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ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2007/08

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ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL

ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA

SAFRA 2007/08

CURITIBA 2007

ESTADO DO PARANÁ

Governador de Estado Roberto Requião de Mello e Silva

Secretário de Estado da Agricultura e do AbastecimentoValter Bianchini

Diretor Geral da SEABHerlon Goelzer de Almeida

Chefe do DERALFrancisco Carlos Simioni

P223aParaná. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

Análise da conjuntura agropecuária safra 2007/2008 / Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento , Departamento de Economia Rural. – Curitiba : SEAB, 2007.

129p ; 29 cm.

1. Agricultura Orgânica. 2. Política Agrícola. 3. Produção Agrícola 4. Safra. I.Título.

CDU 631

APRESENTAÇÃO

Com uma agricultura predominantemente de base familiar, o Paraná possui cerca de 369 mil propriedades rurais, segundo o último censo do IBGE- 1995/96, das quais 87% são de até 50 ha. Com apenas 2,3% do território nacional, com clima temperado e subtropical respectivamente, abaixo e acima do Trópico de Capricórnio, somos o primeiro produtor de feijão, milho e trigo e o segundo em soja e cana-de-açúcar.

Nesse contexto destaca-se o negócio agropecuário, que vem conquistando grandes benefícios para a sociedade paranaense. Hoje o Estado produz, cerca de 29 milhões de toneladas de grãos de verão e inverno, 2,6 bilhões de litros de leite, 530 mil toneladas de carne bovina, 357 mil toneladas de carne suína, 2,07 milhões de toneladas de carne de frango, 1,0 bilhão de unidades de ovos, 7,6 mil toneladas de casulos e 5,6 mil toneladas de mel, que abastecem não só o Paraná, mas o Brasil e o exterior.

O grande desafio hoje é dar condições aos produtores paranaenses de produzirem de forma sustentável, aproveitando as nossas vantagens competitivas para vencer os gargalos do mercado cada vez mais acirrado e suas mutações.

Para isso, é de fundamental importância promover o desenvolvimento ordenado, proporcionando ao homem do campo o acesso às novas tecnologias, motivando-o a conhecer e implementar um sistema diversificado de produção, com melhoria da produtividade e qualidade dos produtos.

Esse modelo, busca a redução das desigualdades sociais e um equilíbrio para a permanência do homem no campo, dentro de quatro eixos estratégicos: Fortalecimento das Economias Locais, Cidadania e Inclusão Social, Preservação e Recuperação Ambiental e a Sanidade e Qualidade da Produção.

Desta forma, buscamos promover o desenvolvimento sustentável, e a implementação e conquista desses objetivos são grandes desafios que precisamos vencer. Essa é uma contribuição que colocamos a disposição dos produtores rurais e suas organizações para um novo horizonte de produção, com o fortalecimento da economia paranaense.

VALTER BIANCHINI Secretário de Estado da

Agricultura e do Abastecimento

SUMÁRIO

AGRICULTURA ORGÂNICA...................................................................................6PANORAMA MUNDIAL..........................................................................................7PANORAMA NACIONAL.......................................................................................7PANORAMA ESTADUAL.......................................................................................9PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO.................................................................11AGROMETEOROLOGIA......................................................................................12PREVISÃO CLIMÁTICA PARA A PRIMAVERA DE 2007 E TENDÊNCIA PARA O VERÃO 2007/2008............................................................................................13ALGODÃO............................................................................................................15HISTÓRIA DO ALGODÃO....................................................................................15PANORAMA MUNDIAL........................................................................................17ALGODÃO - PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES –.....................................19ALGODÃO – PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES –....................................19PREÇOS – MERCADO INTERNACIONAL..........................................................20PANORAMA NACIONAL......................................................................................20PANORAMA ESTADUAL.....................................................................................24PERSPECTIVAS PARA A SAFRA 2007/08.........................................................26MUNDO.................................................................................................................26BRASIL.................................................................................................................26PARANÁ...............................................................................................................27CAFÉ.....................................................................................................................28PANORAMA MUNDIAL........................................................................................28PANORAMA NACIONAL......................................................................................29PANORAMA ESTADUAL.....................................................................................30ECONOMIA E COMÉRCIO...................................................................................34CANA-DE-AÇÚCAR.............................................................................................36AÇÚCAR & ÁLCOOL...........................................................................................36CENÁRIOS DE CURTO E MÉDIO PRAZO..........................................................36CENÁRIO ATUAL.................................................................................................36FEIJÃO..................................................................................................................42PANORAMA MUNDIAL........................................................................................42PANORAMA NACIONAL......................................................................................43PANORAMA ESTADUAL.....................................................................................46DESEMPENHO DA SAFRA 2006/07....................................................................48PERSPECTIVAS PARA A 1ª SAFRA PARANAENSE 2007/08..........................51FRUTICULTURA...................................................................................................52PANORAMA MUNDIAL........................................................................................52PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE FRUTAS – 2005................................53PANORAMA NACIONAL......................................................................................54PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL - 2005....................................................54PRINCIPAIS FRUTAS PRODUZIDAS NO BRASIL – 2005.................................55DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE FRUTAS FRESCAS – 2006......................56PRINCIPAIS FRUTAS FRESCAS IMPORTADAS PELO BRASIL – 2005..........57DISTRIBUIÇÃO DA FRUTICULTURA NO PARANÁ - 2006................................58FRUTICULTURA PARANAENSE - EVOLUÇÃO DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO – VBP..............................................................................................59PRINCIPAIS FRUTAS PRODUZIDAS NO PARANÁ - % DE VOLUME - 2006. . .60PRODUÇÃO DE FRUTAS NO PARANÁ – 2006.................................................61

FUMO....................................................................................................................62MUNDO.................................................................................................................62FUMO – SITUAÇÃO MUNDIAL, PRODUÇÃO, CONSUMO E ESTOQUE..........63PANORAMA NACIONAL......................................................................................63FUMO – BRASIL - EVOLUÇÃO DA ÁREA, PRODUÇÃO ENÚMERO DE FAMÍLIAS..............................................................................................................64EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FUMO........................................................64FUMO – EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS E PREÇO MÉDIO.............................65FUMICULTURA SUL-BRASILEIRA – DISTRIBUIÇÃO FUNDIÁRIA – 2006/07..65PARANÁ...............................................................................................................65PROGNÓSTICO....................................................................................................68GENGIBRE...........................................................................................................70ASPECTOS ECONÔMICOS DA CULTURA DO GENGIBRE..............................70CONTEXTUALIZAÇÃO DO PRODUTO...............................................................70PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO GENGIBRE.......................................71CUSTO DE PRODUÇÃO DE GENGIBRE ORGÂNICO.......................................75TENDÊNCIA E OPORTUNIDADES......................................................................79MANDIOCA...........................................................................................................80SITUAÇÃO MUNDIAL..........................................................................................80MANDIOCA EM RAIZ - PRODUÇÃO MUNDIAL.................................................81PANORAMA NACIONAL......................................................................................81PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA.............................................................84FÉCULA DE MANDIOCA – BRASIL - PRODUÇÃO POR ESTADO - 2006........85EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FÉCULA DE MANDIOCA..........................86PANORAMA ESTADUAL.....................................................................................87MÃO-DE-OBRA....................................................................................................88RENTABILIDADE ECONÔMICA..........................................................................88PREÇOS...............................................................................................................89PROGNÓSTICO....................................................................................................89MILHO...................................................................................................................91PANORAMA MUNDIAL........................................................................................91PANORAMA NACIONAL......................................................................................94DESEMPENHO DA SAFRA 2006/07....................................................................98PANORAMA ESTADUAL...................................................................................101POLITICA AGRÍCOLA........................................................................................110SOJA...................................................................................................................115PANORAMA GERAL..........................................................................................115PANORAMA PARANAENSE.............................................................................123PERSPECTIVAS PARA A SAFRA 2007/08........................................................124

AGRICULTURA ORGÂNICA

Eng. Agr. Maurício Tadeu Lunardon

Hoje em dia percebe-se nas pessoas uma grande preocupação com saúde e qualidade de vida. Esses objetivos podem ser alcançados por meio de uma alimentação saudável e da prática de exercícios físicos. No aspecto da alimentação é crescente a demanda por produtos orgânicos, por serem livres de resíduos de agrotóxicos e também pelas suas características nutricionais e organolépticas.

Atualmente, no mundo inteiro ocorre um debate amplo sobre as causas e conseqüências do aquecimento global e outros atributos da Agroecologia estão sendo valorizados, como, por exemplo, o menor impacto ao meio ambiente e também o seu lado social, devido à geração de empregos, uma vez que esse sistema é menos mecanizado.

O setor de Agricultura Orgânica no Brasil apresenta uma taxa de crescimento médio de 25% ao ano. A seguir, citamos alguns fatores que têm contribuído para sua expansão:

- Realização de eventos;- Fortalecimento da consciência do consumidor;- Interesse da Imprensa;- Industrialização dos produtos orgânicos;- Oferta de produtos orgânicos nas grandes redes de supermercados.

A agricultura orgânica é sustentada por três pilares: econômico, ambiental e social. O objetivo é desenvolver uma atividade economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa.

O aspecto econômico é importante para garantir renda ao homem do campo e pode ser promovido por meio da diversificação e da agregação de valor. O segundo fator é o da inclusão social, pois é um sistema pouco mecanizado e, por isso, demandador de mão de obra. O terceiro aspecto é o ambiental, tão em voga por causa da problemática causada pelo aquecimento global, no entanto, muitas vezes é ignorado, em favor do aspecto econômico. Na Agroecologia, o meio ambiente é respeitado, pois se tem cuidados especiais com a manutenção da biodiversidade e também no uso do solo e da água. Modernamente, alguns estudiosos consideram ainda o aspecto Cultural, que é percebido por meio do saber acumulado por gerações na prática da Agricultura. Enfim, é necessário que haja um equilíbrio entre todos esses aspectos, visando garantir a sustentabilidade da Agricultura.

PANORAMA MUNDIAL

No âmbito mundial, o mercado de orgânicos movimenta cerca de US$ 40 bilhões de dólares. Estima-se que a área sob manejo orgânico no mundo é de 26,5 milhões de hectares. Alguns países destacam-se na produção e comercialização de produtos orgânicos, são eles: os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão e o Reino Unido.

Aparentemente a Oceania se destaca no cenário mundial, no entanto a sua importância é relativa. Ocorre que, aquele continente possui extensas áreas de pastagens sob manejo orgânico, especialmente na Austrália. É o caso também da Argentina e mais recentemente do Brasil que passou a considerar como orgânicas, algumas áreas de pastagens da região centro-oeste e de extrativismo da região norte do País.

AGRICULTURA ORGÂNICA - Área total sob manejo orgânico - Percentual por continente

Oceania42,91

América Latina23,45

Europa23,75

América do Norte5,49

Ásia2,8

África1,60

Fonte:Willer e Yussefi (2005)

PANORAMA NACIONAL

O setor de produtos orgânicos no Brasil tem crescido a uma taxa de 25% ao ano. Em 2006, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA -, o Brasil registrava em torno de 20.000 produtores orgânicos e cerca de 6,5 milhões de hectares de área cultivada. Desta área, 5,7 milhões de hectares são ocupados com explorações extrativistas. O Brasil ocupa a quinta posição (em 2004) entre os países produtores e exporta cerca de 70% do que produz. No entanto, a participação de produtos orgânicos na pauta do agronegócio e da balança comercial brasileira ainda é pouco significativa.

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AGRICULTURA ORGÂNICA - Percentual de área com agropecuária orgânica por região

Centro-Oeste65%

Sudeste10%

Sul15%

Norte1%

Nordeste9%

Fonte:MAPA

A região centro-oeste destaca-se por possuir áreas de pastagens sob manejo orgânico. Em termos de produção, o principal Estado produtor é São Paulo, que produz frutas e hortaliças, mas também cana-de-açúcar, que é transformada em açúcar mascavo e destinado ao mercado externo. O nordeste brasileiro se destaca na produção de frutas tropicais irrigadas, pequenos animais e mel. Na região norte predominam os sistemas agro-florestais e o extrativismo de palmito e castanha.

AGRICULTURA ORGÂNICA - Percentual de produtores com agropecuária orgânica por região

Sul68%

Norte4%

Nordeste 13%

Sudeste 10%

Centro-Oeste5%

Fonte:MAPA

Quando o critério analisado é o número de produtores por região, destaca-se o Sul do país, onde o cultivo orgânico é realizado em pequenas propriedades, de caráter familiar e que produzem uma grande diversidade de produtos, especialmente frutas e hortaliças. Nesta região foi criado um sistema de certificação participativa chamado de REDE ECOVIDA, de baixo custo e que em nível de região e aceito e dispõe de credibilidade.

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PANORAMA ESTADUAL

No Paraná, a Agricultura Orgânica é desenvolvida predominantemente em pequenas propriedades, de caráter familiar. No âmbito nacional, o Paraná se destaca em número de produtores. São cerca de 4.800 agricultores orgânicos. Esta característica é em razão do grande número de assentamentos rurais, reservas indígenas e comunidades de quilombolas, que buscam aplicar os preceitos da Agroecologia.

450800

1.200

2.3103.077

3.4783.908 4.122 4.331

4.800NÚMERO DE PRODUTORES

Outra característica dessa atividade no Paraná é o nível de organização, pois existem inúmeras ONGs que atuam nesta reunidas em um Fórum Estadual. Além disso, recentemente foi instituída a Câmara Setorial de Agricultura Orgânica do Paraná que, de forma paritária, congrega entidades governamentais e da sociedade civil organizada, com o objetivo comum de discutir e propor soluções aos gargalos que dificultam o desenvolvimento da Agricultura Orgânica no Estado.

Devido à sua extensão territorial e topografia, o Paraná possui regiões com condições edafoclimáticas diferentes o que permite uma produção bastante diversificada e que atende os anseios do segmento consumidor. Embora ainda haja necessidade de um trabalho de logística visando maior integração entre as regiões.

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A produção de hortaliças orgânicas concentra-se em torno das grandes cidades, com destaque para Curitiba e Londrina. Observam-se pólos de produção de açúcar mascavo nas regiões de Jacarezinho e Francisco Beltrão. A região norte se sobressai na produção de café orgânico e frutas tropicais.

Chama a atenção, o crescimento ocorrido nas culturas de trigo e milho.

Isto era esperado e tende a se intensificar, acompanhando o plantio de soja. A tecnologia de produção orgânica preconiza a rotação de culturas. No caso específico do milho, a produção está sendo alavancada também pelo crescimento da produção animal. Esta diversificação é necessária para produção de esterco para compostagem.

A produção de frutas orgânicas é crescente, com destaque para a produção de banana no litoral e caqui na região de Curitiba.

De acordo com o último levantamento de campo realizado pelos técnicos do DERAL e da EMATER, na última safra (2004/2005), o Paraná produziu 94.000 toneladas de produtos orgânicos. Houve um aumento de 21% em relação à safra anterior. O principal produto em área plantada é a soja. Em volume de produção, a mandioca assume esta posição. A produção de cana-de-açúcar é transformada em açúcar mascavo e cachaça.

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PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO

O setor de alimentos orgânicos tende a se fortalecer. A Agricultura Orgânica, que surgiu como alternativa, hoje é considerada por muitos uma necessidade. No Paraná, 86% das propriedades rurais têm área inferior a 50 hectares, por isso, é importante incentivar atividades que permitem obter maior rentabilidade por área. Neste aspecto, olericultura, fruticultura, agricultura orgânica e ecoturismo, são opções melhores que o cultivo tradicional de grãos, que exige escala de produção.

A legislação ambiental também contribui a favor da agricultura orgânica. Em áreas de mananciais ou de proteção ambiental a prática da agricultura convencional, que utiliza agrotóxico, é dificultada ou até proibida.

No entanto, para que ocorra crescimento firme e constante é preciso resolver alguns gargalos inerentes à produção orgânica. Primeiramente, é necessário regulamentar a Lei 10.831, de 23/12/2003, referente ao setor, para melhor ordenar e propiciar credibilidade. Outra dificuldade é com relação à assistência técnica que, embora seja fundamental, pois o sistema de produção orgânico é complexo e exige conhecimento, muitas vezes é deficiente. O setor também é carente em pesquisa, visando identificar como ocorrem as relações entre as diferentes espécies de uma comunidade e também métodos alternativos de controle de pragas e doenças.

A Agricultura Orgânica é sem dúvida uma atividade de grande potencial. A demanda por produtos orgânicos é crescente. Atualmente, as pessoas têm maior preocupação com a saúde e, além disso, as mudanças climáticas estão despertando nelas o senso ecológico o que garante apoio ao sistema de produção orgânico por ter menor impacto ambiental.

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AGROMETEOROLOGIA

Eng. Agr. Agenor Santa Rita Eng. Agr. Leocádio Grodzki

Uma das atividades econômicas que mais depende do tempo e do clima é, sem dúvida, a atividade agrícola. Cada operação executada para se atingir o objetivo final que é a produtividade de uma determinada cultura exige várias etapas de consecução como o preparo do solo, a semeadura, os tratos culturais, a colheita, o transporte e o armazenamento, dentre outros. Sendo, portanto, uma atividade de grande risco, torna-se necessário coordenar cada etapa do processo no sentido de se minimizar as perdas por influência do tempo e do clima.

O Estado do Paraná, situado entre 22º e 27º de latitude Sul e com variabilidade de altitude entre 0 e 1300 metros, caracteriza-se por apresentar grande diversidade de clima, solo e relevo, o que proporciona uma enorme diversidade de ambientes propícios ao desenvolvimento de um grande número de espécies vegetais. Como o Estado se situa numa região de transição climática, passando por um clima subtropical com inverno mais ameno no Norte até um clima temperado no Sul, onde a freqüência de geadas limita e/ou estabelece estações definidas de crescimento das plantas.

Assim, as variações de altitude e latitude fazem com que o território paranaense apresente diversos microclimas com regimes térmicos e pluviométricos distintos.

Neste sentido, a importância do Zoneamento agrícola torna-se crucial para o sucesso de qualquer empreendimento, porque há identificação das regiões com características mais adequadas para cada espécie vegetal.

Partindo deste princípio e após exaustivas comparações, como: ensaios de produtividade em campo realizados durante vários anos e em diferentes épocas de semeadura; riscos de geadas no início do ciclo; deficiência hídrica durante o estabelecimento da cultura; deficiência hídrica no florescimento e estudos de séries de dados meteorológicos, entre os quais a precipitação e a temperatura, se procede a avaliação e recomendação das épocas de semeadura das culturas anuais, bem como, minimizar os riscos de umidade escassa ou excessiva, em todo o período de cultivo.

Deve-se ter em mente sempre que a exploração agrícola em uma determinada região do Estado exige consulta e planejamento prévio, seja buscando informações através das cooperativas regionais, dos órgãos de pesquisa e assistência técnica ou de profissionais habilitados para oferecer

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condições de obtenção de produtividades mais elevadas e com menor risco, além de não haver elevação dos custos.

O IAPAR, em sua página www.iapar.br disponibiliza os mapas de regiões e épocas de semeadura para as principais culturas do Estado. Além disso, há um acompanhamento, em tempo atual, das temperaturas, precipitações e evapotranspiração que auxiliam o produtor a tomar decisões, como por exemplo, de efetuar a semeadura de determinada cultura, baseado na umidade do solo, mas sempre respeitando as indicações de épocas propícias à semeadura desta espécie, na sua região. Há, ainda, na própria página, informações quanto à ocorrência de temperaturas máximas e mínimas, quantidade de chuva e evapotranspiração, bem como o estado do solo quanto à água disponível para as plantas.

Previsão Climática para a Primavera de 2007 e tendência para o Verão 2007/2008

Eng. Agr. Agenor Santa RitaMeteorologista Marcelo Brauer

No decorrer da estação do outono de 2007, as águas do Oceano Pacífico, na sua porção equatorial, foram apresentando valores abaixo da média para a época do ano, caracterizando um resfriamento anômalo na região dos Niño-3 (centro-leste do Pacífico) e Niño1+2 (costa oeste da América do Sul). Associado a este resfriamento do Oceano foi observada uma intensificação dos ventos alísios na região da linha do equador. O mapa abaixo, figura 3, mostra a distribuição das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) para agosto/2007. A região sul do Oceano Atlântico apresentou valores próximos da média histórica (área na cor branca). A partir da persistência das anomalias negativas por um período superior a 4 meses consecutivos é configurado o fenômeno La-Niña a partir desta primavera de 2007. A previsão climática da temperatura da superfície do mar para os próximos trimestres mostra que as anomalias negativas na região equatorial do Pacífico persistirão até meados do verão de 2008, com variação na sua intensidade entre fraca a moderada. O efeito mais direto no clima do Sul do Brasil é a irregularidade na distribuição das chuvas ao longo da estação a que se refere esta previsão.

A partir da situação de grande escala, citada acima, a previsão climática para a estação da primavera indica que as chuvas no Paraná manterão o cenário de irregularidade na sua distribuição espacial e temporal, como o que já vem sendo observado nos últimos meses. Esta alta de variabilidade espacial ou temporal, ou seja, chuvas em áreas isoladas durante alguns períodos intercaladas com períodos mais secos, é intensificada através da influência do fenômeno La-Niña no decorrer da primavera e verão. A formação de áreas de instabilidade de curta duração devem seguir a climatologia disponível. Em termos de volume, as chuvas deverão apresentar variação entre próximas da média histórica a ligeiramente abaixo da média histórica.

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A tendência das temperaturas para o último trimestre de 2007 é de que as mesmas fiquem variando entre próximas da média histórica a ligeiramente acima. Conforme os períodos de ausência de chuva sejam maiores que o normal, os períodos de temperaturas mais altas serão mais freqüentes.

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ALGODÃO

Eng. Agr. Mauricio Tadeu Lunardon

O algodão é uma fibra natural, de origem vegetal, de comprimento variando entre 24 e 38 mm e é considerada a mais importante das fibras têxteis. Comparativamente às fibras artificiais e sintéticas, sua principal vantagem é o conforto dos itens confeccionados. Além da fibra, o algodoeiro também produz óleo e proteína, esta podendo ser utilizada como suplemento protéico na alimentação animal e humana.

HISTÓRIA DO ALGODÃO

Existem divergências sobre a origem do algodão. Alguns autores a situam no continente americano, enquanto outros afirmam ser originário da África Central, do Paquistão ou então da Índia.

As referências históricas vêm de muitos séculos antes de Cristo. Os árabes foram os primeiros que fiaram e teceram a fibra de algodão, embora de forma rudimentar.

A partir da descoberta do caminho marítimo para as Índias, o algodão começou a ganhar importância na Europa, onde, até o século XVII, o uso da lã predominava.

O algodão teve um papel fundamental na Revolução Industrial. A primeira indústria motriz foi têxtil, a qual inicialmente trabalhava com lã, que mais tarde foi substituída pelo algodão. O Brasil, e principalmente os Estados Unidos, forneciam algodão para as indústrias inglesas. A exportação americana de algodão para a Inglaterra, durante a Revolução Industrial, foi o principal fator de desenvolvimento da economia americana.

Nos Estados Unidos, o algodão apareceu como cultura comercial por volta de 1785. Até então, os únicos descaroçadores conhecidos eram os de “rolo” e seu pequeno rendimento restringia a produção de fibra. Em 1792, um professor chamado Eli Whitney, baseado no princípio do uso do pente, inventou o descaroçador-de-serra, muito mais rendoso que o descaroçador-de-rolo, e que permitiu o grande desenvolvimento da cultura nos EUA.

No Brasil, pela época do descobrimento, os indígenas já cultivavam o algodão e convertiam-no em fios e tecidos. Em 1576, Gandavo informava que as camas dos índios eram redes tecidas com fios de algodão. Em São Paulo, Serafim Leite conta que os jesuítas do Padre Anchieta introduziram e

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desenvolveram a cultura do algodão para satisfazer suas necessidades de roupas e vestir aos índios. Foi só por meados do Século XVIII, com a Revolução Industrial, que o algodão foi transformado na principal fibra têxtil e no mais importante produto das Américas.

No Brasil, o Maranhão despontou como o primeiro grande produtor. Ao Maranhão seguiu-se todo o Nordeste que apareceu como a grande região algodoeira do país.

Em São Paulo, a primeira fábrica de tecidos começou a funcionar em 1813, com 10 teares. O primeiro descaroçador-de-serra no Brasil foi instalado em Limoeiro (Pernambuco), em 1820. No Estado de São Paulo, foi em Sorocaba, no ano de 1851.

No século XIX, os Estados Unidos já se projetavam como grandes produtores de algodão. Nessa mesma época, no Brasil, a cultura entrou em decadência. O café monopolizava a atenção dos agricultores, principalmente em São Paulo.

Em 1860, a Guerra da Secessão nos Estados Unidos, paralisou em parte a exportação da fibra deste país à Europa. Este fato desencadeou um novo impulso algodoeiro no Brasil, que durou pouco mais de 10 anos.

No Brasil se cultivava o algodão arbóreo, de ciclo perene. No século XIX, foi introduzido o algodão herbáceo, de ciclo anual e fibra curta. Imigrantes norte-americanos que se estabeleceram em Santa Bárbara, município do interior de São Paulo, orientaram os agricultores brasileiros que não tinham experiência com a nova planta.

Com a restauração da produção nos Estados Unidos, a cultura do algodão regrediu consideravelmente no Brasil, mas não se extinguiu. Somente por ocasião da 1ª Guerra Mundial, que coincidiu com a forte geada de 1918, a qual devastou os cafezais, o algodão teve outro avanço em São Paulo.

A indústria têxtil, nascente no país, utilizava, num primeiro momento, matéria prima proveniente do Nordeste, em seguida, do próprio estado de São Paulo e, posteriormente, também do Paraná.

No Estado do Paraná, o cultivo do algodão começou pelo município de Sengés. Em 1931, ainda na região do Norte Pioneiro, imigrantes japoneses iniciaram o plantio de algodão e ajudaram na formação dos municípios de Assaí e Uraí, cuja base econômica era a cultura do algodão.

No início do século XX, a cultura já havia assumido grande importância econômica e por isso despertou o interesse da pesquisa agronômica.

Atualmente, no cultivo do algodão utilizam-se as mais modernas técnicas agrícolas, com destaque para a biotecnologia, da qual o uso ainda é limitado no Brasil e somente uma cultivar de algodão geneticamente modificada está

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autorizada para plantio comercial. A autorização foi dada em março de 2005, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio -.

PANORAMA MUNDIAL

ALGODÃO - QUADRO MUNDIAL DE OFERTA E DEMANDA – Safra 2004/05 a 2006/07 (em 1000 t)

SAFRA 2004/05 SAFRA 2005/06 SAFRA 2006/07 VARIAÇÃO (%)

  A B C A/B B/C

PRODUÇÃO 26.381 25.197 25.942 -4,5 3,0IMPORTAÇÕES 7.279 9.594 8.000 31,8 -16,6CONSUMO 23.710 25.334 26.828 6,8 5,9EXPORTAÇÕES 7.614 9.730 8.145 27,8 -16,3ESTOQUES FINAIS 12.239 12.573 12.366 2,7 -1,6Fonte: USDA/FAS - Cotton: World Markets and Trade (Set/2007)

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA -, durante os últimos 10 anos, a área cultivada com algodão no mundo oscilou entre 30,447 e 35,628 milhões de hectares. No mesmo período, a produção mundial variou de 18,739 a 26,381 milhões de toneladas.

A maior safra da história foi colhida na temporada 2004/05, quando foram produzidos 26,381 milhões de toneladas de pluma.

Um fator que esta influenciando o aumento da oferta mundial é o uso de novas tecnologias, com destaque para a engenharia genética. Variedades desenvolvidas com esta técnica têm sido rapidamente difundidas em razão do ganho de produtividade e redução de custo.

Na temporada 2006/07, o consumo mundial de algodão teve um incremento de quase 1,5 milhões de toneladas. Este aumento ocorreu principalmente pelo crescimento forte da economia mundial. Outro fator que influi nessa dinâmica é o preço do petróleo, matéria prima para a fabricação das fibras sintéticas, que competem diretamente com a fibra de algodão.

O algodão é cultivado em mais de 60 países. Os três maiores produtores são: China, Índia e Estados Unidos que, juntos, produzem 64% da produção mundial. A Índia, apesar de possuir área plantada maior, produz um volume de fibra quase igual ao dos Estados Unidos, isso em razão do baixo rendimento de suas lavouras. Completam a lista dos cinco maiores produtores, o Paquistão e o Brasil.

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ALGODÃO EM PLUMA - PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES – SAFRAS 2001/02 a 2006/07 (em 1000 t)PAÍS/SAFRA 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07CHINA 5.313 4.921 4.855 6.532 5.987 7.076ÍNDIA 2.678 2.308 3.048 4.137 4.148 4.746ESTADOS UNIDOS 4.421 3.747 3.975 5.062 5.201 4.700PAQUISTÃO 1.807 1.698 1.708 2.425 2.213 2.155BRASIL 766 847 1.310 1.285 1.023 1.524UZBEQUISTÃO 1.067 1.002 893 1.132 1.208 1.176TURQUIA 865 910 893 904 773 875OUTROS 4.584 3.782 4.080 4.905 4.642 3.688TOTAL 21.501 19.215 20.761 26.381 25.197 25.942Fonte: USDA/FAS - Cotton: World Markets and Trade (Setembro 2007)

Nos últimos anos, o Brasil melhorou sua colocação no ranking dos países produtores. Atualmente, somos o quinto maior produtor mundial.

Na última temporada (2006/07), os sete principais países produtores de algodão cultivaram 77% da área e contribuíram com 86% da produção mundial.

Tendo em vista a lista dos países importadores, chama a atenção, a liderança da China. Mesmo sendo o maior produtor, é também o maior importador da fibra, isto porque, o consumo (10,886 milhões de t) supera em muito a produção (7,076 milhões de toneladas).

Em 2000, o Brasil ainda constava da lista dos principais países importadores. Nas últimas safras, o Brasil vem gradativamente voltando aos níveis normais de produção e, consequentemente, a cada ano vem reduzindo as importações e mais que isso, voltou a ser um dos principais exportadores da fibra.

Na safra 2006/07, segundo a CONAB, as importações somaram 115.000 toneladas, que vieram majoritariamente dos Estados Unidos. Nesta mesma safra, o volume exportado de algodão foi recorde, totalizando 450.000 toneladas de pluma. Estes valores por enquanto diferem dos apresentados pelo USDA, que regularmente promove ajustes. Vale lembrar que em 1996 o volume das importações brasileiras atingiu 568.169 toneladas de pluma, cuja aquisição custou US$ 859.696.000,00 ao país.

Entre os países dos quais o Brasil importa algodão, nossos parceiros do Mercosul merecem destaque. Até 1999, a Argentina era o nosso principal fornecedor de algodão. Em 2000, os Estados Unidos assumiram esta posição.

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ALGODÃO - PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES – SAFRA 2001/02 a 2006/07 (em 1000 t) PAÍS/SAFRA 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07CHINA 98 681 1.923 1.390 4.199 2.305TURQUIA 648 493 516 743 737 855BANGLADESH 261 348 370 403 482 523PAKISTÃO 218 185 393 382 352 500INDONESIA 513 485 468 479 479 479TAILÂNDIA 410 423 365 497 412 425RUSSIA 392 359 321 316 310 310MÉXICO 381 403 405 394 380 283TAIWAN 267 256 220 291 247 256KOREIA 294 305 277 292 220 233OUTROS 2.928 2.612 2.147 2.092 1.777 1.831TOTAL 6.410 6.551 7.406 7.279 9.594 8.000Fonte: USDA/FAS - Cotton: World Markets and Trade (Set/2007, Jun/2006, Dez/2002, Dez/2001)

O impulso nas exportações foi devido à taxa de câmbio vigente no país e também à boa qualidade do algodão produzido no Centro Oeste. A recente valorização do Real frente ao Dólar criou expectativa sobre o impacto na rentabilidade das exportações.

ALGODÃO – PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES – SAFRA 2001/02 a 2006/07 (em 1000 t) PAÍS/SAFRA 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07ESTADOS UNIDOS 2.395 2.591 2.995 3.143 3.928 2.830ÍNDIA 13 12 152 144 751 1.067UZBEQUISTÃO 762 740 675 860 1.045 1.002AUSTRÁLIA 681 578 470 435 628 464BURKINA 142 158 207 212 305 294BRASIL 147 106 210 339 429 283GRÉCIA 218 250 267 255 294 272MALI 196 191 256 207 223 191TURQUEMENISTÃO 109 87 120 82 120 152CAZAQUISTÃO 98 98 114 136 136 126OUTROS 1.556 1.790 1.767 1.802 1.871 1.465TOTAL 6.316 6.603 7.233 7.614 9.730 8.145Fonte: USDA/FAS - Cotton: World Markets and Trade (Set/2007, Jun/2006, Dez/2002, Dez/2001)

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PREÇOS – MERCADO INTERNACIONAL

O Índice A del Cotlook é a principal referência quando se quer acompanhar a evolução dos preços do algodão no mercado internacional e representa uma média das cinco menores cotações de algodão para entrega nos portos do norte da Europa. É escolhido para compor este índice apenas algodão de qualidade superior.

PREÇOS MÉDIOS - ÍNDICE A DEL COTLOOK

0102030405060708090

100

SAFRAS

US$

/libr

a pe

so

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA -, o índice A del Cotlook médio, na temporada 2006/07, foi de US$ 60,53 centavos por libra peso, o que corresponde a um aumento de 6,1% em relação à temporada anterior. No entanto, ainda é 33,5% menor que o Índice médio da temporada 1994/95, quando atingiu US$ 91,08 centavos por libra peso.

Analisando o quadro de oferta e demanda mundial, nota-se que nas duas últimas safras o consumo de algodão foi maior que a produção, provocando uma redução gradativa nos estoques. Esta situação explica a elevação do Índice A na última temporada. O estoque mundial, segundo dados do USDA, passou de 12,239 milhões de toneladas em 2005, para 12,366 milhões, em 2007.

PANORAMA NACIONAL

Na década de 70, a área cultivada com algodão no Brasil chegou a ultrapassar 4,0 milhões de hectares e a produção girava em torno de 560.000 toneladas de pluma. Este volume era superior ao consumo e o excedente destinava-se à exportação. O algodão era um produto importante na pauta de exportações do país.

Na safra 1996/97, a área cultivada com algodão foi de apenas 657.000 hectares, a menor das últimas quatro décadas. A produção foi de 306.000 toneladas de pluma, volume insuficiente para atender a demanda interna. Sendo

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assim, foi necessária a importação de 470.800 toneladas de algodão em pluma, a um custo de US$811.752.000,00. Tal volume de importações colocou o país entre os principais importadores.

Na época, o declínio da cotonicultura se deu por questões macroeconômicas. Com a abertura da economia, principalmente após a criação do Mercosul, o algodão brasileiro passou a competir com o produto importado, cuja aquisição é vinculada a financiamentos com prazos superiores a um ano e taxas de juros inferiores às praticadas internamente, além de ser subsidiado na origem. Com isso, o Brasil, que foi grande exportador, passou a ser um dos principais importadores de pluma no mundo. A taxa de câmbio vigente em nosso país até janeiro de 1999 também contribuiu para que houvesse essa inversão.

Na última safra (2006/07) foram cultivados 1.096.900 hectares com a cultura do algodão. Esta área supera em 28,1% a safra anterior. O aumento na produção foi ainda mais significativo, passando de 1.037.900 t de pluma, em 2005/06, para 1.524.200 t, em 2006/07. Tamanho crescimento é atribuído à melhor perspectiva de preço, na época, em relação às alternativas de plantio, especialmente da soja e do milho, que fez aumentar a área plantada em 27,8%. Outro fator que contribuiu foi o clima favorável, que permitiu a obtenção de um excelente nível de produtividade, principalmente nas lavouras do Centro Oeste, onde se colheu 3.700 kg/ha.

ALGODÃO - BRASIL - BALANÇO DE OFERTA E DEMANDA - SAFRA 2001/02 a 2006/07 (em mil toneladas)SAFRA ESTOQUE PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO SUPRIMENTO CONSUMO EXPORTAÇÃO ESTOQUE

INICIAL FINAL2001/02 326,4 766,2 67,6 1.160,2 815,0 109,6 235,62002/03 235,6 847,5 118,9 1.202,0 812,0 175,4 214,62003/04 214,6 1.309,4 105,2 1.629,2 918,5 331,0 379,72004/05 379,7 1.298,7 37,6 1.716,0 952,5 391,0 372,52005/06 372,5 1.037,8 81,6 1.491,9 981,3 304,5 206,12006/07 206,1 1.524,2 115,0 1.845,3 1.005,8 450,0 389,5

Fonte: CONAB - Levantamento: Set/2007

O algodão, na última safra, foi cultivado em 18 estados da Federação, com destaque para os da Região Centro-Oeste, que assumiram o lugar de São Paulo e Paraná, tradicionais produtores de algodão. Também merece destaque o Estado da Bahia, que hoje é o segundo maior produtor.

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Na safra 1999/00, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, juntos, produziram 470.200 toneladas de pluma, o que correspondeu a 67% da produção nacional. Na última safra, a representação da região Centro Oeste no âmbito nacional reduziu para 63%, isto porque a região Nordeste vem ganhando espaço. Além da Bahia, a produção de algodão é crescente também no Maranhão e no Piauí. Fazendo a mesma comparação, a participação da região Nordeste passou de 13,2 para 31,4%.

No Centro-Oeste, o algodão é cultivado em grandes áreas, o clima é regular e a colheita é feita com máquinas. Além dessas vantagens, os governos do Mato Grosso e de Goiás criaram programas para incentivar o plantio, através dos quais os produtores recebem, de acordo com a qualidade da fibra, um incentivo fiscal de até 75% do ICMS incidente sobre o valor de comercialização do algodão.

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ALGODÃO EM PLUMA - PARANÁ E MATO GROSSO – COMPARATIVO DE PRODUÇÃO (em 1000 t)SAFRA BRASIL PARANÁ % COLOCAÇÃO MATO GROSSO % COLOCAÇÃO

      PR/BR PR/BR   MT/BR MT/BR1995/96 410 119,5 29,1 1º 33,1 8,1 5º1996/97 305,8 40,4 13,2 3º 34,8 11,4 4º1997/98 411,0 64,5 15,7 4º 94,2 22,9 1º1998/99 520,1 38,8 7,4 5º 226,4 42,6 1º1999/00 700,3 43 6,1 6º 335,8 48,0 1º2000/01 938,8 58,2 6,2 6º 533,9 56,9 1º2001/02 766,2 31,0 4,0 6º 391,3 51,1 1º2002/03 847,5 24,5 2,9 7º 412,6 48,7 1º2003/04 1.309,4 32,5 2,5 7º 613,3 46,8 1º2004/05 1.298,7 27,7 2,1 8º 582,3 44,8 1º2005/06 1.037,9 10,6 1,0 8º 503,3 48,5 1º2006/07 1.520,9 10,0 0,7 7º 783,7 51,5 1º

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB

Nos últimos anos a cotonicultura brasileira apresentou um forte avanço tecnológico. Haja vista os níveis de produtividade alcançados na última safra, nos diversos estados da Federação. A produtividade média nacional foi de 3.563 kg/ha, com destaque para as lavouras do Mato Grosso do Sul que produziram 3.930 kg/ha. No entanto, Paraná e São Paulo apresentam os menores rendimentos em função de que nesses estados o cultivo é realizado por pequenos produtores e com baixo nível tecnológico. Nesse aspecto, o Brasil é destaque mundial, só sendo superado pela Austrália.

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PANORAMA ESTADUAL

Devido às condições de clima e solo favoráveis, o cultivo de algodão no Paraná ocorre na Região Norte. Apesar de toda infra-estrutura instalada no Estado, o cultivo do algodão vem caindo ano a ano e hoje é realizado por pequenos agricultores e com nível baixo de tecnologia.

No início da década de 90, o Paraná era responsável por mais da metade da produção nacional de algodão e, até meados da mesma, ocupava a primeira colocação entre os estados produtores.

Na safra 1991/92, a área no Estado foi de 704.000 hectares, que produziram quase um milhão de toneladas de algodão em caroço. Naquele ano, as lavouras de algodão empregaram 235.000 trabalhadores rurais.

Na safra 2006/07 tivemos a menor área já registrada, foram apenas 12.868 hectares que produziram 27.586 toneladas de algodão em caroço e empregaram 4.290 trabalhadores, ou seja, foram eliminados cerca de 230.000 empregos.

No início da década de 90 existiam mais de 100 usinas de beneficiamento de algodão no Paraná. Atualmente, apenas 21 usinas estão em funcionamento. Portanto, os postos de trabalho tiveram que migrar para os demais elos da cadeia produtiva.

Analisando esses números, constata-se que a atividade foi reduzida a menos de 2% do que era no início da década de 90.

Na safra 97/98, foram cultivados 115.200 hectares. Naquela safra, o Governo do Estado implementou o Programa de Revitalização da Cotonicultura Paranaense, através do qual, os pequenos agricultores receberam, a fundo

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perdido, R$116,16 por hectare, até 6 hectares por produtor, para serem aplicados na aquisição de calcário, sementes e no preparo do solo.

Na safra 2006/07, a área de algodão no Paraná foi de 12.868 hectares, que produziram 27.587 toneladas de algodão em caroço.

No passado, no auge da cotonicultura paranaense, a região de Campo Mourão se destacava como maior produtora. Atualmente, a produção está concentrada na região de Cornélio Procópio.

ALGODÃO - PARANÁ - PRODUÇÃO POR NÚCLEO REGIONAL

Cornélio Procópio

37%

Campo Mourão17%

Umuarama16%

Ivaiporã11%

Outros8%Jacarezinho

4%Maringá

7%

Fonte: SEAB/DERAL

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PERSPECTIVAS PARA A SAFRA 2007/08

MUNDO

Segundo o USDA, na atual temporada, que teve início em 1º de agosto, a produção mundial será de 25,514 milhões de toneladas. Em se confirmando esta produção, haverá uma redução de 1,6 % em relação à temporada anterior.

O mesmo Departamento estima que o consumo mundial será de 27,820 milhões de toneladas de pluma o que corresponde a um crescimento de 3,7% em relação à temporada anterior.

Sendo assim, no final da temporada é prevista uma redução nos estoques e isto é um fator preponderante para que o USDA esteja prevendo que o preço da pluma no mercado internacional será melhor. A previsão do Índice A del Cotlook para a safra 2007/08 é de US$ 67,75 centavos por libra peso, contra US$ 60,53 da temporada anterior.

A sustentação dos preços é garantida pelo crescimento da economia mundial e pela China, que deverá aumentar as transações com outros países, uma vez que não há território disponível no país para expansão do cultivo de algodão.

BRASIL

Na safra 2007/08, que está em início de plantio, a perspectiva é de redução de área. A Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB - ainda não divulgou suas estimativas, mas a percepção de produtores e técnicos que trabalham com a cultura é de que haverá uma redução de área e consequentemente de produção.

Embora a última safra de algodão tenha sido recorde, o mercado de grãos melhorou significativamente, assim como a cultura da cana-de-açúcar tornou-se uma alternativa atraente de plantio, principalmente para os Estados do Paraná e São Paulo.

O mundo inteiro está vendo a necessidade de buscar fontes renováveis de energia e isto promoveu um aumento na demanda de alguns produtos, especialmente soja, milho e cana-de-açúcar, utilizados na produção de biocombustíveis, Embora o óleo de algodão também possa ser usado para esta finalidade. Além disso, o alto custo de produção e a valorização do Real frente ao Dólar influem na rentabilidade das exportações.

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PARANÁ

De acordo com o Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, na safra 2006/07 a área de algodão no Paraná foi de 12.868 hectares que produziram 27.586 toneladas de algodão em caroço ou 9.655 toneladas de algodão em pluma. Este volume de produção não é suficiente para atender a demanda das indústrias de fiação instaladas no Estado, estimada em torno de 100.000 toneladas de pluma.

Para a safra 2007/08 o mesmo Departamento estima uma área de 7.137 hectares e um volume de produção de 15.858 toneladas de algodão em caroço. Portanto, mais uma vez reduz a área de algodão no Paraná e isto porque, além do interesse por outras culturas, que no momento se mostram mais rentáveis (milho, soja e cana-de-açúcar), o cultivo de algodão no Paraná é realizado por pequenos agricultores e com baixo nível tecnológico, resultando em baixa produtividade o que dificulta competir com produtores de outros estados que além de alta produtividade ainda se beneficiam de programas de incentivo fiscal.

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CAFÉ

Economista Paulo Sérgio Franzini

PANORAMA MUNDIAL

Os maiores produtores mundiais de café são: Brasil, Vietnã e Colômbia e, em conjunto, esses países respondem por cerca de metade da produção mundial.

Os países maiores consumidores em termos absolutos são, pela ordem: Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Japão e França e em conjunto esses países respondem por quase 62% do consumo mundial.

Os maiores níveis de consumo per capita ocorrem nos países escandinavos (Finlândia, Suécia e Noruega) e outros da região norte da Europa Ocidental (Dinamarca, Alemanha e Holanda). O Brasil se destaca no consumo per capita, superando países como os Estados Unidos, Japão e Portugal.

A partir da safra 2002/03, a produção mundial vem oscilando entre 109 milhões a 128 milhões de sacas. O relatório de abril deste ano, divulgado pela Organização Internacional do Café - OIC - ajustou a estimativa da safra 2006/07 em 120,5 milhões de sacas e indica projeção de produção de 112 milhões para a safra 2007/08.

Oferta de Demanda Mundial de Café – (em 1.000 sacas 60kg)Ano Estoque Produção Importação Exportação Consumo

Safra inicial Grão Torrado Solúvel Total Domestico

*Total EstoqueFinal

02/03 20.631 126.450 1.560 85.029 292 6.401 91.722 27.398 117.570 29.511

03/04 29.512 109.048 1.765 83.663 314 7.127 91.124 28.396 117.756 20.805

04/05 20.830 120.178 2.527 84.337 278 7.581 92.195 30.223 119.892 21.116

05/06 21.886 113.661 2.807 81.395 345 7.517 89.257 31.115 117.586 17.962

06/07 19.758 128.561 2.713 88.243 366 7.387 96.966 32.086 125.366 22.961

*Total consumo=domestico+total exportação+importaçãoFonte: USDA

Considerando a taxa de crescimento de 1,5% ao ano previsto pela OIC, temos uma previsão de consumo mundial de 120 milhões em 2007, mais 121,8

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milhões em 2008 e de 123,6 milhões em 2009, totalizando para o próximo triênio um consumo total de 365,4 milhões de sacas.PANORAMA NACIONAL

Considerando que a produção brasileira representa cerca de 35% da safra mundial, a necessidade de produção nacional para atender a demanda mundial de café no próximo triênio será de 127,9 milhões de sacas, ou seja, produção média de 42,6 milhões de sacas por ano.

A atual safra 2007/08 está prevista em 32,1 milhões de sacas, sendo 22,3 milhões de arábica e 9,8 milhões de robusta, conforme dados de abril de 2007, da CONAB. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Café - ABIC -, o consumo nos últimos doze meses atingiu 16,5 milhões de sacas e com perspectivas de chegar aos 20 milhões em 2010. O país, em breve, deverá se tornar, além de maior produtor e exportador, também o maior consumidor mundial do produto.

Fonte: ABIC

Para a próxima safra 2008/09, a produção deverá ser maior conforme o ciclo de bienalidade da cultura, para quando o meio cafeeiro estima um volume superior a 45 milhões de sacas, porém alguns setores já avaliam que poderá ocorrer redução por conta da longa estiagem até então registrado nas principais regiões produtoras. A primeira previsão oficial será realizada durante o mês de novembro em todos os Estados produtores e deverá ser divulgada em meados de dezembro pela CONAB.

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Oferta e Demanda Brasileira de Café – Ano-safra: Abril/Março - (em 1.000 sacas 60kg)

Ano Estoque Produção Leilão Importação Oferta ConsumoInterno

Exportação

Demanda Estoque

Safra inicial Governo Total Total Per capta kg

Total Final

03/04 36.896 28.820 291 4,0 66.011 14.200 4,8 25.191 39.391 26.620

04/05 26.620 39.272 1.664 3,9 67.560 14.950 4,9 27.423 42.373 25.187

05/06 25.187 32.944 1.206 2,9 59.340 15.600 5,1 25.021 40.621 18.718

06/07 18.718 42.512 1.003 3,6 62.237 16.000 5,1 28.653 44.653 17.585

07/08 17.585 32.065 1.000 4,4 50.654 16.500 5,2 27.193 43.693 6.961

Fonte: CONAB – MDIC/SECEX – IBGE – MAPA/SPAE – ABIC - OIC

Os principais Estados produtores de café são, pela ordem: Minas gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia.

A participação do Paraná na produção nacional, que foi de cerca de 50% na década de 60, reduziu para menos de 7% a partir da década de 90.

PANORAMA ESTADUAL

A cafeicultura paranaense dos anos 60, quando chegou a produzir 22,0 milhões de sacas em 1,8 milhões de hectares na safra 1961/62, caracterizava-se pelos altos subsídios, fartura de mão de obra no campo, solos com alta fertilidade natural e sustentação dos preços. Na década de 70, um segundo momento foi marcado pelo uso intensivo dos insumos como fertilizantes e agrotóxicos, por políticas direcionadas e acordos de preços em âmbito internacional. A terceira fase, a partir dos anos 90, se caracteriza pela extinção de acordos internacionais de preços e do Instituto Brasileiro do Café - IBC -, pela abertura do mercado externo, através da globalização, pela elevação dos custos de produção e pela redução acentuada da mão de obra no campo.

Com o objetivo de tornar a atividade viável diante dessas mudanças, implantou-se no início dos anos 90 o Plano Integrado para Revitalização da Cafeicultura do Paraná, no qual o Governo do Estado se uniu com todas as entidades públicas e privadas do setor cafeeiro para implantar uma nova cafeicultura, dentro de um Novo Modelo Tecnológico, desenvolvido pelo IAPAR, e levado a campo pela EMATER, pelas cooperativas e demais instituições ligadas à extensão rural.

O objetivo inicial de recuperar rapidamente a produtividade média das lavouras cafeeiras foi alcançado. A média obtida entre 1988 e 1995, que oscilava entre 5 a 10 sacas de 60kg/ha, a partir de 1996 passou para 15 a 22 sacas de 60kg/ha. Apesar da redução significativa da atual área cultivada para menos de um terço da existente no fim da década de 80, a produção vem se mantendo em

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níveis mais estáveis nas últimas safras, demonstrando seu potencial de rápida recuperação após um ano de geadas, como observado logo após as que ocorreram nos anos de 1994 e 2000.

Conclui-se, portanto, que é possível transformar substancialmente o sistema de produção, onde o plantio do café adensado tem sido o grande responsável por esta mudança ocorrida no Paraná. Também que, além de aumentar a produtividade média, o novo modelo proporciona uma rápida recuperação da produção após ocorrência de geadas severas, proporcionando, com isso, maior estabilidade da atividade por parte dos pequenos cafeicultores, que é a base da cafeicultura do Estado, permitindo se manter na atividade com lucro, mesmo em períodos de preços baixos.

Ademais, a somatória dos esforços empreendida até o momento destaca a qualidade do nosso café. A imagem negativa do café do Paraná, herdada da época das grandes produções vem sendo revertida para um Estado com produto de alta qualidade e compatível.

É importante, do ponto de vista econômico e social, para o Estado e para os produtores, continuar o processo de transformação da cafeicultura, substituindo as lavouras velhas e de baixo potencial de produção, por lavouras novas e mais adensadas, dentro de um programa de diversificação integrada nas propriedades cafeeiras. Para isso, está sendo executado o Plano de Apoio a Sustentabilidade das Propriedades Familiares, com recursos do PRONAF, que tem por objetivo renovar e recuperar 40 mil hectares nos próximos quatro anos, no modelo do sistema adensado.

É fundamental elevar gradativamente a área total de café para cerca de 150 mil a 200 mil hectares e estabilizar a produção em torno de 3,0 milhões a 4,0 milhões de sacas por ano, para tornar o Estado, não só auto-suficiente para atender as Industrias e exportadores locais, mas também para atender o mercado dos demais estados da região Sul, bem como os países do MERCOSUL.

Com o mercado e os consumidores cada vez mais exigentes, investir mais e melhor no setor da qualidade é fator imprescindível, fortalecendo os mecanismos que gerem a Certificação da Qualidade, e conquistem mercados, agregando valor ao nosso produto, integrando mais fortemente o Café Qualidade Paraná no Marketing dos Cafés do Brasil.

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Área total, área colhida, produção e produtividade média no Paraná – 2003 a 2007

Área Área Produção Obtida (sc60kg) MédiaSafra Ano Total

(ha)Colhida

(ha)Total(1)

Adensado(2)

%(2/1)

sc/ha

03/04 2003 133.620 123.201 1.968.017 1.168.548 59,4 16,0

04/05 2004 122.384 117.105 2.525.578 1.442.753 57,1 21,6

05/06 2005 113.315 106.379 1.435.145 898.318 62,6 13,5

06/07 2006 106.974 101.761 2.307.443 1.522.765 66,0 22,7

07/08 2007 105.600 98.700 1.720.000 1.135.000 66,0 17,4

Fonte: SEAB/DERAL

Para a colheita de 2008, safra 2008/09, a primeira projeção indica produção entre 2,0 milhões e 2,2 milhões de sacas, já considerando possíveis perdas no potencial produtivo devido o longo período de estiagem verificado a partir de maio deste ano.

Levantamento mais detalhado e objetivo será realizado no período de 25/10 a 20/11 pelos técnicos do DERAL das regiões cafeeiras, com o objetivo de avaliar a produção obtida em 2007 e prever a produção para 2008, além de obter dados sobre o sistema de cultivo utilizado, comercialização e previsão de novos plantios. O resultado desta pesquisa deverá ser divulgado em meados de dezembro.

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ECONOMIA E COMÉRCIO

Mundialmente os produtores têm sido tradicionalmente o elo mais fraco da cadeia de valor do café. A concentração no lado da demanda, especialmente nas empresas de trading e torrefadoras, tirou dos países produtores a maior parte do valor gerado na cadeia do café. Em 1991, o valor do PIB do café foi de US$30 bilhões, do qual, os países produtores ficaram com 30% e os países consumidores com 70%. Em 2001 o PIB chegou a US$70 bilhões e os países produtores ficaram com apenas 8% enquanto que 92% ficaram para os países consumidores; esta desproporção continua até hoje.

O mercado também é bastante concentrado, tanto que, do lado dos traders, 60% do volume exportado pelos países produtores é realizado por quatro grupos (Neuman, Mann/Volcafe, Esteve, Coinbra). No setor industrial, cinco empresas respondem por quase 70% do café consumido mundialmente (Nestlé, Altria/G Foods, Sara Lee, Procter&Gamble e Tchibo .

O café é produto considerado de demanda inelástica, ou seja, uma dada variação de preços é acompanhada por uma variação menos que proporcional na quantidade demandada. Dada esta característica, aumentos relativamente pequenos na produção causam redução mais que proporcional nos preços e vice-versa.

O Brasil, sendo o maior produtor e segundo maior consumidor de café do mundo, é observado com muita atenção pelo movimentado mercado, em especial nesta época de início de previsões para a próxima safra.

As chuvas, que vem ocorrendo nas principais regiões cafeeiras do país, após um longo período de estiagem, trazem certo alívio aos produtores e também levam os especuladores a derrubarem as cotações nas bolsas de futuro.

O equilíbrio entre a produção, consumo e exportação no Brasil deverá continuar precário nos próximos anos. Os estoques são os mais baixos da história, e o consumo vem crescendo acima da média mundial, além de os estoques mundiais estarem baixos.

No entanto, estes fundamentos não são suficientes para que os produtores recebam preços mais justos, em detrimento das especulações do mercado futuro e do dólar frente ao real. Além disso, os ganhos em produtividade, qualidade e eficiência não têm garantido, na média, rentabilidade positiva na relação: preço recebido X custo total de produção.

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Preço Médio Recebido pelos Cafeicultores do Paraná (R$/sc60kg)

0,0050,00

100,00150,00200,00250,00

Ano/03 Ano/04 Ano/05 Ano/06 Ano/07

Fonte: SEAB/DERAL

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CANA-DE-AÇÚCAR AÇÚCAR & ÁLCOOL

CENÁRIOS DE CURTO E MÉDIO PRAZO

Economista Disonei Zampieri

O Brasil personifica a eficiência na produção de açúcar e álcool. O efeito globalização que expande o mercado trabalha também com salvaguarda. Essa realidade traz o dilema da competitividade, já que, produzir com baixo custo sinaliza o crescimento da produção numa velocidade nem sempre compatível com a evolução do mercado. Isto traz o desequilíbrio ao ciclo de oferta e demanda dos produtos, com reflexo no preço que desafia diretamente a rentabilidade econômica setorial. Por ser versátil, produz açúcar, álcool, energia elétrica, via a biomassa e até mesmo plástico biodegradável.

Na economia global é preciso ser referência em determinados produtos. O pequeno número de marcas brasileiras com um nível de projeção mundial não faz jus ao tamanho e à cultura desse país, seja nesse caso, em açúcar ou biocombustível, embora com grande efeito de vantagem comparativa. Entretanto, como em qualquer commoditie há estreita ligação aos preços regulados, seja pelas corporações, por cartéis, ou pelo Estado.

CENÁRIO ATUAL

São 346 usinas/açúcar e destilarias/álcool no Brasil, sendo que 29 delas se encontram no Paraná. A área é de 6,92 milhões/ha, com um crescimento de 12,3% sobre 2006 e, um rendimento de 79t/há. O Paraná aparece com 554,8 mil/há, ou 26% superior a safra anterior e, o rendimento esperado é de 83,4 t/há. A produção de cana-de-açúcar sinaliza 547,1 milhões/t, isto é, 15,2% maior que 2006 no Brasil. E,o Paraná com o potencial de 45,8 milhões/t, com a variação de 34,3%, sobre 2006, devido ao impacto do clima na safra passada, 2006.

Dentre os principais estados produtores, São Paulo participa com 59% ou 278,5 milhões/t, o Paraná com 8,9 % em 40 milhões/t, Minas Gerais, 7,7% em 36,5 milhões/t; Alagoas 5,5% e 26 milhões/t e, Goiás, com 4,2% e 19,8milhões/t. Portanto, a estimativa industrial no Brasil, deve chegar a 473,15 milhões/t/cana, com 47 % destinada ao açúcar e 53% para a fabricação de álcool.

A evolução da área potencial de cana no Brasil, entre 2000-07, dentre os principais estados e visualizada a seguir, representa quase 90% da ocupação da terra com a lavoura no Brasil, tabela 1.

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Tabela 1- Evolução da área plantada de cana-de-açúcar - 2000-2007Indicador 2000 2007 Var.% %BR/00 %BR/07 Rank 07Brasil 4,843 7,822 61,5 100,0 100,0 -Alagoas 455,4 400,0 (12) 9,4 8,2 4º. M.Gerais 291,9 651,5 123,2 6,0 8,3 2º.S.Paulo 2,417 4,328 79,0 49,9 55,3 1º.Paraná 325,2 554,7 70,6 6,7 7,1 3º.MG.Sul 99,1 211,4 113,3 2,0 2,7 7º. M.Grosso 147,5 250,1 69,6 3,0 3,2 6º.Goiás 134,8 299,3 122,0 2,8 3,8 5º.Fonte:IBGE,SEAB-DERAL,CONAB; BRmilhões/ha;Estados:mil/ha

Em 2007 o Brasil deve produzir 30 milhões t/ açúcar, (0,6 %) inferior a 2006. Cabendo ao Paraná 2,45 milhões/t, ou 13 % a mais. Com relação ao álcool, a estimativa é de 21,29 bilhões/l ao Brasil e ao Paraná 1,68 bilhão/l, ou seja, um crescimento de 21,3 % e 27 % superior a 2006, respectivamente. Soma a R$1,45 bilhão a aplicação de crédito rural em cana no Brasil, ou 5,5% do total agrícola.

A distribuição espacial da área de cana-de-açúcar no Paraná em 2000 e 2007, demonstra o potencial da região noroeste, representada pelos municípios polarizados por Umuarama e Paranavaí, com uma expansão de 36% e, o Paraná com 70,6%, no período, tabela 2.

Tabela 2- Evolução da área* plantada de cana no Paraná- 2000-2007

Indicador 2000 2007* Var % %PR/00 %PR/07 Rank 07Paraná 325 852 554 855 70,3 100,0 100,0 -Apucarana 11 000 14 500 31,8 3,4 2,6 8º.C.Mourão 23 500 22 000 (6,3) 7,2 3,9 7º.CProcópio 35 000 34 150 (2,4) 10,7 6,2 6º.Ivaiporã 10 203 12 800 25,4 3,1 2,3 9º.Jacarezinho 39 913 69 920 75,2 12,2 12,6 4º.Londrina 41 418 57 465 38,7 12,7 10,3 5º.Maringá 50 000 84 000 68,0 15,3 15,1 3ºParanavaí 36 114 88 000 143,7 11,1 15,9 2º.Umuarama 73 000 161 000 120,5 22,4 29,1 1º.Fonte: SEAB- DERAL, IBGE; * Estimativa e, em hectares

Com um bom desempenho interno, o segmento sucroalcooleiro apresenta uma grande performance mundial na pauta de exportação, fruto da competitividade dos fatores de produção, terra, capital, mão-de-obra e, igualmente com os preços em queda. Os principais países de destino do açúcar são; a Rússia , os Emirados Árabes, Argélia, Arábia Saudita, Nigéria e Malásia. Para o álcool, os EUA, os Países Baixos, El Salvador, Jamaica, Japão. A oferta mundial de açúcar é de 169,9 milhões/t, ou 6,9% superior a demanda de

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158,8 milhões/t, principalmente, através do Brasil, da União Européia, Índia e China, tabela 3.

Os indicadores de expansão do etanol, no total de combustível usado por veículo-hoje e as perspectivas segundo as grandes regiões, são respectivamente: EUA 4% e 20% em 2017; EU 2% e 5,75 % a partir de 2010; Japão 3% e 20% até 2030; Brasil 40% e perspectiva indefinida a depender da opção do consumidor.

Até que ponto os países irão adotar o etanol em larga escala é o grande impasse, pela nova dependência de poucos exportadores, ao redor do mundo. De um lado a eficiência da cana-de-açúcar (Brasil), de outro, os incentivos ao milho (EUA), aos diversos cereais, bem como à beterraba (EU). A escassez de água na China e Índia, o 3º maior produtor de etanol e, o 2º de açúcar, respectivamente.

A oferta mundial de álcool gira em torno de 50 bilhões/ litros, liderado pelo EUA e Brasil, com 25 e 20 bilhões/l/ano. O comércio internacional está estimado em 5 bilhões/l, tendo como protagonista o Brasil e a China que contribuem com 3,5 e 1 bilhão/l/ano.

Atualmente, 95% da oferta de biocombustível mundial está com o EUA, Brasil e União Européia. O Canadá, a China e a Índia completam o mercado.

É oportuna a observação da FAO, a qual faz o alerta sobre a tênue regulação de bioenenergia como um todo, calcada em políticas internas de cada país e não através de acordo internacional. Isto é, a bionergia precisa de uma estratégia ambiental, sustentável e também com rentabilidade econômica, baseado em vantagens comparativas de terra e trabalho dos países em desenvolvimento. Tabela 3- Exportação de Açúcar bruto, Álcool etílico-2000/06- 2007Ano Indicador Açúcar

Milhões/tAçúcarUS$/t

ÁlcoolMilhões/l

ÁlcoolUS$/l

2000 Brasil 4,344 175,29 227,22 0,19Paraná 0,638 177,00 - -

2006 Brasil 12,806 307,31 2 471,64 0,58Paraná 1,448 281,88 269,64 0,56

Cresc. % Brasil 195 75 988 205Paraná 127 60 - -

Part. 2006PR/BR %

11

11

2007 * Brasil 9,016 255,10 3 320,00 0,422007 * Paraná 1,089 264,00 354,53 0,50Fonte: MDIC; * Acumulado Jan / Set 2007

O conceito usual de relação de troca -insumo/produto- vem se mantendo estável nas últimas 8 safras canavieiras, exceto em 2004 , devido aos fatores; clima, a oferta e demanda de grãos em expansão, além dos preços elevados no ambiente internacional, tabela 4.

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Essa situação repercutiu sobre o setor de adubos em geral, devido a grande dependência externa da matéria-prima.

Segundo os especialistas em fertilizantes, o custo médio da adubação apresenta um impacto anual médio de 12 % na receita do segmento produtivo da cana-de-açúcar.

Tabela 4- Relação de troca na lavoura de cana – 2000 a 2007* Ano Rel.Troca Ind. Rel. Ano Rel. Troca Ind.Rel. 2000 18,9 100 2004 26,7 1412001 17,2 91 2005 21,9 1162002 18,4 97 2006 15,9 842003 20,4 108 2007* 18,4 98Fonte: Anda; Produto/Insumo; Ind. Rel.2000=100; * jan/set 2007

A tendência dos preços no segmento sucroalcooleiro induz a estabilização ou mesmo a uma pequena queda, ao final da safra 2007 e 2008, ao sinalizar um novo recorde da oferta brasileira.

No entanto, a relação consumo / estoque ao longo dos 4 meses de entressafra, pode vir a causar uma elevação do preço, ajustando o consumo de álcool, ao consumidor final.

O preço médio teve uma queda de 27% desde a matéria-prima ao produto final, em relação a safra 2006, sempre com base no mês de outubro, tabela 5.

Tabela 5- Preço nominal de produtos selecionados - 2006-2007(Out)Indicador Unidade Preço médio Var. % s/2006Cana produtor R$ / t 28, 21 (23)Álc. anidro/ usi. R$ / l. 0, 658 (18)Álc. hidrat/ usi R$ / l. 0, 576 (24)Açúcar / usina R$ / sc-50kg 23, 81 (35)Aç.crist/ varejo R$ / kg 1, 04 (33)Aç.refin/ varejo R$ / kg 1, 00 (30)Aç.mascavo/var R$ / kg 6, 00 3Ac.orgânico/var R$ / kg 3, 60 2Fonte:Seab-Deral; Usinas e Destilarias; Única; Alcopar; Mercados.

A caracterização do setor sucroalcooleiro no Paraná, através do IBGE (1995), indica que 85% da lavoura com cana está dividida em partes iguais nos estratos de área entre 100 a 1 000 há e nos de 1 000 a 10 000 há, distribuídos entre 26 000 produtores, á época.

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CENÁRIO DE CURTO E MÉDIO PRAZO

Esse capítulo apresenta algumas tendências para o agronegócio canavieiro, bem como as incertezas devido a dimensão, o impacto, a previsão e o futuro das fontes alternativas de energias em relação as mudanças climáticas. Em síntese, o mercado precisa contabilizar de forma adequada os custos ambientais, os incentivos, a salvaguarda e as relações oferta e demanda mundial.

Para 2008, o quadro de expansão de 12% da área no Paraná é moderado, podendo chegar a 621000 há, e potencial de 50 milhões /t/cana, o que significa uma incorporação física de 66 000 há, com destaque às regiões polarizadas por Umuarama, Paranavaí, Maringá e Jacarezinho, que participam com 74% da oferta de cana, tabela 6.

Tabela 6- Distribuição da área e produção de cana, no Paraná - 2008 Região Área (há) Rend. (t/há) Produção(t) RankingApucarana 16 000 90 1 440 000 8ºC. Mourão 24 000 80 1 920 000 7ºC. Procópio 37 500 86 3 225 000 6ºIvaiporã 13 000 80 1 040 000 9ºJacarézinho 71 000 90 6 375 000 4ºLondrina 57 500 90 5 175 000 5ºMaringá 100 000 80 8 000 000 2ºParanavaí 100 000 78 7 741 000 3ºUmuarama 190 000 78 14 820 000 1ºOutras 12 000 50 564 000 -Paraná 621 000 81 50 300 000 -Fonte: Seab-Deral

A boa oferta em área de pastagem, a alternativa econômica do principal ativo fixo, a vantagem comparativa, justifica o nível de expansão da lavoura em 2008, principalmente nas regiões de Umuarama e Maringá com mais 19%, cada uma, Paranavaí 14 %. Paralelamente, Apucarana, Campo Mourão e Cornélio Procópio, crescem 10%, respectivamente;

Com a entrada em operação de uma nova usina em 2008/09, na região de Umuarama, o parque paranaense terá 30 usinas ;

Os preços do segmento em 2008, sinalizam à estabilização, quando tudo indica um novo recorde de produção no Brasil. Embora a relação consumo / estoque que ocorre nos 4 meses de entressafra, possa elevar o preço ao consumidor, o que vai ajustar para baixo o nível de consumo de álcool. A variável preço poderá também influenciar o processo de rotação e a parceria entre as atividades de cana / grãos e cana e pecuária;

O Mapa estuda a eficácia de estabelecer um estudo, visando o zoneamento agrícola da cana e, também um selo para as empresas de forma a fortalecer o mercado externo de etanol;

O efeito rentabilidade econômica pode ocasionar a retenção de parte da produção de cana-de-açúcar da safra 2007 ;

A boa safra, devido ao clima, os preços aquecidos até 2006 e início de 2007, além da grande expansão na nova fronteira, nos estados do

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Centro-Oeste, sinalizam de certa forma uma preocupação com os preços, margens e recorde de produção;

O setor estima que até 2015, a tendência é o etanol absorver 60/63% da oferta de cana e, o restante ao açúcar, embora o custo de produção hoje do álcool anidro a R$ 0,67/0,69/litro e, do hidratado a R$ 0,63/0,64, esteja próximo ao preço de venda/usina-destilaria;

A usina e o mercado trabalham com o ponto de equilíbrio em torno de US$ 11,8/libra-peso, com o câmbio a R$ 1,80/US$;

A tendência dos centros de pesquisa e tecnologia em cana se voltam ao lançamento de novas variedades resistentes a seca;

O BNDES prevê a implantação de 96 novos projetos, com o montante de R$ 11,3 bilhões, podendo elevar a oferta em 8 bilhões/l/etanol/ano, até 2012;

Os fatores ligados a geopolítica, o ambiente, os incentivos, o preço do petróleo, cambio e, outros, induzem à alternativas energéticas, de grande risco com a chegada igualmente de novas tecnologias, além das restrições de logística e de infra-estrutura em geral;

Estão previstos novos investimentos na expansão das usinas, bem como em logística de transporte, tanto na origem como no Porto de Paranaguá. Além do terminal privado de açúcar, já em operação para 174000/t., foi implantado o terminal de álcool público de 37,5 mil/ m3, com tarifa, em média, 50 % inferior ao setor privado e, recursos de R$13,7 milhões;

No ambiente internacional, analistas calculam que irá dobrar a oferta de álcool nos EUA, até 2012, com a implantação de novas destilarias, que irão somar as 130 já em operação;

A previsão para 2007 é de 26,2 bilhões/l/etanol; O Bid, estuda o financiamento de usinas na América Central, no,

Panamá, Honduras, El Salvador, Guatemala, Costa Rica, República Dominicana e, Nicarágua. Hoje a região produz 5 milhões/t de açúcar em 700 mil/há;

A partir de 2008, estima-se o incremento de 350 mil/há/cana, com uma oferta de 2/3 bilhões/l/etanol em 2010;

Esses países podem exportar o etanol com tarifa favorável ao mercado dos EUA, a depender dos acordos regionais, como o Cafta-Rd (Tratado de Livre Comércio entre os países da América Central, República Dominicana) e os americanos;

Paralelamente, o Cbi-Caribbean Bosin Initiative, tratado esse que disciplina o ingresso de álcool, via Caribe, mas limitado a 7% da oferta interna de álcool dos EUA;

A oferta interna da EU em 2006 foi de 1,6 bilhão/l/etanol e a demanda gira em torno de 1,7 bilhão/l;

A produção interna européia, além do subsídio, trabalha com uma tarifa de importação média de US$ 0,192/l e uma sobre-taxa ad valorem de até 54%, a depender do país comprador;

O Brasil exporta em média 230 milhões/l, à Suécia, ao Reino Unido e Finlândia.

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FEIJÃO

Eng. Agr. Margorete Demarchi

PANORAMA MUNDIAL

Os feijões cultivados no mundo ocupam uma área em torno de 35 milhões de hectares. Depois da soja, o feijão é a leguminosa mais importante para a alimentação de milhões de habitantes dos continentes americano, asiático e africano.

Considerando-se todos os gêneros e espécies de feijão englobados nas estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO - Food and Agriculture Organization), a produção mundial de feijão tem se situado em 22,8 milhões de toneladas anuais.

Os principais países produtores de feijões são: o Brasil, a Nigéria, a Índia, o Mianmar, a China, os EUA e o México, responsáveis por cerca de 65% da produção mundial.

A Índia é o maior produtor mundial de feijão, respondendo, entre 2003 e 2005 por 13,8% da produção mundial. Na 2ª posição está o Brasil com 13,6% e na 3ª colocação está a Nigéria com uma participação média de 11,6%.

Quando comparado ao comércio mundial do trigo, da soja e do milho, que movimentam, em média, 110 milhões, 65 milhões e 83 milhões de toneladas anuais, respectivamente, o comércio internacional de feijão não tem grande importância econômica. Os principais países consumidores também são os maiores produtores, assim o excedente é pequeno, com isso o volume exportado também é reduzido.

Os maiores exportadores são: a China, os EUA, o Canadá, o Mianmar e a Argentina e responderam por 52,5% do volume total negociado em 2005.

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Em 2005 foram exportadas cerca de 2,42 milhões de toneladas de feijões, as quais movimentaram cerca de US$1,26 bilhão. O preço médio foi de US$ 519,54/tonelada.

Os maiores países importadores em 2005 foram: Índia, EUA, Japão, Reino Unido, Brasil, Itália, México e o Paquistão; juntos importaram 1,14 milhão de toneladas, o que significou quase metade das importações mundiais.

PANORAMA NACIONAL

O feijão comum (Phaseolus vulgares) e o feijão-caupi (Vigna unguiculata) são um dos principais componentes da dieta alimentar dos brasileiros. Excelente fonte de proteína, na sua composição o feijão apresenta aminoácidos essenciais, carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais, tem baixo teor de gordura e não contém colesterol.

Phaseolus vulgaris é o feijão comum, cultivado em todo o território nacional. A Vigna unguiculata, também denominado de feijão-de-corda, feijão macassar (macaçar ou macáçar), ou feijão-caupi, é cultivado predominantemente na região Nordeste e Norte do país.

Além de seu papel relevante na alimentação da população brasileira, a cultura do feijoeiro tem grande importância econômico-social, devido à grande ocupação de mão-de-obra e por ser uma importante fonte de renda para os pequenos agricultores.

A cultura do feijão tem aptidão para ser cultivada em diversas condições edafoclimáticas, o que permite o plantio em todo o território brasileiro, tanto em monocultivo como em plantio consorciado.

O feijão é cultivado em três safras distintas. A 1ª safra (“das águas”) é plantada entre os meses de agosto e novembro e a colheita se dá entre novembro e fevereiro.

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O plantio da 2ª safra de feijão, também denominada feijão da seca, é realizado de dezembro a março e a colheita está distribuída entre os meses de março a junho. Com relação à 3ª safra, ou feijão de inverno, a semeadura ocorre entre abril e junho e é colhido de julho a outubro.

O país tem colhido, em média, nas últimas cinco safras, cerca de 3,21 milhões de toneladas anuais, das quais cerca de 84% são de feijão anão (comum) e 16% são de feijão-caupi.

O feijão macaçar ou feijão-caupi é cultivado nas regiões Norte e Nordeste, com uma produção média de 516.000 toneladas anuais nas últimas cinco safras. Os estados do Ceará, Bahia e Piauí respondem em média por 58% da produção brasileira de feijão-caupi.

Do total produzido de feijão comum no país, 2,7 milhões de toneladas/ano,

cerca de 85% é da classe cores e 15% da classe preto.

A região Sul é a maior produtora brasileira de feijão, com uma produção média de 958.000 toneladas, respondendo por 30% da produção nacional, com destaque para o Paraná que participa com 24% do total nacional.

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FEIJÃO TOTAL (*) - BRASIL - PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES - 2002/03 A 2006/07

Estado 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 Média Feijão Anão Feijão-caupiAlagoas 26 25 41 52 48 38 34 4Bahia 378 319 418 337 323 355 277 78Ceará 209 157 158 258 125 181 18 163Goiás 277 202 275 287 271 262 262 0

Maranhão 33 34 35 38 39 36 4 32Mato Grosso 44 62 68 46 67 57 57 0Minas Gerais 527 454 566 537 504 517 517 0

Pará 67 63 63 62 68 65 23 42Paraíba 69 62 63 118 49 72 25 47Paraná 624 668 533 744 795 673 673 0

Pernambuco 67 94 120 130 114 105 61 44Piauí 69 39 59 96 40 60 3 57

R. Grande do Norte 42 43 25 37 32 36 2 34R. Grande do Sul 136 137 75 116 146 122 122 0

Rondônia 42 44 40 35 41 41 41 0Santa Catarina 186 148 116 155 209 163 163 0

São Paulo 251 303 251 287 314 281 281 0Sergipe 35 31 31 25 30 30 28 2Outros 124 94 111 111 122 113 102 11Brasil 3.205 2.978 3.046 3.471 3.336 3.208 2.692 516

FONTE: CONAB (setembro/2007) - * Feijão anão e feijão-caupi

(em mil toneladas)

FEIJÃO (TOTAL) - BRASIL - PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS - 2002/03 a 2006/07

Regiões 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 Média (%)Norte 141,8 126,4 129,4 121,2 136,6 131,1 4,1

Nordeste 928,1 803,1 949,3 1.091,6 798,8 914,2 28,5Centro-Oeste 380,4 312,0 401,2 396,0 410,4 380,0 11,8

Sudeste 809,1 783,0 842,3 847,8 839,9 824,4 25,7Sul 945,6 953,8 723,3 1.014,6 1.150,4 957,5 29,9

Brasil 3.205,0 2.978,3 3.045,5 3.471,2 3.336,1 3.207,2 100,0FONTE: CONAB (setembro/2007)

(em mil toneladas)

Em 2º lugar vem o Nordeste, com 29%, com uma produção de 914.000 toneladas; na 3º colocação está a Região Sudeste, com uma produção de 824.000 toneladas, respondendo por 26% da produção brasileira.

Na 4ª posição está a região Centro-Oeste que vem produzindo, em média, 380.000 toneladas anuais, o que representa cerca de 12% do total produzido no país. Por último vem a região Norte, com uma produção anual de 131.000 toneladas, 4% do total nacional.

Analisando-se as últimas cinco safras, a 1ª safra participou com 39% da oferta total brasileira, a 2ª safra com 36% e 25% da 3ª safra.

Analisando-se os dados referentes a 2006, vinte e quatro municípios destacaram-se com uma produção total acima de 15.000 toneladas/ano, os quais totalizaram cerca de 643.000 toneladas, cerca de 19% da produção total brasileira no referido ano.

Os cinco maiores produtores de feijão em 2006 foram: Unaí/MG, Cristalina/GO, Prudentópolis/PR, Luziânia/GO e Paranapanema/SP.

Dentre os municípios brasileiros que produziram acima de 15.000 toneladas em 2006, o Paraná, que é o maior estado produtor de feijão, tem onze municípios dentro do ranking, os quais responderam por 7,2% do total colhido em 2006.

A relação entre o estoque e o consumo nesta safra 2006/07 está estimado em 13,7%, o índice mais alto das últimas cinco safras e isso explica os baixos preços recebidos pelos produtores em 2007.

Os dados da CONAB apontam para um incremento no consumo de feijão no Brasil. Nas últimas cinco safras o consumo apresentou um crescimento de 8,2%, passando de 3,05 milhões de toneladas na safra 2001/02, para 3,3 milhões de toneladas na safra 2005/06. Contudo os dados oficiais demonstram que a tendência é de queda no consumo per capita de feijão no Brasil. Entre a década de 70 e a década atual, o consumo médio per capita reduziu cerca de 12%, passando de 18,5 kg/hab./ano para 16,3 kg/hab./ano. O feijão vem sendo substituído pela carne de frango, derivados de suínos, macarrão, pão, etc, que vêm sendo ofertados a preços atraentes.

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FEIJÃO (TOTAL) - BRASIL - PRODUÇÃO POR SAFRA - 2002/03 a 2006/07

Safra 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 Média (%)1ª Safra 1.240,5 1.235,1 1.101,2 1.149,3 1.515,1 1.248,2 38,92ª Safra 1.245,8 1.035,8 984,5 1.462,2 1.046,8 1.155,0 36,03ª Safra 718,7 707,4 959,8 859,7 774,2 804,0 25,1Brasil 3.205,0 2.978,3 3.045,5 3.471,2 3.336,1 3.207,2 100,0

FONTE: CONAB (setembro/2007)* Estimativa

(em mil toneladas)

Uma das razões para explicar essa queda no consumo está ligada ao processo de urbanização, com a inserção da mulher no mercado do trabalho, o consumo de alimentos de mais fácil preparo, etc.

PANORAMA ESTADUAL

A cultura do feijão ocupa lugar de destaque na agricultura paranaense. É a quarta cultura em área plantada, sendo cultivada principalmente em pequenos e médios estabelecimentos e é uma das poucas alternativas para o pequeno produtor e também uma grande demandadora de mão-de-obra, tanto familiar como contratada.

A cultura do feijão sempre teve um papel importante para a economia paranaense, como geradora de emprego e renda no campo.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP), que representa toda a receita bruta gerada pelo setor agropecuário, situou-se, entre 2001 e 2005, em R$ 23,41 bilhões anuais.

O valor bruto da produção de feijão situou-se, no período analisado, em R$ 598,82 milhões anuais, o que representou, em média, 2,6% do VBP do Paraná. Em comparação com outros grãos, o feijão tem se mantido na 4ª colocação, ficando atrás da soja, milho e trigo.

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O plantio está distribuído, ao longo do ano, em três safras distintas.

A 1ª safra, ou “das águas”, é a mais importante, com plantio compreendido entre agosto a início de novembro. A produção média dessa safra tem se situado em quase 483.000 toneladas anuais, o que representa cerca de 68% da produção total paranaense de feijão. Cerca de 55% da produção é de feijão preto e 45% de feijão de cor. Esses percentuais podem variar conforme os preços recebidos pelos produtores.

O destaque é para a região de Ponta Grossa, com 18% da produção, seguida pelo Núcleo Regional de Curitiba, com 16%, a região de Irati, responsável por 12%, União da Vitória, com quase 10% e Guarapuava com 8%. Nessas regiões está concentrado o plantio do feijão preto.

Na produção de feijão de cor destaca-se o Núcleo Regional de Ivaiporã, que participa em média com quase 10% na produção total de feijão da 1ª safra, e Jacarezinho, com 6%.

A produção da 2ª safra estadual de feijão tem se situado em torno de 209.000 toneladas/ano, o que representa cerca de 30% da produção total do estado. Nessa safra predomina o plantio do feijão de cor, com cerca de 75% da produção.

O plantio da 2ª safra também é liderado pelo Núcleo Regional de Ponta Grossa, que vem respondendo, em média, nas últimas cinco safras, por 27% da produção referente a esse cultivo. A produção está distribuída nos seguintes Núcleos Regionais:

o Pato Branco => 11%;o Cascavel, Guarapuava e Jacarezinho => 8%;o Curitiba e Irati => 7%;o Francisco Beltrão => 6%;o Ivaiporã => 5%

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VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (*) - PARANÁ - CULTURAS SELECIONADAS - 2001 a 2005( em R$)

Culturas 2001 2002 2003 2004 2005 Média Partic. (%)Café 38,5 258,7 280,3 477,4 301,6 271,29 1,2

Feijão 309,6 563,7 839,8 624,0 656,9 598,82 2,6Milho 1.805,8 2.272,3 3.721,5 2.881,4 2.075,0 2.551,19 10,9Soja 2.739,2 4.272,5 6.988,6 7.005,4 4.381,8 5.077,50 21,7Trigo 490,7 800,2 1.269,4 1.077,3 856,5 898,82 3,8

Outros (**) 9.279,4 10.880,0 14.937,0 17.212,5 17.744,5 14.010,67 59,9Total do Estado 14.663,2 19.047,2 28.036,6 29.278,0 26.016,4 23.408,29 100

Fonte: SEAB/DERAL* Valores Nominais** Demais produtos: aves, suínos, bovinos, outros grãos, outras culturas, produtos florestais, frutas, hortaliças, etc

O plantio da 3ª safra está concentrado na região Norte e Noroeste do estado. A produção média obtida nas últimas cinco safras foi de 13.000 toneladas anuais, o que representou 2% da produção total. Os Núcleos Regionais de Londrina e Umuarama respondem por 54% da produção dessa safra, seguidos por Paranavaí, com 22%. Praticamente a totalidade da produção dessa safra é de feijão de cor.

DESEMPENHO DA SAFRA 2006/07

A produção brasileira de feijão em 2007 foi fechada preliminarmente em 3,34 milhões de toneladas. Desse total, 1,52 milhão de toneladas (45,5%) correspondem ao feijão produzido na 1ª safra, 1,05 milhão de toneladas (31,4%) são da 2ª safra e o restante (770.000 toneladas) é feijão produzido na 3ª safra (23,1%).

Na 1ª safra, tanto no âmbito nacional como no estadual, houve incremento na área cultivada. Este aumento deveu-se basicamente aos seguintes fatores: lavoura de ciclo curto, preços relativamente atrativos no momento do plantio e principalmente, pelas expectativas pouco otimistas com relação ao mercado do milho e da soja. Além do aumento de área, cerca de 6,5% no Brasil, passando de

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1,23 milhão de hectares em 2005/06, para 1,31 milhão de hectares em 2006/07. As condições climáticas favoráveis nos diversos estados produtores proporcionaram um aumento de quase 31% em relação à safra 2005/06 que foi prejudicada pela estiagem, principalmente no Paraná, maior estado produtor.

Na 2ª safra ocorreu o inverso. Os baixos preços foram determinantes para a redução da área em todos os estados brasileiros. A área recuou 5% em relação à 2ª safra 2005/06. Com relação à produção, a redução foi de 28%. Além da diminuição na área cultivada, o clima desfavorável no Norte e Nordeste contribuiu para essa redução. A seca no Ceará, grande produtor do Nordeste e ocorrência de geadas e também falta de chuvas no Paraná, acabaram determinando esse desempenho.

Na 3ª safra também houve redução na área em função dos baixos preços do produto. O estado da Bahia é o maior produtor. Em seguida vem Goiás e Minas Gerais, onde o plantio caracteriza-se por grandes áreas, irrigadas e com uso de alta tecnologia. A área plantada foi de 824.000 hectares, redução de 12% e a produção obtida de 774.000 toneladas, 10% em relação à safra 2005/06.

Segundo a CONAB, o consumo brasileiro está estimando em 3,3 milhões de toneladas anuais e os estoques estão avaliados em 453.400 toneladas. A relação entre o estoque e o consumo está em 13,7%, o índice mais alto das últimas cinco safras e isso explica os baixos preços recebidos pelos produtores em 2007.

Depois de seis anos de bons preços, este ano o mercado do feijão não foi remunerador aos agricultores. Tanto o feijão preto, como o feijão de cor tiveram problemas de comercialização, tais como: oferta excedente e problemas de qualidade devido ao excesso de chuvas na colheita da 1ª safra paranaense no primeiro trimestre de 2007.

Apesar da previsão de um quadro de suprimento folgado neste ano-safra, o que indicava pouco “espaço” para aumento nos preços do feijão, as cotações do carioca apresentaram reações a partir de maio.

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O comportamento do mercado do feijão carioca, principal variedade cultivada no Brasil, acabou “puxando” as cotações do feijão preto.

Apesar da relação entre o estoque e o consumo estar alto, o maior das últimas cinco safras, o aquecimento no mercado do carioca é atribuído à menor oferta de feijão “campeão” no mercado atacadista da capital paulista, região “formadora” dos preços do feijão no mercado brasileiro.

Outro fator determinante para que os preços dos feijões reagissem foi o apoio do Governo Federal, através dos vários instrumentos de comercialização, para garantir o preço mínimo de garantia (R$ 47,00/sc). De fevereiro a setembro foram adquiridas, comercializadas e/ou escoadas aproximadamente 95.000 toneladas, o que representou cerca de 12,3% do total produzido no Paraná em 2007.

O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, respondendo por 23% da produção total. Somando as três safras, a produção obtida em 2007 foi de 769.585 toneladas, cerca de 6% inferior à colhida em 2006 (819.000 toneladas).

Apesar das perdas verificadas na 1ª safra, devido ao excesso de chuvas no final de dezembro de 2006 e início de janeiro de 2007, o Paraná colheu 561.040 toneladas, 18,4% a mais do que o volume produzido na safra passada (473.850 toneladas), a qual foi afetada pela estiagem. A produtividade média obtida foi de 1.432 kg/ha, 6,7% superior à média das últimas cinco safras.

Com relação à 2ª Safra, a produção obtida em 2007 foi de 199.694 toneladas, 13,8% inferior ao potencial inicial. A falta de chuvas e geadas

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FEIJÃO DE COR - PREÇOS MENSAIS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES PARANAENSES - 2001 a 2007

Ano/Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média 2001 39,20 40,82 48,48 52,56 48,10 45,42 46,16 51,76 50,77 51,51 41,44 39,20 46,292002 44,61 43,80 45,91 50,13 49,34 52,87 65,37 65,96 65,63 69,19 68,08 86,38 58,942003 85,90 88,88 96,66 97,03 85,16 68,57 55,94 54,68 58,40 56,65 53,80 48,90 70,882004 60,72 57,89 60,72 60,80 59,29 51,47 43,85 40,78 44,46 60,71 63,44 70,64 56,232005 69,75 64,70 65,79 76,36 79,47 80,40 83,40 77,11 70,61 67,00 58,46 57,61 70,892006 61,53 73,61 85,52 76,94 57,21 47,69 43,19 40,53 49,30 57,41 57,60 52,66 58,60

2007 (*) 43,77 40,63 40,43 42,09 52,77 59,12 57,75 65,89 76,23 53,19Fonte: SEAB/DERAL* Média de Janeiro a Setembro

(em R$/sc 60 kg)

FEIJÃO PRETO - PREÇOS MENSAIS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES PARANAENSES - 2001 a 2007

Ano/Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média 2001 31,19 35,46 37,45 40,63 46,62 59,00 62,14 74,93 84,07 88,46 80,14 70,39 59,2072002 58,67 54,45 57,38 55,28 52,7 55,9 64,14 62,73 61,76 68,56 64,42 66,96 60,2462003 59,30 60,81 67,55 66,28 65,22 62,65 55,69 57,56 63,47 59,76 57,91 53,02 60,772004 52,83 49,44 54,00 59,38 60,15 64,19 63,71 61,99 63,16 67,24 67,67 68,15 60,992005 69,44 68,20 72,01 75,72 73,63 69,73 64,00 66,13 67,33 67,58 77,75 82,29 71,152006 67,91 64,31 62,16 46,81 45,17 43,85 41,49 40,40 40,92 44,50 40,34 35,23 47,76

2007 (*) 33,48 32,34 34,71 33,35 34,38 39,41 41,53 45,51 53,30 38,67Fonte: SEAB/DERAL* Média de Janeiro a Setembro

(em R$/sc 60 kg)

provocaram esta quebra. A área cultivada foi de 147.5282 hectares, 33% menor que a de 2006, devido aos baixos preços do feijão no momento do plantio.

O plantio da 3ª safra tem pouca expressão no estado. A área cultivada foi de 11.252 hectares e a produção foi de 8.851 toneladas.

PERSPECTIVAS PARA A 1ª SAFRA PARANAENSE 2007/08

A estimativa é de que sejam semeados cerca de 337.000 hectares, o que já configura uma redução de 18,3% em relação à safra passada, quando foram cultivados 412.000 de hectares.

O principal fator para a redução no plantio da 1ª safra de feijão foram os baixos preços recebidos pelos produtores paranaenses, principalmente no 1º semestre de 2007.

Verifica-se redução de área em todas as regiões do estado. Na Região Sul, principal produtora desta safra, a redução é de 16,2%. A região Norte está reduzindo a área em 11,8%

A produção de feijão, considerando-se condições climáticas normais, está estimada em 524.319 toneladas. A produtividade média esperada é de 1.558 kg/ha.

51

52

FRUTICULTURA

Eng. Agr. Paulo Fernando de Souza Andrade

PANORAMA MUNDIAL

A produção mundial de frutas se caracteriza pela grande diversidade de espécies cultivadas, sendo constituído em grande parte por frutas de clima temperado produzidas e consumidas, principalmente no Hemisfério Norte.

As frutas tropicais e sub-tropicais possuem um elevado potencial de consumo, no entanto, apenas a Banana tem presença significativa no comércio internacional. Estas transações comerciais giram movimentações financeiras que atingem cifras de US$ 29,0 milhões e crescem a uma média de 5% ao ano.

A oferta de uma determinada fruta ao longo do ano é possível, pois as relações comerciais na Fruticultura se caracterizam pela complementariedade das produções do Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.

A produção mundial de frutas tem apresentado um crescimento contínuo. No triênio 89/91 era de 420,0 milhões de toneladas, ultrapassou as 500,0 milhões de toneladas em 1996 e em 2005 colheu-se um volume de 690,7 milhões de toneladas.

PRODUÇÃO MUNDIAL DE FRUTAS – 1989/91 - 2005

Fonte: FAO

53

400.000450.000500.000550.000600.000650.000700.000750.000

89/91 1995 1996 2002 2004 2005

1000

T

A produção de 690,7 milhões de toneladas em 2005 é superior em 2,2% em relação ao ano anterior, quando se contabilizou volumes de 675,1 milhões de toneladas.

Os três maiores produtores são a China, a Índia e o Brasil, que juntos respondem por 38,6% do total mundial, e tem suas produções destinadas principalmente ao mercado interno.

Se contabilizadas as produções do quarto ao décimo produtor, quais sejam: Estados Unidos, Indonésia, Filipinas, Itália, México, Turquia e Irã, juntos, representam 23,0% do total. Assim os dez países maiores produtores respondem por 61,6% de toda a fruticultura mundial.

PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE FRUTAS – 2005

Fonte: FAO

O maior produtor mundial de frutas é a China que em 2005 colheu 167,3 milhões de toneladas, o que representa 24,2%. As produções de Melancia, Maçã, Manga, Melão, Tangerina, Pêra, Pêssego, Nectarina e Ameixa são as mais importantes.

O segundo produtor é a Índia que, com suas 57,9 milhões de toneladas, participa com 8,4% no total mundial. Tem destaque nas colheitas de Banana, Coco, Manga, Abacaxi, Limão/Limas e Castanha-de-Cajú.

O Brasil ocupa a terceira colocação no “ranking” da produção mundial de frutas e é responsável por 6,0% do volume colhido, com uma produção de 41,2 milhões de toneladas. Com colheitas significativas de Laranja, Banana, Coco, Abacaxi, Mamão, Castanha-de-Cajú, Cajú e Castanha-do-Brasil.

Em relação às principais frutas produzidas em 2005, destaca-se a Banana, Melancia, Uva, Laranja e a Maçã que, juntas, responderam por 56,2% do volume total da fruticultura mundial, que foi de 690,7 milhões de toneladas.

54

A Banana foi a fruta mais produzida no mundo, com 105,7 milhões de toneladas; seguindo-se a Melancia, em segundo lugar, com a quantidade de 96,4 milhões de toneladas colhidas. Em terceiro lugar, com 66,2 milhões toneladas, a Uva se destacou; a Laranja foi a quarta fruta em volume produzido com 60,3 milhões de toneladas.

PANORAMA NACIONAL

O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, com uma produção que supera os 40,0 milhões de toneladas. A base agrícola da cadeia produtiva das frutas abrange 2,3 milhões de hectares e gera 6,0 milhões de empregos diretos.

A presença brasileira no mercado externo, com a oferta de frutas tropicais e de clima temperado durante boa parte do ano, é possível pelas características de extensão territorial do país, posição geográfica e condições de clima e solo privilegiadas.

PRODUÇÃO DE FRUTAS NO BRASIL - 2005

Fonte: IBGE/FAO

De 1992 a 1995, a produção de frutas apresentou estabilidade, mantendo-se em patamares ligeiramente superiores a 30,0 milhões de toneladas. Em 2005 superou as 40,0 milhões de toneladas.

A Laranja é a principal fruta produzida no Brasil, com 17,8 milhões de toneladas colhidas em 2005, e responde por 44,6% do volume total da Fruticultura. O estado de São Paulo é o principal produtor, com 14,4 milhões de toneladas, cuja participação representa 80,5% do volume.

A Banana é a segunda fruta em volume produzido e foram colhidas 6,7 milhões de toneladas em 2005, correspondentes a 16,7% do volume das frutas. São Paulo é o principal produtor, com 1,2 milhão de toneladas colhidas, seguido

55

28.000

30.000

32.000

34.000

36.000

38.000

40.000

42.000

1990 1992 1995 1996 2004 2005

1000

T

da Bahia, com 975,6 mil toneladas, e Santa Catarina, que produziu 668,0 mil toneladas, os três estados participam com 17,6%, 14,6% e 10,0%, respectivamente, do volume de Banana produzidos em 2005.

O Abacaxi participa com 7,7% do volume total da fruticultura brasileira, com 3,01 milhões de toneladas. Os estados do Pará, Paraíba e Minas Gerais são os principais produtores e participam com 52,9% da produção nacional.

A Laranja, a Banana e o Abacaxi respondem por 69,0% da produção obtida pela fruticultura brasileira. O Coco, a Melancia, o Mamão, a Tangerina, a Uva, o Limão e a Manga completam a dezena das principais frutas produzidas e, somadas, as três primeiras contabilizam 93,4% das colheitas nos pomares brasileiros em 2005.

PRINCIPAIS FRUTAS PRODUZIDAS NO BRASIL – 2005     

FRUTAS Volume (Toneladas)

% Volume

LARANJA 17.853.443 44,6BANANA 6.703.400 16,7ABACAXI 3.075.778 7,7COCO 2.079.291 5,2MELANCIA 1.637.428 4,1MAMÃO 1.573.819 3,9TANGERINA 1.232.599 3,1UVA 1.232.564 3,1LIMÃO 1.030.531 2,6MANGA 1.002.211 2,5DEMAIS FRUTAS 2.642.799 6,6

TOTAL 40.063.863 100,0 Fonte: IBGE

No comércio internacional, as exportações brasileiras de frutas frescas em 2006 geraram divisas em torno de US$ 472,6 milhões para um volume de 802,7 mil toneladas contra US$ 119 milhões, correspondentes a 297 mil toneladas, em 1998.

Quanto ao destino das exportações, existe uma grande concentração no mercado europeu, que chega a absorver 76% das frutas brasileiras. 

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DESTINO DAS EXPORTAÇÕES DE FRUTAS FRESCAS – 2006

Fonte: SECEX

O maior importador é a Holanda que, como em outros produtos da fruticultura, funciona como centro distribuidor para a Europa. O maior consumidor, que importa diretamente para o seu consumo, é o Reino Unido, seguido da Espanha e Argentina.

No primeiro semestre de 2007 comparando com o ano anterior, as exportações de frutas tiveram um aumento significativo. De janeiro a junho de 2007 foram exportadas 372 mil toneladas contra 326 mil em 2006, representando um crescimento de 14% em volume.  

Nos seis primeiros meses do ano, as exportações representaram US$ 203,0 milhões, 30% a mais que em 2006, quando geraram receitas de US$ 156,0 milhões.

As importações de frutas em 2005 somaram gastos de US$ 125,6 milhões para adquirir 224,5 mil toneladas; a Pêra é a principal fruta importada, gerando dispêndios de US$ 54,0 milhões, a Maçã US$ 30,0 milhões; a Ameixa US$ 12,7 milhões.

57

ESPANHA9%

REINO UNIDO22%

ITALIA5%

ALEMANHAPORTUGAL

FRANÇA 8%

ARGENTINA8%

OUTROS 46 PAÍSES

11%

ESTADOS UNIDOS

5%

PAÍSES BAIXOS32%

PRINCIPAIS FRUTAS FRESCAS IMPORTADAS PELO BRASIL – 2005

Fonte: SECEX

Orientados pelas demandas do mercado internacional, a comprovação da qualidade e segurança alimentar, com ênfase na rastreabilidade e a implementação das Boas Práticas Agrícolas – BPA -, é imperativo para o estabelecimento de transações internacionais.

58

5,4 4,3

1,9

4,06,712,7

30,0

54,0

6,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

PERA

MAÇ

Ã

AMEI

XA

KIW

I

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JA

PÊSS

EGO

NECT

ARIN

A

OUT

RAS

FRUT

AS

US$

MIL

HÕES

A Fruticultura no Paraná é desenvolvida em todas as regiões do estado e, por estar localizado em área de transição climática e com vários tipos de solo, as mais variadas espécies de frutíferas são cultivadas.

Os pomares estão instalados tanto em solos arenosos do Noroeste, nos solos basálticos que predominam do Norte Pioneiro ao Centro-Sul e Sudoeste, e nos solos sedimentares do Litoral.

DISTRIBUIÇÃO DA FRUTICULTURA NO PARANÁ - 2006

Fonte: SEAB/DERAL; EMATER

Com o suporte da pesquisa agropecuária e o empenho de fruticultores, produz-se hoje espécies de clima temperado em regiões quentes, bem como fruteiras tropicais e sub-tropicais em micro-climas nas regiões mais frias.

A evolução do VBP da Fruticultura Paranaense tem-se mantido entre R$ 574,4 e R$ 586,3 milhões nos triênio 03-05, quando no ano 2000 foi de R$ 336,9 milhões.

A participação da Fruticultura frente ao conjunto da produção agropecuária paranaense, no Valor Bruto da Produção – VBP -, se situa entre 2% a 3% da renda bruta gerada no campo. Na safra 96/97 foi de 2,6% o peso da fruticultura do total do VBP, na safra 04/05 foi de 2,2%.

Desde os anos 70, o Paraná se encontra num ciclo econômico baseado na produção de grãos, cereais e carnes, base de sua economia rural, no entanto, a fruticultura possui importância significativa para algumas regiões e municípios

59

A participação da Fruticultura no VBP do Paraná em 2005 foi de 2,2%, de um montante de R$ 26,02 bilhões, este índice corresponde a uma renda bruta gerada no segmento frutícola de R$ 574,69 milhões, considerando-se um universo de 36 fruteiras exploradas no estado.

FRUTICULTURA PARANAENSE - EVOLUÇÃO DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO – VBP

Fonte: SEAB/DERAL

Quando se analisa a safra de 2006, a Fruticultura ocupou uma área de 62,8 mil hectares e produziu 1,2 milhão de toneladas, quando consideramos um universo de 35 frutas.

Assim, quando se considera as cinco principais frutas produzidas no Paraná, em relação aos volumes colhidos em 2006, respectivamente, por ordem de importância, a Laranja, a Banana, as Tangerinas, a Melancia e as Uvas responderam por 84,4% do total produzido.

Se ampliar a parcela referente às dez principais frutas, incluindo a Maçã, o Abacate, o Caqui, o Morango, e a Manga, a participação chega a 93,2%, como observado no gráfico.

O cultivo de Coco Verde, cuja produção foi de 2,3 milhões de frutos, é explorado comercialmente nas regiões de Maringá, Paranavaí e Umuarama, sendo a 36ª fruta produzida no estado. Porém sua mensuração com as demais frutas, se considerarmos em tonelagem, pode distorcer o volume produzido.

Os Citros (Laranja, Tangerina, Limão e Cidra) respondem por 49,7% do total, com 619,1 mil toneladas cultivadas numa área de 28,4 mil hectares.

Destes 49,7% da participação dos cítricos, a Laranja, com 33,1%, é a fruta mais produzida em relação ao volume total das frutas, pois em 2006 colheu-se 412,3 mil toneladas numa área de cultivo de 16,7 mil hectares.

60

300.000.000,00

400.000.000,00

500.000.000,00

600.000.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005

R$

As Tangerinas (ponkan, mexerica, montenegrina e murcote), participaram com 15,7% do volume total e produziram 195,5 mil toneladas. A área de plantio de tangerineiras foi de 11,1 mil hectares.

PRINCIPAIS FRUTAS PRODUZIDAS NO PARANÁ - % DE VOLUME - 2006

Fonte: SEAB/DERAL; EMATER

Da Banana, responsável por 17,4% do volume total da fruticultura, foram produzidas 217,0 mil toneladas em uma área plantada de 10,2 mil hectares.

O cultivo de Melancia ocupou 5,2 mil hectares, onde colheu-se 136,5 mil toneladas, cuja parcela no percentual de produção foi de 11,0%.

As Uvas - de mesa e para transformação agroindustrial - representaram 7,2% do volume, com os parreirais distribuídos em 6,3 mil hectares. As colheitas proporcionaram 90,1 mil toneladas de uvas.

A Maçã teve participação de 3,2% no total do volume produzido e foi cultivada em 1,9 mil hectares, onde se obteve 39,4 mil toneladas de frutas colhidas.

Um índice de 2,0% foi a presença das Frutas de Caroço - Pêssego, Ameixa e Nectarina – no total produzido pela fruticultura.

Do Pêssego, cultivado em 1,7 mil hectares, colheu-se 12,6 mil toneladas; de Ameixa, a colheita foi de 10,1 mil toneladas, em uma área de 1,0 mil hectares e a Nectarina rendeu 2,7 mil toneladas, numa superfície cultivada de 271,3 hectares.

O Caqui, colhido em 1,4 mil hectares, produziu 20,3 mil toneladas e tem participação de 1,6% no total.

A parcela referente ao Abacate no volume da fruticultura foi de 1,7%, com uma produção de 21,5 mil toneladas, colhidas em 1,4 mil hectares.

61

MELANCIA10,96%

PÊSSEGO1,23%

CAQUI1,63%

MAÇÃ3,16%

BANANA17,42%

OUTRAS9,59%

LARANJA33,09%

TANGERINA15,69%

UVA7,23%

PRODUÇÃO DE FRUTAS NO PARANÁ – 2006

Fonte: SEAB/DERAL

O Morango foi cultivado em 586,6 hectares, que produziram 15,2 mil toneladas e participa com 1,2% no VBP da Fruticultura.

Da Manga, produzida em 769,9 hectares, colheu-se 13,2 mil toneladas, indicando uma presença de 1,1% da produção paranaense de frutas.

Estas 15 frutas analisadas representam 96,13% do volume produzido de frutas nos pomares paranaenses, e totalizam 1,2 milhão de toneladas produzidas em 59,2 mil hectares.

62

FUMO

Economista Methodio Groxko

MUNDO

A produção mundial de fumo já alcançou um volume máximo de nove milhões de toneladas em 1997. Nos anos seguintes estabilizou na média de seis milhões de toneladas de fumo em folha, o que permitiu um certo equilíbrio entre a oferta e a demanda. Naquele ano a China contribuiu com 4,2 milhões de toneladas, o equivalente a 47% sobre a produção mundial.

A produção chinesa diminuiu nas últimas safras, mesmo assim varia entre 40 e 45% do total mundial. Em função de maior consumidor, a sua oferta praticamente se equilibra com o consumo interno do país. Também ocorreu redução nos Estados Unidos, causada principalmente pela falta de mão-de-obra, e no Zimbabwe, onde os distúrbios sócio políticos que desestruturaram a produção nas pequenas propriedades.

O Brasil ganhou destaque e espaço no mercado internacional, tornando-se líder na exportação mundial de fumo em folha a partir de 1993. O crescimento contínuo registrado no Brasil foi graças às condições edafoclimáticas, bem como a disponibilidade de mão-de-obra e seu custo considerado menor em comparação ao dos Estados Unidos.

É grande a pressão que a Organização Mundial da Saúde – OMS exerce sobre os países produtores de fumo e seus usuários. A Convenção-Quadro, que surgiu com o objetivo de disciplinar o uso do tabagismo, tem colocado de forma especial os cuidados necessários para com os adolescentes e crianças e procura estabelecer a necessidade de diversificação nas propriedades fumicultoras. Esta preocupação de vários países signatários da Convenção-Quadro poderá, segundo a opinião do setor, provocar uma redução na demanda pelo cigarro no médio prazo e conseqüentemente a redução na produção de fumo.

A Convenção-Quadro foi criada no ano de 1999 em Genebra, na Suíça, através da Organização Mundial da Saúde – OMS - e é um instrumento legal, sob a forma de um Tratado Internacional, no qual os países signatários concordam em promover ações no sentido de reduzir o uso do fumo, em especial pelos adolescentes e as crianças.

Após muitas discussões, o documento foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores, da Casa Civil, Fazenda, Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde e aprovado por unanimidade pelo Senado Federal, no dia 27 de outubro de 2005. Embora a Convenção-Quadro não mencione, em momento algum, a proibição do cultivo do fumo, várias

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entidades já estão em busca de alternativas de diversificação para os produtores que desejam mudar de atividade.

FUMO – SITUAÇÃO MUNDIAL, PRODUÇÃO, CONSUMO E ESTOQUE

ANO Produção Consumo EstoqueCru Processado1993 8.111.280 7.300.150 6.900.100 8.522.4402002 6.555.690 5.900.120 6.303.130 5.747.4402003 6.500.140 5.850.130 6.300.200 5.297.3702004 6.961.220 6.265.100 6.310.110 5.252.3602005 7.022.370 6.320.130 6.325.130 5.247.3602006 6.937.080 6.243.370 6.324.060 5.171.670Fonte: AFUBRA; SEAB/DERAL

PANORAMA NACIONAL

A exploração da fumicultura no Brasil é antiga e teve as suas origens na época do descobrimento, quando a sua utilização nos rituais indígenas foi observada pelos espanhóis e portugueses. No ano de 1556 começou a ser explorada pelos franceses, em 1559 pelos portugueses e nos Séculos XVI e XVII pelos demais europeus. Inicialmente a planta foi explorada para fins medicinais e na seqüência o uso do fumo como tabagismo, representando atualmente cerca de 90% do consumo para essa finalidade.

A produção brasileira de fumo deu um significativo salto quando passou de 656.200 toneladas em 2003 para 921.281 toneladas em 2004, ou seja, um aumento de 40%. Após este período, as safras têm registrado uma média de produção de 910.000 toneladas de fumo em folha. Como já estão surgindo algumas alternativas de diversificação, é provável que nos próximos anos a produção se reduza, aliás, para a safra de 2007/08 as próprias indústrias já estão planejando uma redução de 5% na área de plantio.

Os três Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, concentram 96% da produção brasileira de fumo e 4% nos Estados de Alagoas e Bahia. O principal destino do fumo produzido no Sul é a exportação, alcançando 84% no ano de 2006 e o restante é consumido pelas fábricas de cigarros. A produção nordestina tem como principal finalidade a fabricação de charutos.

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FUMO – ÁREA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE NOS PRINCIPAIS ESTADOS – 2006-07

Estado Área (ha) Produção (t)

Produtividade (kg/ha)

Part. Produção %

Rio Grande do Sul 229.631 481.347 2.096 51,9

Santa Catarina 135.000 256.500 1.900 27,7Paraná 78.600 156.400 1.990 16,9Alagoas 17.000 17.425 1.025 2,0Bahia 12.826 12.879 1.004 1,4Outros 1.797 1.288 717 0,3Brasil 474.854 925.839 1.950 100,0Fonte:IBGE; SEAB/DERAL

A fumicultura brasileira apresentou um crescimento contínuo nos últimos cinco anos. Esta evolução na área de plantio foi registrada nos três estados do Sul. No Paraná, apesar de ocupar o terceiro lugar, passou neste período de 38.000 hectares para 77.000 hectares. Nos anos de 2006 e 2007 observa-se a redução no número de famílias, o que denota que a área individual está aumentando.

FUMO – BRASIL - EVOLUÇÃO DA ÁREA, PRODUÇÃO ENÚMERO DE FAMÍLIAS

Safra Área (ha) Produção (t) Famílias Produtoras2001/02 344.080 670.309 153.1302002/03 392.619 656.200 170.8302003/04 462.265 921.281 190.2702004/05 493.761 889.426 200.0002005/06 497.267 905.353 193.3102006/07 474.854 925.839 181.310

Fonte: IBGE, AFUBRA, SEAB/DERAL

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FUMO

Em função da forte queda na produção e na exportação do Zimbabwe, abre-se mais espaço para o fumo brasileiro ocupar no mercado internacional. O Brasil continua na liderança das exportações mundiais de fumo desde 1993 e vem aumentando a sua participação frente aos demais países como Estados Unidos, Índia e Malawi. O fumo brasileiro é exportado para mais de 100 países e as principais razões para este sucesso são:

a. O custo de produção do fumo brasileiro é mais baixo, principalmente se comparado ao dos Estados Unidos;

b. A qualidade do fumo brasileiro, cada vez mais valorizada;

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c. Apesar da qualidade, o fumo brasileiro é mais barato no mercado internacional.

FUMO – EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS E PREÇO MÉDIOAnos Quantidade (t) US$ / kg Receita Total (1000 U$)2001 443.850 2,128 944.3202002 474.470 2,125 1.008.1702003 477.550 2,283 1.090.2602004 592.850 2,405 1.425.7702005 629.630 2,710 1.706.5202006 581.380 3,013 1.751.730

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Fonte: SECEX, AFUBRA, SINDIFUMO, SEAB/DERAL

Os dados da AFUBRA sobre a safra 2006/07 também retratam e confirmam a predominância das pequenas propriedades que cultivam o fumo. É bastante significativo o número de agricultores que não possuem terra e estão na atividade como arrendatários ou meeiros, perfazendo, na última safra, 37.620 ou 19,8%. Ressalte-se ainda que 63,4% dos produtores possuem até 20 hectares, o que evidencia que o cultivo de fumo está concentrado em pequenas áreas.

FUMICULTURA SUL-BRASILEIRA – DISTRIBUIÇÃO FUNDIÁRIA – 2006/07Hectares Famílias %

Sem Terra 37.620 19,8De 1 a 10 69.790 36,7De 11 a 20 50.725 26,7De 21 a 30 20.393 10,7De 31 a 50 8.656 4,5Mais de 50 3.086 1,6

Total 181.310 100,0Fonte: AFUBRA; SEAB/DERAL

PARANÁ

Dado o grau de organização que o setor atingiu por parte dos fumicultores e das indústrias, representados pela AFUBRA e SINDIFUMO, a exploração fumícula transformou-se na mais importante atividade econômica do sul paranaense, onde antes predominava apenas o milho e o feijão.

Das culturas exploradas em nosso Estado, o fumo vem contribuindo para amenizar o êxodo rural nas pequenas propriedades, pois, além do resultado econômico, é o maior absorvedor de mão-de-obra, perdendo somente para o café adensado. Como em sua grande maioria as práticas são realizadas manualmente, o coeficiente de utilização de mão-de-obra é de 0,7 homem por hectare. Considerando-se a área de 78.600 ha, a safra de 2006/07 proporcionou 55.000 empregos no campo.

O cultivo de fumo se concentra nos Núcleos Regionais de Irati, Ponta Grossa, Curitiba, Francisco Beltrão e União da Vitória, que juntos representam 80% da área de 78% da produção obtida. No sul do Estado predomina o fumo de estufa, enquanto que no oeste e sudoeste planta-se o de galpão, cuja secagem é realizada ao ar livre, sem o uso da queima de lenha.

FUMO – ÁREA E PRODUÇÃO NOS PRINCIPAIS NÚCLEOS REGIONAIS – 06/07 E 07/08

Núcleos Regionais

Safra 2006/07 Safra 2007/08 Part. % Variação B/A %Área (ha) Produção (t) Área (ha) Produção (t)

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A BIrati 19.000 36.100 18.000 32.400 21,0 -5,3Ponta Grossa 14.660 32.000 15.500 32.550 21,2 5,7Curitiba 11.000 24.200 11.200 25.200 16,4 1,8Francisco Beltrão 10.500 18.900 10.000 20.000 13,0 -4,8

União da Vitória 6.500 13.000 6.500 12.680 8,2 0

Cascavel 5.135 9.400 4.450 8.680 5,6 -13,3Guarapuava 4.945 10.230 4.900 9.800 6,4 0,9Outros 6.860 12.570 6.450 12.690 8,2 - 6,0Total Paraná 78.600 156.400 77.000 154.000 100 - 2,0Fonte: SEAB/DERAL

Embora a produção continua colocando o Paraná em 3º lugar no ranking nacional, a sua participação nos últimos 5 anos passou de 11% para 17%. Evidentemente que o Rio Grande do Sul e Santa Catarina também cresceram, mas o Paraná dobrou a sua área de plantio a partir da safra de 2000/01. Este fato comprova mais uma vez a importância sócio-econômica que a cultura exerce nas pequenas propriedades no sul do Paraná.

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FUMO – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA NO PARANÁ

Fonte: SEAB/DERAL

FUMO – CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO NO PARANÁ – SAFRA 2006/07

Fonte: SEAB/DERAL

Na questão da fixação dos preços nas duas últimas safras não houve acordo e não foi assinado o acordo entra a AFUBRA e o SINDIFUMO, prática comum em anos anteriores. A principal defesa pelas indústrias para não corrigir os preços foi a valorização do real frente ao dólar.

A comercialização transcorreu normalmente, apesar da insatisfação pelos produtores na classificação do fumo. A boa performance das lavouras na safra 2006/07 contribui na produtividade e qualidade do produto colhido. Estas variáveis permitiram um resultado econômico razoável frente aos demais produtos, em especial ao feijão que foi duplamente prejudicado pelo excesso de chuva na colheita e preços praticados até abaixo do mínimo estabelecido pelo governo.

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35.000

51.000

62.000

74.000

84.000

78.000 77.000

42.000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08

Áre

a em

ha

25%

19%

14%

13%

8%

6%

6%9%

Irati Ponta Grossa Curitiba Francisco Beltrão

União da Vitória Cascavel Guarapuava Outros

Uma das razões que justificam o crescimento da fumicultura no Paraná e a sua difícil mudança para outras atividades é sem dúvida o perfil do produtor que reside nestas regiões, ou seja:

a) A área média é de apenas 17,9 ha;b) 70% são proprietários;c) 22% são arrendatários;d) 80% da renda bruta total é do fumo;

Além do perfil do produtor, entre as vantagens elencadas pelo produtores para se dedicarem a exploração de fumo destacam-se:a) Típico de agricultura familiar;b) Um ha de fumo equivale a 5 ou 6 de milho ou de feijão;c) Pacote fechado, o que facilita para o produtor;d) Assistência técnica personalizada;e) Compra da produção garantida;f) Pagamento à vista;g) Discussão dos preços antes da colheita da safra.

PROGNÓSTICO

Apesar de alguns conflitos, com destaque especial à classificação e a obrigatoriedade de entrega do produto, o sistema de integração entre os produtores e as indústrias facilitou a implantação desta atividade, pois o chamado “pacote fechado” proporciona uma série de vantagens em relação às demais culturas.

Considerando-se o histórico das culturas que são exploradas nas pequenas propriedades do Paraná, a pouca disponibilidade de terra, o alto grau de integração do produtor a indústria e o acesso ao crédito, são algumas das variáveis que vêm sustentando a fumicultura em nosso estado.

Diante dessas vantagens, a pressão dos antitabagistas e da OMS não está conseguindo efeitos satisfatórios para que a produção seja reduzida em grau maior. O governo do Estado também está se empenhando com relação a diversificação nas propriedades onde se cultiva o fumo. Acredita-se que medidas de diversificação como a adoção de fruticultura, olericultura orgânica e a pecuária leiteira, possam surtir efeitos nos próximos anos.

Para a próxima safra de 2007/08, a primeira estimativa realizada pelo DERAL indica uma área a ser plantada de 77.000 ha e a produção de 154.000 toneladas de fumo em folha. Esta previsão é muito semelhante ao resultado da última safra, com 78.600 ha colhidos e produção obtida de 156.400 toneladas de produto.

Embora a estimativa indique praticamente a mesma safra, é bastante provável que alguns produtores efetuem plantios por conta própria, sem vínculo com as fumageiras, podendo resultar em pequeno aumento na área. Outro fator

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que estimula os produtores é a esperança que na próxima safra a tabela dos preços seja corrigida, o que não aconteceu na última comercialização.

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GENGIBRE

ASPECTOS ECONÔMICOS DA CULTURA DO GENGIBRE

Socióloga Neusa Gomes de Almeida Rucker1

SERPE ELPO, E.R.2

GIROTTO, A.3

CONTEXTUALIZAÇÃO DO PRODUTO

O uso descrito nas farmacopéias e na medicina tradicional do rizoma de gengibre (Zingiber officinale Roscozingiberaceae), óleos essenciais, extratos e concentrados despertaram o interesse da indústria farmacêutica em desenvolver analises laboratoriais, a fim de identificar e comprovar cientificamente os princípios ativos e suas funções no organismo humano.

Atualmente, a área de Engenharia de Produtos Naturais da UNICAMP, do laboratório de Separações Físicas (LASEFI), desenvolve óleo resina de gengibre através da extração supercrítica. A Professora Maria Angela de Almeida Meireles, Coordenadora da área de Engenharia de Alimentos (FEA4 / UNICAMP5) orienta tese de doutorado referente à Hidrólise, com água sub-crítica e CO2, do amido e celulose presentes no resíduo de extração supercrítica de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) para produção de oligossacarídeos.

Essa extração natural agrega valor ao produto agrícola gengibre. Assim a investigação que está sendo realizada pela Doutoranda Isadora Lúcio, Curso de Pós-Graduação Engenharia Química de Alimentos/UFPR, a qual objetiva identificar a potencialidade da inflorescência do gengibre e sua aplicação em alimentos, sob orientação dos Professores Renato J. S. Freitas e Nina Waszcynsky6.

Ainda que o gengibre tenha avançado como produto agroindustrial e industrial, mostra-se relevante ao processo de comercialização do produto in natura. Nessa opção, uma das principais propostas encontra-se no Projeto em Rede em Plantas Medicinais Aromáticas e Condimentares, coordenado pela EMBRAPA e entidades parceiras.

1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected] 4 www.fea.unicamo.br/alimentaruim/ver_documento 5 www.inovacao.unicamp.br/news-extracaosupercritica.html6 www.posalim.ufpr.br/pesquisas/proces_project.html

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PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO GENGIBRE

O valor comercializado do gengibre no mercado mundial gira em torno de US$ 200 milhões. Segundo CROP profile (2003) citado por Serpe Elpo (2004), nesse total estão excluídos o óleo e o óleo resina.

A Índia, grande produtora e consumidora de gengibre, participa apenas com 6% na oferta mundial do produto in natura. Em contrapartida, quando se trata de óleo e óleo resina, a Índia participa com mais de 50% da oferta mundial.

A China, com uma produção em torno de 50.000 toneladas por ano, lidera o ranking dos países produtores de gengibre in natura.

Os preços médios negociados no mercado mundial de gengibre in natura, podem atingir até US$ 5.000/t (Figura 1). O produto brasileiro com denominação de origem paranaense atinge uma cotação do mercado externo que varia entre US$ 700/t e US$ 3.000/t. Durante o período compreendido entre janeiro de 1996 e dezembro de 2006, o Brasil exportou em média 7.000 t/ano, a um preço médio em torno de US$ 700/t.

Figura 1. GENGIBRE –EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS - 1996-2006

Fonte: MDIC.DECEX.SISTEMA ALICE WEB. 2007

Em contrapartida, durante o mesmo período, as importações brasileiras de gengibre in natura foram em média 45t/ano, comercializadas por um preço médio em torno de US$ 1.740/t. Essa discrepância dos preços negociados na comercialização do gengibre in natura estão relacionadas às boas práticas de produção agrícola e do beneficiamento, ferramentas essas adotadas pelos principais países exportadores, desde a rotação de culturas até local apropriado para higienização e toalete. No Brasil, a ausência de tecnologias apropriadas à cultura e preparo para comercialização do gengibre é o principal fator que determina o valor qualidade e por conseqüência o preço atualmente praticado no mercado consumidor externo (Figura 2).Figura2. GENGIBRE –IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS –1996 - 2006

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Fonte: MDIC.DECEX.SISTEMA ALICE WEB. 2007

No ranking dos principais estados brasileiros exportadores da mercadoria gengibre in natura estão São Paulo, Paraná, e Santa Catarina.

Durante o período compreendido entre janeiro de 1996 e dezembro de 2006, o Estado de São Paulo exportou em média 4.000 t/ano de gengibre, com preços médios praticados em torno de US$ 0,80/kg.

No mesmo período, o Estado do Paraná exportou em média 1.200 t/ano, por um preço aproximado de US$0,81/kg e Santa Catarina participou nas exportações brasileiras de gengibre com 300 t/ano, a um preço compatível de mercado em torno de US$0,70/kg (Figura 3).

Figura 3. GENGIBRE – RANKING DOS ESTADOS EXPORTADORES - 1996/2006 *

Fonte: Mdic – SECEX – Sistema Alice Web, 2007 * Unidade: toneladas

A zona brasileira produtora de gengibre abrange as regiões litorâneas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, litoral nordestino e algumas regiões de Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.

A cultura de gengibre, na safra 05/06, no Estado do Paraná, ocupa uma área de 100 ha (Figura 4). Essa área está distribuída em 24 municípios produtores localizados nos seguintes Núcleos Regionais da SEAB: Cascavel, Jacarezinho, Londrina, Paranaguá e Ponta Grossa.

Entre as safras de 2001/2002 e 2002/2003 houve redução de 58,7% da área ocupada com gengibre. Conforme os produtores, a principal causa dessa

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redução diz respeito à ausência de “tecnologias limpas” na condução da lavoura. Na safra 2005/2006 houve um aumento da área de 20,5% em relação à safra anterior.

Figura 4. PARANÁ – EVOLUÇÃO DA ÁREA DE GENGIBRE - 2002 / 2006

Fonte: SEAB/DERAL, 2007

A redução da área cultivada com gengibre no Estado do Paraná ocasionou queda da produção de 64% entre a safras de 2001/2002 e 2002/2003. Em 2004 houve incremento de 6% e, em 2005 e 2006 novamente houve redução de volume produzido de 16% e 2%, respectivamente (Figura 5).

Morretes é o principal município produtor de gengibre paranaense, adota os sistemas tradicional e orgânico. Na safra 2005/2006 negociou 540/t ofertadas ao mercado interno e externo (Figura 6). Nesse mesmo período, Guaraqueçaba e Morretes negociaram com o mercado externo 300 toneladas de gengibre orgânico. Pode-se aferir que o produto orgânico realmente está em alta no mercado consumidor.

Figura 5. PARANÁ –PRODUÇÃO (t) DE GENGIBRE- 2002 / 2006

75

200,6

100,083,081,682,7

-

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

ÁREA 01/02 ÁREA 02/03 ÁREA 03/04 ÁREA 04/05 ÁREA 05/06*

Área

(ha)

Fonte: SEAB/DERAL

Figura 6. PRODUÇÃO (t) DOS MUNICÍPIOS PRODUTORES DE GENGIBRE NO NÚCLEO REGIONAL DA SEAB DE PARANAGUÁ, 2004/05 – 2005/06

Fonte: SEAB/DERAL, 2007

Com a redução de 60% do valor bruto da produção em 2003, os produtores paranaenses de gengibre, compreenderam que para melhorar a rentabilidade dessa cultura seria necessário adotar algumas ferramentas metodológicas referentes à organização comunitária, parcerias, boas práticas da produção e qualificação da produção, em especial no segmento pós-colheita, como: higiene, limpeza, pureza da água, embalagem adequada, sistema de transporte integrado dentro e fora da porteira e certificação em sistema orgânico. Haja vista uma dada estabilidade na entrada de caixa nas safras 2004 e 2005 e o gratificante aumento de 43% nos valores negociados na safra 2006 (Figura 7).

76

Figura 7. PARANÁ - GENGIBRE – VALOR (R$) BRUTO DA PRODUÇÃO 2002/ 2006

77

Tabela 1. MORRETES: CUSTO DE PRODUÇÃO GENGIBRE ORGÂNICOPRODUTIVIDADE: 10 Toneladas/ha MAIO / 2007ESPECIFICAÇÃO R$ EM %

1. CUSTOS VARIÁVEIS

1.1. Despesas com máquinas (combustíveis/manutenção) 970,39 4,49

1.2. Despesas com implementos e utensílios 15,49 0,07

1.3. Despesas com animais de trabalho 0,00 0,00

1.4. Despesa de manutenção de benfeitorias 92,43 0,43

1.5. Serviços de aluguel 0,00 0,00

1.6. Mão-de-Obra temporária 8.314,38 38,51

1.7. Insumos:

Rizomas (sementes) 1.050,00 4,86

Fertilizantes (orgânicos) 350,74 1,62

Inseticidas (orgânicos) 1.545,00 7,16

1.8. Despesas Gerais(2% de 1.1 a 1.7) 253,66 1,17

1.9. Transporte Externo 145,00 0,67

1.10.Lavagem, Secagem e Embalagem 5.550,53 25,71

1.11 Assistência Técnica (2% de 1.1 a 1.8) 258,74 1,20

1.12 Seguros de Produção (PROAGRO) 0,00 0,00

1.13 Encargos Financeiros (juros) 258,90 1,20

1.14. Transporte Interno 0,00 0,00

TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS (A) 18.805,26 87,10

2. CUSTOS FIXOS

2.1 Depreciação:

Máquinas e implementos 398,58 1,85

Benfeitorias e instalações 31,23 0,14

Sistematização e Correção do Solo 512,93 2,38

2.2 Remuneração do Capital Próprio

Máquinas e implementos 63,07 0,29

Benfeitorias 42,17 0,202.3 Seguros, taxas e impostos Máquinas e implementos 10,06 0,05 Benfeitorias 7,93 0,042.4 Mão-de-obra fixa

Administração 1.128,32 5,23

Permanente 344,67 1,602.5 Remuneração da Terra 245,46 1,14TOTAL DOS CUSTOS FIXOS (B) 2.784,42 12,90

78

3. CUSTOS OPERACIONAIS (A+2.1+2.3+2.4) 21.238,98 98,38CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO (A+B) 21.589,68 100,00Produtividade Toneladas/ha : 10,00Custo variável / tonelada : 1.880,53Custo operacional / tonelada: 2.123,90Custo total / tonelada: 2.158,97Receita por kg / total/t 3,00 3.000,00 Saldo 841,03 Fonte: SEAB/DERAL Pesquisa de campo, Girotto (2007).

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Tabela 2. PARANÁ – COMPARATIVO DE RENTABILIDADE DE ALGUNS PRODUTOS

FEVEREIRO 2007 Resultados por haProduto Un R$ /Un Prod.

P/ha Receita Custo Fixo

Custo Variável

Custo Total Saldo

Milho Convencional sc 16,33 100 1.633,00 773,07 1.034,66 1.807,73 -174,73

Milho Plantio Direto sc 16,33 133 2.171,89 631,50 1.084,43 1.715,93 455,96

Milho Safrinha sc 16,33 80 1.306,40 513,81 614,22 1.128,03 178,37

Feijão das Águas sc 40,63 28 1.137,64 654,64 1.204,01 1.858,65 -721,01

Feijão da Seca sc 32,34 35 1.131,90 607,37 1.247,47 1.854,84 -722,94

Mandioca - 2 Ciclos t 135,81 38 5.160,78 618,95 2.632,62 3.251,57 1.909,21

Mandioca - 1 Ciclo t 135,81 22 2.987,82 766,73 2.283,55 3.050,28 -62,46

Soja Convencional sc 29,50 44 1.298,00 621,46 854,01 1.475,47 -177,47

Soja Plantio Direto sc 29,50 50 1.475,00 539,64 799,76 1.339,40 135,60

Trigo Convencional sc 24,80 35 868,00 626,31 882,81 1.509,12 -641,12

Trigo Cult. Minimo sc 24,80 40 992,00 567,86 849,77 1.417,63 -425,63

Gengibre Orgânico t 3.000,00 10 30.000,00 2.347,39 17.906,91 20.254,30 9.745,70

FONTE: SEAB/DERAL GIROTTO, 2007

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TENDÊNCIA E OPORTUNIDADES

A cultura do gengibre tende ao crescimento gradual e contínuo, desde que sejam observadas tecnologias apropriadas às boas práticas de produção, com ênfase ao combate às pragas e doenças, rotação de cultura e qualificação das mudas. Também, deve-se implementar sistemas de controle higiênico-sanitário da produção como um todo, em especial, usar água potável no toilette pós-colheita dos rizomas e das inflorescências.

As oportunidades ao agronegócio gengibre surgem na medida em que a família do produtor agrícola atua na busca de realizações pessoais. Essa busca refere-se ao parceiro participante ter voz ativa nas tomadas de decisões quanto à opção de investimentos, assim como, ser aceito como participe dos lucros e das perdas. Todos os familiares que trabalham em uma dada propriedade são sócios e como sócios possuem deveres e direitos. Os filhos merecem respeito no trato como ser humano e como mão-de-obra qualificada. Portanto, nada mais justo do que ter direito à remuneração em salários e dividendos.

A título de ilustração dessa busca da melhor oportunidade de investimento, Girotto selecionou alguns produtos (Figura 9) e sistematizou um comparativo de rentabilidade, o qual comprovou que a cultura do gengibre orgânico possui um custo superior ao do milho em três sistemas e do feijão, mandioca, soja e trigo em dois sistemas. Em contrapartida o saldo do gengibre orgânico, resguardados as exigências do produto, em trabalho duro e serviços é imbatível.

81

MANDIOCA

Economista Methodio Groxko

SITUAÇÃO MUNDIAL

A produção mundial de mandioca em raiz continua crescendo a uma taxa média de 3% ao ano e passou de 98 milhões de toneladas em 1970 para 203 milhões em 2005. Este expressivo crescimento deve-se em especial ao bom desempenho apresentado pelo continente africano, cuja participação na produção mundial passou de 40% para 54% neste período de 35 anos.

Como parte da cesta básica, a mandioca vem ganhando lugar de destaque na alimentação diária de um grande contingente populacional dos países africanos. Segundo a FAO, a mandioca constitui-se no principal alimento para cerca de 60% da população africana, o que representa, atualmente, um número superior a 400 milhões de pessoas.

Com o principal objetivo de suprir a necessidade alimentar, até os anos 90 pouco ou praticamente nada se fez no sentido da industrialização da mandioca e a grande maioria da produção era consumida “in natura”, geralmente cozida. A partir da década de 90, este procedimento começou a mudar e os governos federais estão investindo em pesquisa agrícola com objetivo de melhoria na produtividade e na organização da comercialização.

Na última década, houve avanço na organização dos produtores em grupos e sindicatos, o que, de imediato, já criou uma situação favorável à instalação de algumas indústrias de farinha e polvilho. Evidentemente que essas melhorias estão provocando aumento nos plantios e por esta razão a participação africana na produção mundial de mandioca já atingiu 54%.

Neste cenário, vale destacar a participação da Nigéria que se tornou o maior país produtor de mandioca com um volume de 38 milhões de toneladas, o que representa cerca de 35% da produção africana e 19% do total mundial. Por outro lado, é importante salientar também que, segundo alguns pesquisadores, a mandioca é originária do Brasil e foi levada para o continente africano pelos portugueses no final do século XVII.

A Ásia, que participa com 28% da produção mundial, tem como destaque a Tailândia e a Indonésia. Ao contrário dos países africanos, a Tailândia destina praticamente toda a sua produção para a indústria. Naquele país existem fecularias de grande porte e, além da fécula, também produz “pellets” que entram na composição das rações para animais.

82

A Tailândia, apesar de ocupar o 3% lugar no ranking mundial da produção agrícola, é o principal produtor e exportador mundial de produtos de mandioca, correspondendo a 85% do comércio internacional. Suas exportações situam-se na média de 2 milhões de toneladas de fécula por ano e o principal importador incluindo os “pellets” é a União Européia.

Na América Latina, com destaque especial ao Brasil, a participação da produção ao longo desses anos em análise registrou uma queda de 35% para apenas 18%. É claro que isso se deve a um expressivo declínio na produção brasileira e, por outro lado, ao extraordinário aumento alcançado principalmente na África. O Brasil também participa do mercado internacional, porém o volume exportado é irrisório e não passa de 3% da produção de fécula que normalmente gira em torno de 600.000 toneladas.

MANDIOCA EM RAIZ - PRODUÇÃO MUNDIAL (EM MILHÕES DE TONELADAS)

Regiões e Países 1970 1991 2000 2003 2004 2005 Participação

%Variação

%ÁFRICA 40,9 74,2 96,7 101,9 107,6 109,7 54,0 168,2NIGÉRIA 10,2 26,0 32,0 33,4 38,2 38,2 18,8 274,5CONGO 10,3 19,4 16,0 14,9 15,0 15,0 7,4 45,6GHANA 1,5 5,7 8,1 10,2 9,7 9,7 4,8 546,7

OUTROS 18,9 23,1 40,6 43,4 45,2 46,8 23,0 147,6

ÁSIA 22,4 53,2 49,8 55,8 60,3 55,9 27,5 149,6TAILÂNDIA 3,2 17,2 19,1 18,4 21,4 16,9 8,3 428,1INDONÉSIA 10,7 20,9 16,1 18,5 19,4 19,4 9,6 81,3

OUTROS 8,5 15,2 13,7 18,9 19,2 19,6 9,6 130,6

AMÉRICA LATINA 35,3 32,9 31,3 32,3 35,0 37,5 18,5 6,2

BRASIL 30,0 24,5 23,0 23,0 23,8 26,6 13,1 -11,3OUTROS 5,3 8,4 8,3 9,9 11,9 10,9 5,4 105,7

Total Mundial 98,6 160,3 177,8 190,0 202,9 203,1 100,0 106,0Fonte: FAO

PANORAMA NACIONAL

O Brasil ocupou a liderança na produção mundial de mandioca ao atingir a marca de 30 milhões de toneladas em 1970. Nas décadas seguintes reduziu este volume para uma média de 23 a 24 milhões de toneladas ao ano. Esta redução foi motivada, basicamente, em função de:

a) a mandioca é um produto alimentar básico, voltado essencialmente para o mercado interno e, por vezes, substituído, como é o caso de maior consumo de massas em detrimento da farinha de mandioca;

83

b) a substituição da mandioca na alimentação suinícola por rações balanceadas e a retirada da mistura da farinha de raspa de mandioca à farinha panificável, utilizada até meados da década de 80;c) mudança nos hábitos alimentares, menor consumo humano de farinha e mandioca cozida;d) grandes oscilações nos preços recebidos pelos produtores e ainda a quase insignificante presença no mercado internacional.e) A falta de um planejamento por parte do setor industrial com vistas às suas necessidades de matéria-prima.

Entretanto, este cenário começou a mudar e o Brasil retomou o crescimento de sua produção. Nas duas últimas safras a média brasileira já alcançou 27 milhões de toneladas de raiz. Apesar de que na questão da comercialização ou do planejamento da produção, praticamente não se avançou neste período de tempo, no sentido de evitar os gargalos da crise que se repetem a cada duas ou três safras.

Nos últimos quinze anos houve um grande progresso tecnológico na indústria, sobretudo na produção de fécula, em especial no Paraná e atualmente se estendendo para o Brasil Central. Criou-se a Associação Brasileira de Produtores de Amido da Mandioca – ABAM e mais recentemente as Câmaras Setoriais – nacional e estaduais – para, em conjunto, ajudar a desenvolver políticas que venham de encontro aos desafios que o setor exige a cada safra. Paralelamente, os Centros de Pesquisa em Cruz das Almas na Bahia, o IAC em Campinas, o IAPAR do Paraná e outros instalados nos demais estados também estão apresentando valiosas contribuições para o desenvolvimento desta cultura.

Mais recentemente voltou à discussão o Projeto de Lei no Senado Federal que trata sobre a mistura de fécula de mandioca à farinha panificável. Vale lembrar que no ano de 2002 foram vendidas mais de 200.000 toneladas de fécula para mistura nas massas panificáveis. O Projeto de Lei do Deputado Aldo Rebelo visa misturar de 10% de fécula na farinha de trigo, contra 2% já utilizados em anos anteriores a 1980.

MANDIOCA – BRASIL E PARANÁ - ÁREA E PRODUÇÃO –– 2003 a 2007

AnosBrasil Paraná Produção Colocaçã

oÁrea

(1000 ha)Produção

(1000 t)Área

(1000 ha)Produção

(1000 t) PR/BR % (PR/BR)

2003 1.634 21.961 108 2.476 11,3 3º2004 1.755 23.927 151 2.966 12,4 3º2005 1.902 25.872 167 3.347 12,9 3º2006 1.902 26.713 170 3.787 14,2 3º2007 1.938 27.500 173 3.766 13,7 3ºFonte: IBGE, SEAB/DERAL

A mandioca é produzida em todo o território brasileiro, mas a sua concentração maior é na Região Nordeste, cuja participação chega a 40%, destacando-se os estados da Bahia, Maranhão e Ceará. A Bahia representa 50%

84

da produção nordestina, possui um avançado centro de Pesquisa da EMBRAPA em Cruz das Almas e conta com centenas de “casas de farinha”.

Na Região Norte destaca-se o Estado do Pará, sendo o maior produtor nacional com 5 milhões de toneladas por ano, tem grande número de pequenas fábricas de farinha e apresenta o maior índice de consumo nacional de farinha com 33kg per capita ano. Além de abastecer o mercado local, eventualmente exporta a farinha para os estados vizinhos do Nordeste.

No Centro-Oeste observa-se tendência de crescimento agrícola, puxada por algumas indústrias de fécula, principalmente no Mato Grosso do Sul. Já, no estado do Mato Grosso, praticamente toda a produção de mandioca se destina ao consumo animal e humano.

No Sudoeste, aparece São Paulo com avançados Centros de Pesquisa, produz fécula e farinha e boa parte do mercado é abastecido com produto do Paraná e Santa Catarina. Minas Gerais industrializa, mas freqüentemente se abastece no Paraná.

A Região Sul se destaca com o Paraná que produz anualmente mais de três milhões de toneladas de raiz e possui o maior e o mais moderno parque industrial do país. Santa Catarina ainda produz fécula e farinha mas já foi mais importante antes dos anos 80, pois a partir daquele período muitas indústrias foram transferidas para o Paraná. Já, o Rio Grande do Sul, apesar de destacado produtor de raiz, não a industrializa e destina toda a produção para o consumo animal.

85

MANDIOCA – PRINCIPAIS ESTADOS - ÁREA, PRODUÇÃO E RODUTIVIDADE – 2006/07

Regiões Área (1000 ha)

Produção (1000 t)

Produtividade (kg/ha)

Participação Produção %

NORDESTE

921 10.241 11.119 37,3

Bahia 354 4.662 13.170 17,0Maranhão 213 1.769 8.305 6,4Ceará 99 892 9.010 3,3Outros 255 2.918 11.443 10,6

NORTE 493 7.555 15.325 27,5Pará 312 5.102 16.353 18,6Amazonas 86 793 9.221 2,9Outros 95 1.660 17.474 6,1

SUDESTE 134 2.475 18.470 9,0Minas Gerais 60 921 15.350 3,4São Paulo 47 1.109 23.596 4,0Outros 27 445 16.482 1,6

CENTRO-OESTE

95 1.471 15.484 5,4

Mato Grosso do Sul 29 508 17.517 1,9Mato Grosso 39 548 14.051 2,0Outros 27 415 15.370 1,5

SUL 296 5.716 19.311 20,8Paraná 175 3.739 21.366 13,6Rio Grande do Sul 89 1.361 15.292 5,0Santa Catarina 32 616 19.250 2,2

BRASIL 1.939 27.458 14.161 100,0Fonte: IBGE, SEAB/DERAL

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA

A produção brasileira de fécula tornou-se mais expressiva a partir de 1990. Nesta ocasião muitas indústrias foram instaladas no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Houve transferência de algumas plantas industriais de Santa Catarina para o Paraná, em busca de melhores produtividades agrícolas, bem como atraídos por algumas benesses oferecidas pelos governos municipais.

A partir daí o setor se estruturou e apesar de alguns gargalos está se firmando tanto no mercado interno, quanto nas exportações para outros países. As exportações brasileiras de fécula ainda são inexpressivas, porém as perspectivas são animadoras e o principal desafio ainda passa pela continuidade de fornecimento e estabilidade nos preços. Portanto, é preciso investir na

86

pesquisa visando a melhoria da produtividade agrícola e a redução nos custos para competir nos mercados interno e externo.

A produção brasileira de fécula de mandioca tem apresentado crescimento contínuo, o número de novas indústrias aumentou e muitas foram ampliadas. Em 1990 a produção foi de 170.000 toneladas, evoluiu até 667.000 no ano de 2002 e se estabilizou em torno de 600.000 toneladas nos últimos dois anos. À exceção de 2003 e 2004 devido à escassez de matéria-prima, essa tendência foi interrompida e a produção baixou para 428.000 e 395.000 toneladas de fécula.

FÉCULA DE MANDIOCA – BRASIL - PRODUÇÃO (EM MIL TONELADAS) - PERÍODO DE 1990 A 2007

Fonte: SEAB/DERAL

FÉCULA DE MANDIOCA – BRASIL - PRODUÇÃO POR ESTADO - 2006

Fonte: ABAM, SEAB/DERAL

87

0

100

200

300

400

500

600

700

800

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

372.991

103.990

72.32823.438

2.000

PR MS SP SC GO

Segundo uma pesquisa realizada pelo CEPEA/ESALQ/USP, no ano de 2005 os principais compradores de fécula brasileira foram:

a) Indústria de papel e papelão: 18,4%b) Frigoríficos: 18%c) Atacadistas: 18%d) Inter Fecularias: 11,4%e) Setor de Massas: 10,8%f) Indústrias Químicas: 9,8%g) Varejistas: 5,9%h) Têxtil: 3,8%i) Outros: 1,3%

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FÉCULA DE MANDIOCA

O Brasil vem conquistando o seu espaço no mercado internacional de fécula, porém é necessário baixar os custos de produção via aumento de produtividade agrícola e, principalmente, melhorar a continuidade de fornecimento aos países importadores. Acredita-se que com estas medidas o país teria maiores condições de competir principalmente com a Tailândia, que ainda apresenta-se como líder absoluto nas exportações de fécula.

Por outro lado, o Brasil também importa a fécula em determinados momentos, como foi o caso nos anos de 2003 e 2004. Tanto as exportações como as importações são, em sua maioria, de fécula modificada.

FÉCULA DE MANDIOCA - BRASIL - EXPORTAÇÃO

Fonte: Alice Web – SEAB/DERAL

88

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Valo

res

em U

S$ F

OB

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

Peso

Líq

uido

(kg)

US$ FOB Peso Líquido(Kg)

PANORAMA ESTADUAL

Dentre os principais estados que cultivam a mandioca, o Paraná ocupa o terceiro lugar na produção nacional de raiz, apresenta a maior produtividade agrícola, possui o maior parque industrial e vem contribuindo com a média anual de 65% da produção brasileira de fécula.

No Paraná, o cultivo da mandioca industrial se concentra basicamente nos Núcleos Regionais de Paranavaí com 29% da área estadual, Umuarama 20%, Toledo 11% e Campo Mourão 10%. Nas demais regiões do estado e principalmente no Sul, os produtores cultivam a mandioca de subsistência, sem fins comerciais, destinada ao consumo animal e humano e o plantio é realizado sem a preocupação de qualquer uso de tecnologia recomendada.

Durante as últimas safras tem-se observado que nos plantios comerciais, ou nos destinados ao consumo das fecularias e farinheiras, os produtores estão adotando o sistema de colheita no segundo ciclo, ou seja, lavouras com mais de 12 meses. Essa prática exige a poda das ramas, uma aplicação de herbicida e a colheita geralmente ocorre aos dezoito meses. Segundo a pesquisa do IAPAR e a própria experiência dos produtores, a produtividade média alcança 33t/ha, contra 22t/ha de um ciclo, correspondendo a 50% de aumento.

MANDIOCA - PARANÁ - ÁREA E PRODUÇÃO NOS PRINCIPAIS NÚCLEOS REGIONAIS

Núcleos Regionais

Safra 06/07 Safra 07/08 Variação B/A %Área (ha) A Produção

(t) Área (ha) B Produção (t)

Paranavaí 50.000 1.100.000 55.000 1.221.000 10Umuarama 33.000 654.000 33.000 660.000 0Toledo 19.000 505.000 21.000 536.000 11Campo Mourão 17.000 323.000 18.000 342.000 6Cascavel 16.000 421.000 16.000 433.000 0Francisco Beltrão 11.000 249.000 11.000 239.000 0

Outros 27.000 514.000 28.000 529.000 4TOTAL

PARANÁ 173.000 3.766.000 182.000 3.960.000 5

Fonte: SEAB/DERAL

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MÃO-DE-OBRA

A decadência da cafeicultura em nosso estado, a redução do algodão e a expansão de lavouras mecanizadas como soja, milho e trigo, contribuíram de forma acentuada e rápida para a substituição de mão-de-obra no campo, ou o êxodo rural em contínuo processo nas duas últimas décadas.

Ao contrário desta situação, a exploração da cultura da mandioca continua empregando um grande contingente de mão-de-obra, principalmente em pequenas propriedades onde a maioria das tarefas ainda são executadas manualmente. Esta atividade ajuda a fixar o homem no meio rural, com um coeficiente de 0,2 homem por hectare/ano, a demanda na atual safra, de 173.000 hectares, é de 34.600 trabalhadores, somente no campo. Essa relação de trabalho certamente será alterada na medida em que as práticas culturais da lavoura caminharem para a mecanização.

Nas fases de plantio e de colheita os trabalhos manuais ainda predominam o que já não acontece com as capinas, que na maioria dos casos estão sendo realizadas através de controles químicos. Já em pequenas propriedades, essas práticas são realizadas manualmente em sua totalidade.

RENTABILIDADE ECONÔMICA

Durante os anos de 2005 e 2006, os produtores de mandioca conviveram com forte crise, dificuldades em saldar suas dívidas nos bancos e com rentabilidade econômica, em algumas ocasiões até negativa. Esse fato foi mais uma vez resultante de duas safras normais no Nordeste e a forte concorrência do amido de milho com a fécula de mandioca.

Na verdade são os ciclos da cultura que se repetem com certa freqüência a cada dois ou três anos. Em anos de pouca produção, os altos preços estimulam os aventureiros a plantarem a mandioca e na safra seguinte a superoferta pressiona as cotações para baixo. Esta situação ocorreu durante os anos de 2005 e 2006, quando os preços, em determinadas épocas, ficaram até abaixo dos custos de produção.

A safra de 2006/07 trouxe novo ânimo aos produtores, os preços atuais estão na média de R$140,00/t de mandioca em raiz, posta na indústria. Para a mandioca de dois ciclos, com uma produtividade de 33.000 kg/ha, a rentabilidade econômica é de 63% sobre o custo variável e de 27% sobre o total. Já nas lavouras de um ciclo com 22.000/ha os resultados não são atrativos e o melhor, neste caso, é colher a partir dos 18 meses.

90

PREÇOS

Pelo fato da mandioca e seus derivados serem pouco expressivos no mercado internacional, a comercialização fica restrita apenas ao mercado interestadual. Outros fatores como a melhoria salarial que proporciona novas alternativas de consumo em detrimento dos produtos da mandioca e quando a produção nordestina é favorecida pelas condições climáticas também pressionam à baixa dos preços.

Atualmente, os produtores estão recebendo em média R$ 140,00/t de raiz, a farinha está em torno de R$ 32,00/sc de 50 kg e a fécula na faixa de R$ 22,00/sc de 25 kg. Esses preços são considerados satisfatórios e para os próximos meses o setor aguarda novas altas, em função dos baixos estoques e o amido de milho, principal concorrente da fécula, está em alta.

PARANÁ - EVOLUÇÃO DE PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES DA MANDIOCA EM RAIZ (TONELADAS)

Fonte: SEAB/DERAL

PROGNÓSTICO

Alguns cenários já permitem a realização das primeiras estimativas da safra de 2007/08 para a cultura da mandioca em nosso Estado, quais sejam:

1. A comercialização da atual safra 2006/07 vem transcorrendo dentro da normalidade;

2. Os preços, apesar de algumas baixas durante o ano, já animaram tanto os produtores quanto às industrias do setor.

3. As cotações internacionais do trigo estão em alta;4. Os preços do milho estão subindo no mercado interno.5. O Brasil está exportando milho, e a tendência para a próxima safra é

de redução da área a ser plantada, devendo aumentar o plantio de soja;

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145135

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Valo

r em

Rea

is (R

$)

6. Espera-se um aumento na demanda pela fécula nos próximos meses e provavelmente nos preços também.

Diante dessas hipóteses, as primeiras estimativas realizadas pelos técnicos do Departamento de Economia Rural – DERAL que coincidem com a opinião da maioria dos empresários do setor, a área de mandioca deverá apresentar um incremento de 5% e passar dos 173.000 ha para 182.000 ha na safra de 2007/08, podendo produzir aproximadamente 3,96 milhões de toneladas de mandioca em raiz.

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MILHO

Eng. Agr. Margorete Demarchi

PANORAMA MUNDIAL

O milho é o cereal mais produzido no mundo, com uma produção média, de 652 milhões de toneladas anuais nos últimos dez anos. No mesmo período a produção mundial do arroz foi de 599 milhões de toneladas e a do trigo foi de 591 milhões de toneladas

Na década de 80, o trigo foi o cereal mais produzido no mundo, com uma produção média de 489 milhões de toneladas anuais. Em seguida vinha o arroz e o milho, com uma produção média de 455 milhões e 436 milhões de toneladas por ano, respectivamente.

A importância econômica do milho é devido à sua diversidade de usos, que vai desde a utilização como insumo para alimentação animal até o uso na indústria de alta tecnologia.

O grão é utilizado principalmente para a ração animal. Os Estados Unidos é o principal país produtor e consumidor deste cereal, cerca de 50% é destinado ao uso animal, e, mais recentemente, como matéria-prima para produção de álcool etílico. No Brasil, cerca de 70% do milho produzido destina-se à produção de ração para alimentação de suínos, aves e bovinocultura de corte (confinamento) e leite.

De um modo geral a participação do milho na alimentação humana ainda é pequena, contudo, observa-se em regiões de baixa renda do Brasil que esse cereal tem um papel importante como fonte de energia dessa população. Um país que tem grande tradição no consumo do milho é o México que apesar de ser o 5º produtor mundial é um grande importador mundial do grão e o milho está no centro da culinária nacional.

A área plantada de milho no mundo cresceu 11,6% nos últimos cinco anos, passando de 142,0 milhões de hectares em 2003/04, para 158,5 milhões de hectares na safra 2007/08.

No mesmo período, a produção de milho teve um incremento de 23,4%, passando de 627,2 milhões de toneladas na safra 2003/04, para 774,1 milhões de toneladas estimadas para 2007/08.

A produtividade média mundial está estimada em 4.884 kg/ha, 26% superior à média obtida nos últimos 30 anos (3.881 kg/ha).

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Os EUA são os maiores produtores de milho do mundo, respondendo nos últimos cinco anos, por 41,1% da produção mundial. Em seguida vem a China com 19,3%. Na 3ª posição está o Brasil com 6,3%. O México vem na 4ª colocação, participando em média com 3,1% e a Argentina vem em 5º lugar, participando com 2,7% da produção mundial.

A produção de milho na União Européia (composta por 27 países) situou-se, em média, nos últimos cinco anos, em 55,53 milhões de toneladas, o que representa cerca de 7,9% da produção média mundial.

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O comércio mundial do milho vem situando-se em 83,05 milhões de toneladas anuais. Os EUA são os maiores exportadores mundiais, respondendo, em média, por 63% do comércio internacional de milho. A Argentina, 2º país exportador mundial, comercializou, nas últimas cinco safras, 13,24 milhões de toneladas anuais, o que representa 16% do comércio internacional do cereal. Na 3ª colocação vêm a China e o Brasil, com participação média de 6,4% do comércio internacional.

O mercado internacional deverá continuar pressionado, apesar da previsão da safra recorde dos Estados Unidos. Em Chicago, os contratos da primeira posição de janeiro a agosto de 2007 subiram, em média, 62,3% em relação à cotação média dos últimos sete anos.

Diante de um quadro de suprimento mundial apertado para 2008 e a relação estoque/consumo norte-americano abaixo da média histórica, a tendência é de que as cotações do milho fiquem acima da média dos últimos anos.

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MILHO - PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES - 2003/04 a 2007/08

Países 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 (*)

EUA 48,81 45,35 56,08 54,00 57,00Argentina 10,44 13,75 10,71 14,30 17,00Brasil (**) 5,03 1,07 3,94 8,50 8,00

China 7,55 7,59 3,73 4,80 3,00Ucrânia 1,24 2,33 2,46 1,00 1,50

Paraguai 0,55 0,39 1,31 1,50 1,20África do Sul 0,80 1,52 1,41 0,50 0,80

Índia 1,22 0,48 0,50 0,30 0,25União Européia 0,46 0,68 0,45 0,50 0,30

Canadá 0,37 0,24 0,24 0,30 0,20Sérvia n/d n/d n/d 1,00 0,20Outros 2,59 2,56 1,76 0,48 0,99Mundo 79,06 75,96 82,59 87,18 90,44

Fonte: USDA (setembro/2007)* Estimativa** Fonte CONAB

(em milhões de toneladas)

MILHO - COTAÇÃO NA BOLSA DE CHICAGO (*) - 2000 a 2007

Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média2000 80,80 86,52 89,80 89,60 92,80 81,85 71,42 72,30 73,06 78,82 82,43 83,61 81,922001 85,18 83,22 83,16 80,96 77,18 75,75 83,83 85,40 84,10 80,20 80,00 81,10 81,672002 81,30 80,50 80,20 78,30 80,90 83,50 90,90 102,12 105,40 99,40 95,55 93,49 89,302003 92,80 92,80 91,80 93,91 96,82 94,28 85,10 86,80 90,10 88,80 93,30 99,04 92,132004 105,28 111,30 118,80 124,20 118,00 112,18 92,77 88,50 84,24 80,69 78,33 79,70 99,502005 78,58 78,97 84,18 81,84 81,90 87,31 92,58 84,96 80,39 79,56 75,89 79,68 82,152006 83,98 87,70 88,03 93,20 96,64 92,30 96,20 90,47 95,24 119,38 140,06 142,00 102,102007 150,00 161,90 158,10 142,40 145,80 148,90 128,30 131,00 145,80

Fonte: Bolsa de Chicago* 1ª posição

(em US$/tonelada)

Apesar da expectativa de aumento na produção norte-americana de milho, a relação estoque/consumo dos Estados Unidos permanece abaixo da média histórica. O fato é que, com o aumento esperado da produção, as exportações dos Estados Unidos poderão aumentar, conforme sinaliza o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), passando de 54,0 milhões de toneladas (ago/2007) para 57,0 milhões no relatório de setembro/2007.

PANORAMA NACIONAL

Por muitos anos a cultura do milho foi caracterizada de subsistência, com baixo uso de tecnologia, com plantio predominante em pequenas propriedades, notadamente nas regiões Sul e Nordeste do país.

Porém, na atual década a cultura está se tornando uma atividade de “ponta”, com lavouras de alta tecnologia, cultivadas em áreas intensamente mecanizáveis, como nas regiões Centro-Oeste e também no Sudeste e no Sul do Brasil, e com isso alcançando níveis de produtividades comparadas às das lavouras norte-americanas e argentinas, com rendimento médio de 9.200 kg/ha e 7.500 kg/ha, respectivamente.

Ao se analisar a evolução da área média plantada com milho no Brasil, nas últimas duas décadas, considerando-se as duas safras, constata-se um decréscimo de 2%, passando de 13,31 milhões de hectares na década de 90, para uma área média cultivada nos últimos cincos anos de 13,04 milhões de hectares.

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MILHO - OFERTA E DEMANDA MUNDlAL - 2003/04 a 2007/08

Relação (em %)consumoXestoque

2003/04 125,6 627,2 79,1 648,9 103,9 16,02004/05 103,9 714,8 76,0 688,0 130,8 19,02005/06 130,8 696,2 82,6 704,0 122,9 17,52006/07 122,9 703,3 87,2 725,2 101,0 13,9

2007/08 (*) 101 774,1 90,4 769,6 105,4 13,7Fonte: USDA (setembro/2007)* Estimativa

(em milhões de toneladas)

Estoque FinalEstoque InicialSafra Produção Exportações Consumo

MILHO - ESTADOS UNIDOS - OFERTA E DEMANDA - 2003/04 a 2007/08(em milhões de toneladas)

Relação (%)consumoXestoque

2003/04 27,60 256,28 48,81 211,64 24,34 11,502004/05 24,34 299,91 45,35 224,65 53,70 23,902005/06 53,70 282,31 56,08 232,06 49,97 21,532006/07 49,97 267,60 54,00 234,96 29,01 12,35

2007/08 (*) 29,01 338,04 57,00 267,73 42,55 15,89Fonte: USDA (setembro/2007)* Estimativa

Consumo Estoque FinalSafra Estoque Inicial Produção Exportações

No período analisado a produção brasileira total de milho cresceu 37,6%, passando de 31,71 milhões de toneladas para 43,63 milhões nos últimos cinco anos.

O grande diferencial para esse incremento na produção tem sido a adoção das tecnologias disponíveis, o que fez o rendimento médio passar de 2.387 kg/ha para os atuais 3.335 kg/ha, um aumento de quase 40% em menos de duas décadas.

Além do incremento no rendimento médio, outro fator que vem influenciando decisivamente na produção de milho no país tem sido o plantio de milho da 2ª safra, também denominado milho safrinha.

A produção da 2ª safra vem se expandindo de modo considerável em vários estados do Brasil. Na década de 90, a produção situava-se em torno de 3,7 milhões de toneladas e representava cerca de 10,5% do total produzido no país.

Nas últimas cinco safras a produção média foi de aproximadamente 11,3 milhões de toneladas, cerca de 26% do volume produzido pelo Brasil. Os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná têm participado, em média, por cerca de 80% do volume produzido de milho na safrinha.

O início do plantio da 2ª safra de milho deu-se na década de 80, e a partir daí foi aumentando gradativamente. Da década de 90, quando a área cultivada no Brasil era de 800.000 hectares, para os 4,56 milhões de hectares cultivados na safra 2006/07 (recorde histórico), o crescimento foi de 470%. No mesmo período a produção saiu de um patamar de 1,0 milhão de toneladas, para as 14,7 milhões que estão sendo colhidas em 2007, um aumento de 1.370%.

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MILHO - BRASIL - ÁREA E PRODUÇÃO POR SAFRA - 1990/91 a 2006/07

área (ha) produção (t) área (ha) produção (t) área (ha) produção (t)1990/91 12.651.800 23.040.600 799.600 1.055.500 13.451.400 24.096.1001991/92 13.036.800 29.241.800 990.300 1.529.400 14.027.100 30.771.2001992/93 11.152.600 26.806.200 1.283.700 2.401.500 12.436.300 29.207.7001993/94 12.397.800 30.923.900 1.753.900 2.249.800 14.151.700 33.173.7001994/95 12.614.400 33.990.700 1.667.800 3.451.200 14.282.200 37.441.9001995/96 12.035.600 28.895.100 1.721.100 3.509.600 13.756.700 32.404.7001996/97 11.600.300 31.704.400 2.198.500 4.011.200 13.798.800 35.715.6001997/98 9.070.100 24.605.100 2.321.000 5.582.700 11.391.100 30.187.8001998/99 9.822.400 26.742.000 2.690.600 5.651.400 12.513.000 32.393.4001999/00 9.849.800 27.715.300 2.908.100 3.925.200 12.757.900 31.640.5002000/01 10.546.100 35.833.000 2.426.400 6.456.700 12.972.500 42.289.7002001/02 9.412.800 29.086.300 2.885.000 6.180.500 12.297.800 35.266.8002002/03 9.663.500 34.613.600 3.562.700 12.797.300 13.226.200 47.410.9002003/04 9.465.300 31.554.200 3.317.700 10.574.300 12.783.000 42.128.5002004/05 9.021.800 27.298.400 3.186.400 7.708.300 12.208.200 35.006.7002005/06 9.652.800 31.809.000 3.311.100 10.705.900 12.963.900 42.514.900

2006/07 (*) 9.438.700 36.365.400 4.561.000 14.712.500 13.999.700 51.077.900Fonte: IBGE; CONAB; SEB/DERAL* Estimativa

1ª safra 2ª safra TotalSafra

Cada vez mais o abastecimento de milho está atrelado à produção da 2ª safra, que ainda é uma atividade de risco, o que acaba provocando uma certa instabilidade na oferta, tanto para atender a demanda interna, na qual as cadeias da carne de suínos e de aves são as principais consumidoras do milho produzido no país, bem como o mercado externo, no qual o Brasil vem se destacando como exportador do cereal.

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O município de Lucas do Rio Verde, no estado do Mato Grosso, foi o maior município produtor de milho, respondendo por 1,4% da produção brasileira em 2006. Dentre os trinta maiores municípios produtores de milho, o Mato Grosso tem mais nove municípios que, juntos, totalizaram cerca de 2,59 milhões de toneladas, respondendo por 6,1% da safra brasileira.

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O Paraná, maior estado produtor do cereal, tem seis municípios dentro do ranking, os quais responderam juntos por quase 2,5% do total colhido em 2006. O estado de Goiás tem três municípios, que juntos responderam por 2,4% do total nacional. Os cinco municípios do Mato Grosso do Sul responderam por 2,2% do total nacional, com uma produção de 956.000 toneladas.

DESEMPENHO DA SAFRA 2006/07

A produção da 1ª safra de milho de 2006/07 foi de 36,36 milhões de toneladas, a maior dos últimos cinco anos. Apesar da redução de área ocorrida devido aos preços pouco atrativos na época do plantio, as condições climáticas favoráveis em todo o país, além dos investimentos em tecnologia foram determinantes para desempenho da safra O rendimento médio foi de 3.853 kg/ha, 7,6% superior ao recorde obtido na safra 2002/03 (3.582 kg/ha).

Os principais estados produtores da 1ª safra são o Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul , Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Bahia, responsáveis por quase 90% da produção colhida na 1ª safra 2006/07.

Com relação à safrinha, apesar dos problemas climáticos terem afetado o potencial produtivo, a produção deverá ser de 14,7 milhões de toneladas, um recorde histórico, superando em 14,8% o volume colhido na safra 2002/03 (12,8 milhões de toneladas).

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Apesar do aumento do consumo interno, a produção recorde de milho obtida neste ano-safra (51,08 milhões de toneladas) acabou gerando um excedente de milho no país que vem sendo exportado. O Brasil deve exportar um grande volume, superando as exportações da safra 2000/01(5,6 milhões de toneladas).

Mesmo com uma taxa cambial desfavorável, o cenário de preços internacionais é bastante favorável e o país deve exportar próximo de 10 milhões de toneladas. Além da “onda” do etanol, a União Européia entrou no mercado pagando “ágio” ao milho brasileiro de mais de US$60 por tonelada, por este ser livre de Organismo Geneticamente Modificado (OGM), o que acabou favorecendo ainda mais as exportações e aquecendo os preços no mercado interno.

Nos últimos cinco anos os preços recebidos pela saca do milho, no Paraná, situaram-se , em média a R$ 14,73/60 kg. De janeiro a agosto de 2007, os preços recebidos foram de R$ 15,45/sc 60 kg, cerca de 23% dos praticados em 2006.

Apesar do Brasil estar colhendo uma safra recorde de milho, as exportações foram determinantes para o bom desempenho dos preços ao longo desse ano.

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MILHO (2ª SAFRA) - BRASIL - PRODUÇÃO SEGUNDO ESTADOS PRODUTORES - 2002/03 a 2006/07

Estados 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07Bahia 254,2 219,2 417,6 472,8 481,3Goiás 1.001,7 895,9 636,3 808,8 921,3

Mato Grosso 2.455,6 2.768,1 2.913,8 3.553,3 5.074,0Mato Grosso do Sul 2.359,1 1.814,5 955,7 1.720,3 2.257,6

Minas Gerais 119,7 97,8 104,0 94,8 98,1Paraná 5.517,0 3.669,3 1.876,9 3.416,7 5.119,8

São Paulo 1.063,4 1.036,4 732,7 563,6 641,9Outros 26,6 73,1 71,3 75,6 118,5

Brasil (*) 12.797,3 10.574,3 7.708,3 10.705,9 14.712,5Fonte: CONAB* Estimativa

(em mil toneladas)

MILHO - PARANÁ - Preços Médios Nominais Mensais Recebidos pelos Produtores - 2003 a 2007

Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média2003 19,76 19,95 17,68 16,83 15,37 14,65 12,92 13,02 14,35 14,19 14,83 15,25 15,732004 14,91 14,81 15,67 18,20 18,96 17,37 15,97 14,97 15,03 14,23 13,49 12,71 15,532005 13,02 13,38 15,78 16,26 15,97 15,95 15,87 15,02 14,55 13,08 11,79 11,52 14,352006 11,87 12,67 10,95 10,44 11,69 12,45 12,12 11,81 12,03 13,26 15,40 16,44 12,592007 16,56 16,33 16,25 14,83 14,54 14,60 14,14 16,34 15,45

FONTE: SEAB/DERAL

(em R$/sc 60 kg)

O principal consumidor do milho brasileiro é o Irã, respondendo, nos últimos quatro anos por 44% das exportações brasileiras. Em 2º lugar vem a Coréia do Sul, com 20% e na 3ª posição está a Espanha com 15%.

Nos últimos dois anos, as exportações do Agronegócio Brasileiro têm se situado em torno de US$ 46,5 bilhões anuais, o que representa 36,5% do total exportado pelo Brasil (2005 - US$ 118,31 bilhões e 2006 - US$ 137,47 bilhões).

Dentre os principais produtos exportados pelo Agronegócio, a participação do milho tem aumentado. As exportações do cereal, nos primeiros oito meses de 2007 já geraram receitas de US$ 0,9 bilhão, o que coloca o grão na 9ª posição do ranking dos principais produtos exportados, ficando apenas atrás do complexo soja, carnes, produtos florestais e complexo sucroalcooleiro, que juntos representam quase 70% das exportações do setor.

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PANORAMA ESTADUAL

O milho tem fundamental importância econômica e social no Paraná, a considerar pelo número de pessoas envolvidas em toda a cadeia produtiva, pelo valor bruto da produção, respondendo por 45% da produção total de grãos.

O Paraná, além de ser o principal produtor de milho do país, respondendo em média por 27% da produção brasileira, figura como tradicional fornecedor de milho no mercado interno e externo, respondendo nos últimos cinco anos por 24% da oferta na 1ª safra e 35% da quantidade ofertada na 2ª safra.

A área cultivada no estado na safra 2006/07 foi de 2,8 milhões de hectares, somando-se as duas safras, 8,9% inferior à cultivada na safra passada.

Na safra 2006/07 a produção paranaense foi a segunda maior da história, totalizando 13,91 milhões de toneladas, sendo 8,86 milhões de toneladas na 1ª safra e 5,05 milhões de toneladas na safrinha. A safra recorde foi em 2002/03 quando foram produzidas 14,4 milhões de toneladas de milho, 8,36 milhões de toneladas na 1ª safra e 6,04 milhões na 2ª safra.

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MILHO - PARANÁ - ÁREA, PRODUÇÃO E RENDIMENTO POR SAFRA - 1995/96 a 2006/07

1ª safra 2ª safra TotalSafra Área Produção Rendimento Área Produção Rendimento Área Produção Rendimento

(ha) (t) (kg/ha) (ha) (t) (kg/ha) (ha) (t) (kg/ha)1995/96 1.852.911 6.464.861 3.489 596.599 1.469.459 2.463 2.449.510 7.934.320 3.2391996/97 1.809.643 6.702.388 3.704 604.900 1.049.829 1.736 2.414.543 7.752.217 3.2111997/98 1.457.562 5.399.633 3.705 771.962 2.535.743 3.285 2.229.524 7.935.376 3.5591998/99 1.529.914 5.855.297 3.827 990.904 2.922.168 2.949 2.520.818 8.777.465 3.4821999/00 1.540.380 5.956.752 3.867 693.478 1.410.510 2.034 2.233.858 7.367.262 3.2982000/01 1.874.880 9.526.744 5.081 945.717 3.162.805 3.344 2.820.597 12.689.549 4.4992001/02 1.520.462 7.689.404 5.057 941.354 2.168.100 2.303 2.461.816 9.857.504 4.0042002/03 1.477.856 8.632.573 5.841 1.365.928 6.040.922 4.423 2.843.784 14.673.495 5.1602003/04 1.357.864 7.578.944 5.582 1.112.287 3.355.638 3.017 2.470.151 10.934.582 4.4272004/05 1.278.301 6.516.279 5.098 725.779 2.032.132 2.800 2.004.080 8.548.411 4.2662005/06 1.464.330 7.641.524 5.218 1.043.573 4.053.132 3.884 2.507.903 11.694.656 4.663

2006/07 (*) 1.327.905 8.861.298 6.673 1.415.547 5.046.236 3.565 2.743.452 13.907.534 5.069Fonte: IBGE; CONAB; SEAB/DERAL* Estimativa

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO (*) - PARANÁ - CULTURAS SELECIONADAS - 2001 a 2005( em R$)

Culturas 2001 2002 2003 2004 2005 Média Partic. (%)Café 38,5 258,7 280,3 477,4 301,6 271,29 1,2

Feijão 309,6 563,7 839,8 624,0 656,9 598,82 2,6Milho 1.805,8 2.272,3 3.721,5 2.881,4 2.075,0 2.551,19 10,9Soja 2.739,2 4.272,5 6.988,6 7.005,4 4.381,8 5.077,50 21,7Trigo 490,7 800,2 1.269,4 1.077,3 856,5 898,82 3,8

Outros (**) 9.279,4 10.880,0 14.937,0 17.212,5 17.744,5 14.010,67 59,9Total do Estado 14.663,2 19.047,2 28.036,6 29.278,0 26.016,4 23.408,29 100

Fonte: SEAB/DERAL* Valores Nominais** Demais produtos: aves, suínos, bovinos, outros grãos, outras culturas, produtos florestais, frutas, hortaliças, etc

A cultura do milho sempre teve um papel importante para a economia paranaense. E essa importância pode ser verificada através dos dados do Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP), o qual representa toda a receita bruta gerada pelo setor agropecuário.

O valor bruto da produção de milho situou-se, entre 2001 e 2005, em R$ 2,55 bilhões anuais, o que representou, em média, quase 11% da renda bruta da agropecuária do Paraná. Em comparação com outros grãos, o milho tem se mantido na 2ª colocação, ficando atrás apenas da soja.

A cultura do milho 1ª safra envolve cerca de 90.000 produtores, com área média cultivada de 15 hectares. Na 2ª safra, a área média plantada é de 25 hectares e envolve cerca de 55.000 produtores. Em torno de 30% da produção de milho é oriunda de propriedades com área inferior a 50 ha.

Grande parte do milho produzido no Paraná é consumida no próprio Estado, destinando-se às atividades pecuárias, mais especificamente para a avicultura e suinocultura. Essas atividades, em conjunto, absorvem 60% do volume ofertado.

Nos últimos anos, o Paraná e o Brasil conquistaram um importante mercado, o da exportação. Nos últimos sete anos, as exportações de milho pelo Porto de Paranaguá situaram-se em 2,86 milhões de toneladas anuais. O melhor desempenho foi em 2001, quando o porto paranaense exportou cerca de 4,56 milhões de toneladas de milho. Em 2005 foram exportadas apenas 620.836 toneladas. Nos primeiros nove meses de 2007 foram exportadas cerca de 3.246.000 toneladas, praticamente 97% do total vendido durante todo o ano de 2006.

Em 2006 as exportações de milho representaram cerca de 3,4% do total exportado pelo estado, gerando receita cambial de US$ 342,03 milhões, com o

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cereal situando-se na 8ª colocação do ranking dos principais produtos exportados pelo Paraná.

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações de milho, no período de janeiro a agosto de 2007 já geraram uma receita cambial de US$ 405,83 milhões, colocando o grão na 4ª posição do ranking estadual, respondendo com 5,1% da receita total gerada com as exportações no período.

Devido à ampla adaptação da espécie, o cultivo do milho está presente em todas as regiões do estado.

A região Sul é a principal produtora de milho da 1ª safra, respondendo por 50% da produção estadual, com uma produção média, de 3,91 milhões de toneladas nas últimas cinco safras, com destaque para as regiões de Ponta Grossa, Curitiba e Guarapuava, com produção média de 1,2 milhão de toneladas, 765 mil toneladas e 728 mil toneladas, respectivamente. A região Sudoeste, composta pelos Núcleos Regionais de Francisco Beltrão e Pato Branco, vem respondendo em média no período analisado por cerca de 17% da produção dessa safra, posicionando-se como a segunda região mais importante do estado, produzindo em média 1,31 milhão de toneladas.

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EXPORTAÇÕES - PARANÁ - PRINCIPAIS PRODUTOS - 2006 e 2007

2006 2007 US$/FOB (%) US$/FOB (%)2º 1º Soja (em grão) 760.620.164 9,5 659.008.902 6,6 1º 2º Farelo de soja 607.583.435 7,6 795.588.665 8,0 6º 3º Automóveis 434.485.455 5,4 398.541.523 4,0 8º 4º Milho (em grão) 405.826.868 5,1 342.031.208 3,4 3º 5º Frango (em pedaços) 397.690.823 5,0 482.085.748 4,8 9º 6º Frango inteiro 317.305.354 4,0 340.861.081 3,4 7º 7º Óleo de soja 313.872.944 3,9 348.525.232 3,5 5º 8º Açúcar-de-cana 241.215.970 3,0 408.228.654 4,1

3.478.601.013 43,6 3.774.871.013 37,7 4.501.287.012 56,4 6.227.070.210 62,3 7.979.888.025 100,0 10.001.941.223 100,0

Fonte: MDIC/SECEX* Preliminar: Janeiro a Agosto de 2007

Total Geral

Sub-totalDemais Produtos

Ranking 2007 (*) 2006 PRODUTOS

A produtividade média da cultura do milho, no Paraná, na 1ª safra deste ano, foi de 6.673 kg/ha, 73% superior à média nacional, que foi de 3.853 kg/ha. O estado colheu uma produtividade excepcional, superando a produtividade histórica (4.236 kg/ha) em quase 60%. As condições climáticas favoráveis e o bom investimento nas lavouras foram fundamentais para esse bom desempenho.

O fato é que a adoção de tecnologia faz do Paraná o estado com maior produtividade no milho. Nas regiões de Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Ponta Grossa e Toledo a produtividade média das últimas cinco safras ficou em torno de 7.000 kg/ha (117 sc/ha). Na 1ª safra 2006/07, em regiões como Campo Mourão e Cascavel, a produtividade média obtida foi de 8.300 kg/ha e 8.936 kg/ha, respectivamente. Ponta Grossa colheu cerca de 7.898 kg/ha.

Em termos de evolução do plantio, nos últimos 15 anos, a área da 1ª safra apresentou um recuo de 39%. No início da década de 90, a área plantada girava em torno de 2,3 milhões de hectares. Nos últimos 5 anos, a área média de cultivo foi de 1,4 milhão de hectares. Já a produção, analisando-se o mesmo período, apresentou um crescimento de 15%, resultado do crescimento em produtividade.

O principal fator que acabou influenciando essa redução do plantio de milho na 1ª safra foi a opção pela cultura da soja devido à liquidez constante, a boa rentabilidade e a facilidade de comercialização da oleaginosa.

A área de safrinha de milho apresentou um comportamento inverso, crescendo 510% nos últimos 15 anos e a produção cresceu 1.342%.

A forte expansão do plantio da 2ª safra deu-se pelos seguintes fatores: poucas opções de cultivo de inverno, desestímulo com a cultura do trigo, possibilidade de oferta de milho na entressafra, com preços atraentes, menor custo de produção e opção pelo plantio da soja na safra de verão.

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MILHO (1ª SAFRA) - PARANÁ - ÁREA E PRODUÇÃO SEGUNDO REGIÕES PRODUTORAS - 2002/03 a 2006/07

N. REGIONAL Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção(ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t)

Apucarana 40.800 281.700 36.600 263.800 26.050 183.870 33.750 223.200 29.950 217.437Campo Mourão 49.565 320.291 45.386 295.372 38.580 252.713 61.965 383.676 64.000 531.200

Cascavel 81.030 606.013 67.595 500.645 59.750 436.955 93.840 549.388 73.645 658.084Cornélio Procópio 36.000 174.950 43.000 206.360 37.000 168.295 62.000 334.800 50.000 275.000

Curitiba 157.610 679.436 148.970 711.009 155.980 737.584 146.810 820.123 143.375 878.029Francisco Beltrão 145.100 835.850 127.300 713.560 123.500 574.483 127.230 388.384 137.270 957.408

Guarapuava 159.700 848.550 152.500 765.415 142.100 621.650 141.400 683.325 125.500 721.625Irati 93.540 481.820 91.200 476.570 87.808 408.769 78.935 350.476 8.000 430.400

Ivaiporã 105.100 570.560 92.110 415.163 83.320 302.697 89.722 412.695 85.190 520.085Jacarezinho 67.200 260.206 63.120 243.136 56.700 204.160 65.400 270.480 61.300 235.755

Laranjeiras do Sul 100.200 575.195 85.600 439.795 76.200 324.586 97.550 622.234 78.000 556.500Londrina 24.053 136.136 26.722 177.759 22.342 126.832 28.502 177.806 30.552 203.777Maringá 11.870 55.921 7.195 33.190 6.141 31.639 15.235 93.267 16.815 91.793

Paranaguá 465 860 370 705 370 743 310 682 280 700Paranavaí 18.553 66.079 14.066 43.492 11.960 30.197 12.271 36.452 7.883 22.432

Pato Branco 111.200 750.243 100.250 715.881 96.800 640.800 100.180 437.155 68.250 524.246Ponta Grossa 166.500 1.115.030 163.850 1.079.894 167.630 1.066.204 196.680 1.308.959 178.450 1.409.397

Toledo 26.030 188.225 20.020 138.948 16.550 125.902 35.500 203.416 39.350 292.821Umuarama 23.440 92.969 14.510 52.830 11.820 47.121 18.550 69.636 10.095 46.609

União da Vitória 59.300 322.720 57.500 305.420 57.700 231.080 58.500 273.370 48.000 288.000Total 1.477.256 8.362.753 1.357.864 7.578.944 1.278.301 6.516.279 1.464.330 7.639.524 1.255.905 8.861.298

Fonte: IBGE; SEAB/DERAL* Estimativa

2006/07(*)2005/062002/03 2003/04 2004/05

Observa-se que é crescente a preferência dos produtores das regiões Norte, Oeste e Centro-Oeste do estado, pelo cultivo da safrinha em detrimento da safra normal. Nessas regiões, apesar dos riscos eminentes (estiagem e geadas), o plantio da safrinha tem se mostrado viável através da sucessão à cultura da soja.

No final de 2006 foi aprovado o Zoneamento Agrícola da cultura do milho 2ª safra para o Paraná. Por ser uma cultura que não tolera geada durante todo o ciclo de desenvolvimento e pouco tolerante à deficiência hídrica (primordialmente no florescimento e enchimento de grãos), o cultivo no estado está restrito para as regiões onde os riscos são menores para esses fatores limitantes.

Na 2ª safra, a principal região produtora é o Oeste (composta pelos Núcleos Regionais de Cascavel e Toledo), responsável por 40% da colheita estadual, com uma produção média, nas últimas cinco safras, de 1,6 milhão de toneladas. A região Norte é a 2ª região produtora, participando com 29% da produção colhida na segunda safra de milho. Os destaques são os Núcleos Regionais de Maringá, Londrina e Cornélio Procópio, que, juntos, vêm produzindo, em média, 1,07 milhão de toneladas. A região Centro-Oeste, composta pelo Núcleo Regional de Campo Mourão, vem respondendo, em média por cerca de 17% da produção, posicionando-se como a 3ª região mais importante do estado, produzindo em média 715.000 toneladas.

Os maiores municípios produtores de milho na 1ª safra 2203/04 e 2204/05 estão localizados na região Sul do estado, maior produtora de milho nessa safra. Esses municípios produziram, em média, mais de 90.000 toneladas anuais e juntos responderam por 20% da produção estadual.

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MILHO (2ª SAFRA) - PARANÁ - ÁREA E PRODUÇÃO SEGUNDO REGIÕES PRODUTORAS - 2002/03 a 2006/07

N. REGIONAL Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção(ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t)

Apucarana 7.320 31.565 6.510 22.157 3.920 11.438 4.850 12.927 11.000 36.575Campo Mourão 237.283 1.020.449 213.910 618.089 123.242 401.499 198.252 839.628 240.000 693.336

Cascavel 186.400 910.229 112.334 317.768 74.450 263.017 170.665 770.305 201.375 775.587Cornélio Procópio 87.000 370.035 57.000 197.400 53.000 115.485 32.982 73.550 108.000 356.022

Curitiba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Francisco Beltrão 77.400 292.510 57.840 103.940 34.150 51.357 60.900 219.790 48.200 188.800

Guarapuava 2.580 4.585 1.880 3.035 1.600 3.265 810 1.450 2.900 5.510Irati 11.200 44.905 13.590 53.677 16.740 60.258 13.627 41.927 15.600 54.600

Ivaiporã 25.550 76.876 14.690 44.878 10.690 22.200 12.500 37.500 14.400 52.920Jacarezinho 19.730 67.000 20.450 73.030 16.370 25.909 17.380 37.124 28.960 93.885

Laranjeiras do Sul 11.800 38.755 12.470 35.979 3.000 8.701 4.000 14.876 5.000 11.875Londrina 107.255 465.394 107.983 350.480 82.800 181.749 84.286 204.413 108.071 339.451Maringá 167.445 709.842 151.740 504.441 128.880 404.574 135.422 495.269 159.600 581.343

Paranaguá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Paranavaí 19.145 64.025 24.064 65.451 22.588 62.967 19.094 62.317 16.091 54.749

Pato Branco 3.400 13.460 3.300 11.975 2.250 6.875 1.000 2.355 2.260 9.714Ponta Grossa 23.930 75.535 17.000 53.765 15.550 23.250 14.760 30.949 18.785 77.188

Toledo 297.500 1.546.508 236.796 724.670 104.214 313.346 217.500 1.022.773 342.400 1.369.600Umuarama 75.690 292.984 56.030 162.723 27.835 60.942 52.345 179.119 87.905 333.081

União da Vitória 5.300 15.965 4.700 12.180 4.500 5.300 3.200 6.860 5.000 12.000Total 1.365.928 6.040.622 1.112.287 3.355.638 725.779 2.022.132 1.043.573 4.053.132 1.415.547 5.046.236

Fonte: IBGE; SEAB/DERAL* Estimativa

2006/07(*)2002/03 2003/04 2004/05 2005/06

Estima-se que o consumo paranaense de milho, nas últimas três safras, foi de 7,72 milhões de toneladas anuais. Deste total, cerca de 73% é destinado à alimentação animal, o que equivale, em média, a 5,63 milhões de toneladas/ano. Estima-se que 33% da demanda estadual refere-se ao segmento de avicultura de corte e 25% da suinocultura. O consumo médio de milho, no Paraná, é de aproximadamente 643.000 toneladas mensais.

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MILHO (1ª safra) - PARANÁ - MAIORES MUNICÍPIOS PRODUTORES - 2003/04 e 2004/05

MUNICÍPIOS 2003/04 (%) 2004/05 (%)CANDÓI 127.260 1,68 93.840 1,44CASTRO 160.000 2,11 153.750 2,36

GUARAPUAVA 209.440 2,76 187.110 2,87IRATI 120.000 1,58 90.047 1,38LAPA 102.780 1,36 106.470 1,63

PINHÃO 110.010 1,45 94.350 1,45PITANGA 142.000 1,87 100.000 1,53

PONTA GROSSA 105.000 1,39 124.800 1,92TIBAGI 165.000 2,18 182.500 2,80

RESERVA 94.500 1,25 94.500 1,45SÃO MATEUS DO SUL 98.600 1,30 92.400 1,42

PARANÁ 7.578.944 6.516.279Fonte: IBGE; SEAB/DERAL

(em toneladas)

A estimativa da próxima safra mundial de milho indica uma produção de 774,1 milhões de toneladas, com um aumento de 10% em relação à safra passada. Este incremento está baseado, principalmente no aumento na área de plantio nos Estados Unidos.

A área mundial de milho para a safra 2007/08 está estimada em 158,5 milhões de hectares, um incremento de quase 7% em relação à safra 2006/07. Os principais fatores que vêm determinando esse aumento na área cultivada têm sido a demanda crescente de milho para a produção de etanol nos EUA aliada ao aumento no consumo mundial, principalmente na China, União Européia, Índia, México , Brasil, Filipinas, Nigéria e Egito.

A estimativa para os EUA é de uma produção de 338,04 milhões de toneladas de milho. Se essa previsão se confirmar, a safra norte-americana deverá ser 26% superior à passada, quando foram colhidas 267,6 milhões de toneladas.

Os norte-americanos, estimulados pela demanda crescente de milho para produção de etanol, poderão produzir 70 milhões de toneladas a mais de milho nesta safra. Aliado à produção recorde, o consumo doméstico também será maior, cerca de 267,73 milhões de toneladas, o que representa um incremento de

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(em mil toneladas)

Oferta Total 11.098 13.713 16.780Estoque Inicial 2.300 1.538 1.773Produção Total 8.548 11.695 13.907

1ª Safra 6.516 7.642 8.8612ª Safra 2.032 4.053 5.046

Entradas Interestaduais 200 400 1.000Importação 50 80 100

Consumo Total 7.760 7.440 7.955Indústria 1.400 1.300 1.500Humano 100 100 100

Sementes 50 50 65Perdas 300 360 350

Subsistência 200 200 200Consumo Animal 5.710 5.430 5.740

Suinocultura 2.000 1.900 1.950 Aves (corte) 2.600 2.450 2.650

Aves (postura) 300 270 280 Bovino (leite) 350 350 400

Bovino (confinamento) 260 260 260 Outros Animais 200 200 200

Saídas Interestaduais 1.200 1.500 1.500Exportação 600 3.000 4.000

Estoque Final 1.538 1.773 3.325Fonte:IBGE; CONAB; SEAB/DERAL; ENT.CLASSE/ABIMILHO

MILHO - PARANÁ - QUADRO DE OFERTA E DEMANDA - 2004/05 a 2006/07

Discriminação 2004/05 2005/06 2006/07

13,9% em relação à safra passada, quando o consumo ficou em 235 milhões de toneladas.

A área plantada pelos EUA está estimada em 34,57 milhões de hectares, um aumento de 21% em relação ao ano passado, quando foram semeados 28,59 milhões de hectares. O rendimento médio das lavouras norte-americanas está projetado em 9.779 kg/ha, 20,5% acima do obtido na safra 2002/03, 8.118 kg/ha, o qual foi o pior desempenho dos últimos anos. O rendimento recorde foi o da safra 2004/05, quando o país colheu 10.065 kg/ha.

O consumo mundial para a próxima safra está projetado em 769,6 milhões de toneladas e as exportações em 90,4 milhões de toneladas. Os estoques mundiais deverão se situar próximo a 105,4 milhões de toneladas, com isso, a relação entre consumo e estoque deverá ficar em 13,7%, o índice mais baixo em 30 anos. O índice histórico é de 28%, portanto, a tendência é de um quadro de suprimento mundial bem apertado e com isso as cotações deverão continuar aquecidas.

A CONAB ainda não divulgou o 1º levantamento de intenção de plantio para a 1ª safra 2007/08 para o Brasil, mas as perspectivas, em função dos bons preços do cereal e o cenário promissor, indicam aumento na área nos principais estados produtores.

Os produtores brasileiros e paranaenses estão vivendo um momento histórico, pois tanto a cultura da soja como a do milho estão com preços remuneradores e com tendência bastante promissora.

A soja com certeza leva vantagens, pois apresenta mais liquidez e menor risco, tanto dentro da “porteira” (menor custo e risco climático) como fora da “porteira” (comercialização).

Contudo, o mercado do milho vem passando por transformações. Até a década passada o milho produzido no país era destinado basicamente ao mercado interno. As características da comercialização do milho, historicamente com baixa liquidez e mercado de consumo restrito às cadeias de carne de frango e suínos, passa a ter um novo cenário, o mercado exportador.

Segundo o Zoneamento Agrícola para o Paraná, o período de semeadura estende-se de 21 de agosto a 10 de novembro, conforme as condições edafoclimáticas de cada município.

A estimativa é de um plantio de 1.378.260 hectares, o que representa um aumento de 4,2% em relação à safra 2006/07, quando foram cultivados 1.322.210 hectares.

A produção de milho, considerando-se condições climáticas normais, está estimada em 8,9 milhões de toneladas. A produtividade média esperada é de 6.240 kg/ha.

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MILHO (1ª safra) - PARANÁ - COMPARATIVO DE SAFRAS - 2006/07 e 2007/08 (*)

NÚCLEOREGIONAL 2006/07 2007/08 Var. (%) 2006/07 2007/08 Var. (%)Apucarana 29.950 28.000 -6,5 219.234 198.800 -9,3

Campo Mourão 64.000 68.000 6,3 531.200 537.200 1,1Cascavel 73.645 82.500 12,0 658.084 660.000 0,3

Cornélio Procópio 50.000 55.000 10,0 275.000 316.250 15,0Curitiba 143.375 150.000 878.029 942.750 7,4

Francisco Beltrão 137.270 142.000 3,4 957.408 908.800 -5,1Guarapuava 125.500 141.500 12,7 721.625 799.975 10,9

Irati 80.000 84.000 5,0 430.400 432.600 0,5Ivaiporã 85.190 83.000 -2,6 520.085 522.900 0,5

Jacarezinho 61.300 60.550 -1,2 235.755 254.310 7,9Laranjeiras do Sul 71.400 75.100 5,2 473.453 484.395 2,3

Londrina 30.552 30.550 0,0 203.777 198.575 -2,6Maringá 16.815 17.000 1,1 91.793 97.750 6,5

Paranaguá 280 249 -11,1 700 635 -9,3Paranavaí 7.883 7.883 0,0 22.427 26.014 16,0

Pato Branco 68.250 72.000 5,5 524.246 504.000 -3,9Ponta Grossa 179.350 192.000 7,1 1.412.740 1.440.000 1,9

Toledo 39.350 30.023 -23,7 292.821 213.163 -27,2Umuarama 10.095 9.405 -6,8 46.609 41.382 -11,2

União da Vitória 48.000 49.500 3,1 288.000 279.675 -2,9TOTAL 1.322.205 1.378.260 4,2 8.783.386 8.859.174 0,9

Norte 273.807 274.100 0,1 1.545.644 1.588.585 2,8Noroeste 17.978 17.288 -3,8 69.036 67.396 -2,4

Oeste 112.995 112.523 -0,4 950.905 873.163 -8,2Centro-Oeste 64.000 68.000 6,3 531.200 537.200 1,1

Sudoeste 205.520 214.000 4,1 1.481.654 1.412.800 -4,6Sul 647.905 692.349 6,9 4.204.947 4.380.030 4,2

Fonte: SEAB/DERAL (setembro/2007)*Estimativa

Área plantada (em ha) Produção (em t)

POLITICA AGRÍCOLA

Eng. Agr. Altair Araldi

A agropecuária brasileira tem se caracterizado nos últimos anos pela sua dinâmica e respondido em expansão da área cultivada pelos incentivos recebidos, porém tem tido dificuldades na correspondente obtenção da produção por problemas climáticos, preços e de câmbio, externos, notadamente clima e câmbio, proporcionando aos produtores amargarem grandes prejuízos e conseqüentemente dívidas junto aos agentes financeiros e ao setor privado.

O Governo foi chamado a socorrê-los, com medidas que vão, desde a absorção pelo tesouro nacional de boa parte das dívidas (PESA, Securitização e RECOOP) vencidas em 2005 e vencidas e vincendas em 2006, dos produtores que estavam adimplentes até 31 de dezembro de 2004, ao setor privado, com a instituição de uma linha de crédito especial, denominada Financiamento de Recebíveis do Agronegócio (FRA), destinada a financiar a liquidação de dívidas de produtores rurais ou de suas cooperativas, com fornecedores de insumos agropecuários relativas às safras 2004/05 e 2005/06, com a criação de fundo pela Medida Provisória nº 372 transformada na Resolução nº 3.457.

Para a safra de verão 2007/08, a política agrícola anunciada para a agricultura empresarial começou com uma longa negociação entre Executivo, Legislativo e a Classe Produtora na renegociação das dívidas dos produtores. O Governo Federal sinalizou o setor agrícola com maior disponibilidade de recursos, passando de R$ 50 bilhões para R$ 58 bilhões (+16%). Para custeio e comercialização passa de R$ 41,4 bilhões para R$ 49,1 bilhões (+18,6%) e Investimento passa de R$ 8,6 bilhões para R$ 8,9 bilhões (+3,5%).

Houve uma redução das taxas de juros com recursos controlados para custeio e comercialização (de 8,75 para 6,75% ao ano) e PROGER Rural de 8% para 6,25%. Para os Programas de investimentos MAPA/BNDES, Moderfrota, até renda bruta anual de R$ 250 mil, de 8,75 para 7,50% e acima de R$ 250, de 10,75 para 9,50%. Os demais programas também tiveram redução de 8,75% para 6,75%.

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2007/08 tem como medidas anunciadas, a redução nos juros dos financiamentos do PRONAF, aumento de recursos para assistência técnica e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), objetivando impulsionar entre os agricultores familiares a adesão a tecnologia ambientalmente sustentável. Daí a criação da nova linha PRONAF ECO.

112

Serão disponibilizados para a safra 2007/08 R$ 12 bilhões nas diferentes linhas de crédito de custeio, investimento e comercialização do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, correspondendo a R$ 2 bilhões a mais que na safra 2006/07.

COMPARATIVO DAS TAXAS DE JUROS - SAFRAS 2006/07 E 2007/2008 PARA AGRICULTURA FAMILIAR

Grupo/modalidade

Juros safra2006/07

Juros safra2007/08

Redução%

Grupo A -Invest 1,15% 0,5% 56%

GrupoA/C custeio 2% 1% 50%

Grupo B -Invest 1% 0,5% 50%

Grupo C custeio 4% 3% 25%

Grupo C -Invset 3% 2% 33%

Grupo D custeio 4% 3% 25%

Grupo D-Invest 3% 2% 33%

Grupo E custeio e Investimento

7,25 5,5% 24%

Definiu-se a ampliação dos limites de financiamentos do PRONAF de

custeio. O Grupo A/C passou de R$ 3.000,00 para R$ 3.500,00, o Grupo C, de R$ 4.000,00 para R$5.000,00 e o Grupo D, de R$ 8.000,00 para R$ 10.000,00. No Grupo E, o teto permaneceu em R$ 28.000,00. Ampliou-se também o limite de renda conforme quadro abaixo:

Grupos/Renda Safra 2006/07 - R$ Safra 2007/08 -R$B 3.000,00 4.000,00

C 16.000,00 18.000,00

D 45.000,00 50.000,00

E 80.000,00 110.000,00

A nova linha PRONAF ECO destina-se aos agricultores familiares dos Grupos C, D e E com recursos para investimentos à implantação ou recuperação de tecnologias de energia renovável (como o uso de energia solar, eólica, biomassa, miniusinas para biocombustíveis) e a substituição da tecnologia de combustível fóssil para renovável nos equipamentos e máquinas agrícolas.

Contempla também tecnologias ambientais (como estação de tratamento de água, dejetos e efluentes, compostagens e reciclagem), armazenamento hídrico (como o uso de cisternas, barragens, barragens subterrâneas, caixas d'água e outras estruturas de armazenamento e distribuição), instalação e ligação de água ou ainda pequenos aproveitamentos hidroenergéticos.

113

Permite financiamento da silvicultura, isto é, atividades florestais utilizadas para produção madeireira e não madeireira, com juros de 2% ao ano para os Grupos C e D e 5,5% para o Grupo E.

Aprovou R$ 10 milhões para o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, financiamento para aquisição de computadores e programas de informática, linhas de crédito do PRONAF Agroindústria e de Custeio das Agroindústrias Familiares para cooperativas que comprovarem que tenham pelo menos 51% das receitas do processamento e no mínimo 70% de seus participantes ativos como famílias enquadradas no PRONAF. Mais recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ampliação da faixa etária do PRONAF Jovem (antes até 25 anos, agora até 29 anos) e mais facilidade no acesso ao PRONAF Mulher.

As dívidas da agricultura familiar ficaram assim compostas após longa negociação:

Renegociação das dívidas da agricultura familiar

Bônus de adimplência para o pagamento dos contratos prorrogados.a) Safra 2003/2004:1. 35% de bônus para os grupos A/C, C e D2. 20% de bônus para o grupo Eb) Safra 2004/2005:3. 30% de bônus para os grupos A/C, C e D4. 20% de bônus para o grupo Ec) Safra 2005/2006:5. 20% de bônus para os grupos A/C, C e D6. 15% de bônus para o grupo E

Os bônus definidos acima poderão ser concedidos:I -Sobre o saldo devedor total, para a liquidação das dívidas prorrogadas;II -Sobre o valor da prestação com vencimento em 2007, para a liqüidação total da referida parcela;III -Sobre a parte (valor) da parcela de 2007 quitada, desde que seja efetuado o pagamento de no mínimo 50% do valor da referida parcela.

Para quem não tiver condições de quitar parcialmente (inferior a 50% da prestação) ou totalmente o débito prorrogado das safras anteriores, será permitida a prorrogação da prestação de 2007 para um ano após a última parcela, sem direito ao bônus de adimplência;

Prorrogação do prazo de vencimento das parcelas de 2007 vencidas ou vincendas até 27/09/2007 para 28/09/2007;

Os bônus são complementares aos bônus de adimplência contratuais dos grupos A/C e C;

Para as operações prorrogadas ainda com saldo “em ser” com vencimento nos demais anos, cujos mutuários já tenham quitado a prestação de 2007, o bônus será concedido sobre o saldo devedor.

114

Parcela de 2007 dos financiamentos de investimento do PRONAF, desde que adimplentes com as parcelas vencidas até 31/12/2006:

1. As medidas serão validas para todas as atividades financiadas com crédito de investimentos do PRONAF;

2. Bônus de adimplência de 10% para o pagamento integral na parcela de 2007 do PRONAF B;

3. Rebate de 18% para o pagamento integral da parcela de 2007 nas demais modalidades, inclusive das modalidades de crédito PRONAF Jovem, Semi-árido, Agroindústria e Florestal com vencimento em 2007;

4. O bônus de 18% poderá ser concedido:I -sobre a prestação de 2007 para o pagamento integral da mesma;II -sobre a parte (valor) da prestação com vencimento em 2007, desde que seja quitado no mínimo 50% do valor total da parcela de 2007;

5. Possibilidade de prorrogação de até 80% da parcela com vencimento em 2007 para até um ano após o vencimento da última prestação. Em caso de prorrogação de até 50% do valor da prestação de 2007, o bônus será de apenas 5% do valor da parcela de 2007;

6. Prorrogação do prazo de vencimento das parcelas de 2007 vencidas ou vincendas até 27/09/2007 para 28/09/2007;

7. Os mutuários dos financiamentos de investimento que quitaram as parcelas com vencimento em 2007, cujas operações ainda estejam “em ser” terão direito ao bônus, que será concedido mediante redução do saldo devedor das operações;

8. Os bônus são complementares aos bônus contratuais dos grupos.

3) Crédito de custeio da safra 2006/2007:a) Prorrogação dos prazos de vencimento dos contratos da safra 2006/2007 com vencimento até 27/09/2007 para até 28/09/2008;b) Os mutuários que tem parcelas prorrogadas das safras 2003/2004, 2004/2005 e 2005/2006 com vencimento em 2007 e em anos seguintes, que quitarem totalmente estes contratos, inclusive com a antecipação do pagamento das parcelas dos próximos anos, será permitido, desde que solicitado pelo próprio agricultor, a prorrogação de até 30% do valor do financiamento da safra 2006/2007 com vencimento neste ano, passando o vencimento deste percentual para o ano de 2008.c) Nos demais casos, serão aplicadas as normas vigentes do MCR-2.6.9., analisado caso a caso.

Agricultura Empresarial – Renegociação das dívidasa) -Custeio 2006/2007 - com as medidas adotadas pelo governo, o produtor tem que pagar o custeio da safra 2006/2007. Apenas nos casos em que houve perdas por problemas climáticos, poderá solicitar a prorrogação dessa dívida baseado no Manual do crédito Rural (MCR) do Banco Central (BACEN);

b) - Custeios 2003/04, 2004/05 e 2005/06 - as parcelas de custeio vencidas e vincendas em 2007, das operações prorrogadas de safras

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anteriores e que venceriam parcialmente este ano, foram prorrogadas automaticamente para um ano após o vencimento da última parcela;

– - Investimento: Moderfrota, Finame Agrícola Especial e Prodecoop - para as parcelas vencidas ou vincendas em 2007 deve haver um pagamento mínimo de 30% da parcela e a prorrogação do restante para um ano após o final do contrato. Os produtores que pagarem parcial ou totalmente esta parcela terão bônus de 15% sobre a parcela integral. A medida contempla apenas produtores que tiverem sua renda principal obtida com algodão, arroz, milho, trigo e soja;

– - Investimento: Moderagro, Moderinfra, Prodefruta, Prodeagro, Propflora, Pronaf e Proger Investimento - os produtores terão de pagar um mínimo de 20% da parcela vencida ou vincenda em 2007. O bônus para os produtores que pagarem parcial ou totalmente esta parcela será de 5%. A medida contempla apenas produtores que tiverem sua renda principal obtida com algodão, arroz, milho, trigo e soja;

– - Investimentos (todas as culturas/atividades) - com base em uma análise de caso a caso, e desde que o produtor demonstre incapacidade de pagamento do percentual mínimo exigido, os agentes financeiros poderão prorrogar até 100% da parcela vincenda ou vencida em 2007. Poderão se beneficiar desta prerrogativa todas as culturas/atividades independentemente das listadas acima.

O Governo Estadual vem implementando Políticas Públicas de estímulo à Agropecuária Paranaense diretamente ou por delegação às do Governo Federal. Além da defesa sanitária animal e vegetal, Fiscalização de Insumos e Epidemiologia. Executa o PRONAF/Crédito Fundiário e programas especiais como o de Agroindústria Familiar, Produção Animal, Crédito fundiário e Florestas e Leite das Crianças.

O Programa Fundo de Aval criado pela Lei nº 14431/04 e regulamentada pelo Decreto Estadual nº 3.928/04 vem atingido os objetivos e já foram contratados 9.727 contratos correspondendo a R$ 57,3 milhões aplicados com esta modalidade de garantia, proporcionando o acesso ao crédito rural de agricultores familiares nos créditos de investimento que tinham restrições por falta de garantias.

Em 2007, foi lançado o Programa Trator Solidário que, além de proporcionar uma redução de até 35% em relação ao preço de mercado, possibilita ao produtor familiar ter financiamento com taxas de juros do PRONAF (2% e 5,5%) com carência, prazo de até 10 anos e a equivalência-milho. Este programa vem tendo grande repercussão, superando as mais otimistas expectativas. Outros programas estão sendo reestruturados como o PIN - Programa de Irrigação Noturna -, e outros em elaboração, como o de incentivo à Pecuária Leiteira, Calcário e Financiamento também com “equivalência” para Microtratores/Custivadores.

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SOJA

Eng. Agr. Otmar Hubner

PANORAMA GERAL

A soja e a principal cultura oleaginosa atualmente produzida e participou com aproximadamente 57% da produção média de grãos oleaginosos dos últimos anos, tendo sido a cultura que mais cresceu em área e importância econômica durante as últimas décadas.

Ao se analisar a evolução das oleaginosas ao longo dos anos, a da soja foi notável, aumentando, de 19,1 milhões de toneladas colhidas na safra 1964/65 para 236,1 na 2006/07. O algodão tem importância por causa da sua fibra, sendo que a utilização de seu caroço para extração de óleo é secundária, tanto que, apesar de ter destaque mundial anterior ao da soja, hoje participa com apenas 11%. O amendoim possibilita diferentes utilizações na alimentação humana e animal enquanto que o seu óleo tem boa procura, contudo, o cultivo do mesmo é mais restrito devido a aspectos culturais e sanitários, assim, nas últimas três décadas, a produção mundial apenas duplicou, mas a da soja foi sextuplicada. O girassol também não despertou o mesmo interesse que a soja, tanto que, na década de 1970, a produção mundial superava ligeiramente 10,0 milhões de toneladas e agora está no patamar de 30,0 milhões. A colza passou a um maior destaque depois que surgiram as variedades de canola, sem toxicidade; pelo fato de ter alta concentração de óleo de baixo teor de gordura saturada, a canola expandiu-se, contudo, não na mesma expressão que a soja, devido a dificuldades culturais. Copra e palma (dendê) são espécies de palmáceas que permitem a extração de óleo comestível e estão se destacando no mercado mundial, contudo, o destaque continua com a soja, graças aos seus múltiplos usos.

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Apesar de a produção mundial de oleaginosas ser crescente, os estoques relativos, relação percentual entre os estoques de passagem e o consumo, têm permanecido estáveis, com previsão de redução para a próxima safra, principalmente porque a demanda aumentou, graças à destinação de óleos vegetais para combustível, superando a produção.

Há décadas que os Estados Unidos da América se destacam como principal produtor mundial de soja, contudo, tendem a estabilizar ou até reduzir a produção. Há indicações de que os produtores norte-americanos dão preferência ao cultivo do milho para utilizar na alimentação animal e para produção de etanol.

A soja vem se expandindo de modo considerável na América do Sul, principalmente no Brasil, na Argentina e no Paraguai. O Brasil ocupa a segunda posição, mas deve passar para a primeira nos próximos anos caso mantenha a atual tendência de crescimento.

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OLEAGINOSAS - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

PARTICIPAÇÃOOLEAGINOSAS 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 MÉDIA

(%)SOJA 186,53 215,72 220,56 236,05 221,27 56,7

ALGODÃO (caroço) 35,77 45,36 43,17 44,81 44,14 11,2AMENDOIM 32,79 33,56 33,04 32,36 32,10 8,6GIRASSOL 26,89 25,42 30,10 30,17 27,24 7,3

COLZA 39,43 46,16 48,73 46,72 49,83 12,1COPRA 5,38 5,59 5,50 5,28 5,37 1,4PALMA 8,43 9,51 9,98 10,27 10,95 2,6TOTAL 335,22 381,31 391,07 405,65 390,90 100

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

OLEAGINOSAS - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL - 2003/04 a 2007/08(em milhões de toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08

ESTOQUE INICIAL 47,43 43,40 56,78 64,31 71,69PRODUÇÃO 335,22 381,31 391,07 405,65 390,90CONSUMO 336,27 366,37 382,67 395,32 404,52

ESTOQUE FINAL 43,40 56,78 64,31 71,69 57,78EST./CONS. (%) 12,91 15,50 16,81 18,13 14,28

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: EstimativaOleaginosas: Copra, algodão, semente de palma, amendoím, colza, soja, girassol

Nos últimos anos os norte-americanos reduziram a sua participação nas exportações mundiais de soja em grão, enquanto que o Brasil e a Argentina mostraram expressivo aumento. Nos últimos dez anos, tanto as exportações brasileiras como as argentinas foram triplicadas e o Brasil tende a se firmar como maior exportador.

O comércio global cresceu expressivamente durante os últimos anos mantendo a tendência de consumo crescente. A União Européia e a China continuam sendo os grandes importadores de soja em grão. Os chineses, que há menos de uma década compravam menos que os europeus, superaram a estes na safra 2002/03 e atualmente realizam 45% das importações de soja, o dobro do que a União Européia compra e tendem a aumentar ainda mais a sua participação nos próximos anos.

119

SOJA EM GRÃO - PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

PAÍSES 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/0803/04 07/08

EUA 66,78 85,01 83,37 86,77 71,27 35,8 32,2BRASIL 51,00 53,00 57,00 59,00 61,00 27,3 27,6

ARGENTINA 33,00 39,00 40,50 47,20 47,00 17,7 21,2CHINA 15,39 17,40 16,35 16,20 15,20 8,3 6,9ÍNDIA 6,80 5,85 7,00 7,69 8,00 3,6 3,6

PARAGUAI 3,91 4,05 3,64 6,50 6,20 2,1 2,8CANADÁ 2,26 3,04 3,16 3,46 2,85 1,2 1,3OUTROS 7,39 8,37 9,54 9,23 9,75 4,0 4,4TOTAL 186,53 215,72 220,56 236,05 221,27 100 100

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

PARTICIPAÇÃO(%)

SOJA EM GRÃO - PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

PAÍSES 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/0803/04 07/08

EUA 24,13 29,86 25,58 30,35 26,54 42,9 35,4BRASIL 20,42 20,14 25,91 24,10 30,69 36,3 40,9

ARGENTINA 6,74 9,57 7,25 7,70 10,20 12,0 13,6PARAGUAI 2,78 2,89 2,47 4,90 4,60 4,9 6,1CANADÁ 0,90 1,09 1,33 1,57 1,30 1,6 1,7OUTROS 1,23 1,20 1,44 1,74 1,67 2,2 2,2TOTAL 56,19 64,74 63,97 70,35 74,99 100 100

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

PARTICIPAÇÃO(%)

Desde a safra mundial 2004/05 até a 2006/07, que foi recorde, o consumo foi menor do que a produção o que causou elevação dos estoques mundiais e redução das cotações. Para a temporada 2007/08, o USDA estima um consumo maior com redução nos estoques, o que pode ser agravado caso ocorram problemas climáticos na América do Sul.

A busca de substitutos para o petróleo e a preocupação pela redução de poluentes na atmosfera estão dando nova importância aos produtos agrícolas, mediante diferentes possibilidades, entre elas: a produção de óleos ou de etanol para uso como combustível, puros ou em mistura com derivados de petróleo; a destinação de produtos que poderiam ser usados como alimento, como, por exemplo: o uso do milho e da soja na produção de combustíveis reflete em aumento na demanda de outros produtos, como o trigo; o aquecimento da demanda, enfim, reflete em redução nos estoques mundiais e aumento nas cotações. Desta forma, as cotações atuais da soja, na Bolsa de Chicago, estão no maior patamar desde 2004.

120

SOJA EM GRÃO - PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

PAÍSES 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/0803/04 07/08

UNIÃO EUROPÉIA 14,68 14,54 13,95 15,00 15,68 27,1 20,9CHINA 16,93 25,80 28,32 28,75 33,50 31,3 44,7JAPÃO 4,69 4,30 3,96 4,10 4,15 8,7 5,5

TAIWAN 2,22 2,26 2,50 2,38 2,48 4,1 3,3MÉXICO 3,80 3,64 3,67 3,93 3,95 7,0 5,3OUTROS 11,75 12,98 11,75 14,01 15,18 21,7 20,3TOTAL 54,06 63,52 64,14 68,16 74,94 100 100

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

PARTICIPAÇÃO(%)

SOJA EM GRÃO - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL - 2003/04 a 2007/08(em milhões de toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08

ESTOQUE INICIAL 42,67 37,79 47,47 52,93 63,07PRODUÇÃO 186,53 215,72 220,56 236,05 221,27CONSUMO 189,29 204,81 215,26 223,71 233,94

ESTOQUE FINAL 37,79 47,47 52,93 63,07 50,35EST./CONS. (%) 19,96 23,18 24,59 28,19 21,52

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

Os brasileiros colheram volume recorde de aproximadamente 58,4 milhões de toneladas na safra 2006/07 e ainda não foram consolidadas previsões oficiais para o próximo ciclo, contudo, espera-se um aumento superior a 5,0% na área nacional de soja, o que, caso as condições climáticas sejam favoráveis, possibilitará que se consolide, ou até supere, a estimativa feita pelo USDA que é de aproximadamente 61,0 milhões de toneladas para o Brasil. Nos últimos anos ocorreu aumento nas exportações brasileiras de soja em grão e, provavelmente, esta aumentará mais um pouco, já que a demanda interna não tende a crescer tanto.

O volume mundial de farelo de soja produzido e o consumido têm sido equivalentes e crescentes ao longo dos últimos anos. Historicamente o farelo de soja foi destinado para a composição de rações enquanto que o óleo de soja era usado na indústria química e alimentícia onde competia com outros óleos mais valorizados como o de girassol, o do milho e o da canola. Atualmente, com a nova utilização do óleo para formulação de biodiesel, este auxilia na valorização da soja.

121

SOJA EM GRÃO - BRASIL - OFERTA E DEMANDA - 2002/03 - 2006/07(em mil toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07

ESTOQUE INICIAL 1.133,8 4.522,0 4.522,2 2.734,7 2.469,7PRODUÇÃO 52.017,5 49.988,9 52.304,6 55.027,1 58.391,8

IMPORTAÇÃO 1.189,2 349,0 368,0 48,8 40,0CONSUMO 29.928,0 31.090,0 32.025,0 30.383,0 32.100,0

EXPORTAÇÃO 19.890,5 19.247,7 22.435,1 24.957,9 26.300,0ESTOQUE FINAL 4.522,0 4.522,2 2.734,7 2.469,7 2.501,5EST./CONS. (%) 15,1 14,5 8,5 8,1 7,8

Fonte: CONAB (setembro de 2007) www.conab.gov.br2006/07: Preliminar

Soja em Grão - Cotações Bolsa de Chicago - jan/00 a set/07

050

100150200250300350400

jan/00jul/0

0jan/01

jul/01

jan/02jul/0

2jan/03

jul/03

jan/04jul/0

4jan/05

jul/05

jan/06jul/0

6jan/07

jul/07

Fonte: CBOT

US$/t

Durante os últimos anos ocorreu ligeiro aumento na produção nacional de farelo de soja, porém o volume exportado diminuiu, enquanto que o consumo interno aumentou e o estoque teve pouca variação. No que se refere ao farelo, pode-se esperar que a sua demanda continue aquecida, tanto para exportação como para alimentação animal.

A situação mundial de óleo de soja é semelhante à da soja em grão e do farelo de soja: produção e consumo crescentes e estoque relativo no menor percentual dos últimos anos.

122

FARELO DE SOJA - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08

ESTOQUE INICIAL 5,83 5,40 6,41 5,56 5,60PRODUÇÃO 128,58 138,79 145,62 152,01 160,30CONSUMO 128,47 137,11 145,68 150,97 160,02

ESTOQUE FINAL 5,40 6,41 5,56 5,60 5,70EST./CONS. (%) 4,20 4,68 3,82 3,71 3,56

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

FARELO DE SOJA - OFERTA E DEMANDA NACIONAL - 2002/03 - 2006/07(em mil toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07

ESTOQUE INICIAL 1.590,2 2.155,4 2.030,6 1.824,6 1.962,6PRODUÇÃO 21.962,0 22.673,0 23.127,0 21.918,0 23.095,0

IMPORTAÇÃO 305,4 187,8 188,7 152,4 100,0CONSUMO 8.100,0 8.500,0 9.100,0 9.600,0 10.200,0

EXPORTAÇÃO 13.602,2 14.485,6 14.421,7 12.332,4 12.900,0ESTOQUE FINAL 2.155,4 2.030,6 1.824,6 1.962,6 2.057,6EST./CONS. (%) 26,6 23,9 20,1 20,4 20,2

Fonte: CONAB (setembro de 2007) www.conab.gov.br2006/07: Preliminar

Durante os últimos anos a moagem interna de soja aumentou, resultando numa maior produção de óleo, porém o seu consumo vem crescendo, causando diminuição dos estoques brasileiros. A recente e potencial destinação do óleo de soja para combustível aqueceu o mercado mundial da soja em grão que acena com bons preços para o período de comercialização da próxima safra, a não ser que a área da América do Sul tenha aumento expressivo e, ou, o clima permita que as lavouras tenham um desempenho excepcional.

Marcante no atual panorama mundial, em termos de mercado agrícola, é o quadro de suprimento total de grãos. Vê-se que a tendência de um maior consumo relativamente à produção tem-se mantido ao longo dos anos, causando gradativa redução na estimativa de estoques. O Brasil tem potencial para expandir de forma expressiva a sua produção agrícola, destinando-a tanto para o mercado interno como para externo.

A demanda mundial de alimentos tem sido crescente, seja para consumo humano, ração animal, indústrias diversas, ou para combustível, e a soja é o principal substituto para diversos outros grãos, devido à sua versatilidade.

123

ÓLEO DE SOJA - OFERTA E DEMANDA NACIONAL - 2002/03 - 2006/07(em mil toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07

ESTOQUE INICIAL 437,8 319,9 330,1 279,0 214,5PRODUÇÃO 5.282,0 5.510,4 5.692,8 5.479,5 5.662,0

IMPORTAÇÃO 36,0 27,0 3,2 25,4 10,0CONSUMO 2.950,0 3.010,0 3.050,0 3.150,0 3.500,0

EXPORTAÇÃO 2.485,9 2.517,2 2.697,1 2.419,4 2.200,0ESTOQUE FINAL 319,9 330,1 279,0 214,5 186,5EST./CONS. (%) 10,8 11,0 9,1 6,8 5,3

Fonte: CONAB (setembro de 2007) www.conab.gov.br2006/07: Preliminar

ÓLEO DE SOJA - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08

ESTOQUE INICIAL 2,72 2,37 3,04 3,12 2,82PRODUÇÃO 30,16 32,55 34,53 35,76 37,62CONSUMO 30,01 31,67 33,55 35,84 38,17

ESTOQUE FINAL 2,37 3,04 3,12 2,82 2,44EST./CONS. (%) 7,9 9,6 9,3 7,9 6,4

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

Apesar de a Europa apregoar a sua preferência por produtos não modificados geneticamente e de o Brasil ser fornecedor de soja não transgênica, apenas a Alemanha e a França aumentaram as compras de soja e derivados daqui. Em seguida, aparece a China com tendência de comprar mais, mas, o grande crescimento mesmo foi de exportações para países que fazem compras em menor quantidade.

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GRÃOS - OFERTA E DEMANDA MUNDIAL - 2003/04 - 2007/08(em milhões de toneladas)

DISCRIMINAÇÃO 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08

ESTOQUE INICIAL 439,80 354,80 403,80 390,40 333,00PRODUÇÃO 1.863,10 2.045,60 2.019,00 1.991,20 2.086,50CONSUMO 1.948,00 1.996,70 2.032,50 2.048,40 2.103,90

ESTOQUE FINAL 354,80 403,80 390,40 333,00 315,60EST./CONS. (%) 18,21 20,22 19,21 16,26 15,00

Fonte: USDA (setembro de 2007) www.faz.usda.gov2006/07: Preliminar2007/08: Estimativa

COMPLEXO SOJA - BRASIL - EXPORTAÇÕES POR DESTÍNO - 2001 - 2006(em US$ 1.000 FOB)

PAÍS PARTICIPAÇÃO

DE 2001 2002 2003 2004 2005 2006 MÉDIA

DESTINO (%)PAÍSES BAIXOS 1.169.033 1.184.862 1.542.015 1.891.084 1.972.123 1.640.857 19,5

CHINA 539.863 950.308 1.581.174 2.115.155 1.887.061 2.548.144 20,0ITÁLIA 251.982 205.332 293.567 355.901 413.365 322.121 3,8

ESPANHA 291.284 300.293 391.244 557.517 564.762 480.238 5,4FRANÇA 575.384 568.413 620.522 716.705 692.990 881.343 8,4

ALEMANHA 432.216 412.907 668.712 744.198 438.933 429.410 6,5DINAMARCA 31.898 7.725 21.567 14.775 30.886 32.007 0,3

JAPÃO 137.361 140.013 140.001 97.270 96.648 49.850 1,4BANGLADESH 46.260 27.668 45.481 51.088 11.928 16.846 0,4

IRÃ 120.807 225.418 471.864 332.565 354.215 247.132 3,6POLÔNIA 12.155 3.169 5.780 0 0 0 0,0OUTROS 1.609.779 1.982.795 2.343.440 3.171.633 3.013.816 2.663.302 30,7TOTAL 5.218.022 6.008.903 8.125.367 10.047.891 9.476.727 9.311.250 100

Fonte: BB/SECEX/DECEX www.mdic.gov.brElaboração: SEAB/DERAL

PANORAMA PARANAENSE

Pode-se afirmar que o real início da produção paranaense de soja ocorreu na década de setenta, com expressivo crescimento nas décadas seguintes, principalmente a partir da de 1990. Além da expansão de área ocorreu aumento no rendimento médio das lavouras. Assim, o Paraná que, em 1970 colheu 1,5 milhão de toneladas de soja, com rendimento médio de 1.144 kg/ha, em 2007 alcançou o volume recorde de aproximadamente de 11,8 milhões de toneladas, rendimento médio de 2.987 kg/ha.

Graças ao profissionalismo dos produtores, ao associativismo, ao fato de contar com vasta rede de assistência técnica, ao apoio de órgãos de pesquisa, aos investimentos em tecnologia, a adoção de práticas de conservação e manejo do solo, diminuindo o risco cultural, o Paraná se destaca na segunda posição entre os estados produtores e a sojicultura é uma das mais importantes atividades econômicas do estado.

O plantio de milho 2ª safra foi iniciado na década de oitenta e por se mostrar viável opção de cultivo em sucessão à soja expandiu nas regiões mais quentes do estado fazendo com que o milho da safra normal cedesse lugar para a soja que teve a sua área aumentada, passando do patamar de 2,0 milhões de hectares para próximo de 4,0 milhões.

O nosso estado praticamente está no limite de sua fronteira agrícola e o tamanho médio das propriedades não é expressivo, o que pesa sobre o custo unitário e torna mais difícil a competição com as grandes propriedades do Centro Oeste do país, por isso, os produtores necessitam se dedicar a aumentar o rendimento médio e procuram a melhora da qualidade do produto colhido.

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PERSPECTIVAS PARA A SAFRA 2007/08

Para a próxima safra estima-se que a área estadual será de aproximadamente 3,92 milhões de hectares nos quais, caso as condições climáticas sejam normais, dever-se-á colher entre 11,37 milhões e 12,46 milhões de toneladas.

Caso se mantenham as condições atuais de mercado: a demanda permaneça aquecida, a área brasileira não aumente mais do que os 5% cogitados atualmente, o clima possibilite uma produção normal, o mais provável é que, na média estadual, os preços permaneçam próximos do patamar atual, de R$ 35,00 por saca de 60 kg.

126

SOJA - PARANÁ - MACRO REGIÕES - EVOLUÇÃO DE ÁREA E PRODUÇÃO - 2002/03 - 2007/08 (em milhares)

REGIÃO ÁREA PROD. ÁREA PROD. ÁREA PROD. ÁREA PROD. ÁREA PROD. ÁREA PROD.(ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t) (ha) (t)

NORTE 1.017 2.852 1.096 2.825 1.140 2.479 1.080 2.510 1.050 3.012 1.046 3.064NOROESTE 163 454 233 464 243 533 216 442 169 467 159 468

OESTE 853 2.692 889 2.088 924 2.478 867 1.864 893 2.756 897 2.825CENTRO OESTE 562 1.722 581 1.629 600 1.473 573 1.473 573 1.719 567 1.701

SUDOESTE 375 1.168 420 1.004 432 720 382 781 427 1.278 430 1.292SUL 653 2.075 725 2.091 782 1.836 776 2.264 813 2.523 824 2.563

TOTAL 3.624 10.963 3.944 10.100 4.122 9.519 3.894 9.333 3.924 11.755 3.922 11.914Fonte: SEAB/DERALobs.: apenas safra normal, excluso safrinha2006/07 = preliminar2007/08 = estimativa

2005/06 2006/07 2007/082002/03 2003/04 2004/05

EQUIPE TÉCNICA DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL – SEDE

CHEFE DO DERAL – FRANCISCO CARLOS SIMIONI

DIVISÃO DE ESTATÍSTICAS BÁSICAS - DEB: GILKA M.A.C.ANDRETTA

BALTAZAR H. DOS SANTOS – Processamento de Informações, Terras Agrícolas e SIMA – Sistema de Informação do Mercado Agrícola CLAUDIA MARIA JUSTI – Preços Pagos pelos ProdutoresDIRLEI ANTONIO MANFIO – Previsão de Safra e LAP – Levantamento de Produção Agrícola MunicipalGILKA M. A. C. ANDRETTA - VBP - Valor Bruto da Produção Agropecuário, FPM – Levantamento da produção Agropecuária Municipal e Preços dos Produtos FlorestaisLUCIA AMÉLIA LAZARO LOZANO – Preços Semanais (recebidos, atacado e varejo)

MARIA AUXILIADORA DA FONSECA LOPES - Preços Pagos pelos ProdutoresCARLITO PRINCIVAL JUNIOR – Assistente Administrativo GIOVANNI FERREIRA DA COSTA BALARDINI – Estagiário

DIVISÃO DE CONJUNTURA AGROPECUÁRIA - DCA: OTMAR HUBNER

ADEMIR ANTONIO GIROTTO – Custos de Produção ADÉLIO RIBEIRO BORGES - Bovinocultura de Corte e Bubalinocultura AGENOR SANTA RITTA NETO – AgrometeorologiaALTAIR ARALDI – Política Agrícola DISONEI ZAMPIERI – Cana-de-Açúcar / Sucroalcooleiro FÁBIO PEIXOTO MEZZADRI – Bovinocultura de LeiteMARGORETE DEMARCHI – MilhoMAURICIO TADEU LUNARDON – Batata, Tomate, Cebola, AlgodãoMETHODIO GROXKO - Fumo, Mandioca, Cevada, Aveia, ArrozNEUSA GOMES DE ALMEIDA RUCKER – Erva-Mate, Gengibre, UrucumOTMAR HUBNER - Soja, Trigo, Amendoim, CanolaPAULO SÉRGIO FRANZINI – CaféPAULO FERNANDO DE SOUZA ANDRADE – FruticulturaRICHARDSON DE SOUZA – BiodieselROBERTO CARLOS P. A. SILVA – Avicultura (Corte e Postura), ApiculturaTIAGO TAMANINI – Suinocultura e Sericicultura

DIVISÃO DE PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO – DPA: LUIZ ROBERTO DE SOUZA

ALTAIR ARALDI – Plano-Programa-ProjetoDISONEI ZAMPIERI – Programa Credencial Criador, Tributo, Plano-Programa-Projeto

APOIO TÉCNICO

Secretária: EVELIN ETELVINOEstagiário: RODRIGO JOUKOSKI ALVES DE OLIVEIRA

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EQUIPE TÉCNICA DOS NÚCLEOS REGIONAIS

APUCARANA – JOSE ROBERTO DANELUTI e PAULO SÉRGIO FRANZINI.

CAMPO MOURÃO – EDILSON SOUZA E SILVA, JOÃO DIMAS DO NASCIMENTO e LUIZ JOSÉ COELHO.

CASCAVEL – EDSON PAULO MAGGI, JOVELINO JOSÉ PERTILE, JOVIR VICENTINI ESSER Estagiário MARCOS VINICIUS MUNHAK.

CORNÉLIO PROCÓPIO – DEVANIR LADEIRA, PARAILIO ZANINI, RUBENS PIMENTA DE PÁDUA e SANTO PULCINELLI FILHO.

CURITIBA – ANTONIO CARLOS TONON, HÉLIO DE ANDRADE, MÁRCIO GARCIA JACOMETTI, SÉRGIO PEREIRA e SONIA REGINA VIEIRA.

FRANCISCO BELTRÃO – AGUSTINHO GIRARDELLO, ANTONINHO FONTANELLA e Estagiária JULIANA CORRAZZA.

GUARAPUAVA – ARTHUR BITTENCOURT FILHO, Estagiários DELCI RODRIGO VERUZ   e  THEREZINHA LADY KARAM DOS SANTOS.

IRATI – DOUGLAS BERGER e Estagiária MARILIZE HONESKO.

IVAIPORÃ – ANTONIO VILA REAL, MÁRIO APARECIDO IURINO, SÉRGIO CARLOS EMPINOTTI e Estagiário CREMILSON JOSÉ DA SILVA.

JACAREZINHO – FRANC ROM DE OLIVEIRA, HAROLDO SIQUEIRA DE OLIVEIRA, JOSÉ ANTONIO GERVÁSIO, VALMIR RIBEIRO DOS REIS e Estagiária GABRILEA CRISTINA DE SOUZA.

LARANJEIRAS DO SUL – (não tem)

LONDRINA – ANTONIO JOSÉ DA SILVA, JOSÉ AFONSO CAETANO, ROSÂNGELA ZAPAROLI VIEIRA e PEDRO GUGLIELMI JÚNIOR.

MARINGÁ – DORIVAL APARECIDO BASTA, MOISÉS ROBERTO BARION BOLONHEZ e WILLIAN ARC MENEGHEL.

PARANAGUÁ – PAULO ROBERTO CHRISTÓFORO.

PARANAVAÍ – APARECIDA DE LURDES BOCALON, ENIO LUIZ DEBARBA, VITOR INACIO DAVIES LAGO e Estagiário JEAN MARCELO MINSÃO.

PATO BRANCO – IVANO LUIZ CARNIEL, JOSEMAR B. FONSECA e LUCÉLIA TESSER.

PONTA GROSSA – CARLOS ROBERTO OSTERNACK, JOSÉ ROBERTO TOSATO, LUIZ ALBERTO VANTROBA e Estagiário ANDRÉ MASSARU SUZUKI.

TOLEDO – JEAN MARIE APARECIDA FERRARINI TRICHES, JOÃO LUIZ RAIMUNDO NOGUEIRA e PAULO APARECIDA OLIVA.

UMUARAMA – ÁTICO LUIZ FERREIRA, FÁBIO BORGES CAMARGO, IVANILDO RODRIGUES DAS NEVES e PEDRO K. MORIMOTO.

UNIÃO DA VITÓRIA – MARCOS MARCOLIN e LUIZ CARLOS OTOMAIER e Estagiária FERNANDA WOSNY.

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ENDEREÇOS DA SEDE E DOS NÚCLEOS REGIONAIS DA SEAB

SEAB / DERAL / SEDE NÚCLEO REGIONAL DE CURITIBAR: dos Funcionários, 1559 R: dos Funcionários, 1560Fone: 0055 (41) 3313-4000 - (041) 2107-4010 Fone/Fax: (41) 3313-4089Fax: 0055 (41) 3313-4031 Cx.Postal 464Cx.Postal: 464 80.035-050- CURITIBA - PR80.035-050 - CURITIBA - PR - BR

http://www.pr.gov.br/seab - e-mail: [email protected]

APUCARANA CAMPO MOURÃOAv: Munhoz da Rocha, 51 Av: João Bento, 1899Fone/Fax: (043) 3422-7822 Fone/Fax: (044) 3525-141086.800-010 - APUCARANA - PR 87.303-000 - CAMPO MOURÃO - PR

CASCAVEL CORNÉLIO PROCÓPIOR: Antonina, 974 - São Cristóvão - Cx.Postal 295 Av: Minas Gerais, 1.351Fone/Fax: (045) 3225-1845 Fone: (043) 3524-196285.813-040 - CASCAVEL - PR Fax: (043) 3524-1654

86.300 - 000 - CORNÉLIO PROCÓPIO - PR

FRANCISCO BELTRÃO GUARAPUAVAR: Tenente Camargo, 1312 R: Vicente Machado, 1827Fone: (046) 3524-3144 Fone: (042) 3623-2252Fax: (046) 3524-3175 Fax: (042) 3623-809585.605-090 - FRANCISCO BELTRÃO-PR 85.010-260 - GUARAPUAVA - PR

IRATI IVAIPORÃR: Coronel Grácia, 541 Av: Souza Naves, 2410Fone/Fax: (042) 3422-8787 Fone/Fax: (043) 3472-486684.500 - 000 - IRATI - PR 86.870-000 - IVAIPORÃ - PR

JACAREZINHO LARANJEIRAS DO SULR: do Rosário, 641 - Cx.Postal 62 R: Diogo Pinto, 1.320Fone: (043) 3527-2311 Fone/Fax: (042) 3635-2379Fax: (043) 3527-2312 85.301-290 - LARANJEIRAS DO SUL - PR86.400 - 000 - JACAREZINHO - PR

LONDRINA MARINGÁR: da Palheta, 103 - Bairro Aeroporto R: Artur Thomas, 410 - Cx.P. 180Fone: (043) 3325-7911 / 3325-8551 Fone/Fax: (044) 3226-565886.038-080 - LONDRINA - PR 87.013 - 250 - MARINGÁ - PR

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PATO BRANCO PONTA GROSSAR: Silvera Martins, 456 - Cx.Postal 431 – Bairro Brasília R: Nestor Guimarães, 166Fone/Fax: (046) 3225-3144 Fone/Fax: (042) 2102-274485.504-020 - PATO BRANCO - PR 84.040-130 - PONTA GROSSA - PR

PARANAGUÁ PARANAVAÍR: Comendador Corrêa Júnior, 320 R: Antonio Vendramim, 2235 Fone/Fax: (041) 3422-6311 Fone: (044) 3423-191983.203 - 560 - PARANAGUÁ - PR Fax: (044) 3423-1498

87.708-030 - PARANAVAÍ - PR

TOLEDO UMUARAMAR: Sarandi, 294 - Centro Rodovia PR 323 km 303 – Parque ExposiçãoFone: (045) 3277-1101 Fone:(044) 3639-2311Fax: (045) 3277-1219 Fax: (044) 3639-279685.900 - 030 - TOLEDO - PR 87.507 - 000 - UMUARAMA - PR

UNIÃO DA VITÓRIAR: Profª Amazília, 747Fone: (042) 3522-1248Fax: (042) 3522-149984.600-000 - UNIÃO DA VITÓRIA - PR

ESCRITÓRIOS REGIONAIS DO DERAL

Esc. Regional de Cianorte Esc. Regional de IbaitiR: Manoel de Nóbrega, 13 – 87200-000 R: Rui Barbosa, 778 – Fundos – 849000-000Fone/Fax: (044) 3629-3800 Fone/Fax: (043) 3546-2650

Esc. Regional da Lapa Esc. Regional de LoandaAv. Caetano Munhoz da Rocha, 1741 – 83750-000Fone/Fax: (041) 3622-2977

R: Mato Grosso, Anexo prédio Prefeitura – Allto da Gloria – 87900-000Fone/Fax: (044) 3425-1401

Esc. Regional de Palmas Esc. Regional de PalmeiraR: Padre Aquiles Saporiti, 1.220 – 8555-000 R: Tenente Max Wolf Filho, 137 – 84130-000Fone/Fax: (046) 3623-1667 Fone/Fax: (042) 3252-3893

Esc. Regional de S.João do IvaíAv: Curitiba, 589 – 86930-000Fone/Fax: (043) 3477-1882

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