Ai que sede!

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PROBLEMA 10 Que Sede! SARAH LEMOS ARAÚJO

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O slide aborda os seguintes temas: mecanismo de concentração e diluição da urina, ação do hormônio antidiurético, mecanismo da sede, mecanismo da micção e os tipos de diuréticos e seus mecanismos de ação.

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PROBLEMA 10Que Sede!

SARAH LEMOS ARAÚJO

CONCENTRAÇÃO E DILUIÇÃO DA URINACerca de 1/5 dos néfrons, localizados na região justa-medular, tem as alças de

Henle imersas na medula renal e retornam ao córtex. Nestes glomérulos cerca de 65% do filtrado glomerular é reabsorvido no túbulo proximal como solução isotônica. Na porção mais espessa da alça de Henle, em que o epitélio é relativamente impermeável à água, o cloreto de sódio é ativamente transportado do lúmen para o espaço intersticial da medula, criando um ambiente hipertônico e um gradiente osmótico que propicia mecanismos de secreção e reabsorção ditos contracorrente, capazes de permitir aos rins a produção de urina concentrada ou diluída, conforme a necessidade de eliminar substâncias dissolvidas na urina e a necessidade de preservar água. Os mecanismos são baseados nas diferenças de concentração do sódio entre o interstício e os capilares peritubulares e vasos retos.

A filtração e a produção de urina dependem de diversos fatores dentre os quais o mais importantes é a autoregulação do fluxo de sangue através os glomérulos. Dentro de limites fisiológicos a produção diária de urina por um adulto oscila entre 1 e 1,5 litros/dia. A diurese mínima, capaz de manter a adequada eliminação de dejetos do metabolismo, equivale a 0,5 a 1 ml/Kg/hora em crianças e aproximadamente 30 a 40 ml/hora para os adultos.

Os rins são fundamentais na regulação do volume e da composição do líquido extracelular (intersticial), através de mecanismos complexos que incluem variações das pressões vasculares, variações dos volumes filtrados, alterações da osmolaridade e ação de hormônios.

Os receptores existentes na parede dos átrios, direito e esquerdo, quando distendidos pela hipervolemia, alteram a frequência dos impulsos emitidos produzindo uma redução da atividade simpática, que resulta em dilatação das arteríolas aferentes e consequente aumento da filtração glomerular. Simultaneamente, na hipófise posterior, é inibida a secreção de hormônio antidiurético, reduzindo a reabsorção de água nos túbulos distais e, portanto, aumentando o volume da urina eliminada. O hormônio antidiurético é responsável pelo aumento da reabsorção de água nos túbulos distais, como parte dos mecanismos reguladores do volume urinário.

Um pequeno segmento do túbulo distal, pós alça de Henle, se insinua no ângulo entre as arteríolas aferente e eferente nos glomérulos, formando uma região especial, conhecida como aparelho justa-glomerular. Neste aparelho, as células tem uma densidade maior que as demais, constituindo a região chamada de mácula densa. A mácula densa é capaz de detectar a concentração de sódio no túbulo distal e estimular a produção de renina, pelas células do aparelho justa-glomerular. A renina catalisa a formação de angiotensina I a partir do angiotensinogênio produzido no fígado. A angiotensina I origina a angiotensina II, um potente vasoconstritor das arteríolas renais. A angiotensina II, por seu turno, estimula a produção da aldosterona pela glândula supra-renal, que promove a reabsorção de sódio e a eliminação de potássio nos túbulos distais.

AÇÃO DO HORMÔNIO ANTIDIURÉTICONa região anterior do hipotálamo existem os núcleos supra-

ópticos que contém células neurais sensíveis à concentração, especialmente, íon, sódio e outros solutos presentes no líquido extracelular.

Essas células são chamadas de receptores osmossódicos por transmitirem grande números de impulsos pelo talo hipofisário até a hipófise posterior sempre que a concentração de sódio ou outras substâncias osmoticamente ativas ficar muito aumentada.

Ao atingirem a glândula hipófise posterior, os impulsos nervosos provocam a liberação do hormônio antidiurético (HAD) no sangue circulante que o transporta até os rins

A presença do HAD nos rins, faz com que ele excrete urina muito concentrada, o que conserva a água corporal. Na ausência do HAD, os rins excretam urina muito diluída, o que retira grandes quantidades de água dos líquidos corporais.

Na presença do HAD, o rim excreta urina muito concentrada, que é resultante

do seguinte mecanismo:

1. O HAD torna os tubos coletores muito permeáveis à agua;

2. a elevada concentração de solutos no interstício medular como

nos vasos retos produz rápida osmose dos tubos coletores

para o interstício e sangue;

3. consequentemente os solutos do túbulo coletor ficarão cada

vez mais concentrados até atingirem valores próximos dos

vigentes no interstício medular e nos vasos retos;

4. é eliminada assim, urina concentrada com grandes quantidades

de soluto com perda mínima de água.

MECANISMO DA SEDE Uma área do hipotálamo conhecida como centro da sede, controla

a vontade de beber. Quando a perda de água é maior do que o ganho, há a desidratação, que estimula a sede. Vias pelas quais a desidratação estimula a sede:

Quando a massa corporal diminui em 2% devido à perda de líquidos, ocorre uma desidratação leve.

A diminuição no volume do sangue causa a queda da pressão sanguínea, o que estimula os rins a liberarem renina que promove a liberação de angiotensina II. Então os osmorreceptores no hipotálamo e o aumento da angiotensina II no sangue estimulam o centro da sede no hipotálamo.

Neurônios da boca detectam a secura devido ao fluxo diminuído de saliva na boca, o que aumenta a sensação de sede e consequentemente o aumento da ingestão de líquidos (se disponível) para a restauração do volume normal.

Às vezes a sensação de sede não ocorre rápido o suficiente, ou o acesso aos líquidos é restrito, o que resulta em uma desidratação grave. Isso ocorre com mais frequência em crianças, idosos e em pessoas com estado mental deteriorado.

Quando há sudorese intensa ou perda de líquidos por diarreia/vômitos, é aconselhável repor os líquidos corporais antes mesmo da sensação de sede ocorrer.

O mecanismo da sede controla a ingestão de água, ao mesmo tempo em que o mecanismo do hormônio antidiurético controla a eliminação da água. Atua juntamente com o mecanismo renal para o controle da água corporal, controle do íon sódio e osmótica do líquido extracelular.

MECANISMO DA MICÇÃOA bexiga armazena a urina até que ela seja eliminada através

da uretra por meio da micção/urinação.

A micção requer a combinação de contrações musculares voluntárias e involuntárias.

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O preenchimento da bexiga causa um desejo consciente de urinar, antes que o reflexo de micção aconteça de fato. Embora o esvaziamento da bexiga urinária seja controlado por um reflexo, podemos aprender, desde a infância, a suspendê-lo voluntariamente.

Por meio do controle aprendido do músculo esfíncter externo na uretra e de certos músculos do assoalho pélvico , o córtex cerebral pode iniciar a micção ou retardá-la por um tempo limitado.

Volume da urina + pressão dentro receptores de distensão

+ 200 a 400 mL da bexiga da parede da bexiga

transmitem impulsos

nervosos à medula espinal

Os impulsos parassimpáticos da medula Impulsos propagam até a

espinal causam a contração do músculo parte inferior da medula e

detrusor e o relaxamento do esfíncter acionam o reflexo de micção

interno da uretra.

Simultaneamente, a medula espinal Por fim, a contração da parede da

inibe os neurônios motores somáticos bexiga urinária e relaxamento dos

causando relaxamento do músculo esfíncteres dá início a micção.

esquelético no esfíncter externo da

uretra

TIPOS DE DIURÉTICOS E SEUS MECANISMOS DE

AÇÃOOs diuréticos são substâncias  que agem no rim, com o objetivo de

aumentar a taxa do débito e volume urinário, de modo que aumente o volume de excreção de sódio e cloreto.

Existem dois grandes grupos de diuréticos. O mais utilizado, que tem uma ação direta nos túbulos renais alterando a sua capacidade de absorção, e ainda, um grupo de diuréticos que irão atuar sobre o conteúdo do líquido resultante da filtração glomerular, dificultando a habitual reabsorção de sódio e de água.

As classes de diuréticos conhecidas atualmente são seis: os mercuriais, os diuréticos de alça, os tiazídicos, os diuréticos poupadores de potássio, os inibidores da anidrase carbônica e os diuréticos osmóticos.

DIURÉTICOS DE ALÇA: irá atuar na alça de Henle, na sua porção ascendente, a zona mais espessa da alça. Terá um efeito bastante potente, eliminando uma quantidade bastante grande de sódio. Além disso, promovem o aumento da produção de urina.

DIURÉTICOS TIAZÍDICOS: irá agir nos túbulos distais, sendo os únicos medicamentos desta família que têm a capacidade de dilatar os vasos sanguíneos. Juntamente com a função vasodilatadora, os diuréticos tiazídicos promovem um aumento moderado da excreção da urina, o que torna estes medicamentos muito úteis em pacientes com problemas cardíacos, mais especificamente, que sofrem de hipertensão arterial.

DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO: irá atuar nos túbulos distais, nomeadamente sobre os receptores da aldosterona, e terá uma ação significativa na prevenção da perda de potássio. Tal como os diuréticos de alça, estes são também indicados para a insuficiência cardíaca congestiva. Normalmente, este diurético é utilizado combinado com os outros dois diuréticos.

DIURÉTICOS INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA: são menos utilizados e de baixa potência. Tem a capacidade de inibir a enzima anidrase carbônica nas células dos túbulos proximais, o que irá impedir a reabsorção do sódio. Assim, irá aumentar o volume de urina, e diminuir a sua concentração.

DIURÉTICOS OSMÓTICOS: são constituídos por substâncias de natureza hidrofílica, que através da pressão osmótica, irão impedir a reabsorção de vários minerais, entre eles o sódio, mas também da água. Dessa forma, aumentam o volume e fluxo de urina eliminada.

Fármacos pertencentes aos tipo de diuréticos:

Diuréticos da alça: Furosemida, Bumetanida, Piretanida, Ácido etacrínico.

Diuréticos tiazídicos: Hidroclorotiazida, Clortalidona, Indapamida.

Diuréticos poupadores do potássio: Espironolactona, Amilorido, Triamtereno.

Inibidores da anidrase carbónica: Acetazolamida.

Diuréticos osmóticos: Manitol, Glicerina, Isorssobida, Ureia.

Fim! =]