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AGRICULTURA ORGÂNICA E SEU POTENCIAL COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO

NAPOLEÃO ESBERARD DE MACÊDO BELTRÃOEng. Agrônomo, Doctor Scientiae

Embrapa, Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário,Caixa Postal 174, 58107-720, Campina Grande, PB

Fone: (83) 341-3608 Fax: (83) 341-2144E-mail: [email protected]

RESUMO: A nível mundial, na atualidade, está ocorrendo um grande incremento e interesse pela agricultura orgânica e seus produtos, cujos sistemas de produção levam em consideração a sustentabilidade ambiental. A agricultura orgânica, tem mercado em franca expansão, crescendo ao ano a taxas entre 5% a 50% dependendo do produto e dos países produtores e consumidores, movimentando em 2001 cerca de US$ 23,5 bilhões; sendo que em 1997 foi de apenas US$ 8,7 bilhões e deverá crescer 20 vezes mais até 2005. O “prêmio” dado pelo mercado aos produtos orgânicos varia entre 30% até 200% com relação aos produtos não orgânicos. O Brasil ocupa o 34º lugar no “ranking” da produção orgânica, com índice de crescimento de 50% ao ano e com área plantada atual de 100.000ha e 4.500 produtores, com receita de US$ 200 milhões/ano, sendo 10% para o mercado interno. Os maiores produtores de alimentos orgânicos do mundo são os EUA, o Japão, a Alemanha e a Austrália (pastagens), entre mais de 130 países dos 203 atuais do mundo, que produzem produtos orgânicos. Há no mundo atualmente mais de 11,0 milhões de hectares cultivadas com produtos orgânicos, sendo 7,0 milhões na Austrália com pastos para criação de bovinos e ovinos orgânicos. A agricultura orgânica tem amplo futuro no mundo globalizado que quer mais saúde e expectativa de vida e os produtos orgânicos diferem dos convencionais não na aparência, mas nos métodos de produção sem pesticidas, com técnicas que elevam a biodiversidade dos agroecossistemas (consorciação por exemplo), rotação de culturas, preservação do ambiente, reciclagem dos recursos naturais presentes na propriedade, e assim a sustentabilidade global.

Palavras chave: Agricultura limpa, desenvolvimento sustentável, biodiversidade, produto orgânico, normas de produção orgânica, certificação.

INTRODUÇÃO

Há mais de 10.000 anos que o homem idealizou a agricultura, que se constituiu na primeira onda da humanidade, sendo definida até pouco tempo como “a arte de cultivar os campos” e nos dias atuais, em função da extrema dependência de combustível fossil, ela é definida como “a ciência capaz de transformar petróleo em alimentos e fibras”, tendo forte dependência do uso de “inputs” de energia na forma de fertilizantes químicos e pesticidas (Pimentel et al. 1972 e Giampietro & Pimentel, 1993), com baixa eficiência energética devido ao elevado consumo de energia cultural, sendo o grande desafio do homem ter os agroecossistemas sustentáveis, apesar do incremento constante da população humana (100,0 milhões por ano, ou 1,0 bilhão a cada 10 anos) e o uso racional da energia e assim crescente demanda pelos recursos do planeta (Hess, 1980, Corson, 1993 e Giampietro & Pimentel, 1993).

A degradação ambiental na atualidade é muito grande especialmente no tocante ao solo, devido a erosão que reduz a oferta do ambiente agricultável em cerca de seis milhões de hectares/ano, além da salinização, desvios de águas impróprias para a irrigação, destruição dos lençóis de água, entre outros (Melo Filho, 1999, Corson, 1997 e Banco do Nordeste, 1999), sendo que de 1945 para cá, dois bilhões de hectares de terra dos quais 1,5 bilhão em países em desenvolvimento (75% do total), quase a área em dobro do Brasil, foram degradadas por intervenções do homem (Conway, 1998). Somente de agrotóxicos ou pesticidas mais de três milhões de toneladas são utilizadas no mundo por ano com problemas sérios de contaminação, intoxicações, doenças agudas e crônicas e incremento da resistência das pragas (insetos, ácaros) e das plantas daninhas, com nove casos de resistência relatados por ano desde 1978 (Garcia, 1997 a, b e c, Vargas et al. 1999 e Guedes, 2001).

Somente nos EUA o uso de pesticidas sintéticos aumentou 33 vezes de 1945 para os dias atuais (Giampietro & Pimentel, 1993). A agricultura industrial moderna, empresarial, tem dado resposta, alimentando bilhões de pessoas, porém a agressão ao ambiente é cada vez maior, sendo este o grande desafio da humanidade. Como alternativas, objetivando o desenvolvimento sustentável (Mendes, 1997), que procura sempre a paridade entre o social, o econômico e o ecológico, procurando manter a biodiversidade, tem-se a denominada agricultura ecológica, que tem como base o respeito a biocenose e o biotopo dos ecossistemas (Gliessman, 2000). Hess (1980), salienta que tem-se três tipos de agricultura alternativa: natural, orgânica e biodinâmica, sendo que a orgânica é a forma de cultivo que se preocupa com a manutenção da qualidade do meio ambiente e dos alimentos, sendo assim uma forma de tentar equilibrar os exageros da agricultura química ou convencional (Harkaly, 1999). Além dos tipos citados por Hess (1980), tem-se a agricultura biológica e a permacultura (permanente, sistemas agrossilvipastoril), sendo que todas elas têm como base a reciclagem dos recursos naturais presentes na propriedade, transformação dos resíduos vegetais em húmus, uso de cobertura morta ou viva do solo, uso de rotação cultural, consorciação, uso de esterco, uso de quebra ventos e de outros elementos e práticas agrícolas (Campanhola & Valarini, 2001). Objetiva-se com este trabalho, fornecer uma breve abordagem da agricultura orgânica a nível mundial e no Brasil, seus fundamentos e potencial como elemento estratégico de produção e manutenção da segurança alimentar e melhoria da qualidade de vida da humanidade.

A SUSTENTABILIDADE DOS AGROECOSSISTEMAS E A AGRICULTURA ORGÂNICA

A sustentabilidade dos agroecossistemas passam pela maior diversidade biológica em todos os níveis trópicos com conseqüente maior estabilidade, além da necessidade de se ter maior eficiência agrícola (melhorar as técnicas de irrigação e os sistemas de drenagens, ampliar a produtividade em terras férteis e aliviar as pressões sobre as terras marginais, ampliar a eficiência dos sistemas de produção, melhorar as safras de produtos nativos e estimular a criação de animais e produção de alimentos integrados), como é salientado por Corson (1993), para aumentar as produtividades e os retornos dos produtores, em especial dos pequenos, com menor dependência dos fatores externos não abundantes. Para a FAO (1991), os fatores escassos podem ser substituídos por fatores abundantes, sem perder a eficiência produtiva e econômica; as tecnologias complexas e caras podem ser substituídas por outras de menor custo; os insumos industrializados podem ser substituídos por sucedâneos produzidos a nível das próprias fazendas; alguns insumos industrializados podem ser eliminados, como alguns inseticidas e os rendimentos podem ser ampliados, mantendo-se o mesmo nível de utilização de insumos. O uso de adubos naturais, como fosfatos, que o Brasil dispõe de grandes reservas geológicas, com mais de 2,5 bilhões de toneladas (Barbosa Filho, 1984), e orgânicos, ampliam a sustentabilidade dos ecossistemas artificiais, colaborando para a manutenção da matéria orgânica do solo, a “vida” do mesmo e o equilíbrio de nutrientes. Práticas agrícolas como o plantio direto (Saturnino, 1997 e Seguy et al. 1999) também aumentam a sustentabilidade da agricultura, sendo, sem dúvida, a maior revolução tecnológica na agricultura brasileira nos últimos 20 anos, ocupando hoje mais de 15 milhões de hectares, tendo diversas vantagens com relação ao plantio convencional, tais como: preservação de solos produtivos, com potencial para melhorá-los, preservação e recuperação dos recursos hídricos, proteção da biodiversidade, redução no uso de combustíveis fósseis e outros. Para desenvolver a agricultura sustentável há necessidade de se reduzir ao máximo a erosão do solo, reduzir a dependência ou eliminá-la, em termos de fertilizantes químicos, pesticidas e outros insumos modernos, reduzir o uso de combustível fóssil e reduzir as perdas dos produtos agrícolas. Na Figura 1 pode ser observado um esquema sobre o conceito do controle do ecossistema. No sistema sustentável é de suma importância o manejo adequado do solo, a base da produção, para que o teor de matéria orgânica cresça em vez de decrescer, como ocorre nos sistemas convencionais (Figura 2).

NÍVEL DE APLICAÇÕES

CONTROLE DOAGROECOSSISTEMA

PESTICIDAS,FERTILIZANTES,COMBUSTÍVEIS

ETC.

SISTEMA DEGRADANTE;AGRICULTURA COM

ALTO NÍVEL DE APLICAÇÃO DE INSUMOS

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL COM

BAIXO NÍVEL DEAPLICAÇÕES DE INSUMOS

INFORMAÇÃO,CONTROLEBIOLÓGICO

ETC.

Figura 1. Conceito de agricultura sustentável. Fonte: Stinner & House (1987)

INTEGRADO E RACIONAL (C)4

MANEJOS: NORMAL(B)3

INADEQUADO (A)2

1

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Tempo (anos)

A matéria orgânica tem papel fundamental na capacidade produtiva dos solos, tendo ações na física, na química e na biologia do solo, como pode ser verificado na Tabela 1.

TABELA 1. Principais efeitos da matéria orgânica nos solos cultivadosPropriedades do solo Efeitos da matéria orgânica humificadaFísicas Aumento da capacidade calorífica

Solos mais quentes na primaveraRedução das oscilações térmicasAgregação de partículas elementaresAumenta a estabilidade estruturalProporciona coesão nos solos arenososAumenta as permeabilidades hídrica e gasosaSolos menos encharcadosFacilita a drenagemReduz a erosãoAumenta a capacidade de retenção hídricaReduz a evaporaçãoMelhora o balanço hídrico

Químicas Aumento do poder tampãoRegula o pHAumenta a capacidade de troca catiônicaMantêm os cátions em formas trocáveisFormação de fosfohumatosFormação de quelatosMantêm as reservas de nitrogênio

Biológicas Favorece a respiração radicalFavorece a germinação das sementesRegula a atividade microbianaFonte de energia para os microorganismos heterotróficosModifica a atividade enzimáticaMelhora a nutrição mineral dos cultivosAtiva a rizogêneseFavorece a solubilização de compostos mineraisInibe o efeito de algumas toxinasFavorece o estado sanitário dos órgãos subterrâneos

Fonte: Terron (1995), citado por Cavalcanti et al. (1998).

Figura 2. Importância do manejo adequado na manutenção da matéria orgânica do solo. Fonte: Manual Internacional de Fertilidade do Solo (1998)

A AGRICULTURA ORGÂNICA NO MUNDO

Nos últimos anos, o crescimento da produção orgânica no mundo variou de 5 a 50% ao ano, dependendo do país, sendo que na Europa, segundo Campanhola & Valarini (2001) foi de 25% ao ano, sendo que somente a Itália tem mais de 900.000 ha e quase 30.000 produtores orgânicos. O mercado mundial de produtos orgânicos gira entre US$ 20 a 24 bilhões/ano, sendo os maiores consumidores: Alemanha, Holanda, Suíça, França, Inglaterra, EUA e Japão, sendo bastante atraente e em franca expansão (Ribeiro & Soares, 2002). Nos EUA a agricultura orgânica teve início no final da década de 40, em jardins e hoje ocupa mais de 500.000ha, com 5,1% do total mundial, como pode ser verificado na Tabela 2.

TABELA 2. Posição dos principais países no mercado mundial de produtos orgânicos

País Vendas totais(US$

milhões)

Particip.(%)

Área(mil ha)

Particip.(%)

LegislaçãoÓrgão/data

EUA 7.100,00 37,3 560 5,1 Usda-1990(1)Japão 3.200,00 16,8 30 0,2 MA-1992Alemanha 2.500,00 13,2 450 4,0 UE-1991França 1.100,00 5,8 370 3,4 UE-1991Itália 950,00 5,0 950 8,6 UE-1991Reino Unido 650,00 3,4 425 3,8 UE-1991P. Baixos 600,00 3,1 28 0,2 UE-1991Espanha 380,00 2,0 380 3,4 UE-1991Dinamarca 370,00 1,9 160 1,4 UE-1991Brasil 240,00 1,3 100 0,9 MA-2001(2)Austrália 200,00 1,1 7.000 63,6 ANZA-1992México 110,00 0,5 70 0,6 SAGAR-1997Argentina 25,00 0,1 340 3,1 SENASA-1992Outros 1.350,00 7,1 137 1,2TOTAL 19.000,00 100,0 11.000 100,0

Fonte: USDA/SOL, citados por Coelho (2001).(1) No final de 2000, o USDA aprovou os novos padrões nacionais da agricultura orgânica baseada no Organic Foods Production act de 1990.(2) Devem entrar em vigor todas as normas federais envolvendo o processo de certificação e o credenciamento das agências certificadoras.

Neste país os padrões estabelecidos pelo USDA são rígidos, porém tem rotulagem diferenciada, variando desde 100% orgânico, selo “USDA Organic”, os orgânicos, com 95% de ingredientes produzidos organicamente, exceto sal e água e os 70% orgânicos, sendo que abaixo disto não pode levar o nome orgânico. Em todos os casos há necessidade de: rotação de culturas, não pode-se usar organismos geneticamente modificados, de preferência usar sementes e mudas orgânicas e uso de produtos naturais, exceto algumas poucas exceções (Coelho, 2001). Na Europa, a Alemanha é o maior consumidor e terceiro produtor do mundo, depois dos EUA e o Japão, que tem pequena área plantada, de somente 30.000ha de agricultura orgânica, porém movimenta por ano mais de US$ 3 bilhões, especialmente legumes, arroz e frutas frescas. A maior área orgânica é da Austrália, com 7 milhões de hectares, porém deles, 6 milhões com pastagem para a criação de bovinos e ovinos. Na América do Sul, a Argentina é o país mais avançado em termos de produção e regulamentação de produtos orgânicos, com cerca de 34.000ha, sendo 92% na pecuária, notadamente a

bovinocultura. Sumarizando, no mundo, a tendência é crescente, média mundial, nos últimos cinco anos de 15% ao ano, sendo que em alguns países a área orgânica já passa dos 5% como o caso da Áustria e Suíça (Coelho, 2001).

A AGRICULTURA ORGÂNICA NO BRASIL

De acordo com Coelho (2001) o sistema de cultivo orgânico no Brasil, em bases tecnológicas, teve início no final da década de setenta, em pequena escala e começou a se expandir após a criação do Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD) em 1990, sendo que de 1994 até 2000, as vendas totais de produtos orgânicos cresceram mais de 16 vezes, ocupando na atualidade área de 100.000hectares, com grandes perspectivas de expansão na pecuária bovina (boi verde), frango, frutas, café, açúcar e outros produtos com mercado garantido a nível internacional, necessitando de verticalizar melhor a produção e a organização dos produtores, via associações e cooperativas especializadas, com o apoio das instituições governamentais (Rollemberg, 1996a e b e Weydmann, 2001). De acordo com a AAO (Associação de Agricultura Orgânica) a produção brasileira de alimentos orgânicos concentra-se nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Brasil, apesar dos consumidores (62,7%) considerarem os produtos orgânicos mais caros do que os convencionais, o mercado é crescente e firme. Segundo Darolt (2001) o consumidor orgânico é na maioria (66%) do sexo feminino, com idade entre 31 e 50 anos (62%) e com nível de instrução elevado e maior renda (Figuras 3 e 4).

De acordo com Harkaly (1999) a agricultura orgânica no Brasil, concentra-se em fornecer produtos de consumo direto, sendo os principais produtos os laticínios, conservas e hortigrangeiros frescos, comercializados em feiras e lojas de produtos naturais, com aumento de consumo constante (Emater-MG, 2001).

60

50

40

30

20

10

0 1º grau 3º grau Ensino Superior

Nível de Escolaridade

Figura 3. Nível percentual médio de escolaridade dos consumidores de produtos orgânicos da feira verde de Curitiba. Fonte: Ruchinski & Brandenburg (1999), citado por Darolt (2001).

1 - 3 SM

3 - 6 SM

6 - 9 SM

9 - 12 SM

0 10 20 30 40 50

Figura 4. Nível percentual médio para a renda individual dos consumidores de produtos orgânicos da feira verde de Curitiba. Fonte: Ruchinski & Brandenburg (1999), citado por Darolt (2001).

> 12 SM

Percentagem (%)

O PEQUENO PRODUTOR E O CULTIVO ORGÂNICO

Os pequenos produtores por necessitarem de diversificação da produção, têm maior facilidade de adaptação aos princípios da agricultura orgânica, que segundo Harkaly (1999), são: diversificação, integração da propriedade, indução do equilíbrio ecológico, reciclagem de nutrientes, insumos caseiros, conservação do solo e o controle de pragas e doenças na maneira ecológica. A agricultura orgânica evidência o uso de adubos orgânicos produzidos na própria fazenda (Banco do Nordeste, 2002), sendo não agressiva ao meio ambiente (Ribeiro & Soares, 2002), sendo na atualidade mais lucrativa para o produtor (Navarro Filho, 2001a e b), e as vezes com níveis de produtividade até maior do que a agricultura comercial (Navarro Filho, 2002), com o uso de produtos naturais (Hoffman, 1999, Hollanda, 1997, Dantas, 2001) e controladores biológicos de pragas e doenças (Santiago, 1990, ICAC Recorder, 1994, Gravena, 2000 e Silva, 2000), e uso de água de boa qualidade (Garcia, 2001). O controle biológico é muito importante como um dos componentes da agricultura orgânica, tanto via parasitas, quanto predadores. No Nordeste brasileiro, uma das recomendações para conviver com vantagem com o bicudo (Anthonomus grandis Bohem), na cotonicultura de sequeiro (dependente de chuva) é a distribuição dos restos culturais, com a colocação anterior do gado ou caprino, conforme pode ser observado na Figura 5.

Os animais alimentando-se dos restos culturais, reduzem as populações de diversas pragas do algodoeiro, inclusive do bicudo (Beltrão et al. 1995 e Beltrão, 2001). O algodão orgânico já é uma realidade no mundo e aqui no Brasil também, em especial na região Nordeste, onde a incidência de doenças e pragas é bem menor do que nas regiões mais chuvosas e úmidas (International Cotton Advisory Committee, 1996, Davis, 1997 e Newmann, 2001).

Os sistemas consorciados ou policulturais orgânicos já são praticados na região Nordeste, necessitando somente de acompanhamento e certificação. Um exemplo é o caso do consórcio do sisal (Agave sisalana) com a palma forrageira (Opuntia ficus indicum ou Napolea sp.), como pode ser visto na Figura 6.

Para Campanhola & Valarini (2001) a agricultura orgânica para o pequeno produtor, oferece diversas vantagens, destacando-se: viabilidade em pequenas áreas, favorece a diversificação produtiva no estabelecimento, gera mais empregos do que a convencioanl, tem menor dependência dos insumos externos, elimina o uso de agrotóxicos, os produtos são mais valorizados e a adoção é mais fácil. Como problemas deste tipo de exploração agrícola tem-se: produção em pequena escala, escassez de pesquisas, deficiência ou falta de assistência técnica, dificuldades ao acesso ao crédito, elevados custos da certificação e a possibilidade de alguns impactos negativos ao ambiente, devido ao uso inadequado de alguns insumos, em especial o esterco.

Figura 5. Bovinos e caprinos fazendo o controle biológico de pragas do algodão.

Figura 6. Consórcio do sisal (Agave sisalana) com a palma forrageira (Opuntia ficus indicum ou Napolea sp.)

NORMAS, PROCEDIMENTOS E CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS

Para a realização da agricultura orgânica o agricultor, independente da cultura e do animal (bovino, caprino, ovino, aves etc) deve conhecer os procedimentos internacionais, colocados via normas ou padrões e saber das condições e obedecer a certificação do produto. De acordo com Borges (1997), as normas para a produção orgânica, livre de produtos sintéticos, são baseados nas diretrizes estabelecidas pela Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM) e as entidades de cada país ou região fizeram as adaptações para as condições locais. Por exemplo, para o manejo do solo deve-se observar a classe de aptidão agrícola e otimizar as propriedades químicas, físicas e biológicas do ambiente edáfico. Para tal, é importante o uso do cultivo mínimo, uso de grades leves, uso do arado de aiveca que não pulveriza o solo etc. Com relação a nutrição mineral deve-se usar fertilizantes orgânicos, a maioria produzido na própria fazenda, dentro das normas estabelecidas, calcários calcíticos e magnesianos, fosfatos naturais e semi-solubilizados e farinhas, como a de ossos. Em condições especiais, são tolerados o superfosfato simples (20% P2O5) resíduos urbanos e industriais, sem agentes biológicos com potencial de contaminação ou poluente. Produtos minerais de elevada solubilidade e concentração são proibidos. No tocante ao controle de pragas e doenças, deve-se considerar principalmente as medidas preventivas, com adoção de práticas culturais adequadas, como plantio na época recomendada, uso das cultivares próprias para o local, populações de plantas, manejo cultural etc, procurando-se, sempre o equilíbrio dos agentes do agroecossistema. Vários métodos são recomendados, em especial os físicos, como o uso do calor, ultrasom, armadilhas mecânicas, coleta manual (catação de botões florais do algodão atacados pelo bicudo, por exemplo), uso de quebra-ventos, plantas repelentes, plantas companheiras etc. Tolera-se o uso de inseticidas biológicos e naturais a base de piretro, nicotina, rotenona, riânia e outros, como inseticidas e as variadas caldas como a bordalesa e a viçosa para o controle de doenças, além de preparados biodinâmicos. Não se pode usar agrotóxicos químicos sintéticos orgânicos ou inorgânicos, possuidores de metais tóxicos como o mercúrio, o cádmio e o arsênico. Para o controle das plantas daninhas, recomenda-se as medidas preventivas e de controle, de que não sejam o uso de herbicidas sintéticos derivados ou não do petróleo. Entre as medidas de controle, destacam-se o uso do fogo dirigido (queimadores, via bicos dirigidos para as entre-linhas do plantio), o consórcio como método supressor das plantas daninhas, o preparo do solo adequado, cobertura morta, rotação cultural e outras, como os cultivos mecânicos.

Considerando o consórcio, que fornece maior diversidade ao agroecossistema, e assim a possibilidade de maior estabilidade, na Tabela 3 pode-se verificar que esta prática, quando realizada com base científica (tipos de plantas dos consortes, arranjos de plantas, populações, configurações de plantio, época relativa de plantio etc), o uso da terra é melhor, com ganhos significativos, econômicos (rentabilidade) e agronômicos (menor erosão, proteção do solo etc), com pequena ou nula redução na produtividade da cultura principal, no caso o algodão (Tabela 3), pode reduzir substancialmente o complexo florístico daninho (Tabela 4).

TABELA 3. Comparação entre a fitomassa fresca epígea (g) do complexo florístico daninho aos 30 e 60 dias de plantio das culturas. Métodos de controle das plantas daninhas no consórcio algodão herbáceo + feijão vigna. Iguatu, CE. 1984.

Tratamentos Fitomassa Fresca Epígea30 Dias 60 Dias

1. Algodão isolado, espaçamento 1,0m x 0,2m controle mecânico manual 164,6a 383,4a

2. Feijão isolado, espaçamento 0,5m x 0,2m controle mecânico manual 117,2ab 102,2abc

3. Algodão isolado, espaçamento 1,0m x 0,2m controle químico 31,2abc 273,8ab

4. Feijão isolado, espaçamento 0,5m x 0,2m controle químico 18,4abc 43,0abc

5. Algodão + feijão (1,0m x 0,2m) + (1,00m x 0,2m) intercalados, controle mecânico manual + cultural

135,0a 174,2abc

6. Algodão + feijão (1,0m x 0,2m) + (1,00m x 0,2m) intercalados, controle químico + cultural

8,4abc 47,6abc

MédiaD.M.S.C.V. (%)

79,198,7

62,65

170,7204,2

60,12Testemunha Absoluta 470g 939gÁrea amostral (30cm x 50m) x 4Em cada coluna, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey, a nível de 5% de probabilidade.Fonte: Beltrão et al. (1992).

TABELA 4. Comparação entre média dos tratamentos, considerando rendimento de algodão em rama e feijão em grão. Iguatu, CE. 1984.

TratamentosVARIÁVEIS

Rendimento (kg/ha)Algodão Feijão

1. Algodão isolado, espaçamento 1,0m x 0,2m controle mecânico manual 964a -

2. Feijão isolado, espaçamento 0,5m x 0,2m controle mecânico manual - 1992a

3. Algodão isolado, espaçamento 1,0m x 0,2m controle químico 726a -

4. Feijão isolado, espaçamento 0,5m x 0,2m controle químico - 1823a

5. Algodão + feijão (1,0m x 0,2m) + (1,00m x 0,2m) intercalados, controle mecânico manual + cultural 769a 512ab

6. Algodão + feijão (1,0m x 0,2m) + (1,00m x 0,2m) intercalados, controle químico + cultural 733a 416ab

MédiaD.M.S.C.V. (%)

794249

16,72

1186 253

11,36Área amostral (30cm x 50m) x 4Em cada coluna, médias assinaladas com mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey, a nível de 5% de probabilidade.Fonte: Beltrão et al. (1992).

No Brasil a agricultura orgânica é regida pela Instrução Normativa 7/1999 (17/05/1999), (Mapa, 1999), sendo a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, o órgão fiscalizador a nível federal, que também assessora o Colegiado Nacional de Agricultura Orgânica, composto por dez representantes, com paridade entre o Governo e entidades não governamentais. De acordo com Gazzoni (2002), compete ao colegiado o credenciamento das instituições certificadoras, a coordenação, supervisão e a fiscalização das atividades dos colegiados estaduais. Atualmente já têm-se no Brasil 19 certificadoras credenciadas, que estão, na maioria, em fase de regularização junto ao colegiado. De acordo com Campanhola & Valarini (2001) a certificação fornece maior credibilidade aos produtos e tranquiliza os consumidores. Entre os principais órgão e instituições certificadoras, destacam-se o Instituto Biodinâmico, fundado em 1982, em Botucatu, SP, a Fundação Mokiti Okada, fundada em 1971, atualmente sediada em São Paulo, Capital, a Associação de Agricultura Orgânica, também em São Paulo, fundada em 1989, a Assessoar, fundada em 1966, sediada em Francisco Beltrão, PR, tendo atualmente 280 associados, a Rede Ecovida de Agroecologia, fundada em 1999, com 36 grupos e associações de produtores e 400 famílias de agricultores familiares, a Associação de agricultura Natural de Campinas, ANC, que funciona desde 1991 em Campinas, SP, contendo 160 produtores e a Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro – ABIO, criada em 1985, sendo a precursora da primeira feira orgânica, realizada em Nova Friburgo, e tendo na atualidade 120 unidades produtivas. A certificação é a garantia do acesso ao crédito bancário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A agricultura orgânica já é realidade no Brasil envolvendo dezenas de produtos, tanto de origem animal, quanto vegetal e incluindo as pastagens já conduzidas organicamente a área plantada passa dos 260.000ha, conforme pode-se verificar na Tabela 5, dados do BNDES, citados por Gazzoni (2002), sendo as frutas e a cana-de-açúcar os produtos de maiores áreas plantadas. Acredita-se que com a taxa de crescimento anual desta atividade, no Brasil, superior e muito a média mundial, nos próximos 10 anos, o país seja um dos maiores produtores do mundo.

TABELA 5. Número de produtores e área de cultivo com agricultura orgânica.Produto Nº de

produtores% Área %

Soja 593 8,40 12.516 4,64Hortaliças 549 7,77 2.989 1,11Café 419 5,93 13.005 4,82Frutas 273 3,87 30.364 11,26Palmito 40 0,57 20.816 7,72Cana-de-açúcar 18 0,25 30.193 11,109Milho 6 0,08 264 0,10Processados 127 1,80Outros + Pasto 5.038 71,33 159.571 59,16Total 7.063 100,00 269.718 100,00Fonte: BNDES (Elaborado a partir das certificadoras), citado por Gazzoni, 2002;

CONCLUSÕES

A agricultura orgânica é uma atividade lucrativa e com mercado garantido.

No Brasil, a tendência é a agricultura orgânica crescer bastante nos próximos dez anos.

Há necessidade da ampliação das pesquisas na agricultura orgânica e na transferência de tecnologias.

Há necessidade de marketing para o despertar de consumidores potenciais especialmente dos de menores níveis de escolaridade e classe social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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