AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE...
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AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO JURUENA
CURSO: GESTÃO EM ASSISTÊNCIA SOCIAL
NOTA 8,5
ABANDONO DO IDOSO NO MUNICIPIO DE COLIDER UM ESTUDO NA INSTITUIÇÃO CASA DO PEREGRINO
PROFESSORA MS. CYNTHIA CÂNDIDA CORRÊA CARLOS JUNIOR DOURADO DE ARAUJO [email protected]
COLIDER 2012
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO JURUENA
CURSO: GESTÃO EM ASSISTÊNCIA SOCIAL
ABANDONO DO IDOSO NO MUNICIPIO DE COLIDER UM ESTUDO NA INSTITUIÇÃO CASA DO PEREGRINO
PROFESSORA MS. CYNTHIA CÂNDIDA CORRÊA CARLOSJUNIOR DOURADO DE ARAUJO
“Trabalho apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Especialização em
Gestão em Assistência Social.”
COLIDER 2012
RESUMO
Neste trabalho são apresentadas e discutidas as representações sociais sobre o abandono dos idosos na velhice, dos moradores da Instituição Casa do Peregrino (São Vicente de Paulo), em COLIDER-MT. Justifico este trabalho devido a uma grande demanda de idosos que são Institucionalizados em casas asilares. A metodologia utilizada foi bibliográfica e questionários direcionados aos anciões, com objetivo de avaliar o porquê muitos colocam seus entes queridos nestas Instituições de Longa Permanência para Idosos, se houve apoio familiar ou não e o que levou os motivos destas decisões, procurando identificar os problemas atribuídos, originários de diferentes condições sociais. As respostas identificadas de forma qualitativa deram noções das intenções de abandono dos idosos quando chegam à velhice, e acabam sendo obrigados a se afastar do cerne das discussões familiares, devido a dificuldades financeiras, problemas sociais interno na família, grau escolar ou desequilíbrio físico ocasionados pelo desgaste de uma vida inteira. Desta forma a necessidades de um Assistente Social trabalhando em conjunto com a Instituição, Idosos e sociedade buscando meios de amenizar esta seqüela do abandono do ancião.
Palavras-chave: Abandono. Família. Idoso. Instituição. Velhice.
ABSTRACT
This paper presents and discusses the social representations about the abandonment of the elderly in old age, residents of the institution of the Pilgrim House (St Vincent de Paul) in Colíder-MT. I justify this work due to a large demand for seniors who areinstitutionalized in homes asilares. The methodology used wasliterature and questionnaires addressed to the elders, to evaluatewhy so many put their loved ones in these Institutions Long Term Elderly Care, family support is there or not and the reasons that led to these decisions, trying to identify the assigned problems, from different social conditions. The responses identified in a qualitativenotions have intentions of leaving the elderly when they reach old age, and end up being forced to move away from the heart of family discussions, due to financial difficulties, domestic social problemsin the family, grade school or physical imbalance caused by wear a lifetime. Thus the need for a social worker working with the institution, and society Seniors looking for ways to alleviate thisside effect of leaving the old man.
Keywords: Abandonment. Family. Elderly. Institution. Aging.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BPC
EI
HRCOL
IBGE
ILPI
LOAS
OMS
PNI
SSVP
SUS
Beneficio de Prestação Continuada
Estatuto do Idoso
Hospital Regional de Colider
Instituto Brasileiro de Geografia.
Instituição de Longa Permanência
Lei Orgânica do Assistente Social.
Organização Mundial da Saúde
Política Nacional do Idoso.
Sociedade São Vicente de Paula
Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................7
CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................9
1.1 ABANDONO DOS IDOSOS............................................................................9
1.2 ASSITENCIA SOCIAL – POLÍTICAS DE DIREITO DA PESSOA IDOSA....12
1.3 LOCALIZAÇÃO E HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO.......................................16
1.3.1 ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO ...............................................19
1.3.2 ESTRUTURA FÍSICA..........................................................................20
CAPÍTULO II – METODOLOGIA...............................................................................16
2.1 LOCAL DE ESTUDO 21
2.1.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA 21
CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS............................................23
3.1 A VIDA DOS IDOSOS DENTRO DA INSTITUIÇÃO......................................23
3.1.2 ENTREVISTAS AOS IDOSOS............................................................24
3.1.3 ANALISE DA VIDA DOS IDOSOS.......................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................38
7
INTRODUÇÃO
As grandes transformações contemporâneas nas redes sociais vêm
constituindo uma alteração acentuadas nas relações sócio-familiar na forma do
trato com seus idosos. Estas mudanças na maioria das vezes possibilitam uma
ruptura dos vínculos afetivos que existiam com os idosos, anulando os valores
culturais sociais dos diferentes segmentos sociais, que visivelmente se percebe na
contemporaneidade com a fragmentação da família frente aos seu anciões.
Sobre esta ótica, a realidade familiar tradicional, espelhados na turbulência
presente social, começa a vislumbrar um novo perfil social que é o abandono dos
idosos. Sendo estas novas mudanças fundadas nos moldes e conceitos
contemporâneos. Desta forma a maioria das famílias em busca de realizações
efetivadas nas relações sociais nos trato com seus idosos, acabam abandonando
seus entendes queridos em casas asilares quando os mesmos estão em idades
avançadas.
A aceitação dessa situação, faz com que aja um rompimento da estrutura
social, que não conseguem esclarecer ou oferecer alternativas para problemas
vigentes onde a única proposta aceita e percebida claramente é a velocidade
acentuada de casas asilares por todo território nacional.
A proposta este trabalho, onde tem como tema central o abandono de
idosos na Casa do Peregrino na cidade de COLIDER-MT, é fazer uma analise do
porque umas famílias institucionalizam seu idosos nestas casas asilares e outras
famílias não.
Justifico este trabalho devido haver uma grande demanda de família que
procuram a instituição para colocarem seus idosos.
O objetivo geral do estudo é fazer o levantamento histórico do perfil dos
idosos institucionalizados e os domiciliados, para garantir uma configuração mais
abrangente no que se refere à compreensão acerca abandono do idoso em
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIS).
8
Especificamente, pretende-se:
- Analisar a vida social e cultural do perfil pessoal dos idosos
institucionalizados na “Casa dos Peregrinos”.
- Avaliar os problemas atribuídos, originários de diferentes condições sociais
antes e após a institucionalização asilar.
- Confrontar as visões dos anciões e dos seus familiares em relação dos
motivos da institucionalização asilar.
Este trabalho esta dividido em três capitulo, sendo que no primeiro se
discute o referencial teórico, local do estudo e abordando os assuntos relacionados
com o tema proposto, no segundo capítulo aborda-se a metodologia utilizada na
realização da pesquisa. No terceiro capítulo trabalha-se a análise e discussão dos
resultados alcançados.
9
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Abandonos dos Idosos
O envelhecer é um momento natural ao longo da vida de todas as pessoas,
surgindo diversas mutações fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e morfológicas
em que pode ocorrer um maior número de Patologias que pode levar o individuo a
óbito.
Segundo Silva (2006).O envelhecimento é um processo dinâmico,
progressivo no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e
psicológicas, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos
patológicos que determinam por levá-lo a morte.
O corpo humano passa por diversas transformações de desenvolvimento,
desde o nascimento cheio de energia ate na velhice desgastada pelo tempo,
acontecendo uma diminuição de capacidades em indivíduos idosos e por isso alguns
fisiologistas definem o processo de envelhecimento.
Em vista do decréscimo da capacidade fisiológica existente de pessoas idosas, alguns fisiologistas definem o envelhecimento “soma total de todas as alterações que ocorrem no organismo vivo e que acarretam declínio funcional e morte” (MACHADO, 2002, p 150)
O envelhecimento finaliza a ultima fase do tempo de vida que são
percebidas a partir da diminuição de capacidades físicas, trabalho, resistências
imunológicas, solidão e perdas motoras entre outras.
As manifestações somáticas da velhice, que é a ultima fase do ciclo da vida, são caracterizadas pela redução da capacidade funcional, redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas de papéis sociais, solidão, perdas psicológicas, motoras e afetivas (Freitas 2006, p.85).
Segundo o IBGE nos últimos anos, com o bom resultado de vários fatores
que contribuirão com a melhoria das condições de vida dos idosos, como acesso a
10
bens e serviços da saúde, passaram a ter uma vida mais saudável na velhice. Esses
avanços na área da saúde têm possibilitado que cada vez mais pessoas consigam
viver por um período mais prolongado, mesmo possuindo algum tipo de
incapacidade. Outros fatores também importantes são as melhorias nas condições
de vida e trabalho, no atendimento da saúde e da educação, aliados à urbanização e
ao saneamento básico.
Os avanços da medicina permitiram um crescimento mais significativo dos idosos "sêniores"... Pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.)
Mas infelizmente frente a esta atual situação, explanada acima, os serviços
públicos não progrediram de acordo com as necessidades dos mesmos, não dando
respaldo a esses senhores acima de 60 anos e o que se vê é o grande aumento de
asilos em todo pais, que estão despreparados para atender seus idosos que estão
sendo institucionalizados.
Como vimos segundo dados do IBGE, o Brasil tem aumentado
estrondosamente com pessoas acima de 60 anos, compondo um grupo que merece
uma atenção especial, devido a esse aumento esta também a ocorrendo
gradativamente o aumento de instituições de asilos por todo pais, onde se vê muitos
idosos abandonados nestas instituições despreparadas para atender esta clientela.
A família, que deveria cuidar desta pessoa idosa, retribuindo os anos de
dedicação e trabalho devotados, geralmente é a primeira a tratar com descaso o
mesmo, deixando esta preocupação nas mãos do Estado e de entidades não
governamentais, assim abandonando o idoso nestas instituições asilares.
A própria Constituição Federal de 1988, no seu art. 230, dispõe, “A família, a
sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-
lhes o direito à vida.”
No art. 230 da Constituição, com a edição da Lei n.º 8.842, de 04 de janeiro
de 1994, regulou a Política Nacional do Idoso e criando o Conselho Nacional do
11
Idoso.
O Art. 3.º.A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios;
I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos;
III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;
IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política;
Contudo, não nos parece que os idosos estão sendo tratados com
dignidade, seja pelo Estado ou mesmo por suas famílias. O que se vê é o abandono
dos idosos, sendo um problema em todo território nacional nas ultimas décadas que
enfrenta um crescente aumento da população idosa institucionalizados em
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).
Segundo Tosta (2008) Por definição, segundo o manual de funcionamento da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Atualmente as ILPIs, são estabelecidas para
atendimento integral institucionalizado em cuidados prestados a pessoas de 60 anos e mais,
dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com familiares ou
em seu domicilio.
Estas Instituições (ILPI), cobram total ou parcialmente do idoso ou de seus
familiares os cuidados oferecidos que, às vezes, deixam muito a desejar pela
precariedade do atendimento.
1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança
de participação do idoso no custeio da entidade. 2o O Conselho Municipal
do Idoso diz não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer
benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
(Estatuto do Idoso)
Com a Política Nacional do Idoso (PNI) de 1994, aprovada em 2003,
regulamentou as instituições de Longa Permanência Para Idosos (ILPI), e nos anos
seguintes teve o enfrentamento da violência contra idoso, Pacto da Vida incluindo o
idoso como prioridade, criou a Carteira de Saúde da Pessoa Idosa.
12
Em 1994 foi promulgada a Lei nª 8.842 que estabelece a Política Nacional
do Idoso (PNI)., que tramitou por sete anos no Congresso Nacional, só foi
aprovado em 2003, seguido da Lei da Acessibilidade de 2004 e da
Regulamentação das Instituições de Longa Permanência Para Idosos
(ILPIS (Constituição Federal)
Com tantos projetos e leis, hoje ainda infelizmente o que vemos são varias
destas instituições com péssimas qualidades de atendimentos para com os idosos,
precariedades médicas, cuidadores sem especializações, enfermeiros com tempo
integral, falta de psicólogos e pessoas especializadas com dinâmicas para não
deixar o dia monótono. Isso tudo é assustador para os idosos que chegam a
instituição e passam experimentar uma nova realidade nesta etapa da vida, onde se
vêem obrigado a passarem o dia com internos com problemas mentais junto,
afetando até seu próprio estado emocional levando ao declínio.
Estas instituições recebem idosos abandonados, devido desgaste físicos no
decorrer da vida, até mesmo pelos próprios familiares, sendo visto como uma
pessoa inútil sem valor, deixado no canto da sala abandonado dentro de seu próprio
lar.
O Presente trabalho fixa em questionar o porquê de tantos idosos estarem
sendo abandonados na instituição Casa do Peregrino no municio de Colider–MT.
Analisando a trajetória de vida destes idosos, tentar identificar o motivo deste
processo de sua institucionalização, as causas do porque outras famílias não
aderem a institucionalização do ancião e quais trabalhos que um Assistente Social
poderia desenvolver com a instituição e as famílias destes idosos que se encontram
abandonados.
1.2 ASSITENCIA SOCIAL – POLÍTICAS DE DIREITO DA PESSOA IDOSA
As Políticas Públicas é um conjunto de normas que vieram subsidiar auxílios
a sociedade em busca dos seus direitos sociais.
13
O termo política diz respeito a um conjunto de objetivos que informam
determinado programa de ação governamental e condicionam sua
execução. Política pública é a expressão atualmente utilizada nos meios
oficiais e nas ciências social para substituir o que até a década de setenta
era chamado planejamento estatal (BORGES).
Pensar em Modalidade de atendimento é pensar nas diferenças de rendas,
pois não envelhecemos todos de igual maneira.
Deve-se pensar também o individuo na sua totalidade. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) definiu como um estado de bem estar bio-psico-social, ou
seja, um estado de equilíbrio entre todos os determinantes físicos e emocionais do
ser humano.
Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência especializada em
saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das
Nações Unidas. Sua sede é em Genebra, na Suíça. A directora-geral é,
desde novembro de 2006, a chinesa Margaret Chan. (Wikipédia, a
enciclopédia livre).
Com a Constituição de 1988 a pessoa idosa passou ter mais direitos sociais.
Em 1994 foi criado a Política Nacional do Idoso, que definiram norma para garantir
os direitos sociais dos idosos, tendo objetivos de aumentar expectativas de vida dos
idosos, e preocupados tambem com nova geração de velhos que estava por vir,
garantindo uma velhice saudável.
Tem como suporte a família, a sociedade o Estado cabendo assegurar os
direitos da cidadania, o bem estar, o direito à vida e não sofrer
discriminação. Dispondo que o processo de envelhecimento deve ser objeto
de conhecimento e informações a toda sociedade.(Godoi, pag. 22)
O envelhecimento nos coloca alguns princípios de direito dos idosos
conquistados ao longo do tempo pela sociedade com a criação do Estatuto do Idoso,
Lei n.10.741
Art. 1º: É Instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
14
Tem como Objetivos No art.34 do cap.VIII, Da Assistência Social do
Estatuto do Idoso
Está previsto que aos idosos a partir de 60 (sessenta) anos, que não
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua
família é assegurado o benefício mensal de (1) um salário-mínimo, nos
termos da Lei Orgânica da Assistência Social-Loas. No art.35 diz-se que
todas as entidades de longa permanência, ou casa lar, são obrigadas a
firmar conta de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. (Godoi,
pag.33)
No art.49 orienta que as entidades que desenvolvam programas de
institucionalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios.
I - “Preservação dos vínculos familiares;
II - Atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III - Manutenção do idoso na mesma instituição salvo em caso de força
maior;
IV - Participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e
externo;
A Assistência Social busca desenvolver políticas direcionadas a pessoa
idosa, visualizando as políticas públicas, que possam garantir os seus direitos e
atenção a grupos familiares ou indivíduos vulneráveis, com ênfase em trabalhos
direcionados a uma política universal.
Como o Programa de Atenção Integral à Família - PAIF, que foi
desenvolvido nos Centro de Referências da Assistência Social – CRAS, tem como
publico alvo:
Família que, em decorrência da pobreza, estão vulneráveis, privadas de
renda e do acesso a serviços públicos, com vínculos afetivos frágeis,
discriminadas por questões de gênero, etnia, deficiência, idade, entre
outras. (Scheffer, 2009)
O Beneficio de Prestação Continuada – BPC, é garantido pela Constituição
15
Federal e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS destinam-
se:
Aos idosos com 65 anos ou mais e aos portadores de deficiência
incapacitados para vida independente e para o trabalho, que comprovem
não possuir meios de prover a própria manutenção ou atê-la provida por sua
família. (Scheffer, 2009)
Tem também Grupos de Convivência, onde se realiza atividade com idosos
independentes, em locais físicos disponíveis dentro da comunidade, igrejas, centros
de múltiplos uso, centros de saúde, etc.
Tem como objetivos:
Realização de atividade, com a finalidade de serem ampliadas as relações
sociais ampliadas as relações sociais, bem como possibilitar a autonomia
dos grupos em espaços próximos ao local de residências dos
beneficiados. (Scheffer, 2009)
Existe também o Centro de Convivência, é espaço destinado à freqüência de
idosos autônomos e de seus familiares, onde são desenvolvidos planejamentos
voltados com ações de atenção ao ancião, contribuindo para o envelhecimento ativo
e saudável, negando o isolamento social, permitindo a socialização e o aumento de
renda própria.
O Centro de Convivência contribui para o envelhecimento ativo e saudável,
propiciando autonomia, socialização e geração de renda. Tem objetivo de
oferecer uma melhor qualidade de vida ao usuário, englobando: atividades
físicas, educativas, livres e atividades manuais. (Scheffer, 2009).
O Atendimento Integral Institucional a Idosos, dependentes e independentes,
são os idosos que carecem de cuidados especializados e que exigem controle e
acompanhamento adequados de profissionais de saúde.
É aquele serviços prestado em instituições acolhedoras conhecidas como:
abrigo, asilo, lar e casa de repouso, durante o dia e a noite, às pessoas
idosas em situação de abandono, sem família ou impossibilitadas de
16
conviver com suas famílias. (BRAGA, 2003, p.). falta o número da página
aqui
Novamente: não se encerra um capítulo com citação, faça o encerramento
desse capítulo com suas palavras.
1.3 LOCALIZAÇÃO E HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Porque você passou essa parte para esse capítulo? É para continuar no
capítulo II.
Em 18 de dezembro de 1979, com a Lei Estadual nº 4.158, foi instituído o
município de Colíder, que se tornou afamado devido à produção agropecuária e os
garimpos.
Em 18 de dezembro de 1979, através da Lei Estadual nº 4.158, foi criado o
município de Colíder, que se tornou famoso devido à produção
agropecuária e também aos garimpos.( Prefeitura Municipal de Colider-MT)
Colider-MT esta localizado ao norte de Mato Grosso próximo a divisas com o
Pará. Esta num local privilegiado aonde existe varias outras cidades da região em
sua volta.
Localizada as margens da MT 320 e a 32km a esquerda da BR-163, situada
em um ponto estratégico do Norte Mato-grossense, Colíder-MT está a 650
km de Cuiabá, a 180 km da divisa com o Pará. É apontado como pólo
microrregional, compreendendo 11 municípios, que englobam uma
população de aproximadamente 170 mil habitantes. (Prefeitura Municipal de
Colider-MT)
17
Fonte: Google Earth.
A Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) foi fundada em 1833 em Paris
(França) por um grupo de jovens leigos católicos, e outro mais velho que se
reunirão e criaram primeira conferencia. É uma sociedade Católica desde as suas
origens de leigos e de boa vontade homens e mulheres, com ajuda aos
necessitados desamparados (pobres doentes e idosos).
A organização foi fundada em Paris a 23 de Abril de 1833, por um grupo de
sete jovens universitários liderados por Frédéric Antoine Ozanam (1813-
1853), estudante de Direito na Universidade de Sorbonne, um jovem na
época com apenas 20 anos de idade. A organização adotou São Vicente de
Paulo (1581-1660) como patrono, inspirando-se no pensamento e na obra
daquele santo, conhecido como o Pai da Caridade pela sua dedicação ao
serviço dos pobres e dos infelizes. O lema da organização assenta na frase
de São Vicente de Paulo: A caridade é inventiva até ao infinito. (Regra São
Vicente de Paulo)
Aproximadamente no ano de 1982, em Colider-MT, um grupo de pessoas
ligadas à igreja católica, que participavam de um curso de cristandade, começaram
a elaborar idéias que fossem de cunhos sociais, onde com a participação da
sociedade e igreja cuidariam de pessoas doentes na região do interior do Mato
Grosso.
18
A Sociedade serve aqueles que estão em necessidade, qualquer que seja a
sua religião, o seu meio social ou étnico, o seu estado de saúde, o sexo
e particularidades culturais ou opiniões políticas.(Regra São Vicente de
Paulo, pag17).
Existiam pessoas no grupo que conheciam os trabalhos Vicentinos que
vieram do Estado do Paraná e São Paulo, fortalecendo mais ainda essas idéias de
apoio nos projetos que surgiam. Consolidada essas idéias, acontecia primeira
conferencia Vicentina, tendo como metas ajudar os doentes de malária da região
norte do Mato Grosso.
Em 1985 com os bons desdobramentos das propostas, a Casa do Peregrino
começou a ser construída na cidade de Colider, e seus trabalhos iniciais eram de
abrigar as pessoas que vinham com malaria, mas nos anos seguintes passou a ser
residências de pessoas idosas.
Fiel ao espírito dos seus fundadores, a Sociedade esforça-se por se renovar
e sem cessar e por se adaptar as condições de mudanças dos tempos, Ela
que esta sempre aberta ás mutações da humanidade e as novas formas de
pobreza que se possa identificar ou pressentir. Dá prioridade aos mais
desfavorecidos e especialmente aos rejeitados pela sociedade. (Regra São
Vicente de Paulo pag.17).
Com a sua consolidação, hoje possui: Seis conferencias em
funcionamentos; um conselho particular formados por estas seis conferencia; esta
estruturada juridicamente e administrada em seu nome na Casa do Peregrino: 13
funcionários e 42 internos, 26 são idosos de 60 a 82, 16 pessoas com distúrbios
mentais abandonados pelos familiares.
A Instituição tem a finalidade de prestar serviços de moradia sobre a forma
de internato mediante contrato de prestações de serviços (art.35 da lei federal
nr/10741/2003-estatuto dos idosos), os idosos de ambos os sexos,
preferencialmente carentes, por tempo indeterminado, obedecendo aos critérios da
instituição que estão nas atas.
19
Amparar as pessoas de famílias idosas carentes e órfãos, que não tem
condições de prover mínimos sociais para o seu sustento. Trabalhos de comunidade
onde a Sociedade deve trabalhar não só com as pessoas necessitadas, mas
também com as famílias e comunidades, promovendo nos seios das comunidades
locais deserdadas, um sentido de solidariedade que favoreça um melhor bem estar
econômico social e ambiental, sem nunca perder de vista a prioridade do contato
pessoa a pessoa com aqueles que sofrem: abrigo, cuidados com a saúde, roupas,
medicamentos e alimentação.
A instituição busca sua auto-sustentação através de: Repasses pelo governo
municipal de três salários mínimos mensais, doações da sociedade e festas. (Show
de Prêmios, Juninas e Leiloes).
As decisões acontecem através de reuniões do conselho particular da
sociedade São Vicente de Paulo, que são realizados mensalmente na sede da
sociedade anexos a casa do peregrino.
Uma grande parte das instituições asilarem não oferece ambientes
adequados para os idosos, que se vêem obrigados a cumprir horários, rotinas e
normas estabelecidas pela casa, perdendo sua privacidade e capacidade de
decisões.
Segundo PIMENTEL, (2001). Sabe-se que a grande maioria das instituições
não está preparada para proporcionar aos seus residentes, serviços individualizados
que respeitem a personalidade, privacidade e modos de vida diversificados. Há uma
desvalorização das necessidades do idoso, por se acreditar que estas se limitam a
certas prioridades fisiológicas (alimentação, vestuário, moradia, cuidados de saúde e
higiene) remetendo ao esquecimento as de nível social, afetivo e sexual.
1.3.1 ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO
A Casa do Peregrino tem um Diretor administrativo, que é responsável pela
administração, cuidando de todos os setores indiretamente, organiza contas à pagar,
realiza festas para arrecadação de fundos para instituição, reclamações e etc.
20
Tem as assessórias onde têm como objetivo ajudar grupos, pessoas
empobrecidas com vínculos familiares desfragmentadas, ajudar com moradia ou
transferir renda e prestar assistência no desenvolvimento de atividades essenciais
ao cotidiano, que forneçam possibilidades de convivência saudável e de atividades
laborais que gerem renda necessária e íntegra de subsistência da pessoa, gerando
um processo emancipatório.
A instituição tem três técnicos de enfermagem, fator importante e obrigatório
dentro da uma ILPI de longa permanência, previsto na lei 7498/86. Dando os
cuidados os necessários aos internos, mas infelizmente existem instituições
clandestinas que não tem esses tipos de serviço.
Segundo Álvares (2006) O enfermeiro é um dos trabalhadores inseridos no
contexto da multidisciplinaridade da ILPI e, portanto precisaria estar presente nela.
De acordo com a Lei 7498/86, que regulamenta o exercício profissional, no seu
artigo 11, inciso I, encontra-se como atividade privativa do enfermeiro o
planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação do serviço de
Enfermagem. Onde houver trabalhador de Enfermagem de nível médio/técnico e
outros profissionais que realizam o cuidado, há necessidade de um enfermeiro, para
liderar e direcionar esses trabalhadores. Todavia esta realidade ainda não se faz
presente na maioria das ILPIs.
Há também um médico, que não trabalha tempo integral na instituição, mas
atende duas vezes ao mês. Duas cozinheiras, quatro faxineiras, uma recepcionista e
um rapas que faz serviço serviços gerais que também faz o papel de cuidador.
Dentro da instituição não tem um Assistente Social, este quando se faz
presente, é fornecido pela Secretaria Municipal de Ação social de Colider-MT.
1.3.2 ESTRUTURA FÍSICA
Uma sala de enfermagem, com equipamentos básicos de primeiros
socorros, quando existe um eventual problema serio o institucionalizado é
21
encaminhado para Hospital Regional de Colider-MT, (HRCOL).
12 cadeiras de rodas (duas para banho).
Um salão de jogos (mesa de sinuca e baralhos) para diversão dos internos
Um Pátio enorme com arvores onde os internos ficam no dia-dia tomando
banho de sol e fica a vontade.
Uma recepção com mesa cadeiras e um computador antigo;
Uma cozinha bem estruturada limpa e refeitório com mais de sete mesas
grandes e varias cadeiras, TV, bem arejado o local;
Cinco banheiros, adaptados para os internos; corrimões, suportes, mas
precisando de uma reforma, pois alguns corrimões estão quebrados.
Onze quartos masculinos com 29 leitos, com guarda roupas;
Cinco quartos femininos com 10 leitos com guarda roupas;
Um quarto de transeunte;
Uma sala de televisão com bebedor de água, sofá e quatro cadeiras;
Uma igreja em anexo.
22
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
2.2 LOCAL DE ESTUDO E O 2.1?
O local de estudo é Casa do Peregrino de COLIDER-MT, realizou-se nos
meses 20 de novembro de 2011 a 10 de março de 2012. Para descobrir os diversos
aspectos que condicionaram a vida destes idosos para ser institucionalizados foram
analisados os dados no momento da sua entrada na casa, cuja população-alvo foi
composta por idosos de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, também foram
entrevistados dois idosos de fora da instituição, que moravam dentro do seio
familiar. Foi conduzida uma pesquisa com questionários relacionados ao histórico de
vidas dos idosos. A pesquisa e as coletadas de dados serão analisadas de forma
qualitativa, descrevendo possíveis visualizações relacionadas aos problemas sobre
o abandono dos anciões.
A Instituição analisada esta situada na Avenida Mato Grosso nº 28, no
Bairro Nossa Senhora da Guia na cidade de COLIDER-MT. É a única casa ILPI
(Instituição de longa permanência para Idosos) da cidade e até mesmo da região
norte do mato grosso, pois existem varias outras cidades vizinhas que são pequenas
e, não existe a mesma. Desta forma se dirigem até Casa do Peregrino localizada em
COLIDER-MT para tentar uma vaga para o idoso, mas a instituição se encontra
lotada com 42 internos, o maximo suportado pela instituição e, um quarto para
visitantes.
Os dois idosos que também, farão parte deste projeto são moradores da
cidade de Colider-MT.
2.1.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA
No interior da Instituição encontram-se 42 pessoas institucionalizadas, sendo
que destes 42, apenas 25 estão na faixa etária dos 60 anos acima. Os outros 17
internos estão na faixa de 20 a 40 anos e tem problemas mentais e não farão parte
do projeto. Ressalta-se que entram no estudo apenas os 25 idosos que serão a
23
população e amostra deste projeto.
Dos 25 idosos institucionalizados somente 14 tem parentes próximos, mas,
somente cinco recebe visitas toda semana dos parentes. Outros cinco são de
cidades vizinha, (Nova Canaã do Norte, Peixoto de Azevedo, Alta Floresta e Santa
Helena) e não recebiam visitas, os sete restantes diziam que os parentes moravam
em outros estados e não tinham certeza se eles sabiam que estavam morando na
instituição.
Durante a realização do estudo da população idosa institucionalizada, foram
encontradas algumas dificuldades para explicar e fundamentar alguns dados
coletados que se relacionavam ao fenômeno do asilamento.
Pontuamos que dos 25 internos existente na casa, havia alguns com
problemas de saúde: oito idosos com esquecimento de fatos de sua vida, 12 com
dificuldades de locomoção, audição ou visão e não sabiam dizer onde se
encontravam os parentes ou porque foi parar na instituição, os cinco restantes eram
bem lúcidos, mas somente três se interessou participar do projeto.
Também existiam os dados que a secretaria tinha catalogado em seus
arquivos na época de sua entrada na instituição, sendo alguns dados muito vagos
para o objetivo proposto, mas que serão utilizados devido ao grande números de
idosos não interessarem participar da pesquisa, para podemos termos uma visão
mais abrangente dos motivos que levarão a sua institucionalização.
Desta previsão somente três idosos foram selecionados para fazer parte da
amostra analisada, por terem consciência do que falam e saber dados importantes
que farão o corpo deste projeto.
Desta forma amostra analisada são três idosos institucionalizados e dois
idosos domiciliados, que serão estudados cada caso individualmente.
Os dois idosos domiciliados foram indicados pela instituição pois os mesmos
as vezes realizam visitas na instituição aos outros idosos institucionalizados. Eles
são (um senhor de 76 e uma senhora de 78 anos) que se encaixaram no perfil
proposto para analise dos estudos e se disponibilizaram a participar da pesquisa,
ambos não terão seu verdadeiros nomes revelados.
24
CAPÍTULO III
ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
3.1 A VIDA DOS IDOSOS DENTRO DA INSTITUIÇÃO.
Uma grande parte das instituições asilarem não oferece ambientes
adequados para os idosos, que se vêem obrigados a cumprir horários, rotinas e
normas estabelecidas pela casa, perdendo sua privacidade e capacidade de
decisões.
Segundo PIMENTEL, (2001). Sabe-se que a grande maioria das instituições
não está preparada para proporcionar aos seus residentes, serviços individualizados
que respeitem a personalidade, privacidade e modos de vida diversificados. Há uma
desvalorização das necessidades do idoso, por se acreditar que estas se limitam a
certas prioridades fisiológicas (alimentação, vestuário, moradia, cuidados de saúde e
higiene) remetendo ao esquecimento as de nível social, afetivo e sexual.
Os integrantes da instituição, não se sentem parte do local, a casa não
proporciona condições comunitária para os seus moradores interagir com meio
social interno, é como se os idosos vivessem num mundo paralelo do que eles
conheciam antes, sem motivação alguma se tornando inertes.
Segundo Pimentel (2001), na verdade, eles não se sentem partes
integrantes do espaço onde vivem não se sentem “pertencer”, contrariando o
sentimento de comunidade, ficando claro que o asilo não proporciona condições de
existência comunitária para os seus residentes; vivem num mundo à parte, onde
perdem sua individualidade, entram aos poucos num processo de isolamento e
deixam de “existir”. Negam-se as possibilidades de elaboração de projetos, por
viverem num mundo sem significado pessoal.
Quando nascemos criamos habito de aprender e interagir com o ambiente
em nossa volta, adquirimos coisas que queremos conquistar, criamos vínculos
afetivos com outras pessoas e fazemos tudo isso no decorrer de nossa vida, esses
acontecimento são eternizado em nosso intimo nos segue ao longo de toda nossa
25
vida. Esses episódios quando são rompidas bruscamente faz com que os idosos se
sintam castrado em relação ao mundo que tinha antes.
Segundo PIMENTEL, (2001) Ao longo de nossa vida, criamos hábitos,
adaptamos e transformamos o nosso espaço, possuímos nossos objetos pessoais e
construímos uma rede de relações. A nossa história é construída, a partir de todas
essas construções simbólicas e, caso haja uma perda total ou parcial delas, para os
idosos representa um corte com o seu mundo de relações e com sua história.
Portanto, o idoso tem dificuldade em assumir aspectos da sua vivência, enquanto
pessoa plena, isolando-se afetiva e socialmente, negando ou desvalorizando as
suas capacidades.
Esta realidade cotidiana asilar da à sensação de que tempo parou, as horas
se tornam eternas, isso se espalha se por todo ambiente, quase nada acontece,
uma mesmice total, idosos muitas vezes um ao lado do outro praticamente estático,
sem conversas, quando se escuta alguma voz, na maioria das vezes é solitária sem
resposta, conversam entre si, mas não se escutam. Uns gritam, sem motivo algum,
outros andam de um lado para outro atônico. É um viver sem viver, sem vontades de
buscar algo que vale apena para continuar sua vida, sem inspirações de valores
sociais, percebe que desistiram da vida.
Outro fato importante notado que existe uma grande ausência familiar no
processo de envelhecimento desses idosos, de acordo com os funcionários esta é
quase nula, pois a minorias recebem visitas constantes. O abrigo é cercado por um
muro alto, impossibilitando ver quem passar na rua ou vice versa. Os idosos
recebem visitas de vez enquanto de pessoas estranhas, que vem dar seu carinho,
que cantam e rezam com eles.
3.1.2 ENTREVISTAS AOS IDOSOS
Antes queremos frisar que todos terão nomes fictícios, para não
comprometer vida particular dos idosos.
Os entrevistados são todos acima de 60 anos, as entrevistas aconteceram
26
de forma individual nos meses de dezembro de 2011 para os institucionalizados e o
mês de janeiro 2012 para os idosos domiciliados.
Foi necessário tempo, pois os idosos às vezes começavam falar e se
sentiam acanhados em relações as perguntas, sendo necessário um tempo ou às
vezes até mesmo passar para a próxima pergunta.
A intenção não era reprimir os idosos, mas sim fazer com que eles se sintam
a vontade e sempre era de livre e espontânea vontade interromper as entrevistas
quando o mesmo não se me senti bem.
Era importante que eles se motivassem a falar de suas aflições, onde com
isso poderíamos traçar um levantamento dos motivos de sua institucionalização,
para conseguir respostas mais concretas relacionadas ao projeto proposto.
Referente aos dados coletados de todos os idosos da instituição, em relação
dos sexos dos 25 idosos, 22 eram homens e quatro mulheres. O estado civil, todas
as mulheres eram viúvas, homens tinham nove viúvos, outros dois separados e onze
nunca se casaram.
Concernente ao abandono no momento de sua entrada: 70% ocorreram
pelos próprios familiares, por não terem condições de cuidar do idoso. Tinha as
famílias de 10% que não tinha condições financeiras, mesmo idosos tendo uma
aposentadoria foram obrigados a institucionalização do idoso, achando melhor pela
própria segurança dele, do que ficar sozinho em casa, mas vinham visitar o idosos
toda semana, outros 20% eram idosos que perderam vínculos familiares e não se
conseguiram dados suficientes para localização dos parentes, devido dificuldades
dos próprio idosos em não saberem dizer ao certo de onde vieram.
As perguntas foram simples e objetivas aos cinco participantes do projeto
tipo: Idade, sexo, estado civil, Grau escolar, profissão, posição social,
relacionamento familiar, tema abandono e o asilamento.
Em relação dos sexos dos cinco participantes, três internos eram
27
masculinos, os domiciliados eram um homem e uma mulher.
O estado civil do institucionalizado era um viúvo, outro separado e um que
nunca se casou. Os domiciliados eram um homem casado e mulher viúva. Os que
foram casados tinham em media de três a sete filhos
A Posição social dos três internos era de baixa renda,. Os dois idosos
domiciliado: renda média
As Escolaridades dos três internos não tinham estudo. Os dois idosos
domiciliado: 1º grau mulher, e homem 2º grau incompleto.
A Profissão antes de irem morar na instituição, da maioria era de
trabalhadores braçais, tipo servente, roçadores de pasto, mulheres trabalhavam
como faxineiras, cozinheiros e até mesmo na roça ou do lar.
O relacionamento com os familiares foi de difícil contextualização,
infelizmente os dados coletados foram de poucas respostas relacionadas aos 26
institucionalizados, como foram explanados no decorrer do projeto alguns internos
tinha problemas em lembrar detalhes de sua vida, desta forma dos três
institucionalizados que fizeram parte do projeto 75% disseram que tinham problemas
familiares, e 25% não. E foi decidido que seriam utilizados esses valores para todos
internos que não participaram diretamente do projeto. Os dois idosos domiciliado:
disseram que tinham bom relacionamento com os familiares.
Os idosos institucionalizados que moravam na instituição tinha 35% menos
de cinco anos, 20% aproximadamente de seis a dez anos e 45% acima dos onze
anos.
Segundo dados da secretaria, os motivos de estarem morando na instituição
são: 70% são abandonados pelos familiares e nunca mais volta para ver os idosos.
Maioria tem algum tipo deficiência física, provenientes de problema de saúde
decorrente da idade. Os familiares não tendo condições de cuidar deixam na
instituição e não aparecem mais para ver como esta o ancião, 20% são os que
28
vieram de outra região do pais em busca de emprego e perderam os vínculos com
os familiares e ficando velhos doentes sem ninguém acabaram abandonados
nestas instituições pela sociedade, 10% pelos familiares, mas não abandonados, em
media uma vez por semana recebe visita dos parentes, o motivo pela
institucionalização do idosos é que acham que ele será mais cuidados dentro da
ILPI, do que ficar em casa sozinho, devido a todos estar trabalhando e essa foi a
melhor opção a institucionalização do idoso
Em relação do que sente por estar morando na instituição disseram sentir
saudades dos familiares, desprezo de toda a sociedade e familiares, abandonados
sem valor algum, humilhações em estar morando naquele local e nunca imaginavam
que iriam terminar seus dias num asilo.
Segundo dados da Instituição o 1º Senhor analisado é analfabeto, foi
Hospitalizado No Hospital Regional de COLIDER-MT, com problema respiratório
gravíssimo devido ao fumo em 1999, tinha 66 anos, não foi possível localizado
parentes próximos na época e, nem mesmo a pessoa que o deixou no hospital.
O Idoso foi encaminhado a Casa do Peregrino e, institucionalizado. Na
tentativa de localizar os entes queridos, mas não foram encontrados dados
suficientes para entrar em contato com seus familiares, assim o idoso esta a mais de
11 anos na instituição.
“Eu morava na roça quando era moleque (...) quando seca cabo com roça
do pai mandou nois seguir nosso rumo (...) eu acho que tinha três irmãos
não tenho certeza (...) fui pra fortaleza trabalhar como pescador e casei com
uma preta fiz dois fios nela (...) coisa não tava fácil ai vim sozinho pro mato
grosso trabalhar no garimpo (...) to a mais de 40 anos nunca dei noticia.
(idoso institucionalizado)
Esta perda do vinculo familiar, no decorrer de sua vida talvez seja um fator
marcante da sua institucionalização, queremos frisar que foi próprio idoso que
abandonou os familiares quando era forte (37 anos), ele confirma isso na sua fala.
29
“a coisa não tava fácil ai vim sozinho pro mato grosso trabalhar no garimpo
(...) to a mais de 40 anos nunca dei noticia pra eles”. (idoso
institucionalizado)
Este fato dele ter abandonado os parentes é visualizado com
arrependimento.
“Quando a gente moço tem cabeça oca (...) queria saber de bebida e farras
não ligava pras coisas (família) hoje sinto falta deles não devia ter deixado a
preta e os meninos (choro) muita saudades (...) arrependido”. (idoso
institucionalizado)
A visão dele sobre o fato de estar morando na instituição:
“Deus existe teve piedade di mim arrumo belo lugar pra morar (...) sinto um
vazio no peito (...) gosto di morar aqui tenho medo di ficar sozinho”. (idoso
institucionalizado)
O 2º idoso entrevistado tem 69 anos viúvo, aposentado, recebe um salário,
mora a três anos na instituição.
Segundo os dados obtidos da instituição dos motivos de sua
institucionalização, partiu de iniciativa do próprio núcleo familiar. A família que tem
baixa renda deixava o Idoso sozinho o dia todo em casa, sem cuidados de ninguém.
Foi hospitalizado devido a uma queda, fraturando um braço e, isso levou a família
institucionalizar o idoso, onde acham que ele terá mais cuidados no decorrer do dia-
dia. Os parentes visitam o ancião uma vez por semana.
O Idoso dizia não gostar de morar na instituição, achava desagradável o
local, tinha muitas pessoas com problemas de saúde, não gostava de ver aquilo e
pedia para os filhos que queria voltar para casa. Sentia se abandonado apesar deles
vir visitá-lo toda semana.
“feio esse lugar (...) tem muito veio doente não sou doente tenho força
ainda (...) sinto abandonado aqui sozinho”. (idoso institucionalizado)
30
A visão dele sobre o fato de estar morando na instituição:
“lugar esquisito ninguém conversa com gente (...) acho qui não existo aqui
tem muita gente doente quero voltar um dia pra casa morar com meus filhos
di novo (...) acho que eles me abandonaram aqui pra sempre”. (idoso
institucionalizado)
O 3º idoso que nunca casou, tinha 70 anos, teve varias namoradas quando
moço. Parou na instituição devido não ter pra onde ir aos 65 anos quando foi
encontrado bêbado na rodoviária. Disse que veio do Sertão do Nordeste andou por
todo Brasil trabalhando como servente e faxineiro, veio para o Mato Grosso
sonhando em ser rico com o garimpo. Pegou muita malaria e quando garimpo
acabou, passou trabalhar como ajudante em rodeios e não agüentando mais
trabalhar, foi deixado para trás devido velhice.
“ Eu (...) so nordestino lembro da minha familia quando era criança (...)corri
todo esse mundão afora como trabalhador braçal fui até garimpeiro peguei
varias malaria (...) guentei firme queria ser alguém na vida (...) velhice não
deixou”. (idoso institucionalizado)
A visão dele sobre o fato de estar morando na instituição:
“Sou velho já tive meu valor quando era moço (...) não tenho mais amigos e
nem sei se tive um dia sei que fui bom neste mundão fora nunca robei neim
matei (...) queria ver meus irmãos di novo (...) um canto pra morar já tenho
não reclamo daqui único lugar qui tenho na vida (...) sinto saudades
deles”. (idoso institucionalizado)
Em relação ao abandono, disse estar abandonado desde quando saiu de
casa aos 15 anos e nem sabe o que é ter uma família, a instituição é família que ele
nunca teve.
“Vixi já to acostumado fais tempo que vivo por ai desdi muleque quando pai
mandou pra cidade(...) nem lembro muitos daqueles tempo com elis (...)
isso aqui milha familia agora”. (idoso institucionalizado)
31
Foi percebido na fala dos idosos domiciliados, no momento da entrevista ao
abordar tema família, percebe que esta relação com núcleo familiar é mencionada
somente no tempo da infância e adolescência, pois eram nessas fases que o idoso
tinha um contato direto com seus familiares.
Nível social também influenciou muito sem estudo tendo somente força do
corpo (trabalhos braçais) foi única coisa que os manteve ao longo do tempo com
dignidade para sua sobrevivência.
A idosa domiciliada veio para Mato Grosso quando tinha 42 anos em 1974,
hoje com 78 anos. Natural de Santa Catarina casou-se aos 19 anos e teve sete
filhos, Ficou viúva aos 62 anos, (marido morreu com 71anos) e hoje mora com sua
filha casula que também casada.
A Domiciliada dizia que sempre teve medo de ficar longe dos filhos, ela e o
marido criou todos com muito amor e dedicação mesmo com dificuldades na época
que vieram pro mato grosso que era um local sem muitos recursos, deu estudo e
ensinando o que certo ou errado a todos, hoje ela se sente realizada com os filhos
cuidando dela.
“Sou muito religiosa sempre levava eles na igreja desde quando eles eram
bebezinhos (...) ensinei tudo que bom para a minha família apesar das
dificuldades que passamos na época que viemos embora (...) levava pra
escola GRAÇAS DEUS hoje sou realizada pelos anos dedicados aos meus
filhos”. (Idosa domiciliar).
A visão dela sobre idosos abandonados e estar morando em instituição de
longa permanência.
“num gosto nem de pensar nisto não mi vejo num local deste (...) sei que
tem muitos necessitados que são levados para essas casas feia por não
terem ninguém (...)não entendo são essas famílias que deixam seus pais
sua mãe naquele lugar horrível só porque ficou velho jogam fora como se
fossem objeto (...) um dia vai ser cobrado esta na bíblia quem abandona
seus parentes não tem amor a si próprio (...) irão acabar no mesmo local um
dia”. (Idosa domiciliar).
32
Relação seu filhos, ficou agradecida pelos seus trabalhos devotados, hoje
todos a acolhem bem.
Meu marido e eu sempre trabalhamos (...) nois não tínhamos estudo só
força do corpo pra trabalhar ele era bóia fria eu lavadeira de roupa (...)
quando nova (19 ela, ele 27), tava com um bebe de um ano e meio e outro
já na barriga, (...) não foi fácil mas conseguimos educar todos 5 filhos hoje
todos estudados e casados eles quem cuidam de mim depois que M.. se
foi” (Idosa domiciliar).
O Ultimo entrevistado tem 76 tem problemas de visão, enxerga, mas muito
pouco, totalmente lúcido, mora com sua esposa que tem 67 anos e uma filha solteira
44 anos.
Ele natural de Piauí foi para o Paraná com 22 anos e tem seis filhos (três
homens três mulheres).
Sempre trabalhou em madeireira, como gerente de pátio, tem 26 anos que
mora no Mato Grosso. Trabalhou muito, dizia que queria todos os filhos perto, mas
hoje somente dois moram perto, os outros moram em outras cidades, mas fica feliz
por sempre eles ligarem dando noticias para saber como ele esta.
“Se eu fosse rico compraria uma quadra inteira para meus filhos e netos
morar perto de mim”. (Idoso domiciliado).
Perguntado para ele o que ele acha das instituições de asilo.
“ja entrei 2 vezes para descarregar madeira num asilo (...) foi acho em
1975, lugar esquisito todos aqueles veio pareciam doido (...) hoje
pensando nisto não vejo eles como doido as vezes sinto como eles não
abandonado mais as vezes sem voz ativa (...) sei que tenho filhos que
cuida de mim (...) velhice gente fica desacreditado não pode fazer muita
coisa que pudia antes gente perde animo pra tudo”. (Idoso domiciliado).
A visão dele sobre idosos abandonados e estar morando em instituição de
33
longa permanência.
“pergunta dificil de responder né achu que nois quando novo não paramos
para pensar as vezes na velhice eu pensava assim quando ficar veio meus
filhos vão cuidar de mim GRAÇAS DEUS estão cuidando so que acho que
esse lugares existe para os sem família (...) mais lembro que o rapais que
trabalhava no asilo disse que tinha familia que deixo veios la não voltam
mais pra buscar (...) triste isso imagino por mim hoje trabalhei tanto e sei
que eles também quando era novo trabalharam muito (...) tinham que ter
mais cuidado e tinha que prender filhos que deixam eles naquele lugar cade
lei que da amparo ta só no papel é”. (Idoso domiciliado).
Também ficou agradecido os filhos que o amam muito.
“Fico muito feliz pelos filhos sempre cuidarem de mim (...) todos vocês
queria poder fazer mais por você (...) não tenho forças agradeço sempre
DEUS que proteja todos vocês”. (Idoso domiciliado).
Observa-se que nestas questões dos problemas relacionados ao abandono
a falta que uma família faz. Na ultima fala dos idosos, eles agradecem por terem
seus filhos ajudando. Nota que a família é base que sustenta esses princípios de
gratidão e amor ao longo de uma vida.
3.1.3 Analise da vida dos idosos
As contendas sobre o abandono e a institucionalização destes idosos foram
discutidas em vários momentos da fala dos anciões, a fim de buscar e compreender
as questões norteadoras que irão fundamentar a analise do nosso estudo: Tipo, “O
que o senhor entende por abandono?”, “O que os Senhores sentem de morar em
uma ILPI?” , e se “o Sr sabe os motivos de estar morando na instituição”. Estas três
questões foram elementos importantes no momento da investigação e, percebia
uma grande aflição deles sobre o assunto.
O termo ancião vem do latim antianus via francês arcaico ancien referindo-
se a pessoa de idade avançada, antigo, velho, venerável, respeitável.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
34
As perguntas tiveram a intenção de descrever os conceitos relacionados ao
abandono na velhice, com os objetivos de identificar em que situações concretas a
institucionalização se configura, em que contexto ele se dá.
Em resumo, a análise dessa questão revela que a velhice incorporada a
limitações funcionais e financeiras é um quadro delicado das respostas dos idosos,
evidenciado em vários momentos em que se notam quais foram às concepções em
relação ao abandono e sua institucionalização.
A maioria dos idosos relataram que infelizmente tiveram que se distanciar da
família atrás de emprego em outras regiões do pais, deixando mulher e filhos para
trás.
Onde no decorrer da vida perderão vínculos familiares e assim, neste
contexto histórico da vida se perceberão velho, com a perda gradual de capacidades
e as transformações físicas, os adoecimentos e a perda de autonomia para algumas
atividades dentro de um mundo cheios de preconceitos com as pessoas idosas. Não
tendo condições próprias para se manter, são levados para essas instituições de
longa permanência onde terminam seus dias.
Há dados interessantes com relação à relevância do contexto para a
ocorrência de eventos críticos e seu impacto, como a posição que o
individuo ocupa dentro de uma determinada estrutura social pode contribuir
para sua maior ou menor suscetibilidade à experiência de eventos críticos.
Estudos feitos na década de 1990 mostram que diferenças em classe social
podem ser determinantes para a freqüência de eventos de eventos críticos
de vida, bem como para os recursos pessoais, materiais e sociais
disponíveis ao individuo para enfrentar tais eventos. (Neri 2005).
Percebe que os anciões mesmo tendo uma renda própria, a família decide
colocar o idoso nestes recintos. São de famílias pobres e sem condições financeiras
e na maioria das vezes fica em casa sozinho, sem cuidados de ninguém, devido
todos familiares estarem trabalhando, onde esses núcleo familiar se vêem obrigados
a institucionalizar o idoso, aonde nem mesmo chegam perguntar ao ancião sobre o
35
que ele acha disto, crer esta ser melhor opções que eles tem, para sua própria
segurança. Também raramente vão visitar-lo e se percebe esse afastamento de
todos familiares depois de deixá-lo na casa de longa permanência.
Outro aspecto importante, e que possivelmente esta se refletindo na
ausência aparente de autodeterminação, diz respeito à forma como se
processou o ingresso dos idosos na instituição. Na maioria dos casos, a
iniciativa partiu da família e não do idoso, e algumas vezes este foi para
instituição contra a sua vontade, ou até mesmo enganado. Alem disso, o
idoso parece viver em um estado de isolamento e abandono familiar, visto
que recebe poucas visitas, mesmo os que tem filhos. Raramente esses
internos passam o fim de semana fora, e a ajuda que recebe da família
quase inexistente. O afastamento da família (filhos, irmãos, sobrinhos e
outros parentes mais distantes) parece ser mais em virtude da rejeição, do
que outras circunstâncias. (Neri, 2005)
Nesta perspectiva, algo que parecia provisório acaba sendo permanente,
tornando se um abandono total destes idosos pelos seus familiares, que nunca mais
voltam para visitar o seu ente querido. Sendo um fato deprimente para com esses
idosos, que acabam entrando depressão total, devido ambiente não propiciar
estrutura e nem interações sociais dentro deste contexto social interno da
instituição.
Existem os que fazem de tudo para manter seus idosos com muito amor e
carinho dentro dos laços da família mesmo nas dificuldades.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em plena virada do século, o aumento do número de idosos e da qualidade
de vida demonstrou, sem duvida alguma, alterações sociais, econômicas e éticas, e
que nossa sociedade esta despreparados para receber esses novos ilustríssimos
idosos que estão surgindo, ocasionando grande aumento de varias instituições (ILPI)
em todas as regiões do nosso Pais, que na maioria das vezes são inadequadas para
esses anciões.
Este trabalho utilizou instrumentos técnicos na busca de coleta de dados,
que foram processados e aplicados no intuito de obter informações que dessem
embasamento ao referido tema “abandono do idoso”. Gerando um conjuntamente de
análises, que possibilitaram obter resultados significantes, permitindo apresentar
algumas definições sobre o tema.
A partir dos relatos da vida particular de alguns idosos, que descreveram
fragmentos da historia de sua vida, se fez visualizar os motivos pelos quais foram
abandonados e institucionalizados. Ao analisamos esta conjuntura entendemos que
foi um processo ocasionado de varias formas no decorrer de uma vida inteira, onde
pontuamos alguns destes fatores marcantes, destas mudanças sociais que foram
desemprego a busca de trabalhos em outras regiões do país, educação e perda do
vinculo familiar, contribuíram para o desequilíbrio familiar.
No que tange à identificação das causas do abandono de idosos em
Instituições de longa permanência, pôde-se identificar que as mesmas, organizadas
de menor a maior incidência, de acordo com os resultados obtidos, as seguintes
conclusões:
A família é o ponto inicial como marco legal para socialização do individuo,
onde passa estabelecer vínculos como amor e gratidão, que ira garantir equilíbrio
físico, psíco e afetivo ao longo de toda sua vida.
Com o rompimento deste núcleo familiar, atreladas por laços de parentesco,
dependência íntima, regras de convivência e que habitam na mesma unidade
37
domiciliar, perdem esta essência importante para seu desenvolvimento futuro.
Isso é percebido nas reflexões dos idosos claramente, quando eram
meninos existia um elo com sua gente. Quando família em dificuldades financeira ou
qualquer outro motivo manda filho buscar seu rumo, quebrando esse mito importante
que é a “família”.
Esses rompimentos ocorridos por mudanças sociais e até o nível social
contribuem para esses acontecimentos fulminam na velhice originados por
problemas físicos, levando o idoso ao abandono total, por não terem laços
parentescos próximos que o acolhessem.
Mas também existem outros problemas onde tem idosos que tem familiares
próximos, mas infelizmente devido renda familiar ser muito baixa, por acharem que
será pelo próprio bem do ancião são obrigados a institucionalizar seus idosos, sem
nem mesmo lhe dar uma opção de escolha, sendo a única solução mais acessível.
Percebe-se claramente, diz respeito ao fato de que a imagem que as
pessoas têm dos idosos na velhice, conseqüentemente, preconceituosa, com
conduta discriminatória, sendo uma a avaliação que os idosos fazem de sua própria
condição em que se encontram, sozinhos e abandonados devido a fatores físicos.
Esta conjuntura pelos quais esses idosos, dentro desta atual realidade,
afloram seus sentimentos vivenciados ao longo de uma vida cheia de vigor e alegria.
Acabam sendo obrigados a se afastar do cerne das discussões familiares,
devido a dificuldades financeiras, problemas sociais interno na família, grau escolar
ou desequilíbrios físicos ocasionados pela velhice.
Desta forma os trabalhos de um Assistente são de suma importância, com
compromissos e responsabilidades em busca de uma cidadania universal, na busca
de levar informações, conhecimentos as instituições, as famílias e a toda sociedade,
promovendo qualidade necessária para as pessoas idosas, criando espaços de
discussões com debates e reflexões, em busca de soluções mais amigáveis frente a
38
esta realidade amarga dos anciões.
Essa conclusão sobre o abandono da pessoa idosa não se encerra nesta
analise, mostram que sociedade precisa rever seus conceitos e ter mais respeito e
dignidades com esses presentes senhores, num futuro próximo seremos nós, e
temos que corrigir esses erros dando respeito e dignidade para esses senhores que
tanto contribuiu com toda sociedade, seja de forma direta ou indiretamente, preciso
mudar essas definições e passar dar mais valor a família para junto construirmos um
final melhor para nossos idosos, que com certeza um dia será nós.
39
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