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Agosto de 2017 Edição: 371 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Cabeceiras de Basto Páginas 14 e 15 Fundão Páginas 20 e 21 Vinhais Páginas 22 e 23 Montemor-o-Velho Páginas 28 e 29 A pedido do CODU/INEM nos últimos 18 meses intervenções dos bombeiros 1 377 847 Página 9 Páginas 4 e 5 “Havia que encontrar uma solução e foi disso que fomos à procura, para a qual trabalhámos e que encontrámos” Presidente da LBP comandante Jaime Marta Soares A NOVA CASA DOS BOMBEIROS

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Page 1: Agosto de 2017 Edição: 371 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui ... · manas a fio, um pouco por todo o País, trava-ram as mais duras das batalhas, deram o seu melhor, arriscaram as

A g o s t o   d e   2 0 1 7   Edição:  371  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Cabeceiras de Basto Páginas 14 e 15

Fundão Páginas 20 e 21

Vinhais Páginas 22 e 23

Montemor-o-Velho Páginas 28 e 29

A pedido do CODU/INEM nos últimos 18 meses

intervenções dos bombeiros1 377 847

Página 9

Páginas 4 e 5

“Havia que encontrar uma solução e foi disso que fomos à procura, para a qual trabalhámos e que encontrámos”

Presidente da LBP comandante Jaime Marta Soares

A NOVA CASA DOS BOMBEIROS

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2 AGOSTO 2017

Tudo tem o seu tempoA foto que reproduzimos diz

respeito ao grupo de fun-dadores dos Bombeiros

Voluntários de Murça, Vila Real.Em muitas das nossas asso-

ciações e corpos de bombeiros existem fotos do género e, por razões que se percebe, encon-tram-se sempre expostas em local de destaque. É o orgulho por quem nos antecedeu, quem lutou no seu tempo e deve ser motivo do nosso tributo.

Os fundadores e todos os diri-gentes, comandos e bombeiros que se sucederam nas histórias das nossas instituições são o exemplo e a demonstração de que elas não surgiram do nada, nasceram da vontade de mulhe-res e homens, muitas vezes em tempos já longínquos, contur-bados e difíceis. Trata-se de gente boa cujo nome é conheci-do e cujas acções ficam inexora-velmente associadas ao registo perpetuado pelos livros, pelas fotografias e, tantas vezes, ain-da pela memória de alguns que lhes sucederam e que felizmen-te ainda estão vivos.

As histórias das nossas asso-ciações, e dos nomes que lhes estão ligados, são um contínuo de etapas, cada uma suceden-do-se às outras, com protago-nistas e circunstâncias de cada época, seguindo o curso normal da vida. E para que a verdade histórica prevaleça importa que essa cadência seja sempre res-peitada, sem simplificações ou saltos entre etapas para que

não se corra o risco de interpre-tar mal ou não entender todas elas e a sua correlação.

Temos a certeza que tudo e todos têm o seu tempo e, ao enaltecer com justiça o que foi feito e quem o fez, importa sa-ber que a história não se repete e que, como diz o povo, a água não passa duas vezes por baixo da mesma ponte.

E também sabemos que, o que de bom foi feito no passado, que lembramos e celebramos até, já não se repete nem terá a ver com o presente. Não está nunca em causa o que de bom foi feito, nem muito menos em causa as próprias personagens, perante o curso imparável e ine-xorável da história cujo curso e actualidade cabe a outros dar continuidade.

Como alguém disse, o passa-do não é um jogo de tabuleiro passível de ser jogado e rejoga-do à vontade de quem quiser, tendo sempre como certeza que o que aconteceu, aconteceu, e o que não aconteceu, não aconte-ceu.

Na vida, como nas histórias das organizações, as mudanças fazem-se com quem está, não com quem esteve.

Os que estiveram antes, pou-co antes, muito antes, ou ape-nas estiveram de passagem, também foram chamados a de-sempenhar o seu papel próprio e à época. E, independentemen-te dos resultados então alcança-dos, nunca poderemos por em

causa a bondade, a tenacidade e a vontade com que então se aplicaram. Devemos-lhes esse respeito, esse reconhecimento e essa homenagem, por tudo aquilo que conseguiram fazer mas, também, com igual reco-nhecimento, por tudo aquilo por que lutaram mesmo que nem sempre com o resultado desejá-vel.

Quem esteve nas organiza-ções merecerá sempre o nosso reconhecimento, e devemos-lhe testemunhar atempadamente isso. Mas a história não para, não muda, não se inverte, mes-mo que alguns desejem fazê-lo.

As contas com o passado, se as houver, estão feitas e quem não as fez no tempo certo tam-bém já não o poderá fazer. Hou-ve tempo e momentos próprios.

A ninguém deve ser coarcta-do o direito de se exprimir e evi-denciar os seus pontos de vista mesmo que de forma revivalista se desenterrem fórmulas que no passado não conseguiram fazer prevalecer nem solucionar.

Nesta matéria, muitas vezes, a questão está na lógica e na oportunidade do momento, por-ventura desaproveitada ou não assumida quando, de facto, al-guns tiveram capacidade de in-fluenciar e até decidir e não o fizeram ou não o conseguiram fazer, mesmo se à data empos-sados e responsabilizados para tal.

O curso da história prosse-guiu e, passados anos, sedi-mentadas as etapas e os episó-dios de então, importa repetir que ela não se repete mesmo

que eventuais ondas de sebas-tianismo o queiram provocar e, inclusive, reescrever muito do que ficou feito ou não.

Há quem defenda que estará às vezes por fazer o balanço dos que passaram. Admito que sim, caso a intenção seja precisa-mente sublimar as diferentes tarefas que cada um desempe-nhou e incorporá-las, se assim se entender, com maior incidên-cia na memória colectiva das nossas organizações.

Todas as organizações valori-zam-se com os seus senadores, as mulheres e homens -bons que fizeram as suas histórias e já entraram nela e que, a seu tempo, foram precisamente os decisores de então. E assim será no futuro com plena certe-za.

Mas deixemo-nos de chamar à colação episódios que a pró-pria história se encarregará de interpretar, cabendo-lhe esse papel com base no que foi feito, dito e escrito.

Eu próprio votei a favor, e ra-pidamente dei-me conta do erro, para que o então Serviço Nacional de Bombeiros (SNB) passasse a ser designado como Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), mes-mo que o figurino SNB tão que-rido de muitos há muito estava estafado, ou alguns estafaram.

Alguns que me estão a ler, pela idade, ou pelo tempo no universo dos bombeiros, não darão importância a esta ques-tão, ao contrário de outros. Di-rão até que se trata de chover no molhado, dado o tempo pas-sado desde então e o facto, também conhecido, de que a história não volta atrás nem se repete.

Hoje, o passado é passado e os novos tempos são outros tempos e as mudanças fazem--se com que está, não com os que estiveram antes, pouco an-tes, muito antes ou apenas es-tiveram de passagem.

Quem está, deve prosseguir e terminar a função. Para que outros, no futuro, saibam e de-vam também fazê-lo. A histó-ria, a todos eles, a seu tempo fará justiça. Tudo tem o seu tempo.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Nestes últimos dias, quando as chamas da-vam tréguas aos bombeiros reacendeu-se o

fogo de mais uma polémica, desta fez ateado pela qualidade, apresentação e quantidade das refeições servidas às mulheres e aos homens que combatem os incêndios florestais, aos ope-racionais que no terreno travam as mais duras das batalhas servindo de forma exemplar a Pá-tria, sem isso seja devidamente reconhecido.

As inqualificáveis imagens que circularam nas redes sociais denotam a maior das ingrati-dões e uma total falta de vergonha, de princí-pios e de decência, que nada pode justificar, nem mesmo os inquéritos da praxe que quase sempre dão em nada.

Importa esclarecer que o pagamento das despesas com a alimentação dos bombeiros es-tão consignadas na diretiva operacional que sustenta o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios que estabelece uma verba diária de 21, 2 euros para cada um dos operacionais des-tinada a custear duas refeições (almoço e jan-tar), pequeno-almoço, lanche e dois reforços.

Não é certamente a falta de recursos finan-ceiros que pode justificar o injustificável e, ain-

da que existissem constrangimentos dessa or-dem, nada, mesmo nada, serve de atenuante a quem ousa chamar lanche ou mesmo reforço a um pão seco ou considerar refeição uma agua-dilha de feijão com milho. O que afronta não é a total incapacidade de reação e de intervenção

em situações de calamidade ou uma óbvia in-competência, mas sim a desfaçatez com que confunde uma obrigação com caridadezinha, com que muitos, nestas como noutras situa-ções, lavam consciências.

Depois da denuncia nas redes sociais a tute-

la apressou-se a abrir mais um inquérito vol-tando e a exigir explicações, em suma a correr atrás do prejuízo, quando na verdade também não está isenta de responsabilidades, até por-que o episódio de Oleiros não é único ou isola-do.

Num ano marcado pela tragédia e por muitos “casos” mais ou menos graves, impõe-se mais do que a tal reflexão ampla, séria e profunda, medidas que permitam de uma vez por todas solucionar questões pendentes e muito antigas e que, invariavelmente, todos os verões, vol-tam à atualidade, assim ao jeito de inevitabili-dade, sina ou fado.

Quando quase tudo parece ter falhado, resta a certeza que as mulheres e homens que se-manas a fio, um pouco por todo o País, trava-ram as mais duras das batalhas, deram o seu melhor, arriscaram as suas vidas, deixaram o conforto e a tranquilidade do lar e da família para abraçar uma missão patriótica. Os bom-beiros não procuram louvores, mas ainda as-sim não queira Portugal que troquem a digni-dade por um prato de lentilhas.

Sofia Ribeiro

[email protected]

Inevitabilidade sina ou fado

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3AGOSTO 2017

A mitológica figura da Fé-nix, repetidamente a re-nascer das cinzas, é o

símbolo por excelência dos Bombeiros Portugueses, da sua vontade inquebrantável de lutar contra a adversidade, contra todos os obstáculos, para que seja garantida a sal-vaguarda da vida dos portu-gueses, dos seus bens e de todo o património nacional, com especial incidência para o seu património natural, a flo-resta.

As últimas semanas têm permitido testemunhar e re-forçar essa determinação da parte dos Bombeiros.

Apesar de apenas 7 por cen-to da atividade geral dos Bom-beiros, ao longo do ano, dizer respeito ao combate aos in-cêndios florestais, mesmo as-sim, este corresponde a uma alocação de meios humanos e materiais gigantesca e, acima de tudo, perante toda a socie-dade portuguesa, corresponde a uma exemplar demonstração de solidariedade entre as 470 associações humanitárias e corpos de bombeiros de todo o país.

Esse movimento permanen-te representa um esforço no-tável de disponibilidade para a mobilidade de mulheres e ho-mens bombeiros, com as suas viaturas, para as mais diversas e sucessivas paragens do nos-so país onde a cada momento são necessários para dar luta às chamas. Luta tantas vezes desigual, em que são chama-dos a proteger primeiro al-deias e lugares e os seus mo-radores, maioritariamente ido-sos, para depois continuar o combate direto na frente do fogo em condições arriscadas e adversas. Vezes sem conta com o risco da própria vida, de que são prova as dezenas de bombeiros feridos, alguns ain-da a lutar nas camas dos hos-pitais ou outro, caso do Gon-çalo Conceição, que nos dei-xou mas cuja memória iremos perpetuar.

A própria Natureza associa--se à vontade denodada dos Bombeiros. As imagens que reproduzimos foram recolhidas há dias em Pedrógão Grande, dois meses após os incêndios que assolaram aquela zona. A Natureza reage também pela

positiva contra a adversidade que a atingiu.

Trata-se da determinação da Natureza, que os Bombei-ros bem compreendem, defen-dem e respeitam, contra o imobilismo dos homens, que não a protegem devidamente nem a respeitam. A Natureza a testemunhar, mesmo assim, a sua vontade de renascer e de voltar a mostrar-se na pujança do passado.

Bombeiros e Natureza cons-tituem um bom exemplo para a sociedade. Um bom exem-plo, da vontade de não virar costas aos problemas e, pelo contrário, enfrentá-los e lutar pela sua resolução com os meios de que cada um dispõe. Os meios podem ser insufi-cientes, como os Bombeiros tantas vezes têm demonstra-do, mas tal facto não os tem desmotivado nem desmobili-zado para procurarem dar a devida resposta ao problema.

Os Bombeiros sabem que a floresta está abandonada, sa-bem que muitos locais, no-meadamente, localidades e lugares, não foram antecipa-damente protegidos através da limpeza preventiva das áreas envolventes, sabem que muitos terrenos rurais e florestais mais parecem local de despejos de inertes, sa-bem que tantas vezes perse-guem os focos que outros cui-dam de atear, sabem que muitos outros apoios que pe-dem para complementar o seu trabalho no terreno tar-dam ou nem aparecem.

Os Bombeiros sabem tudo isso e, mesmo assim, não dei-xam de responder afirmativa-mente, não com retórica ou meras declarações de inten-ções, mas com acção, com determinação e com vontade.

Os Bombeiros são credores do respeito e da admiração dos seus concidadãos. Que,

aliás, lhes têm testemunham verbalmente. Mas, os Bom-beiros, como tantas vezes também têm apontado, ape-sar de agradecidos e sensibili-zados por essas demonstra-ções de simpatia, não deixam de formular que, a par disso, também desejavam ver-se equipados com mais meios e, ainda, que o próprio país, as estruturas governativas e os portugueses em geral cuidas-sem mais de cumprir as leis e o respeito que o ambiente e a floresta, em particular, lhes deve merecer.

Para os Bombeiros não sub-sistem quaisquer dúvidas so-bre a sua missão, nas diferen-tes vertentes da proteção e do socorro. Sabem bem qual é o seu papel na sociedade, nas suas comunidades locais e no esforço acrescido que lhes tem sido pedido, e a que corresponderam mais uma vez, para solidariamente se

deslocarem para outras re-giões do país para o combate aos incêndios florestais.

Os Bombeiros reiteram a sua determinação e motiva-ção para essa luta mas tam-bém apelam aos portugueses mais uma vez para que, de uma vez por todas, se trans-forme a floresta, não num problema mas sim num enor-me benefício ambiental, eco-nómico e social, que constitua uma vertente de bem-estar e qualidade de vida para os por-tugueses que vivam nela ou para que os que a visitam para fruir da sua riqueza uni-versal.

Os Bombeiros e a Natureza renascem das cinzas e que bom seria que os portugueses colhessem deles o bom exem-plo, o esforço, a determinação e a vontade de construirmos uma sociedade melhor, mais justa e mais disponível para todos.

Renascer das cinzas

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4 AGOSTO 2017

NOVA CASA

Instalações prontasAs novas instalações da

Liga dos Bombeiros Portu-gueses, em Lisboa, estão

prontas a ser utilizadas, melho-rando as condições de funciona-mento da confederação e crian-do condições para aglutinar no mesmo local, quer o departa-mento de fardamentos, quer a realização de muitas reuniões que antes, por exiguidade de espaço, não podiam decorrer na atualr sede.

A nova sede da LBP é o Palá-cio de São Cristóvão, situado no Paço do Lumiar, em Lisboa.

Nesta edição, divulgamos um conjunto de perspetivas do edi-fício que demonstram o bom trabalho desenvolvido na Quinta de São Cristóvão, no domínio de adequação às novas funções na

otimização dos espaços existen-tes e na valorização histórica e estética do conjunto edificado.

A disponibilidade do novo edi-fício e áreas anexas resultou da cedência do mesmo pela Câma-ra Municipal de Lisboa (CML) em direito de superfície.

Uma instituição que congrega mulheres e homens que “têm a generosidade de dar a vida pela vida”, é uma instituição com a qual a Câmara se “sente honra-da em poder colaborar”, afirmou o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, no dia 13 de novembro de 2014 na cerimónia de assina-tura da escritura de cedência.

António Costa referiu ainda que, “é uma honra colaborar mais uma vez com a Liga dos

Bombeiros Portugueses para que a casa comum, a casa de todos os bombeiros, esteja se-diada em Lisboa”.

Dirigindo- ao presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, o então autarca subli-nhou que a colaboração entre a Câmara Municipal de Lisboa e a LBP muito se deve ao “trabalho” desenvolvido pelo comandante e que deixa a garantia que “a Liga vai prosseguir o seu traba-lho ao mais alto nível”.

O presidente da LBP, então, agradeceu a António Costa a rá-pida conclusão do processo de cedência que atribuiu também à “forma afável e competente” como o autarca o geriu.

A cedência do edifício à LBP foi decidida pelo Executivo da

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5AGOSTO 2017

DOS BOMBEIROS

a ser utilizadas

Câmara Municipal de Lisboa, por unanimidade, em 9 de julho de 2014, e aprovado pela Assem-bleia Municipal em 29 do mes-mo mês.

A nova sede é um sonho aca-lentado desde 1988, na sequên-cia da saída das instalações ar-rendadas na Rua Barata Sal-gueiro, em Lisboa, em risco de ruir, para as da Rua Eduardo No-ronha, em Alvalade, entretanto adquiridas, e praticamente coin-cidente com a obtenção do ter-reno de Campolide, cedido pela CML mas que acabou por nunca ser aproveitado.

“Havia que encontrar uma so-lução e foi disso que fomos à procura, para a qual trabalhá-mos e que encontrámos, tam-bém com a colaboração do pre-

sidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, do ve-reador Manuel Salgado e de muitos responsáveis e técnicos

municipais” sublinhou o presi-dente da LBP na cerimónia de assinatura da escritura em 13 de novembro de 2014.

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6 AGOSTO 2017

Os bombeiros estão pre-sentes, desde sempre, nos diversos sectores da

vida portuguesa. Assim docu-menta a imagem que apresen-tamos, da autoria do jornalista Joshua Benoliel (1873-1932), considerado como sendo o maior fotógrafo português do início do século XX.

Publicada na “Illustração Por-tugueza”, a 13 de Novembro de 1911, regista um piquete dos Bombeiros Voluntários de Coimbra (BVC), pronto no seu posto, durante uma prova de

bicicleta e motocicleta, com percurso compreendido entre Porto-Lisboa, organizada pela União Velocipédica Portuguesa.

“Intimismo e humanismo” são qualidades reconhecidas na vasta obra de Benoliel, “pai” do fotojornalismo no nosso país. E isso é possível verificar no exemplar que temos diante de nós.

Para além da firme solidarie-dade personificada em cada um dos retratados, o cliché em apreço, recorrendo à terminolo-gia da época, tem interesse du-plo, pois permite-nos identificar as condições do serviço de saú-de dos bombeiros portugueses.

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Os Bombeiros na objectiva de Benoliel

1912, foi adquirida a primeira ambulância dos BVC, ao que supomos uma maca rodada (o primeiro veículo motorizado, um pronto-socorro, marca Fiat, surgiu em 1923), sob a desig-nação de “Cruz Amarela”. Ga-rantiam o seu serviço: um mé-dico, um farmacêutico e um

bombeiro instruído para o efei-to, porventura, alguns dos foto-grafados por Benoliel, enver-gando o único tipo de uniforme em uso naquele tempo. Além de desajustado da missão, cal-cule-se quanto o mesmo deve-ria ser incómodo e, como tal, pouco prático! Calcule-se, ain-da, quanto era difícil ser bom-beiro, inclusive desprovido de quaisquer cuidados de protec-ção individual em termos sani-tários, situação a qual se arras-tou durante décadas.

De acordo com elementos históricos recolhidos, os recur-sos afectos à referida ambulân-cia “auxiliavam todo o tipo de sinistrados resultantes de in-cêndios, transportavam as víti-mas e faziam prevenções a es-pectáculos e a provas desporti-vas”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Neste caso, limitado a uma maca de padiola e a uma caixa--ambulância (em cima do ban-co), contendo, por certo, subs-tâncias e utensílios algo rudi-mentares mas susceptíveis de assegurar, com sucesso, a exe-cução de pensos e curativos.

O médico Eduardo Agostinho, actualmente comandante do Quadro de Honra dos Bombei-ros Voluntários de Rio Maior, numa abordagem sobre o “De-senvolvimento do Serviço de Saúde nos Bombeiros Portu-gueses”, inclusa como capítulo de sua autoria no livro “Bom-beiros Portugueses. Seis Sécu-los de História, 1395-1995”, descreve o que, vulgarmente, continha uma caixa-ambulân-cia:

“Nos espaços que ocupavam 2/3 laterais eram colocados pa-cotes de algodão salicilado ou ‘phenicado’, gaze iodoformada, talas, fio de seda, pastilhas de sublimado, pós de iodofórmio e ácido bórico, ataduras e uma pequena carteira cirúrgica.”

Refira-se que, na ausência de carros motorizados, as caixas--ambulância, em madeira ou couro, eram transportadas nos carros braçais e carros hipomó-veis, mas também às costas e a tiracolo.

Tanto quanto sabemos, so-mente no ano seguinte, em

As redes sociais entraram nos nossos hábitos quoti-dianos e têm as suas van-

tagens, desde que geridas con-venientemente, isto é, desde que não nos tornemos delas de-pendentes e as saibamos utilizar com bom senso.

De momento, o Facebook constitui a rede mais conhecida e também a mais procurada, atingindo um número estrondo-so de utilizadores a nível mun-dial.

Em Portugal vimos constatan-do uma exponencial aderência à mesma por parte de instituições e particulares com ligação aos bombeiros, que aproveitam as funcionalidades das respectivas páginas para publicar, entre ou-tros conteúdos, fotos antigas.

Por certo sem se apercebe-rem das incidências dos seus ac-tos, todos quantos assim agem estão a prestar serviço à histó-ria, pois muitas das sugestivas imagens publicadas, preciosas fontes de informação, inspiram curiosidade em sabermos qual o passado de aspectos retratados, tal como a origem e o tempo de vida útil de veículos automóveis ou o percurso de bombeiros e dirigentes ao serviço da causa.

Aliás, basta cada um de nós lembrar-se de alguma circunstân-cia patente para, irreflectidamente, estarmos a preservar a histó-ria.

Através das redes sociais ganham as pessoas, porque tudo se torna mais acessível, nomeadamente a troca de informação, para além do contacto com amigos e conhecidos; e ganha a história, dado que tende a ficar mais próxima, informal e, também por isso, mais atraente e susceptível de reunir contributos para o aprofundamento de novas matérias.

São as pessoas que mais se destacam nas fotos publicadas, as-

pecto importante a reter, ou não fossem os homens que fazem as instituições. Estamos, portanto, na presença de história de vida, convidativa a explorar a vertente biográfica de homens e mulhe-res, aos olhos do público em ge-ral, cidadãos anónimos, que me-recem um aturado estudo e ser atirados para a ribalta, pelas li-ções de civismo que deixaram como legado. Esta é a minha convicção, sobretudo após anali-sar várias páginas do Facebook, permitindo-me destacar a de um particular - bombeiro e amigo - que decidiu partilhar dezenas de fotografias do seu corpo de bom-beiros. Uma extraordinária reco-lha, por via da qual eu próprio tive a oportunidade de viajar no tempo e rever muitos dos mag-níficos que, um dia, conheci, fas-cinaram-me e tiveram o condão de contagiar-me com a “bombei-rite”, parafraseando o médico Américo Pais Borges, comandan-

te do Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim, destacado dirigente dos bombeiros portugueses.

Em matéria de bombeiros, o que encontramos no Facebook – como escreveria o Padre Vítor Melícias num outro contexto mas que se assemelha ao nosso pensamento – é “um pedaço da vida de Portugal, vivida e aqui escrita por bombeiros com a ternura de um filho a narrar, na Ilheza do verbo mais sentido que aprendido, as memórias do velho pai fardado na parada solene ou a galgar telhados e penetrar florestas em chamas para salvar vidas e bens sempre de outrem”. Ou, ainda: “(…) aqui o que há é História-Vi-da, transmitida por quem melhor manobra a agulheta que a pena e tanto diz com o coração quanto com a memória e o saber de vivência feito”.

LMB

As redes sociais e a história informal

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7AGOSTO 2017

As associações humanitá-rias e corpos de bombei-ros, após a aparente acal-

mia registada nos incêndios flo-restais, dedicam-se ao levanta-mento exaustivo das consequências sofridas no com-bate, em especial, durante os últimos dois meses.

Há ainda bombeiros hospitali-zados, entre eles, dois de Cas-tanheira de Pera, o chefe Fer-nando Tomé (Hospital de Santa Maria -Lisboa) e o bombeiro Rui Rosinha (Hospital da Prelada – Porto), bem como outro de Frei-xo de Espada à Cinta e outro de Vieira de Leiria.

Dos Voluntários de Casta-nheira de Pera, os bombeiros, Filipa Rodrigues e Fernando Tomé (filho), já tiveram alta hospitalar e encontram-se em fase de recuperação e reabilita-ção física.

Há feridos mais recentes, de Leiria, Pedrógão Grande, Celori-co da Beira, Guarda, Pinhel, Fa-malicenses, Castro Verde, Ser-tã, Fundão, Amadora e Felguei-ras, entre muitos outros, tam-bém a convalescer.

No caso concreto da Guarda,

a bombeira ferida no combate recentemente já está em conva-lescença das queimaduras sofri-das e as sequelas respiratórias, felizmente, não se vieram a con-firmar.

O adjunto de comando dos Voluntários de Castro Verde, Fernando Nascimento, vítima do despiste de viatura, esteve hos-pitalizado no Hospital de S. José, Lisboa, teve entretanto alta mas deverá voltar a ser internado para uma intervenção cirúrgica. No mesmo acidente ficaram também feridos os bombeiros, Daniela Mariano, Luis Matos e Ricardo Romão, todos em con-valescença, apesar do último ter sofrido ferimentos mais graves.

Um bombeiro de Peniche que resultou ferido no combate foi entretanto intervencionado e já se encontra igualmente em con-valescença.

Desde o princípio do corrente ano há registos de ferimentos em bombeiros superior a três centenas, duzentos dos quais ocorridos desde junho passado.

A par do acompanhamento aos bombeiros feridos, as asso-ciações e corpos de bombeiros

fazem também o balanço aos danos registados nas centenas de viaturas e outros equipa-mentos que foram envolvidas no combate, facto que também

é preocupante, em função da sua extensão e dos custos esti-mados que acarretam.

Nalguns casos, os danos veri-ficados nas viaturas implicarão

a sua substituição ou remodela-ção praticamente total, incluin-do as que foram vítimas de aci-dentes, inclusive, capotamen-tos. Encontram-se nessas situa-

ções, viaturas dos Bombeiros Voluntários Famalicenses, Vieira do Minho, Felgueiras, Castro Verde, Amadora, Fundão, e Ser-tã.

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Feridos e muitos danos

A Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP), perante as justas queixas de deficiências na ali-

mentação dos bombeiros que se en-contravam no combate aos incêndios florestais, de imediato, propôs à Se-cretaria de Estado da Administração Interna (SEAI) uma reunião no terre-no com todos os responsáveis (Bom-beiros, Municípios, Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil (ANPC), SEAI e outras entidades) para que se apu-rassem as falhas, os responsáveis e se corrigissem os erros.

Para a LBP trata-se de, com celeri-dade, apurar as queixas sobre a qua-lidade, quantidade e distribuição das refeições aos bombeiros que comba-tiam os incêndios.

Ao invés, a SEAI optou por ordenar à ANPC a instauração de um inquérito a concluir até 30 de setembro próxi-mo.

Relativamente a isso, a LBP lamen-ta que seja a ANPC a conduzir o in-quérito já que, sem sombra para dú-vida, vai ser juiz em causa própria, dado que lhe cabe coordenar todas as operações, logo, a própria logística.

A LBP lamenta que o comunicado da SEAI endosse aos corpos de bom-beiros a responsabilidade relativa-mente ao apoio logístico na área onde decorre o incêndio sem questionar a estratégia adotada pelos responsá-veis da ANPC presentes nos vários

teatros de operações, nomeadamen-te a coordenação de todas as forças em presença e, inclusive, a sua logís-tica.

A LBP entende ainda que a ANPC não pode, como se diz em gíria, “sa-cudir a água do capote”, ao tentar distanciar-se do problema e do papel que lhe cabe, inclusive, sendo reco-nhecido e recorrente que as dificulda-des inerentes ao fornecimento de re-

feições em incêndios de grande di-mensão não pode ser exclusivamente assumido pelas associações humani-tárias pois os seus constrangimentos locais, a inexistência de infraestrutu-ras e recursos humanos para tal, bem como o número de operacionais des-tacados, a solicitação da ANPC, ne-cessitam de grande mobilização, or-ganização e apoio só possível com o envolvimento das autarquias locais e

dos vários agentes da proteção civil coordenados precisamente por essa Entidade.

Neste momento, a LBP entende que “há que apurar minuciosamente as responsabilidades até às últimas consequências, repudiando, no en-tanto, a tentativa de encontrar culpa-dos, ainda antes do início das averi-guações”.

A LBP sublinha a urgência da análi-

se do problema e, acima de tudo, a urgência da solução, para que, caso volte a ser necessária a mobilização de tão grande número de bombeiros, tais deficiências já não se voltem a repetir.

Para tal, a LBP entende ser neces-sário, salvaguardar a eficácia da lo-gística, verificar a qualidade dos pro-dutos utilizados e da confeção, a quantidade e a distribuição da ali-mentação a todos os operacionais. Neste último âmbito deve ser definido com rigor e eficiência os termos, a forma e os horários da distribuição da alimentação.

A LBP pretende também ser escla-recida sobre os “kits” alimentares anunciados para suprir as necessida-des alimentares básicas nos interva-los da distribuição das refeições, mas que ainda não chegaram ao terreno.

A LBP defende que “uma análise realista e ponderada a todas estas e outras questões possa evitar no futu-ro outras situações, que a ninguém beneficiam, dando uma imagem de ineficácia para o país e afetando se-riamente os operacionais, nomeada-mente os Bombeiros, que maiorita-riamente no teatro de operações, não regateiam a sua presença em todo o território nacional, muitas vezes em condições de extrema severidade, e para quem a LBP exige respeito e dig-nidade”.

DEFICIÊNCIAS NA ALIMENTAÇÃO DOS BOMBEIROS

LBP pede reunião no terreno

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8 AGOSTO 2017

Nesta edição voltamos a abordar um tema recorrente na saúde

ocupacional dos bombeiros, a HIDRA-TAÇÃO.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil está a desenvolver um trabalho conjunto com a Direção Geral de Saú-de, no sentido da promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis nos bombeiros portugueses, onde se in-sere o fator da hidratação.

As exigências das operações de combate aos incêndios florestais, no-meadamente as que este ano se têm verificado, associadas a elevados ní-veis de stresse, resultam muitas ve-zes na desvalorização da necessidade de se repor os níveis de hidratação. A perda de água (desidratação) tem efeitos muito prejudicais ao nível da saúde e bem-estar (dores de cabeça, náuseas, vómitos, degradação mus-cular e até mesmo danos no sistema renal), bem como do desempenho (diminuição da força, resistência e mobilidade, e diminuição da capaci-dade de análise e de tomada de deci-são) do bombeiro.

UMA HIDRATAÇÃO ADEQUADA É UM DOS PONTOS CHAVE PARA O

BEM-ESTAR DO BOMBEIRO DURANTE E APÓS AS OPERAÇÕES DE SOCOR-RO.

Para atingir este objetivo, apresen-ta-se de seguida um conjunto de re-comendações gerais:

• Beba bastante água mesmo que não sinta sede. Para avaliar o estado de hidratação, a urina pode ser um bom marcador. Esta deve ser abun-dante, incolor e sem cheiro;

• Opte por alimentos sólidos que são ricos em água como frutos e hor-tícolas;

• Lembre-se da sopa de hortíco-las como opção hidratante enriqueci-da em vitaminas e minerais;

• O consumo de álcool (interfere com a concentração) e de bebidas com elevada cafeína como caso do café e de bebidas energéticas (dificul-ta a gestão de stresse) é também de-saconselhado, pois provoca a perda de água e contribui para a desidrata-ção.

Em situação de emergência, reco-menda-se que:

• Durante o percurso para o local da ocorrência, ingerir àgua para oti-mizar o estado de hidratação;

• Durante a ocorrência, ingerir água sempre que possível (aproxima-damente 250ml/hora);

• Procurar fazer pausas frequen-tes, sempre que possível, aproveitan-

do-as para repor os níveis de energia e de hidratação.

Após o período de emergência, • Após a desmobilização do tea-

tro de operações, deve ser ingerida

de forma gradual e espaçada a água necessária para repor os ní-veis de hidratação. Assim que pos-sível, deverão seguir-se as reco-mendações gerais indicadas ante-riormente.

Os CHEFES DE EQUIPA devem in-centivar os seus Bombeiros a repor os níveis de hidratação, pois se ape-nas ingerirem líquidos quando tive-rem sede aumenta significativamen-te a probabilidade de ficarem desi-dratados. Adicionalmente, num ce-nário extremo como o dos incêndios florestais o bombeiro pode ficar desi-dratado mesmo sem chegar a sentir sede.

AO CONTRÁRIO DE OUTRAS MEDI-DAS PROMOTORAS DA SEGURANÇA OPERACIONAL, A HIDRATAÇÃO É DE FÁCIL RESOLUÇÃO E DEPENDE DE CADA UMA DAS EQUIPAS E DE CADA BOMBEIRO.

Para mais informações ou esclare-cimentos, contacte a Divisão de Se-gurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Hidratação, prioridade máxima de saúde!

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

Nos próximos dias 23 e 24 de se-tembro os Bombeiros Voluntários de Resende organizam provas

nacionais de busca e salvamento “K9” para competição e convívio entre inú-meras equipa cinotécnicas existentes em Portugal.

O projeto de constituição da equipa de cinotecnia dos Bombeiros de Resen-

de, foi iniciado há pouco mais de 1 ano, com a aquisição de 2 cães de raça pastor belga “Malinois”. A equipa é constituída por 2 binómios (homem/cão) e 1 elemento que desempenha as funções de figurante.

O objetivo desta equipa, liderada pelo adjunto de comando, António Sil-va, é auxiliar em situações de busca e

salvamento de pessoas vivas, que por diversas razões possam estar desapa-recidas. Trata-se de uma vertente que envolve bastante trabalho por parte dos operacionais. Nesta altura a equi-pa dos Bombeiros de Resende conta com treinos regulares três vezes por semana, nos mais variados locais e em áreas de dimensões variáveis, tendo já

chegado a efetuar treino de busca em 45 hectares de área.

O treino envolve a vertente de gran-des áreas e de “mantrailing”, o que se torna muito vantajoso, uma vez que nessa situação, o cão procura o cheiro de uma pessoa especifica, dando uma peça de roupa da mesma a cheirar ao canídeo, esta vertente é muito eficaz

em meio urbano, principalmente quando se trata de crianças ou idosos, nomeadamente portadores de Alzhei-mer.

A conjugação do treino de grandes áreas com o treino de “mantrailing”, operacionaliza ainda mais os cães dos Voluntários de Resende, pois aumenta a capacidade e vontade de busca.

RESENDE

Equipa cinotécnica afirma-se

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9AGOSTO 2017

Nos últimos 18 meses, correspon-dentes ao ano de 2016 e ao pri-meiro semestre do corrente ano,

os bombeiros portugueses realizaram 1.377.847 intervenções de socorro no âmbito do pré-hospitalar a solicitação dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Este valor significativo de interven-ções, que correspondem a mais de 90 por cento da atividade geral do INEM é bem demonstrativo da importância crucial dos bombeiros no Sistema Inte-grado de Emergência Médica (SIEM). Se alguma dúvida ainda houvesse em torno desta evidência, e do que ela re-presenta para a segurança e o socorro aos portugueses, é fácil concluir que os números falam por si.

Das intervenções de pré-hospitalar dos bombeiros referidas, mais de um milhão, 921.457 correspondem a 2016 e os restantes 456.390 ao primeiro se-mestre de 2017, em todo o território nacional.

Segundo os números facultados pelo INEM é possível estabelecer um “ranking” das associações e corpos de bombeiros mais solicitados pelos CODU.

Em termos nacionais, e no primeiro semestre do corrente ano, identificá-mos as doze associações de voluntá-rios e corpos de bombeiros (CB) mais solicitados, 9 deles do distrito de Lis-boa, 1 de Setúbal e 1 do distrito do Porto: BV Amadora (6.087), BV Odive-las (4842), BM Seixal (4391) BM Beato e Olivais (4159), BV Queluz (4094), BV Torres Vedras (4063), BV Algueirão Mem-Martins (4030), BV Sacavém (3740), BV Agualva-Cacém (3643), Barreiro -Corpo de Salvação Pública (3297), BV Portuenses (3153) e BV Vila do Conde (2962).

Por distrito, igualmente referente ao primeiro semestre de 2017, também se torna possível estabelecer o “ranking” das cinco associações e cor-pos de bombeiros mais solicitados. As-sim, em Lisboa, encontramos na fren-te, os Bombeiros da Amadora, BV Odi-velas, BM Beato e Olivais, BV Queluz e BV Torres Vedras.

No distrito do Porto, as associações humanitárias de voluntários e CB mais solicitados são: BV Portuenses, BV Vila do Conde, BV Póvoa de Varzim, BV Mo-reia da Maia e BV Ermesinde.

Em Setúbal, no topo do distrito es-tão os Mistos do Seixal, seguidos do BV Barreiro - Corpo de Salvação Públi-ca, Cacilhas, Moita e Palmela.

Em Aveiro, a lista distrital é liderada pelos Bombeiros Voluntários de Águe-da, seguidos dos BV Oliveira de Aze-méis, BV Ílhavo, BV Lourosa e BV Feira.

Os Bombeiros Voluntários de Gui-marães estão à frente no distrito de Braga. Surgem depois, os BV Famali-censes, os Voluntários de Braga, BV de Vila Verde e os Sapadores de Braga.

Em Santarém, o distrito é liderado

pelos Municipais de Tomar, seguidos pelos Voluntários de Abrantes e Torres Novas e pelos Municipais de Santarém e Cartaxo.

No distrito de Leiria, os BV Pombal estão à frente seguidos pelos BV Cal-das da Rainha, BV Leiria, BV Marinha Grande e BV Peniche.

No Algarve, os BV Albufeira são os mais solicitados e, de seguida, os BV Portimão, BV Lagos, BV Lagoa e os Mu-nicipais de Tavira.

No distrito de Coimbra, a primeira posição é dos BV da Figueira da Foz, seguidos dos BV Cantanhede, BV Sou-re, Sapadores de Coimbra e BV Con-deixa.

Em Viseu, os bombeiros mais solici-tados no distrito são os BV Lamego, os

BV Mangualde, os BV Tondela, os BV Viseu e os BV Castro Daire.

No distrito de Viana do Castelo, a li-derança é dos BV Ponte de Lima, se-guidos dos BV de Viana do Castelo, Ar-cos de Valdevez, Ponte da Barca e Monção.

Em Vila Real, a liderança é das duas associações da sede de distrito, pri-meiro, BV Cruz Verde e depois BV Cruz Branca, seguindo-se os BV Peso da Ré-gua, Valpaços e Chaves – Salvação Pú-blica.

No distrito de Beja, à frente estão precisamente os BV Beja, seguindo-se os BV de Odemira, Moura, Serpa e Fer-reira do Alentejo.

Em Castelo Branco, os BV da sede do distrito também estão na dianteira.

Depois vêm os BV da Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova e Sertã.

No distrito da Guarda, os BV Guarda lideram, seguindo-se os BV, de Seia, Gouveia, Vila Nova de Foz Côa e Celo-rico da Beira.

No caso de Évora, o distrito também é liderado pelos BV de Évora. Depois, surgem os BV de Montemor – o – Novo, Vendas Novas, Reguengos de Monsaraz e Estremoz.

Os BV de Bragança lideram a lista do seu distrito, seguindo-se-lhes os BV, de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vila Flor.

No distrito de Portalegre, por fim, a lista é encimada pelos BV Elvas. Se-guem-se os BV Portalegre, Ponte de Sor, Nisa e Campo Maior.

POR SOLICITAÇÃO DO CODU/INEM

Bombeiros respondem mais de um milhão de vezesFo

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USA

A legislação que regula o exercício dos nadadores-salvadores acaba de ser alterada pela publi-cação da Lei nº 61/2017, de 1 de agosto, que vem alterar os artigos 31.º e 38.º do regula-mento da atividade prevista no Decreto-lei nº 68/2014.

A alteração legislativa veio finalmente corresponder a uma velha aspiração dos bombeiros que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defendeu até ao seu desfecho positivo.

Assim, a contratação de nadadores-salvadores é possível através de associações de nadadores--salvadores legalmente reconhecidas e, também, de associações humanitárias de bombeiros.

É sabido que há muitas associações de bombeiros do litoral e até do interior que, no período estival, também desempenham tarefas de prevenção e socorro na orla marítima e em zonas flu-viais. Essa missão não estava devidamente enquadrada na legislação específica. Agora passa a estar consagrada na legislação nos termos pretendidos.

Ciente da necessidade de alterar este estado de coisas, a LBP com base em diversos contributos e até através da participação no grupo de trabalho criado para o efeito conseguiu assim fazer che-gar a sua reivindicação a bom porto.

LBP

Nadadores-salvadores nas associações

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10 AGOSTO 2017

Um lamentável equívoco na análise do mapa das qualifi-

cações finais dos campeonatos internacionais de manobras es-teve na origem, de um erro, que, obviamente, importa cor-rigir. Assim sendo, os voluntá-rios de Ourém representaram Portugal na 16th International Fire Brigades Competition com a equipa feminina e não como uma formação de cadetes, como erradamente anunciámos na última edição do jornal Bombeiros de Portugal.

Resta-nos lamentar o sucedi-do, embora com a convicção de que tudo fazemos para servir mais e melhor as associações e corpos de bombeiros de todo o País, dando merecida notorie-

dade ao trabalho desenvolvido por mulheres e homens, com e sem farda, que ao serviço de uma causa são exemplo.

Resta-nos, mais uma vez, fe-licitar as Voluntárias de Ourém pelo bronze conquistado na Áustria. Em especial as bom-beiras Cristina Ferreira, Ana Nunes, Bárbara Silva, Rute Fer-reira, Élia Oliveira, Mariana Fer-reira, Mariana Vital, Ana Gon-çalves, Cecília Pereira e Cátia Rodrigues, bem como o delega-do Paulo Reis e o treinador Ma-nuel Santos

Mais de uma centena de equipas de 25 países disputa-ram as olimpíadas de bombei-ros. Portugal esteve represen-tado na competição, que decor-

reu de 9 a 16 de julho, na cida-de de Villach, para além da formação feminina de Ourém, pelas equipas do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto

(A e B), Voluntários da Ribeira Grande (A), Paço de Sousa (B) e, ainda, os cadetes, masculi-nos e femininos dos Bombeiros da Rebordosa.

16TH INTERNATIONAL FIRE BRIGADES COMPETITION

Equipa feminina conquista bronze na Áustria

O presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, apontou como exemplar o trabalho

desenvolvido pelos bombeiros sapadores e volun-tários da cidade de Lisboa na proteção e socorro dos que a habitam, os que ali trabalham e quem a visita.

“São todos os dias um exemplo de dedicação, competência, saber, abnegação que importa su-blinhar”, sublinhou o mesmo dirigente momentos depois de ter convidado o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, a conde-

corar o chefe de 1ª José Manuel Eusébio Franco, do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa, com o crachá de ouro da LBP.

O comandante Jaime Soares falava na cerimó-nia evocativa do 29º aniversário do Incêndio do Chiado e Dia Municipal do Bombeiro de Lisboa.

A cerimónia consistiu na colocação de uma co-roa de flores na placa evocativa do incêndio, co-locada na parede dos antigos Armazéns Grande-lla, seguida de toque de silêncio, toque de conti-nência e toque alvorada executados por elemen-tos do RSB.

Estiveram também presentes na cerimónia, além do presidente da edilidade e do presidente da LBP, a presidente da Assembleia Municipal, Helena Roseta, o vereador da ProteçãoProtecção

Civil, Carlos Castro, e outros autarcas e dirigen-tes municipais, bem como dirigentes e elementos dos comandos dos Voluntários Lisbonenses, Campo de Ourique e representantes dos outros corpos de bombeiros voluntários da cidade.

Fernando Medina, a encerrar a cerimónia, des-tacou o papel dos bombeiros da cidade prestando homenagem a estes pelo trabalho desenvolvido e, inclusive, pelo facto de a par disso, sapadores e voluntários, terem estado também no combate aos incêndios florestais em diferentes pontos do país.

LISBOA

Presidente da LBP aponta exemplo

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Os meios aéreos e os seus operacionais são apoios considerados pe-

los bombeiros como funda-mentais para o combate aos incêndios florestais. É da arti-culação entre uns e outros que se torna possível garantir ao combate maiores níveis de efi-cácia.

Assim como os bombeiros, as tripulações dos meios aéreos arriscam-se muito para que o seu trabalho conjunto consiga produzir os melhores efeitos. Respeitam-se por se conhece-rem ao longo de anos nas mes-

mas funções e por, em circuns-tâncias múltiplas, partilharem no terreno o esforço comum para debelar as chamas.

E, mesmo respeitando as elementares regras de segu-rança, mesmo assim, acabam por suceder contratempos e acidentes cujo desfecho se torna trágico.

Foi o caso do piloto de heli-cópteros Américo de Sousa fa-lecido durante o combate a um incêndio em Castro Daire. O aparelho acabava de deixar no terreno, em Cabril, a equipa de quatro elementos do Grupo

de Intervenção Proteção e So-corro da GNR que transportava e preparava-se para passar à segunda fase da missão atra-vés da utilização do balde para apoiar a extinção do incêndio.

Ao subir para proceder ao carregamento de água no bal-de o aparelho entrou em con-tacto com cabos de alta ten-são, entrou em combustão e precipitou-se no solo provo-cando a morte do piloto, de-correndo já um inquérito para apurar as circunstâncias do sucedido.

O piloto Américo de Sousa

tinha muita experiência no combate a incêndios florestais ganha com muitos anos de ati-vidade e em diferentes aero-naves, inclusive com apare-lhos Kamov.

O aparelho acidentado, da empresa “Everjets”, encontra-va-se sediado no Centro de Meios Aéreos de Armamar, Vi-seu.

Certos de acompanhar o sentir dos bombeiros portu-gueses, queremos endereçar aos companheiros e à família de Américo de Sousa sentidos pêsames pelo sucedido.

CASTRO DAIRE

Piloto morre em queda de heli

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11AGOSTO 2017

A declaração de calamidade decretada pelo Governo que vigorou entre as 14

horas de 18 de agosto e as 24 horas do dia 21 de agosto, abar-cou os distritos de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Bran-co, Coimbra, Faro, Guarda, Por-talegre, Porto, Santarém e Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, abrangendo a larga maioria dos seus concelhos e em cinco dos distritos a sua totalidade.

A declaração veio estabelecer a “adoção imediata de medidas que permitam disponibilizar re-cursos adicionais para ações de prevenção, bem como de prote-ção civil, em caso de necessida-de, para as áreas do território objeto da declaração”.

Antes da divulgação do Des-pacho Conjunto do primeiro-mi-nistro e da ministra da Adminis-tração Interna, que determinou a declaração de calamidade, An-tónio Costa reuniu-se com um conjunto de entidades, entre as quais se incluiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares.

Na sequência reunião, o presi-dente da LBP deu conhecimento às federações, dirigentes e co-mandos das associações e cor-pos de bombeiros sobre o teor da mesma, nomeadamente, so-

bre o desafio lançado pelo pri-meiro-ministro para que os bombeiros, apesar do esforço já desenvolvido pudessem, mesmo assim, reforçar o seu dispositivo nesse período. É o teor dessa in-formação que reproduzimos:

“Na reunião havida no dia 18 de agosto com o primeiro-minis-tro, António Costa, na presença dos ministros da Administração Interna e da Agricultura, Cons-tança Urbano de Sousa e Capou-

las Santos, outros membros do Governo, os chefes militares da Marinha, Força Aérea, Exército e GNR, o Diretor Nacional da PSP, o Presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses e o Coman-dante Nacional de Operações de Socorro da ANPC foram informa-dos das condições excecionais que levam o Governo a decretar o estado de Calamidade Pública para um conjunto de regiões do país que apresentam um risco

acrescido de incêndio para os próximos dias

Na oportunidade, o Primeiro--ministro, secundado pela minis-tra da Administração Interna, solicitou às entidades ali repre-sentadas que passem a partici-par ou reforcem os respetivos meios presentes nos teatros de operações, nomeadamente nas zonas onde o risco se apresenta com maior gravidade.

No caso especial dos bombei-

ros, o primeiro-ministro, depois de salientar e enaltecer o papel que aqueles têm desempenhado no combate aos incêndios flores-tais e no apoio às populações vi-sadas, lançou o apelo ao presi-dente da LBP para que, tendo em conta o risco agravado dos próximos dias, seja possível re-forçar o dispositivo disponibiliza-do pelas 470 associações huma-nitárias e corpos de bombeiros portugueses.

Em resposta, o Presidente da LBP lembrou o enorme dispositi-vo dos bombeiros, em meios hu-manos e materiais, que tem per-manecido no terreno, em muitas regiões e muitas frentes nas últi-mas semanas. Lembrou então o enorme impacto que esse esfor-ço está a ter nesse universo, mas sublinhou que os Bombeiros Portugueses nunca se furtaram a um desafio e que o presente, que lhes é lançado pelo Primei-ro-ministro, por maioria de ra-zão, será particularmente tido em conta.

O presidente da LBP lembrou ainda a necessidade reiterada várias vezes antes do início do DECIF para que o Ministério da Administração Interna tivesse em conta o acréscimo de custos que o Dispositivo representa para as associações e os pró-prios bombeiros, apelo que, afi-nal, nunca foi correspondido.

A terminar, o presidente da LBP, definiu como metodologia, para maior eficiência e eficácia do apelo formulado pelo primei-ro-ministro, que as associações humanitárias e corpos de bom-beiros mantenham o contacto direto com a ANPC/comandos distritais de operações de socor-ro a fim de agilizarem a disponi-bilidade do reforço solicitado”.

DECLARAÇÃO DE CALAMIDADE

Bombeiros não desarmam

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A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) completou a 18 de agosto, 87 anos de ati-

vidade em prol dos milhares de mulheres e homens que trajam de soldados da Paz, assu-mindo-se como uma organização que surgiu.”por vontade dos bombeiros, das asso-ciações humanitárias e corpos de bombeiros”.

Ao longo destes anos, “esta confederação pautou-se por ocupar a liderança em todas as questões que envolveram e envolvem bom-beiros voluntários, mas também sapadores, municipais e privativos e todos os elementos dos seus quadros, ativo, de reserva, de espe-cialistas e de honra, e também todos os seus dirigentes”.

“Somos uma família diversificada mas uni-da na causa comum de defender pessoas e bens, seja o património individual como, em especial, o coletivo e, em particular, o natural. Os Bombeiros são o garante último da defesa das vidas dos seus concidadãos, do seu patri-mónio, de Portugal e de todos os Portugue-ses”, salienta a LBP em comunicado.

Numa altura em que os bombeiros estão a ser chamados há muitas semanas a combater denodadamente os incêndios florestais que assolam todo o país, “esta efeméride é, no fundo, o testemunho, de que hoje, como no passado e também no futuro, os Bombeiros Portugueses continuam a cumprir exemplar-mente a sua missão de cidadania suprema, com evidente esforço e sacrifício, credores do respeito e da admiração de Portugal Portugue-ses, em particular, e do Mundo, em geral”.

“O mau estado geral da floresta, agravado a cada ano que passa, a ausência do seu cadas-tro, do seu planeamento e do seu ordenamen-to, a que não é alheio também o crime organi-zado e a falta de prevenção estrutural, a vigi-

lância e a própria deteção dos incêndios” es-tão na origem do drama que os portugueses estão a viver e que os seus bombeiros deno-dadamente, com saber, abnegação e cora-gem, estão a combater. dos incêndios flores-tais”.

A ação dos bombeiros, “dificultada por um conjunto diversificado de razões, têm sido de-terminante para evitar que o drama que se está a viver se venha a transformar numa ca-tástrofe nacional ainda de maiores dimen-sões”.

Em dia de aniversário a Liga presta tributo aos “bombeiros que estão a lutar até ao limite das suas forças, muitas vezes com conse-quências pessoais gravosas e até com o sacri-fício da própria vida, sublinha a confederação” e saúda em especial os que “continuam exem-plarmente a lutar pela vida nas camas dos hospitais e os familiares do bombeiro Gonçalo Conceição, infelizmente falecido em conse-quência da sua abnegação”.

A assinalar 87 anos ao serviço dos Bombei-ros de Portugal, a LBP sublinha “o enorme em-penhamento dos bombeiros na qualificação da sua própria atividade, ao nível da organiza-ção, há mais de seis séculos, promovida e de-senvolvida no seio da própria sociedade civil” destacando também “o enorme investimento que os bombeiros têm sabido fazer na sua ca-pacitação e formação para que possam conse-guir socorrer mais e melho”, e ainda o apoio de”todos os parceiros com quem temos conta-do no âmbito da proteção civil”

“A modernidade de uma instituição e a atualidade da sua missão afirmam-se pelos resultados da sua ação. Os Bombeiros Portu-gueses e a sua Liga são, mais uma vez, exem-plo disso”, assinala, ainda, a confederação.

LBP

Há 87 anos ao serviçodos bombeiros e de Portugal

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12 AGOSTO 2017

Decorreu no dia 11 de agos-to, nas instalações da Asso-

ciação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários do Dafundo, a cerimónia de entrega equipa-mentos de proteção o individual (EPI) de combate a incêndios florestais oferecidos pelo Grupo Mosqueteiros/Intermarchê, no âmbito do protocolo estabeleci-do com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Na cerimónia, que contou com a presença do presidente da LBP, comandante Jaime Mar-ta Soares, para além dos 500 EPI entregues a 100 corpos de bombeiros dos 18 distritos do continente, a administração do Intermarchê decidiu ofertar mais um conjunto aos Voluntá-rios do Dafundo, anfitriões des-te evento.

“Hoje garantir o funciona-mento de uma estrutura de bombeiros em Portugal não é nada fácil, porque o trabalho que ali é executado não é devi-damente ressarcido”, declarou Jaime Marta Soares, para de-pois realçar a meritória inter-venção da sociedade civil, no que “deveria ser uma responsa-bilidade prioritária dos poderes instituídos”.

O presidente da confedera-ção enalteceu e agradeceu a es-tratégia social da empresa, fa-lou de um sentimento muito forte de gratidão”, defendendo que “apoiar os bombeiros è apoiar Portugal”.

O parque de viaturas do Bombeiros do Dafundo encheu--se de bombeiros de todo o país e foi perante uma plateia “de mulheres e homens que sob anonimato são autênticos he-róis” que João Magalhães, em nome da administração do In-termarchê, falou e elogiou a missão dos bombeiros, assegu-rando que a organização que representa conhece e reconhe-ce “as dificuldades, os perigos que diariamente enfrentam”, e que, por isso, está sempre dis-ponível para responder às soli-citações, quer abrindo as portas das suas lojas quer apoiando ou patrocinando iniciativas das as-sociações e corpos de bombei-ros. O administrador anunciou na ocasião que a dimensão da tragédia que esse ano se aba-teu sobre o Pais levou esta or-ganização a duplicar a oferta, estando prevista para setembro a entrega de mais meio milhar de EPI.

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Meio milhar de EPI chega aos quarteisO Grupo Os Mosqueteiros, numa parceria

com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), entregou 501 equipamentos de

proteção individual (EPI) de combate a incêndios florestais a 101 corpos de

bombeiros de todos distritos do território continental, numa cerimónia que se

realizou, no dia 11 de julho, no quartel dos Voluntários do Dafundo.

Para o próximo mês de setembro está prevista a entrega de outros tantos

equipamentos.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Os conjuntos distribuídos pelo grupo que detém as insíg-nias Intermarché, Bricomarché e Roady, são compostos por bota florestal, luvas, cógula, calças e dólman, capacete e sweatshirt.

Registe-se que a estes equi-pamentos somam-se outros 1250 distribuídos em campa-nhas anteriores, o que feitas contas se traduz num apoio su-perior a um milhão de euros. A relação do Grupo Os Mosquetei-ros com os bombeiros é antiga e começou há anos com a en-trega de cerca de meia centena de viaturas de combate a incên-dios florestais, sendo que desde 2014, formalizada a parceria com a LBP, centrando-se a aposta na segurança nos opera-cionais.

Foram contempladas com a oferta do grupo Os Mosqueteiros 100 corpos de bombeiros

de todos os 18 distritos de Portugal continen-tal:

AVEIRO: Voluntários de Pampilhosa, Ana-dia; Vale de Cambra, Sever do Vouga e Arou-ca. BEJA: Voluntários de Cuba, Ferreira do Alentejo Mértola, Ourique e Vila Nova de Mil-fontes. BRAGA: Voluntários Celoricenses, Viei-ra do Minho, Riba de Ave, Cabeceirenses e Fão. BRAGANÇA: Voluntários de Alfândega da Fé, Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Vi-nhais e Torre de D. Chama. CASTELO BRAN-CO: Voluntários de Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova. Penamacor, Vila de Rei e Cernache de Bonjardim. COIMBRA: Municipais da Figueira da Foz e da Lousã e os Voluntários, Brasfemes, Coja e Lagares da Beira. ÉVORA: Voluntários de Vendas Novas, Montemor-o--Novo, Mourão, Alandroal e Viana do Alentejo. FARO: Voluntários de São Brás de Alportel, Monchique, Aljezur, São Bartolomeu de Messi-

nes e Alcoutim. GUARDA: Voluntários de Vila Nova de Tazém, Fornos de Algodres, Mantei-gas, Loriga e Soito. LEIRIA: Voluntários de Colares, Alverca, Fanhões, Zambujal, Parede, Alcoentre, Camarate, Almoçageme, Caneças e Montelavar. PORTALEGRE: Voluntários do Cra-to, Avisenses, Monforte, Marvão e os Munici-pais do Gavião. PORTO: Voluntários de Leça do Balio, Cête, Porto, São Pedro da Cova, Vila Meã e Crestuma. SANTARÉM: Voluntários do Entroncamento, Pernes, Samora Correia, Fáti-ma e os Municipais do Sardoal. SETÚBAL: Vo-luntários do Cercal do Alentejo, Canha e Alva-lade Mistos do Seixal, Torrão e Amora. VIANA DO CASTELO: Voluntários de Caminha, Mon-ção, Ponte da Barca, Vila Nova de Cerveira e Municipais de Viana do Castelo. VILA REAL: Voluntários de Cheires, Sanfins do Douro, Pro-vesende, Favaios, Carrazedo de Montenegro e Cerva. VISEU: Voluntários Tabuaço, Vouzela, Cabanas de Viriato, Lamego, Ervedosa do Douro, Penedono e Vale Besteiros.

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13AGOSTO 2017

O Conselho Executivo (CE) da Liga dos Bombeiros Portu-

gueses (LBP), reunido na sua sede, em Lisboa, no dia 31 de agosto, incluiu na ordem de tra-balhos uma análise exaustiva aos incêndios florestais 2017.

Perante a dimensão e as con-sequências dramáticas desse flagelo, que se abateu sobre o país nos últimos dois meses com perdas de vidas humanas e enormes danos naturais e patri-moniais, para o CE é lícito e jus-to concluir que o país só não entrou em colapso porque a es-trutura do principal agente da Proteção Civil, os Bombeiros, agiu em todos os teatros de operações de combate aos in-cêndios florestais, e foram mui-tos, com competência, abnega-

ção e coragem no exercício da sua missão.

Segundo o CE, os Bombeiros conseguiram superar-se nesse exercício e lograram alcançar os objectivos lançados a si pró-prios, garantindo a estabilidade dos Portugueses no âmbito da Proteção e Socorro que lhes está confiada.

O CE decidiu por unanimida-de, e tornar público, enaltecer e agradecer aos Bombeiros todo o esforço e dedicação a esta tão nobre causa em circunstâncias particularmente difíceis e arris-cadas.

O CE decidiu ainda saudar as Associações Humanitárias de Bombeiros, e nelas os seus diri-gentes, verdadeiros bombeiros sem farda, pela competência e

eficácia posta na gestão das suas instituições, nomeadamen-te dos seus corpos de bombei-

ros, para que fosse possível que os operacionais tivessem a sua retaguarda coberta em termos

de apoio financeiro e adminis-trativo crucial também para o suporte do combate.

O CE saúda ainda as Câmaras Municipais com Corpos de Bom-beiros. Estas e as Associações são credoras do reconhecimento de todos os portugueses pelo in-condicional apoio para que os seus operacionais estivessem sempre disponíveis para o exer-cício da sua função e missão no combate.

Por último, o CE decidiu ain-da, em nome de todos os Bom-beiros Portugueses, saudar to-dos os outros agentes de prote-ção civil que no terreno também deram o seu contributo ao duro combate que juntos travaram, todos irmanados no propósito comum de salvaguardar pes-soas e bens.

Bem hajam Bombeiros Portu-gueses!

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Esforço e dedicação enaltecidos

O secretário de Estado das Flo-restas, Miguel Freitas, em-

possado pouco depois dos incên-dios de Pedrógão Grande, reto-ma uma tese antiga de querer associar entre si a prevenção e o combate aos incêndios florestais e, nesse sentido, em entrevista ao jornal Público, admite que os bombeiros possam ser chama-dos a essa missão conjunta.

Em resposta, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) admite ouvir as ideias e os projectos sobre essa possibi-lidade “mas será a opção de cada associação por si, mas sem misturas”, ou seja, “nunca alo-car equipamentos que estão destinados ao socorro.”

O comandante Jaime Marta Soares defende que “não é a nossa missão, mas também ain-da não fomos questionados para isso”, mas reconhece que possa haver associações que queiram, fora da sua actividade principal do socorro, contratar equipas de sapadores para esse trabalho mas, sublinhe-se, é uma opção estrita de cada associação hu-manitária de bombeiros”.

Contudo, para o presidente da LBP não basta as ideias do senhor secretário de Estado

que, para nós, ainda são desco-nhecidas, mas aguardamos que nos sejam formalmente apre-

sentadas para debatê-las no seio dos bombeiros, se for caso disso”.

Á partida, as contas avança-das pelo secretário de Estado de Florestas, só por si, irão

suscitar controvérsia. Aquele avança que “do ponto de vista anual, gastam-se cerca de 120 milhões de euros, dois terços em combate e um terço em prevenção, e em cinco anos vamos trabalhar no sentido de equilibrar o que é investimento em prevenção e o que é inves-timento em combate”.

Aquele responsável defende que é necessário “deixarmos de ter este conceito separado de prevenção e combate e pas-sar para um grande conceito da proteção da floresta” e re-conhece que “é necessário quebrar alguns muros que existem ainda entre o que é o dispositivo de combate e o tra-balho que se desenvolve na prevenção”.

Questionado sobre se “espe-ra que os bombeiros façam o mesmo trabalho dos sapadores florestais” Miguel Freitas refere que “é possível encontrar um modelo integrado de preven-ção e combate e temos que fa-zer avançar o sistema, o que significa pensar todas essas questões”.

BOMBEIROS NA PREVENÇÃO

LBP não admite misturas mas será opção de cada um

“Quem acusa tem que provar ou então é conivente com essa acusação”, sublinha o presidente da Liga dos Bombeiros

Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, perante as acusações de Rui Silva, dirigente da Associação Nacional dos Bombeiros Voluntários, de que há “um esquema de financiamento dos bombeiros à custa do desvio de verbas da alimentação para os operacionais”.

Rui Silva adianta que o dinheiro “desviado das refeições não vai para o bolso das chefias” e aponta que é aplicado “noutros fins, como a compra de equipamento que as associações precisam ou em outras necessidades nos quartéis”.

O dirigente sublinha que “ninguém faz nada porque o sistema é muito poderoso” e, questionado sobre o “sistema”, adiantou que se trata de “todos os que beneficiam com isto e nada dizem”.

Rui Silva adianta ainda que, “não posso aceitar que os bombei-ros sejam financiados à custa do dinheiro da sua alimentação”.

VERBAS DESVIADAS DA ALIMENTAÇÃO

“Quem acusa tem que provar ou é conivente”

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14 AGOSTO 2017

Projetos não faltam aos Bombeiros Cabeceirenses que, por estes dias, ulti-

mam os trabalhos de constru-ção de um campo de treinos que deverá estar operacional já no final do verão, faltando nes-te momento pouco mais do que a pavimentação do acesso que será assegurada pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Bas-to, segundo revelou ao jornal Bombeiros de Portugal Jorge Machado, presidente da direção da instituição explicando que esta era uma obra que se impu-nha, pois após uma recente in-tervenção no quartel deixaram de existir condições para garan-tir a componente prática indis-pensável à preparação dos bombeiros.

“As duas Unidades de Forma-ção Local no distrito – Taipas e Vila Verde – estão um pouco distantes, por isso mesmo deci-dimos apostar neste campo de treinos que, evidentemente, es-tará aberto a todos os corpos de bombeiros que o queiram usar, nomeadamente os dos concelhos vizinhos, até porque seria um desperdício fazer este investimento só para nós”, adianta o dirigente.

A formação constitui aliás

uma das prioridades da equipa que assumiu os destinos da ins-tituição há uma dúzia de anos. Nessa época a preparação dos operacionais resumia-se “à ins-trução interna e pouco mais, tudo o resta estava por fazer”, como explica o comandante Duarte Ribeiro congratulando--se com o caminho percorrido e as metas alcançadas.

“Neste momento o corpo de bombeiros até já tem formado-res em diversas áreas, o que seria impensável há 12 anos” reconhece o comandante, dan-do conta que a entrada de jo-vens acabou por facilitar e até acelerar o processo, no qual a direção se envolveu ativamente atribuindo caráter prioritário e permanente à qualificação dos recursos humanos.

O comandante regista uma “enorme evolução” deste corpo de bombeiros, a todos os ní-veis, mas em especial no servi-ço de saúde e mas, também, no combate a incêndios florestais, uma valência particularmente importante num território mar-cado por uma extensa mancha verde, com particular importân-cia na freguesia de Gondiães onde o pinheiro bravo domina a paisagem.

Para responder às crescentes solicitações do concelho e ga-rantir prontidão ao socorro a associação avançou, recente-mente, com a criação de uma Equipa de Intervenção Rápida (EIRA) constituída por cinco elementos, que surge como al-ternativa à Equipa de Interven-ção Permanente (EIP) que em-bora “todos reconhecem ser precisa” ninguém parece dispo-nível para a assumir. “Cansados de tanta espera” os Bombeiros Cabeceirense assumem desde abril uma responsabilidade que,

CABECEIRAS DE BASTO

Quem não tem EIPCom o firme propósito de colocar o socorro às populações num patamar de excelência,

a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses decidiu assumir os encargos com a criação de uma Equipa

de Intervenção Rápida (EIRA) substituindo-se assim à autarquia que, por sua vez,

continua à espera que a tutela dê luz-verde às pretensões deste município do distrito

de Braga e coloque no quartel uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP),

acabando de uma vez com uma “descriminação grave”.

Texto: Sofia Ribeiro

As duas Unidades de Formação Localno distrito – Taipas e Vila Verde –estão um pouco distantes,por isso mesmo decidimos apostar neste campo de treinos que, evidentemente, estará aberto a todos os corpos de bombeiros que o queiram usar.

Jorge Machado, presidenteda Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários Cabeceirenses

palavra de PRESIDENTE Com 68 anos de história e outros tantos de serviço prestado às populações dentro e

fora das fronteiras do concelho de Cabeceiras de Basto a Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários Cabeceirenses apresenta--se como uma instituição moderna e dinâmica plenamente adaptada às exigências do pre-sente e preparada para enfrentar os desafios do futuro.

A comunicação é uma aposta que visa ga-rantir a proximidade, o envolvimento e o com-prometimento dos mais 16 750 habitantes das 12 freguesias deste concelho do distrito de Braga e que nos últimos anos permitiu abrir as portas da associação ao exterior.

A instituição conta com 19 funcionários e a impagável colaboração dos 65 voluntários que integram o corpo de bombeiros.

Cartão de visita

defendem, deveria ser assaca-da à Câmara Municipal de Ca-beceiras de Basto e à Autorida-de Nacional de Proteção Civil (ANPC).

“Fizemos as nossas contas e percebemos que este era um custo que associação poderia suportar, ainda que essa opção implique não fazer outras coi-sas”, sublinha Jorge Machado, mostrando-se esperançoso que “até ao final do ano a autarquia e a Autoridade Nacional de Pro-

teção civil cheguem a um en-tendimento para que já no iní-cio de 2018 seja possível aca-bar com uma descriminação grave de são alvo, não só estas, mas várias outras associações do País”.

“O governo não tem tratado bem os Bombeiros Cabeceiren-ses, nem resposta nos dá e já andamos nisto há três anos”, denuncia o comandante.

Esta questão que tem anos não belisca, contudo, a boa re-

lação institucional com a autar-quia, que, há muitos anos, ga-rante um importante apoio à associação, conforme fazem questão de destacar direção e comando.

O voluntariado começa a re-cuperar vitalidade essa é pelo menos a perceção ou expectati-va de Duarte Ribeiro que nos dois últimos anos viu ingressar no corpo de bombeiros duas dezenas de novos elementos. Ainda assim não esconde preo-cupações com a falta de dispo-nibilidade normal dos jovens que a vida académica, numa primeira fase, e o percurso pro-fissional, mais tarde, acabam por afastar os da causa. Resta pois intensificar o trabalho no seio da comunidade, tentando assegurar desta forma a reno-vação e se possível do reforço dos recursos humanos.

“A população reconhece e confia no nosso trabalho, está do lado dos seus bombeiros, mas isso não se traduz em apoio efetivo”, lamenta o presi-dente considerando que a co-munidade tem uma ideia equi-vocada sobre a realidade destas estruturas que assentam no vo-

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15AGOSTO 2017

O canoísta Fernando Pimenta, de Ponte de Lima, sagrou-se campeão do mundo de

canoagem na competição que decorreu em Recipe, na República Checa, dedicou o título mundial aos bombeiros portugueses e já foi saudado pelo presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP). No contacto telefónico havido, o comandante Jaime Marta Soares deu-lhe “os parabéns pela sua prestação no-tável” e agradeceu-lhe “a homenagem que quis prestar aos bombeiros ao dedicar-lhes o

feito que acabava de realizar”. No final da corrida nos 5000

metros (K1), Fernando Pimenta dedicou a vitória a “todos os portugueses” e, em especial, aos bombeiros. “Esta vitória é

também dedicada aos soldados da paz, os bombeiros, que neste momento percorrem Portugal com as piores condições do mundo para defender o que é dos outros”, disse o novo campeão do mundo

E Fernando Pimenta revelou que também tem um pai bombeiro (Voluntários de Ponte de Lima), a quem aproveitou o título para “home-nagear”. “Porque o meu pai é bombeiro volun-tário e vejo-o a sair muitas vezes de casa para ajudar os outros e nem volta no mesmo dia”, concluiu o canoísta.

Na mesma competição, reali-zada na República Checa, Fer-nando Pimenta conquistou tam-bém a medalha de prata nos 1000 metros (K1).

CAMPEÃO DO MUNDO DE CANOAGEM

Atleta dedica vitória aos soldados da pazFo

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PA

A Estoril-Praia Futebol SAD promoveu uma homenagem

aos bombeiros portugueses atra-vés da apresentação do seu ter-ceiro equipamento em cerimónia realizada na parada do quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários dos Esto-ris.

A cerimónia contou com a pre-sença de quatro jogadores do plantel, Kleber, Mauro, Gonçalo Brandão e Moreira, e do treinador da equipa Pedro Emanuel.

Na oportunidade foi também feita a entrega for-mal de um equipamento de parâmetros vitais ofe-recido pelo Estoril-Praia aos Voluntários dos Esto-ris.

O administrador da SAD, João Ribeiro, explicou as razões da iniciativa lembrando as dificuldades sentidas pelos bombeiros no combate aos muitos incêndios que têm ocorrido. Seguiram-se várias in-tervenções, do presidente do Grupo desportivo Es-toril-Praia, Alexandre Faria, do representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, do presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo, do dirigente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Dias, e do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, na presença

de vários dirigentes e elementos de comando das cinco associações do concelho, e de elementos diri-gentes ligados ao desporto e, em especial, ao Esto-ril-Praia.

Às várias entidades presentes foi oferecida emol-durada uma camisola do terceiro equipamento da equipa em que se homenageiam os bombeiros.

TERCEIRO EQUIPAMENTO

Estoril-Praia promove homenagem

luntariado. Mesmo assim e “So-mos a instituição do concelho que tem mais associados, cerca 2200 associados”, refere o diri-gente, considerando que apesar o aparente alheamento a comu-nidade está comprometida com a causa.

“Os bombeiros têm que viver do seu trabalho, dos serviços que prestam”, defende Jorge Machado, deixando claro que não é possível responder às exi-gências de setor estendendo a mão à caridade.

Ainda que instalados num quartel totalmente renovado, direção e comando projetam, já para o próximo ano, a requalifi-cação e ampliação da ala femi-nina, uma intervenção justifica-da pelo substancial aumento do número de mulheres no corpo de bombeiros. Duarte Ribeiro revela a este propósito que na última recruta “elas” já esta-vam larga em maioria:

“Na última escola 8 dos 11 formandos eram mulheres”.

Aos 65 operacionais que,

atualmente, servem os Volun-tários Cabeceirenses importa assegurar para além da forma-ção, a segurança mas, também, os meios adequados aos dife-rentes teatros de operações, uma premissa de que a direção não abdica, mas que implica um enorme esforço financeiro, como reconhece Duarte Ribeiro, enaltecendo a política de inves-timento que permitiu adaptar os meios às necessidades e à realidade do território que ser-vem.

CABECEIRAS DE BASTO

socorre com EIRA O governo não tem tratado bem

os Bombeiros Cabeceirenses

Duarte Ribeiro, comandantedos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses

voz de COMANDO

“Este corpo de bombeiros têm tudo para fazer face a uma primeira intervenção, o que é preciso para acorrer a qualquer situação no concelho”, salienta o comandante, adiantando ain-da que “neste momento todos os bombeiros têm três EPI flo-restais, bem como novos capa-cetes e botas para combate a incêndios urbanos, sendo que 50 por cento do efetivo recebeu

ainda o fato nomex, o restante terá o seu equipamento já no próximo ano”, adianta Duarte Ribeiro dando conta de um in-vestimento de 22500 euros. Também recentemente a dire-ção deu luz verde à aquisição de um veículo ligeiro de comba-te a incêndios (VLCI) e de duas viaturas dedicadas ao transpor-te de doentes (VDTD), estando ainda prevista, para breve, a chegada ao quartel de um veí-culo tanque tático florestal (VTTF), ao abrigo de uma can-didatura a fundos comunitários, no âmbito do Programa Opera-cional Sustentabilidade e Efi-ciência no Uso de Recursos (PO SEUR). Ainda assim e embora não seja premente o coman-dante gostaria de colocar ao serviço do município uma au-toescada, assegurando, contu-do, que esta lacuna pode ser

colmatada a qualquer momento por vários corpos de bombeiros dos concelhos vizinhos que dis-põe desde equipamento.

“No plano anual de atividades estão consagradas todas as ne-cessidades do corpo de bombei-ros, sendo obrigação da direção assegurar aos operacionais as condições e os meios para que possam fazer bem o seu traba-lho”, diz Jorge Machado, convic-to que só desta forma é possí-vel prestar um serviço de quali-dade ao concelho de Cabeceiras de Basto.

No que ao setor diz respeito direção e comando falam a uma só voz, defendem as mesmas ideias, partilham idênticas preocupações e competem na admiração, no respeito e no re-conhecimento aos bombeiros e, talvez por isso, sejam os rostos de um projeto vencedor.

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16 AGOSTO 2017

Melo, uma pequena fregue-sia do município de Gou-veia, engalanou-se para

no passado dia 19 assinalar o centenário de Luciano Viegas. Várias dezenas de convivas par-ticiparam na cerimónia promovi-da pelo corpo de bombeiros local que o aniversariante serviu mais de 80 anos, tendo mesmo inte-grado o grupo de pioneiros que em 1936 fundaram a instituição.

Invejavelmente lúcido, muito embora teime lembrar que já está “muito esquecido” o chefe Luciano Viegas, facilmente recua no tempo para lembrar um outro episódio da época em que os in-cêndios eram vencidos “à força de braços”, com o apoio de umas rudimentares “carroças”. Entre avanços e recuos, relembra o primeiro carro da instituição, um táxi adaptado e apetrechado com equipamento básico para combate às chamas, uma viatu-ra que, aliás, se encontra devi-damente preservada constituin-do uma importante peça do es-pólio da associação.

Diz que teria uns “17 anos” quando aceitou o desafio de José Santos Pinho, figura importante da terra e o principal impulsio-nador da criação do corpo de bombeiros de Melo, contudo, os registos oficiais “só” dão conta do ingresso em 1945 e de uma carreira de 58 anos que termi-nou em 2003. Passou pelos Vo-luntários da Covilhã e serviu a causa em Luanda, incursões im-postas por compromissos profis-sionais na área dos lanifícios que o obrigaram a largar Melo, onde só regressou em definitivo na década de 70 do século passado empurrado pelo processo de descolonização.

A filha Maria Amélia, os netos Pedro e Ricardo e bisneta Raquel

acompanham Luciano neste dia que promete ser longo e cansa-tivo, tentam que relembre mo-mentos passados, mas o aniver-sariante recusa os “auxiliares de memória”, fala apenas do que lhe apetece, não se inibindo de criticar o atual estado das coi-sas.

Conformado – ou quase - com a realidade dos tempos que cor-rem, o nosso interlocutor recusa o politicamente correto para “torcer o nariz” à presença femi-nina nos quartéis, justificando que muitas vezes o comporta-mento e o linguajar dos homens não são consentâneos com o “respeito” que uma mulher exi-ge. Ainda assim, vencido – em-bora não convencido - deixa-se levar pela empatia e atenção das “companheiras do quartel” que regularmente visita e para quem tem sempre um conselho ou uma boa estória.

O rigor e exigência que sem-pre o nortearam poderão ter im-pedido os netos de ingressarem

MELO

Decano assinala um século de vidaNo dia 18 de agosto Luciano Viegas

completou 100 anos de vida, efeméride que foi assinalada com uma festa que reuniu, em Melo, dezenas de familiares, amigos,

vizinhos e os bombeiros desta freguesia do concelho de Gouveia, que muito devem a este que é afinal o decano da causa e um

seguidor fervoroso do lema “Vida por Vida”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

“à séria” na carreira de bombei-ro, como reconhece Ricardo Vie-gas, confidenciando que chegou a “ir aos incêndios” mas sem que avó tomasse conhecimento, por-que sabia bem que qualquer compromisso assumido teria de ser cumprido sem falhas e sob o rígido escrutínio do experiente bombeiro.

Maria Amélia fala com enorme orgulho do seu pai, uma admira-ção profunda denunciada por uma lágrima teimosa que surge quando relata um ou outro epi-sódio da vida familiar, na qual os bombeiros marcavam, sempre presença. O chefe Luciano divi-

dia os dias entre o trabalho e o quartel onde “era preciso ir cha-má-lo até para almoçar ou jan-tar”.

Luciano vive sozinho e faz to-das as tarefas diárias, só há pouco meses e por imposição da filha recebe as refeições prontas em casa. Maria Amélia revela que o pai recusa ir viver com a família para o Porto, onde esta-ria mais acompanhado e apoia-do, contudo sublinha, satisfeita, que Luciano, de quando em vez, “mete-se no autocarro e vai até ao Porto”. Há poucos meses e porque as “pernas já vão pesan-do” pediu dispensa ao coman-

dante das funções de porta-es-tandarte da associação, missão que desempenhou décadas a fio com solenidade, aprumo, brio e vaidade, insígnias que mantém intactas na farda que enverga e na qual exibe também umas quantas medalhas e em desta-que o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) que certifica uma longa carreia e os bons serviços à causa.

Num dia de muito calor e anormal agitação, o chefe Lucia-no Viegas não acusa cansaço e com simpatia vai satisfazendo a curiosidade dos jornalistas, em-bora se detenha no que real-mente importa. Recorda as mis-sões difíceis de outros tempos, da escassez de meios só colma-tada pela afoiteza e a prepara-ção dos bombeiros, que, subli-nha, cumpriam um rígido plano de instrução a que “naquele tempo” ninguém podia fugir. Re-leva que foi responsável durante anos pelos equipamentos e res-petiva manutenção e sublinha que com ele tinha que “estar tudo em ordem”.

Fala com admiração do seu primeiro comandante o “saudo-so José Santos Pinho”, mas dei-xa claro que todos os que lhe sucederam lhe mereceram res-peito e consequente aceitação das regras imposta pela hierar-quia do quartel. Sem filtros, por-que a idade e experiência o per-mitem, não se coíbe de criticar o à vontade com que os mais jo-vens lidam, questionam e até enfrentam os seus superiores.

Feito de outra matéria, mol-dado por outros valores, o chefe de quadro de honra dos Voluntá-

rios de Melo tornou-se, no en-tanto, permeável a algumas “modernices” como o telemóvel que o acompanha para todo o lado e que utiliza com grande li-geireza e até com alguma de-pendência, como nos confiden-cia a filha, naturalmente, feliz pela autonomia do seu pai, algo que acredita ser genético - “de família” -, até porque a tia, aos 99 anos goza de idêntica joviali-dade e vontade de viver, que bem demonstrou no tributo ao irmão Luciano, no qual fez ques-tão de marcar presença.

O programa da festa organi-zada pelos Bombeiros de Melo para homenagear o ícone, a relí-quia viva da instituição incluiu um desfile de fanfarras com o grupo anfitrião a receber os con-géneres da Nazaré e Seia e ain-da a promoção de Nuno Carva-lho a bombeiro de 1.ª.

Marcaram presença nesta me-recida homenagem ao decano dos bombeiros de Portugal, en-tre outras entidades, Jorge Fer-reira, vereador da Câmara Muni-cipal de Gouveia; Salvador Dias, presidente da União de Fregue-sias de Melo e Nabais; Rui Rama da Silva, em representação do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Gaspar Rocha, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Melo e Rui Abrantes, comandante do corpo de bom-beiros.

Depois da cerimónia a família de Luciano Viegas convidou ami-gos, familiares e vizinhos para um lanche convívio que encheu de animação o largo fronteiro ao quartel dos Voluntários de Melo.

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17AGOSTO 2017

A popular e por isso muito requisitada praia de Car-cavelos, chega a rece-

ber, em época estival cerca de 30 mil banhistas, enchente que obriga a uma atenção es-pecial e um dispositivo prepa-rado para responder às mais distintas ocorrências. tanto no extenso areal, como no mar. Há já alguns anos que os Bom-beiros Voluntários de Carcave-los e São Domingos de Rana, complementando o trabalho dos nadadores-salvadores, e em articulação com a Autori-dade Marítima e a Polícia de Segurança Publica assumem ações de vigilância, patrulha-mento e socorro durante toda a época balnear que, no con-celho de Cascais, começa a 15 de maio e se prolonga até meados de setembro.

Durante a semana, das 9 às 19 horas, dois elementos as-

seguram o funcionamento de um posto de socorro, já ao fim de semana, com o grande au-mento do número de vera-neantes, a equipa e os meios são reforçados. Duas bicicle-tas, uma embarcação e uma ambulância são alocados ao socorro dos banhistas, um dis-positivo, que segundo Paulo Santos, comandante dos Vo-luntários de Carcavelos e São Domingos de Rana “ao longo dos anos têm vindo a ser adaptado às crescentes neces-sidades”, mas que assinala re-quer um enorme rigor na ges-tão de recursos humanos, sempre poucos para fazer face à vasta atividade operacional deste corpo de bombeiros, numa área de intervenção com cerca de 85 mil habitantes. Ao serviço prestado às freguesias de Carcavelos São Domingos de Rana e, também, a parte da

Parede, como regista Paulo Santos, este corpo de bombei-ros tem respondido às inúme-ras outras solicitações fora do concelho de Cascais, integran-do os grupos que garantem o Dispositivo Especial de Com-bate a Incêndios Florestais (DECIF).

A “missão praia”, desenvol-vida no âmbito de um acordo com a Câmara Municipal de Cascais, é totalmente assegu-rada por voluntários, como faz questão de salientar o respon-sável operacional, enaltecendo a disponibilidade de mulheres e homens para servir a comu-nidade e honrar os compro-missos assumidos pela direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos, que por sua vez muito tem in-vestido em meios e equipa-mentos, na melhoria das con-dições de trabalho, mas tam-bém na segurança e na forma-ção dos operacionais, tentando, assim, aumentar os níveis de motivação que per-mitem trocar as voltas à pro-palada “crise” do voluntariado.

Segundo dados fornecidos ao jornal Bombeiros de Portu-gal pelo comandante Paulo

Santos entre 15 de maio e meio do mês de agosto os Vo-luntários de Carcavelos regis-taram, nesta praia da linha cerca de 150 ocorrências, “si-tuações sem grande gravida-de” a maioria resolvidas ali mesmo, sem necessidade de recorrer às unidades hospita-lares. Da extensa lista de in-tervenções destacam-se “as picadas de peixe-aranha, as insolações e indisposições motivadas pela falta de inges-tão de líquidos e de alimen-tos”.

O patrulhamento de bicicle-ta permite encurtar distâncias e assim responder pronta-mente a qualquer emergência da mesma forma que a vigi-lância no mar é dissuasora e mantém os banhistas em zo-nas seguras. A embarcação tem assumido um papel im-portante também, no apoio a atividades náuticas e até no socorro às tripulações de bar-cos à deriva, conforme assina-la Paulo Santos.

“De verão o barco está an-corado na Marina de Oeiras, no inverno fica no quartel mas preparado para sair ao minuto sempre que solicitado pelas autoridades”, diz o comandan-

te, dando como exemplo um resgate, efetuado no passado mês de maio, na sequência de uma intempérie que colocou uma embarcação em perigo e obrigou à retirada dos seus ocupantes.

A equipa do jornal Bombei-ros de Portugal acompanhou, na manhã de 20 de agosto, o piquete de serviço. Num dia de muito calor, o areal en-cheu-se de banhistas de todas as idades, de várias nacionali-dades e até culturas, uns mais conscienciosos que outros a que se juntaram os vendedo-

res de quase tudo, num cená-rio algo caótico, que constitui um enorme desafio que só a união de esforços, entre os vários agentes a intervir na-quela praia, permite vencer.

O dia foi longo, certamente, cansativo para o subchefe João Nares e os bombeiros Catarina Ramos, Ruben Brás, Daniel Gama, Isabel Correia, Gonçalo Alves e Utku Aygun, mas o mais importante para esta equipa é o sentido da missão cumprida, tanto por aqui como em qualquer outro teatro de operações.

CARCAVELOS

Vigilância na terra e no marVigilância na terra e no marHá anos que os Bombeiros de Carcavelos e

São Domingos de Rana garantem a vigilância e o socorro num dos mais

vastos e concorridos areais da Linha, uma missão complexa e que exige um enorme

esforço dos voluntários, que em época estival são confrontados com um

considerável aumento do número de solicitações dentro e fora da área própria

de intervenção.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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18 AGOSTO 2017

Numa parceria com a Asso-ciação Formar Para Salvar

(AFPS), os Bombeiros de Paço de Sousa promoveram um Curso de Trauma avança-do. Para o efeito foram cria-dos 11 cenários com condi-ções adversas, como água, fumo, fogo, zonas de difícil acesso, poços, minas, etc… onde divididos em grupo os participantes, sentiram a ne-cessidade de cooperação e trabalho em equipa para atin-gir os objetivos propostos.

Depois de 24 horas, bas-tante duras, o balanço feito pelos formandos “foi bastante positivo”

O curso acreditado pelo Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM) e pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) integra conteúdos de Liderança, exame da víti-ma de trauma, técnicas de emergência de trauma, técni-cas de salvamento em meio aquático, técnicas de trauma em terreno agrícola/florestal, técnicas de salvamento com

veículos pesados e cenário multivítimas em catástrofe natural.

PAÇO DE SOUSA

24 horas em curso de trauma

Desde o início de julhos que os Bombeiros Voluntários

de Cantanhede asseguram o programa de vigilância motori-zada às florestas do concelho. À semelhança do que aconteceu em 2015 e em 2016, todos os dias dois voluntários percorrem o território concelhio, entre as 14 e as 17h., em motorizadas cedidas pela com autarquia, com o objetivo de detetar, pre-cocemente, eventuais focos de incêndio e, simul-taneamente, exercer um efeito dissuasor junto dos incendiários.

Realizado pelo terceiro ano consecutivo, está ação prolonga-se até setembro, envolvendo mais de duas dezenas de voluntários.

CANTANHEDE

Vigilância Motorizada de regresso

Foto

: Arq

uivo

O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombei-ros dos Açores (SRPCBA) implementou, na

Região Autónoma dos Açores, um sistema de emergência para deficientes auditivos e da fala (SEDAFA).

Este sistema pretende disponibilizar um servi-ço de emergência, utilizando o sistema de SMS (Short Message Service), através do qual todas as pessoas com dificuldades auditivas e da fala poderão pedir socorro, mediante o envio de uma mensagem de texto.

Para o efeito, os interessados deverão remeter ao SRPCBA um formulário preenchido que con-tém os dados pessoais e contactos.

Confirmada a inscrição, o SRPCBA enviará uma mensagem ao requerente, onde disponibilizará o número para o qual deverá ser enviada a mensa-gem com o pedido de socorro, assim como outras instruções relevantes.

O SRPCBA sublinha que, em caso de emergên-cia, para que sejam accionados os meios de so-corro necessários, a mensagem de socorro terá que ser enviada do contacto previamente inscrito na base de dados daquele Serviço, e a mensa-gem enviada deverá também referir sempre o tipo de emergência e a localização completa do local do pedido de socorro (local, freguesia, con-celho).

AÇORES

Socorro a deficientes auditivos e da fala

Face ao aumento significativo da atividade ope-racional no concelho de Albufeira, o corpo de

bombeiros local procurou uma solução de reforço de meios, no âmbito da emergência pré-hospita-lar.

Os Bombeiros de Albufeira justificam que “todo o seu efetivo está empenhado em assegu-rar vários dispositivos de resposta como combate a incêndios, socorro e salvamento”, estando inca-pacitado de responder com mais meios de emer-gência pré-hospitalar do que aqueles que estão protocolados com o INEM, “insuficientes para as ocorrências que se registam, nesta altura do ano, em termos de assistência às necessidades da po-pulação”.

As boas relações entre as direções e comandos dos Bombeiros de Albufeira e do Concelho de Es-

pinho permitiram que com celeridade tivesse sido possível estabelecer um acordo de colaboração entre as duas associações, já em prática, que permite reforçar a resposta de emergência pré--hospitalar.

Os bombeiros operam com equipas mistas de ambos os Corpos de Bombeiros com 4 ambulân-cias de socorro, duas pertencentes aos Bombei-ros do Concelho de Espinho, que acionadas nos mesmos moldes a partir do comando dos Bom-beiros de Albufeira pelo INEM – Centro de orien-tação de Doentes Urgentes (CODU).

Para além destes meios, os Bombeiros de Albu-feira contam também com dois motociclos de emergência adquiridos recentemente, num in-vestimento da autarquia, para responder às ne-cessidades de socorro e emergência existentes.

ALBUFEIRA

Espinho apoia pré-hospitalar

No dia 21 de agosto, pelas 14.40 h., o Centro Municipal

de Proteção Civil e Operações de Socorro de Portimão recebeu um alerta para acidente de tra-balho nas obras de reabilitação do túnel das Águas do Algarve, com a queda de um trabalhador no intercetor do Poço Seco/Boavista, numa profundidade de mais de 20 metros.

De imediato, reconhecendo a complexidade da exigente ope-ração de socorro, foram mobili-zados para o local, para além dos meios previstos na grelha de 1.º alarme, o Grupo de Sal-vamentos Especiais, com as va-lências de Salvamento Técnico por Cordas, Resgate em Águas Bravas e Mergulho, tendo os primeiros meios diferenciados chegado ao local pelas 1450 h..

Tratando-se de uma área no subsolo, numa extensão de cer-ca de dois quilómetros, foram encetadas múltiplas ações de busca e salvamento em cinco pontos de acesso às galerias, para minimizar os tempos de buscas. As equipas de resgate, inseridos em três setores de intervenção, aplicaram técnicas de salvamento por cordas com recurso a equipamento de proteção respiratória e detetores multigás.

Depois de uma hora de buscas no túnel em toda a área de interesse, que na altura apresentava um caudal significativo de água, a vítima foi localizada e resgatada, com vida, a cerca de 600 metros a jusante do local da queda. Tratava-se de um indivíduo de nacionalidade moldava, do sexo masculino, com 52 anos de idade, que apresentava trauma da face e membro superior esquerdo, suspeita de traumatismo vertebro-medular e múltiplas escoriações, sendo transporte à unidade de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve.

Esta intervenção envolveu par além do Corpo de Bombeiros de Portimão, o Serviço Municipal de Proteção Civil, a Policia de Segurança Pública, a Autoridade para as Condições de Trabalho, as Águas do Algarve e os responsáveis pelas obras curso, num total de 46 operacionais e 14 veículos.

PORTIMÃO

Resgate no subsolobem sucedido

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19AGOSTO 2017

A Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Sesimbra comemorou recente-

mente o seu 114.º aniversário, em que foram distinguidos os bombeiros Carlos Lourenço, Flá-vio Morais e Marco Cristóvão.

O programa comemorativo iniciou-se, de

manhã, com a romagem ao cemitério e, à tar-de, seguiu-se o desfile apeado e a sessão sole-ne.

A sessão foi presidida pela presidente da Câ-mara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa, e contou com as presenças, do presidente da Liga

dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, da presidente da Assembleia Mu-nicipal, Odete Graça, do comandante Raul Pra-zeres, em representação da Federação de Bom-beiros do Distrito de Setúbal, de vereadores, presidentes de juntas de freguesia e represen-

tantes de associações congéneres e de outras instituições locais, acolhidos pelo vice-presi-dente da assembleia-geral da Associação, Ma-nuel Adelino, pelo presidente da direção, Fideli-no Pereira, pelo comandante Luis Saraiva e res-tantes órgãos sociais.

SESIMBRA

Comemorados 114 anos de vida

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Santa Marta de Penaguião fes-tejou o seu 36.º aniversário e incluiu no seu programa come-morativo a posse do novo co-mandante, major Vasco Jorge Pinheiro Correia.

O programa iniciou-se de manhã, com o hastear das ban-deiras, com formatura geral do corpo de bombeiros, sob o co-mando do segundo comandante Alberto Carlos;

Seguiu-se a romagem ao ce-mitério de Sever, para depositar coroa de flores na campa do bombeiro falecido em 2005, no combate a um incêndio na loca-lidade de Alvações do Corgo. Mais tarde, a missa na igreja paroquial de Sever foi celebra-da pelo pároco António Luís que, na sua homilia, não deixou de realçar e elogiar a missão dos bombeiros. A igreja foi pe-quena para acolher tantos fiéis, bombeiros e familiares.

Procedeu-se depois à receção às entidades convidadas, no-meadamente, ao presidente da Câmara Municipal, Luís Macha-do, que presidiu à sessão sole-ne, e ao comandante Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses.

Na mesa de honra, além das personalidades referidas, tive-ram assento, o presidente da assembleia geral da Associa-ção, José Gonçalves, o coman-dante operacional distrital de Vila Real da ANPC, Álvaro Ri-beiro, a Federação dos Bombei-ros de Vila Real, representada pelo comandante dos BV Fon-tes, Artur Cardoso, o presiden-te da direção Leite Pereira, o presidente do conselho fiscal, Victor Cardoso, o representan-te da entidade eclesiástica, Pa-dre Edgar, e o empossado co-mandante, major Vasco Jorge Pinheiro Correia, natural da freguesia de Fornelos, concelho

de Penaguião, e com 58 anos de idade.

O major Vasco Jorge Pinheiro Correia ingressou no Exército em 1980, na Arma de Transmis-sões. Esteve colocado em Santa Margarida, Escola Militar de Electromecânica, Escola Prática de Transmissões, Regimento de Transmissões, Direcção de Ad-ministração de Recursos Huma-nos do Comando do Pessoal do Exército, Colégio Militar e Regi-mento de Infantaria 19 Chaves, onde exerceu funções de co-mando e chefia que lhe permi-tiu, não só adquirir experiência na liderança, como também na gestão de equipas de trabalho.

As entidades presentes usa-ram da palavra, tendo todos sem exceção realçado o papel importante dos bombeiros nesta fase crítica em que nos encon-tramos dos incêndios florestais.

O presidente da Câmara lem-brou que as portas da edilidade estão sempre abertas para

SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

Dever cívico de ajuda ao próximo

apoiar os bombeiros. O presi-dente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jai-me Marta Soares, referiu o pro-cesso negocial em curso, para alteração da lei de financiamen-to.

O novo comandante falou so-bre o propósito de ter aceitado este novo desafio como um de-

ver cívico de ajuda ao próximo. Referiu contar com todos sem exceção para levar a cabo a ár-dua tarefa de bem servir as gentes de Penaguião. Para isso, defendeu que é necessário competências que se adquirem com mais qualificações por par-te de todo o corpo de bombei-ros e sublinhou que o saber é

sinónimo de prestar um serviço de excelência.

As comemorações ficaram também marcadas por um des-file motorizado seguindo-se um almoço de confraternização, em que estiveram presentes os bombeiros, direção conselho fis-cal, assembleia geral e convida-dos.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Ponta Delgada comemorou recen-temente o seu 138.º aniversário, incluindo a atribuição de quatro crachás de ouro da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) e o Dia Municipal do Bombeiro. Por esta razão, o programa comemorativo

teve início no dia 5 de agosto últi-mo precisamente na zona frontei-ra aos paços do concelho de Ponta Delgada com o hastear das ban-deiras com a participação da cha-ranga.

Seguiu-se a romagem ao cemi-tério de S. Joaquim e o regresso ao quartel para homenagem a tí-

tulo póstumo ao bombeiro Bruno Furtado.

No dia seguinte, 6 de agosto, decorreu a sessão solene com a atribuição do crachá de ouro da LBP, ao segundo comandante Ma-nuel Pacheco Vieira, aos chefes Carlos Pavão e João Paulo Pavão de Sousa, e ao subchefe Gualter

Manuel Borges Lopes, e outras condecorações.

Seguiram-se as alocuções pe-las entidades presentes e, de se-

guida, foi celebrada uma missa no auditório da Associação, acompanhada pelo coro da insti-tuição.

Em próxima edição contamos dar mais pormenores sobre as celebrações do 138.º aniversário dos Voluntários de Ponta Delgada.

AÇORES

Ponta Delgada recebe crachás de ouro

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20 AGOSTO 2017

São conhecidos os proble-mas do interior do País, que continua a perder

gente para o litoral, para os grandes centros, na sua maioria jovens à procura de novas oportunidades, sobretudo de emprego. Este fenómeno afeta de sobremaneira as associações de bombeiros voluntários a bra-ços com uma gritante falta de recursos para dar resposta às crescentes solicitações de uma população envelhecida que não foi arrastada no êxodo.

No Fundão o cenário é seme-lhante ao de outros territórios do interior tal como as dificul-dades sentidas pelos bombeiros a quem invariavelmente é exi-gida uma resposta profissional ainda que a estrutura de base seja de génese voluntária.

Carlos Jerónimo, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros do Fundão e o co-mandante José Sousa abordam esta questão com natural resig-nação, até porque sabem bem que nada será como noutros

tempos, quando os empresários da região libertavam os seus funcionários bombeiros para a qualquer momento responde-rem à chamada da sirene. Hoje, durante o dia, são poucos os voluntários disponíveis para fa-zer face a uma emergência.

“O voluntariado está, cada vez mais, afastado das fileiras dos bombeiros. A exigência é grande e a disponibilidade pou-ca. Durante o dia é, cada vez mais, complicado acionar os vo-luntários ou porque trabalham fora daqui ou porque as empre-sas não os dispensam”, subli-nha o comandante José Sousa, que ainda assim consegue manter “uma reserva estratégi-ca” para qualquer eventualida-de, nomeadamente fora da “época de incêndios”, quando os reforços desmobilizam.

“Há cada vez menos disponi-bilidade das pessoas para aderir a esta causa humanitária”, con-sidera o presidente da direção, defendendo que urge criar me-canismo de incentivo que per-

mitam atrair mais gente para a causa, revelando que a Câmara Municipal do Fundão está muito empenhada neste desígnio e avançou mesmo com um regu-lamento de apoio social aos bombeiros, que constitui uma medida “pioneira no distrito de Castelo Branco”. O documento, que se encontra em fase de dis-cussão pública, promove uma espécie de “descriminação posi-tiva” prevendo, entre outros benefícios, a isenção de taxas municipais e a redução na tarifa da água.

Direção e comando congratu-lam-se com os apoios da autar-quia que em várias frentes cola-bora e mantém uma parceria ativa com a associação, estan-do sempre na linha da frente na defesa da causa, sendo por isso também arauto da necessidade urgente de dotar o corpo de bombeiros de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP). A Câmara está disponível, há muito, para assumir os encar-gos que lhe são devidos, mas não tem existido “vontade polí-tica da parte da tutela” para desbloquear este apoio opera-cional, segundo advogam os porta-vozes dos Bombeiros do Fundão.

“Somos a única associação, das 12 do distrito, que não tem essa equipa, resta-nos assim contar com o apoio dos corpos

de bombeiros vizinhos”, subli-nha o comandante, corroborado por Carlos Jerónimo que alerta que no socorro todos os minu-tos contam “tempo são vidas” enfatiza, alegando que a corre-ção desta injustiça “é só uma questão de tempo”.

Sem virar costas ao passado, dirigentes e bombeiros, procu-ram trilhar os caminhos de fu-turo promovendo o crescimen-to, adaptando as respostas às crescentes solicitações da co-

munidade, investindo nos re-cursos e nos meios.

“Não temos tudo, mas temos o necessário para o desempe-nho eficaz das nossas funções”, assegura o comandante, elo-giando o esforço da direção para agilizar o processo de re-novação do parque de viaturas que ainda à pouco tempo, por ocasião do 90.º aniversário da associação, recebeu um Veículo de Socorro e Assistência Espe-cial (VSAE), quatro ambulân-

cias de transporte de doentes e uma outra de socorro, num in-vestimento que ascendeu aos 450 mil euros e que denuncia uma nova politica de gestão que contraria a do aforro que vigou nos últimos anos, confor-me assume Carlos Jerónimo que embora desde 2002 esteja ligado à instituição só em feve-reiro deste ano assumiu a pre-sidência. O dirigente defende como primordial a disponibiliza-ção dos meios que permitam aos operacionais responder com eficácia às diferentes soli-citações sejam elas no Túnel da Gardunha, num incêndio na serra, num acidente de viação ou até numa transferência in-ter-hospitalar ou no transporte de um doente para tratamentos em Coimbra ou em Lisboa. A associação foi recentemente beneficiada com um novo veí-culo florestal de combate a in-cêndios (VFCI), no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos

FUNDÃO

Bombeiros continuamDos 12 corpos de Bombeiros do distrito de Castelo Branco, apenas os Voluntários do

Fundão não têm Equipa de Intervenção Permanente (EIP), uma arbitrariedade que

direção e comando da instituição exigem que seja corrigida, a bem da segurança do

concelho que servem, em prol da qualidade do socorro prestado às populações.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Há cada vez menos disponibilidadedas pessoas para aderir a esta causa humanitária

Carlos Jerónimo, presidente da direçãoda Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários do Fundão

palavra de PRESIDENTE

Fundada a 23 de maio de 1927 a Associação Huma-

nitária dos Bombeiros Volun-tários do Fundão assume-se, na atualidade, como uma instituição de referência nes-te concelho do distrito de Castelo Branco.

Cerca de 120 homens e mulheres compõe o efetivo que serve um município com mais de 700 quilómetros quadrados, que alberga per-to de 30 mil habitantes em 23 freguesias.

A instituição emprega cerca de 30 pessoas que são fundamentais para assegurar o bom funcionamento, não apenas do quartel-sede, mas também das secções destacadas de Silva-res, Três Povos e Soalheira.

O futuro, por aqui, constrói-se em várias frentes desde logo na formação dos operacio-

nais, mas também na modernização dos meios colocados ao serviço da comunidade e ainda na promoção do voluntariado fora de portas, mas também dentro do quartel onde funciona, há cerca de dois anos, uma escola de infantes e cadetes com 40 crianças e jovens, dos 6 aos 16 anos, que os Bombeiros do Fundão acredi-tam possam vir a ser os herdeiros da causa.

Cartão de visita

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21AGOSTO 2017

(PO SEUR), tendo a autarquia assumido os cerca de 29 mil eu-ros referentes à designada componente nacional.

Registe-se que dias depois da equipa do jornal Bombeiros de Portugal ter visitado o quartel do Fundão o corpo de bombei-ros sofreu um revês com a per-da de uma viatura, no acidente num incêndio na Serra da Gar-dunha. O acidente que feriu quatro bombeiros ocorreu na povoação de Alcongosta, quan-do uma manobra de reposicio-namento o carro de combate resvalou por uma ravina.

Os vários desafios colocados aos operacionais impõem muita formação nas variadas valên-cias e treino, questões que são

aliás prioritárias para esta equi-pa que garante que “quando a formação não vai ao Fundão vai o Fundão à formação”, ainda que assinale que as desloca-ções sejam um óbice, sobretu-do para os voluntários, e nesse sentido fala da necessidade de ajustar o modelo para respon-der às necessidades formativas dos corpos de bombeiros, le-vando a formação aos quartéis ou criando mais Unidades de Formação Local (ULF) no distri-to, pois a de Proença-a-Nova está demasiado distante. Exi-gente e perentório José Sousa afirma não ter “a formação que gostaria de ter, mas nestes moldes é difícil mobilizar as pessoas”, assinalando, contudo,

o esforço do CDOS para dar resposta às solicitações dos bombeiros do distrito.

Há cerca de dois anos a asso-ciação avançou com a criação de um departamento de forma-ção voltado para o exterior para servir as instituições e empre-sas concelhias, funcionando como potenciador de uma cul-tura de segurança. O centro está acreditado pela Direção--Geral do Emprego e das Rela-ções de Trabalho (DGERT) nas áreas de “Pessoas e Bens”, “Sil-vicultura” e “Saúde” e certifica-ção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em “Suporta Básico de Vida com DAE”. Em apenas um ano mais de 300 pessoas beneficiaram

desta oferta formativa, que pode vir a ser alargada de modo a abarcar mais áreas, inclusiva-mente as de interesse para os bombeiros, o que permitiria abrir caminho à “autossusten-tabilidade” nesta área, como adianta o comandante, ainda que este seja um projeto a lon-go prazo e que carece ainda de aturada avaliação.

A Escola de Infantes e Cade-tes é o projeto acarinhado pela direção, pelo comando e por todo corpo ativo que muito se tem envolvido na formação de cerca de 40 bombeiros de pal-mo e meio com idades com-preendidas entre os 6 e os 16 anos, ao fim-de-semana duran-te o período letivo levam a ale-gria ao quartel. As crianças e jovens são convidadas a partici-par em atividades várias dentro e fora do quartel, orientadas por 15 monitores que têm a missão de “incutir a bombeiri-ce” nos mais novos, como expli-ca o comandante, anunciando que, este ano, os formandos serão desafiados a promover um mass-tranning dirigido à co-munidade com o intuito de en-sinarem aos mais velhos o que aprendem nesta escola.

E se, normalmente, são os pais que arrastam os filhos para os quartéis, nos Voluntários do Fundão o fenómeno é o inverso,

são os bombeiritos que estão a aliciar os pais a ingressarem na carreira e “candidatos não fal-tam”.

Esta é uma instituição plena-mente inserida na comunidade, com fortes ligações às escolas e outras instituições concelhias, onde promove uma série de ações que permitem dar a co-nhecer a realidade dos Bombei-ros do Fundão:

“Somos a associação com maior ligação ao concelho. As pessoas reconhecem o nosso trabalho, acarinham e têm a porta aberta para os bombei-ros”, refere o presidente.

Atualmente, são 120 os ope-racionais que servem o quartel--sede mas também as secções destacadas de Silvares, Três Povos e Solheira, criadas há al-guns anos com o intuito de ga-rantir prontidão ao serviço prestado a este que é o terceiro

maior concelho do distrito. Este projeto descentralizador assi-nado pelo comandante Luís da Silva Carvalho, permitiu encur-tar distâncias e dotar de meios de primeira intervenção áreas estratégicas do concelho, ainda que manter “quatro casas” seja complicado, até porque aos custos do funcionamento diário acrescentam-se os da manu-tenção dos imóveis, imprescin-dível para apresentar todas as condições operacionais e de conforto para acolher os respe-tivos efetivos.

Direção e comando acredi-tam que só o trabalho permite honrar o compromisso assumi-do com as populações há 90 anos e, assim sendo, arrega-çam as mangas para que nada falte aos homens e mulheres que, abnegadamente, se ren-dem ao nobre desígnio de servir o seu semelhante.

à espera da EIP Somos o único concelho do distrito

que não tem uma Equipa de Intervenção Permanente

José Sousa, comandante do corpode Bombeiros Voluntários do Fundão

voz de COMANDO

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22 AGOSTO 2017

Quando precisamos de alguma coisa a população sentimos de imediato que estão connosco

José Humberto Martins,presidente da direção

da Associação Humanitáriados Bombeiros Voluntários de Vinhais

palavra de PRESIDENTE

A Associação Humanitária dos Bombeiros dos Vo-

luntários de Vinhais, prosse-gue hoje a missão abraçada por um punhado de homens bons nos idos anos 30 do sé-culo passado. Prestes a com-pletar 82 anos de existência, esta instituição não se refu-gia nos pergaminhos da anti-guidade, procura antes os caminhos de futuro, vencen-do os desafios de um setor em constante mudança.

O corpo bombeiros, que garantem os Voluntários de Vinhais, é o “maior do distri-to de Bragança” conta, atualmente, com 100 operacionais, sendo que 24 integram o quadro pessoal da associação.

Neste concelho transmontano, residem pouco mais de nove mil habitantes, porém

dispersos por 26 freguesias num território com cerca de 700 quilómetros quadrados, o que por si só é um teste à prontidão e à qua-lidade do serviço que este bem preparado efe-tivo faz questão de superar.

Cartão de visita

Os Bombeiros de Vinhais, ainda que longe dos grandes centros de deci-

são, mais perto de Espanha do que de muitos dos concelhos vi-zinhos, mostram de que maté-ria é feito um transmontado, dando conhecer uma instituição viva, dinâmica com projetos para futuro que, no presente, “vive momentos de tranquilida-de” como revela ao jornal Bom-beiros de Portugal José Hum-berto Martins, o presidente da associação humanitária.

“Passos seguros permitem manter as finanças equilibra-das” diz o dirigente, sublinhan-do, no entanto, uma gestão ri-gorosa não é sinónimo de es-tagnação, antes pelo contrário, a priorização de gastos tem,

nos últimos anos, deixado a porta aberta ao investimento nos meios colocados ao serviço do concelho e das populações.

Está em marcha o plano de renovação do parque de viatu-ras que, ainda recentemente, recebeu duas ambulâncias, es-tando prevista para a breve a chegada do um novo veículo florestal de combate a incên-dios (VFCI) que resulta de uma candidatura vencedora ao Pro-grama Operacional Sustentabi-lidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR). Entretan-to, a associação investiu tam-bém na compra de desfibrilha-dores para equipar as viaturas de emergência. Até ao final do ano, “com o apoio de várias en-tidades” o Voluntários de Vi-

VINHAIS

Associação investe naA Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Vinhais assinala, no próximo dia 24 de outubro, 82 anos de existência, marcados por um amplo trabalho em prol

deste concelho do distrito de Bragança.Direção e comando fazem questão de dar a

conhecer uma instituição dinâmica, ávida de crescimento, determinada a fazer mais e melhor e que faz que questão de se afirmar

pela qualidade do serviço que presta às populações.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

nhais contam poder adquirir uma ambulância todo-o-terre-no, um meio considerado fun-damental no socorro às popula-ções, num território muito aci-dentado, difícil de percorrer, sobretudo, quando os rigores do inverno se fazem sentir.

Este ímpeto de crescimento merece o incentivo da autar-quia que mostra “sempre dispo-nível” para colaborar com a as-

sociação. José Humberto Mar-tins relembra o apoio dado pela Câmara Municipal de Vinhais, em 2013, nas obras de requali-ficação do quartel, não só ins-truindo o processo de candida-tura a fundos comunitários, como assegurando a verba re-ferente à componente nacional. A intervenção orçada em cerca de 400 mil euros permitiu entre outras melhorias dotar o quar-tel de uma camarata feminina com todas as condições, remo-ver a cobertura de amianto, bem como beneficiar o espaço de acolhimento aos peregrinos. No âmbito desta profícua parce-ria, o comandante José Mar-ques revela ainda que, recente-mente, o município assegurou o pagamento da formação de Tri-

pulante de Ambulância de So-corro a seis elementos do corpo de bombeiros, evitando deslo-cações a Lisboa, o que para os voluntários, com obrigações profissionais fora do quartel, “é sempre mais complicado”.

“Podemos contar sempre como apoio da câmara, que só

não dá mais, porque a associa-ção só pede quando é realmen-te necessário. Não gostamos de pedinchice” afirma o presiden-te.

Na mesmo linha, José Hum-berto Martins, quando questio-nado sobre o apoio da popula-ção à causa refere:

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23AGOSTO 2017

A Federação de Bombeiros do Distrito do Porto vai realizar

em 7 e 8 de outubro próximo a quinta edição do “Bombeiro de Ferro”. As provas decorrem no Monte de S. Félix, na Póvoa de Varzim.

Nesta prova, pretende-se dar a conhecer à população em geral, num ambiente de espe-táculo, algumas das atividades desenvolvidas no dia-a-dia dos bombeiros, destacando a con-dição técnica e psicológica ine-rentes ao desempenho.

A prova é realizada num am-biente controlado e competiti-vo, em que os bombeiros, en-vergando o equipamento de proteção individual, incluindo os aparelhos respiratórios, irão, lado a lado, realizar uma série de tarefas ilustrativas do seu quotidiano, designadamen-te, subir a comunicações verti-cais, elevar material, monta-gem de linhas de mangueiras, enrolar mangueiras, resgatar vítimas, transpor obstáculos, transportar equipamentos. Es-tas são algumas das tarefas destes homens e mulheres que

numa luta física e mental cor-rem contra o tempo.

No final das provas estão

previstos troféus, para as pri-meiras três equipas classifica-das, os primeiros três classifi-

cados de cada escalão indivi-dual (m/f), para o primeiro classificado individual absoluto

(m/f) e medalhas de participa-ção para todos os participan-tes.

Os participantes terão que ser bombeiro, masculino ou fe-minino, e ter mais de 18 anos de idade.

Cada equipa pode inscrever cinco atletas, sendo quatro ele-mentos efetivos e 1 elemento suplente. Cada um deles, por alguma lesão ou impedimento, pode ser substituído até 30 mi-nutos antes do início da sua prova. Para tal, deverá ser co-municado ao presidente de júri o motivo e a alteração do com-petidor.

Cada corpo de bombeiros, deve possuir um chefe de equi-pa, que pode, em simultâneo, ser também um participante em competição.

As inscrições estão limitadas a 100 atletas individuais, 2 atletas por escalão / corpo de bombeiros, 25 equipas de 4 atletas, mais 1 suplente (facul-tativo), 2 equipas por escalão / corpo de bombeiro.

Cada corpo de bombeiros pode vir a apresentar mais competidores e/ou equipas, caso não se complete o limite máximo de participantes.

PORTO

Bombeiro de Ferro na Póvoa de Varzim

Tem havido muita formação, não nos podemos queixar. Só não tem formação quem não quer

José Marques, comandantedos Bombeiros Voluntários de Vinhais

voz de COMANDO

modernização de meios“Quando precisamos de algu-

ma coisa da população senti-mos de imediato que estão con-nosco, mas não pedimos por sistema. Os bombeiros não de-vem andar de mão estendida a mendigar, essa é uma imagem que não dignifica o setor”, sus-tentando que na génese da ins-tituição a que preside está mais o dar do que o receber, exemplo disso mesmo são as ajudas téc-nicas concedidas às popula-ções, o transporte de alunos para as escolas ou a autoriza-ção para instalação de um ter-minal de multibanco nas insta-lações dos bombeiros.

O comandante fala com sa-tisfação do trabalho desenvolvi-do por esta equipa, salienta o esforço da direção para respon-der às solicitações do corpo de bombeiros e elogia a entrega dos homens e mulheres que in-

tegram o efetivo, um grupo coeso, comprometido com a causa e bem preparado, que dá garantias em qualquer teatro de operações.

“Somos o maior corpo de bombeiro do distrito de Bragan-ça. Temos, atualmente, cerca de 100 bombeiros”, destaca José Marques, esclarecendo que este expressivo número de operacionais resulta de um am-plo trabalho junto da comunida-de, de ações várias que permi-tem “cativar as pessoas” e fide-liza-las à causa, esclarecendo, que - ao contrário do que acon-tece em muitos quartéis de todo o país - por aqui, não é grande a rotatividade, os volun-tários chegam para ficar.

A formação de homens e mu-lheres é uma prioridade, que impõe investimento mas, tam-bém, uma enorme disponibili-

dade dos bombeiros, que apro-veitam todas as hipóteses de se valorizarem na carreira, ainda que isso implique abdicar dos tempos livres e da família ou percorrer mais de uma centena de quilómetros para chegar à Unidade Local de Formação da Izeda ou a qualquer outro polo formativo.

“Tem havido muita formação, não nos podemos queixar. Só não tem formação quem não quer”, assinala o comandante.

Assim e em plena sintonia, direção, comando e bombeiros encontram na união de esforços a solução para a dignificar to-dos os dias, dentro e fora quar-tel, o bom nome desta octoge-nária instituição que se afirma pelo exemplo, pelo trabalho, mas sobretudo pela qualidade do serviço que presta à comuni-dade.

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24 AGOSTO 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Cercal do Alentejo comemorou,

recentemente, 42.º aniversário, com um pro-grama que teve início

com o hastear das bandeiras, seguido de ro-magem ao cemitério e deposição de flores no monumento de homenagem aos bombeiros e aos elementos dos órgãos sociais falecidos.

Seguiu-se o desfile apeado e motorizado pe-

las ruas da Vila e, já no quartel, a receção às entidades convidadas.

Ainda na parada foi inaugurada e benzida uma viatura de transporte de doentes e apre-sentados os remodelados veículo de comando e o ligeiro de combate a incêndios. A sessão so-lene iniciou-se de imediato, com a atribuição de medalhas de assiduidade da Liga dos Bombei-ros Portugueses grau cobre (5 anos) a três di-

rigentes e seis de garu ouro (15 e 20 anos) a bombeiros.

A cerimónia, presidida por Álvaro Beijinha, edil de Santiago do Cacém, contou com a pre-sença dos presidentes da Assembleia Municipal, Paula de Melo Lopes; da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares; da Federação de Bombeiros do Distrito de Setú-bal, comandante José Raimundo; da Junta de

Freguesia de Cercal do Alentejo, António Albino e do comandante distrital de operações de so-corro de Setúbal, Elísio Oliveira.

CERCAL DO ALENTEJO

Nova viatura e outras remodeladas

Os Bombeiros Voluntários da Calheta e de Câmara de Lo-

bos, Madeira, contam com mais 35 estagiários submetidos re-centemente às respectivas pro-vas de ingresso.

Os Voluntários da Calheta con-tam com 19 candidatos a bom-beiros e os Voluntários de Câma-ra de Lobos dispõem de 16.

Todos esses candidatos já fo-ram sujeitos a provas teóricas e práticas de ingresso no curso de formação na carreira de bombeiros voluntário.

Os novos estagiários, caso concluam, como se espera, o

plano de formação previsto, constituirão sem dúvida um im-portante reforço dos corpos ac-

tivos das respectivas associa-ções de bombeiros voluntários madeirenses

MADEIRA

Mais estagiários iniciam formação

António Pedro Moreira Alves é o novo coman-dante do corpo de bombeiros da Associação

Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão cuja cerimónia de posse de-correu no auditório do quartel, em 5 de agosto de último.

A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha na presença, em representação da Liga dos Bombei-ros Portugueses, do presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga, Fernando Vilaça, do comandante distrital de operações de socorro do distrito de Braga da ANPC, Hermenegildo Abreu, dos presidente da direção, assembleia ge-ral e conselho fiscal da Associação, o seu capelão,

padre Agostinho, e restante comando, corpo ati-vo e Convidados.

O comandante Pedro Alves é bombeiro há mais de 20 anos, tendo ingressado nos Bombeiros Vo-luntários de Lordelo em 1994 como aspirante. A sua carreira fica preenchida pela progressão pe-los diferentes postos e por um significativo currí-culo de formação.

Em 2009, Pedro Alves é promovido a adjunto de comando dos Voluntários do Lordelo, em 2012, a comandante, e em 2017 passa a oficial bombeiro de 1.ª supranumerário.

FAMALICÃO

Posse do novo comandante

Decorreu no passado dia 6 de agosto uma ceri-mónia e um marco importante na história da

Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-rios de Vila Meã.

O evento teve início com a promoção de 24 elementos do corpo ativo - 14 a bombeiros de 2.ª e 10 a bombeiros de 1.ª - depois de “muitas ho-ras de formação, esforço e dedicação que deixa-ram toda a corporação orgulhosa”.

Em dia de festa foi ainda inaugurada e benzido

um veículo ligeiro de combate a incêndios (VLCI), adquirido pela associação e apadrinhado por Fer-nando Silva “Barão”, um vilameanense amigo dos bombeiros. Este foi um investimento que direção e comando consideram “indispensável para me-lhorar a qualidade do parque automóvel e a pres-tação do socorro”.

VILA MEÃ

Promoções e inauguração de VLCI

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25AGOSTO 2017

Já está ao serviço do conce-lho, no quartel dos Bombei-

ros de Portimão, um novo Veí-culo Florestal de Combate a In-cêndios, para preencher a lacu-na deixada pela perda total de um durante a resposta a uma ocorrência no passado mês de junho, numa área de elevado perigo de incêndio florestal na freguesia de Marmelete, conce-lho de Monchique.

“Apesar dos danos significa-tivos registados naquele meio técnico, destaca-se, como as-peto mais positivo e importan-te, a ausência de quaisquer da-nos pessoais na equipa de cin-co Bombeiros que saíram ilesos de uma situação extrema e complexa”, assinalam os Bom-beiros de Portimão em comuni-cado.

Recorde-se que, desde o pri-meiro momento, e em menos de 24 horas após o acidente, congregaram-se esforços e co-laboraram com a associação, as Câmaras Municipais de Mon-chique e Portimão e a Autorida-de Nacional de Proteção Civil, num trabalho solidário que

concretizou o objetivo de repor este imprescindível meio em cerca de 1 mês.

Neste âmbito, e consideran-do que o valor final ascendeu aos 160.070 euros, em que 92 mil serão suportados pela ANPC ao abrigo da Diretiva Financei-

ra, 30 mil euros foram já com-participados pelo Município de Monchique, 30750 suportados pela Câmara Municipal de Porti-mão, e o restante por verbas próprias da instituição, “o que viabilizou esta importante res-tituição”.

PORTIMÃO

VFCI ao serviço do concelho

A Associação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Figueiró

dos Vinhos acaba de receber um apoio inesperado dos colegas bom-beiros do “Centre d´Intervention Schifflange”, do Luxemburgo.

O apoio traduz-se na oferta de uma viatura ligeira auxiliar e de di-verso equipamento de proteção indi-vidual. À receção dos equipamentos estiveram, o presidente da direção da Associação, o comandante do cor-po de bombeiros e representantes da entidade ofertante.

FIGUEIRÓ DOS VINHOS

Apoio chega do Luxemburgo

No passado dia 29 de julho, decorreu no quartel dos

Bombeiros Voluntários de Resen-de a cerimónia da bênção de duas novas ambulâncias de transporte oferecidas pelo resen-dense António Manuel Coelho.

A cerimónia iniciou-se com o descerramento das placas de inauguração por António Manuel Coelho, seguindo-se a bênção pelo padre José Augusto Mar-ques e uma sessão solene, reali-zada no salão nobre do quartel dos bombeiros.

Na sessão, o presidente da Câmara Municipal de Resende, Garcez Trindade, e o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Resen-de, Joaquim Alves, prestaram homenagem ao benemérito pelo gesto de grande generosidade para com os bombeiros e para com o concelho.

Garcez Trindade agradeceu, em nome do Município e de toda a comunidade resendense, o gesto de António Manuel Coelho, que não tem paralelo no conce-lho, ao oferecer “estas duas am-bulâncias que reúnem condições para o transporte de doentes acamados e doentes em cadeira de rodas, que muita falta faziam aos nossos bombeiros para dar resposta às necessidades dos nossos munícipes”.O autarca aproveitou a oportunidade para lançar também um repto à presi-dente da União das Freguesias de Anreade e de S. Romão de Aregos, no sentido de atribuir o nome de António Manuel Coelho a uma artéria daquela área, já que este é natural dessa fregue-sia.

O presidente da Câmara Muni-cipal de Resende entregou ainda ao benemérito uma medalha como forma de reconhecimento por tão nobre gesto para com o concelho de Resende.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Resende, Joaquim Alves, em seu nome e em nome dos bombeiros, dirigiu a António Manuel Coelho e família, pala-vras de agradecimento, referin-do que “os Bombeiros de Resen-de e todos os resendenses fica-rão eternamente gratos por este gesto de grande solidariedade para com todos nós ao oferecer duas ambulâncias que permiti-rão aos bombeiros disponibilizar melhor conforto, mais seguran-ça e a prestação de um serviço de excelência no transporte de

doentes”. Acrescentou, ainda, que “na próxima reunião da as-sembleia geral da Associação irei propor a sua nomeação como seu sócio benemérito”. No final, ofereceu uma placa de agradecimento com a seguinte inscrição: “A Direção, o Coman-do e o Corpo Ativo dos Bombei-ros Voluntários de Resende agradecem a oferta pelo amigo António Manuel Coelho de duas ambulâncias que muito contri-buirão para benefício de todos os resendenses. Eternamente gratos”.

No final, António Manuel Coe-lho mostrou-se muito sensibiliza-do, honrado e feliz com a home-nagem pública que lhe foi pres-tada, afirmando que “se conse-guirmos fazer os outros felizes, nós também seremos”.

RESENDE

Munícipe oferece duas ambulâncias

Entrou ao serviço, recente-mente, a nova ambulância

de socorro dos Municipais da Lousã, adquirida com verbas do Orçamento Participativo de 2016.

Este reforço de meios surge da iniciativa de um bombeiro

que mereceu o bom acolhimen-to da população sensibilizada para importância desta viatura na otimização da resposta a si-tuações de emergência pré--hospitalar.

Com a aquisição da nova Volkswagen Crafter com 177cv

os Municipais da Lousã inves-tem na renovação do parque de ambulâncias que se encontrava bastante “desgastado”, conse-quência dos muitos serviços prestados e das “várias cente-nas de milhar de quilómetros percorridos.

LOUSÃ

OP garante viatura de socorro

Os Bombeiros Voluntários de Cascais acabam de estrear

os seus novos equipamentos de proteção individual para incên-dios urbanos adquiridos em 2016 com o apoio integral do Orça-mento Participativo promovido pela Câmara Municipal de Cas-cais.

A estreia dos novos equipa-mentos só se tornou possível com a instalação de novos caci-fos nos balneários, masculino e feminino, do quartel.

Os novos cacifos foram ofere-cidos pela Junta de Freguesia de Cascais para substituir os anti-gos, ao serviço desde a inauguração do atual quar-tel há 21 anos.

A maior dimensão e compartimentação dos no-

vos cacifos permitem guardar adequadamente os novos equipamentos urbanos e os antigos, incluin-do os adequados ao combate a incêndios florestais.

PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Bombeiros estreiamequipamentos urbanos

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26 AGOSTO 2017

As obras de ampliação e re-modelação do quartel dos

Bombeiros Voluntários de Mi-randa do Douro, Bragança, or-çadas em meio milhão de eu-ros, deverão arrancar nas pró-ximas semanas e estarão con-cluídas no prazo de um ano. A intervenção prevista no quartel prevê a construção de camara-tas, balneários e parque para viaturas.

A colocação da primeira pe-dra foi presidida pelo secretá-rio de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. A remo-delação e ampliação do quar-tel, construído em 1982, conta com a comparticipação de fun-dos comunitários através do POSEUR/Portugal 2020, em dos 85 por cento, sendo que

15 por cento da obra será as-segurada por fundos da pró-pria associação e do município.

Na oportunidade, o presi-dente da Associação, Ulisses Firmino, sublinhou que a inter-venção vem dignificar as insta-lações do quartel dos bombei-ros, que estão bastante degra-dadas. Ao mesmo tempo, vai criar condições para a perma-nência de bombeiros do sexo feminino que já representam uma parte significativa dos operacionais.

Os trabalhos incluem a cons-trução de um novo parque de viaturas com capacidade para “todos os carros de fogo e am-bulâncias de socorro e de transporte de doentes”, para além de dotar o equipamento

de gabinetes e oficinas de me-cânica, adiantou o mesmo diri-gente.

“Não há condições nenhu-mas de trabalho, temos cama-ratas diminutas, não temos balneários, o pessoal chega de um fogo ou de outra situação e tem que ir tomar banho a casa, o que não faz qualquer senti-do”, lembrou Ulisses Firmino.

Para o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nu-nes, a requalificação do quartel dos bombeiros é uma obra es-truturante para o concelho e prometida pelos sucessivos Go-vernos e adiantou que “o muni-cípio vai comparticipar as obras com os restantes 15 por cento do seu total, já que se trata de uma obra importante para o

concelho e ambicionada há mais de duas décadas”.

A localização do quartel dos bombeiros de Miranda do Dou-ro junto a uma linha de água

foi um dos “maiores proble-mas” com que a associação humanitária se debateu ao lon-go de várias décadas e que “desta vez fica resolvido”.

MIRANDA DO DOURO

Quartel recebe obras de ampliação e remodelação

As obras de remodelação e am-pliação do quartel dos Bombeiros

Voluntários de Santa Cruz da Trapa, concelho de S. Pedro do Sul, vão ar-rancar em breve e deverão estar concluídas em meados de 2018.

O custo final da intervenção, in-cluindo a substituição das coberturas em fibrocimento, ronda os 460 mil euros.

Para o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Santa Cruz da Trapa, João Fraga de Oliveira, as obras visam dar mais operacionalidade à ação do cor-po de bombeiros.

Segundo aquele dirigente, “o quartel vai ser remodelado e amplia-do numa perspetiva de operacionali-dade, contando ainda com outros be-nefícios para a promoção do volunta-riado, oferecendo condições de co-

modidade e segurança nas instalações”

As obras, que terão apoio dos fun-dos comunitários, contemplam o alargamento do parque de viaturas. Neste momento, segundo o dirigen-te, “ têm-se de tirar umas viaturas para saírem outras”. O concurso para a execução das obras tinha sido lan-çado em Maio último mas “ficou de-serto, sem propostas válidas”, expli-ca João Fraga da Oliveira.

“Os empreiteiros acharam que o valor base era muito baixo e o valor foi revisto” explica o presidente adiantando que, “o novo concurso tem o preço base de 460 mil euros, porque a Câmara de S. Pedro do Sul teve um acréscimo de apoio de mais 70 mil euros, a juntar aos 60 mil de comparticipação que já tinha garan-tido”.

SANTA CRUZ DA TRAPA

Associação investe na operacionalidade

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A Câmara Municipal de Cas-cais aprovou a concessão às

cinco associações de bombeiros voluntários do concelho de 155 mil euros, 31 mil por cada, des-tinados à aquisição de cinco viaturas destinadas ao trans-porte de doentes (VDTD).

A medida insere-se no proto-colo existente entre as cinco as-sociações e a Autarquia desde 2003 para o transporte de pes-soas com mobilidade condicio-nada. O protocolo, além de de-finir as regras sobre o ressarci-mento regular dos bombeiros pela prestação desse serviço, admite também a aquisição de novas viaturas para a sua exe-cução.

Milhares de munícipes de Cascais beneficiaram deste ser-viço ao longo de 14 anos inin-terruptos.

Em 2016, as cinco associa-ções de bombeiros do concelho de Cascais asseguraram o transporte diário de 128 cida-dãos com mobilidade reduzida, 84 dos quais dentro do conce-lho e 57 para fora, nomeada-mente, para Lisboa. No total,

no ano transato, os bombeiros percorreram mais de 700 mil quilómetros para garantir aque-le transporte especial.

Os utentes do transporte dos doentes dirigem-se para ativi-dades escolares, incluindo uni-versitárias, laborais, inserção socioprofissional e outras.

O carroçamento das cinco

VDTD está neste momento em curso e aguarda-se a sua inau-guração para o Dia Municipal do Bombeiro de Cascais, a come-morar no final de Outubro pró-ximo.

Em 2012 a Câmara Municipal de Cascais apoiou também os bombeiros na aquisição de cin-co viaturas do género.

CASCAIS

Autarquia oferece cinco VDTD

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A aprovação da candidatu-ra para obras de amplia-

ção e remodelação do quar-tel da Associação Humanitá-ria de Bombeiros de Cercal do Alentejo foi recebida nos últimos dias pela instituição, estando assim garantidos os fundos comunitários que irão permitir a execução das obras.

“Após uma longa batalha, conseguimos que a nossa candidatura fosse aprovada com o objetivo de darmos mais e melhores condições ao nosso Corpo de Bombei-ros bem como melhorar os nosso serviços administrati-vos, para servirmos da me-lhor forma os nossos sócios e a nossa população” subli-nha o presidente da direção, João Ludovico.

AS obras estão orçamentadas em cerca de 450 mil euros e a Associação terá que suportar 15 por cento desse valor.

O presidente da direção lembra o apoio “já as-sumido pela câmara municipal que irá suportar 50 por cento do valor não comparticipado e tam-bém já contamos com a total disponibilidade da

junta de freguesia em apoiar esta intervenção bem como de algumas instituições parceiras”.

Considerando a primeira etapa está concluída, o dirigente lembra que “ainda há muito trabalho a fazer” e talvez por isso não faça questão de agradecer “a todos os que apoiaram e colabora-ram na concretização de um objetivo que só a união permitiu alcançar”.

CERCAL DO ALENTEJO

Fundos comunitáriosviabilizam intervenção

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27AGOSTO 2017

Faleceu o chefe Arnaldo Martins Pinheiro, figura in-

contornável dos bombeiros portugueses, do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSBP) e dos concur-sos nacionais de manobras promovidos pela Liga dos Bombeiros Portugueses.

Enquanto profissional do BSBP dedicou-se particular-mente às questões da segu-rança e, face à experiência acumulada nesse domínio, teve papel ativo na melhoria da legislação sobre segurança contra incêndios em edifícios.

Por outro lado, o extinto desempenhou

também um papel importan-te nos concursos de mano-bras, primeiro, como mem-bro da equipa dos Sapadores do Porto, depois como pre-parador técnico da mesma equipa e, mais tarde, e por muito tempo, como membro do júri das manobras nacio-nais.

O funeral do chefe Arnaldo Pinheiro realizou-se em Rio Tinto, Porto, localidade onde

residia. Aos seus familiares e aos companhei-ros do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto endereçamos sentidos pêsames pelo su-cedido.

PORTO

Batalhão perde figura incontornável

A Câmara Municipal de Cantanhede atribuiu um subsídio no valor de 90 mil euros à Asso-

ciação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC), destinado a comparti-cipar nas despesas com as obras de beneficiação das instalações desta instituição. A verba será disponibilizada em duas tranches de 45 mil euros cada, a primeira próximo ano e a segunda em 2019.

João Moura, presidente da autarquia, esclarece que no âmbito deste acordo os Bombeiros de Cantanhede comprometem-se a “colaborar nas

ações de vigilância e prevenção de incêndios flo-restais, a assegurar a formação e a coordenação dos nadadores salvadores nas épocas balneares de 2018 e de 2019 e a colaborar nas diferentes iniciativas organizadas e apoiadas pelo município no âmbito da Proteção Civil”.

Adérito Machado, presidente da direção a as-sociação esclareceu que as obras do quartel sede dos Bombeiros de Cantanhede já se encontram concluídas e que até ao final do corrente estarão finalizados os trabalhos de beneficiação do quar-tel da Tocha.

CANTANHEDE

Município comparticipa remodelação

O ator Octávio de Matos, á frente de um elenco com Álvaro Faria, Paula Marcelo, Joaquim

Guerreiro e Diogo Xavier, pretende ajudar os bombeiros, com o apoio da Liga dos Bombeiros Portugueses. E vai concretizá-lo ao fazer reverter a favor deles uma percentagem de bilheteira da peça “Quem é o Jeremias?” cujas representações vão ter início em 15 de setembro.

O primeiro espetáculo decorre, nessa data, no salão nobre da Junta de Freguesia da Pontinha e Famões. Neste caso, parte da receita irá reverter a favor dos Bombeiros Voluntários da Pontinha.

Está neste momento em fase de conclusão o mapa das próximas representações, a confirmar, na Nazaré, Monte Real, Marinha Grande, Vila Franca de Xira, Alverca e Colares, e todas elas a contribuir com uma percentagem das receitas para as associações de bombeiros locais.

“Quem é o Jeremias?” é uma comédia de enga-nos encabeçada por Octávio de Matos, que tam-bém assume a direção artística, com texto de Tomé Lisboa e ilustração e design de Bruno Netto.

A peça leva-nos numa “divertida viagem a uma casa tipicamente portuguesa, onde não faltam as confusões conjugais, com os amigos e a família sempre prontos a atrapalhar”, conforme nos ex-plicou Octávio de Matos, adiantando que a ideia de apoiar os bombeiros surgiu-lhe muito antes

dos incêndios que assolaram o país, em abril pas-sado, quando convalescia a uma intervenção ci-rúrgica. Nessa altura, contactou a LBP dando conta do seu desejo, que agora vai concretizar no terreno.

“QUEM É O JEREMIAS”

Atores solidários

As obras de remodelação e ampliação da Sec-ção Destacada de Paião da Associação Huma-

nitária de Bombeiros da Figueira da Foz arranca-ram no passado dia 4 , concretizando-se assim “uma obra há muito esperada pela instituição para melhor servir a população da zona sul do conce-lho”, referiu-nos o presidente da direção, Lídio Lo-pes.

A obra deverá durar 210 dias, implica um inves-timento superior a 147 mil euros e vai ser apoiada por verbas comunitárias no âmbito do POSEUR de 91.209,21 euros.

O projeto proposto destina-se, por um lado, a colmatar a atual inexistência de áreas funcionais básicas e, por outro, reforçar a operacionalidade e salubridade das áreas funcionais existentes. Visa,

a reformulação de todo o espaço interior (procu-rou-se uma solução que assegurasse a separação por sexos das camaratas e respetivas instalações sanitárias e balneários, a adequabilidade da sala de bombeiros e uma melhor funcionalidade da sala de comunicações), bem como no aumento da cota do parque de viaturas por forma, a impedir a entrada de água para o seu interior. Do ponto de

vista das políticas de acessibilidade a todos os ci-dadãos, a intervenção irá também incidir sobre aspetos de acesso de cidadãos com mobilidade reduzida. Complementarmente vão ser introduzi-das formas de eficiência energética que, no seu conjunto, permitirão não só um aumento nas con-dições intrínsecas do projeto, mas também contri-buir para uma estratégia ambiental ampla.

FIGUEIRA DA FOZ

Arrancam obras na secção de Paião

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28 AGOSTO 2017

As relações interpessoaissão fundamentais, ainda que não seja fácil gerir recursos humanos, quando na realidade as pessoas são todas diferentes.

Nuno Rasteiro, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Montemor-o-Velho

palavra de PRESIDENTE

Fundada 21 de fevereiro de 1932 a Associação Huma-

nitária dos Bombeiros Volun-tários de Montemor-o-Velho assume um papel funda-mental no seio da comuni-dade servido cerca de 26 mil habitantes das 11 freguesias do concelho.

A instituição conta, atual-mente, com 12 funcionários essenciais para apoiar e complementar a missão as-sumida pelos 90 homens e mulheres que a título voluntário integram o corpo de bombeiros.

Depois de um período de isolamento os Vo-luntários de Montemor-o-Velho afirmam-se promovendo eventos vários, participando em iniciativas concelhias e levando a realidade dos bombeiros às várias freguesias do municí-pio com o projeto “quartel-aberto”.

Para além da fanfarra com cerca de 20 ele-mentos que funciona como cartão da visita da instituição, os Bombeiros de Montemor dina-mizam há quatro anos uma escola de infantes e cadetes que pretendem seja uma porta de entrada dos mais jovens no quartel, tal como o foi, de forma pioneira, nos finais da década de 80 do século passado.

Cartão de visita

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Montemor-o-Velho

conta com 85 anos de história e outros tantos de relevantes ser-viços prestados não só aos con-cidadãos, mas também ao dis-trito de Coimbra e a Portugal.

Depois de anos complicados marcados por dificuldades de vária ordem, o presidente da direção da instituição Nuno Rasteiro e o comandante do Corpo de Bombeiros, Joaquim Carraco encaram com otimismo o futuro, embora continue a vi-gorar a estratégia de contenção que permitiu não só resgatar a associação de uma situação fi-nanceira “muito difícil”, mas, também projetar o futuro que em 2013 estave, seriamente, comprometido. Embora a situa-

ção ainda não esteja completa-mente ultrapassada, com “cau-tela e prudência” começa a ser possível abrir portas ao investi-mento, segundo revela ao jor-nal Bombeiros de Portugal Nuno Rasteiro que anuncia para bre-ve o início da empreitada de re-qualificação do quartel. A obra orçada em cerca de 167 mil eu-ros, cofinanciada pelo PO SEUR e pela autarquia, prevê a cria-ção de novas áreas, nomeada-mente de uma camarata femi-nina, e intervenções na cober-tura e na cantina, trabalhos que, no essencial, visam garan-tir a operacionalidade das insta-lações e algum conforto aos cerca de 90 operacionais que integram as fileiras dos Volun-tários de Montemor-o-Velho.

O êxodo populacional conse-

MONTEMOR-O-VELHO

Associação anuncia requalificaçãoDepois de fechar um ciclo complicado, a Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Montemor-o-Velho vive um período marcado por muitas mudanças.

Rigor e muito trabalho permitem um crescimento sustentado e abrem caminho

ao investimento. A requalificação do quartel arranca em

breve, enquanto decorre a construção de um campo de treinos, duas obras

fundamentais que têm sido acompanhadas pelo possesso de modernização dos meios colocados ao serviço das populações deste

concelho do distrito de Coimbra.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

quência da falta de emprego no concelho é uma preocupação latente também para a associa-ção, muito embora, a dimensão do efetivo não a pareça justifi-car. O comandante esclarece que, até agora, tem sido possí-vel preencher as vagas deixa-das pelos que partem à procura das oportunidades que por ali escasseiam. Por outro lado, lan-ça um alerta ao setor para o elevado grau de exigência na formação inicial de bombeiro bem como para a falta de uma componente de prática real que constituem um desincentivo para os mais jovens, para o vo-luntariado.

“É mais fácil ser comandante que bombeiro. A exigência é muita bem como o tempo de formação. Noutros tempos ain-da era possível manter os níveis de adrenalina, com algum ser-viço, hoje isso não é possível. Entendo as preocupações de quem legisla, mas é desmoti-vante para quem quer abraçar a carreira”, sustenta Joaquim Carraco, defendendo que “a es-cola Nacional de Bombeiros de-veria estar mais atenta a estes aspetos, porque é preciso dar mais atenção aos novos bom-beiros”.

Embora o voluntariado tenha ainda enorme peso na estrutura

e no bom funcionamento do quartel, os crescentes desafios impostos ao setor impõe uma resposta profissional, e como o formato da Equipa de Interven-ção Permanente (EIP) não ser-via os interesses da instituição os Bombeiros de Montemor-o--Velho avançaram para a cria-ção da Equipa de Reforço Ope-racional e Socorro, um meca-nismo “mais vantajoso e mais barato” que, segundo o presi-dente, “permite assegurar a qualidade da assistência pres-tada às populações”. Nuno Ras-teiro explica que esta solução serve ainda de incentivo ao vo-luntariado, pois permite a todos os elementos do corpo de bom-beiros, mediante as suas dispo-nibilidades, assegurarem uma remuneração extra.

Para além do quartel sede, há 27 anos que os Voluntários de Montemor-o-Velho mantém uma secção destacada em Ara-zede, a norte do concelho na

fronteira com os municípios de Cantanhede e Coimbra. Nesta que é a maior freguesia do con-celho estão 24 bombeiros que garantem o socorro a cerca de cinco mil habitantes.

O presidente e o comandante sublinham a localização estra-tégica do quartel de Arazede que permite descentralizar e ampliar a resposta, do corpo de bombeiros. Joaquim Carraco faz questão de elogiar o traba-

lho de um “grupo muito ativo e empenhado” que importa in-centivar mas, sobretudo, “dei-xar trabalhar”.

Nuno Rasteiro revela que uma das prioridades assumidas pela equipa que encabeça foi o restabelecimento de relações de proximidade, não apenas com entidades externas, mas também no seio da organiza-ção.

“As relações interpessoais

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29AGOSTO 2017

Confrontados com o envelhe-cimento da frota e não obs-

tante todo os esforços para as-segurar a renovação, nomeada-mente das ambulâncias, os Vo-luntários de Estremoz lançaram uma campanha de angariação de fundos que permita a aquisi-ção de uma viatura do tipologia A2, destinada ao transporte de doentes em maca, banco e/ou cadeira de rodas, orçada em cerca de 40 mil euros.

Nesse sentido os Bombeiros de Estremoz apelam ao apoio de todos na melhoria do serviço prestado às populações deste concelho alenteja-no.

Os donativos podem ser entregues diretamen-te na associação ou por transferência bancária para os IBAN PT50 0045 6170 40095739371 70

(CCAM Estremoz) ou PT50 0035 0294 00005374230 52 (CGD Estremoz). Em todos os casos os Bombeiros de Estremoz apenas pedem a necessária identificação do doador para a emis-são do recibo.

ESTREMOZ

Associação lança apelo

A Alves Bandeira entregou, recentemente, à Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Cantanhede (AHBVC) um cheque no valor de 1020 euros resultantes da venda de íma-nes da mascote “Albi Bombeiro”, no âmbito da campanha “Heróis sem Capa”.

Iniciada em abril deste ano, a campanha pre-tende valorizar o trabalho desenvolvido pelos

bombeiros portugueses durante todo o ano, e não apenas na época de incêndios. Para tal, en-contram-se à venda nos postos da Rede Alves Bandeira, nos quartéis e junto dos parceiros ofi-ciais da iniciativa, ímanes pelo valor simbólico de 1 euro. Deste montante, 0,75 euros revertem para as 75 corpos de bombeiros e associações de bombeiros que aderiram à iniciativa.

CANTANHEDE

Campanharende 1020 euros

No dia 5 de agosto, os Bombeiros de Mourão foram agradavelmente surpreendidos com

um cheque no valor de 400 euros da Associação Portuguesa da Região De Baden, em Dottinguen (Suíça).

A verba resulta de uma campanha de angaria-ção de fundos promovida por Fernando Vicente e Tânia Galhofas, que contou, também, com o empenho e a ajuda dos jovens Dj Yongstars Cris-tian e Diniz.

O cheque foi entregue, em mão, por Fernando

Vicente ao 2º comandante do Voluntários de Mourão, Gonçalo Lopes, que não escondeu sur-presa, mas sobretudo satisfação por mais esta manifestação de solidariedade dos portugueses, que mesmo longe não esquecem os seus bombei-ros.

Direção e comando agradecem o apoio e anun-ciam que a verba será “empregue em Equipa-mentos de Proteção Individual (EPI) para que os operacionais estejam sempre bem preparados e equipados para o desempenho da sua missão”.

MOURÃO

Emigrantes entregam donativo

Noutros tempos ainda era possível manter os níveis de adrenalina,com algum serviço, hoje isso não é possível. Entendo as preocupaçõesde quem legisla, mas é desmotivantepara quem quer abraçar a carreira

Joaquim Carraco comandante do corpode Bombeiros de Montemor-o-Velho

voz de COMANDO

do quartel

são fundamentais, ainda que não seja fácil gerir recursos hu-manos, quando na realidade as pessoas são todas diferentes”, diz o presidente para depois fa-lar do “trabalho de bastidores que não é visível” mas que per-mitiu, também, reatar “relações institucionais” e uma reconcilia-ção com a comunidade, que está agora muito mais atenta e recetiva ao trabalho e aos ape-los da associação, exemplo dis-so é uma espécie de geminação solidária com bombeiros luxem-burgueses de Steinfort, promo-vida por um emigrante que já garantiu ao quartel um veículo pesado de combate a incêndios, bem como vários equipamentos de proteção individual.

O comandante garante não existirem grandes lacunas, até porque a direção “tem feito um enorme esforço” para respon-der às necessidades do corpo de bombeiros a prová-lo a re-cente aquisição de um veículo ligeiro de combate a incêndios, duas ambulâncias, entre algum outro equipamento. Na senda do investimento, e porque im-porta, garantir condições de trabalho e algum conforto aos operacionais, destaque ainda para as obras de remodelação dos vestiários masculinos.

“Dispomos dos meios neces-sários e apropriados para a nos-sa área de intervenção, mas era necessário encetar o processo de renovação das ambulâncias”, revela Joaquim Carraço.

Este esforço de crescimento

está, também, a ser acompa-nhado de perto pela autarquia que mantém uma “relação mui-to próxima com os bombeiros”, como refere o presidente:

“Tem havido uma franca e aberta colaboração. O diálogo e cedências de ambas permitiram ultrapassar divergências e con-solidar uma parceria que se im-põe a bem da comunidade”, as-sinala Nuno Rasteiro.

A formação e a preparação dos bombeiros constituem uma prioridade, tanto que direção e comando, estão agora empe-nhados na construção de um campo de treinos na zona in-dustrial, num terreno alugado para efeito, que surge em com-plementaridade da Unidade Lo-cal de Formação que funciona em terrenos do quartel.

Enquanto trilham caminhos de futuro, os Voluntários de Montemor-o-Velho não viram costas ao passado que importa

preservar e valorizar. Nesse sentido em fevereiro último a associação apresentou à comu-nidade o requalificado Ford V8, o primeiro veículo motorizado dos bombeiros montemoren-ses, uma viatura do final da dé-cada de 30 do século passado, que ao longo dos anos sofreu várias alterações e que, suces-sivas, direções há mais de três décadas se propunham recupe-rar. O processo foi longo, moro-so e dispendioso, mas está con-cluído mercê da entrega e de alguma teimosia de Nuno Ro-drigues e Alexandre Leal, que assumiram este desígnio.

“A felicidade dos bombeiros mais antigos justifica, por si só, todo o trabalho”, diz Nuno Ras-teiro, relatando a emoção do mais antigo elemento do qua-dro que honra que aos 92 anos diz-se descansado, assegurado que está o transporte para sua última morada.

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30 AGOSTO 2017

em agosto de 1997

Os Bombeiros de Lamego associaram-se às co-memorações do 110.º aniversários do grupo

49 dos Escoteiros de Portugal, que se realizaram no passado dia 1 de agosto, na Ilha de Balsemão, assegurando o transporte dos participantes.

Fonte dos Voluntários de Lamego destacam o simbolismo do evento e reforçam disponibilidade para “estarem sempre ao lado dos cidadãos e das várias instituições do concelho, cimentando uma pedra basilar”.

LAMEGO

Bombeiros colaboram com os escoteiros

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da

Lourinhã colabora na promoção de Symbiosis Simphony, uma apresentação singular e inédita em Portugal de arranjos musi-cais de orquestra, criados de raiz, de temas de alguns gran-des ícones do rock mundial e ainda uma peça original. O es-petáculo, cuja receita reverte para os bombeiros, tem estreia agendada para 16 de setembro, no Hóquei Clube da Lourinhã”

Este apoio surge do reconhecimento que “estes soldados da paz, todos os dias cuidam da popula-ção e merecerem o apoio de todos, para aquisição de bens necessários à melhoria de prestação de socorro e proteção de vidas e bens, do concelho”.

A “Symbiosis Simphony” resulta da “união perfeita”, entre a Orquestra de Sopros e Percus-são de Jovens do Oeste (OSOPEJO) e a TROTIL e o envolvimento de coros de vozes adultas e in-fantis, bailarinos e ginastas como poderão dos distritos de Lisboa e Leiria, numa organização que envolve cerca de duas centenas de pessoas.

LOURINHÃ

Evento inéditopara apoiar a causa

O corpo de Bombeiros da Golegã, em estreita colaboração com a

direção da Associação, assinou, uma vez mais, a organização da tradicional Festa em Honra da Nos-sa Senhora da Guia, que se reali-zou de 11 a 15 de agosto.

Embora com “muitos operacio-nais envolvidos no combate a in-cêndios florestais que deflagram no distrito de Santarém”, o traba-lho de equipa, a união e empenho de bombeiros, direção, beneméritos, amigos e da população em geral permitiram assegurar o su-

cesso desta 8.ª edição do certame, conforme re-vela fonte da organização.

GOLEGÃ

Tradição cumpre-se com êxito

A fanfarra da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-

rios do Faial, pelo terceiro ano consecutivo, integrou o desfile inicial da Semana do Mar a convi-te da Câmara Municipal da Horta.

O desfile, denominado “Faial, no centro do mundo”, percorreu as artérias principais da cidade, com dois pontos intermédios para atuações, e foi acompanhado por milhares de pessoas, locais e muitos visitantes de visita à re-gião.

Esta informação consta da últi-ma edição da newsletter da asso-ciação onde, entre outros assun-tos, se referem, um novo modelo de financiamento às associações de bombeiros açorianas, a aquisi-

ção de um novo motor para a embarcação do grupo de salva-mento aquático dos bombeiros, a busca e resgate bem-sucedido de uma mulher na Caldeira da Ilha

do Faial e uma reunião prepara-tória de mais um curso de forma-ção inicial de bombeiro cujo ar-ranque está agendado para 1 de setembro.

FAIAL

Fanfarra abre Semana do Mar

Formandos e formadores da 31.ª edição do curso “Noções

Básicas de Socorrismo”, promo-vido pelo Gabinete de Saúde da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Can-tanhede (AHBVC), juntaram-se num convívio que serviu, tam-bém, para a entrega dos respe-tivos certificados. Neste encon-tro marcaram, igualmente, pre-sença o presidente e o vice-pre-sidente da direção da associação, respetivamente, Adérito Machado e Jorge Baltei-ro, o comandante do corpo de bombeiros, José Oliveira e a presidente da União de Fregue-sias de Cantanhede e Pocariça, Aidil Machado.

A ação de formação contou com 20 participan-tes, elevando para 600 o número de pessoas que concluíram com aproveitamento esta formação desde a sua primeira edição, em novembro de 2011.

Atualmente este curso tem a duração de 25

horas e aborda temas como assistência à vítima, alterações do conhecimento, dores precordiais, hemorragias, intoxicações, queimaduras e feri-das, lesões musculoesqueléticas, traumatismos, reanimação cardiorrespiratória, primeiros socor-ros pediátricos e primeiros socorros psicológicos, apoiados por uma reforçada componente prática.

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CANTANHEDE

Entrega de certificadosencerra curso

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31AGOSTO 2017

ANIVERSÁRIOS1 de setembroBombeiros Voluntários de Carnaxide. . . . . 1054 de setembroBombeiros Voluntários da Ericeira . . . . . . . 865 de setembroBombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso . . . . . . . . . . . . . . . 1137 de setembroBombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato. . . . . . . . . . . . . . . . 828 de setembroBombeiros Voluntários de Folgosinho . . . . . 8010 de setembroBombeiros Voluntários de Alter do Chão . . . 69Bombeiros Voluntários de Castro Verde. . . . 3512 de setembroBombeiros Voluntários da Lixa . . . . . . . . . 128Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto . . . . . . . . . . . . . . . . . 95Bombeiros Voluntários de Vimioso . . . . . . . 8514 de SetembroBombeiros Voluntários de Caldas da Rainha. . . . . . . . . . . . . . . . 122Bombeiros Voluntários de Sacavém . . . . . 120Bombeiros Voluntários de Góis. . . . . . . . . . 6115 de setembroBombeiros Voluntários de Gondomar . . . . 104Bombeiros Voluntários de Vagos . . . . . . . . 89Bombeiros Voluntários de Vidago . . . . . . . . 5016 de setembroBombeiros Voluntários de Tondela . . . . . . . 93

Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves . . . . . . . . . . . . . 2118 de setembroBombeiros Voluntários de Favaios . . . . . . 102Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande . . . . . . . . . . . . . . . . . 6919 de setembroBombeiros Voluntários de Almoçageme. . . 122Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo Rodrigo. . . . . . . . . . 80Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo. . . . . 40Bombeiros Voluntários de Penela . . . . . . . . 3720 de setembroBombeiros Voluntários de Leça do Balio . . . 8522 de setembroBombeiros Voluntários de Algés . . . . . . . . 114Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira . . . . . . . . . . . . 10923 de setembroBombeiros Voluntários de Carregal do Sal . . 7724 de setembroBombeiros Municipais do Funchal . . . . . . . 12825 de setembroBombeiros Voluntários de Ponte de Lima. . 12927 de setembroBombeiros Voluntários da Nazaré. . . . . . . . 8930 de setembroBombeiros Voluntários da Malveira . . . . . . . 72Bombeiros Voluntários da Trofa . . . . . . . . . 40Bombeiros Voluntários de Santana . . . . . . . 31

Fonte: Base de Dados LBP

A parceria entre os Bombeiros Portugueses e o Instituto Nacional de Emergência Médica

(INEM) tem já muitas décadas e é fundamental para o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).

Respondo a este convite para escrever este artigo porque considero ser da mais elementar justiça assinalar um marco que apenas é pos-sível graças aos Bombeiros: o passado dia 28 de julho de 2017 fica na história da emergên-cia médica pré-hospitalar, pois nessa data o país passou a contar com pelo menos um Posto de Emergência Médica (PEM) do INEM em cada um dos 278 concelhos do território continen-tal.

Conclui-se assim, finalmente, uma verda-deira Rede Nacional de Ambulâncias de Socor-ro. Um esforço conjunto entre o INEM e os Bombeiros e que é um exemplo de Proximida-de e de Equidade no acesso a um direito de todos: a proteção da saúde.

Proximidade, porque os serviços prestados estão próximo dos cidadãos, numa área em que a proximidade é fundamental para uma resposta que só será adequada se dada em tempo útil.

Equidade, pois todos os concelhos, sejam eles mais ou menos populosos, localizem-se no litoral ou no interior, tenham muitos ou poucos recursos financeiros, passarão a dispor de um equipamento que serve de forma igual os cidadãos de todos os 278 municípios.

Mas permitam-me corrigir as palavras que eu mesmo escrevi acima: o PEM não é do INEM! Nem tão pouco é dos Corpos de Bom-beiros que aceitaram celebrar o protocolo para constituição do PEM com o INEM. Na verdade, a única admissível, cada PEM é dos cidadãos que tanto o INEM como os Bombeiros têm por missão servir.

E esse é um ponto que INEM e Bombeiros sempre tiveram em comum, ainda que algu-mas mentes que teimam em persistir em am-bos os “lados” não o queiram reconhecer. Quando toca a prestar socorro a vítimas de doença súbita ou acidente, todos os interve-nientes vestem uma só “camisola”: a camisola da emergência médica pré-hospitalar.

Esta capacidade de ultrapassar diferenças (que sempre existirão…) em nome das vítimas tem ajudado a escrever muitas histórias com final feliz. Mesmo que essas histórias quase nunca apareçam na abertura dos telejornais

ou façam primeiras páginas, o olhar agradeci-do das vítimas cuja vida ajudámos a salvar, bem como dos seus familiares e amigos, en-che-nos de orgulho e satisfação e dá-nos alen-to para enfrentar quaisquer dificuldades.

A visão do Instituto para o SIEM passa tam-bém por uma Boa Gestão dos recursos que lhe são disponibilizados. Nesse sentido, INEM e Liga dos Bombeiros Portugueses acordaram recentemente um novo modelo para os proto-colos que passarão a sustentar o funcionamen-to dos PEM, baseado numa solução inovadora para problemas antigos, com vantagens evi-dentes para todas as entidades envolvidas.

Neste âmbito há a destacar que estes novos Protocolos vieram agilizar a renovação das ambulâncias colocadas nos Corpos de Bombei-ros com PEM, uma necessidade que começava a assumir contornos de verdadeira urgência. Permitem ainda reformular a forma como é fei-ta a manutenção dessas viaturas, com base em critérios transparentes e iguais para todas as corporações.

Não ignoramos que há ainda passos impor-tantes para serem dados – de parte a parte – para fortalecer esta parceria essencial entre bombeiros e INEM, relacionados com questões como o financiamento, a formação, o desem-penho operacional e a coordenação.

Porque não podemos nem queremos fugir a essas questões, para todas elas há abertura para uma análise franca e baseada em dados concretos e objetivos, sem posições inflexíveis nem espaço para reivindicações irrealistas e insustentáveis que alimentem demagogia fácil. Acredito que esta vontade é recíproca e vai permitir construir um SIEM cada vez mais ro-busto e sustentável.

Como demonstra o passado mais recente, o entendimento entre INEM e Bombeiros é pos-sível e muito proveitoso para os portugueses. E esse entendimento será, ainda, melhorado.

Mas, neste momento histórico, permitam--me uma palavra de grande agradecimento para todos aqueles que no universo dos Bom-beiros Portugueses – operacionais, dirigentes e restantes colaboradores – têm tornado possí-vel que o SIEM seja um fator de coesão entre os portugueses.

Continuemos este caminho, que todos os dias se traduz em muitas vidas salvas.

Luís MeiraPresidente do Conselho Diretivo do INEM

BOMBEIROS E INEM

Uma parceriacada vez mais forte

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Os Voluntários de Anadia as-sumiram, uma vez mais, o

projeto “Ser Bombeiro por uma semana”, iniciativa que, este ano envolveu cerca de 80 jo-vens dos 6 aos 16 anos que fo-ram desafiados para novas ex-periências e atividades, durante as férias escolares.

Esta ação que “tem relevante impacto na comunidade local” conotou com a colaboração e a intervenção de outras entida-des nas áreas da proteção civil, e segurança e nas vertentes so-cial e cívica.

Uma vez mais o balanço foi muito positivo desde logo asse-gurado pela grande camarada-gem e a partilha de conhecimentos que enriqueceram não apenas os participantes, mas também os monitores e bombeiros que muito trabalharam para o sucesso desta ação.

ANADIA

Mais de 80 vivemexperiência única

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32 AGOSTO 2017

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Vieram-me outro dia mostrar pági-nas de um jornal onde um tal se-

nhor Soares atira-se a tudo e a todos por causa das florestas. Malha em to-dos de forma que me chocou. Quando li até parecia que ele tinha alguma pe-dra no sapato.

Afinal depois disseram-me que esse tal senhor Soares tinha sido chefe lá da direção geral de florestas.

Ora bom, das duas, uma, ou foi um grande chefe, deixou tudo que nem um brinco ou então, afinal, corre o ris-co de lhe dizerem que a floresta não

chegou por acaso ao estado em que está. Cá do lado dos bombeiros eu sei bem o que nós temos dito e alertado para a desgraça e se todos até ouvem, na prática encolhem-se e as coisas têm continuado na mesma ou quase.

Não conheço o tal senhor Soares e se calhar nem o viria a conhecer, pelo menos nos jornais, não fosse o caso dele ter vindo dizer cobras e lagartos de tudo o que nos rodeia.

E perante tanto azedume, estou certo, ele irá agora demonstrar o bem que fez, o bom trabalho que sobre o

seu comando foi feito, o brinco em que a floresta então ficou e, já agora, se assim foi, ele que diga também nos jornais quem foram os figurões que estragaram o seu trabalho.

Por agora ficamos sem saber afinal quem fez bem ou mal, ou quem deixou fazer mal ou bem, ou se encolheu e não disse nada.

Do lado dos bombeiros pode ter a certeza que agora como no passado nunca nos calámos e nunca nos cala-remos. Estamos no terreno, sabemos o que se passa, a todos os responsá-

veis que aparecem vamos repetindo o recado: é preciso salvar a floresta, protegê-la, conservá-la, tomar conta dela.

Não percebo é qual a razão para que o senhor Soares só agora apareça. Ele também não me conhece como eu não o conheço mas posso dizer-lhe que, por mim e pelos meus camaradas, a floresta nunca teria chegado a que chegou se todos a defendessem como os bombeiros.

[email protected]

Cobras e lagartos

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) solicitou ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a abertura urgente das negociações para a revisão dos valores pagos às associa-

ções e corpos de bombeiros pela prestação de socorro pré-hospita-lar.

Em ofício dirigido ao presidente do INEM, Luis Meira, o presiden-te da LBP, comandante Jaime Marta Soares, refere que “vimos so-licitar que, com urgência se inicie o processo de revisão do Proto-colo de Cooperação e respetivo Acordo de Revisão assinado em 19

de dezembro de 2012 e em vigor a partir de 2013, nomeadamente quanto aos valores constantes do Anexo II”.

O presidente da LBP adianta ainda que “é nosso entendimento que a revisão deverá estar concluída para que os encargos dele resultantes sejam incluídos em sede de Orçamento de Estado para 2018”.

A solicitação da LBP fundamenta-se no ponto 2 do Memorando de Entendimento celebrado entre o INEM/ANPC/LBP em 12 de abril do corrente ano.

TABELAS DO INEM

LBP quer revisão urgente dos valores pagos O logótipo concebido pela bombeira Maria Dulce Nunes

Soares de Lima foi o escolhido pelo júri, entre cinco can-didaturas, para o 43º Congresso da Liga dos Bombeiros Por-tugueses, que decorre em Fafe, entre 27 e 29 de Outubro próximos.

A bombeira Maria Dulce Lima pertence à Associação Hu-manitária de Bombeiros de Parede – “Amadeu Duarte”.

Conforme estabelecido pelas regras do concurso, a ima-gem escolhida representa, por um lado, os Bombeiros e, por outro, apresenta uma perspetiva estilizada de um pormenor da arquitetura dos “brasileiros”, considerada um dos ex-líbris da cidade de Fafe.

Na próxima edição contamos apresentar uma entrevista com a bombeira vencedora do concurso.

43.º CONGRESSO DA LBP

Conhecido o logótipo vencedor

CONGRESSONACIONAL ‘17

43º

LIGA DOS BOMBEIROSPORTUGUESES

27 | 28 | 29OUTUBROFAFE