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Potencial Agropecuário da região Centro Norte de MT
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2
2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ..................................................................................................... 3
2.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS E PRODUÇÃO DA REGIÃO ............................................................. 5
2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA .......................................................................................................... 7
B – Geração de Empregos ................................................................................................................... 7
C – Geração de Tributos ...................................................................................................................... 8
3. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DA REGIÃO CENTRO NORTE ................................... 10
3.1 METODOLOGIAS DOS CENÁRIOS ................................................................................................ 11
A – Áreas ........................................................................................................................................... 12
B – Produções .................................................................................................................................... 13
3.2. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 50% .................................................................................. 15
A – Uso e Ocupação do solo .............................................................................................................. 15
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 50% ............................................................... 16
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 50% ................................................................... 16
D – Impactos socioeconômicos: Valor Bruto da Produção no Cenário 50% ..................................... 17
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos .................................................................... 18
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos ....................................................................... 18
3.3. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 65% .................................................................................. 19
A – Uso e Ocupação do solo .............................................................................................................. 19
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 65% ............................................................... 19
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 65% ................................................................... 20
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos .................................................................... 21
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos ....................................................................... 22
3.4. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 80% .................................................................................. 23
A – Uso e Ocupação do solo .............................................................................................................. 23
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 80% ............................................................... 23
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 65% ................................................................... 24
D – Impactos socioeconômicos: Valor Bruto da Produção no Cenário 80% ..................................... 25
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos .................................................................... 25
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos ....................................................................... 26
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 27
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1. INTRODUÇÃO
Há muito tempo se afirma que o Brasil seria o “celeiro do mundo”, isso vem se
tornando realidade, nos últimos 20 anos a agropecuária avançou significativamente,
período em que o Cerrado brasileiro consolidou a sua alta capacidade produtiva. Mato
Grosso se destaca nesse cenário, pela vastidão de seu território e por suas extensas áreas
de solos com topografia plana.
Se por um lado, o desenvolvimento da agricultura em Mato Grosso teve vantagens,
como o clima, relevo e extensas áreas disponíveis, de outro, existiam desafios, como a
baixa fertilidade natural dos solos e a logística precária e dispendiosa, resultando em
elevados custos de produção e de transporte.
O desenvolvimento tecnológico de uma agricultura altamente produtiva foi possível,
estabelecendo‐se, ao longo das ultimas décadas, um novo sistema de produção agrícola
nacional. Esse sistema, totalmente novo e com características particulares, ainda vem
sendo melhorado, aumentando a capacidade produtiva da “Agricultura Tropical no Cerrado
Brasileiro”.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o potencial produtivo e
econômico de 19 municípios de Mato Grosso, enquadrados aqui como região Centro
Norte.
Para tanto, com base na aptidão agrícola da região e nas atuais produtividades
alcançadas, foram estimados os potenciais produtivos e seus benefícios socioeconômicos.
O trabalho apresenta um panorama da situação atual da região e projeta três
cenários distintos, com a produção agrícola ocupando 50, 65 e 80% da região.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO
A região Centro Norte ocupa 16% do Estado de Mato Grosso, com seus 19 municípios
em uma área de 145.421 km². Localiza‐se entre os paralelos 11 e 13. Conta com uma
população de 326,9 mil habitantes, apresentando uma densidade demográfica abaixo da
média do Estado, com 2,2 hab./km².
Abaixo, pode‐se observar a Figura 1 com o mapa de Mato Grosso com destaque para
a Região.
Figura 1. Mapa de Mato Grosso com paralelos 11 e 13 e municípios da região Centro Norte em destaque.
Fonte: IMEA
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A seguir, na tabela 1, estão descritos os municípios e as respectivas populações.
Tabela 1. Municípios e população da região Centro Norte de Mato Grosso.
Município População BRASNORTE 13.975 CLÁUDIA 11.032 FELIZ NATAL 10.769 IPIRANGA DO NORTE 4.376 ITANHANGÁ 4.911 ITAUBA 4.625 JUARA 32.023 MARCELÂNDIA 14.084 NOVA UBIRATÃ 7.749 NOVA MARINGÁ 5.554 NOVO HORIZONTE DO NORTE 3.802 PORTO DOS GAÚCHOS 6.116 SANTA CARMEM 4.486 SINOP 110.513 SORRISO 57.799 TABAPORÃ 10.484 TAPURAH 11.020 UNIÃO DO SUL 4.106 VERA 9.468
Total 326.892 Fonte: IBGE
Localizada em uma área de transição de biomas, entre o cerrado e floresta, possui, ao
sul, predomínio de vegetação característica de cerrado e ao norte, início de vegetação com
fitofisionomia característica de floresta.
O solo predominante da região é o latossolo vermelho‐escuro distrófico (área
predominante de cor rosa e entre os paralelos 11 e 13, conforme mostra a figura 2 abaixo),
que precisa apenas de correção de acidez e adubação química para propiciar a atividade de
maior importância econômica da região: a agricultura.
Figura 2. Mapa de solos do estado de Mato Grosso. Região de cor rosa escuro: Latossolo vermelho‐escuro distrófico
Fonte: SEPLAN/MT
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2.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS E PRODUÇÃO DA REGIÃO
A região Centro Norte possui 9% de área protegida, 131,5 mil hectares em UC´s
(Unidades de Conservação) e 1,1 milhão de hectares em TI´s (Terras Indígenas). Além disso,
possui a obrigatoriedade de preservar na propriedade rural 35% e 80% (cerrado e floresta)
como Reserva Legal.
Com tradição na produção agrícola, trazida pelos sulistas nos anos 80, a cultura da
região é voltada a este setor produtivo, o que vem propiciando maiores produtividades nos
campos que ocupam com apenas 13% do seu território com agricultura e 14% com área de
pastagem. A Tabela 2, abaixo, apresenta o “uso e ocupação” do solo na região.
Tabela 2. Uso e ocupação do solo da região Centro Norte de Mato Grosso no Cenário Atual (em hectares).
Uso e Ocupação do Solo na região Centro Norte (ha)
* Área com Agricultura 1.907.460 (13%)
* Área com Bovinocultura 2.089.784 (14%)
Áreas de Conservação + Indígena 1.255.403 (9%)
Total da Região 14.542.100 (100%)
Área Restante 9.289.452 (64%)
Fonte: IBGE, IMEA e FUNAI * Estimativa com base na produção e produtividade
Identificada a necessidade de diversificação e rotação de culturas, a Região segmenta
seus campos produtivos com 1,9 milhões de hectares para primeira safra, ou seja, 30% da
área de primeira safra do Estado. Graças ao regime pluviométrico favorável, é permitida na
região uma segunda safra em até 100% da área de primeira safra, todavia em 2008 a área de
segunda safra foi de apenas 32%. A área total cultivada na Região em 2008 foi de 2,5
milhões de hectares, 31% do total cultivado no Estado.
Tabela 3. Áreas de cultivo total de grãos e algodão na região Centro Norte no Cenário Atual (em hectares).
Área de Cultivo total na região Centro Norte (ha)
1ª Safra 2ª Safra Total: 1ª Safra e 2ª Safra
Grãos Algodão
Total: 1ª Safra
Algodão Milho Total: 2ª Safra
(soja, milho e
arroz)
Cenário Atual 1.878.440 29.020 1.907.460 31.310 575.182 606.492 2.513.952
Fonte: IBGE
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O papel que a região exerce sobre a responsabilidade de abastecimento das
indústrias transformadoras e, demanda internacional por alimentos, é de grande
importância com sua produção de 8,2 milhões de toneladas de grãos e fibra.
Tabela 4. Produção de grãos e algodão na região Centro Norte no Cenário Atual (em toneladas).
Produção Agrícola total na região Centro Norte (ton.)
1ª Safra 2ª Safra
Total: 1ª Safra e 2ª Safra
Grãos Algodão Total: 1ª
Safra
Algodão Milho Total: 2ª
Safra
(soja, milho e
arroz)
Cenário Atual 5.892.509 181.141 6.073.650 95.447 2.038.864 2.134.311 8.207.961
Fonte: IBGE
Com o aumento constante nos índices de produtividade, “quebrando” recordes, a
agricultura da região, assim como do Estado, vem demonstrando ao longo dos anos
melhorias contínuas na produção agrícola. Decorrente desta excelência produtiva nos
últimos anos, indústrias frigoríficas, impulsionadas pelos benefícios de instalarem suas
plantas junto à abundante matéria prima, fizeram com que Mato Grosso entrasse em seu
novo ciclo: o ciclo agroindustrial. Dessa forma, o abate de aves no Estado cresceu
substancialmente nos últimos anos. A concentração produtiva deste segundo ciclo encontra‐
se concentrada em municípios de fronteira como a região Centro Norte.
Com uma estimativa de que a Região destinaria toda a sua produção de milho e, 25%
da produção de soja, para agregar valor a este ciclo agroindustrial, a Região conseguiria
produzir 702,7 milhões de kg de carne de frango ou 281 milhões de frangos e 3 milhões de
suínos, o que equivale suprir 48% da capacidade industrial que opera hoje no Estado com
frangos e 75% com suínos.
Tabela 4. Produção de carnes na região Centro Norte no Cenário Atual (em quilogramas) e respectivo abastecimento da demanda nacional (percentual).
Produção de carnes da região Centro Norte (kg) e suprimento da demanda nacional
Carnes Produção (kg) Suprimento da
demanda nacional Frango 702.690.747 11%Suína 261.576.592 11% Bovina 65.403.261 1%
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2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
A importância, peso, do agronegócio na economia mato‐grossense e brasileira é
tamanha que basta uma desaceleração para que a balança comercial sinta uma queda.
Dessa forma, a seguir, é demonstrado como as culturas impactam a arrecadação de
impostos em Mato Grosso e a geração de renda, através do valor bruto da produção da
Região.
A– Valor Bruto da Produção (VBP)
O Valor Bruto da Produção Agropecuária representa toda a receita bruta gerada
na agropecuária de bens finais e intermediários. É o resultado da multiplicação do preço
médio dos produtos, realizado em um determinado período, pela respectiva quantidade
produzida.
Tabela 5. Estimativa do Valor Bruto da Produção no ano de 2008 na região Centro Norte.
Valor Bruto da Produção: Safra 07/08
Commodities Produção (ton)
∆% da Produção da Região na Nacional
Valor Bruto da Produção (R$)
Soja 5.570.092 9,3% 3.478.522.454
Milho 2.120.573 3,6% 525.548.675
Algodão 276.588 11,0% 720.235.152
Arroz 240.708 2,0% 149.238.960
Carne Bovina 65.403 3,9% 315.287.320
Carne Suína 261.577 8,4% 523.153.185
Carne de Frango 702.691 6,3% 1.054.036.120
TOTAL 9.237.632 6.766.021.867
B – Geração de Empregos
Fundamentado no estudo realizado por Figueiredo at AL (2003) a análise dos
resultados dos multiplicadores de emprego está apresentada na forma mais usual, análise
em variação de R$ 1 milhão. Como os modelos de aplicação insumo‐produto são demanda
induzida, o multiplicador de emprego é um indicador que mostra o número de empregos
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gerados por unidade monetária produzida em um determinado setor. Por exemplo, no caso
da soja, ao se atender a demanda em R$ 1 milhão, foram gerados 12 empregos diretos, 45
indiretos e 123 induzidos. A base da matriz é inter‐regional e os multiplicadores distribuem‐
se dentro e fora de Mato Grosso.
Tabela 6. Estimativa da Geração de empregos pela Agropecuária na região Centro Norte.
Geração de empregos no Estado e País (hab)
Commodities EMPREGOS DIRETOS
EMPREGOS INDIRETOS
INDUZIDOS
Algodão 5.762 17.286 50.416
Arroz 895 3.283 10.745
Milho 6.307 23.650 64.642
Soja 41.742 156.534 427.858
Avicultura 12.648 162.322 85.377
Bovinocultura de Corte 2.522 20.494 23.331
Suinocultura 6.278 80.566 42.375
TOTAL 54.706 200.752 553.662
C – Geração de Tributos
Em virtude da obrigatoriedade do produtor em pagar tributos incidentes sobre a
receita bruta de produtos agropecuários e outros, foi estimado quanto o Estado e Governo
Federal arrecadariam com o FETHAB e FUNRURAL nos cenários propostos. Dada a alta
complexidade nos cálculos do ICMS, este não está apresentado, mas é notória a existência
do mesmo.
O FUNRURAL (art. 15, II da Lei Complementar 11/71), fundo criado com objetivo de
custear o programa‐ PRORURAL (Programa de Assistência ao Trabalhador Rural). O programa
promove ações assistenciais ao trabalhador rural (aposentadoria por velhice e invalidez,
pensão, auxilio funeral, serviço de saúde e serviço social), bem como cuida da previdência
social do mesmo.
Já o FETHAB, criado pela Lei 7.882, de 30/12/02, tem como objetivo financiar o
planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação dos serviços nos setores de
transporte e habitação em todo o Estado. Atualmente, é importante para o Estado, pois
auxilia no financiamento de casas e estradas.
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Tabela 7. Estimativa da receita do FETHAB E FUNRURAL no ano de 2008 pela região Centro Norte.
Receita de Tributos ao estado de Mato Grosso (R$) Commodities FETHAB FUNRURAL Soja 34.407.957 80.006.016 Milho ‐ 12.087.620 Algodão 1.811.196 16.565.408 Arroz ‐ 3.432.496 Carne Bovina 492.097 7.251.608 Carne Suína ‐ 12.032.523 Carne de Frango ‐ 24.242.831 TOTAL 36.711.250 155.618.503
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3. POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DA REGIÃO CENTRO NORTE
Por todas as características já mencionadas, como baixa ocupação territorial e
condições edafoclimáticas para produção, a região Centro Norte possui um grande potencial
para expansão. Dessa foram projetadas estimativas produtivas e econômicas caso a
produção agrícola e pecuária ocupasse 50%, 65% ou 80% da área total remanescente da
região, exceto as áreas protegidas (UC´s ‐ Unidades de Conservação e TI´s – Terras
Indígenas).
Figura 3. Ilustração do percentual de área de agricultura e pecuária com base na área total remanescente da região Centro Norte nos diferentes cenários, atual, 50%, 65% e 80%.
ATUAL SITUAÇÃO DO ESTADO
(com base na área remanescente)
ÁREA TOTAL REMANESCENTE (ha): 13.286.697
ÁREA DA AGRICULTURA: 14%
ÁREA DA PECUÁRIA: 16%
CENÁRIO 50%
ÁREA DA AGRICULTURA: 35%
ÁREA DA PECUÁRIA: 15%
CENÁRIO 65%
ÁREA DA AGRICULTURA: 50%
ÁREA DA PECUÁRIA: 15%
CENÁRIO 80%
ÁREA DA AGRICULTURA: 65%
ÁREA DA PECUÁRIA: 15%
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3.1 METODOLOGIAS DOS CENÁRIOS
Mensurada a área remanescente da Região, foi calculada a quantidade de área
ocupada com pecuária, agricultura, UC´s e TI´s (Unidades de Conservação e Terras Indígenas)
para os cenários estipulados de 50%, 65% e 80%. A variação de área ocupada deu‐se sobre a
agricultura já a pecuária ficou com 15% sobre a atual área remanescente, independente do
cenário, conforme exemplificado na Figura 3. A segmentação por cultura ficou baseada na
proporcionalidade do cenário atual, ou seja, atualmente a área de soja representa 93% da
área produtiva total, portanto, nos cenários também representará.
O diferencial dos cenários expansionistas para o cenário atual foi a inclusão,
estimada, da produção de milheto e sorgo, que juntos aparecem dividindo espaço na
segunda safra com o milho. Foi estipulado, para a safrinha, uma ocupação total de 70% da
área de soja. Dessa forma a área ocupada ficou: 35% milho, 30% milheto, 5% sorgo. O
objetivo desta produção é a integração lavoura‐pecuária combinada a um confinamento.
Para metodologia de produção de outras carnes (suínos e frangos) no Cenário Atual,
foi transformada a produção de soja e milho da safra 07/08 em ração (75% milho + 25%
farelo de soja). Dessa forma, toda a produção de milho e, apenas 25% da produção de soja
foram destinadas à fabricação de ração. Do total, 70% da ração seriam destinadas à
alimentação de frangos e 30% de suínos, para o cenário atual. Por conseguinte foi efetuado
o cálculo de quantas cabeças a Região conseguiria abater, levando‐se em consideração a
existência de matrizes no sistema produtivo.
Nos cenários de 50%, 65% e 80%, a distribuição da ração deu‐se da seguinte forma:
60% aves, 30% suínos e, 10% bovinos. A distribuição a bovinos atende o objetivo de
alimentar o gado confinado, proporcionando ganhos em produtividade à Região.
Também foi estimado o percentual da demanda nacional que a Região é capaz de
suprir com base na estimativa de consumo médio anual por habitante (IBGE).
Vale lembrar que a região, em todos os cenários, conta com um excedente de 75% na
produção de soja, que podem ser transformadas em óleo, farelo bem como exportação da
matéria‐prima.
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Para o melhor entendimento dos cálculos, foram elaboradas tabelas comparativas com o
detalhamento das metodologias, itens A e B.
A – Áreas
CENÁRIO ATUAL CENÁRIOS: 50%, 65% e 80%
ÁREAS
Unidade: hectares
Área total da Região
Fonte: IBGE 2007
Áreas protegidas da Região Fonte: Funai, IMEA
Área total de agricultura
Cálculo:
Soma das áreas de primeira safra (algodão + soja+ arroz) Cálculo:
Cenário 50% ‐> 35% da área total da região, descontada as áreas protegidas
Fonte: 3ª estimativa IBGE
Cenário 65% ‐> 50% da área total da região, descontada as áreas protegidas
Cenário 80% ‐> 65% da área total da região, descontada as áreas protegidas
Áreas de agricultura
Fonte:
3ª estimativa IBGE
Cálculo:
Baseado na proporcionalidade do "Cenário Atual". Ex: Área de soja no "Cenário Atual": 1,8 milhões de ha e Área total de Agricultura: 1,9 milhões. Representatividade: 93%.Portanto nos cenários a área de soja é 93% da Área total de Agricultura do cenário. Diferentemente do “Cenário Atual”, foi a inclusão, estimada, de produção de milheto e sorgo dividindo espaço na segunda safra com o milho. Para a safrinha a ocupação total seria de 70% da área de primeira safra. Dessa forma a área ocupada ficou: 35% milho, 30% milheto, 5% sorgo
Áreas de Bovinocultura
Fonte: IMEA Cálculo: Cenário 50% ‐> 15% da área total da região, descontada as áreas protegidas
Cenário 65% ‐> 15% da área total da região, descontada as áreas protegidas
Cenário 80% ‐> 15% da área total da região, descontada as áreas protegidas
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B – Produções
CENÁRIO ATUAL CENÁRIOS: 50%, 65% e 80%
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Fonte: 3ª estimativa IBGE Cálculo: Com base na produtividade média de cada uma das culturas, estimada pelo IBGE, foram multiplicadas pela área destinada as mesmas (conforme o cenário). A soma das produções resultou na produção agrícola do cenário.
Ano Safra: 2007/08
Cálculo: Soma das produções de primeira safra: soja, milho, algodão e arroz e, de segunda safra: algodão e milho.
PRODUÇÃO DE AVES
Cálculo: Foi projetado que 70% da ração produzida (25% da produção de soja, transformada em farelo (78% da soja) + 100% da produção de milho, tornando‐se assim uma proporção 75:25 milho‐soja) seja destinada para produzir aves.
Cálculo: Foi projetado que 60% da ração produzida (25% da produção de soja, transformada em farelo (78% da soja) + 100% da produção de milho, tornando‐se assim uma proporção 75:25 milho‐soja) seja destinada para produzir aves.
Cada kg de frango que vai para abate
consome 2,28 kg de ração e matriz 4 kg. Dessa foi possível estimar o rebanho total de frangos para abate e as matrizes.
Cada kg de frango que vai para abate consome 2,28 kg de ração e matriz 4 kg. Dessa forma foi possível estimar o rebanho total de frangos para abate e as matrizes.
Comparando com a estimativa do IMEA
da capacidade de abate do Estado em 2008, pode‐se estimar quanto a Região supre ou supera essa capacidade.
Comparando com a estimativa do IMEA da capacidade de abate do Estado em 2008, pode‐se estimar quanto a Região supre ou supera essa capacidade
PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Cálculo: Foi projetado que 30% da ração produzida (25% da produção de soja, transformada em farelo (78% da soja) + 100% da produção de milho, tornando‐se assim uma proporção 75:25 milho‐soja) seja destinada a produzir suínos.
Cada kg de suíno que vai para abate consome 3,00 kg de ração e matriz 5,25 kg. Dessa forma foi estimado o rebanho total de suínos.
Comparando com a estimativa do IMEA da capacidade de abate do Estado em 2008, pode‐se estimar quanto a Região supre ou supera essa capacidade.
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PRODUÇÃO DE BOVINOS
Fonte: INDEA
Cálculo de gado
confinado no verão:
Foi projetado que 10% da ração produzida (25% da produção de soja, transformada em farelo (78% da soja) + 100% da produção de milho, tornando‐se assim uma proporção 75:25 milho‐soja) seja destinada a produzir rebanho bovino.
Cálculo: Com o dado de abate por cabeça do INDEA estimou‐se que a quantidade de carne fosse de 16,5 kg por arroba e um desfrute de 70%.
Com a produção de sorgo em 5% da área total remanescente do Estado, estimamos que 15% dessa área seja transformada em silagem para alimentar o rebanho bovino da Região. Foi admitido que no processo de transformação do sorgo em silagem haja uma perda de 15%.
O limitante para a produção de rebanho confinado no verão é a ração. Quanto à silagem de sorgo, se este se apresentasse como limitante, poder‐se‐ia aumentar a quantidade a ser produzida, que é de 15% da área de sorgo e, se mesmo assim não fosse possível, reduzir o número da área de milheto e aumentar a de sorgo. Por isso a silagem não é enquadrada como limitante.
Sabendo que a ração é o limitante pode‐se saber
quantas cabeças podem ser confinadas a partir do cálculo de quantas cabeças serão supridas. Foi admitido que seja necessário 2% de ração por dia em um período de 120 dias para cabeça de 450 kg.
Em cima do número de cabeças que serão alimentadas
com ração estimamos quanto de silagem necessitarão: 12 kg de silagem por 120 dias.
Cálculo de
gado na pastagem
no inverno e verão:
Com a área de 15% da área total remanescente da Região, foi calculado que a ocupação com gado no inverno seja de 2,5 unidades animal por hectare e, no verão, em função da seca, 1 unidade animal.
No verão, seria utilizado além da área de pastagem, a
área de milheto e de sorgo, no chamado "integração: lavoura‐pecuária", com ocupação de 1 unidade animal por hectare.
Cálculo do
rebanho: Produção em área de inverno (neste caso, gargalo) + produção em confinamento = número do rebanho
Produção em áreas: Gargalo produtivo. O número de cabeças admitido a ser produzido nas áreas é o que seja suportado tanto no verão quanto no inverno.
Cálculo de
produção de carne:
Abate 21% do gado de pastagem + 40% de abate do gado confinado, considerando que a carcaça seja de 247,5 kg e com um desfrute de 70%.
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
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3.2. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 50%
A seguir estão apresentados os dados de incrementos produtivos e resultados
econômicos, decorrentes de uma evolução de abertura de área de 20 ppc, para 50% na área
remanescente da Região.
A – Uso e Ocupação do solo
Com uma expansão de 50% em cima da área total remanescente, a região ainda
contará com 6,6 milhões de hectares preservados além dos 1,3 milhão conservados. Esse
valor equivale a 1,6 vezes a área agrícola e de pastagem cultivada atualmente na região. A
abertura da área agrícola para 35%, 21 ppc a mais que o cenário atual, proporcionará um
aumento significativo na produção agrícola do Estado.
A área de pastagem para bovinocultura apresentou um decréscimo de 1 ppc com
relação ao cenário atual, razão esta de o incremento produtivo advir não da expansão
territorial e sim da combinação da integração lavoura+pecuária com confinamento no
período da seca.
Tabela 8. Uso e ocupação do solo da região Centro Norte de Mato Grosso no Cenário 50% (em hectares) com
comparativo com o Cenário Atual (em %).
Uso e Ocupação do Solo na região Centro Norte com expansão de área em 50% da área total remanescente (ha)
Área com Agricultura 4.650.344 (32%) Área com Bovinocultura 1.993.004 (14%) Áreas de Conservação + Indígena 1.255.403 (9%) TOTAL DA REGIÃO 14.542.100 (100%) Área Restante 6.643.348 (45%)
Fonte: IBGE, IMEA e FUNAI
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
16
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 50%
A expansão incrementaria a produção de grãos e fibra da Região em 141% para 19,8
milhões de toneladas, 71% da atual produção do Estado. A commodity de maior impacto é o
algodão que saltaria de 277 mil toneladas para 767 mil.
Tabela 9. Produção de grãos e fibra na região Centro Norte no Cenário 50% (em toneladas) com comparativo
com o Cenário Atual (em %).
Produção Agrícola total na região Centro Norte (ton)
Cenário Atual Cenário 50% Variação (%)
Soja 5.570.092 13.417.753 141%
Milho 2.120.573 5.310.014 150%
Algodão 276.588 767.307 177%
Arroz 240.708 284.014 18%
Total 8.207.961 19.779.087 141%
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 50%
O cenário do agronegócio da Região, embora excelente na produção agrícola,
encontra‐se em uma situação de produção de predominância primária. Ainda que as
oportunidades para geração de renda à Região sejam enormes, a agregação de valor pela
transformação de proteína vegetal em animal passa a ser a forma mais evidente para a atual
conjuntura da Região.
O espaço para instalação de novos parques industriais, que permitam essa agregação
de valor em carnes, é tão amplo que se a região aumentasse sua área em 50%, do total
remanescente, conseguiria com a transformação de toda sua produção de milho e 25% da
de soja, superar em 18% a atual capacidade do Estado de abate de frangos e 84% da
capacidade de abate de suínos.
Já a produção de carne bovina, apesar de sofrer uma redução na área de pastagem
em 1 ppc apresentaria uma produção, quando combinada com a integração lavoura‐
pecuária e confinamento no período da seca, 172% superior à atual produção.
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
17
Com o aumento na produção de carnes, comparada ao cenário atual, a Região
aumentaria aproximadamente 15 ppc o abastecimento de carne suína e de frangos (tabela
10) e, triplicaria o abastecimento de carne bovina à população nacional.
Tabela 10. Produção de carnes na região Centro Norte no Cenário 50% (em quilogramas), abastecimento da demanda nacional (percentual) e comparativo de abastecimento da demanda nacional com o Cenário Atual (em ppc).
Produção de carnes (kg) e suprimento da demanda brasileira
Carnes Produção (kg) Suprimento da
demanda brasileira
Variação do suprimento da demanda do cenário
atual (ppc)
Frango 1.732.436.928 26% 15
Suína 644.899.553 27% 16
Bovina 177.792.993 3% 2
D – Impactos socioeconômicos: Valor Bruto da Produção no Cenário 50%
Em termos econômicos o valor da produção cresceria na ordem de 146% o que
contribuiria para o desenvolvimento não só do Estado, mas de todo o país dado o efeito
multiplicador das cadeias.
Sendo o Valor Bruto da Produção, um indicador que engloba os produtos finais e
intermediários da produção, vislumbramos pelo ganho de mais de 500 milhões de reais, o
quão benéfico, em termos de valor de produção, seria se toda a produção de milho e 25% da
produção de soja fossem transformadas em proteína vegetal.
Tabela 11. Estimativa do Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 50% e comparativo do VBP com o Cenário Atual (em %).
Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 50%
Commodities Produção (ton)
∆% da Produção da Região na Nacional
Valor Bruto da Produção (R$)
Variação percentual do VBP do Cenário Atual
Soja 13.417.753 22,4% 8.379.386.933 141%
Milho 5.310.014 9,1% 1.315.998.395 150%
Algodão 767.307 30,6% 1.998.066.728 177%
Arroz 284.014 2,4% 176.088.451 18%
Carne Bovina 177.793 10,6% 857.080.754 172%
Carne Suína 644.900 20,8% 1.289.799.105 147%
Carne de Frango 1.732.437 15,5% 2.598.655.392 147%
TOTAL 22.334.217 16.615.075.758 146%
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
18
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos
No cenário 50% o aumento da produção agrícola e investimentos em outras
atividades propiciariam ao país um ganho de 1,2 milhões de empregos entre diretos,
indiretos e induzidos, um aumento de 143% com relação ao cenário atual.
Tabela 12. Estimativa da Geração de empregos pela Agropecuária na região Centro Norte no Cenário 50%.
Geração de empregos no Estado e País (hab.) no Cenário 50%
Commodities EMPREGOS DIRETOS
EMPREGOS INDIRETOS
INDUZIDOS
Algodão 15.985 47.954 139.865
Arroz 1.057 3.874 12.678
Milho 15.792 59.220 161.868
Soja 100.553 377.072 1.030.665
Avicultura 31.184 400.193 210.491
Bovinocultura de Corte 6.857 55.710 63.424
Suinocultura 15.478 198.629 104.474
TOTAL 133.386 488.120 1.345.075
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos
A arrecadação do FETHAB e FUNRURAL aumentaria 143 e 146% respectivamente com
relação ao cenário atual. Como conseqüência ao aumento, o Estado estará apto a suportar as
oportunidades advindas do crescimento produtivo.
Tabela 13. Estimativa da receita do FETHAB E FUNRURAL no Cenário 50% pela região Centro Norte e comparativos com o Cenário Atual (em %).
Receita de Tributos ao estado de Mato Grosso e Brasil (R$) no Cenário 50%
Commodities FETHAB ∆% do FETHAB do Cenário Atual
FUNRURAL ∆% do FUNRURAL do Cenário Atual
Soja 82.885.071 141% 192.725.899 141%
Milho ‐ 30.267.963 150%
Algodão 5.024.595 177% 45.955.535 177%
Arroz ‐ 4.050.034 18%
Carne Bovina 1.337.723 172% 19.712.857 172%
Carne Suína ‐ 29.665.379 147%
Carne de Frango ‐ 59.769.074 147%
TOTAL 89.247.390 143% 382.146.742 146%
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
19
3.3. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 65%
Assim como no cenário 50% foi elucidado neste tópico as simulações produtivas e econômicas caso a área produtiva com agricultura ocupe 50% da área restante da Região e a pecuária 15%.
A – Uso e Ocupação do solo
Se a ocupação concedida fosse de 65% da área restante, a Região manteria ainda 4,6
milhões de hectares conservados, ou seja, 4 vezes mais a área protegida em unidades de
conservação e terras indígenas hoje determinadas.
Tabela 14. Uso e ocupação do solo da região Centro Norte de Mato Grosso no Cenário 65% (em hectares) com
comparativo com o Cenário Atual (em %).
Uso e Ocupação do Solo na região Centro Norte com expansão de área em 65% da área total remanescente (ha)
Área com Agricultura 6.643.348 (46%) Área com Bovinocultura 1.993.004 (14%) Áreas de Conservação + Indígena 1.255.403 (9%) TOTAL DA REGIÃO 14.542.100 (100%) Área Restante 4.650.344 (31%)
Fonte: IBGE, IMEA e FUNAI * Estimativa com base na produção e produtividade
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 65%
Produzindo em 65% da área, sendo 50% área de agricultura, a Região vislumbraria
um aumento de quase 250% na produção de grãos e fibra. Tal crescimento levaria a região a
ultrapassar a produção de 2008 do Estado em 256 mil toneladas.
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
20
Tabela 15. Produção de grãos e fibra na região Centro Norte no Cenário 65% (em toneladas) com comparativo
com o Cenário Atual (em %).
Produção Agrícola total na região Centro Norte (ton)
Cenário Atual Cenário 65% Variação (%) Soja 5.570.092 19.168.219 244% Milho 2.120.573 7.585.734 258% Algodão 276.588 1.096.152 296% Arroz 240.708 405.734 69% Total 8.207.961 28.255.839 244%
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 65%
A projeção no aumento da produção de grãos, soja e milho, ocasionará em um
aumento na quantidade de ração destinada às agroindústrias. Dessa forma, a produção de
frangos sairia dos atuais 0,7 milhões de toneladas e passaria para 2,47 milhões de toneladas,
ultrapassando em 68% a atual capacidade de abate do Estado. Com o mesmo raciocínio a
suinocultura passa a produzir 921,3 mil toneladas, o que exigiria uma readequação das
plantas de abate para suportar o excedente de 283% da capacidade atual. Já o aumento
produtivo da bovinocultura é na ordem de 222,9 mil de toneladas.
Tabela 16. Produção de carnes na região Centro Norte no Cenário 65% (em quilogramas), abastecimento da
demanda nacional (percentual) e comparativo de abastecimento da demanda nacional com o Cenário Atual
(em ppc).
Produção de carnes (kg) e suprimento da demanda brasileira
Carnes Produção (kg)Suprimento da
demanda brasileira
Variação do suprimento da
demanda do cenário atual (ppc)
Frango 2.474.909.898 37% 26
Suína 921.285.075 39% 28
Bovina 222.914.067 3% 2
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
21
D – Impactos socioeconômicos: Valor Bruto da Produção
O Valor Bruto da Produção de 23 bilhões de reais é 18,6 bilhões maior que o cenário
atual. Assim como nos demais cenários projetados, o algodão destaca‐se como o de maior
variância quanto ao atual cenário.
Tabela 17. Estimativa do Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 65% e comparativo do VBP com o Cenário Atual (em %).
Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 65%
Commodities Produção (ton)
∆% da Produção da Região na Nacional
Valor Bruto da Produção (R$)
Variação percentual do Cenário Atual
Soja 19.168.219 31,9% 11.970.552.762 244%
Milho 7.585.734 12,9% 1.879.997.707 258%
Algodão 1.096.152 43,8% 2.854.381.040 296%
Arroz 405.734 3,4% 251.554.930 69%
Carne Bovina 222.914 13,3% 1.074.594.412 241%
Carne Suína 921.285 29,7% 1.842.570.150 252%
Carne de Frango 2.474.910 22,2% 3.712.364.846 252%
TOTAL 31.874.948 23.586.015.847 249%
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos
A quantidade de empregos proporcionada pelo avanço produtivo e agregação de
valor aos produtos primários passa a ser 3,5 vezes maior que o atual cenário. A soja destaca‐
se como a maior geradora de empregos diretos pela elevada produção do cenário enquanto
a avicultura ganha destaque nos empregos indiretos pelo elevado coeficiente atribuído.
Tabela 18. Estimativa da Geração de empregos pela Agropecuária na região Centro Norte no Cenário 65%.
Geração de empregos no Estado e País (hab) no Cenário 65%
Commodities EMPREGOS DIRETOS
EMPREGOS INDIRETOS
INDUZIDOS
Algodão 15.985 68.505 199.807
Arroz 1.509 5.534 18.112
Milho 22.560 84.600 231.240
Soja 143.647 538.675 1.472.378 Avicultura 44.548 571.704 300.702 Bovinocultura de Corte 8.597 69.849 79.520 Suinocultura 22.111 283.756 149.248
TOTAL 190.551 697.314 1.921.536
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
22
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos
A arrecadação de 127 milhões de reais com FETHAB e 542 com FUNRURAL em apenas
um ano de produção significa dois anos e meio de produção aos níveis atuais, portanto se o
cenário produtivo passasse para 65% de ocupação o Estado e País estariam arrecadando em
2 anos o equivalente a 5 anos hoje.
Tabela 19. Estimativa da receita do FETHAB E FUNRURAL no Cenário 65% pela região Centro Norte e comparativos com o Cenário Atual (em %).
Receita de Tributos ao estado de Mato Grosso e Brasil (R$) no Cenário 65%
Commodities FETHAB ∆% do Fethab do Cenário Atual
FUNRURAL ∆% do FUNRURAL do
Cenário Atual
Soja 118.407.245 244% 275.322.714 244%
Milho ‐ 43.239.947 258%
Algodão 7.177.993 296% 65.650.764 296%
Arroz ‐ 5.785.763 69%
Carne Bovina 1.677.216 241% 24.715.671 241%
Carne Suína ‐ 42.379.113 252%
Carne de Frango ‐ 85.384.391 252%
TOTAL 127.262.454 247% 542.478.364 249%
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
23
3.4. POTENCIAL PRODUTIVO – CENÁRIO 80%
Seguindo a mesma linha metodológica dos demais cenários estimados, 50 e 65%, os
itens abaixo apresentam os dados no caso da região expandir sua área produtiva para 80%
de ocupação na área excludente à de conservação.
A – Uso e Ocupação do solo
Como último cenário produtivo estimado, a região passaria a ocupar 73% de sua área com
meios produtivos e contaria com 4,6 milhões de hectares, 30 vezes a cidade de São Paulo.
Tabela 20. Uso e ocupação do solo da região Centro Norte de Mato Grosso no Cenário 80% (em hectares) com
comparativo com o Cenário Atual (em %).
Uso e Ocupação do Solo na região Centro Norte com expansão de área em 80% da área total remanescente (ha)
Área com Agricultura 8.636.353 (59%) Área com Bovinocultura 1.993.004 (14%) Áreas de Conservação + Indígena 1.255.403 (9%) TOTAL DA REGIÃO 14.542.100 (100%) Área Restante 2.657.339 (18%)
Fonte: IBGE, IMEA e FUNAI * Estimativa com base na produção e produtividade
B – Projeção da Produção da Agricultura no Cenário 80%
A produção agrícola, no cenário proposto, representa 4,5 vezes a produção da safra
07/08 da região. A produção projetada para a região ultrapassaria então a atual produção
mato‐grossense em 8,7 milhões de toneladas
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
24
Tabela 21. Produção de grãos e fibra na região Centro Norte no Cenário 80% (em toneladas) com comparativo
com o Cenário Atual (em %).
Produção Agrícola total na região Centro Norte (ton)
Cenário Atual Cenário 80% Variação (%) Soja 5.570.092 24.918.685 347% Milho 2.120.573 9.861.454 365% Algodão 276.588 1.424.998 415% Arroz 240.708 527.454 119% Total 8.207.961 36.732.591 348%
C – Projeção da Produção da Pecuária no Cenário 80%
Neste último cenário as produções de carne da Região conseguiriam suprir, com
exceção da carne bovina, metade da população brasileira com uma nutrição alimentar
equiparada a média dos países desenvolvidos. O incremento neste abastecimento chega a
ser de 37 ppc no frango no comparativo com o cenário atual.
A produção de carnes da Região passa a representar quase 30% da produção
nacional, sendo a produção de suínos a mais representativa, 38,5%.
Tabela 22. Produção de carnes na região Centro Norte no Cenário 80% (em quilogramas), abastecimento da demanda nacional (percentual) e comparativo de abastecimento da demanda nacional com o Cenário Atual (em ppc).
Produção de carnes (kg) e suprimento da demanda brasileira
Carnes Produção (kg)Suprimento da
demanda brasileira
Variação do suprimento da
demanda do cenário atual (ppc)
Frango 3.217.382.867 48% 37
Suína 1.197.670.598 50% 16
Bovina 268.035.141 4% 3
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
25
D – Impactos socioeconômicos: Valor Bruto da Produção no Cenário 80%
A premissa de valor agregado fica ainda mais concreta quando analisado os
resultados abaixo obtidos. A produção de frango, apesar de representar um número menor
que a metade da produção de milho apresenta um valor produtivo duas vezes maior.
Tabela 23. Estimativa do Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 80% e comparativo do VBP com o Cenário Atual (em %).
Valor Bruto da Produção da região Centro Norte no Cenário 80%
Commodities Produção (ton) ∆% da Produção da Região na Produção
nacional
Valor Bruto da Produção (R$)
Variação percentual do Cenário Atual
Soja 24.918.685 41,5% 15.561.718.591 347%
Milho 9.861.454 16,8% 2.443.997.019 365%
Algodão 1.424.998 56,9% 3.710.695.351 415%
Arroz 527.454 4,4% 327.021.409 119%
Carne Bovina 268.035 16,0% 1.292.108.071 310%
Carne Suína 1.197.671 38,5% 2.395.341.195 358%
Carne de Frango 3.217.383 28,8% 4.826.074.300 358%
TOTAL 41.415.679 30.556.955.936 352%
E – Impactos socioeconômicos: Geração de Empregos
O número de pessoas empregadas com a simulação de 80% de ocupação é bastante
expressivo já que as 3,6 milhões unidades de emprego sugerem que seja necessário uma
migração ao Estado de mais de 1 milhão de habitantes, considerando que todos as vagas
sejam disponibilizadas no Estado.
Tabela 24. Estimativa da Geração de empregos pela Agropecuária na região Centro Norte no Cenário 80%.
Geração de empregos no Estado e País (hab) no Cenário 80%
Commodities EMPREGOS DIRETOS
EMPREGOS INDIRETOS
INDUZIDOS
Algodão 29.686 89.057 259.749 Arroz 1.962 7.194 23.546 Milho 29.328 109.980 300.612 Soja 186.741 700.277 1.914.091 Avicultura 57.913 743.215 390.912 Bovinocultura de Corte 10.337 83.987 95.616 Suinocultura 28.744 368.883 194.023 TOTAL 247.716 906.508 2.497.997
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
26
F – Impactos socioeconômicos: Geração de Tributos
Conforme se pode observar na tabela abaixo, tanto o estado de Mato Grosso como o
Governo Federal aumentariam consideravelmente suas fontes de receita lembrando que
mensuramos apenas estes dois impostos diretos, FETHAB e FUNRURAL, não analisando a
carga tributária na cadeia como um todo.
Tabela 25. Estimativa da receita do FETHAB E FUNRURAL no Cenário 80% pela região Centro Norte e comparativos com o Cenário Atual (em %).
Receita de Tributos ao estado de Mato Grosso e Brasil (R$) no Cenário 80%
Commodities FETHAB ∆% do Fethab do Cenário Atual
FUNRURAL ∆% do FUNRURAL do
Cenário Atual
Soja 153.929.418 347% 357.919.528 347%
Milho ‐ 56.211.931 365%
Algodão 9.331.391 415% 85.345.993 415%
Arroz ‐ 7.521.492 119%
Carne Bovina 2.016.709 310% 29.718.486 310%
Carne Suína ‐ 55.092.847 358%
Carne de Frango ‐ 110.999.709 358%
TOTAL 165.277.519 350% 702.809.987 352%
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
27
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crescimento da população mundial e o conseqüente aumento da demanda
nacional e internacional por alimentos nos mostram que a produção tem dois caminhos a
seguir:
• Aumento da produtividade, ou seja, produzir mais em menor espaço;
• Expansão das áreas de produção em áreas de fronteira agrícola.
Os resultados obtidos neste estudo, com estimativas do potencial produtivo e
benefícios socioeconômicos, demonstram grandes oportunidades para a expansão da
produção agrícola na região Centro Norte.
As características peculiares que a região apresenta (relevo, clima e solo) permitem o
aumento significativo da produção e com alta produtividade, evitando o desmatamento e a
abertura de áreas pouco produtivas.
A principal razão de se priorizar a região Centro Norte para a expansão está na
possibilidade de se produzir com alta produtividade. Nesta região é possível realizar duas ou
até três safras por ano, sendo a ultima representada pelo plantio de pastagem e do sistema
ILP (Integração Lavoura Pecuária), suprindo a escassez de oferta de capim no período seco
do ano, limitante de produtividade.
O grande desafio é produzir com sustentabilidade, para isso a premissa básica é
desenvolver políticas públicas, destinar recursos, principalmente para infra‐estrutura
logística e elaborar mecanismos financeiros para desenvolver regiões com elevada
produtividade.
A Tabela 25, a seguir, apresenta o resumo do estudo, com o uso e ocupação do solo,
os incrementos da produção e os benefícios socioeconômicos dos diferentes cenários do
estudo.
Potencial Agropecuário da região Centro Norte de Mato Grosso
28
Tabela 25. Resultados produtivos e econômicos atuais e obtidos nos cenários de 50, 65 e 80% de ocupação da Região Centro Norte.
Unidade Cenário Atual
Cenário 50%
Cenário 65%
Cenário 80%
ÁREA TOTAL DA REGIÃO milhões ha ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 14,5 ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Área com Agricultura milhões ha 1,91 4,65 6,64 8,64
Área com Bovinocultura milhões ha 2,09 1,99 1,99 1,99
Unidades de Conservação + Terras Indígenas
milhões ha ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 1,26 ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Área Remanescente milhões ha 9,29 6,64 4,65 2,66
PRODUÇÃO AGRÍCOLA milhões ton 8,2 19,8 28,3 36,7
Produção de Grãos milhões ton 7,93 19,01 27,16 35,31
Produção de Algodão milhões ton 0,28 0,77 1,10 1,42
PRODUÇÃO DE CARNES mil ton 1.029,6 2.555,1 3.619,1 4.683,0
Produção de Carne Bovina mil ton 65,40 177,79 222,91 268,04
Produção de Carne Suína mil ton 261,58 644,90 921,29 1.197,67
Produção de Carne de Frango mil ton 702,69 1.732,44 2.474,91 3.217,38
VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO milhões R$ 6.766 16.615 23.586 30.557
GERAÇÃO DE EMPREGOS mil unidades 809,1 1.966,5 2.809,4 3.652,2
Empregos Diretos mil unidades 54,71 133,39 190,55 247,72
Empregos Indiretos mil unidades 200,75 488,12 697,31 906,51
Empregos Induzidos mil unidades 553,66 1.345,08 1.921,54 2.498,00
ARRECADAÇÃO COM FETHAB milhões R$ 36,7 89,2 127,3 165,3
ARRECADAÇÃO COM FUNRURAL milhões R$ 155,6 382,1 542,5 702,8