Agenda janeiro e fevereiro 2018 -...

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Agenda janeiro e fevereiro 2018

Estratégias para o crescimento: Atendimento e vendasRegina Nakayama20 e 21 de Fevereiro19h às 23h• Oatendimentocomofoconasvendas• Oprocessodavendaeopapeldovendedor• Conhecerocenárioedefinirmetasdevendas• PlanodeaçãocomestratégiasinteligentesNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes:R$ 108,00

Como administrar compras e controlar estoquesCharles Vezozzo20, 21 e 22 de Fevereiro19h às 23h• Perfildocomprador• Aspectosgeraisdecompras• Estoquemínimoemáximo• Rotaçãogeraldemercadorias• Custofinanceirodoestoqueparado• ClassificaçãoABC• Fichadecontroleindividualdoproduto• InventáriodeestoquesNãoassociados:R$ 222,00Associadoseestudantes:R$ 130,00

Palestra:Marketing Pessoal e Comportamento OrganizacionalGysele Rogo22 de Fevereiro19h às 21h• MarketingPessoal–Vocêésuamarca!• MarketingPessoaleEmpregabilidade• CriandoumaRedederelacionamento

(Networking)• Comunicaçãoefetiva• RelacionamentoInterpessoal–Gestose

Posturas• ApresentaçãoPessoal:Vocêéseucartãode

visita• ComportamentoSocial• Posturanotrabalho• ÉticaNãoassociados:R$ 95,00Associadoseestudantes:R$ 56,00

Workshop: Organize seu ambiente de trabalho com praticidade e produza maisAndréia Mozzato01 de Fevereiro19h às 23h• Aimportânciadaorganizaçãonoambientede

trabalho• Organizeesejamaisprodutivo• Etapasdaorganização• Organizandoamesadetrabalhoeáreas

comuns• Ferramentaseprodutosorganizadores• Arquivandodocumentosimpressosedigitais• Manutençãodaorganização:Todosdevem

ajudar!Nãoassociados:R$ 118,00Associadoseestudantes:R$ 71,00

Palestra:Potencializando a venda de serviçosRodrigo Martins06 de Fevereiro19h às 21h• Aevoluçãodasvendas• Forçadevendas• Etapasdevendas• Planejamento• CenáriosmercadológicosNãoassociados:R$ 95,00Associadoseestudantes:R$ 56,00

Negociação em cobrança: Cobrar e recuperar valores e clientesSivaldo Dal Ry07 e 08 de Fevereiro19h às 23h• Inadimplênciadeempresaseconsumidores• Regrasbásicasemcobrança• Legislaçãoeprazosdeprescrição• Princípiosdenegociação• Passoapassonoprocessodecobrança• Tiposdeclientesinadimplentesecomo

abordá-losNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes:R$ 108,00

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

Programação Ponto de Atendimento ao Empreendedor – UniFilWorkshop: Planejamento estratégico em 5 passos Regina Nakayama18 de Janeiro19h às 23h• DesvendaroPlanejamentoEstratégico• Definirasdiretrizesdaempresa:

Missão,VisãoeValores• Avaliarocenárioempresarial• Priorizaredescreverosobjetivos

estratégicos• ElaboraroplanodeaçãoNãoassociados:R$ 118,00Associadoseestudantes:R$ 71,00

Comunicação para vendedoresCarmen Benedetti23, 24 e 25 de Janeiro19h às 23h• Apreparaçãodovendedordedentro

parafora• Comunicaçãoverbalenão-verbal• Ocorpofalaeavozconta!• Oqueéprecisoconhecerparaserum

bomvendedor?• Trêsperigosaevitar!Nãoassociados:R$ 222,00Associadoseestudantes:R$ 130,00

Liderança: Desenvolvendo gestores para alcance de resultadosNicéia C. Henrichsen29, 30, 31 de Janeiro e 01 de Fevereiro19h às 23h• Desenvolvendoliderançaassertiva• Feedbackcomoferramentade

desenvolvimentodeequipes• Desafiosecompetências:Perfiltécnico

versusperfilgerencial• Opapeldolídernamotivaçãodaequipe• Mapeandotalentosparaconstrução

deresultados• Delegaçãocomoferramentade

liderança• ProcessodetomadadedecisãoNãoassociados:R$ 248,00Associadoseestudantes:R$ 142,00

Palestra: Motivação e Vendas: Como começar 2018 fazendo a diferença?Murilo Gomes30 de Janeiro19h às 22h• Tendências2018• Principaisdesafioscomerciaisem2018• Motivaçãoeatitudeemvendas–

cases,técnicaseferramentaspráticas• Metodologiadidáticaecriativafocada

noresultadoNãoassociados:R$ 95,00Associadoseestudantes:R$ 56,00

LANÇAMENTO

Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Mariana Reche:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

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Workshop:Otimize a presença de sua empresa nas redes sociaisSheila Dal Ry26 de Fevereiro19h às 23h• Consumoeinfluênciaonline• Redessociaisqueinfluenciam• Otimizaçãodasredes• AnúnciosquevendemNãoassociados:R$ 118,00Associadoseestudantes:R$ 71,00

Habilidades de negociaçãoSilvana Oliveira27 e 28 de Fevereiro19h às 22h30• Etapasdoprocessodenegociação• Acomunicaçãoesuainfluênciananegociação• Relaçãodeparceria• GarantindofuturasnegociaçõesNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes:R$ 108,00

Assistente Fiscal: Formação e atualizaçãoRonaldo Cordeiro28 de Fevereiro e 01 de Março19h às 23h

Introdução a aspectos tributários• Impostosemnotasfiscais:ICMSeISSQN• Regimesdetributação

Procedimentos Fiscais e Documentos• ConhecimentosobreNF-e• Modelosdedocumentosfiscais• CamposdaNF-e

• CódigodaNF-e:CFOP,CST,CSOSN,NCMBenefíciosFiscais:Isenção,reduçãodabasedecálculo,diferimento,suspensão,imunidade,diferencialdeAlíquotaCréditosdeICMS

• PrincipaisoperaçõescomNotaFiscal:Vendas,devoluçãodemercadoria,bonificação,remessaparaconserto,amostragrátis

• Conhecimentodetransporte,Notafiscaldeserviço

• Retençõestributárias:PIS/COFINS/CSLL/IReISS

• ProcedimentosdeapoioàContabilidadeTerceirizada

Obrigações Assessórias da Escrita Fiscal• SPEDFiscal• LivrodeRegistrodeEntradas,Saídas,Registro

dePrestaçãodeServiçosouDeclaraçãoMensal,RegistrodeApuraçãodoICMS

Nãoassociados:R$ 295,00Associadoseestudantes:R$ 230,00

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Claudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda de Santa Celso Felizardo Fernanda Bressan Francismar Lemes

Marco FeltrinMicaela Orikasa Michelle Aligleri Ranulfo Pedreiro

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

A VOLTA DO AZUL NOS INDICADORESÉ muito provável que 2017 tenha sido

um ano que marca o estancamento de uma recessão terrível no biênio 2015/16, na qual o varejo ampliado do Brasil sofreu duas retrações consecutivas da ordem de 8%.

A estimativa é que tenhamos crescido em 2017 algo em torno de 3%, um índice que não chega a empolgar, mas, sem dúvida, é um motivo de alívio e de otimismo para 2018.

O sentimento que predomina no comércio e na indústria (a previsão é de crescimento de 2,1% e 3,5%,respectivamente, para o biênio iniciado no ano passado) é de recuperar o tempo perdido, com mais maturidade para encarar um mercado que vai readquirindo confiança e que começa a fazer planos.

O empresariado brasileiro é dinâmico e hábil, preparado para percorrer este circuito de traçado sinuoso que nos

acostumamos a enfrentar. Quem soube frear e diminuir o ritmo para permanecer vivo na corrida, certamente irá se sentir à vontade para acelerar em 2018 e recuperar o tempo perdido.

Reportagem desta edição descreve como algumas empresas se adequaram e se esforçaram para entender o mercado em transformação. Por certo, quem aproveitou a maré baixa para repensar processos e práticas, sai na frente na retomada.

O leitor também poderá conferir outras reportagens pertinentes: as técnicas de precificação, aprender noções sobre o que é realmente inovar, o polo odontológico que está prosperando na cidade e outros assuntos muito interessantes.

Com otimismo, adentramos 2018! Tenhamos fé e energia para trabalhar!

Boa leitura! Excelente ano!

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

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ENTREVISTAEntre o otimismo moderado e pitadas de preocupação ................................................... 10

PAÍS EM REFORMAQuem pode me representar? ................................................ 12

MERCADO IMOBILIÁRIOImóvel: encontre o seu número .......................................... 16

ARTIGOO poder da empatia no ambiente de trabalho ..................... 19

LITÍGIOS COMERCIAISFormas alternativas de resoluçãode conflito seduzem empresariado .................................... 28

PERFILSorrisos de plantão ............................................................. 34

BEM-ESTARHora da faxina ...................................................................... 36

COLUNA ACILLondrinatal agita a vida cultural da cidade ......................... 38

ÍNDICE

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GESTÃO FINANCEIRAQuanto vale o meu produto?

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COMPORTAMENTOInovação ao alcance de todos

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INOVAÇÃOOdontologia, uma fronteira de bons negócios

RETOMADAAprendizado, o lado positivo de toda recessão

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RETOMADA

Por Francismar Lemes

A economia brasileira, pós-maior recessão da história, pede novas leituras do mercado. Consumidores escaldados, investidores internacionais com olhar de desconfiança para o País e, o vigente propulsor econômico, a tecnologia, exigem modelos de negócios mais criativos.

Uma inflexão sobre o que virá começa com o que os empresários fizeram para manter as paredes em pé, enquanto o pior do tornado passava. Também por pensar o futuro, um espaço ainda inexplorado, mas que todos esperam ser de menos incertezas.

As novas leituras considerarão, entre outros fatores, que o país já enfrentou nove recessões, desde os anos de 1980, e que chegou até aqui com uma economia predominantemente de prestação de serviços.

O setor, que corresponde a quase 65% do Produto Interno Bruto (PIB), é o último a sentir os efeitos negativos da economia e será o último a experimentar a recuperação.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) apontam que o volume de serviços prestados em setembro passado caiu 0,3%, na comparação com agosto, registrando segundo mês consecutivo de queda. Conjuntura que derrubou concorrentes da gerente expert em intercâmbio da unidade londrinense da Experimento Intercâmbio Cultural, Carolina Catarin. A empresária comemora um crescimento de 50% em 2017 em relação a 2016.

O que Carolina fez? “A gente teve um 2015 difícil. Não tem

como analisar o momento sem levar em consideração o desgaste político. As pessoas estavam com medo. Até quem planejava fazer intercâmbio, desistiu. Identificamos que, apesar do temor, precisavam buscar aperfeiçoamento. O medo não ia livrá-las de perder o emprego. Focamos em intercâmbios de progressão de carreira e não só nos cursos de idiomas. Percebemos um nicho, que podia ser explorado”, conta a empresária.

Amy Webb, fundadora e CEO da Webbmedia Group faz um

Carolina Catarin, da Experimento Intercâmbio Cultural: empresa aproveitou a queda da concorrência, investiu em conhecimento e se

aproximou do público-alvo

APRENDIZADO, O LADO POSITIVO DE TODA RECESSÃOIndependente do ‘mau tempo’ político que insiste em se prolongar, setor produtivo já sente a chegada de novos ares na economia e começam a compreender como a crise os ajudará no futuro

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REVISTA MERCADO EM FOCO | JANEIRO E FEVEREIRO DE 2018 WWW.ACIL.COM.BR

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questionamento revelador na revista Harvard Business Review, que coincide com a visão de Carolina.

No artigo, Webb pergunta se as empresas estão preparadas para criar o próximo Uber.

Mais do que um exercício de imaginação, propõe apostas em tendências, que Carolina identificou no mercado londrinense.

“Fizemos um movimento contrário ao da crise, em 2015. Investimos em novas instalações em um prédio mais moderno, que condiz com o produto que oferecemos. Percebemos que, parte da clientela, migrou para a Gleba Palhano. Buscamos uma nova instalação na região, que pudesse oferecer espaços compartilhados, como área gourmet, salas de reuniões, entre outros”, conta.

A unidade londrinense da operadora pioneira em viagens de intercâmbio já tinha mais de 10 anos em Londrina quando a empresária assumiu a gestão do negócio, em 2013.

Ao aproveitar a fragilidade da concorrência para crescer, Carolina contou ainda com um reposicionamento da Experimento no mercado, em 2016, comprada pela maior operadora de turismo da América Latina, a CVC.

“Em 2016, consegui manter o crescimento. Em 2017, crescemos muito, algo em torno de 50% com aumento das vendas e procura por pacotes. Acredito que o setor de serviços, na área de turismo, está começando a melhorar”, afirma.

Atestar que a crise chegou ao fim ainda é temeroso. Porém, para quem sobreviveu e conseguiu crescer nos piores dias, a exemplo

da empresária londrinense, novos números com a reação de atividades, como o turismo, animam o empresariado.

A atividade apresentou crescimento de 2,0% em setembro, comparado com agosto, interrompendo uma série de cinco meses de resultados negativos.

Carolina não tem dúvida de que manter a criatividade e investir, na hora certa, são aprendizados da crise.

Ganhará mais quem tem poder de argumentação

A indústria no Brasil, assim como outros setores da economia, abriu uma caixa de Pandora, desde que a crise se agravou em 2015. Há cada dia, um susto. Porém, o setor fabril aprendeu muito. Um aprendizado, a partir da adoção de práticas ousadas, que, no pós-crise, se transformam em estratégias para ganhar mercados. Um desses expedientes é ter poder de argumentação para atrair investidores.

O diretor de marketing da Adama, Romeu Stanguerlin, destaca que, na crise, a empresa não parou de investir, buscou aumento de produtividade e inovação. “Depois de uma retração econômica, como a que vivemos no Brasil, o momento é de ter argumentos convincentes para defender e conseguir buscar investimentos internacionais”, afirma.

A companhia faz parte do grupo Adama Agricultural Solutions Ltd, fundada em 1945, com sede em Tel-Aviv.

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Desde 2011, a ChemChina, maior empresa química da China e uma das 500 maiores do mundo, passou a ter o controle acionário do grupo. No Brasil, representa 15% dos negócios do grupo, sendo a maior unidade industrial fora de Israel. São duas fábricas, uma em Londrina, onde está a sede da companhia, e outra em Taquari (RS).

Stanguerlin ressalta que a companhia não parou de investir no Brasil. Em cinco anos produzirá insumos para defensivos que, hoje, são importados da China. O investimento será de US$ 30 a US$ 50 milhões. Até 2019, a unidade de Londrina ganhará duas fábricas, além das três existentes.

A planta de Taquari já abriga quatro fábricas e contará com uma nova em 2018 e outras duas em 2021. A empresa dobrará o número de princípios ativos produzidos no país para 15, e elevará a produção para cerca de 90 milhões de litros em cinco anos, contra 39 milhões em 2016.

Também ganhará fôlego para brigar pelos mercados de soja, milho, cana-de-açúcar, trigo, algodão e café, e chegar à meta de 7% de fatia no mercado. Hoje, são 4,9%.

Os números positivos são os melhores argumentos para mostrar que vale a pena investir no Brasil.

Uma ideia nova a cada dia

A nova era de negócios, no pós-crise, exigirá inovação de ideias. O preceito entrou para a agenda dos empresários que superaram os efeitos da recessão.

O empresário do setor de varejo, Adriano Shoiti Okuno, proprietário da loja de sapatos femininos Queen Shoes, inovou

no cardápio de capacitação dos funcionários. Ele investiu na pessoa do colaborador, com iniciativas simples, como palestras de finanças domésticas.

“A maioria das pessoas, quando recebe o salário, gasta sem planejamento. A orientação ajudou os colaboradores a terem um propósito para o dinheiro. Serão consumidores conscientes, evitando endividamentos”, explica Okuno.

Trabalhadores com menos problemas, faltam e adoecem pouco, o que contribui para a saúde da empresa. “Vivemos uma nova era. Todos os setores terão que se adaptar às mudanças, tanto propostas pelo governo, como pelas tecnologias que estão surgindo. Temos que nos adaptar a uma concorrência que não tínhamos, quando começamos, em 1996”, afirma o empresário.

Okuno diz que as empresas não podem esquecer o que aprenderam na crise. “Não tem como fazer uma ruptura de tudo. Pode ser que a gente tenha que se renovar de novo”, avalia.

Lições para dias melhores

A crise pode agregar valor às empresas, a exemplos dos cases de sucesso londrinense, ou desmoroná-las. Passado o maior susto do mercado até aqui, é hora de aprender com a histórica recente, enfatiza o consultor financeiro Alexandre Shimada.

“O tempo da economia é diferente. Alguns setores, como o de serviços demoram mais para sentir e ainda é possível se prepararem e se organizarem para atravessar o período. Mas, de modo geral, acredito que podemos tirar lições importantes para o futuro”, avalia o consultor.

Shimada ressalta que, as empresas que conseguiram superar os abalos da crise, se preocuparam com controle de custos, entrega dos produtos ou de serviços e se mantiveram perto dos clientes.

“Quem fez isso, conseguiu sobreviver. Empresários podem até ter que demitir funcionários, mas se conhecem os processos que esses colaboradores desenvolviam, não perdem qualidade”, exemplifica.

Shimada finaliza ao destacar que, o novo contexto de negócios de hoje e no futuro impõe saber jogar as regras.

“Ou o empresário aprende a jogar ou sai do jogo. Se nesse novo contexto, que muitos aprenderam com a crise, não conseguir baixar custos, melhorar a produtividade, por exemplo, não conseguirá conquistar consumidores mais inteligentes e concorrência acirrada”, conclui Shimada.

Para o consultor Alexandre Shimada, a crise pode agregar valor à empresa ou desmoroná-la. Então, passado o maior susto do

mercado, é hora de aprender com a história recente

Romeu Stanguerlin, da Adama: estratégias para atrair investidores, aumento de produtividade e inovação foram fatores essenciais para

ultrapassar cenário de recessão

A maioria das pessoas, quando recebe o salário, gasta sem planejamento. A orientação ajudou os colaboradores a terem um propósito para o dinheiro. Serão consumidores conscientes, evitando endividamentos

Adriano Shoiti Okuno

“ “

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ENTREVISTA

Por Lúcio Flávio Moura

Em países como o Brasil, os economistas lidam com tanta instabilidade que qualquer prognóstico, ainda que fundamentado na mais certeira das teorias, é um enorme risco. Na verdade, no mundo todo, as anedotas ácidas sobre a “bola de cristal” montada por estes analistas mostram o quanto pode ser desconfortável ter que desenhar o futuro para o mercado. A célebre frase do ex-presidente francês George Pompidou confirma como um estudioso das ciências econômicas se expõe ao julgamento público. “Há três maneiras de se chegar ao desastre: a mais rápida é pelo jogo, a mais agradável é com as mulheres; e a mais segura é consultar um economista”.

Sem medo de se expor ao erro futuro, o professor-chefe do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aceitou o desafio proposto pela reportagem da Mercado em Foco. Afinal, aonde a economia está indo? A retomada é para valer?

O curitibano Renato Pianowski de Moraes, 64 anos, 40 de Londrina, 22 de UEL, é cauteloso nos comentários, fazendo valer sua experiência profissional que começou em uma empreiteira especializada em habitação popular e saneamento básico, passou pelo empreendedorismo até chegar ao magistério. Pianowski, entretanto, se posiciona claramente quando acha necessário. Classifica de “tolice” o discurso dos otimistas de plantão e lembra que um único fato na aldeia global pode significar a ruína de qualquer planejamento macroeconômico.

Veja os principais trechos do depoimento, dado numa tarde quente de dezembro no seu apartamento na Gleba Palhano.

Juros baixos e estabilidade

“A taxa ideal é de um ou dois pontos acima da inflação. E tudo leva a crer que poderemos chegar a este patamar em pouco tempo. No entanto, nós vivemos num mundo de tensões que podem resultar crises gravíssimas, eu citaria apenas uma como exemplo: um conflito armado na Coreia. Isso muda todo o panorama, a

Renato Pianowiski: “A paisagem urbana de Londrina continua mudando, se encorpando e impressionando a gente e mais ainda

quem vem de fora. E temos uma sociedade civil organizada muito ativa, atuante. Se o poder público não atrapalhar, estamos fadados

ao desenvolvimento”

ENTRE O OTIMISMO MODERADO E AS PITADAS DE PREOCUPAÇÃO

O economista Renato Pianowiski de Moraes avalia o atual momento da economia e lembra do perigo do endividamento e a importância

da eleição para melhorar os horizontes a médio prazo

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começar pelo comércio exterior, balança de pagamentos. Não custa lembrar o quanto sofremos com a crise de 2008”.

O risco Lula

“Temos um favorito claro na corrida presidencial que tem um futuro incerto. Em alguns meses, o Lula pode estar preso ou o processo pode se arrastar e permitir que ele se candidate e até vença. Isso ocorrendo, o panorama também pode se degradar, não apenas pela vitória de um candidato impopular no setor produtivo, mas pela insegurança institucional que um novo governo petista pode gerar. Por outro lado, se os agentes econômicos acreditarem que quem está na frente na corrida presidencial é um líder sério, vamos terminar 2018 muito bem”.

Dívida pública põe em risco as reservas

“Nosso déficit é calamitoso, mesmo com a baixa na Selic, a dívida se apreciará em torno de R$ 273 bilhões de juros em um intervalo de 12 meses. Não temos superávit para cobrir este rombo. Então, só resta rolar esta dívida. É uma dívida grega, impagável. Não há nenhuma chance de investimentos sólidos em infraestrutura e em políticas sociais num prazo curto de tempo. É tão ruim a situação que há um temor de alguma medida heterodoxa, como, por exemplo, sangrar as reservas para administrar este passivo”.

A dependência da austeridade

“Se gastarmos menos do que arrecadarmos e mantivermos as taxas de juros semelhantes aos níveis atuais, poderemos recuperar as finanças em quatro ou cinco anos. Se isso não acontecer, a volta da inflação alta será inevitável”.

O fantasma do desemprego

“O desemprego é uma questão preocupante para os próximos anos. Basta você visitar qualquer loja ou qualquer

supermercado para entender como a indústria brasileira está se enfraquecendo. Praticamente todos os bens de consumo são importados. Sem contar o esforço por inovação e tecnologia no agronegócio e nos serviços, que também contribuem para a redução do número de postos de trabalho. Outro agravante é que esta ligeira retomada na economia pode fazer muita gente que havia desistido de procurar uma colocação, mude de ideia, o que vai impactar diretamente no número total de desempregados”.

Avanço político contra os ‘voos de galinha’ na economia

“O desenvolvimento consistente só virá com pensamento a longo prazo. Investimento contínuo para o crescimento das micro e pequenas empresas, investimento contínuo em infraestrutura e incentivo a construção civil. Acrescentaria ainda um aprimoramento na legislação e nos processos para consolidar nosso modelo de parcerias público-privadas, uma forma de atrairmos capital estrangeiro para nossa economia. E também diria que o governo tem um corpo técnico capacitado, mas isso não vai fazer diferença até que uma geração de políticos sérios e compromissados com o País não ocupem cargos importantes. A receita para o sucesso econômico não vai sair do papel sem governantes minimamente respeitados”.

Ceticismo com o impacto das reformas

“A nova legislação trabalhista não é diferente de nada que existe pelo mundo afora, inclusive em países que disputam mercado com o Brasil. Evidentemente que a reforma era muito necessária. Quanto ao novo texto da legislação tributária, que está sendo discutido no Congresso, não vejo como um avanço. Não vai haver redução da carga de impostos. E este é o grande problema. Acredito que o Estado ficará menos inchado e que os privilégios serão combatidos a partir de uma tributação menor. Com menos arrecadação, o governo será obrigado a racionalizar seus gastos, a

mudar sua cultura, esquecer a ideia de que deve ser um provedor de todos. A reforma da Previdência deve passar com texto mais suave nos próximos meses. Acho que foi positivo este debate sobre a Previdência. Acho que o impacto pode incluir o nível de consumo da classe média, por exemplo. Muita gente vai começar a se preocupar em contribuir e poupar. Vai se alastrar a ideia de que é preciso trabalhar mais tempo e de que a aposentadoria será algo mais difícil. Na minha opinião, todo o funcionalismo levou a culpa pelo rombo, mas não é bem assim. No meu entender, o problema está no modelo repartitivo e na má gestão. Sempre desviaram muito recurso arrecadado para outras finalidades. E diria que continuarão. Se estas duas coisas não mudarem, vamos ver muitas reformas acontecendo na próxima década”.

O futuro da economia regional

“Nosso povo é empreendedor, é trabalhador, isso deve sempre ser ressaltado mesmo em tempos menos otimistas. Londrina tem ativos extraordinários. Não dá para esquecer que temos um enorme contingente de universitários que, aliás, continua aumentando, inclusive com o funcionamento de mais uma grande universidade a partir de 2018. Esta massa de jovens faz a economia de Londrina girar, com o surgimento de novas oportunidades de negócio para atender esta demanda toda. Estes estudantes trazem novas ideias para a cidade e impactam muitos segmentos. Quando se formam acabam investindo aqui e qualificando nosso ambiente de negócios. Temos grandes perspectivas em Tecnologia da Informação e em segmentos que orbitam o agronegócio. A nossa construção civil é fantástica, com atuação até em outros países. Para concordar comigo basta observar um bairro como a Gleba Palhano, erguido sem ajuda do governo, por esforço e capacidade das construtoras daqui. A paisagem urbana de Londrina continua mudando, se encorpando e impressionando a gente e mais ainda quem vem de fora. E temos uma sociedade civil organizada muito ativa, atuante. Se o poder público não atrapalhar, estamos fadados ao desenvolvimento”.

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PAÍS EM REFORMA

QUEM PODE ME REPRESENTAR?Descrédito com a classe política aumenta clamor pelo surgimento de novas lideranças

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Por Marco Feltrin

O ano de 2018 começa com uma enorme interrogação no País. A quem poderemos entregar o Brasil nas eleições de outubro? Quais lideranças colocarão o nome à prova nas urnas, diante de tanta repulsa do brasileiro à classe política? O cenário demonstrado até o momento reforça a dificuldade no surgimento de novos nomes, com ideias que representem os anseios da população, bem distantes dos tradicionais caciques que compõem o poder.

Enquanto o Congresso não corta na própria carne e aprova uma reforma política que altere para valer as regras eleitorais, diminuindo a influência do poder econômico e a dependência dos partidos, a escolha do cidadão por seu representante se torna cada vez mais difícil.

Para o cientista político Mário Sergio Lepri, o quadro partidário atual não oferece alternativas de renovação, apesar dos modelos atuais serem questionados. “Os políticos não conseguem mais dar as repostas que a sociedade precisa. Ela já entendeu que, neste momento, é melhor que o estado não atrapalhe. Existe uma mudança de comportamento exigindo que a política se transforme. Mas o grande questionamento é em relação aos nomes que vão preencher essa lacuna”, analisa.

Quem me representa?

Além de novas ideias, a sociedade brasileira precisa resolver também questões de representatividade racial e de gênero.

Ao analisar o perfil dos 513 deputados que compõem o Congresso Nacional, fica fácil entender por que a população brasileira está longe de ser representada na política. A maioria dos parlamentares é de homens, brancos, na faixa dos 50 anos, com formação superior e dono de patrimônio superior a R$ 1 milhão.

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os

negros (pretos e pardos) representam a maioria da população brasileira, com 53,6% do total. Na Câmara, a proporção chega a 20,1%.

O mesmo se aplica às mulheres, 51,6% da população, mas que se tornam minoria absoluta na política. Na Câmara de Vereadores de Londrina, há apenas uma mulher entre os 19 vereadores. Na Assembleia Legislativa do Paraná, são quatro entre os 54 deputados estaduais. Já na Câmara dos Deputados, o índice sobe para 10% com 51 mulheres entre as 513 cadeiras.

Isto porque uma lei em vigor desde 2009 obriga os partidos políticos a terem, no mínimo, 30% de mulheres candidatas. Como muitas das leis brasileiras, esta também tem o seu “jeitinho”. Basta ver no resultado das eleições o alto número de candidatas que aparecem com zero votos. Ou seja, colocam o nome à disposição do partido mas não participam do processo eleitoral.

Para a ex-deputada estadual e vereadora por três mandatos, Elza Correia, a ideia da lei ainda esbarra em conceitos históricos que travam a participação da mulher na política. “Essa sociedade foi construída sob a égide do machismo. O homem sempre ocupou o espaço público enquanto a mulher cuidava do privado. Sou favorável a este sistema de cotas para mulheres. O problema é que os partidos colocam os nomes sem nenhum apoio político ou financeiro”, aponta. “É importante que as mulheres entendam que conseguimos, a duras penas, votar e sermos votadas. Mas a caminhada é longa para não perder o que foi conquistado e avançar nos direitos de cidadã. Não queremos continuar sendo espectadoras, coadjuvantes. Precisamos figurar na política para trabalhar por uma sociedade mais generosa e igualitária”.

Política é coisa de criança

A esperança de um país melhor, com representes mais qualificados, passa obrigatoriamente pela educação. Mais

Mário Sergio Lepri, cientista político: “Existe uma mudança de comportamento exigindo que a política se transforme. Mas o grande

questionamento é em relação aos nomes que vão preencher essa lacuna”

Elza Correia: “Precisamos figurar na política para

trabalhar por uma sociedade mais generosa e igualitária”

do que isso: uma mudança cultural de costumes e valores para que as crianças de hoje se interessem pela política e enxerguem a oportunidade de serem protagonistas no futuro.

Uma experiência do Colégio Educativa, em Londrina, leva o universo da política para dentro do ambiente escolar em uma iniciativa inédita no Paraná. Desde 2014, a unidade conta com uma minicidade, com direito a prefeitura e câmara de vereadores com sessões lavradas em ata, discussão de projetos e até cobrança de impostos.

“O projeto é baseado nos sete princípios do cooperativismo e trabalha muito a questão da transparência. A escola não injeta um real. Os alunos sustentam a cidade com o dinheiro dos impostos, do comércio, onde já é trabalhada também a educação financeira. O cidadão precisa entender que ele paga seus impostos e quer saber de que forma isso vai voltar para ele”, comenta a pedagoga Edilene Kurten, uma das coordenadoras do projeto.

Além das melhorias dentro do ambiente escolar, os políticos mirins também trabalham em favor da comunidade externa, com arrecadação de donativos para entidades de Londrina. “A ideia é fazer com que eles façam a diferença também lá fora, mudando não só a realidade deles, mas de outras pessoas”, aponta a pedagoga, reforçando a nítida evolução em quem participa do projeto.

Julianna Tomitan, de 12 anos, é a atual prefeita da minicidade. A ideia de fazer parte do processo eleitoral veio do desafio de passar por cima da timidez para falar em público. “Isso me ajudou muito na hora de apresentar os trabalhos em sala de aula e no relacionamento com os colegas. Sou cobrada e aqui tudo precisa ser muito bem conversado para ser aprovado com os vereadores. Aprendi muito sobre política, principalmente sobre a necessidade de ser transparente. A gente coloca tudo no mural para saber para onde o dinheiro dos impostos está indo. Na cidade, não é possível ver isso

de forma tão clara”, critica a estudante, que fica no cargo até março deste ano.

A transmissão para a sucessora será feita em cerimônia na Câmara de Vereadores, a de verdade, no Centro Cívico. Quem assume a responsabilidade é Mariana Amaro Zangirolani, de 13 anos. “Na campanha, conversei bastante com os alunos, passei minhas propostas. Quero realizar todas, principalmente incentivar a leitura e a arte dentro da escola. Mas ainda tem muito a fazer que não está escrito no papel”, projeta.

Isadora Vizetti Quinetoni, de 12 anos, disputou a eleição para prefeita e ficou em segundo lugar. Por isso, vai ser a vice-prefeita da minicidade, depois de dois mandatos como vereadora. “Depois deste processo, você aprende a ouvir mais, ser mais aberta a outras opiniões”, aponta. Com a experiência dentro da escola, Isadora acredita ser possível mudar a imagem atual de que todo político é ruim. “É só mostrar o que faz, ter contato com a população fora da época de campanha. A visão já ia mudar. Os eleitores também precisam acabar com essa coisa de votar em um candidato por falta de escolha, mas sim porque vai ter boas ideias e fazer com que os cidadãos saibam o que está acontecendo. É só ouvir mais o povo”.

Já a futura vereadora Lavinia Gambarini Pardal, de apenas 10 anos, vai além e cobra que os cidadãos dividam responsabilidades. “É preciso se preocupar com problemas da cidade que estão mais próximos de nós. As pessoas acabam ficando alheias a estes problemas, e ninguém aponta uma solução”. Discursos de quem começa a aprender o que é política, mas ao mesmo tempo tem muito a ensinar às velhas raposas que continuam adotando maus hábitos na condução do país.

Interesses Coletivos

Independente de candidatos ou siglas, passa pela própria sociedade entender o papel dos governantes no

Mariana Amaro Zangirolani, de 13 anos: Conversa franca

e próxima com “eleitores” durante a campanha levaram

a adolescente ao cargo de prefeita da minicidade

Julianna Tomitan, de 12 anos: “Aprendi muito sobre

política, principalmente sobre a necessidade de ser

transparente”

14 janeiro e fevereiro de 2018 | www.acil.com.br

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processo político. Antes de exigir algo do estado, é preciso pensar primeiro nos interesses coletivos. “Caiu a ficha de que não é melhor para ninguém ter vantagens individuais sobre aquilo que é público. Política é para o todo, então às vezes é preciso saber perder algo. Olha a reforma da previdência: por que eu não posso deixar de levar uma vantagem se a reforma for para um bem maior, como o equilíbrio fiscal do estado?”, questiona o cientista político Mário Sérgio Lepri.

Para ele, a maré de escândalos de corrupção que antecede as eleições deste ano também é uma boa oportunidade para o brasileiro repensar sua forma de fazer política. Tal ato não deve se restringir à escolha de um candidato ao ouvir promessas no horário eleitoral, mas sim participar ativamente do processo, desde as iniciativas mais simples. “Se você tem

um vizinho que está jogando o lixo de qualquer jeito na rua, pode ir até lá e convencê-lo a fazer do jeito certo. Isso também é política. Essa atitude cria uma corrente de valores, forma grupos com interesses em comum sem depender de órgãos públicos. E destes grupos podem sair novas lideranças capazes de influenciar pessoas e participar do processo eleitoral”.

O cientista político ainda faz um paralelo com a corrupção, mostrando que a imoralidade presente e tão criticada no alto escalão também está em atitudes que fazem parte do cotidiano do brasileiro. “Se o deputado ou ministro é corrupto ao negociar propina para aprovar um projeto ou liberar uma obra, o cidadão também é ao furar uma fila, infringir as leis de trânsito. A política é reflexo do que a gente faz”.

Lavinia Gambarini Pardal, 10 anos: “É preciso se preocupar com problemas da cidade que

estão mais próximos de nós. As pessoas acabam ficando alheias a estes problemas, e

ninguém aponta uma solução”

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MERCADO IMOBILIÁRIO

Por Michelle Aligleri

Empreender exige ousadia, conhecimento e, muitas vezes, um bom ponto comercial. Encontrar o imóvel certo para receber o seu negócio nem sempre é uma tarefa fácil. Muitos detalhes são importantes na hora de escolher o espaço. Optar pelo aluguel, na maior parte das vezes, é a decisão mais acertada. Mas, diante das inúmeras opções de locais disponíveis, é quase impossível não ficar em dúvida.

De acordo com Rejane Meranca, da Imobiliária Senador, dois pontos que devem ser levados em conta nesta questão são: a área de atuação e o público-alvo do negócio. “O imóvel precisa atender o cliente da empresa que será instalada, por isso é importante pensar nas vias de acesso, avaliar se há pontos de ônibus perto e se isso é importante para o empreendimento”, explica.

Ela acrescenta que a área útil do local, o preço e as condições físicas do espaço também são fatores essenciais, porque o imóvel considerado perfeito pode se tornar inadequado se forem necessárias muitas reformas para que ele receba o negócio. “É preciso avaliar se o investimento estrutural a ser feito no imóvel vale a pena. A infraestrutura, localização e as condições gerais do local

Rejane Meranca, da Imobiliária Senador: “A infraestrutura, localização e as condições gerais do local devem atender as necessidades da empresa”

IMÓVEL: ENCONTRE SEU NÚMEROAquele momento de escolher um novo endereço para sua empresa exige cautela e conhecimento do mercado. Entenda como fazer a melhor escolha

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 17

Clayton Rodrigues, advogado: antes de iniciar o negócio, o interessado deve investigar

junto aos órgãos públicos se é possível exercer a atividade que

ele deseja naquele local

devem atender as necessidades da empresa”, orienta Rejane. Em tempos de muitos carros nas ruas e falta de vagas nas vias,

ela explica que a área para estacionamento faz diferença para as empresas e se torna fundamental para alguns tipos de negócios, bem como a acessibilidade do prédio. Rejane complementa que um dos erros mais comuns cometidos por empresários é optar por um imóvel sem levar em conta as reais necessidades da empresa. “Pontos como segurança e vizinhança também devem ser colocados na lista de prioridades a serem analisadas, além disso, é preciso fazer uma estimativa do crescimento da empresa para que o espaço comporte o negócio durante um bom tempo”, complementa.

Apesar do aluguel de imóveis comerciais ser muito comum, há mitos em torno do tema. O reajuste do aluguel, por exemplo, pode ser feito conforme índice pactuado entre as partes e a mesma regra vale para o prazo de locação. Rejane explica que a fiança pode ser prestada através de um fiador, título de capitalização, seguro fiança ou caução. “Se for necessário fazer alguma adequação para preparar o imóvel para receber o empreendimento, o ressarcimento pelas benfeitorias realizadas pode ser previsto em contrato”. Ela destaca, no entanto, que o locador não precisa indenizar todas as benfeitorias e este assunto deve ser conversado no momento de fazer o contrato.

Encontrar uma imobiliária de confiança para intermediar a negociação é uma forma de concretizar uma locação segura. Rejane acrescenta que um contrato bem elaborado faz muita diferença e que a consulta a um advogado da área também traz segurança à negociação. Alguns detalhes são importantes e devem ser observados, como por exemplo, o prazo de validade do contrato. “Um acordo inferior a cinco anos, se não for renovado por escrito, passará a vigorar por prazo indeterminado, dando ao locador o direito de retomar o imóvel sem justificativas, neste caso, o locatário pode perder o investimento efetuado no local e na divulgação do negócio”, orienta. Conforme ela, se o prazo de validade do contrato for maior do que cinco anos, o locatário tem o direito de renová-lo, desde que atenda a lei de locação.

Aos proprietários de imóveis comerciais, Rejane também dá algumas dicas. “É importante manter o espaço em boas condições. Revisões elétricas e hidráulicas devem ser realizadas periodicamente e uma boa pintura é importante para atrair os possíveis locatários”, comenta. Ela acrescenta que atualmente os valores de locação de imóveis estão atrativos por que o mercado possui uma grande oferta e que, de modo geral, os proprietários estão abertos às negociações. “O Brasil é um país onde a maioria das pessoas é esforçada, dedicada ao trabalho e ao empreendedorismo. Em 2018 teremos um ano de muito esforço, mas com a certeza de grandes negócios e realizações”, complementa.

Atenção para o zoneamento

O advogado e sócio da Rodrigues e Pinho Imóveis, Clayton Rodrigues, explica que, uma vez gostando do espaço, a pessoa

interessada deve verificar junto aos órgãos públicos se é possível exercer a atividade que ele deseja naquele local. “Esta questão depende do zoneamento da cidade, algumas ruas possuem mais de um tipo de zoneamento e isso precisa ser esclarecido antes de firmar o contrato”, aponta. Segundo ele, esta questão já foi causadora de atritos em situações em que o contrato foi fechado, mas o zoneamento não permitiu que a atividade da empresa fosse executada no local.

Outra orientação de Rodrigues é a respeito das características do contrato que, segundo ele, deve ser feito por escrito, com regras claras para que cada parte saiba seus deveres e direitos. “O documento deve conter valor do aluguel e outras obrigações como pagamento de seguros, IPTU e outras informações. Estas questões são fundamentais para o próprio locatário”, salienta. Ele acrescenta que é muito importante que o documento tenha data de início e encerramento. “Se o contrato é verbal ou se o prazo está vencido o proprietário pode requerer o imóvel a qualquer momento, o prazo de encerramento nos possibilita fazer contato para renovação antes do término”, ressalta.

O advogado lembrou que é recomendável a realização de uma vistoria documentada do imóvel antes da locação. “Na desocupação, o locatário pode achar que está devolvendo o imóvel melhor do que estava na época da assinatura do contrato e o locador pode contestar e considerar que as condições estão piores. A melhor maneira de diminuir este tipo de situação é fazendo uma vistoria antes da ocupação”, orienta. Ele explica que a vistoria gera um documento com fotos que retratam a condição de conservação do imóvel. Vale lembrar que após a assinatura do contrato, a lei determina que o locatário cuide do local como se fosse dele, mantendo limpo e em boas condições.

Segurança

Encontrar o imóvel perfeito, com as características ideais e dentro do zoneamento adequado pode não ser suficiente para fazer a locação. É preciso que a documentação do interessado esteja em dia. A análise de crédito faz parte do processo de alugar um imóvel e a apresentação de um documento comprovando que não há restrição no nome do locatário e do fiador acelera muito este processo.

Para facilitar a vida das pessoas interessadas em alugar imóveis e das imobiliárias que querem agilidade na hora de fechar o negócio, a ACIL disponibiliza o Fácil Imobiliário. Sandro Moda, executivo de Vendas da entidade, explica que trata-se de um único documento que traz informações sobre consultas de SPC, cheques devolvidos em nome da pessoa ou empresa, protestos, ações judiciais, entre outras pendências financeiras. “Este documento pode ser retirado pelo locatário antes mesmo de ir a imobiliária, assim ele já saberá se está apto ou não a

locar o imóvel. Com a comprovação de que ele e o fiador estão com o nome limpo, o candidato a locatário fica mais tranquilo para buscar o imóvel e evita constrangimento na hora de assinar o contrato”, explica. Conforme ele, este serviço representa economia para a imobiliária e tranquilidade para o locatário.

Para requerer o Fácil Imobiliário basta comparecer na ACIL com documento com foto de todas as pessoas que serão consultadas. “Ele assinará um documento declarando que vai utilizar as informações apenas no processo de locação do imóvel e pode levantar os dados do locatário, fiador e cônjuge”, explica. Conforme Moda, em época de crise, esta é uma ferramenta indispensável que beneficia ambos os lados interessados na locação. “É um documento com a chancela da ACIL. Nós completamos 80 anos, somos uma instituição séria e garantimos a veracidade das informações”, declara.

Sandro Moda, da ACIL: Fácil Imobiliário, oferecido pela ACIL, garante agilidade e conforto para locatários e imobiliárias na hora de fechar o negócio

O Brasil é um país onde a maioria das pessoas é esforçada, dedicada ao trabalho e ao empreendedorismo. Em 2018 teremos um ano de muito esforço, mas com certeza de grandes negócios e realizações

Rejane Meranca,Imobiliária Senador

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ARTIGO

Por Cleide Carrara

A empatia pode interferir nas relações de trabalho, e saber lidar com essa questão é muito importante no ambiente corporativo. Estamos caminhando para um mundo cada vez mais complexo e isso não é novidade para ninguém. Essa complexidade proporcionada pelo aumento da velocidade das mudanças também afeta a forma como interagimos com as pessoas.

“A empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro”. Desenvolver esta capacidade requer atitudes como ouvir na essência, o que exige olhar para a pessoa enquanto ela fala, sem julgar ou dividir sua atenção com atividades paralelas.

O mundo seria mais fácil se nos colocássemos no lugar do outro, não é mesmo? Principalmente no ambiente de trabalho, onde culturas e posições são diversificadas.

As relações dentro de uma empresa não precisam ser baseadas apenas na competitividade. Observo que grande parte dos problemas de relacionamento dentro das empresas deve-se ao fato de cada um defender o próprio ponto de vista, ou acreditar que o outro pensaria ou agiria da mesma maneira que ele diante de uma situação.

Quando há empatia entre os membros de uma equipe, ela pode alcançar metas maiores do que quando é levado em conta apenas o resultado pessoal. A diversidade de opiniões no mundo corporativo é saudável, afinal, quando há mais de um ponto de vista diante de um problema apresentado haverá mais chances de solucioná-lo.

Como alcançar a empatia no ambiente de trabalho?

O primeiro passo para despertar a empatia é procurar compreender o posicionamento do colega de trabalho, entender que cada pessoa tem emoções, sentimentos, pontos de vistas diferentes.

Vale ainda considerar que um dos pontos importantes para estabelecer uma comunicação mais efetiva é a capacidade de tornar-se empático.

Autoconhecimento

A empatia está relacionada ao autoconhecimento. Isso mesmo! Autoconhecimento! Pois, como vamos lidar com o sentimento

alheio quando não conhecemos e não sabemos lidar com os nossos próprios sentimentos? Conheça seus pontos fortes, fracos e emoções.

Mostre interesse ao ouvir

É importante ouvir na essência e observar os diversos perfis das pessoas com as quais trabalhamos, desde as mais tranquilas e alegres, até as mais sérias e tensas. Quando alguém vier “desabafar” com você, demonstre interesse, ouça com atenção e, sempre que possível, procure interagir com o outro.

Mantenha equilíbrio, imagine o que você faria no lugar do outro

Ao se deparar com colegas que apresentam comportamentos agressivos, que tenham pontos de vista e atitudes diferentes das suas, não rotule-os como pessoas erradas ou rivais. Pense como você reagiria no lugar deles e lembre-se que ser diferente não tem nada a ver com caráter.

A empatia não é apenas uma competência profissional desejada, mas uma questão de sobrevivência no ambiente corporativo. É graças a esta habilidade que os colaboradores conseguem se adequar à cultura da empresa e entender suas necessidades.

Além disso, a empatia é responsável por formar laços de confiança e colaboração entre os diversos colaboradores de uma organização.

Agora que você já sabe que o é empatia e o quanto ela é essencial para as relações de trabalho, que tal colocar em prática com seus colegas da empresa?

Cleide Carrara é consultora de Gestão de Pessoas na empresa Cleide Carrara – Consultoria em Talentos Humanos, tem MBA

em Gestão Empresarial pela FGV, Especialização e Gestão de Pessoas pela FAAP/SP, Graduação em Direito pela FMU/SP,

Formação em Análise Comportamental DISC Etalent, Master Coach Executiva e de Negócios e Orientadora de Carreira

O PODER DA EMPATIA NO AMBIENTE DE TRABALHO

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INOVAÇÃO

Por Ranulfo Pedreiro

A quantidade de profissionais e escolas de alto nível, capazes de colocar o Brasil entre as principais odontologias do mundo, contrasta com a porcentagem da população que frequenta espontaneamente os consultórios: apenas 5%.

De olho neste número, obtido após uma série de estudos, um grupo de dentistas radicados em Londrina resolveu ir atrás dos 95% da população que não recebem tratamento, seja por falta de condições ou simplesmente porque se acomodaram, adiando constantemente a visita. A franquia OrthoDontic, especializada em ortodontia, foi além da procura espontânea, criando um modelo de negócio inédito no Brasil. Deu certo.

Outras iniciativas empreendedoras encontraram soluções para as demandas do mercado, tornando a cidade um polo de uma nova forma de

Fernando Massi, da OrthoDontic: “Tivemos que desenvolver tudo, o sistema, a tecnologia de informação, manuais de treinamento de todos

os setores, uma série de coisas”

ODONTOLOGIA, UMA FRONTEIRA DE BONS NEGÓCIOSCidade se torna um importante centro do segmento detectando nichos, explorando novos modelos de negócios e expandido sua atuação para outras regiões do País

enxergar e desenvolver a Odontologia, expandindo seu trabalho para outras regiões do País. Londrina continua exportando tecnologia e cirurgiões dentistas. A diferença é que, agora, a cidade também exporta modelos de negócios e serviços odontológicos.

Pelo menos quatro empresas reforçam Londrina como polo do empreendedorismo odontológico:

OrthoDontic (franquia especializada em atendimentos ortodônticos), Grupo JMK (voltado ao atendimento e ao ensino odontológico), Oralmed (que oferece planos e procedimentos) e a Oral Sin (voltada a implantes dentários). Quatro iniciativas sediadas em Londrina que conquistaram reconhecimento nacional tanto pela excelência de atendimento quanto pelo arrojo empresarial.

Associação Comercial e Industrial de Londrina 21

Após a formatura em 1998 e um curto período trabalhando em consultórios, um grupo de dentistas da mesma turma decidiu que, para continuar na profissão, era preciso inovar. Fernando e Ana Lúcia Massi, Edmilson Pelarigo, Claudia Consalter e Edilson Pelarigo resolveram tratar a Odontologia como um negócio, abrindo uma loja de procedimentos odontológicos em 2001.

“Normalmente, quando você parte para a área da saúde, os professores falam que Odontologia, Medicina e Fisioterapia não são um comércio. Como não, se você tem que vender, você tem que gerir? Você é uma empresa, você precisa gerar dinheiro, pagar pessoas, pagar treinamento”, explica Fernando Massi, da OrthoDontic.

A rede surgiu para prover as lojas com uma estrutura propícia para atrair e atender a grande faixa da população que não frequenta o dentista. “Queríamos uma loja de vendas de procedimentos

e em oito meses conseguiu a adesão de 1.200 clientes. O crescimento foi impressionante. Hoje, a OrthoDontic possui cerca de 200 franqueados em todo o Brasil e contabiliza 4 milhões de atendimentos. 

“Nossas unidades têm modelo padrão, com cinco cadeiras odontológicas e faturamento em torno de R$ 240 mil por unidade, e de R$ 40 a R$ 50 mil líquidos para o franqueado no final do mês”, complementa. Em 2017, a empresa foi escolhida como a melhor franquia brasileira no segmento Saúde e Bem-Estar pela PEGN (Pequenas Empresas, Grandes Negócios).

A força das redes franqueadoras pode ser medida pela estrutura disponível ao franqueado. Normalmente, os consultórios não conseguem desenvolver departamentos de marketing, tecnologia da informação, jurídico ou administrativo. Nas franquias, os custos desses serviços são divididos para viabilizar um suporte único.

Com resultados consistentes, o modelo ainda prevê mais crescimento. A intenção é chegar em 2022 com 500 unidades no Brasil. E então partir para a expansão internacional, incluindo América Latina e Europa.

O principal conselho para quem deseja empreender é simples: “O empreendedorismo é uma coisa natural. A gente nem se considera empreendedor. A gente se considera trabalhador. Na verdade, é trabalho, trabalho e trabalho”, reforça Fernando Massi.

odontológicos, não uma clínica ou um consultório. Queríamos um negócio onde o organograma tivesse setor de vendas, setor administrativo, setor financeiro,  setor de treinamento. Tivemos que desenvolver tudo, o sistema, a tecnologia de informação, manuais de treinamento de todos os setores, uma série de coisas”, ressalta.

A aposta no mercado inativo

Tão importante quanto a criação de um modelo de negócio - que resultou no primeiro franchising odontológico do Brasil - foi entender os sinais do mercado. “Apenas 5% da população procura a Odontologia espontaneamente, 95% precisa procurar,  mas está em casa deixando para amanhã. Quando a gente viu esses números, a gente pensou: ‘Temos que ir em cima dos 95% e não esperar os 5%’”, revela Fernando Massi.

A estratégia funcionou. A primeira loja da OrthoDontic foi aberta em 2001

Tudo depende do que se deseja ou quais são os valores de vida de cada um. Ser dentista, acredito, já é ser empreendedor

Marcos Kuabara,do Grupo JMK

“ “

janeiro e fevereiro de 2018 | www.acil.com.br

É a receita seguida pelo Dr. Marcos Kuabara, cirurgião dentista buco maxilo facial, do Grupo JMK, que engloba a Clínica Kuabara, Imppar, IESB (Instituto de Estudos da Saúde Bucal) e Essentus. Criado em um ambiente de muito trabalho, ele aprendeu ainda na infância a importância de ajudar e distribuir tarefas. Depois da formatura, os desafios aumentaram. “A pergunta para um profissional liberal é sempre a mesma: como vou ter meus clientes? Onde encontrá-los? Como me fazer conhecido? Era 1989, não havia internet e muito menos mídia digital e web designer. Esse era o desafio”, ressalta, em entrevista por e-mail.

Em 2007, Marcos Kuabara resolveu investir em uma escola-clínica de pós-graduação em Odontologia, onde professores e assistentes poderiam ministrar cursos e também atuar como clínicos no mesmo espaço físico. “Tive muito aprendizado, tive que me adaptar a essa realidade, ser dentista e ‘tentar’ ser empresário. Esta última atividade requer muito. Muito mais do que se ouve e do que dizem”, ressalta.

Trabalhar e trabalhar

Como ocorre em todo empreendimento, os obstáculos às

vezes parecem insuperáveis. “Os maiores desafios foram montar a própria estrutura, que demanda muito investimento. Na maioria das vezes o cálculo estimado supera e muito a realidade. O segundo ponto foi aplicar o que foi planejado. O nosso setor de prestação de serviço, ainda mais na área da saúde, envolve muitos segmentos e diferentes profissionais qualificados. O terceiro ponto é que estamos vivendo hoje uma crise política e econômica sem data para acabar. Esperamos com muita fé que isso tenha um tempo reduzido e, nesse momento, precisamos trabalhar e trabalhar!”

Ao lado do Dr. Edilson Ferreira e de Irene Kuabara, Marcos Kuabara fundou, em 2008, em Londrina, a Imppar Odontologia, um centro voltado à implantodontia e à reabilitação oral. Hoje o empreendimento possui sedes em Arapongas, Jandaia do Sul, Maringá, São Paulo e Salvador.

“O interesse e a vontade são os primeiros requisitos para o dentista começar a empreender e, ao longo do tempo, outros fatores acabam influenciando os caminhos a percorrer. Muitos decidem ter seus consultórios ou procuram empregos e são muito felizes, também. Tudo depende do que

se deseja ou quais são os valores de vida de cada um. Ser dentista, acredito, já é ser empreendedor”, acrescenta.

Com 250 mil implantes realizados, segundo a página oficial na internet, a Oral Sin é outro empreendimento de vulto na área odontológica sediado em Londrina. Fundado em 2004, teve o processo de expansão de franquias iniciado em 2009. O crescimento foi expressivo, chegando a mais de 150 unidades em todo o País. “O processo organizacional da Oral Sin faz toda a diferença no mercado de trabalho. Nosso franqueado desenvolve seu lado empresário, comunicador e se torna um profissional ainda mais preparado para enfrentar a odontologia moderna e competitiva”, assegura o texto do site.

Mensalidade fixa

Voltada a planos odontológicos, a Oralmed atua no mercado desde 1994, desenvolvendo um Centro Odontológico Especializado para abrigar, no mesmo local, a administração dos planos e o atendimento aos clientes, segundo a página oficial da empresa na internet. Com 23 anos de atividade, a Oralmed recebeu, em 2002, a certificação ISO 9001. Atualmente, oferece planos odontológicos individuais, familiares e empresariais. “A mensalidade do plano odontológico é fixa, o que permite você realizar a previsão orçamentária durante todo o ano. Assim, as preocupações com os custos dos tratamentos são eliminadas e você pode viver com maior segurança e tranquilidade. Com este sistema, os valores ficam menores do que em tratamentos particulares”, explica o site.

Com dois cursos de Odontologia - UEL e Unopar -, Londrina é reconhecida pela qualidade de seus profissionais. Agora, com o know-how desenvolvido pelas experiências consolidadas, o empreendedorismo odontológico só tende a aumentar.

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COMPORTAMENTO

Por Micaela Orikasa

Os especialistas são enfáticos em afirmar que “aqueles que não inovarem ficarão para trás”. E nessa busca incessante por um lugar ao sol no mercado, muitos empreendedores estão sentindo a pressão da palavra inovação.

Um dos estudiosos mais influentes do tema, o economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950) já declarava décadas atrás, que a inovação é o motor do desenvolvimento econômico. Para ele, considerado o “profeta da inovação”, o fracasso de quase todas as empresas está ligado à incapacidade de inovar.

Além da introdução de novos produtos ou métodos de produção, Schumpeter também caracterizava o ato de inovar pela abertura de novos mercados, desenvolvimento de novas fontes de matérias-primas, criação de novas estruturas de mercado e de organização.

Mas antes de falar sobre os caminhos para aplicar este conceito nos negócios é preciso derrubar o mito de que a inovação se resume à invenção de algo milionário e de base tecnológica.  De

O desejo e a iniciativa de querer mudar acompanhando o mercado altamente mutável e competitivo, devem ser uma cultura empresarial. Se isso não acontecer, a marca vai acabar saindo do mercado

Marco Kumura, da ACIL

INOVAÇÃO AOALCANCEDE TODOSMais que ter uma ideia milionária e tecnológica, a capacidade de inovar na dinâmica empresarial está relacionada ao modo de pensar e agir com novas práticas

fato, nos últimos anos, o terreno tem se mostrado fértil para serviços e produtos ligados à alta tecnologia, o que acabou gerando o entendimento de que inovar era uma oportunidade limitada aos gigantes.

Porém, ao contrário do que muitos imaginam, ela é mais acessível aos pequenos empreendimentos. É justamente essa mudança de pensamento que os especialistas defendem como um primeiro passo nesse processo.  “Todos podem inovar em seus negócios, independente do setor, tamanho e faturamento. Isso é uma das coisas mais claras em inovação hoje em dia”, destaca o consultor em Estratégia de Empresas e Inovação, Sérgio Itamar, também docente do Isae/FGV (Instituto Superior em Administração e Economia

da Fundação Getúlio Vargas), em Curitiba.O mesmo pensamento é compartilhado por Marco Kumura,

diretor de Tecnologia e Inovação da ACIL. Ele diz que a essência da inovação está nos pequenos negócios e pequenas ideias, pois quanto maior a empresa, mais lenta, travada e burocrática ela se torna. “O desejo e a iniciativa de querer mudar acompanhando

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o mercado altamente mutável e competitivo, devem ser uma cultura empresarial. Se isso não acontecer, a marca vai acabar saindo do mercado. Um exemplo clássico é a Kodak”, aponta.

É fato que as micro e pequenas empresas não protagonizam grandes inovações, as chamadas disruptivas, que quebram um certo paradigma do mercado e insere outro, como por exemplo, o Uber, que foi uma inovação em um modelo de negócios, transformando o mercado de transporte individual. Isso porque a aplicabilidade nesse contexto, exige muito know how e recursos financeiros.

O que é inovação?

Mas toda essa reflexão tem um ponto de partida importante. É preciso entender o que é inovação. Kumura responde que inovar é um comportamento, uma iniciativa de querer fazer algo diferente e melhor para seguir evoluindo. Para isso, é importante ter uma ampla visão de mundo. 

Segundo o consultor Itamar, esse olhar inovador deve enxergar tanto fora quanto dentro da empresa, encontrando novas formas de agregar valor aos clientes, colaboradores e parceiros. “Essa postura é de ruptura de um modelo mental porque o empreendedor deve buscar de forma inteligente, soluções que impactem a sociedade. Isso é a visão de uma gestão inovadora”, acrescenta.

Entretanto, a atitude em inovar não pode ser à revelia. “Ela deve

estar atrelada a algo novo que venha resolver um determinado problema da empresa ou da sociedade, e que traga algum retorno, não necessariamente financeiro, mas de ganho de imagem, por exemplo”, comenta Henrique Ceciliato de Carvalho, membro do Centro de Empreendedorismo e Inovação da PUCPR, em Londrina.

Dados do estudo “Inovação nos Pequenos Negócios”, divulgados pelo DataSebrae em 2013, revelam que dos 2.326 empresários de Pequeno Porte e Microempresas de 27 estados brasileiros, a maioria (75,1%) realizou algum tipo de inovação na empresa, entre 2010 e 2012. 

Dos respondentes, 53,4% afirmaram ter apostado na inovação organizacional, com novos métodos de organização do trabalho e novas técnicas de gestão de processos, enquanto 59,3% investiram na inovação em marketing e a maioria, 78,1%, em produto (bem ou serviço).  O levantamento também mostra que 82,9% afirmaram que a imagem da empresa no mercado melhorou em função da inovação adotada e 86,7% perceberam um aumento na satisfação dos clientes.

  Experiência e engajamento

Henrique Carvalho, que é também docente no curso de Administração da PUC-PR em Londrina, aponta ainda a

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necessidade de se ter uma gestão participativa, que facilite e catalise essa mentalidade inovadora.  “É o que chamamos de mindset. Dificilmente uma inovação vai sair da cabeça de uma só pessoa, por isso é importante o gestor se reunir com seus colaboradores, se abrir para opiniões e novas ideias. Vale lembrar que não basta ouvir, tem que buscar implementá-las”, salienta.

Uma das formas de se inspirar e conhecer alguns meios para uma gestão inovadora é buscar conhecimento de quem tem experiência na prática. Como é o caso da Hydronorth, que comercializa tintas, texturas, resinas e impermeabilizantes em todo o território nacional.  Instalada em Cambé há 37 anos, a empresa é dirigida por Matheus Stadler Gois por mais de uma década e registra um crescimento de 11% ao ano, em volume. 

“Há quatro anos iniciamos um trabalho intenso de inovação, uma transformação cultural muito grande, que tem sido validada principalmente pela estratégia que adotamos de engajar as pessoas em todo o processo”, destaca. O diretor da Hydronorth faz questão de dizer que a inovação não é algo que se decide da noite para o dia, pois demanda um processo intenso de transformação de cultura, valores, treinamento, ou seja, da empresa como um todo.  

Gois também explica que a inovação tem sido aplicada na empresa em seu conceito pleno, ou seja, englobando processos, produtos e estratégia organizacional. Para isso, foi preciso fazer uma leitura do mercado para entender de que forma a

inovação poderia trazer crescimento exponencial. “Participamos de fóruns, buscamos consultorias, fizemos P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), estudamos projetos de produtos extremamente inovadores, estabelecemos novas políticas de recursos humanos, como validação dos valores, compartilhamento da visão, treinamentos, entre outros. Estamos na fase de disseminar isso para os colaboradores”, ressalta.

Além disso, Gois tem conduzido pessoalmente na empresa a parte de tecnologia, como Big Data, machine learning, inteligência artificial. “Buscamos estruturar toda essa área para que essas tecnologias emergentes possam suportar nosso negócio, sempre com foco e visão no cliente”, completa. 

Pensando nos empreendedores que estão buscando tal prática, Gois diz que eles precisam se questionar se de fato querem inovar e se seus negócios vão durar nos próximos cinco, dez anos. “Digo que a gente vai passar nos próximos anos por uma velocidade de transformação mais rápida do que a internet trouxe décadas atrás. E muitos negócios vão ser ameaçados. Alguns, aliás, já estão e outros já fecharam”, afirma.

Assumindo riscos

O risco no universo empresarial nunca deixará de existir, ainda mais quando se fala de inovação, pois não se pode ter certeza dos resultados que ela irá trazer. Partindo dessa premissa, o professor Itamar do Isae/FGV, sustenta a importância de se ter uma consciência sobre os riscos para superá-los melhor que a concorrência. 

“Essa é uma visão muito difícil para muitos empresários. O sucesso não está do lado de quem sempre evita os riscos, mas do lado daqueles que resolvem melhor e tiram proveito deles. Isso é diferencial”, comenta.

E se depender da retomada econômica que já começa a dar os primeiros sinais, essa pode ser, de acordo com Marco Kumura, uma boa hora para buscar conhecimento, se planejar e organizar. “Vamos viver agora, uma era de esperança e crescimento. Esse é um grande momento para empreender”, conclui. 

Henrique Ceciliato de Carvalho, da PUC-PR/Londrina: “Dificilmente uma inovação vai sair da cabeça de uma só pessoa, por isso é

importante o gestor se reunir com seus colaboradores, se abrir para opiniões e novas ideias”

Matheus Stadler Gois, da Hydronorth: através de uma leitura do mercado, a empresa tem aplicado no dia a dia a inovação em seu conceito pleno,

englobando processos, produtos e estratégia organizacional

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LITÍGIOSCOMERCIAIS

Por Celso Felizardo

Uma disputa judicial quase sempre é sinônimo de muito tempo de espera e de custos elevados. Um simples processo pode levar até mais de uma década, arrastando-se nos tribunais até que sejam esgotados todos os recursos disponíveis. Como forma de fugir da burocracia e ganhar celeridade, cada vez mais pessoas, em especial o empresariado, têm recorrido às formas alternativas de solução de conflito de interesses, como a mediação e a arbitragem.

Ambas têm peso de lei e visam a resolução do conflito, mas têm suas diferenças, como explica o vice-coordenador da Comissão de Mediação e Arbitragem da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Londrina, João Victor Mazzarin. Enquanto a mediação tem como objetivo um entendimento entre as partes e é acompanhada por um moderador que não julga o caso, a arbitragem envolve

FORMAS ALTERNATIVAS DE

Para driblar a lentidão da Justiça e evitar desgaste dos dois lados, cada vez mais empresas recorrem a recursos como a mediação e a arbitragem

João Victor Mazzarin, da OAB Londrina: “Os meios alternativos são sempre vantajosos, principalmente para os empresários. Diferentemente da judicialização, eles são uma possibilidade do empresariado não ter perda de imagem frente a seu cliente, ou aos seus colaboradores”

um árbitro particular, ou até mesmo um corpo de árbitros que dará uma decisão sobre a questão.

Segundo a Câmara de Comércio Internacional (CCI), o Brasil é o quinto país ou território com o maior número de partes envolvidas em arbitragem, atrás apenas de Estados Unidos, Ilhas Virgens Americanas, Belize e França. Os dados mais recentes, de 2016, mostram que os valores das disputas em todo o mundo somam US$ 171 bilhões. No Brasil, onde a CCI foi estabelecida em 2014, em São Paulo, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os valores em discussão atualmente são superiores a U$ 6 bilhões.

Mazzarin lembra que embora os institutos sejam centenários, utilizados até mesmo para a definição das fronteiras brasileiras no final do século 19, elas se tornaram mais populares recentemente, com a lei 9.307/96

RESOLUÇÃO DE CONFLITO

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 29

e com suas atualizações trazidas pela lei 13.129/15. De acordo com o advogado, apesar da popularização, os recursos ainda se encontram bastante concentrados no comércio internacional. “O mercado externo está pautado por leis internacionais, por questões não tão tangíveis no que diz respeito à facilidade de acesso. Por isso a prática é corriqueira em disputas entre empresas de países diferentes”, detalha.

A vice-coordenadora da Especialização em Direito Internacional e Econômico da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Patricia Ayub da Costa Ligmanovski, explica que a arbitragem internacional consiste em um mecanismo de solução de conflitos em que se privilegia a vontade dos contratantes em escolherem quem julgará o conflito, sendo reconhecida pelo direito a sentença que estes árbitros proferirem. “Com isso se afasta a solução que seria dada pelo Poder Judiciário e se garante

a escolha de terceiros imparciais que tenham expertise na matéria conflituosa e cuja decisão será válida, definitiva e obrigatória”, aponta.

Patricia lista uma série de benefícios que fazem os mecanismos serem adotados no comércio internacional. “Há o afastamento da insegurança jurídica de qual lei será aplicada ao contrato internacional, onde e por quem será julgada, por ocorrer em um ambiente de confidencialidade e flexibilidade do procedimento. Também se mostra mais rápida que a solução estatal, o que traz um benefício econômico na medida em que possibilita o investimento da quantia comprometida com o conflito em outros interesses dos contratantes. E, por fim, propicia um ambiente de cooperação entre os contratantes que, por muitas vezes, continuam a se relacionar comercialmente”.

Mazzarin explica que o objetivo é difundir os meios alternativos para

SEDUZEM EMPRESARIADORESOLUÇÃO DE CONFLITO

Para Patricia Ayub da Costa Ligmanovski, da UEL, entre os benefícios da arbitragem internacional estão o afastamento da insegurança jurídica, processo simples e rápido, além do ambiente de cooperação entre os contratantes.

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Mirian Zorzato, da CMAL: “Os métodos alternativos de resolução de conflitos são por excelência extrajudiciais. O princípio primordial para utilizar os métodos alternativos é autonomia da vontade das partes”

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outras frentes, como em questões de comércio local, consumo, família, propriedade. “Os meios alternativos são sempre vantajosos, principalmente para os empresários. Diferentemente da judicialização, eles são uma possibilidade do empresariado não ter perda de imagem frente a seu cliente, ou aos seus colaboradores. É uma grande vantagem, pois não há desgaste”, observa.

Judicialização é cultural

Para a presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem de Londrina (CMAL), Mirian Zorzato, a sociedade é judicializada e tem a cultura de levar para o Estado o conflito para que ele decida o que é melhor para as partes envolvidas. “Os métodos alternativos de resolução de conflitos são por excelência extrajudiciais. O princípio primordial para utilizar os métodos alternativos é autonomia da vontade das partes”, expõe.

Segundo ela, a objetividade e eficácia dos métodos alternativos, por vezes, levam à desconfiança. “Ao contrário do judiciário, que é muito formal, o que ocorre na mediação, principalmente, e até mesmo

na arbitragem, é um processo simples. Muitas vezes, as pessoas não dão muita credibilidade pelo fato de ser simples”, comenta.

A advogada diz que, apesar de ser do Direito, não gosta de litígios, de brigas. “Nós brasileiros usamos determinados jargões: ‘vou por no pau, vou tirar tudo dela’. Temos o espírito de vingança. Os métodos alternativos são um processo antitensão. A partir do momento que as pessoas enxergam isso, que conseguem resolver seus conflitos de uma forma mais rápida e menos onerosa, elas começam a entender e a buscar essa alternativa”, relata.

A CMAL existe há um ano em Londrina e já resolveu cerca de 180 conflitos. Mirian diz que a prioridade é que as partes se entendam por meio da mediação. “Os mediadores são pessoas capacitadas para ouvir os problemas, as questões envolvidas. Muitas vezes é um trabalho até mesmo parecido com o de um psicólogo, apesar de eu deixar claro que não fazemos terapia. Mas buscamos a raiz daquele conflito, e isso leva tempo, coisa que o Judiciário não tem como dar conta. Os resultados são muito positivos”, revela.

58% de economia

A arbitragem cresce 10% ao ano e ganha espaço nas empresas. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem mais de 200 entidades de mediação e arbitragem no país e 75 concentradas nas regiões Sul e Sudeste. O custo máximo da arbitragem a uma empresa chega a R$ 82 mil e as partes economizam até 58% ao trocar a justiça comum pelo procedimento.

Rafael Munhoz de Mello, presidente da Câmara de Arbitragem e Mediação da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (CAMFIEP) destaca a celeridade como um dos principais atrativos da arbitragem. “Uma arbitragem consome alguma coisa entre um e dois anos, raramente vai ultrapassar esse prazo. A decisão, uma vez tomada, é final e definitiva, não cabe mais recurso para ninguém. Isso traz uma especial atratividade para os empresários porque, para o bem ou para o mal, em dois anos

o litígio estará resolvido, o que traz segurança, previsibilidade de como as coisas vão acontecer. No Judiciário ele pode carregar essa incerteza por mais de uma década”, compara.

Outra vantagem, segundo ele, é a possibilidade das partes escolherem os árbitros que vão atuar no caso. “A ideia é que as partes confiem a alguém. Confiem a decisão a um árbitro particular. Esse confiar, tem um lado de confiança mesmo, a quem entregar a decisão. As partes podem escolher pessoas a quem elas depositam confiança. Não é confiança de que vão julgar do jeito que elas querem, mas de que vão julgar de uma forma reta, correta, regular”, diz.

Mello lembra também que a arbitragem oferece a possibilidade de se escolher árbitros que sejam especialistas na matéria que está sendo discutida. “Se há uma questão muito específica, por exemplo, de direito marítimo, ou alguma questão envolvendo comércio internacional, as partes podem procurar árbitros que sejam especialistas naquela matéria específica. Inclusive pessoas que não sejam nem do ramo jurídico. É possível nomear árbitro engenheiro se for uma questão que envolva engenharia, um administrador de empresas, economista. Não há nenhuma restrição. Não precisa ser advogado, ser da área jurídica”.

Segundo ele, geralmente são três árbitros. Uma das partes, a demandante, vai indicar um árbitro. A outra parte, a demandada, indica outro e, esses dois vão se reunir e chegar a um acordo em relação ao terceiro. “Como regra, assim é formado o tribunal. Em um caso pequeno pode ocorrer árbitro único. As partes que decidem”, explica.

Mello explica que não há restrição quanto aos valores envolvidos no litígio. “Já administramos litígios de R$ 50 mil até R$ 100 milhões de reais. Não existe nenhum tipo de restrição. A arbitragem permite que você adapte o caso a realidade do processo”, observa. “O importante é que as pessoas tomem conhecimento dos métodos alternativos. Além de ajudar a desafogar a justiça, o benefício para as partes é imenso”, avalia.

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GESTÃOFINANCEIRA

Por Amanda de Santa

Um dos grandes desafios da atividade empresarial é estabelecer o preço de um produto ou serviço. O cálculo requer estudos detalhados sobre o negócio e exige revisão constante. Qualquer erro pode resultar em prejuízo financeiro e perda de espaço no mercado. O risco é maior nas pequenas e médias empresas, já que o proprietário ou administrador geralmente está muito envolvido com a operação no dia a dia e, por vezes, não dedica tempo necessário para pensar e planejar o negócio.

O economista e especialista em gestão financeira e de custos, Sivaldo Dal Ry, diz que o conhecimento e controle de todos os custos da empresa são o ponto de partida matemático para a fixação de preços. E esses custos estão divididos entre fixos, variáveis, diretos e indiretos. Os fixos independem das vendas, é o caso do aluguel e seguro do imóvel, contabilidade, taxas de banco. Os variáveis mudam de acordo com o volume de vendas e estão relacionados às despesas com a compra de mercadorias, comissão de funcionários, taxas de cartões.

Já os custos diretos são todos aqueles ligados

Sivaldo Dal Ry, economista: o conhecimento e o controle de todos os custos da empresa são o ponto de partida matemático para a fixação de preços

QUANTO VALE OMEU PRODUTO?Saber calcular o preço de um produto ou serviço é fundamental para as empresas sobreviverem e serem competitivas no mercado

à produção ou prestação do serviço. No caso de um salão de beleza, as despesas com água e luz são bons exemplos. Por fim, os custos indiretos não possuem, necessariamente, uma ligação com a produção ou as vendas, mas também precisam ser colocados no papel. “O caixa de uma empresa tem o trabalho burocrático de receber e pagar, que não está ligado diretamente às vendas, embora faça parte do processo de venda”, exemplifica o economista.

Dal Ry acrescenta que existem ainda custos que não são diretos nem indiretos, mas dependem do capital de giro da empresa. Se ela possui capital para financiar as vendas a prazo, não terá despesas com bancos, caso contrário, precisará buscar dinheiro no mercado financeiro e isso tem custo. “Não é um custo direto e nem fixo, mas que existe e eventualmente pode ser perigoso”, pondera. O ideal, de acordo com o economista, é fazer

um orçamento com a previsão de receitas e despesas para um ano todo.

Muito além da matemática

O grande desafio, segundo o especialista, é que todo produto tem que gerar lucro depois de retiradas as despesas diretas e de cobrir os custos estruturais da empresa. Para formar preço, não basta apenas aplicar uma fórmula matemática, o empresário precisa observar o mercado, os concorrentes, e a realidade do próprio negócio. “Não é porque o meu concorrente está vendendo em 10 vezes sem entrada que eu posso fazer a mesma coisa. Preciso avaliar a minha capacidade

de financiamento”, alerta.

Dal Ry diz que não existe uma regra de tempo para a revisão de preços. A necessidade dependerá muito da própria economia ou da alteração de valor dos componentes que formam o preço

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de um produto ou serviço. Se a empresa teve um considerável aumento no custo administrativo, por exemplo, precisará refazer os cálculos. “Mas rever nem sempre significa aumentar. Pode acontecer de a empresa passar a comprar em maior escala e conseguir uma redução no custo e, assim, repassar esse desconto ao cliente”, explica.

Proposta de valor

O consultor empresarial e especialista em marketing e propaganda, Rodrigo Martins, destaca que há ainda outro ponto a ser levado em consideração na hora de formar preço, especialmente ao colocar valor em serviços: a percepção do consumidor em relação à proposta de valor oferecida pela empresa. Um exemplo simples são as barbearias, que se popularizaram na cidade. Enquanto algumas cobram R$ 20 por um corte de cabelo, outras pedem o dobro pelo mesmo trabalho. Qual a diferença entre elas? O atendimento e a experiência que oferecem aos clientes.

É por isso que não dá para ficar preso apenas às planilhas. Elas são importantes, mas, segundo Martins, é fundamental pesquisar o mercado, e isso inclui não só os concorrentes, mas fornecedores e clientes. O consultor diz que o empresário precisa identificar se o seu público-alvo está em busca de qualidade ou menor preço. Quem entrega um serviço ou produto diferenciado consegue fidelizar o cliente e este fica menos propício a experimentar o que é oferecido pelos concorrentes, mesmo quando ocorre aumento de preços.

Um dos desafios do prestador de serviços é separar as contas pessoais das despesas e lucros do negócio. “É difícil, mas possível, com muita organização e planejamento”, garante. Martins recomenda que o profissional autônomo estabeleça uma meta de salário que pretende ganhar por mês para entender o quanto precisa trabalhar por dia ou semana. E é preciso buscar orientação. “Muitos prestadores de serviços iniciam o negócio sem antes analisar o quanto terão que pagar de impostos, por exemplo. Um contador pode auxiliar sobre a melhor forma de tributação”, sugere.

Foco na qualidade e bom preço

Há mais de 20 anos, o cachorro quente do Arnaldo’s Lanches conquistou o estômago e o coração dos londrinenses. O negócio, que começou na década de 1990, na esquina das avenidas JK e Higienópolis, cresceu e passou a funcionar em duas lojas em Londrina. O preço dos lanches, porém, não subiu proporcionalmente aos custos de manutenção das estruturas físicas, funcionários, impostos e outras despesas que toda empresa formalizada possui.

“Partimos do princípio de que o nosso lanche é um produto barato”, afirma a sócia-proprietária e administradora do Arnaldo’s Lanches, Fabiane Tsuruda. É por isso que a empresa procura não repassar ao consumidor todas as altas de matéria-prima. “Ganhamos mais no volume de vendas do que no produto em si”, explica. Segundo Fabiane, a lanchonete prefere diminuir a margem de lucro a economizar e abrir mão da qualidade. Os reajustes de preços ocorrem, no máximo, uma vez ao ano.

Para fidelizar a clientela, a administradora diz que, além de produzir lanches gostosos e com preços acessíveis, o Arnaldo’s oferece ambiente agradável, investe em atendimento rápido e não cobra taxa de serviço. Como forma de compensar a queda na margem de lucro dos lanches nos últimos anos, a lanchonete acrescentou novos produtos ao cardápio, como a batata frita e o sorvete. “Temos que nos virar nos 30”, brinca Fabiane.

A administradora conta que faz a provisão de todas as receitas e despesas no início do ano para manter as contas em dia e não ter surpresas. Tal organização permite que a

empresa feche as portas por 20 dias na época do Natal. Além disso, há alguns anos, o Arnaldo’s também deixou de funcionar aos domingos. Na avaliação de Fabiane, o mais importante é estudar o negócio e investir em produtos e atendimento de qualidade. “Preço é consequência”, opina.

Inovar para se manter no mercado

Investir em qualidade, inovar no atendimento, garantir entrega rápida, agregar novos produtos. Estas têm sido algumas das medidas tomadas pela Acácia Flor para manter-se competitiva no mercado de flores em Londrina. O sócio-proprietário da empresa, Adriano Bicalho, conta que, hoje, as floriculturas concorrem diretamente com grandes supermercados. “Eles compram direto de Holambra sem ágio”, afirma. A informalidade no mercado também prejudicou a empresa. “Nos últimos dois anos, perdemos no mínimo 20% de lucro para manter a clientela”, lamenta.

A precificação é ainda mais desafiadora no mercado das flores, porque são produtos perecíveis. “Não dá para colocar preço fixo devido às perdas. Os valores variam muito de acordo com a estação do ano e da lei da oferta e da procura”, justifica Bicalho. Para se diferenciar dos concorrentes, a empresa agregou novos produtos - como chocolates, bebidas e pelúcias -, investiu em treinamento para os funcionários, eficiência das entregas, e nos canais de comunicação com os clientes. “Hoje, cerca de 30% das nossas vendas são feitas online, pelas redes sociais”, conta. O conjunto de ações gera valor à venda e à própria clientela.

No Arnaldo´s Lanches, uma das receitas para fidelizar o cliente é não repassar ao

consumidor todas as altas de matéria-prima

Adriano Bicalho, da Acácia Flor: para manter-se competitiva no mercado, empresa investiu

em qualidade, bom atendimento, entrega rápida e novos produtos nas prateleiras

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PERFIL

Por Fernanda Bressan

Janeiro de 2018 marca 22 anos de sorrisos prescritos junto com gargalhadas de medicamentos. Ao longo deste período, boa parte dos hospitais da cidade recebeu a inusitada visita dos doutores-palhaços com nariz vermelho, remédios para chulé, adesivos que tiram frieira e uma infinidade de insanidades que, para eles e para as crianças internadas, viram a mais completa sanidade e ajuda a restaurar a saúde e o bem-estar.

Este é o Plantão Sorriso, projeto que nasceu como uma associação sem fins lucrativos (ONG) pelo trabalho da psicóloga Luciana Bazzo. “A Luciana conheceu o projeto Doutores da Alegria em São Paulo e trouxe a ideia para cá”, recorda Emília Miyazaki, atual presidente do Plantão Sorriso e presente desde a sua fundação. A palhaça Dra. Tulipa, que ela incorporou durante muitos anos, encheu hospitais de alívio, alegria, suspiro. Esta, aliás, é a essência do projeto, levar alívio para quem está sofrendo. E são muitas crianças!

Emília contabiliza que são feitos cerca de 500 atendimentos por semana, o que gera 20 mil atendimentos ao longo de um ano. Apesar das peraltices e piadas, o projeto é sério e exige recursos constantes. “Trabalhamos com atores profissionais que são contratados para atuar nos hospitais. São atores comprometidos com a missão do projeto que é aliviar a tensão presente nestes momentos de dor e enfermidade, levar alegria para crianças, pais e até profissionais da saúde. Muitas vezes quem está precisando deste alívio é também o médico e os enfermeiros”, conta Emília.

Para lidar com toda a delicadeza que o momento exige, é preciso dedicação, preparo e características que são levadas em conta na hora de selecionar o elenco de palhaços. “Não basta ser ator, tem que ser palhaço e ter sensibilidade para entender a dinâmica de um hospital, do paciente. Nem sempre o que eles precisam é do melhor show, da melhor performance. É a sensibilidade que vai definir o que vai acontecer em cada leito, em cada contato. Você pode pensar na melhor piada, na melhor atuação e aquela criança te pedir apenas para soltar bolhas de sabão, se é isso que ela está precisando, é isso que será feito”, pontua Emília.

Gerson Bernardes, coordenador do projeto e também o palhaço Dr. Lambreta Mó, completa que por vezes acontece até o “não” da criança para a visita dos doutores-palhaços. “Ela tem esse direito de escolha. Tem muitas coisas acontecendo em um hospital, é importante

SORRISOS DE PLANTÃONem todo remédio arde, nem toda injeção dói; quando os médicos palhaços

aparecem, as dores são aliviadas com altas doses de sorriso

perceber quando vem um ‘não’ de uma criança, que nem sempre é verbalizado. Digo que somos a única coisa que a criança pode escolher naquele momento e isso também pode fazer bem para ela, ela saber que pode ‘mandar’ naquele palhaço”, diz.

A ESSÊNCIA DE SER CRIANÇA

O poder do sorriso que brota do improviso e das palhaçadas dos médicos do Plantão é imensurável. “Os enfermeiros relatam que o período de internação até diminui por conta disso, sabemos que o estado geral do paciente contribui para a recuperação. Os médicos palhaços levam esse respiro para os hospitais, uma outra forma de enxergar tudo o que está acontecendo lá e isso traz alívio para as crianças internadas. Nós contribuímos para resgatar o lado saudável da criança, quando ela sorri e entra neste universo, ela volta a sua essência, volta a ser criança e esquece que está em um hospital”, descreve Emília. O mundo das crianças é das brincadeiras, e é isso que o Plantão proporciona.

O projeto dá outro significado para a arte. “É preciso despir-se da vaidade de ator para usar a arte como um veículo para a criança. O grande desafio, mais uma vez, é a sensibilidade”, diz Gerson.

Sobre o fato de escolher palhaços e não outros personagens para o cargo de médico, Gerson descreve: “A conexão do palhaço com a criança é imediata, o jogo funciona. O palhaço tem uma lógica mais

similar à lógica da criança e ele subverte a lógica do hospital. Palhaço pode fazer tudo ao contrário, trabalhamos as doenças dentro deste imaginário”. O mundo do palhaço é realmente único, nele o erro é motivo de graça, a humanidade se enxerga, pois ali a perfeição simplesmente não existe.

De graça em graça, os doutores-palhaços vão “curando” seus pacientes das doenças inventadas por eles e ai de quem falar que não são médicos! “Somos médicos e afirmamos isso até o fim!”, brinca Gerson. O jaleco branco, aliás, é peça obrigatória da vestimenta deles, junto com o nariz vermelho, símbolos do profissional da saúde e do palhaço, um casamento bem-sucedido.

Para se manter e com qualidade, o Plantão Sorriso conta com verbas públicas e ajuda de empresas privadas e pessoas físicas. “A questão administrativa é um desafio. O Plantão Sorriso é bem definido do ponto de vista administrativo, ele tem perenidade e constância nos atendimentos. Tem uma parte voluntária, mas tem também o trabalho profissional porque temos esse objetivo de ser contínuo, regular, com horários definidos e agendados para entrar nos hospitais”, enumera Emília. A prestação de contas é feita anualmente.

O projeto recebe recursos da Lei Rouanet e também das empresas Unimed, Teixeira Marques, Agrohara, Triunfo Econorte e Veltec. Quem quiser pode colaborar por meio de financiamento coletivo, a Vakinha (www.vakinha.com.br/vaquinha/quero-plantao-no-meu-sorriso), com doações a partir de R$ 20.

Já são mais de duas décadas de um trabalho memorável e que continuará por muito tempo. “Dependemos de recursos, mas o Plantão Sorriso não vai acabar. Pretendemos colocar projetos novos

na rua, tem muita coisa pra acontecer e precisamos da comunidade para ter essa frequência nos atendimentos e qualidade artística”, frisa Emília.

Atualmente o Plantão Sorriso faz visitas rotineiras em sete hospitais: Hospital Infantil Sagrada Família, Hospital do Câncer, Hospital da Zona Norte, Hospital da Zona Sul, Hospital Universitário, Hospital Evangélico e Cristo Rei (este último em Ibiporã). Em cada um destes lugares, planta sorrisos e colhe saúde.

Plantão Sorriso: Com agendas em sete hospitais, o grupo realiza cerca de 500 atendimentos por semana, o que gera 20

mil atendimentos ao longo de um ano

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BEM-ESTAR

Por Susan Naime

Olhe para sua mesa de trabalho. Se você estiver longe dela, também vale recorrer à memória. Quais e quantos itens você está vendo? Pilhas de papel, calendário, canetas, régua, corretivo, telefone, jornal, grampeador, garrafinha de água ou uma caneca de café, agenda, bilhetes com anotações ou lembretes, caderno, a chave do carro, o celular, a foto da família e por aí vai.

Organizar o escritório, mesmo que seja home office, é tão importante quanto arrumar qualquer outro espaço do seu dia a dia, já que o ambiente, sua luminosidade e a disposição dos objetos que o compõem influenciam no rendimento e na produtividade dos afazeres.

Se há tempos você não cuida da organização do seu espaço laboral, o início de um novo ano é a data perfeita para adquirir e desenvolver esse hábito. Vamos começar agora?

Para a personal organizer Andréia Mozzato, o primeiro passo para a organização é praticar o descarte. “No dia a dia acumulamos uma montanha de papéis, canetas, bilhetes, coisas que levam à desordem. De tempos em tempos, é preciso se desfazer do que não tem mais validade. O descarte é importante até para encontrar documentos que alguma vez você precisou e não achou”, ressalta.

Além de aliviar o peso de ter as coisas fora do controle, o descarte irá também abrir

HORA DA FAXINA!2018 começou, novos projetos profissionais estão por vir e um novo plano de açãoé indispensável. Mas como anda a organização do seu espaço de trabalho?

espaços nas gavetas e armários do escritório. Nessa hora, vale a pena usar e abusar de recursos tecnológicos. “Tudo que for possível jogar para o mundo virtual é melhor. É importante criar o hábito de desapegar do papel e colocar o que for possível no computador. Sem falar que é ecologicamente correto”, afirma Andréia Mozzato.

GAVETAS, ARMÁRIOS E ETIQUETAS

Algumas peças fazem toda a diferença no ambiente corporativo. É o caso das gavetas. Quando bem aproveitadas, dão praticidade à organização, além de atuarem como um sistema de arquivo. A personal organizer Andréia Mozzato ensina dicas importantes para cada uma delas.

Segundo a profissional, na primeira gaveta é essencial colocar itens de papelaria como canetas, régua, borracha, corretivo, agenda/

caderno para anotações. Vale dizer que o porta canetas em cima da mesa também não é ruim, mas quanto mais “livre” ela estiver, melhor.

“A segunda gaveta é destinada para os documentos correntes, que você precisa consultar no dia a dia, com pendências e prazos. O ideal é categorizá-los e usar etiquetas para facilitar a visualização”, aponta a personal. “E a última gaveta pode ser utilizada para itens pessoais como carteira, chaves, nécessaire e até as bolsas das mulheres, se couber. No caso das bolsas com tamanhos maiores o recomendado são aqueles ganchos que podem ser colocados atrás da cadeira ou no canto da mesa”, completa.

Para Andréia Mozzato, existe uma infinidade de materiais de escritório para auxiliar na organização do espaço, basta verificar qual é mais funcional para cada perfil de pessoa. Alguns exemplos são as pastas

sanfonadas e as caixas de correspondência (aquelas que ficam em cima da mesa para o uso de documentos).

A personal também lembra que é importante ter no ambiente de trabalho um vidro com álcool e flanela. “O ideal é limpar a sua própria mesa ao sair do trabalho. Neste caso, limpar a mesa também significa guardar as canetas, os papéis e terminar o dia com ambiente organizado. Isso evita que a pessoa chegue no dia seguinte para uma nova etapa de trabalho e já encontre a mesa bagunçada”, explica.

Sabe aquele retrato da família que você adora? Ou um objeto muito especial que você ganhou da sua filha? Eles não são proibidos. O que não pode são exageros! “É até bacana trazer seu mundo interior para esse ambiente, mas evite encher a mesa com bichinhos, pendurar coisas ou acumular muitos bilhetinhos e fotos. Lembre-se que tudo que você tem de excesso em cima da sua mesa, dará mais trabalho depois para fazer a limpeza e a organização”, conta a personal organizer.

De acordo com ela, os armários, principalmente aqueles onde são

guardados arquivos comuns de uso, merecem atenção redobrada. “É importante identificar o nosso espaço. Pode ser que algum dia eu tenha um imprevisto, não vá trabalhar, e alguém precise acessar minhas coisas. Se tudo estiver etiquetado será mais fácil para o outro encontrar um documento que seja necessário, por exemplo, para resolver algo na minha ausência”.

Outra boa dica é adotar a agenda como peça chave para organizar até mesmo a rotina. “Hoje em dia todo mundo ou quase todo mundo trabalha com agendas. Então, temporize suas atividades. Ela é muito importante para você enxergar sua semana e determinar o tempo que irá gastar para cada tarefa”, ensina.

DISCIPLINA E PERSISTÊNCIA

Organizar, e com frequência, o ambiente corporativo, pode parecer cansativo e meio complicado, mas logo a prática se torna disciplina e vira rotina. “A desordem é a ausência da organização. E toda desordem traz o caos do acúmulo e vai fazer com que

a gente sempre arrume uma desculpa pra gente mesmo, como aquela famosa frase ‘eu me acho na minha bagunça’, brinca Andréia Mozzato. “No meio da desorganização acabamos sobrecarregando muito nosso cérebro e gastamos bastante energia”, completa.

A personal organizer explica que existe uma grande diferença entre organizar e arrumar o espaço. “Quando eu arrumo, estou resolvendo um problema. Gera um falso alívio naquele momento. Já a organização encontra o lugar correto para cada coisa. Por isso é importante fazer essa parada no começo do ano, descartar o que for necessário e recolocar as coisas no lugar. Meu espaço precisa ser funcional, prático e trazer agilidade. A organização é isso”.

Além do mais, com a organização, se evita a perda de tempo, o estresse, aumenta a produtividade e o foco. “Sempre guardo uma frase que reflete justamente o que é nosso espaço de trabalho. Talvez, ela seja um incentivo para este início de ano: ‘Nunca temos a segunda chance de causar a primeira impressão’”, conta.

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COLUNAACIL

Londrinatal agita a vida cultural da cidadeA ACIL encerrou com chave de ouro as comemorações de seus 80 anos. A campanha Londrinatal, realizada durante dezembro de

2017, levou para espaços públicos da cidade a magia do teatro, da dança e da música, fortalecendo o movimento no comércio em um período tão importante para as vendas. Foram doses de sorriso, emoção e bom humor, além do resgate do espírito natalino, do amor e do respeito ao próximo. A campanha contou com a parceria do Sincoval e da Prefeitura de Londrina por meio da Codel. Confira alguns momentos!

REVISTA MERCADO EM FOCO | JANEIRO E FEVEREIRO DE 2018 WWW.ACIL.COM.BR

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COLUNA DOASSOCIADO

Certezza Consultoriaem Londrina

A Certezza Consultoria Empresarial inaugurou no fim de 2017 sua primeira filial em Londrina com o propósito de oferecer a empresas e empresários suporte nas áreas contábil, tributária, societária e gestão de empresas.

A sócia-administrativa Ana Carolina Fonteque conta que a necessidade de trazer uma filial para a cidade surgiu através da demanda empresarial crescente. “Nós acreditamos no potencial de Londrina e observamos a grande quantidade de empresas que podem evoluir com os nossos serviços”. Segundo ela, o atendimento é personalizado, de acordo com as necessidades de cada negócio.

Para o novo ano, o objetivo é expandir ainda mais os negócios. “Nosso quadro de clientes já possui uma demanda alta na região. Queremos crescer mais em 2018 e aumentar o quadro de funcionários, buscando sempre a satisfação dos empresários”, ressalta Ana Carolina.

Serviço: A Certezza Consultoria Empresarial está localizada na Av. Madre Leônia Milito, 1.377, Ed.Empresarial Palhano Premium, 29º andar, Sala 2909 – 2910.

V9 celebra aniversárioem novo endereço

Para a Diretoria da V9 Comunicação & Marketing, 2017 foi um ano de comemorações. Isso porque celebrou no final do ano o seu 3° aniversário, e no melhor estilo: em uma nova sede!

Além de possibilitar atendimento e soluções criativas para seus clientes, a V9 Comunicação & Marketing inova em sua infraestrutura. Com um projeto que teve como foco o Open Space, o novo endereço da Agência inova trazendo ambientes integrados e arquitetura baseada no estilo industrial.

Quem assina o projeto é o Arquiteto Felipe Rossi, que afirma ter se inspirado em escritórios e agências nova iorquinas, a pedido das antenadas diretoras Vanessa e Bruna Campos.

Serviço: A nova sede da V9 fica na Avenida Maringá, 2247, Jd. Vitória.

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NOVOSASSOCIADOS

ALIMENTAÇÃOChefe PaulãoRua Rubens Carlos de Jesus – 111 – QD. 02, LT 77 – Condomínio Santana ResidenceChurros Du ZéRua Manoel Alves dos Santos – 185Da Garagem Food TruckRua Fulgêncio Ferreira Neves – 296ED BrigadeiroRua André Gallo – 140 – Casa 07Food Truck The Kingdom’sRua Ubirata – 117Hopper’sRua Goiás – 1386Hop’n Kombi Tap HouseRua João XXIII – 408

ARTIGOS PARA PRESENTESAtlântico PresentesAv. Duque de Caxias – 2393

BEBIDASCerveja AmadeusRua Antônio Brandão de Oliveira – 683 – Jataizinho

CAMINHÕES E PEÇASVCA AutomotoresRod BR 317 – 6555 – Maringá – PR

COMÉRCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃOECO SustentávelRua David Santos Filho – 413

COMÉRCIO DE VEÍCULOSVCA AutomotoresRod. BR 376 – KM 110 – Maringá – PR

CONFECÇÕESTrizAv. Robert Koch – 20 – Loja 01 – 1º Piso

COM. VAREJISTA DE EQUIP. DE ESCRITÓRIO EM GERALSupraRua Benjamin Constant – 1715

COMÉRCIO VAREJISTA DO VESTUÁRIODiulli NorteRua Américo Deolindo Garla – 224 – Loja 100

COSMÉTICOS E PERFUMARIASLady MaryRua Pará – 440

DISTRIBUIDORASMaximus AutomotiveRua Bahia – 890

ELETRÔNICATC EletrônicosRua Bartolomeu Bueno – 100

EMBALAGENSHicoplastRua Elísio Turino – 230

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSBRR Comércio de Produtos Industriais LTDA MERua Ermilino Nonino – 446

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃOComércio Maria Cecília de Materiais de Construção e AcabamentoRua João Alves Moreira – 22Gol Material para ConstruçãoRod. Mábio Gonçalves Palhano – 955Depósito LCRua Tiete – 1750

MÓVEISDaronAv. Maracanã – 5472 – Sala 01 – ArapongasIgapó MóveisRua Ruy Vimond Carnascialli – 185Valbrito DecoraçõesAv. Higienópolis – 2429

PANIFICADORA E CONFEITARIAFura Bolo DoceriaRua Pio XII – 566 – Loja 04

PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA VEÍCULOSDisbal MateriaisRua Dolores Peralta – 22

PRODUTOS ALIMENTÍCIOSGrupo SapejoRua Ortigueira – 11

REPRESENTAÇÕES COMERCIAISRolemix RolamentosRua Guaporé – 1095

TINTASTenknovaRua Arcindo Sardo – 460

VESTUÁRIO E ARMARINHOVieira e MarianoRua Caracas – 1200 – Bloco 2 – Apto. 2208

ACADEMIASCentro de Treinamento Madureira de Taekwondo e LutasAv. Juscelino Kubitschek – 346

AGÊNCIAS DE TURISMO E CÂMBIOSacratour Agência de ViagensRua Sergipe – 1451 – Sala 21 e 22

ASSESSORIA CONSULTORIA TÉCNICA AMBIENTAL SOCIALCMAL Câmara de Mediação e arbitragem de LondrinaRua João Wyclif – 111 – Sala 906

CONSULTORIAAncora Business ConsultingAv. Madre Leonia Milito – 1377 – Sala 610 AOmine ConsultoriaAv. Garibaldi Deliberador – 325 – Bloco 04 – Apto. 53

CORRETORA DE SEGUROSEllo Programa AssistencialAv. Juscelino Kubitschek – 3105

CURSOS E TREINAMENTOSAtivamenteRua Brasil – 649 – Apto. 1203

EDUCAÇÃO E ENSINOAtopp EducacionalAv. Luiz Rosseto – 368 – Sala 02

ENGENHARIARLC EngenhariaRua Senador Souza Naves – 275 – Sl 204 B

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASYosai Negócios ImobiliáriosRua Santos – 1005 – Loja 01Mitral ImóveisAv. Madre Leonia Milito – 418

INFORMÁTICACybertronicAv. Presidente Eurico Gaspar Dutra – 55 – LojaDusspyRua Benjamin Constant – 1715 – Sala 305 – 3º Andar

INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOSMultcast Tecnologia e InfraestruturaRua Sebastião A. S. Callero – 200 – Casa 14

LAVANDERIALavanderia ArdrelucRua Leonardo da Vinci – 333

MARKETING DIRETOKatya Alves MagalhãesRua Tinguis – 789

PRÉ-ESCOLAColégio Uninorte JúniorAv. Santos Dumont – 1365

REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE COMPUTADORESNews Tech InfoRua Sargento Chagas – 249

COMÉRCIO

SERVIÇOS

RESTAURANTES E SIMILARESRovani RestauranteAv. Paraná – 49 – Térreo

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOSalários WebRua Uruguai – 2100 – Sala 02 – SobrelojaWSI Mídia DigitalRua Santos – 488 – Apto. 22 – 2º Andar

TRANSPORTADORATransvimm Transportes e TurismoRua Francisco Rossi Filho – 75

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTOAll in Consultoria em Gestão ComercialRua Américo Firmino de Toledo – 430 – Curitiba – PRMQPS AssociadosRua Georgetown – 218Presença Educação e ArteRua Goiás – 877 – Apto. 102

ELEVADORESWittur LTDARua Eugênia Safira do Rosário – 3000

ALIMENTAÇÃOPanificadora e Confeitaria Q DelíciaRua Santo Menegazzo – 223Picolocos Picolés MexicanosRua Assunção – 167 – Loja 1 e 2

ARTEFATOS PLÁSTICOSPlásticos São GeraldoAv. Winston Churchill – 450

CONFECÇÕESS R Indústria e Comércio de BolsasAv. Luigi Amorese – 6722 – FDS

BEBIDASDantizig Cervejaria ArtesanalFazenda Figueira – Primeiro de Maio – PR

COSMÉTICOS E PERFUMARIASSacheRua Guara – 255 – Q 02 L 03 – Condomínio Empresarial – Ibiporã

MÓVEISGranado MóveisRua São Salvador – 1258 – FundosIdealiza PlanejadosAV. Vinícius de Moraes – 420

IND/COM

INDÚSTRIA

PRODUTOS NATURAISRovani Produtos NaturaisAv. Paraná – 49 – Piso Superior

CONFECÇÕESSuprema UniformesRua Mdressilva – 184 – Loja 01

LOTEAMENTOSNova Olinda Empreendimentos ImobiliáriosRua Figueira – 580 – Sobreloja – Sala 03

PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE VÍDEOS E PROGRAMAS DE TVKinopus AudiovisualAv. Duque de Caixas – 1980 – Sala 301 A

RESTAURANTES E SIMILARESOld is Cool BurgerRua Espírito Santos – 999

COM/SERVIÇOS