Agentes infecciosos e automedicação

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AGENTES INFECCIOSOS E AUTOMEDICAÇÃO Patrícia Prates

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AGENTES INFECCIOSOS E AUTOMEDICAÇÃO

Patrícia Prates

AGENTES INFECCIOSOS

São vírus, bactérias, fungos, protozoários e uma série de outros

microrganismos que são capazes de desenvolver-se e multiplicar-se no

hospedeiro causando processos patológicos e infecciosos.

FATORES RELACIONADOS

* Casos assintomáticos ou com manifestações subclínicas podem assumir papel importante na transmissão

CADEIA DO PROCESSO INFECCIOSO

DOENÇAS INFECCIOSAS

Dentre as inúmeras doenças infecciosas, as mais recorrentes são:

Bacterianas: Infeções do trato urinário, tuberculose, sífilis, gonorreia, meningite. A nível hospitalar: microrganismos multirresistentes;

Virais: Gripe (ex: H1N1), hepatites, dengue, HIV;

Parasitárias: Malária, doença de chagas

Fúngicas: Micoses, candidíase

ESTIMATIVAS

TB: Tuberculose

Tuberculose no Brasil e no Mundo. Fonte: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X2001000200003

OMS - Estimativa de 5,6 milhões de casos novos de Sífilis por ano a nível mundial

A medida que as doenças infecciosas vão se disseminando, as opçõesterapêuticas vão tornando-se cada vez mais restritas e escassas, umproblema de saúde pública que vem tomando dimensões preocupantes.

Agravantes:

Automedicação;

Desconhecimento dos fármacos;

Falhas nas prescrições;

Interrupção do tratamento antes do tempo;

AUTOMEDICAÇÃO - USO INDISCRIMINADO DE FÁRMACOS

Automedicação é uma forma de encontrar a ‘cura’ para as doenças epromover um bem-estar imediato, isto pode acabar mascarando sintomasimportantes de alguma outra doença.

Uma das preocupações frente à automedicação e ao uso indiscriminadode medicamentos é o risco de intoxicação, dependência e a resistênciade microrganismos a certos fármacos, diminuindo a gama de opçõesterapêuticas.

A combinação inadequada de fármacos pode anular ou potencializar oefeito do outro medicamento.

Podem desencadear reações alérgicas, dependência e até a morte.

INTOXICAÇÃO E TOLERÂNCIA MEDICAMENTOSA

Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná:

“Medicamento é o principal agente tóxico que causa intoxicação em seres

humanos no Brasil, ocupando o primeiro lugar nas estatísticas do SINITOX

desde 1994; os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos, anti-

inflamatórios são as classes de medicamentos que mais causam intoxicações

em nosso País”

Tolerância medicamentosa: ocorre quando o medicamento é usado

repetidamente a pessoa tem uma resposta medicamentosa reduzida, que

ocorre e o corpo se adapta à sua presença constante, o que reforça a

importância da não automedicação.

MICROBIOTA HUMANA

Para entender melhor o desenrolar da resistência bacteriana, é necessário saber que:

Os ecossistemas são normalmente colonizados por uma ampla e diversa microbiota, formada principalmente por bactérias e fungos.

A microbiota que coloniza o corpo humano é numerosa, complexa e diversa.

O corpo humano é habitado por 100 trilhões de células microbianas (10x mais o número de células humanas).

Os microrganismos que habitam os diversos sítios anatômicos do corpo humano são classificados em dois grupos: Microbiota residente e transitória

MICROBIOTA RESIDENTE

Microrganismos que estabelecem uma residência permanente (colonizam), mas que

não produzem doença em condições normais. Podem se comportar comopatógenos oportunistas em situações de desequilíbrio do sistema imune ou aoserem introduzidos em sítios estéreis ou não específicos.

Benefícios:

Oferecem barreiras contra colonização por patógenos;

Produzem substâncias utilizáveis pelo hospedeiro, ex: vitaminas;

Degradam produtos tóxicos;

Participam da modulação do sistema imune dos hospedeiros;

MICROBIOTA TRANSITÓRIA

Microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, encontradosem superfícies externas e internas, durante algumas horas, dias ou mesmosemanas.

Pouca importância se a microbiota residente estiver em equilíbrio, porém, casoocorra alteração neste equilíbrio, os microrganismos transitórios podemproliferar-se e produzir doença.

Quadro clínico/sinais e sintomas

Automedicação

Resistência de microrganismos

*Reincidência da infecção

RESISTÊNCIA MICROBIANA

RESISTÊNCIA BACTERIANA

A disseminação do uso de antibióticos fez com que as bactérias tambémdesenvolvessem defesas relativas contra os agentes antibacterianos.

Surtos de infecções hospitalares são frequentes em decorrência da resistênciabacteriana, agravando o quadro clínico de pacientes que já encontram-secom o sistema imunológico debilitado, por falta de opções terapêuticas muitosacabam indo á óbito.

Alguns microrganismos que causam infecções hospitalares são:

Acinetobacter baumannii complex

Klebsiella pneumoniae

Pseudomonas aeruginosa

Staphylococcus aureus

PARA FINALIZAR

Mais pesquisas são necessárias nas áreas de desenvolvimento de vacinas;

Melhores tratamentos, diagnósticos rápidos e métodos inovadores de controlede vetores;

Pesquisa em serviços de saúde para desenvolver e avaliar novas estratégiaspara realização de diagnósticos e tratamentos eficientes para doençascrônicas infecciosas ou para surtos de doenças agudas graves;

Comprometimento e responsabilidade dos profissionais da saúde aoprescrever fármacos;

Contribuição individual, onde o uso dos remédios deve ser apenas comreceita e indicação médica;

REFERÊNCIAS

BARRETO, M. L. et al. Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e

ambiental, políticas, intervenções e necessidades de pesquisa.

http://www.ins.gob.pe/repositorioaps/0/0/jer/maestria_2012/Art%C3%ADculo%202.pdf.

FERREIRA, C.F. et. al. Uso racional de antibióticos: experiência de um projeto de extensão sobre uso racional

de medicamentos. Disponível em: http://www.prac.ufpb.br/enex/trabalhos/6CCMDMIPROBEX2012812.pdf.

GOLL, A. S.; FARIA, M. G. I. Resistência bacteriana como consequência do uso inadequado de antibióticos.

Disponível em: http://www.mastereditora.com.br/periodico/20131130_150425.pdf

HIJJAR, M. A; OLIVEIRA, M. J. P. R; TEIXEIRA, G. M. Tuberculose no Brasil e no Mundo. Disponível em:

http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X2001000200003.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças infecciosas e parasitárias. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf.

UNICAMP. Doenças infecciosas. Disponível em: http://www.fop.unicamp.br/index.php/pt-br/biosseguraca-

doenças.