Page 144: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

144

2. Objetivo do curso

Objetivo principal

O curso foi criado para que todos os estudantes de Engenharia Civil entendam os princípios de engenharia hidráulica e apliquem­nos ade­quadamente durante a conceção e a avaliação de projectos de en­genharia civil. O curso proporciona noções básicas de fluidos estáticos, uniformes, estáveis e fluxo sem compressão não uniformes em tubos, medições de fluxo, simulação de sistemas hidráulicos.

Metas secundárias

1.1. Aplicar conhecimentos de matemática e de hidráulica para a so­lução de redes de abastecimento de água.

1.2. Aplicar conhecimentos de matemática e de hidráulica à solução de escoamentos com superfície livre (redes sanitárias, canais e es­gotos).

2. Conceber sistemas de redes de abastecimento de água, redes sa­nitárias, canais e esgotos.

3. Conceber e elaborar experiências em hidráulica, bem como anali­sar e interpretar dados.

4. Identificar, formular e resolver problemas fundamentais de en­genharia.

5. Usar técnicas e ferramentas de medições hidráulicas necessárias para a gestão do projeto e para a prática da engenharia.

6. Trabalhar e comunicar­se eficazmente em equipas multidiscipli­nares.

7. Dedicar­se ao autoconhecimento e à aprendizagem ao longo da vida.

8. Trabalhar profissionalmente na conceção e na supervisão de es­truturas hidráulicas.

9. Selecionar e conceber estruturas de controlo de água, redes hídri­cas e de irrigação, sistemas de esgotos e estações de bombagem.

10. Conceber e construir estruturas de proteção contra os peri­gos apresentados por acontecimentos naturais inesperados, tais como inundações e tempestades.

11. Liderar e supervisionar um grupo de designers e técnicos de la­boratório ou da obra.

3. Relação entre o curso e o programa

Campo

National Academic Reference Standards (NARS)

Conhecimento e compreensão

Competências intelectuais

Competências profissionais

Conhecimentos gerais

Padrões académi­cos que o curso está a alcançar

a4, a5, a10 e a13

b1. b2, b4 e b14

c1, c2, c5, c12, c13 e

c14

d1,d2 e d7

© University of Deusto

Page 145: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

145

4. Disciplina do Curso

A B C D E F G

TotalCiências humanas e sociais

Matemática e ciências

básicas

Engenharia básica

Engenharia aplicada e desenho

Informática e TCI

Projetos e prática

Disciplinas optativas

— 16.67 33,33% 16,67% 16.67 16.66 — 100%

5. Resultados pretendidos da aprendizagem (ILO)

Área

Os resultados pretendidos da aprendizagem (ILO) do programa

(P-ILO) com os quais o curso contribuiu para alcançar

ILOs do curso em detalhes(C-ILO)

No final do programa, o licenciado pode:

No final do programa, o estudante pode:

Conhecimento e compreensão

a4) Listar os princípios de conce­ção, incluindo os elementos do projeto, o processo e/ou o sistema relacionados à En­genharia Civil.

a4­1) Listar projetos de portas e paredes sujeitos às forças hi­drostáticas.

a4­2) Listar projetos de escoamen­tos sob pressão numa rede de água.

a5) Reconhecer as metodologias da resolução de problemas de engenharia, recolha de dados e interpretação.

a5) Saber como analisar os re­sultados experimentais utili­zando a análise dimensional e a teoria da semelhança.

a10) Conhecer a linguagem téc­nica e a redação de relatórios.

a10) Conhecer a linguagem téc­nica e a redação de relatórios.

a13) Conhecer os princípios de en­genharia sobre a análise e a conceção do betão armado e estruturas metálicas, geotéc­nica e fundações, hidráulica e hidrologia, recursos hídricos, engenharia ambiental e sani­tária, estradas e sistemas de tráfego, topografia e fotogra­metria.

a13) Conhecer os princípios de engenharia nas áreas de hi­dráulica e hidrologia, recursos hídricos, meio ambiente e en­genharia sanitária.

© University of Deusto

Page 146: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

146

Área

Os resultados pretendidos da aprendizagem (ILO) do programa

(P-ILO) com os quais o curso contribuiu para alcançar

ILOs do curso em detalhes(C-ILO)

No final do programa, o licenciado pode:

No final do programa, o estudante pode:

Competências intelectuais

b1) Selecionar os métodos ma­temáticos e computacionais adequados para a modela­gem e a análise de proble­mas.

b1) Usar programas de compu­tador para solucionar proble­mas relacionados com as re­des de tubagem.

b2) Selecionar as soluções ade­quadas para os problemas com base no pensamento analítico de engenharia.

b2­1) Selecionar um método adequado para calcular a força hidrostática para pro­jetar portões e paredes su­jeitos a essa força.

b2­2) Aplicar a equação de Ber­noulli em situações de es­coamento diferentes.

b4) Combinar, trocar e avaliar o conhecimento a partir de vá­rias fontes, visões e ideias di­ferentes.

b4) Combinar, trocar e avaliar di­ferentes ideias para dispositi­vos de medição de fluxo.

b14) Selecionar e projetar estrutu­ras de controlo de água, re­des hídricas e de irrigação, sistemas de esgotos e esta­ções de bombagem.

b14­1) Selecionar o método de projeto e análise de escoa­mentos pelas redes hidráu­licas tubagens.

b14­2) Selecionar o sistema de bombagem e sua capaci­dade.

© University of Deusto

Page 147: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

147

Área

Os resultados pretendidos da aprendizagem (ILO) do programa

(P-ILO) com os quais o curso contribuiu para alcançar

ILOs do curso em detalhes(C-ILO)

No final do programa, o licenciado pode:

No final do programa, o estudante pode:

Competências profissionais

c1) Aplicar conhecimentos de matemática, ciência, tecno­logia da informação, projeto, contexto comercial e enge­nharia prática integralmente para resolver problemas de engenharia.

c1) Aplicar o conhecimento sobre as propriedades hidráulicas de líquidos diferentes inte­gralmente para resolver pro­blemas hidráulicos.

c2) Combinar profissionalmente o conhecimento, o entendi­mento e feedback sobre a engenharia para melhorar o projeto, os produtos ou os serviços.

c2) Combinar profissionalmente o conhecimento, o entendi­mento e feedback sobre hi­dráulica para melhorar o projeto e planeamento de condutass.

c5) Usar instalações e técnicas de computação, instrumentos de medição, oficinas e equipa­mentos de laboratório para projetar experiências, reco­lher, analisar e interpretar re­sultados.

c5­1) Usar análise dimensional e a teoria da semelhança na aná­lise de resultados experimen­tais.

c5­2) Usar a computação para a so­lução de problemas com re­des de tubagens.

c5­3) Realizar experiências labo­ratoriais para determinar as propriedades do fluido, as forças hidrostáticas, as perdas devido às tensões de cisalha­mento e pressão.

c12) Preparar e apresentar relató­rios técnicos.

c12) Preparar e apresentar relató­rios técnicos sobre problemas hidráulicos.

c13) Usar equipamento de labora­tório e de campo com com­petência e segurança.

c13) Preparar bem as experiências de laboratório, os procedi­mentos e as medições.

c14) Observar, registar e analisar dados no laboratório e no campo.

c14­1) Registar medições de da­dos.

c14­2) Analisar dados sobre as ba­ses de análise dimensional.

© University of Deusto

Page 148: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

148

Área

Os resultados pretendidos da aprendizagem (ILO) do programa

(P-ILO) com os quais o curso contribuiu para alcançar

ILOs do curso em detalhes(C-ILO)

No final do programa, o licenciado pode:

No final do programa, o estudante pode:

Conhecimentos gerais

d1) Trabalhar eficazmente em equipas multidisciplinares.

d1) Trabalhar como parte de uma equipa para conceber redes hidráulicas, usar computado­res e realizar a análise da esta­bilidade simples de barragens de pequena gravidade, repre­sas e órgãos reguladores.

d2) Trabalhar num ambiente com tensões e restrições.

d2) Trabalhar num ambiente com tensões e restrições.

d7) Buscar informações e partici­par na autoaprendizagem ao longo da vida.

d7) Buscar informações e partici­par na autoaprendizagem ao longo da vida.

6. Conteúdo do Curso

Propriedades de fluidos – Medições de pressão de fluidos – Hidrostá­tica – Forças de pressão ­ Hidrostática em superfícies – Impulsão e flu­tuação – Aplicações de análise dimensional ­ Semelhança dinâmica – Hidrocinemática – Intensidade de pressão e mudanças de velocidade em fluidos em movimento – Equação da conservação de energia – Se­gunda lei de Newton – Introdução à hidrodinâmica – Escoamentos so­bre pressão –Redes hidráulicas ­ Aplicações Informáticas.

7. Tópicos do curso

Tópico n.º

TópicosN.º de horas

Semana n.º

1º tópico Fluidos e propriedades 6 1, 2

2º tópico Pressão de fluidos e aplicações 6 2, 3

3º tópico Forças estáticas em superfícies 8 4, 5

4º tópico Impulsão e flutuaçao — —

5º tópico Análise dimensional e Teoria da semelhança 6 6, 7

6º tópico Equação de Bernoulli e suas aplicações 8 7, 8, 9

7º tópico Escoamentos sob pressão 8 10, 11

8º tópico Equação da conservação de energia e suas aplicações 4 12

© University of Deusto

Page 149: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

149

8. ILOs /Matriz de tópicos

Resultados pretendidos da aprendizagem do curso: (ILOs)

1º t

ópic

o

2º t

ópic

o

3º t

ópic

o

5º t

ópic

o

7º t

ópic

o

9º t

ópic

o

10º

tópi

co

Con

heci

men

to e

com

pree

nsão

a4­1) Listar projetos de portas e paredes su­jeitos às forças hidrostáticas

X

a4­2) Listar o projeto e a análise de escoa­mentos fluxo de tubos através de redes hidráulicas

X

a5) Saber como analisar os resultados ex­perimentais utilizando a análise dimen­sional e teoria semelhança

X

a10) Conhecer a linguagem técnica e a re­dação de relatórios

X X X X X X X

a13) Conhecer os princípios de engenharia nas áreas de hidráulica e hidrologia, re­cursos hídricos, meio ambiente e enge­nharia sanitária

X X

Com

petê

ncia

s in

tele

ctua

is

b1) Usar programas de computador para solucionar problemas de redes hidráuli­cas

X

b2­1) Selecionar um método adequado para calcular a força hidrostática para pro­jetar portões e paredes sujeitos a essa força

X

b2­2) Aplicar a equação de Bernoulli a escoa­mentos diferentes

X

b4) Combinar, trocar e avaliar diferentes ideias para dispositivos de medição de escoamento

X X

b14­1) Desenhar e analisar os escoamentos nas redes hidráulicas

X X

b14­2) Selecionar o sistema de bombagem e a capacidade

X X

© University of Deusto

Page 150: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

150

Resultados pretendidos da aprendizagem do curso: (ILOs)

1º t

ópic

o

2º t

ópic

o

3º t

ópic

o

5º t

ópic

o

7º t

ópic

o

9º t

ópic

o

10º

tópi

co

Com

petê

ncia

s pr

ofiss

iona

isC

onhe

cim

ento

s ge

rais

c1) Aplicar o conhecimento sobre as pro­priedades hidráulicas de líquidos dife­rentes integralmente para resolver pro­blemas hidráulicos

X

c2) Combinar profissionalmente o conhe­cimento, o entendimento e feedback sobre a hidráulica para melhorar o pro­jeto e planeamento de condutas

X

c5­1) Usar a análise dimensional e a seme­lhança na análise de resultados experi­mentais

X

c5­2) Usar a computação para a solução de questões de redes hidráulicas

X

c5­3) Realizar experiências laboratoriais para determinar as propriedades do fluido, as forças hidrostáticas, as perdas devido às tensões de cisalhamento e pressão

X X X X

c12) Preparar e apresentar relatórios técni­cos sobre problemas hidráulicos

X X X X X X X

c13) Preparar bem as experiências de labo­ratório, os procedimentos e as medi­ções

X X X

c14­1) Registar medições de dados X X X

c14­2) Analisar dados sobre as bases de aná­lise dimensional

X

d1) Poder integrar uma equipa para dese­nhar redes de tubagens, usar compu­tadores e realizar a análise da estabili­dade simples de barragens de pequena gravidade, represas e reguladores

X X

d2) Trabalhar num ambiente com tensões e restrições

X

d7) Buscar informações e participar da au­toaprendizagem ao longo da vida

X X

© University of Deusto

Page 151: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

151

9. Ensino e métodos de aprendizagem

Resultados pretendidos da aprendizagem

do curso (ILOs)

Ensino e métodos de aprendizagem

Au

la

(T1)

Ap

rese

nta

çoes

e

Film

es (

T2)

Dis

cuss

ões

(T

3)

Tuto

riai

s

(T4)

Solu

ção

de

pro

ble

mas

(T5

)

Bra

inst

orm

ing

(T

6)

Trab

alh

o

Exp

erim

enta

l (T7

)

Vis

itas

a o

bra

s

(T8)

Au

toap

ren

diz

agem

(T

9)

Co

op

eraç

ão

(T10

)

Con

heci

men

to e

co

mpr

eens

ão

a.4.1 X X X

a.4.2 X X X X X

a.5 X X X

a.10 X X X

a.13 X X X X X

Com

petê

ncia

s in

tele

ctua

is

b1 X X X

b2.1 X X X X

b2.2 X X X

b4 X X X

b14.1 X X X

b14.2 X X X

Com

petê

ncia

s pr

ofis

sion

ais

c1 X X

c2 X X

c5.1 X X

c5.2 X X X

c5.3 X X

c12 X X

c13 X

c14.1 X X

c14.2 X X

Con

heci

men

tos

gera

is

d1 X X X X

d2 X X

d7 X

© University of Deusto

Page 152: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

152

10. Ensino e métodos de aprendizagem para estudantes de baixa capacidade e estudantes que se destacam

Para estudantes de baixa

capacidade

** Esses estudantes devem ter tempo extra no horário comer­cial para discutir os problemas e observar o nível de apren­dizagem continuamente.

** Devem ter tempo extra para que lhes seja ensinado aquilo que eles não conseguem perceber.

Para estudantes que

se destacam

** Esses estudantes devem ter tempo extra no horário comer­cial para observar o nível de aprendizagem continuamente.

** Recebem alguns exercícios extras.

11. Avaliação

11.1. Métodos de avaliação

Resultados pretendidos da

aprendizagem do curso (ILOs)

Métodos de avaliação

Exam

e es

crit

o (S

1)

Exam

e or

al

(S2)

Tuto

rial

de

aval

iaçã

o (S

3)

Rela

tóri

o de

av

alia

ção

(S6)

Perg

unta

s de

av

alia

ção

(S7)

Ava

liaçã

o de

ap

rese

ntaç

ão

(S8)

Test

e de

la

bora

tóri

o (S

10)

Con

heci

men

to e

co

mpr

eens

ão

a.4.1 X X X

a.4.2 X X X

a.5 X X

a.10 X X

a.13 X

Com

petê

ncia

s in

tele

ctua

is b1 X X

b2.1 X

b2.2 X

b4 X X X X X X X

b14.1 X X X

b14.2 X X X

© University of Deusto

Page 153: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

153

Resultados pretendidos da

aprendizagem do curso (ILOs)

Métodos de avaliação

Exam

e es

crit

o (S

1)

Exam

e or

al

(S2)

Tuto

rial

de

aval

iaçã

o (S

3)

Rela

tóri

o de

av

alia

ção

(S6)

Perg

unta

s de

av

alia

ção

(S7)

Ava

liaçã

o de

ap

rese

ntaç

ão

(S8)

Test

e de

la

bora

tóri

o (S

10)

Com

petê

ncia

s pr

ofiss

iona

is

c1 X X X X X X X

c2 X X X X X X X

c5.1 X X

c5.2 X X X

c5.3 X X X

c12 X X

c13 X X

c14.1 X X X

c14.2 X X X

Con

heci

men

tos

gera

is

d1 X

d2 X X

d7 X X

Distribuição da pontuação

Métodos de avaliação:Valor

(licenciaturas)Percentagem Cronologia

Exame final 100 66,67%No final do semestre

(Oral + Lab.) Exame final 20 13,33% Semana n.º 15

Avaliações do semestre* 30 20,00%Contínuo durante

o semestre

Total 150 100,00%

© University of Deusto

Page 154: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

154

11.2. Avaliações do semestre*

Avaliações do semestreValor

(licenciaturas)Percentagem

do total (100%)Cronologia

Exame escrito 15 10% Semana nº 13

Tutorial de avaliação 6 4% Toda semana

Relatório de avaliação 3 2% Semana nº 10

Perguntas de avaliação 3 2% Todo mês

Avaliação de apresentação 3 2% Semana nº 12

Total 30 20%

11.3. Sistema de pontuação

Pontuação De para Comentários

Excelente 85% 100%

Muito bom 75 % 85 %>

Bom 65% > 75 %

Aprovação 50% >65 %

Mau 30% > 50 %

Muito mau Inferior a 30%

Lista de referências

Notas do cursoNashaat A. Ali, «Fundamentals of engineering fluid mechanics and hydraulics» Theory and problems, 1997.

Livros exigidos1­ Kurmi, R.S, «Elements of hydraulics», Nova Delhi, 1970.2­ Vennard, J.K.,» Elementary fluid mechanics», Jon Willey & Sons, Londres, 1961.

Livros recomendados

1­ Kurmi, R.S, «Elements of hydraulics», Nova Delhi, 1970.2­ Vennard, J.K.,» Elementary fluid mechanics», Jon Willey & Sons, Londres, 1961.

Periódicos, web sites,

entre outros

Journal of Hydraulic Engineering.Journal of Hydraulic Division.Journal of Engineering Science, Assiut University, Egito.­Web sites relacionados à hidráulica e aos recursos hídricos.

© University of Deusto

Page 155: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

155

No final do semestre, um relatório de curso será redigido pelo profes­sor detalhando a avaliação para os estudantes no curso e as estatísticas para os resultados dos alunos nos exames. A tabela (10­2), a seguir, é um exemplo de relatório do curso. Além disso, o relatório do curso in­clui secções com sugestões para a melhoria e as dificuldades com que se deparam ao lecionar o curso. A especificação do curso e o relatório de curso fazem parte do arquivo do curso.

Tabela 10.2Relatório do curso

1. Informações básicas

Código C226 Por lei 2004

Departamento Eng. Civil Dept. Programa

Depart. responsável Eng. Civil Dept. Pré­requisito —

Unidades curriculares Aulas 4 h Sistema Semestres

Tutoriais 2 h Nível 2

Prática — h Semestre 1

Total 6 h Ano letivo 2015/2016

2. Estatísticas de aprovação no curso

Estudantes

Matriculado ExaminadosDispensado

AusenteProibido Ausente Total

N.º 248 0 0 1 249

% 99,60% 0,00% 0,00% 0,40% 100%

Estatísticas do exame

Examinados Aprovados Reprovados Total

N.º 227 21 248

% 91,53% 8,47% 100%

Estatísticas de

estudantes aprovados

Pontuação Excelente Muito bom Bom Aprovação Total

N.º 6 43 71 107 227

% 2,64% 18,94% 31,28% 47,14% 100%

© University of Deusto

Page 156: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

156

3. Tópicos e conteúdos do curso

3.1. Conteúdo do curso

% Ensinado a partir do conteúdo do curso 100%

% Coberto pelos tópicos específicos do curso < 60% 60­84% √ > 85%

3.2. Tópicos que não foram ensinados ou que foram adicionados aos indicados na especificação do curso

N.ºTópicos

(Marque se foram excluídos/adicionados)

Impacto nosResultados de aprendizagem

Razões para a exclusão ou a inclusão

1

2

....

© University of Deusto

Page 157: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

157

4. Ensino e métodos de aprendizagem

4.1. Ensino e métodos de aprendizagem

Resultados pretendidos da aprendizagem do curso

(ILOs)

Ensino e métodos de aprendizagem

Aul

a (T

1)

Apr

esen

taço

es e

Film

es (T

2)

Dis

cuss

ões

(T3)

Tuto

riai

s (T

4)

Solu

ção

de p

robl

emas

(T5)

Brai

nsto

rmin

g (T

6)

Trab

alho

Exp

erim

enta

l (T7

)

Vis

itas

a o

bras

(T8)

Aut

oapr

endi

zage

m (T

9)

Coop

eraç

ão (T

10)

Conhecimento e compreensão

a.4.1 X X X

a.4.2 X X X X X

a.5 X X X

a.13 X X X X X

Competências intelectuais

b2.1 X X X X

b2.2 X X X

Competências profissionais

c1 X X

c14.1 X X

c14.2 X X

Conhecimentos gerais

d2 X X

Ativar métodos x x

4.2. Dificuldades encontradas na aplicação de métodos de ensino e de aprendizagem (se houver)

............................................................................................................................

............................................................................................................................

© University of Deusto

Page 158: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

158

4.3. Ensino aplicado e métodos de aprendizagem para estudan-tes mais lentos e estudantes extraordinários

Categoria Método Prazo

Estudantes de aprendizagem lenta

Estudantes extraordinários

5. Métodos de avaliação

5.1. Métodos de avaliação usados

Resultados pretendidos da aprendizagem do curso

(ILOs)

Métodos de avaliação

Exam

e es

crit

o

(S1)

Exam

e o

ral (

S2)

Tuto

rial

de

aval

iaçã

o (

S3)

Rel

ató

rio

de

aval

iaçã

o (

S6)

Perg

un

tas

de

aval

iaçã

o (

S7)

Ava

liaçã

o d

e ap

rese

nta

ção

(S8

)

Test

e d

e la

bo

rató

rio

(S1

0)

Conhecimento e compreensão

a.4.1 X X X

a.4.2 X X X

a.5 X X

Competências intelectuais

b2.1 X

b2.2 X

Competências profissionais

c1 X X X X X X X

c14.1 X X X

c14.2 X X X

Conhecimentos gerais

d2 X X

Ativar métodos x x

© University of Deusto

Page 159: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

159

5.2. Dificuldades encontradas na aplicação de métodos de ava-liação (se houver)

............................................................................................................................

............................................................................................................................

6. Resultados de aprendizagem conquistados

6.1. Estudantes que conquistaram os resultados de aprendizagem

Resultados de aprendizagem do cursoNº de

estudantes aprovados

%

Conhecimento e compreensão

a4­1) Listar projetos de portas e paredes sujei­tos às forças hidrostáticas.

a4­2) Listar o desenho de escoamentos em re­des hidráulicas.

a5) Saber como analisar os resultados experi­mentais utilizando análise dimensional e teoria da semelhança.

a10) Conhecer a linguagem técnica e a redação de relatórios.

a13) Conhecer os princípios de engenharia nas áreas de hidráulica e hidrologia, recursos hídricos, meio ambiente e engenharia sa­nitária.

Competências intelectuais

b1) Usar programas de computador para solu­cionar problemas de rede de tubagem.

b2­1) Selecionar o método adequado para cal­cular a força hidrostática para projetar portões e paredes sujeitos a essa força.

b2­2) Aplicar a equação de Bernoulli a diferen­tes tipos de escoamentos.

b4) Combinar, trocar e avaliar diferentes ideias para dispositivos de medição de escoa­mentos.

b14­1) Selecionar o método de projeto e análise de escoamentos nas redes hidráulicas.

b14­2) Selecionar o sistema de bombagem e a capacidade.

© University of Deusto

Page 160: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

160

Resultados de aprendizagem do cursoNº de

estudantes aprovados

%

Competências profissionais

c1) Aplicar o conhecimento sobre as proprie­dades hidráulicas de líquidos diferentes integralmente para resolver problemas hi­dráulicos.

c2) Combinar profissionalmente o conheci­mento, a perceção e o feedback sobre a hidráulica para melhorar o projeto e pla­neamento de condutas.

c5­1) Usar análise dimensional e a teoria de se­melhança na análise de resultados experi­mentais.

c5­2) Usar a computação para a solução de questões de redes hidráulicas.

c5­3) Realizar experiências laboratoriais para de­terminar as propriedades do fluido, as for­ças hidrostáticas, as perdas devido às ten­sões de cisalhamento e pressão.

c12) Preparar e apresentar relatórios técnicos sobre problemas hidráulicos.

c13) Preparar bem as experiências de laborató­rio, os procedimentos e as medições.

c14­1) Registar medições de dadosc14­2) Analisar dados sobre as bases de análise

dimensional.

Conhecimentos gerais

d1) Trabalhar como parte de uma equipa para projetar redes hidráulicas, usar computa­dores e realizar a análise da estabilidade simples de barragens de pequena gravi­dade, represas e reguladores.

d2) Trabalhar num ambiente com tensões e restrições.

d7) Buscar informações e participar na apren­dizagem da disciplina ao longo da carreira.

© University of Deusto

Page 161: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

161

6.2. Comentários sobre a taxa de realização dos ILO do curso

............................................................................................................................

............................................................................................................................

7. Avaliação do curso pelos estudantes

7.1. Resultados da avaliação do curso pelos estudantes (% médio)

Itens gerais

ILO Aula TutorialSistema

de avaliação

Professores Assistentes salas

P. N. P. N. P. N. P. N. P. N. P. N. P. N. P. N.

65 35 52 48 74 26 73 27 73 27 77 23 30 70 68 32

P = Positivo – N = Negativo.

7.2. Os pontos mais importantes na opinião dos estudantes

............................................................................................................................

............................................................................................................................

7.3. Comentários da avaliação do curso pelos estudantes

............................................................................................................................

............................................................................................................................

8. Instalações de ensino

Referências Disponível √ Limitado Não disponível

Recursos √ Disponível Limitado Não disponível

Suprimentos e matérias­primas Disponível Limitado √ Não disponível

© University of Deusto

Page 162: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

162

9. Limitações e restrições administrativas (se houver)

................. ................. ................. ................. ................. .................

................. ................. ................. ................. ................. .................

10. Desenvolvimento do curso

10.1. Sugestões de desenvolvimento realizadas (consulte o rela-tório de curso do ano anterior)

Aspetos de desenvolvimento Item Data Pessoa responsável

Conteúdo do curso e tópicos Professores

Salas/classes Chefe do depart.

­­­­­­­­­­­­­­­­­­

10.2. Sugestões de desenvolvimento não realizadas (consulte o relatório de curso anterior)

Aspetos de desenvolvimento Item Razões Pessoa responsável

Recursos de ensino Chefe do depart.

­­­­­­­­­­­­

10.3. Sugestões de desenvolvimento de longo prazo

............................................................................................................................

............................................................................................................................

© University of Deusto

Page 163: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

163

10.4. Plano de desenvolvimento para o próximo ano/ciclo

Aspetos de desenvolvimento Descrição Data Pessoa responsável

ILOs do curso Professores

Conteúdo do curso e tópicos Professores

Recursos de ensino Chefe do depart.

Salas/classes Chefe do depart.

10.3. Conclusão

Este capítulo relata sobre os mecanismos de garantia de qualidade e monitorização, tendo como exemplo a Faculdade de Engenharia da As­siut University do Egito. A faculdade iniciou as atividades de garantia de qualidade a partir do feedback dos estudantes sobre o desempenho dos cursos ensinados. Documentos como o relatório anual da facul­dade, as especificações e os relatórios dos programas oferecidos pela faculdade, assim como as especificações e os relatórios dos cursos, fo­ram preparados. As especificações do curso devem ser preparadas pelo corpo docente dos programas de ensino no início do ano letivo. Todos esses pontos são apresentados neste capítulo.

© University of Deusto

Page 164: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 165: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

165

Capítulo 11

Abordagens de Ensino e Aprendizagem e Reflexões sobre o Desenvolvimento de Pessoal: Necessidades e Possibilidades no Âmbito do Grupo da Disciplina (SAG)

Stanley Muse Shitote

11.1. Contexto

As discussões do Grupo da Disciplina de Engenharia Civil mostraram que a abordagem tradicional de ensino da Engenharia Civil é praticada na maioria das universidades africanas. A abordagem caracteriza­se pelo «que dizem que devo saber» (Holmes e Beagon, 2015) e, comun­mente, o ensinamento dá­se através de aulas presenciais. As outras ac­tividades de ensino e de aprendizagem incluem tutoriais, trabalhos de laboratório, trabalho de campo, visitas de campo, estágios e leituras. Todos estas actividades de ensino e aprendizagem são centradas princi­palmente no professor e controladas pelo professor, de modo que este é normalmente o «doador». As actividades são geralmente praticadas segundo as descrições abaixo.

Aprendizagem em tutorial

Os tutoriais normalmente são liderados pelo tutor ou professor de forma interativa para transferir conhecimentos e podem fazer parte do

© University of Deusto

Page 166: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

166

processo de aprendizagem. O ensino acontece por exemplo e forneci­mento de informações para concluir uma determinada tarefa. Algumas universidades usam a palavra «supervisão» quando se referem ao mé­todo de tutorial. O tutorial pode acontecer de muitas formas, variando de um conjunto de instruções para concluir uma tarefa a uma sessão para exercitar a resolução de problemas interativos. Os tutoriais por computador online ou descarregados estão disponíveis para o uso dos estudantes. Elas incluem um método de avaliação que reforça ou testa a perceção do conteúdo sobre o módulo ou o conteúdo relacionado. Webb (2006), referiu­se sobre alguns problemas e soluções sugeridos, relacionados ao método de tutorial, concluindo que muitas vezes o mé­todo tutorial não cumpre o papel pretendido dentro de uma estratégia de aprendizagem.

Trabalho prático

O trabalho de laboratório é usado para incutir os aspetos práticos dos conhecimentos adquiridos nas aulas. Um técnico de laboratório explica o trabalho prático a ser feito pelos estudantes, após explicar os avisos de segurança do laboratório ou daquele exercício especí­fico. Em seguida, os estudantes podem praticar e completar o traba­lho prático da aula. A compreensão do conteúdo é testada por meio de tarefas concluídas com sucesso e de relatórios escritos. Como ob­servado por Webb (2008), o trabalho de laboratório pode representar até 50% do tempo de contacto em alguns cursos. Além disso, práti­cas e relatórios do projeto associados com o trabalho prático podem contabilizar 20­30% das notas atribuídas para o curso. No geral, o papel e os benefícios do trabalho prático no programa curricular de engenharia são:

• Motivar os alunos e estimular o seu interesse na disciplina.

• Ajudá­los a aprofundar sua perceção ao mostrar a relação entre a teoria e a prática.

• Dar oportunidades para que os alunos trabalham juntos na análise e solução de problemas de engenharia.

• Desenvolver habilidades e atributos que habilitarão os licenciados a atuarem eficaz e profissionalmente num ambiente de trabalho de engenharia.

© University of Deusto

Page 167: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

167

Davies (2008) também fala sobre os desafios para incluir trabalho prá­tico nas estratégias e aprendizagem, com vista a alcançar resultados de aprendizagem.

Trabalho de campo

É semelhante ao trabalho de laboratório, mas realizado fora da estru­tura de laboratório. É fundamental para o aprendizado das ciências da terra, com trabalho prático sobre as aptidões para a configuração de estruturas, topografia, recolha de amostras, observações hidrológicas e recolha de dados. As competências dos estudantes são avaliados com base nas tarefas concluídas e nos relatórios entregues.

Visitas de campo

São visitas planeadas a empresas envolvidas na produção de materiais de construção ou na prestação de serviços de engenharia. As visitas de campo permitem que os estudantes associem o ensino teórico à prática da vida real na disciplina.

Estágios industriais

Os estágios industriais normalmente são oferecidos na segunda metade do programa curricular. Neste âmbito, os estudantes são colocados em empresas que lidam com o fornecimento de materiais e serviços asso­ciados à formação dos estudantes. Os estágios expõem os estudantes ao ambiente de trabalho real, de forma que lhes permita pôr em prá­tica os conhecimentos adquiridos em classe. Os estágios também são fundamentais para ajudar os estudantes a desenvolverem habilidades pessoais e as competências necessárias para ter sucesso na carreira. Os benefícios do estágio industrial são discutidos por Matamande et al. (2013).

Trabalhos de leitura

São necessários para ajudar os estudantes a perceberem o conteúdo ensinado em classe ou para cobrir o conteúdo que ainda será ensinado em classe.

© University of Deusto

Page 168: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

168

11.2. Tendências Emergentes

Como explicado por Holmes e Beagon (2015), aplicar a abordagem tra­dicional com os estudantes implica lidar com «aquilo que me dizem que devo saber». Muitas vezes, a avaliação baseia­se consideravelmente na restituição por parte dos alunos quanto ao conteúdo abordado fora da sala de aula (ou trabalho prático), individualmente ou em grupo de es­tudantes. No entanto, a maioria dos estudantes não demonstra res­ponsabilidade e podem acabar por plagiar o trabalho de outros alunos. Também podem fazer algumas avaliações sem reflectir sobre as habili­dades que precisam ser adquiridas para o desenvolvimento adequado da carreira em campo. Esses desafios levaram à necessidade de se afas­tar do tradicional «aquilo que me dizem que devo saber» em prol de «o que preciso saber para resolver o problema», o que promove a au­toaprendizagem direcionada (Holmes e Beagon, 2015).

A Engenharia Civil é uma disciplina exigente que visa preparar os estu­dantes com as competências necessárias nas áreas de projeto e análise, gestão, comunicação, liderança, respeito à legislação e aos regulamen­tos pertinentes, gestão da qualidade, criatividade e sustentabilidade. Conforme mencionado no Capítulo 4, o ensino de engenharia não pre­para adequadamente os estudantes para a prática profissional. Nor­malmente, os estudos indicam que os licenciados em engenharia apre­sentam deficiências em aptidões de trabalho fundamentais (Business Council of Australia, 2006). Daí a necessidade de se repensar o ensino e os métodos de aprendizagem.

O Projeto África Tuning orientou o esforço de harmonização do ensino superior em África. O quadro acordado trata do desenvolvimento de competências gerais continentais, bem como de competências especí­ficas para as respetivas disciplinas­piloto. O processo geral foi direcio­nado pela metodologia do Tuning (Teklemariam et al., 2014). Uma ca­racterística fundamental é a promoção da aprendizagem centrada no estudante. O sucesso do projeto reflete­se na criação de novos currí­cula com características diferentes dos currícula tradicionais.

O conceito de competências

A aprendizagem impulsionada pelas competências, enquanto método moderno de ensino e aprendizagem, foi abordada nos Capítulos 2 e 3 acima. Visa atingir a qualidade e a aptidão para os estudantes para que

© University of Deusto

Page 169: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

169

executem tarefas profissionais específicas. O estudante deve demons­trar que obteve os resultados de aprendizagem desejados, definidos nos programas curriculares, e necessários para o desempenho eficaz na profissão. Uma visão geral sobre o potencial e as características da aprendizagem baseada em competências podem ser encontradas em:

https://www.pearsoned.com/wp­content/uploads/584G245_CBE_playbook_WP_Ir_f.pdf. Pearson (2015)

Outros autores escreveram sobre o assunto, incluindo:

http://www.managementstudyguide.com/What­are­competencies. html, González e Yarosh, 2014) e Heijke (2003).

Com o uso do conceito de competências, a qualidade da aprendiza­gem é mensurável e demonstrável. Desta forma, as deficiências obser­vadas na abordagem tradicional da formação em engenharia podem ser resolvidas. Além disso, é possível aplicar um padrão de medição da qualidade da aprendizagem para obter graus de comparação no con­tinente e no mundo. Os estudantes que demonstram as competências desejadas adaptam­se facilmente às suas futuras situações de trabalho.

Implementação de novas abordagens no ensino

O desejo de formar licenciados mais preparados para o ambiente de trabalho levou à implementação de novas abordagens no ensino e na aprendizagem. A metodologia da aprendizagem com base em compe­tências vem sendo praticada ou implementada em projetos­piloto de vários países ao redor do mundo (Holmes e Beagon, 2015). Os méto­dos de aprendizagem centrada no estudante foram implementados dando a orientação necessária para os professores. Os processos são essencialmente centrados no estudante e concedem mais responsabili­dade e controlo para o estudante.

Desafios na aplicação de novas abordagens em África

Desenvolveu­se uma capacidade substancial durante o projeto Tuning África para a implementação de novas abordagens em África. Além das actividades do Grupo da Disciplina (SAG), os professores de algumas das universidades estão inscritos em vários cursos online, como parte

© University of Deusto

Page 170: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

170

do desenvolvimento de pessoal. No entanto, alguns dos desafios a se­rem enfrentados na introdução de aprendizagem impulsionada pelas competências em África são:

• Aquisição e reorganização dos recursos físicos e humanos.

• Revisão dos programas curriculares para definir e aplicar as compe­tências; dificuldade de assegurar todas as atividades necessárias para incutir e testar a obtenção das competências.

• Determinação dos objetivos do programa curricular; aptidões desejá­veis em todos os níveis de aprendizagem.

11.3. Características dos Novos Programas Curriculares

Um dos principais objetivos do Tuning África é a reforma dos progra­mas curriculares para melhorar a qualidade do ensino superior e au­mentar a mobilidade dos estudantes em África, tendo em conta o ob­jectivo global de integração regional e desenvolvimento sustentável. O processo foi desenvolvido com o envolvimento das universidades afri­canas com grupos de várias disciplinas, incluindo o de Engenharia Civil.

A profissão de Engenharia Civil está se tornando cada vez mais impor­tante no contexto da rápida urbanização, do crescimento demográfico e da integração regional do Continente Africano. O sector da constru­ção é um dos sectores económicos que mais cresce em África. O Afri-can Statistical Yearbook (2009) destaca a vinte e dois países africanos com uma taxa de crescimento anual superior a 10% no sector da cons­trução. Em alguns países, a taxa de crescimento é substancialmente maior. Ao contrário, o desenvolvimento dos recursos humanos na disci­plina ainda é muito baixo. O novo currícul prevê novas abordagens que formarão professores mais preparados para a demanda observada.

A natureza ampla da disciplina da Engenharia Civil é outra caracterís­tica que precisa ser considerada nos programas de formação do pessoal para abordar os novos currículos. Os engenheiros civis são responsá­veis por desenvolver, projetar e construir instalações, edifícios e infraes­truturas de boa qualidade, bem como são responsáveis por melho rar e manter essas estruturas. Os engenheiros civis atuam em instalações que fornecem energia e água limpa, inclusive redes de canalização de abas­tecimento de água municipal, serviços de saneamento, poços, esgoto,

© University of Deusto

Page 171: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

171

centrais de dessalinização e sistemas de tratamento de resíduos indus­triais. Também são responsáveis pela criação, manutenção e atualização dos sistemas de transportes e tráfego, tais como estradas, pontes, tú­neis, sistemas subterrâneos, aeroportos, vias férreas e portos marítimos. Um engenheiro civil é responsável pelo planeamento, determinando o projeto adequado para cada estrutura e a gestão do processo de cons­trução para garantir a longevidade e a sustentabilidade da estrutura após a sua conclusão. Uma faceta recente e cada vez mais importante da Engenharia Civil é a engenharia ambiental. Nessa subespecialidade, os engenheiros civis concentram­se nas aplicações de vários métodos de proteção ambiental, tais como a purificação do ar, da água e do solo contaminados. Está claro que são necessárias várias abordagens para o desenvolvimento de competências em todo o currícu lo.

Os novos programas curriculares incluirão as tendências atuais em En­genharia Civil que envolvem a aplicação de novos materiais, materiais compostos e, principalmente, materiais locais. A rápida urbanização do continente, destacou a importância da construção a baixo custo. Ou­tro enfoque contemporâneo é a melhoria das capacidades dos mate­riais padronizados. Há um enfoque maior no controlo dos efeitos das catástrofes naturais, tais como inundações e terramotos, assim como a realização de estudos de impacto ambiental das novas construções. Um dos principais objectivos é evitar ciclos de catástrofes e controlar os im­pactos das alterações climáticas em África. Uma especialização relativa­mente recente da Engenharia Civil em África é a engenharia ambiental. Essa especialização abrange a gestão de resíduos sólidos, a avaliação e a mitigação de impacto ambiental, o abastecimento e o tratamento de água, o tratamento de águas residuais e a gestão da poluição atmos­férica, entre outras especializações. Colocou­se também recentemente ênfase na aplicação de programas de software especializados no setor da Engenharia Civil, como parte da preparação dos engenheiros civis para as tarefas emergentes do século xxi.

Na lista de competências, mostramos que o sector de Engenharia Ci­vil geralmente se divide em (1) consultores, (2) contratados e (3) gesto­res de projetos. Normalmente, as opções de carreira para um licenciado em Engenharia Civil envolvem o trabalho em consultoria ou como en­genheiro contratado. Geralmente é necessário ter um alto nível de ex­periência profissional para atuar como gestor de projeto.

Ao determinar as abordagens dos novos currículos, é importante ob­servar que a profissão de engenheiro civil é altamente regulamentada

© University of Deusto

Page 172: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

172

na maioria dos países africanos. Por isso, os regulamentos, as normas e a garantia da qualidade são de grande interesse. É necessário perceber que um engenheiro profissional registado ou licenciado pode preparar, assinar, selar e apresentar planos de engenharia e projetos às autori­dades públicas para aprovação ou autorizar obras de engenharia para clientes públicos e privados.

A situação atual do Continente Africano exige criatividade na imple­mentação do programa curricular para superar vários problemas e obs­táculos. Em muitos países, as universidades não conseguem oferecer infraestruturas modernas de ensino e investigação, nem laboratórios, salas de aula, salões de conferência, escritórios para os professores, oficinas bem equipadas e mantidas, instalações de lazer, bibliotecas e estúdios para trabalhos práticos. Dentre outras carências, há a indis­ponibilidade de laboratórios de informática e software educacional, o acesso à internet e endereços de e­mail para funcionários e estudantes. A disponibilização de programas de pós­graduação e de recursos de in­vestigação também é limitada.

11.4. Necessidades de Desenvolvimento do Pessoal

Para implementar os novos programas curriculares, deve­se desenvol­ver a capacidade necessária, em termos de pessoal e de materiais de aprendizagem apropriados. O pessoal deve receber formação para as­similar novos métodos de ensino, novas atividades de aprendizagem e técnicas de avaliação. Cada instituição deve envolver sistematicamente os funcionários no processo de mudança, deve oferecer a formação ne­cessária e garantir a transformação para as novas abordagens. As re­des institucionais devem também ser estabelecidas nas várias disciplinas para incentivar a revisão por pares das atividades, por meio de instru­mentos criados por essas redes, para alcançar a harmonização preten­dida. O programa de desenvolvimento de pessoal deve, entre outros, alcançar os seguintes resultados:

iii. Desenvolver experiência e aptidões na realização de oficinas e de apre­sentações com a técnica de aprendizagem centrada no estudante.

iii. Os órgãos nacionais e internacionais africanos têm um grupo de peritos a quem recorrer para obter mais atividades de desenvol­vimento relacionadas com o processo de harmonização. A perícia abrangerá os aspetos de ensino, aprendizagem e avaliação.

© University of Deusto

Page 173: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

173

iii. O envolvimento e a reflexão sobre vários métodos de aprendiza­gem centrada em atividades que podem ser usadas no ensino.

iv. A criação e a facilitação de worshops pelos participantes, apoian­do­os no papel de professores ou mentores de outros académicos.

iv. A participação em todos os níveis em grupos multidisciplinares e independentes.

O conceito de aprendizagem centrada no estudante é novo na profis­são em África. Requer uma mudança de paradigma no ensino da Enge­nharia Civil no Continente Africano. A situação é ainda mais complexa devido à baixa capacitação dos professores e devido a outros desafios explicados acima.

Como parte das iniciativas de desenvolvimento de professores, a abor­dagem de ensino, aprendizagem e métodos de avaliação (TLA, na sigla em inglês) permitirá que os alunos alcancem os resultados pretendidos da aprendizagem (ILO, na sigla em inglês) no curso de licenciatura, des­critos como o «alinhamento» da TLA com os ILO da disciplina de es­tudo (Biggs, 2002). A abordagem deve tornar transparente a relação entre o ensino universitário e as competências principais ou transferí­veis. A formação deve abordar as seguintes questões:

Quais são os modos adequados de ensino?

Quais atividades de aprendizagem que melhor promovem as competências, em termos de conhecimento, perceção e habi­lidades?

E como avaliamos essas competências?

A formação expandirá a TLA, de modo a abranger as atividades listadas na Tabela 11.1. Uma discussão sobre as atividades encontra­se dispo­nibilizada em http://www.unideusto.org/tuningeu/teaching­learning­a­ assessment.html. Nota­se que as listas possuem caráter indicativo ape­nas. Por exemplo, a aplicação de cada técnica de ensino pode variar amplamente, não apenas entre os docentes, mas em função da expe­riência quotidiana de qualquer docente. Atividades de aprendizagem são as atividades que os alunos devem realizar no âmbito de um pro­grama ou como parte de um programa de estudos, enquanto a lista de avaliação apresenta uma série de modos de avaliação.

© University of Deusto

Page 174: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

174

Tabela 11.1Técnicas de Avaliação, Aprendizagem e Ensino

Técnicas de ensino

a.b.c.d.e.f.g.h.i.j.k.l.

Seminário (ensino em grupos pequenos)TutoriaisSeminário de investigaçãoCursos ou aulasOficinas (aulas práticas em sala de aula)Sessões de resolução de problemasEnsino no laboratórioAulas de demonstraçãoColocação (estágio/formação)Prática no trabalhoTrabalho de campoonline / à distância ou e­learning: escritos ou por computador

Actividades de aprendizagem

a.b.c.d.e.f.g.

h.

i.

j.k.l.m.n.o

p.

Realizar investigações sobre materiais relevantes em bibliotecas e onlineLiteratura de investigaçãoResuma as leituras mais relevantes para as suas necessidades atuais.Aprenda a colocar problemas, bem como a resolver os definidos pelo professorRealize investigações cada vez mais complexas, mesmo em pequena escalaExercite técnicas ou habilidades laboratoriaisPratique aptidões profissionais (por exemplo: no ensino de enfermagem, medi­cina e formação de professores)Investigue e escreva documentos, relatórios, dissertações cada vez mais difíceis (em tamanho e complexidade do material)Trabalhe com outros estudantes para co­produzir um relatório, projeto, uma res­posta a um problemaPrepare e faça apresentações orais em grupos ou individuaisFaça uma crítica construtiva do trabalho e use a crítica dos outros produtivamenteLidere e participe em reuniões (de seminários em grupo, por exemplo)Lidere ou participe em equipasTrabalhe para cumprir prazosDivulgue investigações e descobertas a outros por meio de vários meios de co­municaçãoAprenda a criticar seu próprio trabalho

Métodos de avaliação:

a.b.c.d.e.

f.g.h.i.

Testes de conhecimento ou aptidãoApresentações oraisRelatórios de laboratórioAnálises, por exemplo: textos e dadosDesempenho de aptidões durante a observação, por exemplo: em estágios, no laboratórioRelatórios de estágio ou diáriosCarteiras profissionaisRelatórios de trabalho de campoEnsaios escritos, relatórios ou artigos, por exemplo: revisão escrita da literatura relevante; crítica de artigos de investigação contrastantes

© University of Deusto

Page 175: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

175

É necessário que haja uma consulta ampla para entender melhor as possíveis estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação. Os professo­res devem responder às perguntas:

• Qual é o significado desta competência para os estudantes?

• Como ajudar os alunos a adquirir essa competência nos vossos mé­todos de ensino?

• Quais as actividades de aprendizagem que vossos estudantes reali­zam para desenvolver esta competência?

• Como avaliar se a competência foi adquirida ou até que ponto ela foi obtida?

• Como vossos estudantes sabem quando conseguiram adquirir esta competência ou até que ponto a obtiveram? Caso contrário, como sabem que não adquiriram tal competência?

11.5. Desenvolvimento de Cursos para a Capacitação dos Professores

O Grupo da Disciplina de Engenharia Civil usará a experiência do Pro­jeto Tuning África para iniciar e ampliar o programa de desenvolvi­mento de professores. A capacitação inicial ocorrerá por meio de cur­sos online desenvolvidos pela Tuning Academy, como parte da provisão de recursos. Três cursos estão disponíveis:

1. 1º Curso: Conceção de cursos com base em resultados de aprendi­zagem no ensino superior.

2. 2º Curso: Avaliação prática para a aprendizagem.

3. 3º Curso: Ensino com vista a uma aprendizagem ativa no quadro do ensino superior.

O grupo também fez capacitação através de workshops organizados em Assembleias Gerais e entre as Assembleias Gerais do Projeto Tuning África. Os membros do grupo deverão escrever e implementar os workshops so­bre o projeto nas universidades onde trabalham. Essas experiências serão compartilhadas e haverá intercâmbio durante a implementação.

© University of Deusto

Page 176: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 177: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

177

Capítulo 12

Conclusões

Kabir Bala

O Projeto Tuning África contribuiu fortemente no sentido de melhorar o ensino africano para que ele contribua com a visão africana de inte­gração, melhore a qualidade das licenciaturas e melhore a mobilidade e a empregabilidade dos licenciados. Após o sucesso do projecto­piloto, que foi concluído em 2013, a Fase II do Projeto Tuning África visava a intensificação do projeto Harmonisation and Tuning para cobrir mais universidades e disciplinas. Essa meta foi alcançada através da criação de novos programas de licenciatura, ensino, aprendizagem, métodos de avaliação e, em seguida, por meio da definição de acordos nas dis­ciplinas. Esta fase concebeu a teoria de licenciaturas baseadas nas com­petências a serem desenvolvidas, na aplicação e na formulação dos créditos apropriados e nas cargas horárias dos alunos para alcançar os resultados de aprendizagem necessários.

O Grupo da Disciplina de Engenharia Civil apresentou, neste livro, os resultados de seu trabalho e suas reflexões, inclusive sobre o processo de consulta, logo conclui da seguinte forma: A perceção dos entrevista­dos em relação à importância de certas competências e até que ponto elas foram alcançadas no presente revelaram algumas lacunas que pre­cisam ser resolvidas. O Grupo da Disciplina de Engenharia Civil apre­sentou soluções para resolver as discrepâncias na obtenção atual das competências gerais e específicas da disciplina e para preencher as la­cunas identificadas entre a importância atribuída para as competências e seu nível de realização. As soluções sugeridas incluem:

• o uso de estágio prático, de estágio industrial ou de métodos de tra­balho integrado à aprendizagem, tais como os existentes na África

© University of Deusto

Page 178: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

178

do Sul. As lacunas também poderiam ser superadas por intermédio de estágio qualificado sob orientação académica, tal como praticado no Programa de Capacitação para Engenharia da Etiópia.

• Também é possível adotar o modelo de «aprendizagem em serviço», praticado na África do Sul, que incentiva a participação dos alunos, permitindo­lhes ganhar horas teóricas.

• O uso de equipas multidisciplinares, com especialistas em saúde e segurança, para ministrar palestras adicionais e ganhar experiência prática através de estudos de caso sobre regulamentos, segurança e gestão de projetos pode ser útil.

O Grupo da Disciplina de Engenharia Civil acredita que as lacunas e as discrepâncias nos currículos podem ser facilmente ultrapassadas com a incorporação do meta­perfil nos processos de revisão curricular em toda a África.

o SAG também ressaltou ser necessário melhorar o programa curricu­lar da disciplina de Engenharia Civil em África, fazer frente aos desafios oriundos da evolução tecnológica em curso, as mudanças na demanda do mercado de trabalho por várias habilidades, bem como o impacto da crise económica nos vários países africanos. As reformas devem ser capazes de contribuir significativamente para tornar as economias na­cionais mais eficientes, mais competitiva e mais sensíveis às diferentes necessidades dos países e a nível regional, em geral. Pois, constatou­se que alguns países africanos estão a promover a modernização e re­forma curricular como parte das estratégias de desenvolvimento nacio­nal.

Apesar das diferenças entre as competências para a América Latina e África, os membros do Grupo de Trabalho de Engenharia Civil acredi­tam que é possível integrar as qualificações nos dois continentes. Os elementos dos fundamentos cognitivos, sociais e interpessoais, bem como as dimensões tecnológicas e internacionais, conseguidas na ex­periência latino­americana, podem ser identificados no meta­perfil afri­cano.

Após comparar o meta­perfil de Engenharia Civil com os currículos das universidades participantes, o Grupo de Trabalho de Engenharia Ci­vil do Tuning África avaliou que o meta­perfil está bem alinhado com os requisitos das ordens profissionais de engenharia nos respetivos paí­

© University of Deusto

Page 179: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

179

ses. O grupo de trabalho também ressaltou que era necessário distin­guir entre o conhecimento e as competências, a serem desenvolvidas no campo da Engenharia Civil, pois, algumas das competências não podem ser aplicadas, se o estudante não tiver os conhecimentos rele­vantes.

O programa curricular de Engenharia Civil do Continente Africano foi comparado com outros modelos do Tuning existentes na América La­tina, Europa e Rússia. Os resultados revelaram algumas melhorias ne­cessárias no currículo africano de Engenharia Civil, entre outros, a ressaltar a formação em estágio durante o período de estudo e a de­finição mais ampla das competências, de acordo com os anos de es­tudo. Sobretudo, as competências da América Latina foram sistema­tizadas, com antecedência, em categorias e agrupamentos sociais, cognitivos, tecnológicos e éticos, enquanto o grupo africano formou aglomerados após a identificação das competências gerais e específi­cas da disciplina.

O grupo também analisou como a carga horária é determinada, e o que é necessário para concluir uma licenciatura em Engenharia Civil nas universidades africanas, com base nos modelos das escolas e uni­versidades sul­africanas. Os académicos e os estudantes não concor­dam inteiramente sobre como deve ser gasto o tempo de trabalho in­dependente, mas existe consenso em relação ao tempo gasto em horas de contacto e em trabalho independente. É necessário certificar­se de que os estudantes usem corretamente o tempo no trabalho indepen­dente, devido à importância atribuída à aprendizagem centrada no es­tudante.

Nesta fase do projeto, houve esforços para chegar a acordo sobre a carga horária do estudante, a transferência de créditos e a mobi­lidade entre países africanos que oferecerem licenciaturas em En­genharia Civil. Os meta­perfis foram acordados pelos membros da disciplina, de acordo com as medidas de controlo de qualidade esta­belecidas.

Os sucessos conquistados pelo Projeto Tuning África II, em termos ge­rais, e especialmente na disciplina de Engenharia Civil, serão efetiva­mente consolidados com o apoio institucional e político mais amplo. A criação dos centros regionais do Tuning, juntamente com o envol­vimento de instituições reguladoras e profissionais, garantirão a im­plementação mais holística e a disseminação. Os centros do Tuning

© University of Deusto

Page 180: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

180

desempenharão um papel vital para garantir a implementação do pro­cesso de alinhamento e a harmonização nos níveis nacional, regional e continental. Isso fomentará a integração através da metodologia do Tuning para o programa curricular de Engenharia Civil no Continente Africano.

© University of Deusto

Page 181: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

181

Bibliografia

1. Anderson et al. (2001), A taxonomy for learning, teaching and as­sessing: A revision of Bloom’s Taxonomy of educational outcomes: Complete edition.

2. Anuário Estatístico Africano (2009) https://www.afdb.org/ fileadmin/.../African%20Statistical%20Yearbook%202009.pdf

3. ASCE (American Society of Civil Engineers) Career Paths in Civil Engeering, Retrieved from http://www.asce.org/uploadedFiles/ Education_and_Careers/Careers/Content_Pieces/career­path­ brochure.pdf Acedido em 26/02/2018.

4. Baker Baynes Ltd., Bakerbaynes.com/civil­engineering­trends/ P ostado 22 de maio de 2017. What is Civil Engineering? Acedido em 03/03/2018.

5. Banco Africano de Desenvolvimento (2012). Urbanisation in Afri ca. https://www.afdb.org/en/blogs/afdb­championing­inclusive­growth­across­africa/post/urbanization­in­africa­10143/. Acedido em 19/02/18 de junho de 2017

6. Biggs, J. (2002). Aligning the Curriculum to Promote Good Learn­ing. Constructive Alignment in Action: Imaginative Curriculum Sym­posium, LTSN Generic Centre, 4 de novembro de 2002.

7. Bilec, N., Ries, R. e Moraes, S.H. (2007). Sustainable Development and Green Design—Who Is Leading the Green Initiative? Journal of Professional Issues in Engineering Education and Practice. ASCE. P. 265­269.

© University of Deusto

Page 182: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

182

8. Branches of Civil Engineering – What is Civil Engineering? www.thecivilengg.com/Branches.php. Acedido em 03/03/2018.

9. Bredenoord, J. (2016). Sustentável de habitação e materiais de construção para famílias de baixa renda, jornal da engenharia ar­quitetônica Teachnology, ISSN: 21689717

10. Business Council of Australia, (2006). New concepts in innovation – The keys to growing Australia, Melbourne.

11. Chenal, J. (2016). Capitalising on Urbanisation:The Importance of Planning, Infrastructure and Finance for Africa’s Growing Cities. www.brookings.edu/foresightafricareport

12. Chirisa, I. (2008). Population growth and rapid urbanization in Afri ca: Implications for sustainability. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/43090985_Population_growth_and_rapid_urbanization_in_Africa_Implications_for_sustainability [ace­dido em 17 de fevereiro de 2018].

13. Construction Review Online (2017), Deloitte https://construction reviewonline.com/

14. Davies, C. (2008). Learning and Teaching in Laboratories. An En­gineering Subject Centre Guide. The Higher Education Academy. Engineering Subject Centre. ISBN 978­1­904804­826, 2008.

15. De Ville de Goyet,C., Zapata Martin, R. e Osorio, C. (2006). Miti­gação de desastres naturais e alívio «Doença Cotrol Prioritiesin nos países em desenvolvimento» 2ª Ed.

16. Ministério de Educação Fundamental, África do Sul, https:// nationalgovernment.co.za/units/view/7/Department­Basic­ Education­DBE

17. Downey, G.L. e Lucena, J.C., 2004. Knowledge and professional identity in engineering: code­switching and the metrics of progress. History and Technology, 20 (4), 393­420.

18. Downey, G.L. e Lucena, J.C., 2004. Are engineers losing control of technology? From ‘problem solving’ to ‘problem definition and solution’ in engineering education. Chemical Engineering Research and Design, 83 (A8), 1­12.

19. École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Competency­Based Leaning in Mechanical Engineering. Acedido em 4 de Dezembro

© University of Deusto

Page 183: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

183

de 2017 em: sti.epfl.ch/files/content/sites/sti/files/shared/sgm/pdf/CompBasedLearSGMweb.pdf

20. EUMETSAT, (2012). Technology to Manage Natural Disaters and Catastrophes. Disponível em www.eumetsat.int

21. González, J. e Yarosh, M. (2014), Building Degree Profiles. The Tun­ing Approach. Tuning Journal for Higher Education, Vol 1, No. 1 p. 37­69.

22. Guerrero Spínola,A.M., Edesio Jungles,A., Villagomez Villarroel,C., Gallardo Zevallos,G., García Vera,G., Ortiz Quezada,G., Omar del Gener,J., González Meyer,J.A., Manoliu,I., Ramos Rojos, L.E., Garibay,M.T., Lucero Culi,M.J., Castro Santos,M.M., Álvarez Rodríguez,O., Gutiérrez Somarriba,O., Benavente García, R and da Silva,T.J. (2014). Higher Education in Latin America: reflections and perspectives on Civil Engineering. Universidade de Deusto, Bilbao. http://tuningacademy.org/wp­content/uploads/2014/09/Tuning­A­Latina­2013­civil­Engineering­Engl­dig.pdf

23. Guerrero Spínola, A.M. et al. (2014) Meta­profile for Civil Engineer­ing In Beneitone, P., González, J. e Wagenaar, R., Meta­profiles and profiles. A new approach to qualifications in Latin America Univer­sity of Deusto, Bilbao.

24. Heijke, H., Meng, C. e Ris, C (2003), Fitting to the job: the role of generic and vocational competencies in adjustment and perfor­mance. Labour economics, 2003. 10(2): p. 215­229.

25. Holmes, N. e Beagon, V. (2015). Introducing PBL into Civil and Structural Engineering. DIT Teaching Fellowships Reports.

26. http://www.unideusto.org/tuningeu/teaching­learning­a­ assessment.html.

27. www.unideusto.org/tuningen/images/stories/workloads/Student_Workload__last_version.pdf.

28. Knight, J. e Woldegiorgis, E. T. (2017). Regionalization of African Higher Education: Progress and Prospects, Sense Publishers, Rotter­dam.

29. Lemaitre, D., Le Prat, R., De Graaff, E. e Bot, L. (2006). Editorial: Fo­cusing on competence. European Journal of Engineering Education, 31(1), 45­53. https://doi.org/10.1080/0304379050047

© University of Deusto

Page 184: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

184

30. Lucas, J. (2014). What Is Civil Engineering? https://www.livescience.com/47612­civil­engineering.html Acedido em 19/02/18.

31. Management Study Guide Liberary «Competency Based Assess­ment». 2015; Disponível em: http://www.managementstudyguide.com/what­are­competencies.html

32. Matamande, W., Nyikahadzoi, L., Taderera, E. e Maudimika, E. (2013), An Investigation of the Effectiveness of work related learn­ing: A case of the industrial attachment program offered by the fac­ulty of commerce, University of Zimbabwe, Journal of Instructional pedagogies.

33. Onana,C.A., Oyewole, O.B., Teferra,D., Beneitone, P., González,J. e Wagenaar, R. (2014), Tuning Africa «Tuning and Harmonisation of Higher Education: The African Experience».

34. Pearson, (2015) https://www.pearsoned.com/wp­content/uploads/ 584G245_CBE_playbook_WP_Ir_f.pdf. Acedido em 20/02/2018.

35. Program Infrastructure Development for Africa (PIDA). Africa Union. (sem data) https://au.int/en/ie/pida. Acedido em 03/03/2018.

36. Radcliffe, D. F. (2005) «Innovation as a meta graduate attribute for engineers», International Journal of Engineering Education, Vol. 21, No. 2, Volume especial IJEE: The Entrepreneurial Engineer, p. 194­199.

37. Raouna, K. (2017). How to become a Civil Engineer (Career Path), 2017.

38. Relatório da Deloitte. Construction on the African Continent: Op­portunities, Risks and Trends’. Relatório da Deloitte sobre recolha em África. Volume 4. www2.deloitte.com. Acedido em 20/02/18.

39. SAICE (2011). Infrastructure Report Card for South Africa 2011. South African Institute of Civil Engineering.

40. Satterthwaite, D (2015). Urbanization in Sub­Saharan Africa: Trends and Implications For Development And Urban Risk. 14 de dezembro de 2015. http://www.urbantransformations.ox.ac.uk/blog/2015/urbanization­in­sub­saharan­africa­trends­and­implications­for­ development­and­urban­risk. Acedido em 19/02/18.

41. The Canadian Society for Civil Engineering. What is Civil Engi­neering? (Acedido em 8 de agosto de 2017 de (http://whatiscivil engineering.csce.ca/civil1.htm).

© University of Deusto

Page 185: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

185

42. The Nigerian Society of Engineers.

43. Teferra, D. (2018) Credit Transfer – It’s time for harmonisa­tion. University World News Newsletter, 12 de janeiro de 2018. Volume No. 212. http://www.universityworldnews.com/article.php?story=20180109074433954. Acedido em 27/02/2018.

44. Teklemariam, H. R., Hahn,K., Bala,K., Hamizi, M., Jansen Van Rensburg,K., Kanyeto, O., Makengo, L. H., Nzengwa,R., Rubaratu­ka, I. A., Shitote, S. M. E Tukari, J. J. B. Civil Engineering. In Onana, C. A., Oyewole, O. B., Teferra, D., Beneitone, P., González, J. and Wagenaar, R., (2014) Tuning and Harmonisation of Higher Educa­tion: The African Experience, University of Deusto, Bilbao.

45. Relatório da ONU­HABITAT (2010) Citado em (sem autor identifi­cado) blog e, por sua vez, citado no The Economist, 13 de dezem­bro de 2010. http://www.Economist.com/Blogs/dailychart/2010/12/urbanisation_africa (acedido em 8 de janeiro de 2014).

46. Relatório do Banco Mundial (2017). Improving Conditions for Peo­ple and Businesses in Africa’s Cities Is Key to Growth. http://www.worldbank.org/en/news/press­release/2017/02/09/world­bank­report­improving­conditions­for­people­and­businesses­in­africas­cities­is­key­to­growth. Acedido em 20/02/18.

47. University of Southern California, USC Viterbi School of Engineer­ing. History of Civil Engineering. http://viterbisummerprograms.usc.edu/bridge­and­rov/group5/history­of­civil­and­mechanical­ engineering/ Acedido em 19/02/18.

48. Walther, J., e Radcliffe, D. F. (2007). The competence dilemma in engineering education: Moving beyond simple graduate attribute mapping. Australasian Journal of Engineering Education, 13(1), 41­51. https://doi.org/10.1080/22054952.2007.11464000

49. Webb, G.(2006)The Tutorial Method, Learning Strategies and Stu­dent Participation in Tutorials: Some Problems and Sugggested So­lutions, Journal, Programmed Learning and Educational Technol­ogy. Vol 20.

50. Whitelock, D., Thorpe, M. e Galley, R. (2015). Student Workload: A Case Study of its Significance, Evaluation and Management at the Open University. https://doi.org/10.1080/01587919.2015.1055059. Acedido em 04/03/2018

© University of Deusto

Page 186: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia
Page 187: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

187

Anexo 1

Contribuidores da publicação

Nome Fase Universidade País

Karin JANSEN VAN RENSBURG I&II University of Pretoria África do Sul

Wynand Jacobus Van Der Merwe STEYN

I&II University of Pretoria África do Sul

Mohand HAMIZI I&IIUniversité Mouloud MAMMERI de Tizi Ouzou

Argel

Gossou HOUINOU II Université d’Abomey­Calavi Benin

Oagile KANYETO I&II University of Botswana Botsuana

Robert NZENGWA I&II Université de Douala Camarões

Inacio MENDES PEREIRA II Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Capo Verde

Gamal Abozeid Abdelrahim ABOZEID

II Assiut University Egito

Hassan Ibrahim Mohamed MOHAMED

II Assiut University Egito

Ragaa Talat Mohamed ABDELHAKIM

II Tanta University Egito

Tadesse Ayalew ZELELE I&IIEthiopian Institute of Architecture, Building Construction and City Development (EiABC) /Addis Ababa University

Etiópia

Mark ADOM-ASAMOAH IIKwame Nkrumah University of Science and Technology

Gana

Helen Michelle Korkor ESSANDOH

IIKwame Nkrumah University of Science and Technology

Gana

© University of Deusto

Page 188: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

188

Nome Fase Universidade País

Kabiru BALA I&II Ahmadu Bello University Nigéria

Stanley Muse SHITOTE I&II Moi University Quénia

Hubert Lutimba MAKENGO I&II Université de KinshasaRepública Dem. do Congo

James Janthana Bango TUKARI I&II Juba University Sudão do Sul

Ignas Aloys RUBARATUKA I&II University of Dar es Salaam Tanzânia

© University of Deusto

Page 189: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

Para mais informações sobre o Tuning

International Tuning Academy

Universidad de Deusto

Avda. de las Universidades, 24 (48007 Bilbao)

Tel. +34 944 13 90 95

Espanha

[email protected]

Page 190: Africa Conceção e Implementação de Cursos Universitários ...A profissão de engenharia civil é convencionalmente dividida em sub disciplinas que incluem, entre outros, a engenharia

DeustoUniversity of Deusto