Ainda sobre Cultura

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Ainda sobre CULTURA PROF. BIDU

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Cultura - conceitos

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A crítica antropológica de Claude lévy-Strauss

Esse autor elaborou uma crítica que procura desmontar a concepção até então (1958) dominante nas ciências humanas que postula o progresso como categoria central da história e também do etnocentrismo. Ele mostra que cada sociedade é única e possui sua própria história, a qual não pode ser entendida com critérios típicos da história de outras sociedades. Disso decorre que cada sociedade possui também uma cultura particular, a qual tem sua lógica interna. Por essa razão, não haveria história, mas histórias. De maneira análoga, também não seria possível falar em cultura, mas em culturas, pois cada sociedade apresentaria sua cultura específica. Além disso, como não haveria progresso, as diferentes sociedades e culturas não poderiam ser entendidas hierarquicamente: não haveria, pois, culturas “superiores” e “inferiores”.

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A produção da cultura na atualidade• A produção cultural atual é dominada hegemonicamente pela

indústria cultural. Entretanto, a cultura não se resume a seus produtos, sendo possível identificar várias manifestações culturais que, embora minoritárias ou não hegemônicas, demonstram que a produção cultural também ocorre entre os oprimidos, entre as camadas populares, as minorias étnicas, os jovens. Afinal, não é possível, por exemplo, pensarmos que o rap é um tipo de cultura, assim como o baile funk? E acaso as manifestações culturais populares, advindas da tradição, como as danças, não são manifestações culturais válidas? Além disso, sempre é preciso lembrar que a produção cultural, seja ela ingênua ou culta, expressa certos anseios e aspirações relaciona- das, direta ou indiretamente, aos problemas materiais e existenciais experimentados por determinadas camadas ou mesmo classes sociais.

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O multiculturalismo

• Os movimentos sociais despontaram na vida política no final do século passado

• Dentre os movimentos sociais do final do século destacam-se o movimento dos negros, o das minorias étnicas, o das minorias sexuais discriminadas, o das mulheres, o dos trabalhadores sem-terra, o dos sem-teto, o das mães de vítimas da repressão policial, entre tantos mais. A “política da identidade” viabiliza o reconhecimento social de várias identidades culturais, gerando o que chamamos de multiculturalismo.

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• no final do século XIX e durante todo o séc. XX, apareceram novas invenções técnicas que teriam formidável impacto no universo da cultura.

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FOTOGRAFIA

• Uma dessas invenções foi a fotografia, que, em um primeiro momento, deixou aturdido os pintores, já que ela conseguia reproduzir paisagens ou rostos humanos por meio de uma máquina, de modo relativamente simples e rápido. ela provocou, ainda que indiretamente, uma transformação importantíssima na pintura: sem poder concorrer com a fotografia, os pintores enveredaram por caminhos plásticos novos. Abandonaram, por exemplo, o desenho e as formas fixas para tentar captar o movimento por meio do uso agressivo e inventivo das cores. Com isso, deram um passo importante em direção à criação da arte moderna.

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CINEMA

• Logo após a fotografia, surgiu o mais extraordinário instrumento técnico de (re)produção de imagens da primeira metade do século XX: a câmera cinematográfica e, com ela, o cinema. O ideal alimentado pelos pintores de captar ou registrar em imagens o movimento foi concretizado por ele, fato que empurrou a pintura para o abstracionismo e para a modernidade plástica. O cinema, que é uma arte técnica por natureza, provocou grande alteração no modo de a sociedade transmitir imagens.

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• Na década de 1940, Theodor Adorno e Max Horkheimer cunharam o conceito de “indústria cultural”. Os autores justificam o emprego desse novo conceito porque os meios de comunicação de massa são instrumentos técnicos, ou seja, custam caro e são, como qualquer outra máquina, parte do capital. Quem não os possui está impedido de transmitir sua mensagem, ou seja, apenas os proprietários de tais meios podem fazer isso. Para tanto, eles empregam produtores culturais assalariados, que produzem a cultura estipulada e planejada pelos donos desses meios

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• A indústria cultural, que se consolidou durante o século XX, era originalmente composta pelo rádio, pelo cinema, pelas editoras de história em quadrinhos e de revistas sensacionalistas, além da imprensa em geral. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, ela incluiu também um novo meio, a televisão.

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• A cultura já era uma mercadoria desde o século XIX. entretanto, ela não era planejada industrialmente. A grande modificação ocorrida nesse campo no século XX é que os proprietários dos meios de comunicação de massa passaram a concentrar a posse deles, organizando-os em um sistema. Isso possibilitou o aparecimento de um tipo de indústria que, como qualquer outra, produzia uma mercadoria destinada ao mercado com o objetivo de proporcionar lucro ao proprietário. Nesse caso, a novidade era a mercadoria, que é um produto cultural. Esse tipo de indústria, ainda como qualquer outra, planeja antecipadamente sua produção. ela contrata diversos especialistas, elabora internamente uma minuciosa divisão do trabalho e, sobretudo, padroniza seus produtos com o objetivo tanto de diminuir o custo de produção quanto de produzir em grande quantidade a fim de conquistar a maior fatia possível do mercado. Também elabora pesquisas de opinião para planejar seus produtos. ela oferta a seu consumidor algo que este deseja, mas ao mesmo tempo o induz a desejar certo tipo de cultura, que ela se esmera em produzir e oferecer ao mercado. Por essa razão, a cultura industrializada que produz está sempre atada ao gosto estabelecido, reiterando-o sempre. Consequentemente, seu produto é um veículo da adaptação social e do conformismo. Tudo o que ela produz reitera a mesmice, o sempre igual.

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• A indústria cultural também apresenta ainda outro aspecto notável. Como o mundo é complexo e vasto, os acontecimentos parecem caóticos e destituídos de sentido. A indústria cultural, porém, oferece ao consumidor a imagem de um mundo organizado, na qual os fatos adquirem sentido. ela elabora um modo de ver e de entender o mundo, evitando assim que o consumi- dor proceda a um esforço interpretativo a fim de dar significado aos acontecimentos. Por essa razão, Adorno afirma que a indústria cultural é o “guia dos perplexos”. este procedimento faz com que o consumidor identifique o mundo com a imagem que ele constrói do mundo, sem perceber que essa imagem é uma interpretação, um modo particular e interessado de dar sentido aos acontecimentos.

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