Agenda março e abril 2018 -...

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Agenda março e abril 2018

• Superaçãodepressõeseadversidades• Inteligênciaemocionalégeriremoções?• CompetênciasdaInteligênciaEmocional• Atorouprotagonista?Nãoassociados:R$ 95,00Associadoseestudantes: R$ 56,00

Coaching aplicado ao atendimento ao clienteJosé Rodolfo Grou20, 21, 22 e 23 de Março19h às 23h• Contextualizaçãosobreaimportânciado

atendimentoaclientesparaaperpetuaçãodasempresas

• Identificandooperfilcomportamentaldeseucliente

• Estadodefluxonoatendimentoaclientes• Saberseportarnaposiçãodeapoioaocliente• Obterrapporteconfiançacomocliente–

Saberfalaralinguagemdocliente• Saberouvirebacktracking• Compreenderasnecessidades,interessese

valoresdosclientes• Construirumarelaçãodeconfiança• FerramentasdePNLaplicadaaoatendimento

declientes• Comportamentoseatitudesfavoráveisem

umprocessodeCoachingdeatendimentoaclientes

Nãoassociados:R$ 420,00Associadoseestudantes:R$ 335,00

Marketing Digital aplicado na empresaSheila Dal Ry26 e 27 de Março19h às 23h• CenáriodigitalnoBrasil• EtapasdoMarketingDigitalparaaplicarna

empresa• Ferramentasmaisutilizadas• Redessociais• CasesdesucessoNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes:R$ 108,00

Qualidade no atendimento ao cliente como diferencial competitivoNicéia C. Henrichsen02 e 03 de Abril19h às 23h• Excelênciaequalidadenoatendimento• Conhecendooperfildocliente–Lidandocom

clientesdifíceis• Comosurpreenderoclientecomatendimento

diferenciado• CompetênciasdoprofissionaldeatendimentoNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes:R$ 108,00

Workshop:Comunicação Comercial: Faça o seu resultado acontecerGysele Rogo e Fafita Perpetuo05 de Março19h às 23h• Comocaptarnovosclientes?• Porquenãovende?(Pessoas,processos,

estrutura,mercado,faltadeacompanhamentonaprospecçãoenopós-venda)

• Vendasxferramentasdigitais• Rotinasdevendaparaobtermaisresultados• Oqueéessencialparavender?Atitude• Vendamaisparaomesmocliente(pós-venda)• Habilidadesdoprofissionaldevendas• Autoavaliação• Jornadadocliente• Expectativa:opré-serviço,Experiência:o

serviço,Satisfação:aentregadovalorNãoassociados:R$ 118,00Associadoseestudantes:R$ 71,00

Qualidade de serviços em recepção e secretariaSilvana Oliveira07 e 08 de Março 19h às 23h• Desenvolvimentopessoaleprofissional• Perfileposturaprofissional• Superaçãonoatendimentoaosclientes• TécnicasderecepçãoeatendimentoNãoassociados:R$ 197,00 Associadoseestudantes: R$ 108,00

Neurovendas: Por dentro da mente do consumidor Murilo Gomes14 e 15 de Março19h às 23h• Comoinfluenciaratomadadedecisãodo

clientepormeiodaneurociência?• Comovenderparaocérebro?• Amentedoconsumidorem2018• Oprocessodeneurovendaseconceitosde

neurociênciaaplicadoavendas• Amentedovendedordealtaperformance• Gatilhosmentaiseoutrasferramentaspráticas

deneurovendasNãoassociados:R$ 197,00Associadoseestudantes: R$ 108,00

Palestra: Resiliência e Inteligência EmocionalGysele Rogo19 de Março19h às 21h• Masoqueéresiliência?• Resiliênciaéinataouaprendida?• Característicadepessoasresilientes• Comolidarcomasadversidades• Resiliência.Atitudeproativae

responsabilidade

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃOESPECIAL MULHERPalestra:Empoderamento feminino através da Gestão EmocionalNicéia C. Henrichsen13 de Março 19h às 21h• Impactosdasemoçõesnavida• Maturidadeemocional:Comolidar

construtivamentecomasprópriasemoções

• Construindomodelosmentaispositivosparasubstituirvelhosparadigmas–Acreditarnoseupotencial

Nãoassociados:R$ 88,00Associadoseestudantes:R$ 52,00

Workshop:A saúde de seu negócioRegina Nakayama14 de Março 19h às 23h• Decifraragestãoempresarial• Conhecerasáreasestratégicasdesua

empresa• Sabercontrolarasatividdesdeseu

negócio• AvaliarodesempenhoempresarialNãoassociados:R$ 111,00Associadoseestudantes:R$ 66,00

Oratória: Técnicas para falar em públicoMaria Cristina Consalter26 e 27 de Março19h às 23h• Autoimagemdoapresentador• Planejamentodaapresentação• Comunicaçãoverbalenãoverbal

influenciandonaqualidadedaapresentação

• Controleemocionalnaapresentação• Técnicasparasecomunicarcom

opúblico–Modelodopitchdeapresentação

• Utilizaçãoderecursosdeapoionaartedaoratória

Nãoassociados:R$ 185,00Associadoseestudantes:R$ 101,00

Obs. Programa de capacitação exclusivo para mulheres.

VALOR PROMOCIONAL PARA O PROGRAMA COMPLETO:Nãoassociados–R$ 305,00Associadoseestudantes–R$ 175,00

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Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

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Workshop:Criando valor ao seu produto nas mídias sociais através da fotografia por celularNúcleo de Profissionais de Fotografia ACIL04 de Abril19h às 22h• Composiçãofotográfica• Iluminação• Truquesedicas• ÂnguloeenquadramentoNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 80,00

Visual de loja e vitrine para vender maisTatiana Medina17 e 18 de Abril19h às 23h• Oclienteealoja• Tiposdevitrine• Funçõeseestilosdevitrine• AimportânciadailuminaçãoNãoassociados: R$ 197,00Associadoseestudantes: R$ 108,00

Análise de crédito e cobrançaSivaldo Dal Ry17, 18 e 19 de Abril19h às 23h• Normasdecrédito• Análisedecrédito• Métododecobrançaeficiente• PolíticaseprocedimentosdecobrançaNãoassociados: R$ 222,00Associadoseestudantes: R$ 130,00

Palestra:A influência das redes sociais nas vendasSheila Dal Ry19 de Abril19h às 21h• Casesdesucessodevendas• Relacionamentonasredessociais• Comportamentodoconsumidoronline• PrincipaiserrosquenãogeramengajamentoNãoassociados:R$ 95,00Associadoseestudantes:R$ 56,00

Intensivo em Logística de DistribuiçãoTarcísio Marcelo Menezes25 e 26 de Abril19h às 23h• Logística–Conceitoseevolução• Estruturaoperacionaldalogística(Tripé

Logístico)• Logísticadedistribuição• Canaisdedistribuição• Modelosdedistribuição(crossdocking,broker)• Tendênciasnalogísticadedistribuição• Gerenciamentodaarmazenagem(Layout,

custosefluxosoperacionais)• Distribuiçãofísica(Transporte,canais,custos

operacionais)• Tecnologiadainformaçãonadistribuição

(roteirização,geomarketing,monitoramentoerastreamento,WMS,RFID)

Nãoassociados:R$ 295,00Associadoseestudantes: R$ 230,00

Formação de preços e custos nas importações e exportaçõesAna Flávia Pigozzo26 e 27 de Abril19h às 23h • ClassificaçãoFiscaldeMercadorias(NCM/SH)e

Incoterms• Tributaçãonaimportação/exportação• Formaçãodepreçosnaimportação• Formaçãodepreçosnaexportação

• Regimesaduaneirosespeciaisedespachoaduaneiroeexportação

• Novidadesnaimportaçãoeexportação(DUEeDUImp)

Nãoassociados:R$ 295,00Associadoseestudantes:R$ 230,00

Chefia e LiderançaFilomena Regina Storti Minetto27 e 28 de AbrilDia 27 – 19h às 23hDia 28 – 08h às 17h • Acomunicaçãocomofontedeconflitoou

produtividade-FeedbackeAssertividade• Liderançagerencial-Característicaseestilos

deliderança• Aimportânciadofeedbacknoprocessode

gestãodepessoas• Oprocessodetomardecisões• Delegaçãodeatribuiçõeseautoridade• Comoidentificareadministrarconflitosna

empresaNãoassociados:R$ 222,00Associadoseestudantes:R$ 130,00

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Rodrigo GearaSuperintendente Claudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda de Santa Beatriz Amaro Celso Felizardo

Fernanda Bressan Francismar Lemes Marco Feltrin Michelle Aligleri Ranulfo Pedreiro Samara Rosemberger

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

PENSAR LONDRINA É PENSAR GRANDEDesde que estrangeiros e brasileiros

de todas as regiões chegaram onde hoje se esparrama esta grande cidade, houve sempre aquela sensação de que o futuro seria melhor que o presente. Londrina foi concebida para evoluir com constância e velocidade. E assim aconteceu.

Houve períodos, semelhantes ao atual, que esta confiança foi levemente abalada, dada as dificuldades de ocasião. Mas isso não costuma durar muito tempo.

O povo norte-paranaense reage e reinventa suas rotas para se manter na direção da prosperidade. Prosperidade esta que nos tornou um notável centro de saber, com um grande número de estudantes e professores.

Londrina segue atraindo grandes estruturas educacionais e, de alguma maneira, assegurando alternativas

consistentes de desenvolvimento. O desafio é converter o quanto antes este ativo em progresso e qualidade de vida.

Além de revelar o tamanho deste desafio, a edição da Mercado em Foco traz ainda uma reportagem sobre as consequências da alta histórica no valor do IPTU; os riscos das criptomoedas; fatos históricos como o plebiscito de 1993 e o primeiro transplante de coração do Brasil; tendências como a inteligência comercial e o big data; uma pensata feminina sobre o nosso tempo e muito mais.

Aos varejistas, sugiro também a leitura sobre os detalhes do nosso evento destinado ao segmento. Os leitores entenderão melhor o significado da frase: a ordem é não se acomodar.

Boa leitura!

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

ERRATA:Na reportagem “Formas alternativas de resolução de conflito seduzem empresariado”, publicada na edição de número 43 (Janeiro/Fevereiro) da Mercado em Foco, a entrevistada Mirian Zorzato é estudante do curso de Direito, e não advogada como foi citado na matéria.

Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

POLÍTICAChefe único, chefe fixo ....................................................... 10

IMPOSTORevisão de alto impacto ....................................................... 14

ENTREVISTATCS, uma aposta no talento pé-vermelho ........................... 24

ESTRATÉGIAVenda com inteligência ..................................................... 26

ARTIGODesvendando a experiência do consumidor ....................... 29

MOEDA VIRTUALAs muitas faces do bitcoin .................................................. 30

PERFILAs virtudes femininas aprimoram liderança na AML ............................................ 36

BEM-ESTARQuando pulsa uma nova chance ......................................... 38

COLUNA ACILDe olho na infraestrutura ................................................... 40

ÍNDICE

33

SÉCULO 21Expressão, substantivo feminino

20

TECNOLOGIAUma ‘big’ solução para decifrar os clientes

Inscreva-se:mercadoemfoco.acil.com.br

PÓS NRF Leandro Krug

Consultor de mercado e Especialista em Varejo

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Varejo Físico André YuiKey Design

Inovação e Varejo

José Carlos Rocha Júnior

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18

MERCADO EM FOCOA vez do varejo

EDUCAÇÃOCampus fértil

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março e abril de 2018 | www.acil.com.br6

EDUCAÇÃO

VOCAÇÃO PARA BRILHARA cidade que em um ano forma 7 mil universitários carrega o desafio de usar este ativo para aprimorar sua capacidade de inovação, sua competitividade e seu bem-estar social

Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

Por Francismar Lemes

A afirmação de que o mundo está passando da era do capitalismo para a do talentismo tem potencial apocalíptico. Porém, dez anos depois da crise financeira global em que os riscos para a economia mundial continuam, a previsão de Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, é a prescrição de uma receita de desenvolvimento para cidades como Londrina, polo brasileiro de ensino superior. Mais do que o status de centro universitário, a vocação poderá garantir competitividade.

Seguindo os apontamentos de Schwab, no futuro, talentos serão mais importantes do que o capital. Se querem ser competitivas globalmente, as cidades terão que apostar na capacidade de inovação.

E onde estarão esses talentos londrinenses que serão protagonistas na Quarta Revolução Industrial e nos colocarão em posições mais à frente na economia mundial? Nas universidades.

O Brasil não se posiciona bem em rankings das nações mais inovadoras. No Relatório Global de Competitividade 2017-2018 do Fórum Econômico Mundial, o país ocupa a octogésima posição numa lista de 137 países, em que os três líderes são a Suíça, Estados Unidos e Cingapura.

Incentivar a criação de novos campis universitários é investir na fabricação de talentos para o desenvolvimento, como se vê pelo relatório do fórum em que um dos pilares de avaliação - educação e treinamentos superiores - revela que numa escala de 1 a 7, países mais competitivos como Cingapura têm as maiores notas. O líder do ranking no quesito tem pontuação 6,3, enquanto o Brasil registra apenas 4,2.

Londrina tem potencial para formar os seus talentos e mudar a cara socioeconômica do município por meio da educação superior. Além de duas universidades públicas, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), possui várias instituições privadas.

Em 2017, o Grupo Positivo entrou na maior cidade do interior paranaense ao comprar a Faculdade Arthur Thomas. Ano em que

Marcos Rambalducci, consultor da ACIL: Novos profissionais precisam encontrar soluções para os problemas cotidianos da

cidade através de atitudes empreendedoras

março e abril de 2018 | www.acil.com.br

a Unicesumar inaugurou um campi de 8,5 mil metros quadrados, com a previsão de R$ 180 milhões em investimentos em educação presencial e a distância.

De acordo com dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Londrina registrou em 2016 um total de 42.108 matrículas em instituições públicas e privadas de ensino superior, totalizando 6.943 formandos.

Paradoxos de uma nova era

Novos profissionais chegam a um mercado de trabalho em que os empregos formais estão derretendo. A inovação tecnológica avança sem garantir necessariamente saltos de produtividade. E, se hoje o mundo cabe no smarthphone, muitos trabalhos se tornaram ou se tornarão obsoletos.

A maior oferta de cursos superiores em Londrina pode ajudar a cidade a se livrar deste paradoxo.

“Durante anos, tivemos na cidade cursos superiores voltados para as ciências sociais e sociais aplicadas. Nos últimos sete anos, Londrina se tornou polo voltado para as engenharias, com cursos oferecidos pelas quatro maiores universidades públicas e privadas. Mais uma instituição chegou, a Unicesumar, para ampliar essa oferta de engenharia”, afirma o consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) Marcos Rambalducci. Afirmação comprovada pelos números do Manual de Indicadores de Desenvolvimento 2017, publicado pelo Fórum Desenvolve Londrina.

Em 2007, as universidades londrinenses formaram 201 engenheiros. Já em 2016 foram 615 formandos em engenharia. Números que mostram o papel das universidades para o desenvolvimento econômico que, por enquanto, aparecem com mais clareza entre as engenharias, mas que devem crescer também em outras áreas da tecnologia como a TI, surgimento de startups, entre outras.

O Fórum Econômico Mundial diz que os que não querem se atrasar na corrida pela competitividade precisam mirar em ideias.

O que significa que os novos profissionais que estão saindo das universidades terão que atender as necessidades do mundo, inclusive as sociais da cidade em que vivem.

“Esses profissionais precisam encontrar soluções para os problemas cotidianos da cidade, com atitudes empreendedoras, alavancando políticas públicas, mobilizando conhecimento”, avalia Rambalducci.

O cenário promissor está posto, mas para que a sociedade londrinense se beneficie do título de polo universitário, atraindo estudantes em busca de formação, o mercado de ensino superior tem que resolver a equação: qualidade x preços de mensalidades, igual a mais qualidade.

“Várias análises do mercado de ensino superior revelam que é necessário melhorar o nível de qualidade e diminuir custos. Não adianta as instituições se livrarem de mestres

e doutores. É preciso reter esses profissionais se quiserem disputar o mercado”, afirma o consultor.

Os talentos que saem das universidades têm grande chance de se estabelecerem por aqui.

O estudo do Impacto do Ensino Superior sobre o Trabalho e a Renda dos Municípios Brasileiros, do Centro de Políticas Públicas do Insper, instituição de ensino superior e de pesquisa sem fins lucrativos, mostra que os profissionais com maior formação contribuem para o aumento do salário médio, da taxa de ocupação e da renda per capita da população.

São dados que mostram que chegaremos ao futuro que gostaríamos para Londrina se houver convergência entre o crescimento econômico e o aumento de renda dos londrinenses.

Talento para a competividade

Sob o guarda-chuva do talentismo, novo conceito empresarial, a cidade poderá crescer com apoio das universidades, que oferecerão soluções de inovação, a circulação de novas ideias, o incentivo ao empreendedorismo e o compromisso com a sociedade. Mas, tudo isso será possível se as pessoas forem preparadas para este horizonte.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as inovações não têm mais impactos porque as empresas, pessoas e cidades não estão preparadas para aproveitar as novas tecnologias à medida que se tornam on-line.

A consultora do Sebrae na área de Educação Empreendedora, Daniele Montenegro Conte, ressalta que a entidade de apoio às micros e pequenas empresas mantém programa em seis

instituições de ensino superior da região.

“Fiz visitas em universidades dos Estados Unidos que iniciaram programas semelhantes na década de 1970. Houve uma grande mudança de cultura. No caso das nossas micros e pequenas empresas, é caro para conseguirem inovar sozinhas. Por outro lado, desconhecem que podem obter este serviço através das universidades. A nossa maior luta é fazer esta aproximação”, afirma a consultora sobre o papel das incubadoras de negócios apoiadas pelo Sebrae.

Deniele Montenegro Conte, do Sebrae: Parceria com instituições de ensino superior é ponte de incentivo aos negócios

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“VÁRIAS ANÁLISES DE MERCADO DE ENSINO SUPERIOR REVELAM QUEÉ NECESSÁRIO MELHORAR O NÍVEL DE QUALIDADE E DIMINUIR CUSTOS”

Associação Comercial e Industrial de Londrina

Bons frutos

Para o Fórum Econômico Mundial, países competitivos têm que passar no crivo de requisitos básicos como infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação.

Puxando a sardinha para o desenvolvimento londrinense, ao se instalarem em regiões com pouca infraestrutura, instituições como a Unicesumar conseguem interferir positivamente em alguns pilares básicos da competitividade. Um exemplo é o pilar da infraestrutura.

“A chegada da Unicesumar na região Leste melhorou a acessibilidade, trouxe valorização imobiliária, interferiu positivamente no planejamento urbano. Impacto semelhante ao ocorrido com a instalação da UTFPR numa área que era rural, mas que está atraindo grandes empreendimentos imobiliários”, afirma o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Nado Ribeirete, lembrando que a Unicesumar assumiu compromisso de investir R$ 4 milhões para compensar impactos na região.

Ribeirete acrescenta que o desenvolvimento que se consolida com mais universidades tem reação em cadeia nos outros pilares da competitividade, como a saúde e educação. “É mais oportunidade para as pessoas empreenderem e terem emprego”, acredita.

Nado Ribeirete, da Codel: A instalação de universidades interfere positivamente em pilares básicos da competitividade como infraestrutura e ambiente macroeconômico

Mais espaços e inclusão

Muito do que contribui para a vida e bem-estar de quem decide estudar em Londrina não é tangível. Porém, grande parte está nas mãos do setor de prestação de serviços e comércio.

Enquanto o mundo produtivo discute questões como prontidão tecnológica, problemas mais domésticos ainda precisam de soluções no setor.

Londrina tem 7.300 leitos em 53 bons hotéis e cerca de 1.200 restaurantes, bares e lanchonetes. É este batalhão de trabalhadores e empresários que está na linha de frente para receber os contingentes de estudantes.

Somente para o vestibular da UEL, anualmente, são esperados mais de 20 mil candidatos, alguns vêm na companhia de familiares, deixando na cidade algo em torno de R$ 3 milhões.

O que o time de profissionais precisa fazer para se beneficiar? Onde estão as oportunidades?

“Acredito que Londrina deveria ter uma secretaria municipal de turismo, que discutiria um calendário de eventos para a cidade. Alguém que gerenciasse essas questões e que fosse da área e não uma indicação política”, acredita o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Londrina (Sindhotéis), Alzir Bocchi.

Alzir Bochi, do Sindhotéis: Londrina deveria ter uma secretaria municipal de turismo para gerenciar calendário de eventos da cidade

Já o mercado imobiliário acredita que mais universidades exigem que a cidade pense na criação de espaços e se torne mais inclusiva.

“Tudo passa por um plano diretor para a cidade. Quando falamos de estudantes, eles estão mais exigentes, querem apartamentos que tenham estrutura como lavanderia, sejam mais próximos das universidades ou do centro. As novas universidades melhoram a ocupação da região, o paisagismo e a segurança, mas também precisamos

pensar nas questões sociais desse desenvolvimento”, conclui o diretor do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi), Marcos Moura.

Marcos Moura, do Secovi: Mais universidades exigem que a cidade pense na criação de espaços e se torne mais inclusiva

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março e abril de 2018 | www.acil.com.br10

POLÍTICA

Por Ranulfo Pedreiro

Um dispositivo da Constituição de 1988 previa, no fim dos conturbados anos 1980, a realização de um plebiscito para discutir o sistema de governo. A votação ocorreu em 1993, com vitória ampla do presidencialismo. Há semelhanças entre aquele período e a atualidade. O Brasil passava por uma crise política e econômica após o impeachment do presidente da República - Fernando Collor de Mello -, e os rumos turbulentos do País suscitaram a polarização tão frequente, hoje, nas redes sociais.

O fato é que, 25 anos após o plebiscito, o debate entre parlamentarismo e presidencialismo continua dividindo opiniões, tendo como cenário, além da crise, as reformas tributária, política, previdenciária e trabalhista. Um jogo de tensões cuja regra, por enquanto, tem sido o toma-lá-dá-cá alimentado pelas benesses dos cofres públicos.

A somatória de crise política e econômica já levou o país ao parlamentarismo em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros. Na ocasião, o vice João Goulart estava na China. Seu retorno para assumir a presidência causava apreensão em diversos setores, incluindo os militares.

Instituiu-se, então, um parlamentarismo transitório para que Jango voltasse ao país como presidente, tendo Tancredo Neves

no cargo de primeiro ministro. Em sua curta existência - até o plebiscito de 1963 (garantindo o retorno do presidencialismo), há 55 anos - o parlamentarismo republicano brasileiro teve três primeiros-ministros em 17 meses.

Outra experiência, ainda mais antiga, deu-se no Império, e foi tão longa quanto esdrúxula. Durou de 1847 a 1889, e tinha uma peculiaridade. O chefe de governo, em vez de ser escolhido pelo Legislativo, era apontado pelo próprio imperador.

Monarquia presidencialista

Mas o plebiscito de 1993 também poderia ter gerado, digamos, uma jabuticaba. A cédula de votação permitia escolher a forma de governo (Monarquia ou República) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). Ou seja, corremos o risco de instaurar uma singular monarquia presidencialista.

Historicamente, portanto, as discussões sobre mudança de sistema de governo surgem em momentos de instabilidade. “O plebiscito [de 1993] foi realizado num período de crise. É interessante que agora vem à tona de novo a questão do plebiscito, de se discutir o parlamentarismo, em razão de uma crise do próprio sistema. O parlamentarismo no Brasil nunca funcionou de fato”, alerta o professor Clodomiro Bannwart,

CHEFE ÚNICO,CHEFE FIXO

Em conjuntura semelhante a atual, País debateu 25 anos atrás sistema de governo e confirmou preferência pela república presidencialista, na qual um mesmo nome comanda o governo e o estado

Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina.

Com estudos voltados à Filosofia do Direito, Bannwart vê qualidades e problemas nos dois sistemas. “O parlamentarismo tem vantagens, mas também tem desvantagens. O fato de reforçar o parlamento, o Congresso Nacional, o Legislativo, seria importante. Mas qual seria o aspecto negativo? Você poderia ter uma maioria que não levasse em conta algumas minorias. Um parlamento forte tocará as medidas numa certa direção. E esse não é o histórico que nós temos no Brasil. Nós temos uma fragmentação de partidos. Se você perguntar se o partido é de esquerda, direita ou centro, eles não terão essa coerência”, ressalta.

O presidencialismo seria mais previsível, de acordo com o professor: “É um sistema que assegura a legitimidade por meio das eleições em relação à escolha do presidente. É uma escolha mais direta. E ela dá uma certa previsibilidade, porque tem um mandato fixo. O parlamentarismo não te dá isso. A cada crise, cai. O parlamentarismo consegue sair da crise de forma mais rápida. Porém, trocar o primeiro ministro não significa acabar com a crise. E você pode ter um estado permanente de crise. O presidencialismo dá mais estabilidade. Porém, se nesse percurso o governo entrar em crise, você terá uma dificuldade maior para resolver.”

Clodomiro Bannwart, da UEL: “Precisamos de um aperfeiçoamento do próprio sistema de presidencialismo de coalizão. É insuportável gerir 35

partidos para formar uma base”

março e abril de 2018 | www.acil.com.br

A fragmentação partidária seria um empecilho à coalizão necessária para que o Executivo dialogue com o Legislativo. Assim, para formular uma base aliada e aprovar medidas, é preciso gastar.

“Nós precisamos de um aperfeiçoamento do próprio sistema de presidencialismo de coalizão. Hoje é praticamente insuportável um presidente gerir 35 partidos para formar uma base. Como esses partidos não têm de fato uma postura ideológica, eles mudam de lado a todo momento. E isso gera um custo para quem administra. E o custo, quem paga, somos nós”, revela Bannwart, destacando: “Os partidos não estão interessados que se faça uma mudança significativa porque eles são os que mais se beneficiam do sistema tal como ele está”.

Soma-se aos altos custos os benefícios concedidos pela Constituição de 1988, que acabaram aumentando as despesas públicas. Daí a importância de reduzir os custos do estado com as reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista. Mas elas só poderiam ganhar a relevância necessária com a participação popular.

“O que falta é um aspecto democrático que envolva a participação da sociedade. E aí você chega num governo como o do Temer, que não tem nada a perder, sabe como funciona o Congresso Nacional e vai tocando reformas praticamente de costas para a sociedade. A reforma política no país só virá da pressão da sociedade”, assegura o professor.

Consulta desnecessária

Parlamentarista, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR) já estava na Câmara Federal durante o último plebiscito, em 1993. “Foi uma campanha e um plebiscito desnecessários porque a população foi levada a opinar sobre algo que ela não conhece”, comenta.

De lá para cá, no entanto, a discussão amadureceu. “Houve uma evolução muito grande desde aquela época. Na verdade, ninguém quer abrir mão do presidencialismo. Nós, que somos

parlamentaristas, desejamos manter o presidencialismo e conviver com uma forma de administração que seja participativa entre o parlamento e o Executivo. A nossa proposta é não misturar a atual conjuntura adversa com a discussão parlamentarista”, acrescenta.

O parlamentarismo, portanto, não seria uma panaceia para crises, adiando o debate para conjunturas mais oportunas. “A discussão parlamentarista continua junto com o presidencialismo. Nós desejamos um parlamentarismo forte, como é na França e em outros países europeus. Mas não queremos agora. Esperamos tantos anos, vamos esperar um pouco mais”, conclui Hauly.

Pré-candidato ao senado, o ex-prefeito de Londrina Alexandre Kireeff (Podemos) também acompanhou o debate de 1993, e acredita que o parlamentarismo entregaria o governo a um parlamento inconsistente. “Eu sou presidencialista. Uma proposta de parlamentarismo hoje no Brasil seria basicamente entregar o mando deste país a uma categoria, um conjunto de políticos no qual a população não confia de forma alguma. Eu continuo tendo minha visão em favor do presidencialismo, eu acredito que um passo fundamental seria a autorização das candidaturas independentes”, defende.

O deputado federal Alex Canziani (PTB) já era parlamentarista na época do plebiscito. “Eu tive uma participação naquele momento. Eu acreditava e acredito que o parlamentarismo seria uma forma mais evoluída para a gente poder tratar nossa democracia”, assegura.

“Eu me lembro de que, na campanha, o pessoal do presidencialismo dizia que, no parlamentarismo, você iria votar sem saber quem seria o presidente, no caso, o chefe de governo. Isso foi uma coisa que pegou muito naquele momento. Nós perdemos. Eu defendia o parlamentarismo. Agora eu não sei se seria possível voltar a esse debate. Porque teoricamente a população decidiu que não queria o parlamentarismo. Em quanto tempo, então, nós poderíamos ter um novo plebiscito ou uma nova proposta? Volta e meia surge essa discussão lá [na Câmara]”, complementa.

A pluralidade de opiniões converge, porém, para uma unanimidade. O desejo de que a democracia brasileira continue amadurecendo com o embate saudável de ideias e propostas.

Para Alexandre Kireeff, presidencialista convicto, a população não confia nos representantes legislativos, o que geraria um risco de

inconsistência em um eventual governo parlamentarista

Eu acreditava e acredito que o parlamentarismo seria uma forma mais evoluída para a gente poder tratar nossa democracia

Alex Canziani,deputado federal

“ “

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IMPOSTO

REVISÃO DE ALTO IMPACTODepois de mais de uma década e meia de espera, atualização da Planta Genérica de Valores faz valor do IPTU disparar e causa apreensão no setor produtivo

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Por Celso Felizardo

“A gente oferece um produto e já escuta do cliente que ele não vai poder levar porque está poupando para pagar impostos”. Assim foram os primeiros meses de 2018 na loja em que Carlos Moreira (*) é gerente. Mesmo com ofertas e outras facilidades de pagamento, a venda de móveis e eletrodomésticos ficou abaixo do esperado.

Os impostos, citado por Moreira, dizem respeito, em especial, ao reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano, o famigerado IPTU. As alíquotas determinadas pela Prefeitura de Londrina, em alguns casos, tiveram aumento de 400% e causaram descontentamento geral na população.

Na visão do gerente, mesmo arrecadando mais, a cidade fica mais pobre e perde competitividade. “As empresas de Londrina recebem várias propostas de municípios vizinhos. Muitas já se mudaram, atrás desses atrativos. Se tivermos cada vez menos receita oriundas do setor produtivo, a população vai ter que arcar sozinha com os gastos da máquina pública”, comenta.

Angelo Pamplona da Costa, diretor comercial da ACIL e proprietário de um restaurante na Rua Sergipe, também avalia que o reajuste do IPTU impactou em readequação no orçamento mensal das famílias londrinenses. “O primeiro impacto foi o susto que a população sofreu. Agora, os desdobramentos disso começam a aparecer. Uma pessoa que tinha intenção de reformar uma casa, fazer uma pintura, ela aborta esse desejo. A consequência disso é que o pedreiro, o pintor, o jardineiro, vão ficar sem esse dinheiro”, exemplifica.

Em conversa com outros comerciantes, Costa disse que os reflexos já chegaram nas casas e nas empresas. “Isso vai refletir ao longo de todo o ano porque as pessoas ficam com aquilo na cabeça: ‘vou ter que pagar’. O reajuste do IPTU somado ao cenário nacional vai represar muito o impulso de compras”, analisa. Ele também citou o perigo da “fuga de empresas”. “Temos visto que outras cidades oferecem melhor situação para o empresário se estabelecer. Com certeza, vai haver um assédio: ‘se você vier para cá não paga tanto IPTU’. Há relatos de imóveis com R$ 26 mil de IPTU. Assim, ou o empresário vai para outro lugar ou faz outra coisa”, expõe.

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Impactos imediatos

Protestos foram organizados e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sociedade Rural do Paraná e a própria ACIL se posicionaram contra a forma como foi feita a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV) dos imóveis de Londrina. Por fim, o Ministério Público também questionou os valores adotados.

Representantes do setor produtivo e investidores ouvidos pela reportagem prevêem impactos negativos nas mais diversas áreas.

Vários setores da cadeia produtiva defendem a necessidade do fortalecimento de outras fontes de recurso para diluir o impacto sobre o IPTU. De acordo com contas feitas pelo economista Marcos Rambalducci, o lançamento estimado de R$ 340 milhões do IPTU representa 41% das receitas tributárias e 22% da receita líquida da administração direta.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ary Sudan, reconhece a necessidade do aumento da arrecadação. “As receitas dos municípios precisam aumentar para atender as necessidades que são crescentes, com despesas que superam em muito a evolução das receitas. Isso

gera aperto financeiro e incapacidade de investimento. Sem investimento a tendência é entrar no círculo vicioso, aumentando cada vez mais o déficit orçamentário”.

No entanto, segundo ele, a saída é promover o desenvolvimento através de atividades que gerem mais riqueza, promovam a distribuição de renda através de ofertas de empregos mais bem remunerados e contribuam com o município por meio de recolhimento de impostos e contribuições. “O desenvolvimento industrial é fundamental para municípios como Londrina que, naturalmente, carrega um custo elevado pelo fato de ser polo regional e que não pode se contentar com receitas vindas de IPTU, ISS e uma pequena participação no ICMS. É preciso elevar a sua participação no bolo arrecadatório do ICMS e outros a que tem direito”, defende.

Sudan alerta que Londrina precisa ter consciência que o crescimento do seu parque industrial não é somente o desejo de algumas instituições. “Esse crescimento é necessário para a própria sobrevivência do município nos padrões que a sociedade deseja. Precisamos definir uma grande área para nela ser instalado um parque industrial voltado para médias e grandes empresas. Tem muita coisa a ser feita para atingir esse

O presidente da OAB Londrina,

Eliton Carneiro: “Temos que fazer

pressão junto ao prefeito e aos

vereadores de que isso está gerando um

descontentamento profundo na

sociedade. Eles têm que sentir

isso”

Angelo Pamplona da Costa, diretor comercial da ACIL: “Uma pessoa que tinha intenção de reformar uma casa, fazer uma pintura, ela aborta esse desejo. A consequência disso é que o pedreiro, o pintor, o jardineiro, vão ficar sem esse dinheiro”

desenvolvimento industrial, mas é preciso começar”, argumenta.

Industrialização

De acordo com a Prefeitura de Londrina, o repasse do ICMS que o município receberá em 2018 será de R$ 175.828.238, o quarto maior do Estado, atrás apenas de Curitiba, Araucária e São José dos Pinhais. No entanto, na análise de repasse per capita, cidades como Maringá e Ponta Grossa ficam a frente no ranking. O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Edson de Souza, admite que os maiores índices de repasses foram conquistados por municípios que contaram com ações de governo em prol da industrialização.

“Essas intervenções pontuais são necessárias, dentre elas a instalação de parque industrial. Por este motivo, a atual administração municipal possui, dentro das políticas prioritárias, a criação de parques industriais para o desenvolvimento econômico, e a busca por novas empresas para Londrina”, aponta. Sobre o reajuste do IPTU, Souza defende a necessidade da correção da PGV que estava defasada havia 16 anos. “Colocamos nossa equipe para atender casos pontuais de distorções, mas na maioria dos casos, o valor do IPTU está condizente com o valor venal do imóvel”, assegura.

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O boleto do IPTU 2018 prevê alíquota em 0,6% sobre o valor venal do imóvel. Entretanto, segundo a lei que atualizou a Planta Genérica de Valores, esta alíquota subirá gradativamente até chegar a 1%, em 2024. Em entrevistas coletivas, o prefeito Marcelo Belinati frisou a defasagem e a necessidade de investimentos. “Precisamos enfrentar desafios, industrializar Londrina, desburocratizar a prefeitura para arrecadar mais para aumentar os investimentos e até, futuramente, congelar as alíquotas nos anos seguintes”.

A maior insatisfação dos contribuintes se deve a “dose” aplicada pela correção já no primeiro ano. Edi Watanabe, diretor da Construtora Artenge, relata um reajuste de 200% no IPTU da empresa. De acordo com ele, o departamento jurídico estudava questionar os valores administrativamente e até mesmo de forma judicial. “Todo aumento nos custos reflete em avaliação dos preços ou da redução de gastos. A alta carga tributária atual é excessiva e gera dificuldades ao crescimento das empresas, também desestimula os investimentos e a geração de

emprego”, argumenta.Os clubes de serviços também sentiram

o impacto da alta do IPTU. Carlos Marques Castilho, comodoro do Iate Clube de Londrina, revela que o reajuste para 2018 chegou aos 350%. Segundo Castilho, em razão da atual situação do país, o clube já trabalha com a planilha de despesas mais reduzidas, mas que outras adequações terão que ser feitas. “Serão estudadas novas alternativas sem comprometer o bom funcionamento do clube. O problema é que já estamos saturados com a carga tributaria do País e, com mais esse excessivo aumento no IPTU, o impacto é grande”.

Fabrício Salla, diretor jurídico da ACIL, defende que a correção da PGV era necessária, porém, na visão dele, faltou mais discussão. “Uma medida dessa necessita de mais transparência. A prefeitura poderia ter lançado uma ferramenta de consulta para o contribuinte saber previamente o impacto gerado”, comenta. Para Salla, inevitavelmente, o reajuste será repassado ao consumidor final.

Dose perigosa

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Subseção Londrina - Eliton Carneiro, define o fenômeno como um “círculo vicioso”. “ Na verdade, você retira da população o poder de compra. Quando isso acontece, diminui a atividade econômica. É um círculo vicioso, não um círculo virtuoso”.

Carneiro faz questão de ressaltar que não é contrário ao reajuste, mas sim à forma como foi feito. “É o tal do remédio, quando a dose é alta, ela mata o paciente, se torna um veneno”. O presidente da OAB ressalta o papel da sociedade civil organizada em momentos como este. “O que nos resta é o viés político. Temos que fazer pressão junto ao prefeito e aos vereadores de que isso está gerando um descontentamento profundo na sociedade. Eles têm que sentir isso”.

* O nome Carlos Moreira é fictício uma vez que o trabalhador preferiu não ser

identificado.

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MERCADO EM FOCO

Por Susan Naime

A quinta edição do evento Mercado em Foco 2018 traz um desafio para você: pensar “fora da caixa” para ingressar sua empresa numa nova era no mundo dos negócios.

O encontro, agendado para 21 de março no Aurora Shopping, irá reunir as principais tendências e soluções para o pequeno e médio varejo, além de cases de gestão com práticas inovadoras e eficientes para o mercado.

Mas enquanto o dia 21 não chega, propomos um exercício: pare por alguns minutos e faça uma reflexão. Sua empresa é a mesma de dois anos atrás? Ela proporciona experiências ao consumidor para transformá-lo em defensor da marca? Sabe como utilizar a transformação digital e as tecnologias de inovação a seu favor?

Se há algum consenso em relação aos últimos anos é que o consumidor está em constante mudança e o mercado já é outro. Nunca em tão pouco tempo e com tamanha intensidade os negócios foram expostos a inúmeros desafios e oportunidades.

Para as empresas que desejarem fazer parte deste novo mercado o caminho é um só: entender e se adaptar a essas transformações. “Essa edição do Mercado em Foco tem a premissa de dar um novo modelo para o evento, abordar as principais tendências relacionadas ao varejo e apresenta-las através de um número maior de palestras e painéis de discussão, dando continuidade ao papel da ACIL de atender as expectativas e necessidades do empresariado”, explica o superintendente da ACIL Rodrigo Geara. “Entendemos que como associação temos também a missão de ser prestadores de soluções para o mercado. Quando olhamos os desafios do varejo e do empresário diante desse novo mercado, concluímos que seria importante reunir em um só espaço nomes relevantes e com muita bagagem para somar forças

aos empresários participantes do evento”, esclarece. Segundo Geara, não é tarde para iniciar as transformações

que o novo mercado exige. “Vemos grandes cases de empresas multinacionais, empresas muito tradicionais, que não resistiram a ter que se reinventar. Muitas delas, infelizmente, não tiveram tempo para essa volta. Então, preferimos levar esse apoio para a virada de chave na cabeça do empreendedor.”

Inovação e tendência

Numa visão panorâmica sob toda a cadeia produtiva, o Mercado em Foco abordará temas como as novas tecnologias em sintonia com o comportamento do consumidor, a transformação digital, inteligência artificial e Big Data (o valor dos dados no varejo), varejo físico VS e-commerce, cases de sucesso, startups e como elas podem ajudar o varejo. As principais tendências e novidades apresentadas durante a NRF Big Show, maior e mais importante feira de varejo do mundo, também contemplarão a programação do evento.

No palco, um rodízio com empresários de sucesso que destacaram seus negócios no mercado local e nacional. Entre eles, Everton Muffato, diretor do Grupo Muffato; José Carlos Rocha Junior, diretor comercial da Vivo; André Yui, CEO da Key Design, um case de sucesso no comércio eletrônico brasileiro; Fabiola Paes, uma das responsáveis do OASISLab, um ecossistema de inovação para o varejo; além de Leandro Krug Batista, consultor de mercado e especialista em Gestão de Negócios de Varejo.

Para o diretor de Tecnologia e Inovação da ACIL, Marco Aurélio Kumura, a transformação das empresas passa a ser questão de relevância e sobrevivência. “O varejo é o setor que irá passar por mais transformações nos próximos anos. Os consumidores estão

A VEZ DO VAREJOEvento da ACIL reúne especialistas e cases de sucesso para debater como enfrentar novos desafios e colocar empresas

em sintonia com novo mercado

“O VAREJO É O SETOR QUE IRÁ PASSAR POR MAIS TRANSFORMAÇÕES NOS PRÓXIMOS ANOS”

Inscreva-se:mercadoemfoco.acil.com.br

PÓS NRF Leandro Krug

Consultor de mercado e Especialista em Varejo

E-commerce x

Varejo Físico André YuiKey Design

Inovação e Varejo

José Carlos Rocha Júnior

Vivo COMPORTAMENTO

DO CONSUMIDOR Everton Muffato

Muffato

SOLUÇÕES PARA O VAREJO

Fabíola Paes Oasislab

21 marçode

realização:

EVENTOespecial varejo

buscando novos hábitos de consumir e isso inclui a forma como olham para as operações de varejo, seja ele online ou off-line, e a tecnologia permite que essas operações sejam completamente remodeladas e transformadas. Entender essas transformações antes do tempo permite que os varejistas possam se planejar e sair mais fortalecidos no cenário que se desenha para os próximos anos. Por isso, a ACIL se posiciona dessa forma, estando ao lado dos varejistas para auxilia-los na geração de conhecimento e nesse processo de adaptação”.

“Uma das adaptações que o varejo precisa fazer vai muito além do nível de serviço oferecido. Ela está voltada para a experiência do consumidor, que gerará um diferencial competitivo. Isso não tem nada a ver com o tamanho da empresa. Seja ela pequena, média ou grande, todas são capazes de pensar e executar suas ideias. Outra tendência é a fusão entre varejo virtual e varejo físico. São essas inovações nas operações e no modo de enxergar o mercado que irão decidir quais empresas terão mais sucesso”, ressalta Kumura.

Serviço: O evento Mercado em Foco será no dia 21 de março, a partir

das 13 horas com a abertura para credenciamento, no Aurora Shopping. Mais informações pelo telefone (43) 3374-3082 ou no site www.acil.com.br/forummercadoemfoco.

Essa edição do Mercado em Foco tem a premissa de dar um novo modelo para o evento, abordar as principais tendências relacionadas ao varejo e apresenta-las através de um número maior de palestras e painéis de discussão, dando continuidade ao papel da ACIL de atender as expectativas e necessidades do empresariado

Rodrigo Geara,

superintendente da ACIL

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TECNOLOGIA

UMA ‘BIG’ SOLUÇÃO PARA DECIFRAR OS CLIENTESJá ouviu falar em ‘big data’? Empreendedores de qualquer porte podem entender muito melhor seu cliente e ajustar seu negócio com uma análise profunda de dados

Associação Comercial e Industrial de Londrina 21

O segredo é primeiramente tratar a qualidade dos seus dados, investir em profissionais multidisciplinares que possam ser de TI, mas que também tenham conhecimento de Negócios e pessoas

José Valdoberto Leão,especialista em Business Intelligente, Big Analytics

e processos de negócio

Roberto Nishimura, do APL de TI: “É preciso ter um propósito. Posso ter 100 gigas de banco de dados e não saber o

que fazer com eles. Por isso a formação profissional é tão importante”

Por Marco Feltrin

A informação vale ouro na era digital. Com todos os passos sendo registrados na rede, o usuário deixa a cada navegação um rastro de suas preferências, gostos e hábitos. Dados valiosíssimos para empresas que desejam conhecer melhor seus clientes.

O que já era usado como CRM evoluiu e agora faz parte de um conceito mais amplo: o big data, conjunto de informações captadas por meio de diversas fontes como navegadores e mídias sociais que, ao serem aglutinadas, processadas e analisadas, permitem a geração de valores de negócios cada vez mais precisos.

E engana-se quem pensa que a adoção de soluções de análise de dados para melhoria de desempenho e assertividade é exclusivo de grandes corporações. Para o especialista em Business Intelligente, Big Analytics e processos de negócio José Valdoberto Leão, as micro e pequenas empresas têm uma tarefa até mais fácil para trabalhar com big data.

“Elas têm a possibilidade de fazer processos mais enxutos e cuidar da qualidade dos dados, insumo imperativo para o sucesso do big data”, afirma Leão, dissociando a ideia de que é obrigatório fazer grandes investimentos ao trabalhar com estas soluções. “Do ponto de vista de tecnologia, afirmo que não há necessidade de investimentos pesados em ferramentas, pois o mercado oferece várias opções em código aberto e custo baixo, quando não gratuito. O segredo é primeiramente tratar a qualidade dos seus dados, investir em profissionais multidisciplinares que possam ser de TI, mas que também tenham conhecimento de Negócios e pessoas”.

A doutura em Engenheria de Software pela Escola Politécnica da USP, Sandra Puga, alerta para o risco de que a saúde de uma empresa vá “para o ralo” caso a análise de informações seja feita de forma equivocada. “Hoje os dados são os recursos mais importantes que uma empresa possui para tomada de decisão. Se não forem tratados, analisados e interpretados corretamente, isso pode colocar em risco a operação e o planejamento estratégico desta empresa”, aponta.

Assunto em alta, o big data é um horizonte promissor para profissionais da área de Tecnologia da Informação. “Tanto os profissionais quanto as empresas ainda estão descobrindo a melhor maneira de trabalhar com as tecnologias e dados para obter valor competitivo. Com isto, o mercado está em alta e carece de profissionais especializados”, afirma Sandra, coordenadora de um MBA em Inteligência de Negócio – Business Analytics e Big Data, oferecido pela Unifil de forma inédita em Londrina.

O presidente do Arranjo Produtivo Local (APL) de TI de Londrina, Roberto Nishimura, reforça o cenário positivo para profissionais da área com o big data, que mudou também o comportamento das empresas de tecnologia na região. “As empresas que desenvolvem softwares estão saindo da área operacional e incluindo rotinas de inteligência no seu produto. Em relação às empresas clientes, não adianta simplesmente coletar dados. É preciso ter um propósito. Posso ter 100 gigas de banco de dados e não saber o que fazer com eles. Por isso a formação profissional é tão importante”. Na região do APL de Londrina, que engloba oito cidades da região, uma média de 500 profissionais são colocados no mercado anualmente.

De onde vêm as informações?

Os dados obtidos por meio de big data são divididos em “estruturados” (localização, vendas, contatos), encontrados em softwares de empresas como ERP e CRM, e “não estruturados”, casos das redes sociais como Youtube, Facebook e Instagram. Neste segundo caso, o tratamento das informações é mais complexo, exigindo criação e análise de tags, categorias que incluam as informações em um determinado contexto. Tarefa que precisa ser feita por profissionais de marketing e TI de forma conjunta.

“Nas redes sociais é possível observar o comportamento do consumidor sob diferentes óticas e livre de pré-conceitos. As pessoas demonstram sentimentos e desejos livremente. E aí estão grandes oportunidades para avaliar opinião,

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estrutura familiar, planos de consumo, entre outras informações”, pontua Sandra Puga.

Coletar para fidelizar

Uma das empresas que se destaca no uso de big data como ferramenta de análise de dados e aproximação com clientes é a rede Super Muffato. Desde setembro de 2015, a empresa trabalha com o programa de relacionamento ClubeFato, que além de oferecer benefícios exclusivos aos usuários cadastrados, permite maior conhecimento do cliente e seus hábitos de consumo, gerando ofertas e promoções personalizadas.

Foram dois anos de pesquisa até o lançamento do programa. Para participar, basta ao cliente fazer um cadastro gratuito e informar o CPF no momento da compra e obter descontos. Em totens instalados na entrada do supermercado, o consumidor pode imprimir uma lista de produtos com descontos para quem faz parte do clube. As informações também estão disponíveis no site e no aplicativo.

“O sistema que gerencia o aplicativo foi desenvolvido utilizando-se as mais modernas linguagens e ferramentas de inteligência artificial que, através de algoritmos, permitem o cruzamento de dados. O ClubeFato representa sem dúvida um marco no relacionamento da rede com os clientes, pois permite maior interação e assertividade na relação. Através dele, proporcionamos mais economia, mais qualidade, mais variedade e ainda nos antecipamos às necessidades e desejos dos consumidores”, avalia Regina Pereira, gerente de Marketing do Grupo Muffato.

O céu é o limite

Londrina se consolida como polo de Tecnologia da Informação. Não à toa, recebeu o apelido de Cidade Genial. Exemplo bem sucedido desta vocação foi a Arquivus, empresa criada em 2008 na Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e incorporada em 2016 pela Acesso, gigante do setor de análise de dados.

Depois de iniciativas bem sucedidas em soluções para gestão de documentos e nota fiscal eletrônica, além de leitura de gabaritos para instituições de ensino, a antiga Arquivus deu um enorme salto em 2014 ao apostar em big data, mais precisamente na criação de soluções com biometria facial.

A ideia partiu de uma loja de móveis e eletrodomésticos preocupada em barrar fraudadores. “A gente viu que era um excelente mercado, já que as empresas perdem bilhões com fraudes. A empresa perde o produto, tem custo com cobrança, processos jurídicos. Criamos um equipamento que tirava foto dos clientes e digitalizava os documentos mais rapidamente, substituindo os scanners em um processo até oito vezes mais rápido. E todas estas informações eram compartilhadas entre as empresas que estavam conosco, criando um grande banco de dados de clientes”, conta Marcelo Zanellato, um dos sócios da empresa.

A iniciativa cresceu, chegou às grandes redes de varejo do país e após dez meses de negociação foi abraçada pela Acesso, empresa que figurou por três anos seguidos como a que mais cresceu no Brasil, sempre acima dos 100%.

O volume de clientes cadastrados chega a 1,5 milhão por mês. “A gente está criando uma rede de empresas que, ao mesmo tempo em que são concorrentes, estão se ajudando. A fraude não é um diferencial competitivo, arrebenta com todo mundo. Quanto mais gente alimentando a base de dados, mais segura ela é”, explica Zanellato.

O próximo passo é usar os dados para desburocratizar processos, criando uma base de identificação positiva através da biometria facial. Com o registro do rosto do cliente e dos seus hábitos de consumo, será criada uma classificação que permitirá ao lojista, apenas com uma foto, saber que se trata de um bom pagador, um cliente “cinco estrelas”. “A foto pode até substituir a senha do cartão de crédito. Quer pagar com o cartão? Tira uma selfie. Validou, está pago. Todos os documentos podem estar reunidos em um aplicativo. Com isso, a empresa consegue ter segurança total sobre o cliente. Sem big data, seria impossível fazer isso”.

Marcelo Zanellato, da Acesso: Soluções com biometria facial foram desenvolvidas

através da tecnologia big data

Regina Pereira, do Grupo Muffato: Empresa apostou na tecnologia

para se aproximar e atender necessidades e desejos dos

consumidores

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ENTREVISTA

O executivo da TCS, Bruno Rocha, garante Londrina como base para a expansão das operações da companhia indiana no Brasil e exalta capital humano da cidade

Por Lúcio Flávio Moura

Como os altos executivos do País enxergam Londrina? A cidade é tão sedutora assim aos olhos de um profissional globalizado do mundo dos negócios?

Após uma rápida conversa com o carioca Bruno Rocha, 42 anos, um destes gestores com sólida formação acadêmica (graduação em Engenharia Civil pela UFMG, MBA em Finanças pelo Ibmec, Master em Gerenciamento Geral na britânica Universidade de Conventry) e com currículo invejável (passagens em altos postos na Brasil Telecom e Telemar), é possível dizer que sim.

A impressão positiva de Rocha, diretor financeiro das operações da Tata Consultancy Service no Brasil e no México, foi decisiva para a escolha de Londrina como base para a expansão da TCS no país. Os indianos se impressionaram com a participação dos estudantes de ensino superior na população total e com a qualidade do curso de Tecnologia da Informação (TI) oferecido pelo Senai.

A empresa tem um portfólio diversificado de consultoria que abrange áreas como TI, BPO, infraestrutura e engenharia e se instala em centros com proficiência em capital humano. A promessa é que no pico da operação na cidade o dellivery center da TCS irá gerar 4 mil postos de trabalho. Na primeira fase serão 700 empregos. O primeiro endereço será no Calçadão, mas outros imóveis deverão ser ocupados à medida que os investimentos forem aumentando e demandando mais espaços. Por questões de mobilidade, a TCS usa uma política global de incentivo ao transporte coletivo entre os colaboradores e sempre busca se fixar em regiões próximas a grandes estações de transporte, no caso de Londrina o Terminal Central entre a Avenida Leste Oeste e a rua Benjamin Constant. Uma ótima notícia para o centro da cidade, que pode ganhar vida nova a partir de um grande afluxo de trabalhadores. A seguir, trechos da entrevista concedida por telefone à reportagem da Mercado em Foco.

Mercado em Foco - Para um grupo de operação global, qual a característica mais desafiadora do mercado brasileiro neste momento?

Bruno Rocha, da TCS: “O que a gente busca em Londrina é tanto profissionais juniores dentro das universidades quanto profissionais

experientes que também se formaram na cidade ou têm interesse em residir nela. São eles que vão construir nosso núcleo operacional”

TCS, UMA APOSTA NOTALENTO PE-VERMELHO´

Associação Comercial e Industrial de Londrina 25

Bruno Rocha - Nossa operação no Brasil atende basicamente mercado interno, em especial as multinacionais que atuam no Brasil. Então nós não concorremos com ninguém no mercado externo. Assim como os concorrentes no ambiente doméstico, nos esforçamos muito para manter um time com potencial para desenvolver projetos complexos, com alto nível de tecnologia disponível e lidar com o alto custo disso.

MF - O custo Brasil assusta o Grupo Tata?

BR - O custo interno é um problema nosso e dos concorrentes. O custo de importação de serviços é muito caro no Brasil e isso também diminui toda a competitividade do segmento. E praticamente todas as cadeias de produção utilizam serviços como o nosso. Ter uma TI mais cara onera toda a economia e ter uma mão de obra pouco especializada também.

MF - A formação educacional da mão de obra também é um problema para o setor de TI?

BR - O número de engenheiros formado no Brasil em relação ao total é de 15%. Em outros mercados, esta fatia é o dobro. Isso diminui o capital humano disponível e encarece o serviço. Um técnico de TI dificilmente vai sair de um bairro mais pobre, quase sempre é de um bairro mais abastado, onde a educação é melhor. É um fator de oneração e de perda de competitividade, não só em relação a Europa, Estados Unidos ou Japão, mas também a países com renda semelhante como o México ou Argentina.

MF - Como a TCS avalia a modificação na legislação trabalhista?

BR - O ajuste que ocorreu é fundamental para que se conceba as novas formas de trabalho. Especialmente as empresas cujo negócio e tecnologia desafiam o modelo convencional. A nova legislação contribui para reduzir esta dificuldade. Também porque a menor regulamentação facilita a expansão do mercado de trabalho.

MF - Como Londrina, que concorreu com Juiz de Fora (MG) e Campo Grande (MS) para receber o delivery center, conquistou a preferência da TCS?

BR - O fator número um de escolha para o segmento são os recursos humanos. Nosso único insumo real é o capital humano. Eu digo que não há fábrica de móveis onde não tem madeira. A disponibilidade da mão de obra é, de alguma forma, preponderante. A facilidade para capacitá-la também conta muito. Salvo engano, são 50 mil estudantes que vivem em Londrina, quase 10% da população do município. E há também um enorme pool de profissionais que se formaram na cidade e que migraram em busca de emprego e que, eventualmente, teriam interesse em retornar, com uma carga muito interessante de experiência. O que a gente busca em Londrina é tanto profissionais juniores dentro das universidades quanto profissionais experientes que também se formaram na cidade ou têm interesse em residir nela. São eles que vão construir nosso núcleo operacional.

MF- Há planos da TCS em formar parcerias com as instituições de ensino? Como isso se dará?

BR - Vamos desenvolver um programa de bolsas no ensino superior, a expectativa é já ter isso no segundo semestre deste ano. Também teremos apoio do Senai, uma instituição importante na cidade. O curso técnico em TI na unidade de Londrina é a melhor do País. É um Senai maduro, bilíngue e muito calcado no empreendedorismo. A estrutura que o Senai oferece e que promete incrementar foi um fato decisivo na nossa escolha.

MF- A princípio serão 700 empregos e o planejamento é alcançar 4 mil novos postos de trabalho a médio prazo. Como será o ritmo desta expansão?

BR - Temos uma estrutura provisória onde atuam 70 colaboradores. Esta estrutura vai funcionar até que o centro propriamente dito esteja pronto. A previsão é que em abril este local já esteja adequado para receber pelo menos 700 posições. A ocupação do

centro será gradual. Não é simples. Temos que primeiro montar um time experiente, que ganha competência para depois ganhar escala. O preenchimento destas 700 posições deve ocorrer num prazo razoável, que eu diria cerca de dois anos. Evidentemente que tudo depende do crescimento do negócio. Quanto maior o centro fica, mais rápido ele cresce. Os 4 mil postos de trabalho é o contingente que a gente ocupa em outros deliveries center da companhia. É um tamanho padrão. É importante dizer ainda que não teremos outro centro como este no Brasil. Nossa operação será centralizada em Londrina, mais especificamente na área central. Pretendemos ir ocupando outros prédios na mesma região, mantendo nossa estrutura próxima do Terminal Urbano, uma facilidade para os colaboradores que a gente não abre mão. Em qualquer outra região, teríamos um impacto enorme na mobilidade, o que reduziria nosso nível de produtividade.

MF- O que a TCS espera de um colaborador? Quais são as virtudes mais valorizadas pela empresa?

BR - Como nosso negócio demanda mão de obra intensiva, nós pensamos a equipe a longo prazo. A TCS só aumenta receita aumentando o quadro de trabalhadores. Nosso foco é trabalhar com pessoas que queiram construir uma carreira na companhia. A formação de um profissional que entra na empresa como trainee até alcançar o nível sênior pode ser de até 10 anos. É um processo grande de investimento. Queremos trabalhadores com foco no autodesenvolvimento, no desenvolvimento de idiomas, uma vontade de se juntar a nós para construir uma carreira a longo prazo. Este é o perfil que a gente busca.

MF - Como está o recrutamento on-line para compor a equipe? Já há um perfil de quem se interessou em trabalhar na TCS?

BR - A gente recebeu um grande número de currículos. Aliás, quanto mais currículos, melhor, porque, repito, os recursos humanos formam a base da nossa operação. À medida que o centro ficar pronto, os selecionados começarão a ser chamados.

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Por Amanda de Santa

Foi-se o tempo em que as vendas dependiam apenas da combinação de ter bons produtos (ou serviços) e de oferecer ótimo atendimento.

É claro que são fatores que continuam sendo fundamentais nos dias de hoje, mas a conquista de novos clientes e da fidelização de público requer muito mais esforço por parte do empreendedor.

Algumas estratégias de inteligência comercial ajudam os empresários a tomar decisões mais acertadas na hora de conceder crédito, vender com segurança e ganhar novos consumidores.

O consultor e gerente regional da Serilon, Murilo Gomes, diz que o conceito de inteligência comercial chegou ao Brasil pelo livro Receita Previsível, de Aaron Ross e Marylow Tyler.

O livro ensina, passo a passo, como colocar em prática o processo de vendas outbound, que levou empresas como a Salesforce e HyperQuality a aumentarem em mais de 300% suas receitas e obterem milhões de dólares em receitas futuras. Desde a publicação, várias startups passaram a utilizar a metodologia.

Gomes explica que inteligência comercial nada mais é do que extrair aprendizado a partir do olhar diário do processo de vendas. É procurar entender, por exemplo, como se dá a jornada de compra do cliente, quantas pessoas que passam

Murilo Gomes, da Serilon:

“Inteligência comercial é um

processo de análise e observação e,

depois, ação”

ESTRATÉGIA

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Venda de benefícios

Inteligência comercial também é entender que, hoje, o cliente não adquire um produto ou serviço apenas por suas características e funcionalidades. As pessoas querem comprar benefícios.

Contudo, a consultora e facilitadora empresarial Regina Nakayama esclarece que o benefício não deve ser trabalhado pelas empresas como uma simples política de descontos ou qualidade no atendimento. “Tem que ser algo surpreendente”, define. Ela explica que pode ser uma coisa palpável, como um brinde, ou intangível, uma experiência diferenciada no momento da compra, por exemplo.

Na avaliação de Regina, a base para a entrega de benefícios já é proporcionar um atendimento de excelência. “Tem empresas que oferecem muitos benefícios, mas o bom atendimento não acontece”, lembra.

Segundo ela, para agregar valor na venda e estimular o desejo de compra, o gestor precisa identificar o público-alvo, entender o perfil dos clientes, conhecer e se aprofundar nas características deles, descobrir o que eles procuram além do óbvio. “Tem que buscar o gancho de valor e depois trabalhar o conteúdo de forma dinâmica e simples”, sugere. E, é claro, entregar algo a mais sem cobrar nada por isso.

diariamente pelo estabelecimento entram nele, se a lista de e-mail marketing da empresa é qualificada e o conteúdo enviado é interessante, qual é a taxa de abertura dessas correspondências virtuais, quantos consumidores retornam à loja após a primeira visita.

“Inteligência comercial é um processo de análise e observação e, depois, ação”, resume. Gomes explica que a estratégica não é fácil de ser aplicada na maioria das empresas, especialmente nas menores, porque o dono normalmente é aquele que faz tudo, cuida da contratação de funcionários, do caixa, das vendas, da compra dos produtos e, por isso, não consegue parar durante a rotina para fazer esse tipo de observação e análise e entender quando e por que uma abordagem não é convertida em venda.

A assertividade na resolução de problemas e melhora nas taxas de conversão passam pela observação do processo de venda, conversa com os clientes, troca de experiências com outros empresários.

O consultor sugere dividir o processo de vendas em etapas, olhar para cada uma delas e entender onde está a falha. “Às vezes, a empresa investe no treinamento de funcionários, mas o problema está na vitrine”, aponta. Segundo ele, para cada uma das etapas existe um “remédio” ou ferramenta que pode ser aplicada para solucionar problemas.

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O benefício tem como objetivo principal fidelizar. “Quem não entrega nenhum tipo de benefício tem chance maior de ser trocado”, afirma a consultora. Ela acrescenta que a comunicação na área comercial tem papel fundamental para o sucesso da política de benefícios.

A equipe precisa estar preparada para expor todas as vantagens ao consumidor e convencê-lo de que fará um bom negócio. Para a facilitadora empresarial, o processo de venda é desafiante e requer conhecimento, atitude, poder de argumentação. “Muitas vezes, vemos que o cliente está disposto a comprar, mas não sabemos o quanto os vendedores estão dispostos a trabalhar uma venda”, pondera.

O cartão fidelidade é um dos exemplos mais populares quando se fala em venda de benefícios. Porém, Regina aponta que, na ânsia de oferecer algo diferenciado, muitas empresas começaram a dificultar o acesso às vantagens, colocando diversas barreiras no meio do caminho. “É preciso facilitar o ganho do cliente”, ensina. Para ter resultado na conquista e fidelização do cliente por meio da oferta de benefícios, a consultora diz que é necessário fazer um bom planejamento. “Tem que usar a criatividade”, completa.

Ferramenta segura e eficaz

De nada adianta oferecer bons produtos ou serviços, manter uma equipe de vendedores bem treinada e entregar benefícios atrativos aos consumidores se a empresa não consegue ter segurança e garantia de recebimento das vendas. A gerente da ACIL, Cláudia Pechin, cita o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) como uma importante ferramenta para análise de crédito.

Ela explica que, no passado, o sistema era utilizado apenas para verificar se um cliente tinha alguma restrição ou o nome negativado. Porém, a ferramenta foi ampliada em nível de informação e abrangência. “Hoje, ela consegue fornecer o perfil da empresa ou pessoa física consultada”, afirma. Com um detalhamento maior de dados, as empresas conseguem definir com mais segurança qual tipo de crédito podem oferecer para cada cliente na hora de efetivar a venda.

Com acesso aos dados cadastrais, restrições, pendências financeiras, protestos, é possível analisar o comportamento do cliente no mercado, avaliar os riscos da venda e, consequentemente, minimizar os prejuízos. Segundo a gerente comercial, os serviços de proteção ao crédito da ACIL são exclusivos para os associados. Mais informações sobre a adesão a esses produtos estão disponíveis no site da entidade (www.acil.com.br) ou pelo telefone (43) 3374-3000.

Crédito seguro

Para o gerente administrativo da empresa Móveis Brasília, Cristian Sola de Figueiredo, a integração do SPC com o Sistema de Gestão Empresarial agilizou bastante o processo de venda.

Segundo Figueiredo, a ferramenta é utilizada tanto pelos funcionários do atacado como do varejo. Ele explica que, antigamente, a informação gerada pela pesquisa no SPC podia ser visualizada apenas pelo usuário que fez a consulta. Ele checava se havia alguma restrição de crédito e isso se perdia, não tinha como salvar ou gerar um histórico.

“Há cerca de um ano e meio, implementamos a consulta online. Quando alguém faz a pesquisa em uma das nossas lojas, a informação fica gravada no sistema e é replicada para todas as outras”, conta. Segundo Figueiredo, isso agilizou e tornou mais eficiente o processo de concessão de crédito. “A gente gastava muito com reconsulta”, justifica. Além de pagar a mais por consultas desnecessárias, os funcionários desperdiçavam tempo ao pesquisar um consumidor que já havia sido consultado recentemente.

A integração dos sistemas também foi importante para os gestores porque eles conseguem ver se um consumidor que hoje está inadimplente tinha ou não restrição de crédito no dia em que a venda foi efetivada. “Antes, eu tinha que confiar no meu crediarista”, lembra.

Para o gerente administrativo, a ferramenta é bastante vantajosa porque garante qualidade de crédito. Após a integração, ele afirma que diminuiu os gastos com as consultas e ainda conseguiu reduzir o número de inadimplentes, mesmo em um ano de crise.  

Para a consultora Regina Nakayama, benefícios são características da venda inteligente. “Quem não entrega nenhum tipo de benefício tem

chance maior de ser trocado”

Segundo Cristian Sola de Figueiredo, do Móveis Brasília, SPC agilizou e tornou mais eficiente o processo de concessão de crédito, além de

reduzir número de inadimplentes na empresa

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ARTIGO

Por Marco Kumura

Não importa o tamanho da sua empresa ou mercado em que atua, cada vez mais a melhoria da “Experiência do Consumidor” ou “Customer Experience (CX)” serão essenciais para a competitividade e para ocupar um espaço de destaque na mente e no coração de seus consumidores.

Mas não confunda a “Experiência do Consumidor” com “Serviço ao Consumidor”. Um atendimento de qualidade, facilidade de acesso a informações no seu site, a forma e velocidade como os problemas são resolvidos ou o nível de cortesia e empatia de seus colaboradores são elementos básicos de “Serviço ao Consumidor”. Há muito tempo eram diferenciais, hoje são mandatórios. E estes elementos são apenas uma pequena parte da “Experiência ao Consumidor”.

E para melhorar a Experiência de nossos Consumidores precisamos entender de forma plena este termo, que começa a partir do momento em que ele toma consciência que sua empresa e sua marca existem.

Na empresa Disney absolutamente tudo é estruturado para que todo e qualquer contato com o consumidor seja agradável, fácil e inesquecível, proporcionando momentos e experiências únicas para cada indivíduo.

Entre no site, baixe o aplicativo e veja as funcionalidades, e se puder, compre os ingressos e veja como tudo efetivamente funciona. Colaboradores treinados para orientá-lo sempre com um sorriso e com formas específicas para falar com você e com as crianças. Os personagens fantasiados, com pessoas diferentes, e espalhados nos parques, aprendem a desenhar a assinatura

DESVENDANDO A EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDORA conquista da lealdade para a competitividade

do Mickey da mesma forma. Se estiver fazendo aniversário, se for sua primeira vez nos parques, você pode receber broches indicando estas particularidades, e o tratamento será ainda mais especial.

E não estamos falando somente das pessoas, afinal toda a infraestrutura foi desenhada para que nada prejudique a magia. Túneis subterrâneos levam mercadorias para as lojas e retiram o lixo para que ninguém perceba. Cheiros especiais e sons nas filas, cuidadosamente preparados para que não perceba o tempo passar. Enfim, cada detalhe que interage com você.

Começou a perceber a dimensão do tema? O Nubank, uma fintech brasileira, que

fornece os famosos cartões de crédito roxos, sem taxas e sem agências, entendem que uma operação não é infalível a erros. Mas quando acontecem, é preciso resolver o problema e buscar o que chamam de “Fator Uau!”, ou seja, surpresa total. Há muitos casos em que a equipe desta empresa envia cartas escritas à mão, com mensagens criativas, ou até mesmo presentes inusitados na cor roxa, lembrando as cores da empresa.

A rede de café Starbucks te chama pelo nome quando entrega seu café. Os atendentes dos restaurantes Outback atendem você abaixados ao lado da mesa para que fiquem na altura dos olhos do cliente, e sabem tudo sobre o cardápio e como sugerir de forma rápida e precisa. Tudo isso dentro de um ambiente decorado e com uma atmosfera temática.

Esses diferenciais todos não precisam ser exclusividade de empresas grandes e poderosas. Muitas coisas não precisam de grandes investimentos, somente vontade

de fazer acontecer. Basta seguir os seguintes passos:

Estabeleça uma visão centrada no cliente para sua empresa;

Entenda a jornada do cliente: conheça tudo do início ao fim, desde quando ele começa a se relacionar com sua marca, cada etapa de interação de seus funcionários, com o site, com o call center, aplicativos, até a entrega e utilização do produto ou serviço. Você deve se colocar no lugar do cliente, em cada etapa, e ao fazê-lo certamente terá muitas ideias;

Espalhe e dissemine esta visão e esta cultura para todos da equipe;

Sempre busque estabelecer um vínculo emocional com seu consumidor;

Crie indicadores de satisfação e esteja sempre aberto a ouvir.

Enfim, o consumidor hoje está mais exigente e mais informado. As empresas, para se destacarem, precisam compreender estas mudanças e entender que as pessoas querem vivenciar o mundo de outra forma e desejam estimular seus sentidos.

As marcas e empresas que entenderem estas transformações e souberem se adaptar para este novo consumidor, para esta nova realidade, obterão a lealdade de seu público. Um diferencial competitivo único, sustentável e difícil de copiar.

Já sentiu isso?

Marco Aurélio Kumura é consultor, colunista da Rádio CBN Londrina, professor

de MBA e palestrante.

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MOEDA VIRTUAL

Por Beatriz Amaro

“Bitcoin é empolgante porque é barato”, afirmou Bill Gates. Difícil entender a sentença – quase tão difícil quanto precisar o valor exato da criptomoeda mais famosa do mundo. Em 17 de janeiro, depois de uma queda de 10,48%, um bitcoin valia R$ 33.300. No mês passado, o valor girava em torno dos R$ 50 mil. Não parece nada barato. O que quis dizer, então, o fundador da Microsoft? Para tentar responder à pergunta, é preciso entender o que é, para que serve e como funciona o bitcoin.

Uma criptomoeda é uma moeda digital (ou virtual) que utiliza a criptografia para garantir a segurança das transações financeiras que a envolvem. Acredita-se que o bitcoin começou a ser desenvolvido em 2007 por Satoshi Nakamoto, uma pessoa (ou grupo de pessoas) de quem se sabe apenas o nome, e que, um ano

AS MUITAS FACES DO BITCOINVantagens e riscos da criptomoeda - que funciona de meio de pagamento a ativo passível de especulação - chamam a atenção do mercado financeiro

depois, publicou um artigo intitulado “Bitcoin: Um sistema eletrônico de pagamento peer-to-peer”, ou seja, de pessoa para pessoa, onde o computador de cada usuário conectado realiza funções de servidor e cliente ao mesmo tempo. Isso significa que o bitcoin é uma moeda descentralizada, que dispensa a presença de uma autoridade central/instituição financeira para existir (como acontece com as “moedas reais”, como o dólar, o euro, o real, a libra, etc.). O sistema de produção de bitcoins, conhecido como mineração, é baseado em cálculos matemáticos resolvidos por usuários com computadores com alta capacidade de processamento. Os resultados destes cálculos compõem a blockchain, uma espécie de “livro contábil aberto” totalmente rastreável por quem faz parte da rede.

Em 2011, estabeleceu-se a paridade entre bitcoins e o dólar norte-americano. A partir daí, a moeda começou a se

popularizar, e a ideia de fazer negócios sem depender de um banco atraiu cada vez mais pessoas. Além disso, a ausência de um mercado financeiro que a regule faz com que ela seja livre de taxas: um bitcoin vale um bitcoin em qualquer lugar do mundo. Isto chamou a atenção para sua utilidade como meio de pagamento, que é a grande função de uma criptomoeda na visão de Eduardo Contani, professor e doutor em Administração com ênfase em Finanças pela Universidade de São Paulo (USP). Para ele, “bitcoin não é investimento e nem moeda, mas o maior experimento social que ainda não foi rompido”. Uma moeda virtual é interessante porque, além de quebrar o paradigma da dependência humana em relação às instituições financeiras e estatais, a não incidência de tributos sobre as transações faz com que elas sejam mais vantajosas. É daí que vem a declaração de Bill Gates.

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“BITCOIN NÃO É INVESTIMENTO E NEM MOEDA, MAS O MAIOR EXPERIMENTO SOCIAL QUE AINDA NÃO FOI ROMPIDO”

O BITCOIN COMO INVESTIMENTO

Apesar de funcionar muito bem como meio de pagamento, o bitcoin se popularizou entre investidores. Este, na opinião de Contani, é um uso arriscadíssimo do ativo, que se comporta como uma commodity: a volatilidade nos preços é crescente e não há garantia de valor de mercado. Hoje, um bitcoin pode valer R$ 30 mil; amanhã, o valor pode aumentar para R$ 50 mil ou diminuir para R$ 10 mil – o que determina o preço são leis nebulosas de oferta e procura. “O risco para quem investe em bitcoins é infinito. No ano passado, foi a moeda digital que menos subiu. Moedas virtuais não têm nenhuma segurança porque não são regulamentadas”, afirma o professor.

Além disso, o bitcoin não tem lastro (garantia implícita de um ativo) e não é um meio fiduciário (substituto das moedas sem lastro cuja garantia se baseia na confiança de que governos

não inflacionarão o ativo), portanto “é uma coisa de momento”, nas palavras de Contani. Ele explica que o bitcoin é “uma moeda deflacionária, ou seja, não corre inflação sobre ela. Hoje o real vale menos que daqui a 10 anos. Um bitcoin sempre será um bitcoin”.

O que pode ser feito sem que se corra riscos tão grandes é especular. Luis Outi, assessor de investimentos, acredita que “não se investe em moeda – especula-se com a variação. Para especulação de curto prazo com capital reduzido, eu diria que o bitcoin é muito indicado. Ele sobe rapidamente, então é possível ter lucro. Se ele cair, não se perde tanto assim”.

A compra de bitcoins, seja qual for sua cotação, também pode representar um negócio interessante para quem tenha intenções menos especulativas e mais marginais, como a lavagem de dinheiro. Outi lembra que “o bitcoin é uma maneira fácil de mandar dinheiro para fora do país, sem que ninguém saiba, e depois trazê-lo de volta. Pode-se até perder alguma coisa com a desvalorização, mas ele continuará limpo”. Este é um dos motivos pelos quais o governo federal e demais autoridades estão relutantes quanto à regularização da moeda no país.

Quem deseja adquirir bitcoins deve refletir também sobre os riscos associados à guarda e “manuseio” da moeda virtual. Ao adquiri-la, o detentor recebe uma chave privada que funciona como uma espécie de senha e que permite o recebimento e a transferência de bitcoins. A chave fica guardada em uma carteira, que pode ser virtual, online ou em hardware, por exemplo, e exige os mesmos cuidados que o armazenamento de dinheiro em espécie. Se uma pessoa salva suas chaves em um pen drive e o perde, não há nenhuma forma de recuperar o que foi perdido.

Existem inúmeros tipos de carteira, bem como vários outros riscos e vantagens que o bitcoin pode oferecer. A maneira mais segura de obter estas informações é recorrer a uma corretora. O professor Eduardo Contani dá a

dica: “comprar de alguém que te vende diretamente [peer-to-peer] é mais arriscado ainda, especialmente para um iniciante. Tem muita gente que usa bitcoin para esquemas de pirâmide. É possível checar se o endereço que você recebeu é válido, mas isto é difícil para quem está fora do mercado financeiro. É melhor ficar num porto seguro e conversar com quem já investe”.

BITCOIN NO COMÉRCIO

No Japão, mais de 260 mil estabelecimentos comerciais aceitam bitcoins como forma de pagamento. O país tem o maior mercado de câmbio da moeda no mundo e abriga as grandes corretoras de criptomoedas.

Países como a China determinaram o fechamento destas corretoras, além de proibirem atividades de financiamento através das ofertas iniciais de moedas. O Brasil segue trajetória parecida: a

Para Eduardo Contani, da USP,só é interessante que um empresário aceite bitcoins em seu negócio “se houver alguma solução como uma máquina, por exemplo,

que o converta instantaneamente em dinheiro”

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Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proibiu a compra direta de moedas virtuais por fundos de investimento regulados e registrados no país.

Com uma legislação extremamente endurecida quando se trata de criptomoedas, é difícil converter bitcoins em reais. Segundo Contani, só

é interessante que um empresário aceite bitcoins em seu negócio “se houver alguma solução como uma máquina, por exemplo, que o converta instantaneamente em dinheiro”. Outi afirma que, hoje em dia, “pode demorar até uma semana para que esta conversão seja feita. Até lá, a moeda pode ter desvalorizado muito.” Mesmo

assim, cerca de 25 estabelecimentos aceitam bitcoins como forma de pagamento em Londrina.

Para o “cidadão comum”, que não está inserido no mercado financeiro, Contani afirma que a principal aplicação da criptomoeda poderia ser, portanto, como meio de pagamento. “É difícil ser seu próprio banco, mas é vantajoso. Muitos brasileiros não trabalham com bancos e também podem ser beneficiados. Para quem faz viagens internacionais, as vantagens são muitas”, avalia. Outi, por sua vez, acredita que “o bitcoin sobrevive com base nas expectativas” e, como elas são altas, neste momento a especulação pode valer a pena. “As pessoas se sentem atraídas pela ideia de ganhar dinheiro fácil”, afirma. É uma via de mão dupla, no entanto: muita gente cai no conto do vigário e acredita em falsas promessas, mas, por outro lado, nas palavras de Outi, “o investimento em criptomoedas é um dos mais arriscados; uma pessoa precisa saber disso antes de comprá-las nas casas de câmbio”.

Luis Outi, assessor de investimentos: “Para especulação de curto prazo com capital reduzido disponível, o bitcoin é muito indicado. Ele sobe rapidamente, então é possível ter lucro. Se ele cair, não se perde tanto assim”

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SÉCULO 21

EXPRESSÃO, SUBSTANTIVO FEMININOA Mercado em Foco homenageia as mulheres ouvindo quatro moradoras da cidade que tentam traçar um painel sobre o mundo que interferem nelas e sobre as interferências delas no mundo

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Por Samara Rosenberger

Dizem que você só evolui ou aprende algo quando conversa com alguém que discorda ou tem uma visão de mundo diferente de você. Pensar diferente é pensar grande. Por isso, reunimos mulheres de gerações distintas para saber o que cada uma delas pensa sobre temas debatidos na atualidade. Convidamos você a passear sobre essas incríveis mentes, as quais representam mulheres de força, que deixam suas marcas por onde passam e lutam para ser melhores para sua cidade, para seu negócio, para seus entes queridos e, principalmente, para si mesmas.

O que te faz querer ser melhor e diferente?

Ana Luisa: “É se revoltar com aquilo que vê. Já fui muito militante em questões políticas, mas eu me esgotava demais. Foi quando percebi que eu podia militar pela minha própria vida. Hoje, faço questão de debater com as pessoas do meu círculo, de questioná-las e atuar na profissão na qual me identifico. Tento ser melhor comigo mesma para conseguir ser melhor com os outros. Às vezes, sinto que meus discursos não condizem com o que eu sinto. Penso que eu quero melhorar para me libertar das questões que são impostas para toda e qualquer mulher.”

Paula: “A minha busca em ser uma pessoa melhor está ligada à minha espiritualidade, em querer corresponder melhor à pessoa que Deus deseja que eu seja. Isso exige que eu redirecione melhor as minhas escolhas e comportamentos, e redefina meus valores. Não é nada fácil, são mais erros do que acertos. Mas a idade e as experiências de vida trazem ajuda imprescindível nesse processo: o auto-conhecimento.”

Marisol: “Acredito na força da mulher, na sua capacidade de se destacar e realizar. Acredito que somos protagonistas de um mundo melhor pela sensibilidade e capacidade de ser mulheres de mil e uma utilidades. No mercado de trabalho, a mulher já mostrou que veio definitivamente para revolucionar. Ela conquista, dia a dia, seu espaço, acumulando papéis e responsabilidades frente à sua empresa e família, preservando a feminilidade, sem perder a essência de alma feminina e do papel de ser mãe, esposa, filha, amiga e gestora. O que me motiva é poder contribuir e trazer algo de novo e positivo para outras mulheres. O lema do Conselho da Mulher Empresária da ACIL e meu lema de vida é que juntas somos mais sempre. É gratificante e não tem preço.”

Flora: “Sempre tentei me educar de forma a nunca querer ser melhor que outros em todos os aspectos, mas se faz necessário ser melhor nas relações com as pessoas, na busca pela afetividade.

Gostaria de me organizar de forma a conseguir elaborar projetos para levar as pessoas a conquistarem mais seus direitos e felicidade.”

Qual é a melhor forma de ampliar a participação feminina na política?

Ana Luisa: “Falta educação para as meninas, não na escola, mas em casa. Aquele incentivo de que você pode, de que seu lugar é ali, de que você não foi feita para ficar em casa. Nos falta coragem de enfrentar e dizer que a política também é o nosso lugar. Acredito que outras leis seriam feitas se as mulheres estivessem em maior quantidade no Legislativo. A Maria da Penha, por exemplo, é uma lei mal aplicada e burocrática. Acredito que, se existissem mais mulheres no poder, o nosso cotidiano seria melhor.”

Paula: “A mulher precisa entender que é sujeita de direitos e deveres na mesma medida que o homem e que tudo que nos faz diferente dos homens - e somos - não altera em nada a nossa dignidade ou as nossas capacidades. Tive a oportunidade de conhecer juízas e servidoras que exercem seu ofício com a mesma maestria que os homens. Da mesma forma, tive a oportunidade de trabalhar com juízes e colegas que tratam as mulheres com absoluto respeito e igualdade. Vejo mulheres construindo prédios, engenheiras e mestres de obras. Vejo

Paula Nadya Melanda Mendes, 40, advogada e servidora pública federal

Marisol Chiesa, 50, empresária e presidente do Conselho da Mulher Empresária da ACIL

“ACREDITO NA FORÇA DA MULHER, NA SUA CAPACIDADE DE SE DESTACAR E REALIZAR”

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médicas, mulheres dirigindo ônibus, lecionando. E também mulheres que decidiram não trabalhar fora para cuidar da família. São mulheres tomando decisões e exercendo suas capacidades e habilidades, sem limitações de ofício. Então por que não participar da administração de sua cidade, do seu estado e do seu país, se houver uma disposição pessoal para isso? Por que não participar de decisões políticas? Para isso, penso que, primeiro, há uma necessidade de mudança de pensamento em nós mesmas, no sentido que a política também pode ser um campo para atuação da mulher, quando vocacionada. É preciso buscar meios para que a participação da mulher na política se torne mais natural para todos, homens e mulheres.”

Marisol: “A mulher já está conciliando atividades profissionais e pessoais, e isso contribui significativamente para estabilidade do negócio. A mulher tem necessidade de estar atualizada e busca estar atenta aos movimentos. Nós já crescemos muito. A nossa participação na vida política é fundamental. Temos que entender que o papel social desempenhado por nós, mulheres, é fortíssimo. Na hora do voto, temos de eleger representantes com ética e responsabilidade. A nossa participação ainda é muito tímida junto aos cargos políticos, mas a tendência é crescer cada vez mais.”

Flora: “Primeiro, conscientizá-las de que política não é esta forma desacreditada que vemos na mídia e este estereótipo criado pelos corruptos. Política é uma ação muito mais ampla, e é necessário que as mulheres percebam que o papel delas nesta vida é muito mais do que o consumo do entretenimento e dos produtos midiáticos. As mulheres precisam ler, estudar, ter posturas. Para isso, precisam sair da frente da televisão, celular e outras plataformas ideológicas de interesses privados.”

O que é padrão de beleza e o quanto isso é importante pra você?

Ana Luisa: “Para mim, é imposição. Às vezes, não percebemos isso porque é algo que flutua e não é concreto, mas é incutido nas

meninas pela mídia. Desde pequena, crescemos com a ideia de que é preciso ser branca, magra, de cabelo liso e usar roupa da moda. Muitas vezes, achamos que o padrão vai mostrar para o mundo o nosso valor. Muitas meninas adoecem por isso e têm transtornos alimentares. A minha mãe me dizia: ‘você tem que se arrumar’, como se ter um namorado fosse meta de vida. Sei que ela não dizia por mal. Se um dia eu tiver uma filha, não gostaria de fazer os mesmos comentários. Não me encaixo no padrão de beleza imposto pela sociedade e sinto até vergonha de como isso influenciou a minha vida.”

Paula: “Nós, mulheres, somos vaidosas, gostamos e queremos nos sentir bonitas. O problema é quando nosso referencial são os padrões de beleza impostos, quando nos dizem o que é bonito e o que não é, nos fazendo esquecer de quem nós somos. Faço muitas coisas que me fazem sentir bonita, como cuidar da minha alimentação, praticar atividades físicas, me vestir bem, um batom antes de sair. Mas tenho aprendido que o meu referencial de beleza deve ser sempre um olhar generoso comigo mesma. É assim que vivemos em paz quando não nos vemos retratadas nos modelos de beleza que predominam.”

Marisol: “Padrão de beleza para mim é ser e estar bem. Tenho um perfil um pouco conservador. Dificilmente, você vai me ver mudando o corte de cabelo. Se eu estou bem, se eu coloco uma roupa e me sinto bem, isso é o que importa. Padrão de beleza é se sentir bem e se sentir feliz. Quando você está assim, sua energia é positiva e mostra o quanto você está feliz. Isso torna a mulher mais bonita do que já é.”

Flora: “Na minha opinião, a beleza não tem que ter padrão. Ela vem do seu interior, do seu jeito de viver, de amar, da alegria e solidariedade que você transmite. Agora, é importante a mulher se amar e se cuidar. Não deixar que a tristeza ou o sol, por exemplo, a faça envelhecer antes do tempo.”

Ana Luísa Braga Cabral, 25, revisora de texto, estudante universitária de Letras

Flora Neves, 54, jornalista e docente da UEL

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PERFIL

Por Michelle Aligleri

A Associação Médica de Londrina (AML) tem 76 anos e muita história para contar. A entidade está entre as mais antigas do município e agora dá um passo que marca o seu caminho.

A AML conta com a sua primeira presidente mulher. Beatriz

Tamura assumiu o cargo em 20 de outubro de 2017 e segue à frente da instituição até o ano de 2020. Mas não é de hoje que a Dra Beatriz vem marcando seu nome na associação. Além de ser a primeira médica mulher a presidir a AML, ela também foi a primeira mulher a integrar a diretoria da associação, como diretora do Departamento de Acupuntura.

Com duas especialidades - uma em acupuntura e outra em

Beatriz Tamura: “Estamos permitindo que os problemas antigos sejam solucionados de uma nova forma. E, mais do que isso, estamos vendo os problemas como oportunidades e usando a criatividade para superá-los”

AS VIRTUDES FEMININAS APRIMORAM LIDERANÇA NA AML

Beatriz Tamura é a primeira presidente da Associação Médica e acredita que as capacidades mais comuns em mulheres – visão

muitidirecional e criatividade – vão facilitar sua gestão

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“O OLHAR DA MULHER É CUIDADOSO E PROFUNDO”

medicina do trabalho - e atuando nas duas áreas, a médica assumiu a nova função com uma ideia na cabeça: havia um grande desafio a ser enfrentado.

Desafio para ela, para a nova diretoria e para os colaboradores. As mudanças atingem a todos na rotina, na forma de executar os processos e na busca por novas soluções para os problemas que aparecem.

Dra Beatriz, que antes era a única mulher a integrar a diretoria da AML, traz consigo uma equipe formada por outras quatro mulheres e sete homens, integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal da entidade.

Ela afirma que a visão multidirecional da mulher está fazendo a diferença na gestão da associação. “As mulheres tem uma visão geral, conseguem acompanhar várias situações ao mesmo tempo. São criativas e isso contribui muito com a instituição porque traz novas ideias”, comenta.

Segundo ela, apesar do pouco tempo da nova diretoria no cargo, a presença das mulheres à frente da entidade já trouxe mudanças efetivas. “As reuniões são mais demoradas, mas também são mais produtivas. As nossas ideias e a nossa forma de enxergar as coisas estão deixando os homens inquietos, eles também passaram a contribuir mais, estão motivados e isso é muito positivo”, acrescenta.

O olhar criativo, cuidadoso e ao mesmo tempo firme das mulheres, em especial da Dra Beatriz, é nitidamente percebido na sede da AML. A sala da presidência, decorada com móveis de época, pesados e que trazem seriedade ao ambiente, conta com uma delicada orquídea colorida, dando leveza e graça ao espaço. Essa mistura se mostra também na tomada de decisões, na profundidade das ações e no direcionamento dos caminhos que a AML deve tomar. “O olhar da mulher é cuidadoso e profundo, e isso gera a sensação de acolhimento para com os associados”, define.

Capacitar para inovar

A participação da Dra Beatriz na AML começou há mais de dez anos. Ela passou por vários cargos, e a dedicação à instituição por tanto tempo permitiu que ela tomasse conhecimento dos detalhes administrativos e estruturais da entidade. Apesar disso, o convite para concorrer e o resultado da eleição foram recebidos com surpresa. “É um grande desafio. Meu cargo não tem remuneração e exige uma dedicação intensa. É preciso abrir mão de várias coisas para assumir esta pasta”, destaca. A conclusão de um curso de pós-graduação em Excelência Operacional em Serviços de Saúde, auxiliou na tomada desta decisão e tem direcionado as escolhas na gestão da AML.

A médica afirma que o seu olhar sobre a associação é empresarial e que este é um desafio que se estende a todos que ali trabalham. “Nos reunimos com os colaboradores logo no início da gestão. A maior parte deles tem mais de 20 anos de casa, estamos incentivando que eles se atualizem. Vamos investir em ferramentas e tecnologia para que eles possam atender este

pedido. Estamos buscando uma linguagem de mercado de negócios para a Associação Médica”, explica.

Dra Beatriz complementa que a responsabilidade de estar a frente da AML é muito grande porque a associação tem muitos donos, cada um com suas características, ideias e é preciso trabalhar para atendê-los da melhor forma possível. Por este motivo, a saída encontrada pela médica e sua equipe foi direcionar a instituição para uma gestão empresarial. “Muitas coisas ainda aconteciam em formatos antigos. Agora, passamos a utilizar modelos mais novos de gestão. Estamos permitindo que os problemas antigos sejam solucionados de uma nova forma. E, mais do que isso, estamos vendo os problemas como oportunidades e usando a criatividade para superá-los”, destaca a médica.

De acordo com ela, a AML conta com um planejamento estratégico anual, e esta gestão previu a realização de atividades científicas, sociais e comunitárias. “A categoria médica vive com foco técnico-cientifico e grande parte dos profissionais fica totalmente direcionada para a especialidade em que atua. O nosso objetivo é propor que estes profissionais desenvolvam novas habilidades, para isso estamos buscando parcerias com instituições que permitem agregar aos médicos, atualizá-los e trazer os jovens médicos para esta entidade que é a casa deles”, aponta, acrescentando que há uma programação para a entidade realizar eventos técnicos-científicos neste e nos próximos anos.

Planejamento como hábito

Outro ponto ressaltado pela Dra Beatriz é a importância de manter o foco na comunidade. “Somos fonte segura de informação. Precisamos e podemos contribuir com a saúde da comunidade na forma de palestras e campanhas. Entendo que quando informamos melhor a população temos menos pessoas adoecidas e este é o nosso interesse”, ressalta. Ela reforça que estes projetos ainda estão sendo estruturados pela nova diretoria e que serão colocados em prática ao longo do ano.

Conforme a médica, o planejamento não está presente apenas em sua vida profissional. “Eu, particularmente, costumo planejar, tenho ideias de direcionamento, mas não me sinto frustrada quando não é possível atingir todas as metas”, conta. Para Dra Beatriz, no caminho os projetos podem se adaptar, outras saídas podem ser encontradas e outras direções tomadas. “Precisamos ter maleabilidade para nos ajustar às mudanças de rumo”, completa.

Quando questionada sobre o futuro, ela avalia: “daqui uns cinco anos eu gostaria de olhar para trás e ver que deixei as coisas melhores por onde passei. Quero transformar os lugares para melhor e este é sempre um grande desafio”.

A obstinação é uma marca de Beatriz Tamura desde a infância. Este dado da sua personalidade já aparecia especialmente no ambiente esportivo, onde ela se destacou na natação, modalidade na qual foi campeã estadual.

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BEM-ESTAR

Por Fernanda Bressan

África do Sul e Brasil têm o pioneirismo quando se fala em transplante de coração. Em 3 de dezembro de 1967, o primeiro procedimento deste porte era realizado na África.

Meses depois, em 26 de maio de 1968, o Brasil entrava na lista com o segundo transplante de coração realizado no mundo. A equipe médica liderada pelo cirurgião Euryclides de Jesus Zerbini fez o procedimento no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

O receptor foi o lavrador mato-grossense João Ferreira da Cunha, conhecido como João Boiadeiro, de 23 anos, que possuía avançada doença do miocárdio e insuficiência cardíaca, com alto risco de morte. O doador foi Luis Ferreira de Barros, um jovem que morreu atropelado.

Nestes 50 anos, muita coisa avançou, entraram medicamentos para reduzir os índices de rejeição ao órgão transplantado e o sucesso do procedimento se elevou, salvando vidas ao redor do mundo.

Antônio Tavares da Silva, 61 anos, é um exemplo disto. Desde 2001 ele vive com o coração de outra pessoa. Esta história começa bem antes, quando ele tinha 45 anos e foi doar sangue para um parente que estava precisando. Quando foi pegar a carteirinha de doador, ouviu do médico que ele era portador da Doença de Chagas. “Estava no auge do vigor e da vida financeira, não sentia nada. No início, fui tocando a vida normal, gostava de jogar futebol,

Antônio da Silva: “Quando acordei, vi que tinha um alívio dentro de mim. A cirurgia tinha sido um sucesso, logo que o

coração foi colocado, ele já começou a bater”

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QUANDO PULSA UMA NOVA CHANCEMeio século atrás a medicina brasileira se orgulhava de fazer o primeiro transplante de coração da América Latina. Procedimento já foi realizado 56 vezes em Londrina

até que um dia, uns dois anos depois disto, quando fui jogar bola, bateu um cansaço e vi que não estava bem”, recorda.

Silva buscou consulta com uma cardiologista e começou um tratamento clínico para a doença de Chagas, que foi eficiente durante 8 anos. Até que chegou um ponto em que o transplante era a única alternativa para sobreviver. “A coisa ficou tão feia que no fim de 2000 a minha família inteira veio passar o fim de ano comigo porque achou que eu não passaria daquele ano”, conta. Mas um coração novo entrou nesta história e deu a ele a chance de seguir semeando alegria no mundo.

“UM PACIENTE TRANSPLANTADO SEMPRE TERÁ QUE TER CUIDADOS ESPECIAIS”

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Dr. Rafael Santoro: “Pensando que a maior parte das doenças cardiovasculares pode ser prevenida, podemos sim dizer que

um transplante de coração pode ser evitado. E isso começa com os bons hábitos durante toda a vida”

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“Em 2 de janeiro de 2001 entrei na fila da Central de Transplante. Fiquei 7 dias internado, tive alta, voltei a trabalhar, mas vi que não aguentava mais. Em maio do mesmo ano me encostei”, conta.

Durante o período em que ficou na fila de espera ele não pensava no transplante. Era algo muito distante e pouco falado. Até entrou na fila desacreditado. Até que chegou o dia 20 de outubro de 2001. “Neste dia acordei muito inchado da cintura para baixo, me sentindo muito mal. Deitei no sofá e às 3 horas da tarde o telefone tocou. Era da Santa Casa falando que tinha um coração para mim. Foi bom e foi difícil. Pensei: tenho este coração que funciona mal, mas funciona, e agora? Conversei com minha esposa e ela disse que esta era uma decisão minha. Então, decidi tomar um banho e fui para a Santa Casa. A equipe já estava me esperando, foram feitos os preparativos e no dia 21 foi feito o transplante. Acordei na segunda, dia 22, sem saber onde estava, até que levei a mão ao rosto e vi que estava entubado, daí me lembrei que estava no hospital”.

Sem muito tempo para pensar, Silva ganhou um coração novo e, com ele, a vida de volta. Para ele, a família que doou o órgão, vindo de um jovem de 19 anos, tem sua eterna gratidão. “Esse pessoal que tem este gesto grandioso de ser um doador merece nosso aplauso e como tem gente precisando de pessoas assim”.

Nos últimos 16 anos, o “sobrevivente” passou a aproveitar ainda mais cada segundo. “Tive esta nova oportunidade de viver, meus filhos eram adolescentes na época e hoje já estão formados e tenho três netos. Passei a dar valor a tudo”.

E ele cuida muito bem do coração recebido. “Dá trabalho cuidar deste coração, tomo medicamentos, tenho uma alimentação regrada, faço exercícios, vou ao médico a cada 6 meses”, elenca. Sobre a vida nova, ele garante que não mudou o jeito de sentir. “Não passei a torcer para outro time, continuo casado com a mesma mulher, há 36 anos, só fiquei mais sensível”, brinca.

Prevenção desde a infância

O coração é, de fato, nossa máquina de bombear vida. Cuidar dele é fundamental em todo tempo. Cirurgião cardíaco e membro da equipe que realiza transplantes de coração em Londrina, Dr. Rafael Santoro destaca que desde criança há formas de cuidar deste órgão tão essencial à vida. “Muitas das doenças do coração se iniciam na infância, é muito importante cuidar da alimentação e da prática de atividade física na criança, moldamos nossa memória muscular e do paladar desde o início”, destaca.

As doenças cardíacas são a maior causa de morte em todo o mundo. “Sabemos que há doenças que predispõe ao aparecimento das doenças do coração, como diabetes 1 e colesterol. A obesidade também é fator de risco e hoje temos 30% das crianças acima do peso. São fatores que vão influenciar na vida adulta, elevando o risco de uma doença cardiovascular. Por isso o cuidado desde a infância faz muita diferença”, alerta. Segundo ele, sinais como cansaço excessivo ou falta de ar, independente da idade, merecem ser investigados.

Em regra geral, a recomendação é que se busque um cardiologista para check-up anual após os 40 anos, mas há momentos em que esta rotina deve ser antecipada. “Quem tem histórico de doença cardiovascular na família deve antecipar esta ida, começando aos 30

anos. Também é recomendado que se vá ao cardiologista antes de iniciar mudanças na rotina, como iniciar uma atividade física. O risco de morte súbita durante um exercício é de 1%, é baixo, mas ele existe e pode ser prevenido se a pessoa souber que tem uma doença cardíaca não diagnosticada até então”, orienta.

50% de chance

Sobre os transplantes, Santoro aponta que eles são o tratamento para doenças que causam insuficiência cardíaca. “Quando o paciente já passou por todas as terapias para uma doença do coração e ele não consegue ter a melhora na qualidade de vida, o transplante é indicado”, resume. Atualmente, em todo o mundo, o índice de sucesso da cirurgia é de 50% de sobrevida nos cinco primeiros anos. Em grandes centros, incluindo Londrina, esse percentual é maior. “É uma cirurgia resolutiva”, pontua o especialista.

Em 1994 foi realizado o primeiro transplante de coração em Londrina. Até hoje, já foram feitos 56. A Irmandade Santa Casa é o único hospital da cidade credenciado pelo Ministério da Saúde para este serviço.

Cabe lembrar que um paciente transplantado sempre terá que ter cuidados especiais e que há formas, muitas vezes, de mudar este desfecho, como evitar o tabagismo, sedentarismo, consumo elevado de álcool e obesidade, por exemplo.

E é possível começar este cuidado desde a vida intrauterina. Exames do pré-natal podem identificar precocemente uma doença congênita do coração e fazer com que as ações tomadas logo após o parto possam salvar uma vida. “Hoje podemos ver previamente o coração de uma criança ainda no útero, como no ultrassom morfológico, que faz parte do pré-natal. Em alguns casos, quando este exame detecta alguma doença ou sinal de que o coração pode ter alguma anomalia, é indicada a realização do exame chamado ecotransfetal, exame feito por cardiologistas pediátricos que pode diagnosticar doenças congênitas. Desta forma, podemos orientar a mãe para que tenha o parto em um hospital com UTI pediátrica e também ter a presença de especialistas para realizar a cirurgia quando ela é necessária logo nos primeiros dias de vida”, explica o especialista.

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COLUNAACIL

De olho na infraestruturaOs investimentos em infraestrutura do governo do

Estado estão sendo monitorados por uma comissão da sociedade civil desde julho do ano passado. O grupo de acompanhamento das obras é formado por representantes da ACIL, Sindimetal, Sociedade Rural, Sinduscon e Clube de Engenharia e Arquitetura, sob coordenação do deputado estadual Tiago Amaral. O Palácio do Comércio é a “casa” da comissão e o presidente Claudio Tedeschi tem se envolvido diretamente nos debates. Neste ano, estão entre as prioridades de monitoramento os projetos do Contorno Norte, da expansão do aeroporto, da duplicação do trecho da BR-369 entre Jataizinho e Cornélio Procópio e da duplicação da PR-445 até Mauá da Serra.

Calendário 2018O calendário de eventos da entidade

foi destaque na pauta da primeira reunião da diretoria executiva neste ano. A recuperação do varejo, que cresceu 2% no País em 2017 após dois anos de forte queda, é o mote de três deles: o Mercado em Foco (leia reportagem nesta edição), o LondriNatal e o Londrina Liquida. Há também muito otimismo entre os diretores para a segunda edição do Lidere, prevista para outubro. Após o fim do encontro no Palácio do Comércio houve uma confraternização no Restaurante Serafinni. Em clima de descontração, os presentes comemoraram principalmente o crescimento da entidade nos mais diversos setores em que atua.

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NOVOSASSOCIADOS

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COMÉRCIO DE VEÍCULOSVentura AutomóveisRua Luiz Consentino – 7257

COSMÉTICOS E PERFUMARIASDesbeatyRua Flamingos – 316 – Andar Superior – Arapongas – PR

JosefinneAv. Higienópolis – 1505 – Sala 403

Minas Distribuidora de CosméticoRua Tibagi – 138

PS AromasRua Tapuias – 137

FERRAGENS E FERRAMENTASRopelRua Guaporé – 363

MÁQUINAS AGRÍCOLASRural Peças LondrinaRua Bahia – 651

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃOPisofacil Pisos e RevestimentosAv. Santos Dumont – 1460

MÓVEISMóveis BrasíliaAv. Américo Deolindo Garla – 224 – Loja 87-88

Móveis ImperialAv. Rio de Janeiro – 1151 – Assaí – PR

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CURSOS E TREINAMENTOSPrepara CursosAv. Saul Elkind – 1857 – Sobreloja

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