Agatha Christie

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biography, works, curiosities

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BiografiaConsiderada a "Rainha do Crime", Agatha Christie aliou uma imaginação brilhante à sua grande habilidade como narradora , para conquistar gerações de público para suas histórias de mistério e suspense. Seus livros já venderam mais de 2 bilhões de exemplares.

Nascida Agatha May Clarissa Miller, ela se casou em 1914, com o Coronel Archibald Christie, um aviador da Força Aérea britânica. Com ele, teve sua única filha, Rosalind. Durante a Primeira Guerra, Agatha trabalhou como farmacêutica, o que lhe proporcionou, segundo consta, grandes conhecimentos sobre poções e veneno, que seriam mais tarde empregados em suas obras.

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Principais obrasNo meio da noite, a Sra. Inglethorp, a rica proprietária da mansão Styles, é encontrada morta na sua cama, aparentemente vítima de um ataque cardíaco. As portas trancadas por dentro indicam tratar-se de uma morte natural. Mas o médico da família levanta uma suspeita: envenenamento. A partir de então, todos os hóspedes da velha mansão, incluindo seu segundo marido e seus enteados passam a ser suspeitos. Para solucionar o mistério, entram em ação Hercule Poirot e seu fiel amigo, capitão Arthur Hastings.

A história se passa em St. Mary Mead, um pacato vilarejo onde há quinze anos não ocorre um homicídio e onde as pessoas discutem a vida alheia tomando chá. Quando um sangrento crime acontece em plena casa do pastor, o alvoroço é grande. O arrogante inspetor Slack é escalado para investigar o caso. O mistério também intriga uma discreta moradora que gosta de jardinagem e de observar pássaros de binóculo, mas cujo principal hobby é o estudo do comportamento humano: Miss Marple.

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Gwenda Reed, 21 anos, recém-casada, acaba de comprar uma casa centenária no litoral sul da Inglaterra. Trata-se da residência ideal para um futuro vibrante. Aos poucos, porém, o novo lar vai revelando sinais sinistros. Mas como é possível que Gwenda possa intuir que um dia houve uma porta onde hoje há uma parede sem passagem? Ou que possa adivinhar, com precisão de detalhes, qual a estampa do papel de parede original de um quarto? Sem saber exatamente como, ela adquire a certeza de que uma mulher foi ou será morta na casa. Miss Marple, perspicaz como sempre, guiará Gwenda pelos segredos aterradores que seu próprio lar esconde.

Voltando de um importante caso na Síria, Hercule Poirot embarca no Expresso do Oriente em Istambul. O trem está estranhamente cheio para aquela época do ano. De madrugada, algo estranho acontece. No dia seguinte, o detetive descobre que um dos passageiros foi esfaqueado doze vezes enquanto dormia. Porém tudo é muito misterioso: algumas chagas são profundas e outras superficiais, algumas parecem ter sido feitas por uma pessoa canhota e outros por um destro.

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PersonagensCoronel Race é um ex-coronel do exército britânico, muito inteligente, calmo e dado a notar indícios despercebidos por outros. Aparece nos seguintes livros:O Homem do Terno Marrom - 1924Cartas na Mesa - 1935 Morte no Nilo - 1937 Um Brinde de Cianureto - 1944

Capitão Arthur Hastings geralmente é o narrador das histórias em que aparece junto com Hercule Poirot.O Capitão Hastings é o "Watson" do detetive Hercule Poirot, também criação da autora. Amigo inseparável, embora suas conclusões sejam muitas vezes o oposto da realidade, elas ajudam o raciocínio de Poirot. Aparece nos seguintes livros:O Misterioso Caso de Styles - 1920Assassinato no Campo de Golfe - 1923Os Quatro Grandes - 1927A Casa do Penhasco - 1932Treze à Mesa - 1933Os Crimes ABC - 1936Poirot Perde Uma Cliente - 1937Cai o Pano – Escrito em 1940, publicado em 1975.

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Hercule Poirot  é um grande detetive fictício e protagonista da maioria dos livros de Agatha Christie comparável apenas a Sherlock Holmes, famoso detetive da ficção policial. Um grande número das obras onde Poirot aparece se tornaram filmes, séries de televisão, rádio e teatro. Foi vivido no cinema por Albert Finney e por Sir Peter Ustinov e na série televisiva por David Suchet. O detetive aparece em mais de 40 romances de Agatha Christie e protagoniza desde 1989 a série britânica Agatha Christie's Poirot onde é interpretado por David Suchet.

Albert Finney

Sir Peter Ustinov

David Suchet

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Reconstrução de uma

fotografia

Hercule Poirot

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Quem vai morrer agora?Jacko Vallabrégue é acusado de matar sua mãe adotiva. No momento em que é assassinado por seu companheiro de prisão, uma testemunha inesperada prova sua inocência. Larosière, que havia incriminado Jacko, reabre a investigação para encontrar o verdadeiro culpado. Mas qual dos outros três filhos adotivos da Sra. Vallabrégue seria o autor do crime, se não Jacko?

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No fundo do espelhoNão tenho explicações para essa história, nem nenhumateoria de como e porque vi o que vi. Mas o fato é que vi. Mesmo assim, algumas vezes me pergunto como os fatos se teriam desenrolado se na época eu percebesse aqueledetalhe essencial que só muitos anos mais tarde vim a enxergar. Se eu tivesse compreendido... talvez o curso de três vidas teria sido totalmente modificado, o que é uma idéia assustadora. Para contar-lhes como tudo começou, preciso voltar ao verão de 1914, pouco antes da guerra, quando fui a Badgeworthy com Neil Carslake. Neil era na época o meu melhor amigo. Eu conhecia também o seu irmão Alan, mas não com a mesma intimidade, e nunca vira a irmã dos dois, Sylvia. Ela era dois anos mais moça do que Alan e três anos mais moça do que Neil. Já por duas vezes enquanto éramos colegas de colégio, eu fora convidado a passar parte das férias com Neil em Badgeworthy, mas nas duas ocasiões surgira algum obstáculo. Assim, já completados os vinte e três anos, vi pela primeira vez a casa de Neil e Alan. Os convidados eram muitos. A irmã de Neil, Sylvia, acabara de ficar noiva de um tal Charles Crawley. Era muitos anos mais velho do que ela, disse-me Neil, mas um ótimo sujeito e em boa situação financeira.

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Lembro-me que chegamos às sete da noite. Todos se haviam retirado para os seus quartos a fim de preparar-se para o jantar. Neil conduziu-me ao que me fora reservado. Badgeworthy era uma mansão antiga, atraente e espaçosa. Nos últimos três séculos sofrera vários acréscimos e por todo lado as diferenças de piso obrigavam a escadarias inesperadas. Era o tipo de casa em que a orientação é difícil. Neil prometeu passar pelo meu quarto quando fosse descer para o jantar. Eu estava um pouco encabulado à idéia de encontrar pela primeira vez a sua família. Lembro-me de ter dito rindo que não me surpreenderia se encontrasse fantasmas pelos corredores, ao que ele retrucou despreocupadamente que diziam ser a casa mal-assombrada, mas nunca vira coisa alguma e não sabia a forma que o fantasma costumava assumir. Logo em seguida ele saiu apressado e comecei a desfazer as malas procurando pelas minhas roupas de cerimônia. Os Carslakes não eram ricos, conservavam a velha mansão mas não tinham criado-de-quarto para ajudar os hóspedes a se vestirem. Bem de pé em frente ao espelho, estava acabando de me preparar. Via meu rosto e meus ombros, e atrás de mim a parede do quarto — um trecho nu de parede em que se recortava uma porta. Terminara de dar o nó na gravata quando notei que essa porta estava se abrindo.

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Não sei por que não me virei, creio que teria sido a reação mais natural. Mas de qualquer forma, não me virei. Fiquei olhando a porta que se abria lentamente revelando o quarto contíguo. Era um quarto de dormir, maior do que o meu, com duas camas. Súbito, retive a respiração. Ao pé de uma das camas estava uma jovem com o pescoço envolvido por um par de mãos masculinas. Um homem estrangulava-a lentamente, forçando-a a curvar-se para trás, sufocando-a devagar. Não havia a mínima possibilidade de engano. A visão era perfeitamente nítida.Eu estava presenciando um assassinato. Podia ver claramente o rosto da jovem, seus cabelos dourados, o pavor e a agonia em seu belo rosto que lentamente se tingia de sangue. Do homem eu via apenas as costas, as mãos e uma parte da face esquerda cortada por uma cicatriz que descia até o pescoço. Este relato tomou-me algum tempo, mas na realidade só por alguns segundos fiquei paralisado antes devirar-me para socorrê-la... E então vi que na parede às minhas costas, na parederefletida no espelho, havia apenas um grande guarda-roupa vitoriano. Nenhuma porta aberta. Nenhuma cena de violência. Virei-me rapidamente para o espelho. Ele refletia apenas o guarda-roupa. Passei as mãos pelos olhos e atravessando o quarto tentei empurrar o móvel. Foi neste momento que Neil entrou pela outra porta e perguntou-me que diabos eu estava tentando fazer.

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Ele deve ter-me julgado um tanto maluco quando virei e lhe perguntei se existia uma porta atrás do guarda-roupa. Respondeu-me que sim, havia uma porta que abria parao quarto ao lado. Indaguei quem ocupava aquele quarto. Era o casal Oldham, o Major Oldham e a esposa. Perguntei-lhe se a SraOldham tinha cabelos louros e Neil respondeu-me secamente que era morena. Percebi então estar fazendo papel de tolo.Controlei-me, arranjei uma desculpa qualquer e desci com ele dizendo a mim mesmo que devia ter tido uma espécie de alucinação. Senti-me envergonhado e meio idiota. E então... e então... Neil disse: — Minha irmã Sylvia — e me vi olhando para o rosto encantador da jovem que eu acabara de ver sendo lentamente estrangulada... e fui apresentado ao noivo, um homem alto e moreno com uma cicatriz na face esquerda.Bem, isso é tudo. Gostaria que refletissem e me dissessem o que teriam feito em meu lugar. Ali estava a jovem, a mesma jovem, e ali estava o homem que eu vira estrangulando-a... E os dois deveriam casar-se dentro de um mês. Eu tivera ou não uma visão premonitória? Acaso Sylvia e o marido iriam algum dia hospedar-se naquele mesmo quarto (o melhor quarto dehóspedes), e aquela cena que eu presenciara tornar-se-ia uma sinistra realidade? Fiquei remoendo aquilo todo o tempo durante a semana que ali passei. Devia falar ou não?

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E quase imediatamente surgiu outra complicação: apaixonei-me por Sylvia Carslake no primeiro instante em que a vi. Desejei-a mais do que a qualquer outra coisa no mundo... e de certa forma isto amarrou-me as mãos.Porém, se eu não dissesse nada, Sylvia casar-se-ia com Charles Crawley e Crawley matá-la-ia. E assim, na véspera de ir-me embora, contei-lhe tudo.Disse-lhe que esperava que ela me julgasse com os miolos moles, ou coisa semelhante, mas jurava solenemente ter visto a cena do espelho, e sentia, já que ela estava decidida a casar-se com Crawley, que devia revelar-lhe a minha estranha experiência. Ela ouviu-me em silêncio. Seus olhos tinham uma expressão que não consegui decifrar. Não ficou nem um pouco zangada e quando acabei agradeceu-me gravemente. Fiquei ali repetindo como um idiota: — Eu vi, eu realmente vi, ao que ela retrucou: — Estou certa de que viu. Acredito em você. Bem, o desfecho foi que parti sem saber se tinha agido certo ou me comportado como um tolo, e uma semana mais tarde Sylvia desfez o noivado com Charles Crawley. Logo depois eclodiu a guerra, e não havia tempo parapensar em mais nada. Uma ou duas vezes, quando estava de licença, encontrei Sylvia, mas evitei-a o mais possível. Eu a amava e a desejava mais do que nunca, porém de alguma forma sentia que se a procurasse não estaria agindo corretamente. Por minha causa ela desfizera o noivado com Crawley, e o meu ato só teria sido justificado se eu tivesse agido desinteressadamente.

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Então, em 1916, Neil foi morto e coube-me falar a Sylvia sobre os seus últimos momentos. Depois disso nossas relações não podiam mais permanecer num plano formal. Sylvia adorara Neil, e ele fora o meu melhor amigo. Em sua dor ela mostrou-se adorável, tão doce e meiga que a custo consegui reprimir o meu amor. Voltei para o front rezando para que uma bala pusesse fim à minha miséria. A vida sem Sylvia não tinha atrativos. Mas nenhuma bala estava reservada para mim. Uma quase me pegou embaixo da orelha direita, e uma outra foi desviada por uma cigarreira de metal que levava no bolso, e assim saí ileso da guerra. Charles Crawley morreu em ação no início de 1918. De algum modo isto fez uma diferença. Voltei para casa no outono de 1918; pouco antes do armistício. Fui direto a Sylvia e disse-lhe que a amava. Não tinha muita esperança de que ela correspondesse logo ao meu amor, e tive a maior surpresa quando ela perguntou por que não lhe falara antes. Gaguejeiqualquer coisa sobre Crawley, e ela retrucou: — Mas por que julgou que rompi com ele? — e me contou então que se Apaixonara por mim, assim como eu me apaixonara por ela, no primeiro instante em que nos víramos. Confessei-lhe terpensado que ela desfizera o noivado por causa da história que eu lhe contara; ela riu com desdém e afirmou que se amasse realmente um homem nunca agiria de forma tão covarde. Falamos novamente sobre a minha visão e concordamos que eraestranha, porém nada mais do que isso.

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Bem, tenho pouco a relatar sobre os meses seguintes. Sylvia e eu nos casamos e fomos felizes. Mas logo compreendi que não estava talhado para ser um bom marido. Amava Sylvia extremosamente, mas era ciumento, absurdamente ciumento de todos a quem ela dedicasse um simples sorriso. A princípio isto divertiu-a. Acho que até mesmo gostava dos meus ciúmes, que ao menos lhe provavam a minha dedicação. Quanto a mim, sabia plena e inequivocamente que não só estava agindo como um tolo, mas também colocando em perigo a paz e a felicidade de nossa vida conjugal. Digo que sabia, porém não conseguia modificar-me. Toda vez que Sylvia recebia uma carta e não ma mostrava, eu começava a conjecturar de quem seria. Se ela ria conversando com algum homem, eu ficava imediatamente desconfiado e macambúzio. A princípio, como já disse, Sylvia riu-se achando meus ciúmes engraçadíssimos. Depois parou de considerá-los tão engraçados, e por fim deixou de achar-lhes qualquer graça. Lentamente ela começou a se afastar de mim. Não no sentido físico, mas retraiu-se, não compartilhando mais comigo os seus pensamentos. Era sempre bondosa, mas triste, como se nos separasse uma longa distância. Pouco a pouco compreendi que ela não mais me amava.Seu amor morrera. Eu mesmo o matara... A etapa seguinte era inevitável. Percebi que a esperava... e temia. E assim Derek Wainwright entrou em nossas vidas. Ele tinha tudo que eu não tinha: um cérebro privilegiado e uma língua afiada.

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Era atraente, também e — sou forçado a admitir — uma ótima pessoa. Assim que o conheci, pensei comigo: “Este é o homem para Sylvia”... Ela lutou contra isto, sei que ela lutou... mas não lhe dei nenhum auxílio. Não podia. Enrustido em minha sombria reserva, sofria as torturas do inferno, mas não conseguia estender um dedo para me salvar. Não a ajudei. Ao contrário, agravei ainda mais a situação. Certo dia a minha ira explodiu e insultei-a selvagem e injustificadamente. Disse coisas falsas ecruéis sabendo perfeitamente quão falsas e cruéis eram. E apesar disso senti um prazer selvagem em dize-las... Lembro-me como Sylvia enrubesceu e recuou... Levei-a ao limite da tolerância. Lembro-me que ela disse: — Isso não pode continuar... Quando voltei aquela noite para casa, encontrei-a vazia. Ela deixara um bilhete, como é tradicional nesses casos.Nele dizia que me estava deixando para sempre. Ia passar uns dias em Badgeworthy e depois iria procurar a única pessoa que a amava e precisava dela. Sua decisão era final. Creio que, até então, eu mesmo não acreditava realmente em minhas suposições. Esta confirmação em preto e branco dos meus piores receios enlouqueceu-me. Peguei o carro e pisando fundo no acelerador fui atrás dela em Badgeworthy. Lembro-me que quando empurrei a porta do seu quarto, ela acabara de trocaro vestido para jantar. Vi no seu rosto, no seu belo rosto, o espanto... e o medo. Eu disse: — Ninguém, ninguém a não ser eu a terá! Envolvi seu pescoço com as minhas mãos e apertei, forçando-a a curvar-se para trás.

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Subitamente vi a nossa imagem no espelho: Sylvia sufocada, eu estrangulando-a, e a cicatriz no meu rosto onde a bala passara de raspão sob a orelha direita. Não, eu não a matei. Esta repentina revelação paralisou-me. Abri as mãos e ela escorregou até o chão... Explodi em soluços então... e ela me confortou... Sim, ela me confortou... Disse-lhe tudo e ela explicou que com a expressão “a única pessoa que me ama e precisa de mim” quisera referir-se ao irmão Alan... Naquela noite abrimos os nossoscorações, e acho que desde aquele momento nunca mais nosafastamos um do outro. Entretanto é uma idéia assustadora pensar que se não fosse pela graça de Deus e por um espelho, eu hoje seria um assassino... Mas algo morreu naquela noite: o demônio do ciúme que me possuíra por tanto tempo... Às vezes fico pensando — e se eu não tivesse cometido aquele engano inicial, julgando que a cicatriz era na face esquerda quando na verdade era na direita, invertida pelo espelho? Teria tido tanta certeza que o homem era Charles Crawley? Teria advertido Sylvia? Ela se teria casado comigo... ou com ele? Constituirão o passado e o futuro uma coisa só? Sou um homem simples, e não pretendo entender dessas coisas. Mas vi o que vi... e por causa do que vi Sylvia e eu estaremos juntos — para empregar as palavrasantiquadas — até que a morte nos separe. E talvez ainda além...

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THE BACKGROUND OF THE MIRROR

I have no explanation for this story, nor any theory of how andwhy they saw what I saw. But the fact is that I saw. Still, sometimes I wonder how the events unfolded would be rolled out at the time I realized that detail essential that only many years later did I see. If I had understood ... maybe the course of three lives would have been completely changed, which is a scary thought. To tell you how it all started, I need to go back next summer 1914, just before the war, when I was with the Badgeworthy Neil Carslake. Neil was at the time my best friend. I knew Alan his brother also, but not with the same intimacy, and never seen the sister of the two, Sylvia. She was two years younger than Alan and three years younger than Neil. Has twice while we were schoolmates, I was invited to spend part of the holidays with Neil in Badgeworthy, but on both occasions some obstacle arose. Thus, because thetwenty-three completed years, first saw the home of Neil and Alan. The guests were many. Neil's sister, Sylvia, had becoming engaged in such Charles Crawley. It was many years older than she, Neil told me, but a great guy and good financial situation. I remember we arrived at seven o'clock. All had retired to their rooms to prepare for dinner.

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Neil led me to what I had been booked. Badgeworthy was a old mansion, attractive and spacious. Over the past three centuries suffered several additions and everywhere the differences floor forced to unexpected stairways. It was the kind of house that orientation is difficult. Neil promised to pass by my room when were down for dinner. I was a little embarrassed to idea first meet her family. I remember have said laughing would not surprise me if I found ghosts the corridors, to which he replied nonchalantly that said to be a haunted house, but had never seen anything and did not know how the ghost used to take. Soon afterwards he hurried and started undoing the bags looking for my clothes ceremony. The Carslakes were not rich, they kept the old mansion but not had created-to-room to help guests to dress. Well standing in front of the mirror was just me prepare. Via my face and shoulders, and behind me the wall the room – a bare stretch of wall on which it clipped one port. Finished to tie the knot on his tie when I noticed this door was opening. Do not know why I did not turn around, I think that would have been the reaction more natural. But anyway, I did not turn. I watching the door opened slowly revealing the fourth contiguous.It was a bedroom, larger than mine, with two beds.

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Suddenly, I withdrew breath. At the foot of one of the beds was a young woman with neck surrounded by a pair of male hands. A man strangling it slowly, forcing her to bend over backwards slowly suffocating her. There was not the slightest possibility of deception. The vision was perfectly clear. I was witnessing a murder. Could clearly see the girl's face, her hair golden, terror and agony in his beautiful face that slowly tinged with blood. Man I saw only his back, hands and part of the left cheek by a scar that cut down to the neck. This story took me some time, but in reality only by I froze a few seconds before turning me to help her ... And then I saw that on the wall behind me, on the wall reflected in the mirror, there was only one large wardrobe Victorian. No door open. No scenes of violence. I turned quicklyto the mirror. He reflected only the wardrobe. Ran my handsthrough the eyes across the room and tried mobile pushing. It was then that Neil joined by another door and asked me what the hell I was trying to do. He must have judged me a little crazy when I turned to him and I asked if there was a door behind the wardrobe. He replied that yes, there was a door that opened into the room side. I asked who occupied that room. It was the couple Oldham, Oldham and the Major's wife. I asked him if Ms Oldham had blond hair and Neil replied dryly that was dark. I realized then be making a fool of himself. Controlled myself, one got any excuse and went down with him telling myself that I must have had some kind of hallucination.

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I felt embarrassed and a bit stupid. And then ... and then ... Neil said: - My sister Sylvia - and me seen looking at the lovely face of the girl I had just see being slowly strangled ... and I was introduced to the groom, a tall, dark man with a scar on his left cheek. Well, that's all. I would like to reflect and tell me what they would have done in my place. There was the young, the same young and there was the man I had seen strangling her and the two ... should marry within a month. I had or not a premonitory vision? Sylvia and the chance husband would everstay in that same room (the best guest room), and that scene that I witnessed would become a grim reality? I was mulling over it allthe time during the week spent there. Should speak or not? And almost immediately arose another complication: Sylvia fell for the first Carslake instant I saw her. I wished more than anything else in the world ... and in a way that tied my hands. However, if I say nothing, Sylvia married would with Charles Crawley and Crawley would kill her. And so, on the eve of go away, I told him everything. I told him expected her to judge me with soft brains, or similar thing, but solemnly swore to have seen the scene mirror, and felt, as she was determined to marry Crawley, who was to prove to you my strange experience. She heard me in silence. His eyes had an expression I could not decipher. Was not the least bit angry and when I just thanked me gravely. I stood repeating like anidiot: - I have seen, I really saw, to which she replied: - I'm sure you saw. I believe you.

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Well, the upshot was that I left not knowing if he had acted right or behaved like a fool, and a week later Sylvia broke off her engagement to Charles Crawley. Soon after the war broke out, and there was no time to think nothing more. Once or twice, when on leave, I met Sylvia, but I avoided it as much as possible. I loved her and wanted her more than ever, but the somehow felt that if the seek would not be acting correctly. For my sake she desfizera the engagement with Crawley, and my act would only have been justified if I had acted disinterestedly. Then, in 1916, Neil was killed and it fit me talk to Sylvia about their last moments. After that our relations could no longer remain in a formal plan. Sylvia adored Neil, and he was my best friend. In her grief she showed up lovely, so sweet and tender that thecost could repress my love. I returned to the front praying that a bullet would end the my misery. Life without Sylvia had not attractive. But no bullet was reserved for me. an almost took me under his right ear, and another was diverted by Cigarette metal carrying in the pocket, and so I came out unscathed from war. Charles Crawley died in action in early 1918. Somehow this made a difference. I returned home in autumn of 1918; just before the armistice. Direct went to Sylvia and told her that he loved her. Did not have much hope that she corresponded soon my love, and I had the biggest surprise when she asked why not spoken to him before. stammered any thing about Crawley, and she said: - But why judged that I broke up with him? - And then told me that was in love with me, as I fallen in love with her, in the first moment we had seen us.

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I confessed to her that she have thought desfizera the engagement by because of the story I had told him; she snorted and stated that he never really loved a man would act such a cowardly way. We talked again about my vision and agreed it was strange, but nothing more than that. Well, I have little to report on the following months. Sylvia and I got married and we were happy. But I soon realized that not was cut out to be a good husband. Sylvia loved extremosamente but was jealous, insanely jealous of all whom she devoted a simple smile. To this principle amused her. I think I even liked my jealousy, which the leastyou proved my dedication. As for me, knew fully and unequivocally that not only was acting like a fool, but also endangering peace and happiness of our married life. I say I knew, but could not change me. Whenever Sylvia received a letter and showed no ma, I began to wonder who it would be. If she laughed talking with a man, I was immediately suspicious and sullen. At first, as I said, Sylvia laughed my thinking jealous hilarious. Then stopped to consider them as Funny, and finally left to find them any grace. Slowly she began tomove away from me. Not in the sense physical, but winced, not sharing with me their most thoughts. He was always kind, but sad, as if in separated a long distance. Gradually I realized that she no longer loved me. his love died. I even killed ... The next step was inevitable. I realized I was waiting ... and feared. And so Derek Wainwright came into our lives. it was all I had: a privileged brain and a tongue sharp. Was attractive, and also - I am forced to admit - one great person. So I met him, I thought to myself: "This is the Sylvia man "..

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She fought against it, I know she fought ... but did not give him no assistance. Could not. Closeted in my gloomy reserve, suffering the tortures of hell, but could not extend a finger to save me. Not helped. On the contrary, even agravei the situation further. One day my anger exploded and insulted the wild and unjustified. Said false and cruel things knowing full well how false and cruel they were. And yet I felt a savage pleasure in say them ... I remember as Sylvia blushed and backed ... I took her to the limit of tolerance. I remember she said: - It can not continue ... When I returned home that night, I found it empty. it left a note, as is traditional in these cases. In it she said she was leaving meforever. would pass Badgeworthy few days and then would seek the only person I loved her and needed her. His decision was final. I believe that, until then, I myself do not really believe in my assumptions. This confirmation in black and white of my worst fears freaked me. I took the car and stepping on the accelerator went after her in Badgeworthy. I remember that when I pushed the door to her room, she just exchange the dress for dinner. I saw your face, in your beautiful face, the surprise ... and fear. I said: - No one, no one but I will! I wrapped his neck with my hands and squeezed, forcing her to bend over backwards. Suddenly I saw our reflection in the mirror: Sylvia stifled I choke her, and the scar on my face where the bullet passed grazed in the right ear.

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No, I did not kill her. This sudden revelation paralyzed me. Open hands and it slipped to the floor ... Then burst into tears ... and she comforted me ... Yes, she gives me comforted ... I told hereverything and she explained that with the expression "the only person who loves me and needs me "wanted to refer to brother Alan ... That night we open our hearts, and I think from thatmoment never move away from each other. Is a scary idea however think that if it were not by the grace of God and by a mirror, I would be today one killer ... But something died that night: the demon of jealousy to me possessed for so long ... Sometimes I wonder - what if I had not made that initial mistake, thinking it was the scar on his left cheek when in fact it was on the right, reversed by the mirror? would been so sure that the man was Charles Crawley? would warned Sylvia? She would have married me ... or him? Constitute the past and the future one thing? I am a simple man, and I intend not understand these things. But I saw what I saw ... and because of what I saw and Sylvia 'll be together - to employ the antiquated words - until death do us part. And perhaps even beyond ...

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Expediente da Revista

Biografia do autor, Principais obras e Personagens: Eduarda Arruda de Amorim.Ilustrações com as devidas legendas: Thiffany Lima Ratk.Reconstrução de uma fotografia, gravura ou cena: Mateus Ferrari Evangelista.Conto escolhido: Lorena Gabriel Moura.Layout da revista: Amanda Moro Caetano e Camila Burdim de Lima Faria.

Trabalho realizado pelos alunos da EEEFM Heitor Villa-Lobos (Ariquemes-RO).Professor: Marcos Pereira*Produção sem fins lucrativos.*Objetivo: Divulgação de obras e autores de romance policial / incentivo a leitura.