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1. Introdução o armazenamento de milho nas propriedades, à espera de melhores preços ou para o consumo gradual na entressafra é, de modo geral, realizado em espigas com palha, em depósitos que não reúnem condições necessárias para um bom <.:» armazenamento, dificultando o manuseio e permitindo o ataque de insetos e roedores. O pouco interesse dirigido à preservação dos grãos colhidos do ataque de pragas (insetos e roedores) vem, na maioria das vezes, anular esforços empregados na melhoria da produtividade através de utilização de insumos e manejo adequados, pelas perdas ocorridas devido à quebra de peso e perdas no valor alimentício do milho. 2. Armazenamento de milho em espiga com palha O armazenamento de milho em espigas é normalmente utilizado pelos agricultores, seja à espera de preços mais elevados ou para o "----'consumo gradual na entressafra. Os paióis, mesmo quando bem conduzidos tecnicamente, vão permitir maiores perdas por ataque de insetos, devido à dificuldade de se repetirem os tratamentos adequados. O material usado na construção do paiol (tábua, alvenaria, madeira roliça, tela, bambu ou lascas de árvores) não exerce influência na qualidade do produto armazenado, desde que o paiol atenda a determinadas condições 'técnicas, As diferenças básicas entre as estruturas construídas com os diferentes materiais estão em: 12 GADO HOLA~DÊS . MAN, B.H.M 1991 '\ .... ento Texto de RENATO DE ALENCAR FONTES E BARBARA e HELIODORA MACHADO MANTOV ANI, da Embrapa a. custo inicial bastante variável entre elas; b. diferentes necessidades de reparos ao longo do tempo e c, maior ou menor dificuldade na eliminação de focos de infestação de insetos. Os seguintes aspectos devem ser observados na construção de paióis: a. possuir boa ventilação, devendo os componentes de suas paredes laterais manter espaçamento suficiente entre si, para permitir boa ventilação; b. não possuir goteiras; c. possuir dispositivos antí-ratos; d. as portas é janelas devem ser colocadas a um nível superior ao dos dispositivos anti-ratos; e. a escada de acesso deve ser removível e mantida afastada do paiol quando não estiver em uso; f. deve ser construído separado de outras edifícações, barrancos e árvores, o suficiente para não permitir o acesso de roedores; g, proceder sempre que necessário a manutenção da construção. Nos paióis construídos com os materiais citados, com exceção para alvenaria, o melhor sistema de proteção antí-rato é sua construção elevada do solo, 0,8 m a 1,0 m, sobre colunas. Em suas colunas devem-se colocar dispositivos anti- ratos, tipo "chapéu-chinês", feitos de metal ou concreto. As colunas podem ser de concreto, tijolo ou madeira e devem ter em sua base sapatas de concreto. Em paióis de alvenaria podem ser adotados dispositivos anti-ratos sem necessidade de sua construção elevada, O piso deve ser de concreto a 30 cm acima do nível do terreno e impermeabilizado. As paredes, para facilitar a aeração e diminuir os custos, podem ser de tijolos furados sem reboco interno e externo, a partir de 80 cm a 90 em do nível do solo. Devido à maior disponibilidade de tijolos comuns no meio rural, pode-se assentá-Ios distantes 2 em a 3 cm um do outro, deixando a parede sem reboco. O dispositivo antí-rato (beiral de concreto ou chapa metálica), projetado 30 em além das paredes, circunda toda a construção e deve ser colocado logo ,- no início da parede sem reboco, ficando as portas e janelas acima desse dispositivo. Para facilitar o carregamento do paiol pode-se aproveitar uma declividade natural do terreno sendo mantida uma distância entre as beiradas do barranco e do dispositivo anti-rato em torno de 1,0 m a 1,20 m. Como a escada, a prancha de ligação deve ser mantida fora do local quando não usada. No dimensionamento dos 'paióis pode-se considerar que a quantidade de grãos contida em 1m3 de espiga com palha varia entre 330 e 420kg. Um carro de milho' (15 sacos) pode ser armazenado em 2,5m3, considerando 360kg de grãos por m3 de espigas. . Cuidados a serem tomados ao armazenar milho' em paióis: a. limpar o paiol, retirando os restos de safras anteriores; . b. colher tão logo o milho atinja um teor de umidade em torno de 14%; c, proceder o expurgo do milho para eliminar a infestação inicial proveniente do campo (capítulo VI); d. restolhar o milho, ou seja, separar as espigas bem-empalhadas das mal-empalhadas, armazenando- as separadamente e usar primeiro as

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1. Introdução

o armazenamento de milho naspropriedades, à espera de melhorespreços ou para o consumo gradualna entressafra é, de modo geral,realizado em espigas com palha, emdepósitos que não reúnem condiçõesnecessárias para um bom

<.:» armazenamento, dificultando omanuseio e permitindo o ataque deinsetos e roedores.

O pouco interesse dirigido àpreservação dos grãos colhidos doataque de pragas (insetos e roedores)vem, na maioria das vezes, anularesforços empregados na melhoria daprodutividade através de utilizaçãode insumos e manejo adequados,pelas perdas ocorridas devido àquebra de peso e perdas no valoralimentício do milho.

2. Armazenamento de milhoem espiga com palha

O armazenamento de milho emespigas é normalmente utilizadopelos agricultores, seja à espera depreços mais elevados ou para o

"----'consumo gradual na entressafra.Os paióis, mesmo quando bem

conduzidos tecnicamente, vãopermitir maiores perdas por ataquede insetos, devido à dificuldade dese repetirem os tratamentosadequados.

O material usado na construçãodo paiol (tábua, alvenaria, madeiraroliça, tela, bambu ou lascas deárvores) não exerce influência naqualidade do produto armazenado,desde que o paiol atenda adeterminadas condições 'técnicas, Asdiferenças básicas entre as estruturasconstruídas com os diferentesmateriais estão em:12 GADO HOLA~DÊS

.

MAN, B.H.M1991

'\....

entoTexto de

RENATO DE ALENCAR FONTES E BARBARA eHELIODORA MACHADO MANTOVANI,

da Embrapa

a. custo inicial bastante variávelentre elas;

b. diferentes necessidades dereparos ao longo do tempo e

c, maior ou menor dificuldade naeliminação de focos de infestação deinsetos.

Os seguintes aspectos devem serobservados na construção de paióis:

a. possuir boa ventilação,devendo os componentes de suasparedes laterais manter espaçamentosuficiente entre si, para permitir boaventilação;

b. não possuir goteiras;c. possuir dispositivos antí-ratos;d. as portas é janelas devem ser

colocadas a um nível superior ao dosdispositivos anti-ratos;

e. a escada de acesso deve serremovível e mantida afastada dopaiol quando não estiver em uso;

f. deve ser construído separadode outras edifícações, barrancos eárvores, o suficiente para nãopermitir o acesso de roedores;

g, proceder sempre quenecessário a manutenção daconstrução.

Nos paióis construídos com osmateriais citados, com exceção paraalvenaria, o melhor sistema deproteção antí-rato é sua construçãoelevada do solo, 0,8 m a 1,0 m,sobre colunas. Em suas colunasdevem-se colocar dispositivos anti-ratos, tipo "chapéu-chinês", feitos demetal ou concreto. As colunaspodem ser de concreto, tijolo oumadeira e devem ter em sua basesapatas de concreto.

Em paióis de alvenaria podemser adotados dispositivos anti-ratossem necessidade de sua construçãoelevada, O piso deve ser de concretoa 30 cm acima do nível do terreno eimpermeabilizado. As paredes, para

facilitar a aeração e diminuir oscustos, podem ser de tijolos furadossem reboco interno e externo, apartir de 80 cm a 90 em do nível dosolo. Devido à maior disponibilidadede tijolos comuns no meio rural,pode-se assentá-Ios distantes 2 em a3 cm um do outro, deixando aparede sem reboco. O dispositivoantí-rato (beiral de concreto ouchapa metálica), projetado 30 emalém das paredes, circunda toda aconstrução e deve ser colocado logo ,-no início da parede sem reboco,ficando as portas e janelas acimadesse dispositivo.

Para facilitar o carregamento dopaiol pode-se aproveitar umadeclividade natural do terreno sendomantida uma distância entre asbeiradas do barranco e do dispositivoanti-rato em torno de 1,0 m a 1,20m. Como a escada, a prancha deligação deve ser mantida fora dolocal quando não usada.

No dimensionamento dos 'paióispode-se considerar que a quantidadede grãos contida em 1m3 de espigacom palha varia entre 330 e 420kg.Um carro de milho' (15 sacos) podeser armazenado em 2,5m3,considerando 360kg de grãos porm3 de espigas.

. Cuidados a serem tomados aoarmazenar milho' em paióis:

a. limpar o paiol, retirando osrestos de safras anteriores;. b. colher tão logo o milho atinjaum teor de umidade em torno de14%;

c, proceder o expurgo do milhopara eliminar a infestação inicialproveniente do campo (capítulo VI);

d. restolhar o milho, ou seja,separar as espigas bem-empalhadasdas mal-empalhadas, armazenando-as separadamente e usar primeiro as

mal-protegidas ;e. ao proceder o enchimento do

paiol fazer tratamento preventivocom inseticidas, como recomendado.(capítulo VI).

3. Armazenamento de milhoem armazéns convencionais

O armazenamento de milho emsacos, nos armazéns, além do baixocusto de instalação, apresentavantagens como: condições demanipular quantidades e tiposvariáveis de produto; não requerertécnicas aprimoradas no manuseio econservação; fermentações ocorridasem um ou mais sacos de um lotepodem ser facilmente detectadas,sendo retirados os sacos atingidossem necessidade de remoção de1odo o lote; o combate a insetos,através do expurgo e da eliminaçãode infestação pode ser realizadodentro do próprio armazém erepetido quando houvernecessidade. Entretanto este tipo dearmazém apresenta inconvenientescomo: elevado preço da sacaria; amovimentação do produto requermuita mão-de-obra; o espaçonecessário por unidade de pesoarmazenado é grande.

No caso de propriedade ondeserão armazenadas pequenasquantidades de produtos e suamovimentação (recepção eexpedição) não é grande, podem-serecomendar armazéns de construçãomais simples, desde que atendam acondições mínimas como:

a. boa ventilação;b. piso impermeabilizado e

concretado 30cm a 40cm acima' donível do terreno;

. c. cobertura' perfeita com beiralprojetando-se 60cm a 70cm;

d. pilhas de sacos erguidas sobreestrados de 10cm de altura eafastadas das paredes;

e. prevenção contra incêndios.Atendendo a estas condições e

para tornar o investimento inicialmenor, pode-se, em propriedadesrurais, construir os armazens detijolos furados, com os furos livres,sem reboco, a partir de O,8m a 1,Omdo nível do terreno ou de tijoloscomuns colocados espaçados entre si2cm. Proteção anti-ratos, portas e

.janelas devem obedecer àsrecomendações anteriores.

Os cuidados durante oarmazenamento de milho em sacariadevem ser seguidossistematicamente, pois os problemascom insetos e roedores nesse sistemade armazenamento podem vir a sermaiores que no armazenamento em

espigas, pela não observância dasrecomendações. Os roedoresmerecem especial atenção porquesua presença nos armazéns causa,além de prejuízo pela suaalimentação, perdas pela inutilizaçãode sacarias e de grandes quantidadesde produto, devido à contaminaçãopela urina e fezes.

O milho em espigas nunca deveser armazenado junto ao milho emsacaria, devido ao seu grandepotencial de infestação por insetos.

Cuidados requeridos noarmazenamento em sacarias:

a. limpeza e inspeção periódica,com eliminação das varreduras;

b. padronização de sacaria eutilização de técnica deempilhamento para evitartombamento de pilhas;

c. combate a insetos e roedores:eliminação de focos de infestação deinsetos através de expurgo,tratamento preventivo edesinfestação do piso, teto eparedes, repetindo-se as operações,quando necessário;

d. os grãos ensacados devemestar limpos: sem a presença de.restos vegetais e de insetos, grãosquebrados ou ardidos;

e. o teor de umidade dos grãosdeve estar entre 12,5% e 14%.

O armazém é dividido em coxias,que correspondem às "águas" dotelhado. As coxias são divididas emquadras que são separadas pela ruaprincipal e travessas.

A existência das ruas e travessasfacilita a separação de lotes dediferentes produtos, o acesso a todoo material e os trabalhos deempilhamento, expurgo, tratamentode proteção e limpeza .

4. Armazenamento demilho a granel

. A armazenagem a granel,tecnicamente conduzida, é a maisaconselhável, sendo a forma queapresenta a maior economia narelação entre volume de grãos evolume de unidade armazenadora.Além disto, apresenta grandefacilidade para o manejo do produto,controle de umidade, dispensandosacaria e diminuindo a mão-de-obranecessária. O controle de insetospode ser facilitado desàe que aunidade seja apropriada ao expurgo,ou seja, que possam ser vedadas asdiferentes aberturas, tornando-ahermética. Por exemplo: portas ejanelas podem ser vedadas com fitaadesiva de papel "kraft".

O teor ótimo de umidade para aarmazenagem pode variar de 12,5%

a 13,5%, dependendo datemperatura, condições do grão eperíodo para o armazenamento.

Grãos armazenados a granelpodem apresentar grandes variaçõesde temperatura em diferentes pontosda massa que formam, sendo estefato perigoso para a manutenção daqualidade. As diferenças podemprovocar o fenômeno de "migraçãode umidade", ocasionando pontosde alta umidade na massa epropiciando o processo dedeterioração. Este fenômeno ocorrequando o grão quente provenientede secadores é colocado no silo.Para a uniformização datemperatura, evitando-se a"migração de umidade", é usada aaeração (processo de fazer passar oar, forçado por um ventilador,através da massa de grãos). Esteprocesso deve ser realizado sempreque a temperatura da massa degrãos estiver 5°C acima datemperatura média externa. Além deevitar a "migração de umidade", aaeração serve para remover mausodores, eliminar gases do expurgo,resfriar grãos quentes e ainda, aolongo da armazenagem, manter osgrãos a uma tenperatura um poucoinferior à temperatura externa.

Outro ponto importante aconsiderar é o estado de limpeza dosprodutos. Os detritos dificultam aaeração, bem como a penetração deinseticidas na forma gasosa(fumigação) e facilitam odesenvolvimento de insetos e fungos.

O armazenamento a granelmerece maiores cuidados por partedo armazenista para que sejamevitadas grandes perdas ocasionadaspela deterioração do produto ouataque de insetos. Deve ser mantida

. uma vigilância através dadeterminação da temperatura emvários pontos da massa de grãos,bem como da constatação daatividade de insetos. Para isto podeser usada uma sonda metálicaadaptada com termômetro eamostrador.

O expurgo pode sei realizadodentro do próprio silo quando estepuder ser completamente vedado,com a distribuição de fosfeto dealumínio durante o processo deenchimento (quando este processo érealizado sem interrupções e o silo éenchido com rapidez), pelaintrodução dos comprimidos atravésde sondas e, ainda, quando se prevêna construção a colocação de canosperfurados lateralmente, colocadosde uma parede a outra, com estafinalidade.

GADO HOLA~DÊS . 13

o arrnezenarnento a granel podeser também implantado naspropriedades através da construção"de silo graneleiro de alvenaria comum custo de implantação bem menorque os similares comerciais.

O silo é dotado de um ventiladore de um sistema de distribuição de aratravés de dutos colocados sob ofundo ohde se depositam os grãos.O sistema de ventilação deve serdimensionado para cada caso.

Na construção do graneleiro·devem-se notar os seguintes pontos:a. o terreno deve ser firme edrenado; o barranco mais próximodeve estar, no mínimo, a 2,0 m daparede;b) o terreno do piso deve ser bemcompactado, recebendo umacamada de 5 cm de brita, devendoser o piso concretado com 15 cm deespessura e a 30-40 em do nível doterreno;c. usar "Sika" no concreto dasfundações e das cintas;d. as superfícies de concreto e pisodeverão ser pintadas com Igol, assimcomo as paredes até meia altura;ltura;

~e. as paredes deverão ser de 1 tijolomaciço até a altura da massa degrãos;f. usar cintas nas paredes de espaçoem espaço (dependendo da alturado silo), colocando tirantes em cadacinta para firmarem as paredesopostas;g. na cobertura, para permitiroperação de expurgo fazer uma lajeusando "Sika" e pintando-a com19o1;h. a abertura para o carregamentodeverá ficar no ponto mais elevadodo graneleiro e a descarga deve sercolocada no piso de forma a facilitarseu esvaziamento por graVidade;i. o volume útil para oarmazenamento é calculado tomandoa capacidade de 750 kg/m3;j. os dutos de distribuição de arpodem ser feitos em alvenaria ouconcreto, cobertos por uma chapaperfurada, ao nível do piso. Seudimensionamento e distribuiçãodevem ser feitos para cada caso, afim de se conseguir uma boadistribuição do fluxo de ar por toda amassa de grãos.5. Armazenamento emambiente hermético

O armazenamento em condiçõesherméticas tem sido usado desde aantigüidade. como descrevem váriosautores. É um método tecnicamenteviável para a preservação daqualidade dos grãos, controlando a14· GADO HOLA<"DÊS

infestação de insetos sem o uso deínseticidas químicos e prevenindo areinfestação. O princípio doarrnazenamento hermético envolve adiminuição da concentração deoxigênio no ambiente a um nível quemate ou teime inativos os organismosnocivos, sejam eles insetos ou

"fungos, antes que os mesmos sereproduzarn e se tornem numerosos,o suficiente para causarem danos aosgrãos.

Quando o teor de umidade dos< grãos é de até 14%, suas

propriedades básicas não sãoafetadas durante o armazenamentohermético. Embora este método dearmazenamento não seja usualmenterecomendado para o arrnazenarnentode sementes, por longos períodos detempo, pesquisas realizadas noCNPMS indicam que não há quedasignificativa no poder germinativo eno vigor de sementes armazenadascom 11 % de umidade, por umperíodo de 8 meses, a umatemperatura média de 25.oC.

. O armazenamento herméticopode ser conduzido em silossubterrâneos ou não. A vantagem dese usarem silos subterrâneos está namaior uniformidade da temperaturade armazenamento, sendo que esta,na maioria das vezes, é menor doque a do meio ambiente e tambémna maior facilidade de se conseguirhermeticidade. Estes fatores sãoparticularmentes importantes quandose armazenam grandes quantidadesde grãos a granel, pois diminuem orisco de ocorrência do fenômeno damigração de umidade. Oarmazenamento hermético de grãosem estruturas não subterrâneas étambém bastante utilizado,entretanto, é mais interessante parapequenas quantidades de grãos.

5.1. Armazenamento emsilos subterrâneos

Diversas firmas fabricam silosplásticos para o armazenamentosubterrâneo, apresentando seuproduto na forma de um tubulão deduas bocas ou de um saco plásticocom uma única abertura. Aviabilidade econômica de se usaremsilos plásticos comerciais deve seravaliada: o custo por sacaarmazenada varia grandemente comsua capacidade _ Silos de 5 sacas sãocompletamente inviáveis, silos para10 sacas só serão viáveis sob acondição de serem usados por 3safras. Silos de capacidade maiorpodem ser viáveis mesmo para autilização por um único período.Dois outros fatores influem no custo

do silo subterrâneo: 1) a capacidadereal do silo, no caso do saco de umasó boca, é maior (sacaria e granel);2) o cuidado do usuário determinaráo número de vezes que o silo será-usado, 1, 2 ou 3 vezes.Operacionalmente, o silo subterrâneocomercial apresenta algumadificuldade na descarga. Estetrabalho é diminuído quando seempregam os tubos plásticos de umasó "boca", que além de facilitarem adescarga, possibilitam a utilização dosistema misto (sacaria e granel), quesimplifica ainda mais a descarga.

Na instalação dos silossubterrâneos devem ser tomados osseguintes cuidados:1. Escolha do local

a. afastado de árvores;b. terreno não pedregoso,com

ligeira inclinação e boa drenagem.2. Vala

a. obedecer as dimensões dofabricante;

b. retirar pontas de raízes epedras;

c. cobrir o fundo com capimseco, palha de arroz ou sacariavelha.3. Silo plástico

a. verificar se não tem furos e"fazer os remendos necessários;

b. não pisotear o plástico;.c. no enchimento, para proceder

o arranjo dos sacos, entrar no silodescalço;

d. não manusear o silo comobjetos cortantes.4. Fechamento do silo

a". encher o silo até o nível acimado terreno para ficar abaulado;

b. proceder o fechamentoconforme especificações de cadamodelo de silo;

c. retirar o ar do silo antes dofechamento total, pressionando domeio para os extremos;

d. cobrir o silo com uma camadade material amortecedor;

e. cobrir com lona plástica;f. cobrir com terra;g. fazer uma valeta em volta do

silo para desviar a água.5. Abertura e esvaziamento do silo

Devem ser feitos com muitocuidado para evitar estragos epermitir sua reutilização.

5.2. Armazenamento hermético"não subterrâneo

O armazenamento hermético nãosubterrâneo de grandes quantidadesde grãos não tem sido muitoutilizado no Brasil, principalmentepor causa do alto custo dasestruturas metálicas, ideais paramanter as condições herméticas, e

por outro lado, por causa dadificuldade de se manterem grandesunidades armazenadoras, construídasde outros materiais, hermeticamentefechadas. Existe ainda o problemaadicional das f1utuações natemperatura ambiente, que podemcausar migração de umidade, comsérios prejuízos para a qualidade dosgrãos armazenados.

Entretanto, para oarmazenamento de pequenasquantidades de grãos, de 40 kg a150 kg, o armazenamentoherméticos não subterrâneoapresenta-se como alternativa viável.Se os grãos forem destinados aoconsumo, seu teor de umidade podeser de até 13% e para sementes omesmo não deve ultrapassar 11% .Nestas condições, para um tempo dearmazenamento de 8 meses, a uma

,

temperatura média de 25.oC, háresultados de pesquisa mostrando amanutenção da qualidade dos grãos;inclusive não havendo quedasignificativa no poder germinativo eno vigor das sementes.

O armazenamento hermético nãosubterrâneo de pequenasquantidades de grãos pode ser feitode duas maneiras.a. Em taml:iores metálicos

1. Usar tambores metálicos comcapacidade de 200 I, dos utilizadospara o armazenamento de óleocombustível.

2. Proceder a limpeza interna dotambor.

3. Encher completamente degrãos o tambor, usando um funilpara facilitar a operação.

4. Fechar a estrutura com a

tampa apropriada e parafiná-Ia paraperfeita vedação.

5. Manter o tambor em localcoberto, fresco, ao abrigo do sol e dachuva.b. Em sacos plásticos

1. Usar sacos de adubos vazios,previamente lavados e secos.

2. Encher um saco com cerca de40 kg de grãos, fechar a boca domesmo com uma dobra bem feita,colando com cola tipo "Brascoplast"e reforçando com fita adesiva(crepe).

3. Colocar o saco de milho jácheio fechado dentro de outro vazioe proceder o fechamento dosegundo da mesma maneira que foifeita no primeiro.

4. Guardar os sacos de milho emlocal coberto, fora do alcance deratos.

Co e-ta mecâ o

1. Introdução

A colheita mecânica de milho éuma prática que começa a .apresentar importância para osagricultores brasileiros. Geralmente,o agricultor só se preocupa com acolheita mecânica do milho quandoa cultura já está no final do ciclo. Ébom lembrar, entretanto, que oprocesso de colheita mecânica seinicia no momento em que estásendo feito o planejamento para ainstalação da cultura no campo. É,portanto, uma das fases maiscomplexas do processo de produçãoe o seu sucesso depende de umbom planejamento.

Existem três sistemas distintos decolheita mecânica normalmenteusados pelos produtores: 1) somentecolheita de milho; 2) colheita decultura de inverno e depois milho; 3)colheita de milho e outros grãos noverão, e, no inverno; trigo.

Texto de·EVANDRO CHARTUNI MANTOV ANI,

da Embrapa

No primeiro caso, o manejo dacultura torna-se mais fácil, uma vezque as máquinas de colheita serãoutilizadas somente para o milho e ofator importante é planejar o sistemaobservando os seguintes itens: teorde umidade do grão, quantidade acolher, escoamento de safra decampo, limpeza, secagem earmazenamento. Experiênciaspassadas mostram que a secagemnatural, ou seja, deixar que asecagem de todo o milho ocorra nopé, até que os grãos atinjam baixosteores de umidade, não tem sidouma boa prática. A infestação deplantas daninhas aumenta muito,influindo no rendimento dacolhedora que necessita de paradasconstantes para se proceder aodesembuchamento, além de haveracúmulo de impurezas no milho,sobrecarregando o mecanismo delimpeza da máquina.

No segundo caso, a mesma

máquina vai ser utilizada paracolheita de mais de uma cultura e há.prioridades de colheita, como é ocaso da soja e/ou do arroz. Nessecaso, o milho é colhido após asoutras culturas e, por isso, numafaixa de umidade bem baixa'. Nestascondições, a secagem artificial ficapraticamente excluída do sistema, eo escoamento de safra do campo,limpeza e armazenamento são osfatores mais importantes a seremobservados no planejamento; docontrário, todo o sistema perde emeficiência, porque o processo éinterrompido em uma dessas fases,

Finalmente, o terceiro sistemaapresenta um cronograma deatividade bastante apertado,obrigando o produtor a um esforçomuito grande para poder dar contade duas safras num mesmo ano.Neste caso, o produtor terá queredobrar seus cuidados' com oplanejamento do sistema, porque a

·GADOHOlA~DÊS· 15