Ainda h um grande caminho a percorrer no campo da incluso no Brasil, porm como aponta Bruno (2010), houve grandes avanos em relao s polticas pblicas de incluso no que diz respeito ao [] direito de igualdade de oportunidade para acesso ao ensino regular e ao Atendimento Educacional Especializado [] e aos sistemas, por assegurarem condies de acesso ao currculo promovendo a utilizao dos sistemas de comunicao e informao, materiais didticos e pedaggicos, dos espaos, dos mobilirios e equipamentos; aos transportes e aos demais servios. (BRUNO, 2010, pag. 11).As tecnologias Assistivas so um exemplo dos avanos em relao Incluso e a promoo da qualidade de vida das pessoas com deficincia. Segundo Filho e Miranda (2011) atualmente, existem diferentes alternativas e concepes pedaggicas possibilitadas pelas novas tecnologias. Porm, estudos feitos pelo autor em algumas escolas, indicam que, ainda h um grande [] desconhecimento sobre as possibilidades concretas relacionadas a essas tecnologias, sobre os princpios da Educao Inclusiva, ou mesmo, sobre as realidades, potencialidades e necessidades dos alunos com deficincia (FILHO e MIRANDA, 2011, pag. 15).

Os recursos de CAA, considerada uma das reas das Tecnologias Assistivas visam ampliar as habilidades de comunicao de pessoas com deficincias adversas. A pesar dos grandes avanos nos estudos com CAA as abordagens no ambiente escolar podem ser consideradas no satisfatrias devido [] carncia de conhecimentos, por parte dos professores, acerca dos recursos e procedimentos alternativos e suplementares de comunicao, bem como de sua utilizao/otimizao durante o processo de ensino-aprendizagem. (CARNEVALE et al, 2013, pag. 247).,Cada criana nica e por isso preciso considerar, dentre outros fatores, o contexto social ao qual ela est inserida, atendendo suas necessidades, habilidades, dificuldades, desejos e preferncias. Por isso, o Atendimento Educacional Especializado direciona suas propostas pedaggicas para atender as especificidades dos alunos, identificando recursos e servios que contribuam para promover sua autonomia.De acordo como o Ministrio da Educao, para atuar no Atendimento Educacional Especializado necessrio que haja profissionais com:Conhecimentos especficos no ensino da Lngua Brasileira de Sinais, da Lngua Portuguesa na modalidade escrita como segunda lngua, do sistema Braille, do Soroban, da orientao e mobilidade, das atividades de vida autnoma, da comunicao alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequao e produo de materiais didticos e pedaggicos, da utilizao de recursos pticos e no pticos, da Tecnologia Assistiva e outros. (BRASIL,2008, p. 11)Os profissionais que atuam na educao especial devem portanto ser qualificados e estar preparados para realizar um trabalho que contribua de modo significativo para o desenvolvimento dos alunos atendidos.

Segundo Bruno (2010), documentos internacionais como a Declarao de Salamanca (1994) exerceram grande influncia na formulao de polticas pblicas para incluso por enfatizarem o ingresso e permanncia de alunos com deficincia no ensino regular. No Brasil, a Constituio Federal de 1988 foi um marco normativo da Educao Inclusiva e do Atendimento Educacional Especializado como direitos sociais (BRUNO, 2010, pag. 02). Para as pessoas com necessidades educacionais especiais, as tecnologias alm de facilitadoras, permitem a realizao de uma srie de tarefas que antes seriam impedidas ou realizadas com grande dificuldade, especialmente as relacionadas a mobilidade e comunicao.As Tecnologias Assistivas possuem diferentes formas de classificao. As principais modalidades so: auxlios para a vida diria e vida prtica, comunicao aumentativa e alternativa, recursos de acessibilidade ao computador, adequao Postural (posicionamento para funo), auxlios de mobilidade, Sistemas de controle de ambiente, Projetos arquitetnicos para acessibilidade, recursos para cegos ou para pessoas com viso subnormal, recursos para surdos ou pessoas com dficits auditivos e adaptaes em veculos (BRASIL, 2007, p. 37). Compreender essa organizao contribui para o surgimento de novas pesquisas na rea.

Os recursos de Comunicao Alternativa e Aumentativa buscam valorizar todas as formas de expresso do indivduo, alm de possibilitar a construo de recursos prprios que atendam as necessidades individuais de cada sujeito. Dessa forma, recursos como Pranchas de Comunicao possibilitam representao de mensagens de acordo com as necessidades fsica e comunicativa do usurio, ou seja, as pranchas so personalizadas. As pranchas tambm possuem a vantagem de poderem ser confeccionadas por campos semnticos variados como imagens, smbolos grficos e materiais reciclados como revistas e jornais.CARNEVALE, Luciana Branco et al. Comunicao Alternativa no Contexto Educacional: Conhecimento de Professores. Rev. Bras. Ed. Esp., Marlia, v. 19, n.2, p. 243-256, Abr.-Jun, 2013. Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v19n2/a08v19n2.pdf. Acesso em 07/12/2014.DECLARAO DE SALAMANCA. Sobre Princpios, Polticas e Prticas na rea das Necessidades Educativas Especiais NEE In: Conferncia Mundial sobre NEE: Acesso em: Qualidade UNESCO. Salamanca/Espanha: UNESCO 1994. Disponvel em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em 05/12/2014.FILHO, Tefilo Alves Galvo; MIRANDA, Theresinha Guimares. Tecnologia Assistiva e Paradigmas Educacionais: percepo e prtica dos professores. In: 34 Reunio Nacional da ANPEd. 34, 2011, Natal. Anais eletrnicos.... Rio de Janeiro, ANPEd, 2011. Disponvel em: < http://www.galvaofilho.net/Artigo_34_ANPEd.pdf> Acesso em: 05/12/2014.BRUNO, Marilda Moraes Garcia. A Poltica Pblica de Educao Especial na Perspectiva da Educao inclusiva: algumas reflexes sobre as prticas discursivas e no discursivas In: 33 Reunio Nacional da ANPEd. 33, 2010, Caxambu. Anais eletrnicos.... Rio de Janeiro, ANPEd, 2010. Disponvel emhttp://33reuniao.anped.org.br/33encontro/app/webroot/files/file/Trabalhos%20em%20PDF/GT15-6071--Int.pdf. Acesso em: 05/12/2014