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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
8,0
BRINCANDO E APRENDENDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ANA RITA THOMAS KISSNER
ORIENTADOR: Prof . ILSO FERNDADES DO CARMO
CAMPO NOVO DO PARECIS/2012
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
INFANTIL
BRINCANDO E APRENDENDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ANA RITA THOMAS KISSNER
ORIENTADOR: Prof . ILSO FERNDADES DO CARMO
“Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do titulo de Especialização em Psicopedagogia com ênfase em Educação Infantil.”
CAMPO NOVO DO PARECIS/ 2012
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus meu maior e melhor amigo, por ter passado por mais uma
etapa tão proveitosa em minha vida, alem de novos amigos, o leque se abre ainda
mais sobre os conhecimentos adquiridos. À minha família e em especial, ao meu
filho que sempre estive ao meu lado me apoiando. A professor ILSO FERNDADES
DO CARMO, pela orientação e dedicação.
DEDICATÓRIA
As crianças, pois elas são o futuro do nosso país, do mundo, porque ser
criança é saber brincar e sonhar com a vida sem se preocupar, ser educado e
aprender coisas boas pra vida mudar e crescer pro mundo
RESUMO
O tema abordado, foi escolhido, porque sou uma educadora apaixonada
pelo que faço e acredito que quando a criança brinca ela assimila melhor os
conteúdos abordados e consequentemente aprende bem mais rápido.
A pesquisa de foco monográfico foi feita através de levantamento
bibliográfico, fichamento de livros, investigações, pesquisa formal e informal com
professores e observação.
Buscou-se novas alternativas para que o brinquedo se torne importante na
educação infantil, abordar uma hipótese concreta do seu uso, sensibilizar a escola
para o uso e importância do brinquedo para os professores e alunos
Palavras- chave: Brincar, educação, lúdico
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................06
1 SURGIMENTO DOS BRINQUEDOS..........................................................08
2 BRINCAR UMA NECESSIDADE .............................................................. 11
2.1 Brincar do ponto de vista filosófico .......................................................15
2.2 Brincar do ponto de vista sociológico ...................................................15
2.3 Brincar do ponto de vista psicológico ...................................................16
2.4 Brincar do ponto de vista criativo ..........................................................17
2.5 Brincar do ponto de vista psicoterapeutico ..........................................17
2.6 Brincar do ponto de vista pedagógico ..................................................18
3 ATIVIDADES LÚDICAS .............................................................................20
3.1 Benéficos das atividades lúdicas ...........................................................21
3.2 Para cada idade um brinquedo adequado .............................................24
CONCLUSÃO ............................................................................................25
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................27
INTRODUÇÃO
Desde tempos antigos, os brinquedos tiveram um importante papel na vida
das crianças. Por milhares de anos crianças brincaram com brinquedos dos mais
variados tipos. Na Grécia Antiga e no Império Romano, brinquedos comuns eram
barquinhos e espadas de madeira, entre os meninos, e bonecas entre meninas.
Durante a Idade Média, fantoches eram brinquedos muito comuns entre as crianças.
O brinquedo surgiu na Alemanha, até o final do século XIX, a maioria dos
brinquedos era fabricada em casa, ou fabricada artesanalmente.
O cotidiano da criança em nossa cultura, geralmente, é repleto de momentos
de brincadeiras, canções, jogos, faz-de-conta e muitas outras coisas que a levam a
conhecer o mundo a sua volta. Assim, brincadeiras e jogos podem e devem ser
utilizados como uma ferramenta importante de educação. as atividades lúdicas
também ajudam a memorizar fatos e ajudam em testes cognitivos.
Através da atividade lúdica, a criança aprenderá brincando, de uma maneira
agradável, com brincadeiras tais como: jogo de damas, gincana cultural, brincadeiras
como boliche, onde cada garrafa que ele derrubar responderá uma pergunta, etc...
será um fator facilitador para o aprendizado, pois sentirá prazer em estar
participando ao mesmo tempo que estará se desenvolvendo nas diferentes áreas da
Educação.
Enfatiza-se as idéias de BEJAMIN (1984), o qual destaca a história do
brinquedo, a educação a criança, o surgimento do brinquedo, quais eram suas
formas, quem foram seus primeiros fabricantes, o comércio e sua evolução com o
passar dos anos. Outra bibliografia importante foi ROSA e DINISIO (1999): a qual
trata-se de uma pesquisa feita na alfabetização e aborda conceito das atividades
lúdicas e seus benefícios. E por fim, MARLI (2000), que trata brincar como uma
necessidade da criança. Todas as bibliografias utilizadas foram de suma
importância, mais essas três me chamaram muito a atenção, pois analisam o ato de
brincar das crianças de uma forma minuciosa e especial.
No primeiro capítulo tratará de uma concepção, onde surgiu o brinquedo,
quem foram seus primeiros fabricantes, como eram os brinquedos, sua importância
para o desenvolvimento da criança e como ele se expandiu. Uma obra lida diz
assim: “O brincar é uma parte ativa, agradável e integrativa do desenvolvimento
cultural”. (BATRO, 1976, p. 133), e também...“A atividade lúdica é um meio de
ensinar a criança a se colocar na perspectiva do outro”. (BATRO, 1976, p. 135), a
criança brincando aprende um pouco de sua cultura e dos outros, assim vai
assimilando e se socializando, pois em uma sociedade existem regras, e na
brincadeira também.
No segundo capitulo, abordará uma questão importante “Brincar uma
necessidade da criança”. Este capítulo da importância ao brincar e como ele afeta
no lado emocional ou racional das crianças. No ponto de vista sociológico, onde o
brincar é a forma mais fácil de inserção da criança na sociedade. No ponto de vista
psicológico, as diferentes modificações do comportamento, a personalidade. Do
ponto de vista criativo, tanto o ato de brincar como o de criar estão ligados um ao
outro. Do ponto de vista psicoterapêutico, é no brincar que tem a função de entender
a criança. E por fim, do ponto de vista pedagógico, tem-se revelado como uma
estratégia poderosa para a aprendizagem da criança.
Já no terceiro capítulo, aborda um conceito sobre a Atividade Lúdica, se ela
sempre existiu, se é importante, se sempre foi a mesma e seus benefícios no
aspecto social e intelectual, e alguns tipos de brinquedos para determinadas idades.
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1. SURGIMENTO DO BRINQUEDO
Desde tempos antigos, segundo ABERASTURY (1979), os brinquedos
tiveram um importante papel na vida das crianças. Por milhares de anos crianças
brincaram com brinquedos dos mais variados tipos. Na Grécia Antiga e no Império
Romano, brinquedos comuns eram barquinhos e espadas de madeira, entre os
meninos, e bonecas entre meninas. Durante a Idade Média, fantoches eram
brinquedos muito comuns entre as crianças.
Até o final do século XIX, segundo BENJAMIM (1984), a maioria dos
brinquedos era fabricada em casa, ou fabricada artesanalmente. Atualmente, a
grande maioria dos brinquedos são fabricados em massa, e comercializados.
A Alemanha é o ponto de partida do surgimento do brinquedo, uma boa
parte dos brinquedos mais belos, foram feitos lá, até hoje encontra-se em museus as
primeiras obras de artes que são os brinquedos antigos. e em alguns quartos de
crianças. Nurembreg, segundo SANTOS (2000), é a partida do soldadinho de
chumbo e da formosa arca de Noé. A mais velha casa de boneca de que se tem
notícia provém de Munique. Sonnebreg destaca-se com as bonecas de madeira,
Hannover com suas lojas de especiarias e chapeleiras, as festas de colheita em
estanho, constituem modelos insuperáveis da mais sóbria beleza.
Os brinquedos, segundo BENJAMIM (1984), não foram invenções de
fabricantes especializados, eles nasceram nas oficinas de entalhadores em madeira,
fundidores de estanho etc. No principio havia poucos fabricantes de brinquedos, mas
com o passar do tempo, surge a necessidade de produzir mais e aí nasce a grande
indústria, nas quais muitas existem até hoje.
Surge em Nuremberg, segundo ORSO (1999), os exportadores que
começaram a comprar brinquedos que provinham das manufaturas da cidade e das
indústrias.
Naquela época, segundo ORSO (1999), os brinquedos pareciam ser feitos
para adultos, ou seja, bonecos com cara de adulto, eles acreditavam, que o
brinquedo determinava a brincadeira da criança, quando na verdade é o contrario, a
criança brinca do faz de conta, por exemplo: A criança puxa alguma coisa, como um
cabo de vassoura e esse cabo torna-se um cavalo, quer brincar com areia e torna-se
pedreiro, quer esconder-se e torna-se ladrão ou guarda.
Cada criança cria seu brinquedo sua brincadeira, vai depender só da sua
criatividade e sua imaginação. A importância do brinquedo ou o jogo como um
veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual, segundo
FERNANDES (2001), tem sido reconhecido há muitos anos por pesquisadores e
intelectuais.
Pesquisas apontam para a importância do brinquedo como meio de fornecer
a criança um ambiente planejado, que possibilite a aprendizagem que decorre do
uso adequado do brinquedo e da oportunidade de brincar. Esse ambiente , segundo
FERNANDES (2001), deve ser atraente, para despertar a criança para seu
desenvolvimento e exploração, deve ter espaço, para dar a criança à oportunidade
de criar suas brincadeiras.
Muitos teóricos vêm detectando na importância do brinquedo sob várias
dimensões. Por exemplo: Para Piaget, apud BATRO (1976), o jogo desenvolve a
mentalidade da criança.
Piaget, apud BATRO (1976, p. 387), definiu assim: “O brincar é uma parte
ativa agradável e integrativa do desenvolvimento cultural”.
É brincando, segundo PIAGET (1973), que a criança se torna, mais ativa,
calma e melhora o desenvolvimento motor e o comportamento social, brincando em
grupo, onde fica face a face com outra criança. Através do ato de brincar, a criança
alivia a tensão, mas ela deve receber uma dose de incentivo dos pais, para o
desenvolvimento de diversas habilidades.
Os pais podem contribuir, por exemplo: quando seu filho quer lhe mostrar
algo que ele descobriu sozinho, e acha que ninguém sabe, é nessa hora, segundo
PIAGET (1973), que os pais devem dar atenção e retribuir elogiando, também pode
dedicar um pouco do seu tempo brincando com seu filho, com todo esse estímulo,
tenho certeza que a criança crescerá sem medo de enfrentar novas experiências.
Toda criança que brinca é normalmente saudável, cheia de vitalidade,
disposta, e além disso, o brinquedo é uma forma de gravar na nossa mente alguma
ocasião, por exemplo: quem não se lembra de um brinquedo que adquiriu na
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infância, que tinha enorme carinho por ele, e ele se quebrou ou você perdeu, com
certeza ficou na sua mente a saudade e a importância que você o dava.
Para Deniz, apud BATRO (1976, p. 387): “A atividade lúdica é um meio de
ensinar a criança a se colocar na perspectiva do outro”.
Dessa forma, a criança aprende a brincar com outras crianças, e então
aprende a conviver na sociedade, aprende a pensar e pedir opinião de outras
crianças, ou até mesmo dos adultos.
Os brinquedos, segundo BATRO (1976), fazem com que as crianças se
integrem umas com as outras, que façam amizades e o melhor de tudo que ela irá
descobrir o seu futuro, e mais tarde verá o quanto foi importante o brinquedo em sua
vida. O brinquedo além de atrair a atenção da criança, ele irá fazer com que ela
aprenda melhor o que lhe é proposto, e desenvolva seu intelectual. O brinquedo é
importante no desenvolvimento da criança, principalmente nas séries iniciais.
Brincando a criança, começa a imitar os papéis do mundo adulto, e assim
aos poucos vão formando seu caráter intelectual e moral e tornando capaz de se
comunicar.
FREIRE (1992), e alguns de seus seguidores, que situam o brinquedo como
meio de elaborar uma experiência dolorosa, criar uma fantasia para atender a
necessidade que não foram satisfeitas ou cuja expressão foi reprimida.
Na colocação de FREIRE (1992), e podemos entender que para o adulto, o
brinquedo significa conquista de algo que no passado lhe foi, que não tem muita
importância, e para a criança o brinquedo ajuda entender o real lógico, do seu modo.
Brincando é a maneira pela qual a criança aprende o que ninguém pode
ensinar. Pois as crianças, através do brinquedo desenvolvem seu pensamento, seu
intelecto, a capacidade de criar e interpretar, de conviver em grupo, entre outras
habilidades.
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2. BRINCAR UMA NECESSIDADE DA CRIANÇA
Desde sempre vemos crianças a brincar, sozinhas ou em grupo, com ou
sem brinquedos e inventando elas próprias diversas brincadeiras. O brincar é uma
lembrança comum das vivências humanas, algo que todos já experimentamos.
A brincadeira, segundo SANTOS (2000), é uma necessidade da criança,
quanto mais ela brinca melhor consegue superar os seus conflitos e as suas
dificuldades, estando assim disponível para um desenvolvimento positivo.
É brincando que os bebês descobrem como as coisas funcionam e assim
começam a se relacionar com a vida, perceber os objetos e o espaço que seu corpo
Como o mundo real ainda lhe é difícil de ser assimilado e aceito, ela cria o
seu próprio universo, onde tudo é possível e tem solução. É a fase do pensamento
mágico e das projeções.
Nesse seu universo habitam super-heróis, mitos, fadas e monstros, capazes
de brincar com ela, bem como fazê-la rir, sentir medo e chorar e, acima de tudo,
ajudá-la a se desenvolver.
Surge, então, na criança, uma ansiedade tão intensa e aflitiva, que não tem
necessariamente relação com qualquer experiência assustadora anterior e cuja
origem vai ao encontro do momento de vida que atingiu, quando se inicia a retirada
das fraldas e o treino ao penico, o que significa que deve assumir o controle do
próprio corpo.
A criança expressa seus conflitos através do medo do escuro, de estranhos,
de situações novas, do trovão, relâmpago, vento e outros temores que não se
constituem fobias. Sente-se fragilizada diante de emoções desconhecidas e que não
consegue dominar e compreender.
Daí a necessidade de criar um universo só seu. Na sua lógica, se os super-
heróis conseguem subjugar o mal, ela também consegue; ou seja, se eles resolvem
seus conflitos, ela também pode fazê-lo. Esses pensamentos mágicos lhe dão um
sentido de poder muito forte e contribui para diminuir a sensação de fraqueza e de
impotência diante dos adultos.
Assim, ela atribui vida aos objetos e brinquedos, depositando neles seus
próprios sentimentos (projeções). É o ursinho de pelúcia que está com raiva porque
a mãe brigou com ele ou o soldadinho está triste porque o pai dele foi trabalhar e
não o levou junto... enfim, a criança brinca com os bonecos e bichos de pelúcia,
como se fossem pessoas de verdade. Desta maneira, ela se liberta, sem culpa, de
seus sentimentos negativos, ao expressá-los através dos brinquedos e objetos.
Segundo BORBA (2006), faz-se necessário o redobrar de cuidados,
principalmente com janelas ou objetos que ofereçam perigo, pois a criança pode se
sentir tentada a imitar o modo de atuar de seus personagens.
Nesta fase segundos a criança inventa um companheiro imaginário para
conversar e brincar. Geralmente este personagem é bom, prestativo e é dirigido e
comandado por ela, o que lhe dá uma sensação de controle e poder.
Apesar dos monstros serem figuras aterradoras, os pais não precisam se
alarmar, pois justamente por serem criaturas do mal sempre acabam derrotados nas
histórias e nos desenhos.
BORBA (2006 ) enfatiza o fato de que dentre os mitos, os mais simpáticos
e bonzinhos são o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa, pois lhe dão presentes, o
que fortalece e enriquece seu senso de auto-estima, por se sentir uma pessoa
importante. Todas estas fantasias têm a função de equilibrar emocionalmente a
criança, permitindo a elaboração e dissipação da angústia e o aplacamento da
ansiedade. Funcionam, inclusive, como um processo de autodefesa e de auto-
afirmação.
Através do faz-de-conta, a criança aprende também a entender o ponto de
vista de outra pessoa, desenvolve habilidades na solução de problemas sociais e a
torna mais criativa, acelerando seu desenvolvimento intelectual.
Esta é, portanto, uma etapa fundamental do desenvolvimento infantil, pois é
através dela que a criança tenta elaborar seus conflitos e organizar simbolicamente
o mundo real.
Os pais não devem participar ativamente do imaginário mirim, nem incentivar
ou reprimir. Com o tempo vai declinando de intensidade até desaparecer por
completo, como se nunca tivesse existido. Geralmente coincide com um maior
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domínio da linguagem e com a abertura de novos caminhos para a descarga
emocional da criança.
A criança, segundo SANTOS (2000), simboliza. Brinca de faz-de-conta,
representa papéis, “recria” situações que lhe foram agradáveis ou não. Só que
quando a criança recria estas situações, faz da forma que ela suporta, não
correndo riscos reais. Através do faz-de-conta, a criança traz para perto de si uma
situação vivida e a adapta à sua realidade e necessidade emocional.
Observa-se que não adianta proibir o brincar com armas de brinquedo. Se a
criança sentir necessidade de elaborar esta situação, ela o fará utilizando seus
dedos ou qualquer outro objeto. E esta elaboração é necessária, sob pena da
criança sofrer sérios problemas emocionais. Brincando, a criança pode realizar
atividades próprias do mundo adulto, o que facilitará seu ingresso neste mundo
futuramente.
Nota-se também que conforme se desenvolve emocional e cognitivamente,
a criança começa a incluir outras pessoas em suas brincadeiras. Ela começa a
brincar com o outro e não mais ao lado do outro.
É percebendo a presença do outro que começam a ser criadas e respeitadas
as regras. Conviver com outra pessoa exige que se respeitem limites. O limite
imposto pelo outro.
Começam aí, segundo SANTOS (2000), as brincadeiras envolvendo jogos
com regras.
Os jogos com regras, segundo PIAGET (1973), exigem raciocínio,
estratégia, antecipação de um resultado.
Pode-se perceber que quando a criança se mostra capaz de respeitar as
regras dos jogos, seu relacionamento com outras crianças e mesmo com os adultos
melhora.
O contrário também pode ser verdadeiro. Muitas vezes percebemos que
crianças que têm problemas de relacionamento com os colegas, pais e professores,
também demonstram dificuldades em respeitar regras impostas pelos jogos.
Se a criança não respeita regras, segundo PIAGET (1973), é porque não vê
o outro como algo importante na sua relação. Se ela não vê o outro, como pode
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aprender? A pessoa que aprende tem que valorizar aquele que ensina para poder
aprender o que se quer ensinar.
Se a pessoa tem dificuldade em respeitar o direito do outro legitimado
através da regra de um jogo, em que todos estão em igualdade de condições, pois a
regra assim o permite, como ela vai admitir ser “ensinada" por outrem?
Fica difícil abrir este espaço. Quanto mais a criança se mostra tolerante às
frustrações quando perde no jogo, percebendo o direito do outro, e sua capacidade
de vencer, pois ela também é capaz de vencer , mesmo respeitando as regras,
segundo PIAGET (1973), mais se expande seu interesse em aprender, sua coragem
de perceber que não sabe mas pode aprender.
A criança percebe que, para vencer, precisa usar estratégias, precisa
raciocinar, pois, seu adversário está ali. Quando antecipa o resultado e pensa
sobre as razões de sua vitória ou fracasso, ela vai criando hipóteses e estas
hipóteses podem contribuir no seu processo de aprendizagem escolar.
Muitas crianças são encaminhadas aos consultório para um
acompanhamento psicopedagógico completamente desacreditadas de si mesmas,
se sentindo incapazes de aprender.
Dessa forma iremos abordar apenas os principais pontos de cada enfoque
conforme visto na bibliografia de SANTOS (2000, p.120).
Para a criança, brincar é viver. Esta é uma afirmativa bastante usada e,
certamente, aceita. Poderíamos dizer que todos os adultos, com maior ou menor
intensidade, acreditam que as crianças não vivem sem seus brinquedos. A própria
história da humanidade, segundo LIBERMAN (1977), nos mostra que todas as
crianças do mundo sempre brincaram, brincam hoje e certamente, continuarão
brincando. Este é o ponto pacífico. A questão mais intrigante é: Por que as crianças
brincam? Que características envolvem o brincar, que contagia todas as crianças,
independente de idade, sexo, etnia, classe social, época ou cultura?
Assim, o brincar é enfocado tanto com fenômeno filosófico como sociológico,
psicológico, criativo, psicoterapêutico, pedagógico.
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2.1- BRINCAR DO PONTO DE VISTA FILOSÓFICO Do ponto de vista filosófico, segundo ABERASTURY (1972), o brincar é
abordado como um mecanismo para contrapor à racionalidade. Sabe-se que a
característica que define o ser humano é a RAZÃO e a EMOÇÂO, mas foi a
racionalidade que perdurou durante séculos como o instrumento de
autodeterminação da pessoa e proclamada como a sua especificidade, em
detrimento da emoção.
Atualmente, segundo ABERASTURY (1972), pensadores da existência
humana, estão questionando a soberania da racionalidade. O mundo mudou, há
rápidos avanços científicos e tecnológicos, as novas tendências sociais e culturais
apresentam transformações, e “as verdades” ratificadas pela racionalidade começam
a não ter forças necessárias para enfrentar os desafios desse novo mundo. A partir
daí, a emoção desempenha um papel fundamental, fornecendo o equilíbrio
necessário à plenitude do homem.
Há que se repensar, segundo VYGOTSKI (1978), um novo tempo em que
intelecto e espírito, razão e emoção se integrem como parâmetros na busca de um
novo paradigma para existência humana, consolidando as potencialidades pessoais
às exigências das relações sociais. A ludicidade, entendida como um mecanismo da
subjetividade, afetividade, dos valores e sentimentos, portanto, da emoção, deverá
estar junto na ação humana, tanto quanto a razão.
Em relação à criança, segundo VYGOTSKI (1978), é preciso que ela dê
vazão a sua fantasia, a seus sonhos, pois sem isso estará limitada ao mundo da
razão, desempenhando rotinas, resolvendo problemas e executando ordens, tendo
sua expressão e criatividade limitada. A criança sem fantasia do brincar jamais terá o
encanto, o mistério e a ousadia dos sonhadores, que só a emoção proporciona.
A expressão lúdica, segundo VYGOTSKI (1978), tem a capacidade de unir
razão e emoção, conhecimento e sonho, formando um ser humano mais completo.
2.2- O BRINCAR NO PONTO DE VISTA SOCIOLÓGICO
Do ponto de vista sociológico, segundo PIAGET (1973), o brincar tem sido
visto como a forma mais pura de inserção da criança na sociedade. Se o
conhecimento social é a base sobre a qual os grupos sociais chegam a um acordo a
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respeito das convenções estabelecidas pelo próprio grupo, os valores, crenças,
hábitos, costumes, regras, leis, moral, ética, sistemas de linguagem e modos de
produção são conhecimentos assimilados pela criança através da brincadeira e do
uso do objeto brinquedo, que é produzido pelo homem e colocado à disposição da
criança. As pessoas somente podem produzir materiais de sua cultura, por isso o
brinquedo é dotado de imagens, significados e simbologias próprias de uma
determinada cultura. Nessa linha de enfoque, a apropriação da cultura é resultado
das interações lúdicas, que se dá entre a criança, o brinquedo e as outras pessoas.
E fundamental saber que os brinquedos são tão importantes ao brincar
quanto um livro ao estudar. Segundo especialistas, as crianças que tem contato com
o brinquedo desde de bebê, amadurecem mais rápido do que as que não tem; Pois
é através deste que as crianças desenvolvem noções de tamanho, forma, textura e
até como funcionam as coisas.
2.3- O BRINCAR DO PONTO DE VISTA PSICOLÓGICO
Do ponto de vista psicológico, segundo PIAGET (1973), o brincar está
presente em todo o desenvolvimento da criança nas diferentes formas de
modificação de sue comportamento; na formação da personalidade, na motivação,
necessidades, emoções, valores, interação criança/família e criança/sociedade estão
associadas aos efeitos do brincar.
Para VIGOTSKY (1978), é importante mencionar a língua escrita como a
aquisição de um sistema simbólico de representação da realidade. Também
contribui para esse processo o desenvolvimento dos gestos, dos desenhos e do
brinquedo simbólico, pois essas são também atividades de caráter representativo,
isto é utilizam-se de signos para significados.
PIAGET (1973), mostra claramente em suas obras que os jogos são apenas
uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas
meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. os jogos e as
atividades lúdicas tornaram-se mais significativas à medida que a criança se
desenvolve; com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir,
reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação
só é possível a partir do momento em que ela própria evolui internamente,
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transformando essas atividades lúdicas, que é concreto da vida dela, em linguagem
escrita, que é o abstrato.
Segundo LIBERMAN (1977), o lúdico é um traço da personalidade que
persiste da infância até a juventude e a idade adulta, com função muito importante
no estilo cognitivo dos indivíduos, ou seja, na alegria, no senso de humor e na
espontaneidade.
Segundo psicólogos, não existe nenhum mecanismo que tenha se revelado
como mais importante do que os brinquedos para facilitar o desenvolvimento da
criança. Isso não significa que os brinquedos possam acelerar o comportamento,
mas se nada for oferecido na área lúdica, a criança terá sérios problemas.
Por outro lado, LIBERMAN (1977), é na psicologia que se encontra o brincar
como uma necessidade tão importante como o sono e a alimentação, que garantem
uma boa saúde física, mental e emocional.
2.4- O BRINCAR DO PONTO DE VISTA CRIATIVO Do ponto de vista da criatividade, segundo ABERASTURY (1972), tanto o
ato de brincar como o ato criativo está centrado na busca do “eu”. É uma busca
constante para descobrir algo novo. É no brincar que se pode ser criativo, no criar
que se brinca com as imagens, símbolos e signos, fazendo uso do próprio potencial,
livre e integralmente. Brincado ou sendo criativo, o indivíduo descobre quem
realmente é.
As condições favoráveis ao ato de brincar, segundo ABERASTURY (1972),
assemelham-se às condições do ato de criar. Para ambos é necessário ter coragem
de errar e lançar-se numa atividade de forma descompromissada; é necessário ter
iniciativa e autonomia de pensamento.
A criança que é estimulada a brincar com liberdade terá, grandes
possibilidades de se transformar num adulto criativo.
2.5- O BRINCAR DO PONTO DE VISTA PSICOTERAPÊUTICO
Do ponto de vista psicoterapêutico, segundo BOMTEMPO (1986), o brincar
tem função de entender a criança nos seus processos de crescimento e de remoção
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dos bloqueios do desenvolvimento, que se tornam evidentes. Na voz dos
psicoterapeutas o brincar é universal, é a própria saúde, facilita o crescimento,
conduz aos relacionamentos grupais. É uma forma de comunicação consigo mesma
e com os outros; por si só é uma terapia.
Nessa linha de trabalho o brincar representa a atividade principal da criança.
Mesmo quando está de alguma forma debilitada, persiste nela à vontade de brincar.
A psicoterapia, segundo BOMTEMPO (1986), busca resgatar o brincar o
lado sadio e positivo da criança. O brincar assume uma função terapêutica porque
nessa atividade a criança pode exteriorizar seus medos, angústias, problemas
internos e revelar-se inteiramente, resgatando a alegria, a felicidade, a afetividade e
o entusiasmo.
2.6- O BRINCAR DO PONTO DE VISTA PEDAGÓGICO
Do ponto de vista pedagógico, segundo ALMEIDA (1995), o brincar tem-se
revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender.
O autor, ALMEIDA (1995), foi quem pela primeira vez viu o brincar como
atividade responsável pelo desenvolvimento físico, moral e cognitivo das crianças e
pelo estabelecimento das relações entre os objetos culturais e a natureza. Na época,
utilizava os “dons”, representados pelos objetivos geométricos como suporte
pedagógico.
Nos nossos dias, segundo LIBERMAN (1977), o brincar foi sendo cada vez
mais utilizado na educação, constituindo-se numa peça importantíssima na formação
da personalidade, nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de
todas as funções mentais superiores, transformando-se num meio viável para a
construção do conhecimento.
A partir de tudo o que foi dito sobre o brincar nos mais diferentes enfoques,
pode-se perceber, que ele está presente em todas as dimensões da existência do
ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. Podemos afirmar que
realmente BRINCAR É VIVER, e as crianças brincam porque esta é uma
necessidade básica, assim como a nutrição, saúde, a habitação e a educação.
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Conforme LIBERMAN (1977), brincar na infantil constitui a forma básica
mais importante e decisiva do ser humano. Todo educador precisa estar consciente
dos malefícios dos brinquedos industriais, produzidos em série, de gosto pouco
duvidoso, e que não atendem às necessidades de descoberta da criança. A maioria
deles se apresenta de tal forma que a força da fantasia da criança não encontra
alimento para dar vazão à imaginaçãoe a construções simbólicas próprias da
criança, pois não há nada a completar, a imaginar, a projetar sobre esses
brinquedos. A fantasia infantil necessita de liberdade para poder desenvolver pelo
manuseio ativo e curioso do material que a criança tem oportunidade de vivenciar no
mundo, as formas e a qualidade de tudo que existe.
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3. ATIVIDADES LÚDICAS
O homem é um ser lúdico por natureza. Por isso, deixar a criança brincar
evitará muitos adultos prejudicados em sua capacidade de pensar e agir.
A criança precisa ser “alguém que joga” para que mais tarde, segundo
BENJAMIN (1984), saiba ser alguém que age, convivendo sadiamente com regras
do “jogo da vida”. Saber ganhar e perder deveria nos acompanhar sempre.
Brincando se aprende propõe, além do prazer, atividades que trabalham a
criança, o adolescente e, por que não, o adulto em sua totalidade física, psicológica
e social.
Cada bloco de atividade contribui para desenvolver uma determinada
habilidade, com sua metodologia específica. No entanto, interligando-se com as
demais atividades, faz com que se torne necessário buscar sempre o que já foi
assimilado. Enfim, nenhuma proposta é estanque.
Brincando, segundo SANTOS (2000), é também uma metodologia, porque
brinquedo e pedagogia se completam, uma vez que, desenvolve a atenção, o
raciocínio, o gosto, a inteligência e enriquece a capacidade criativa.
“Brincando as crianças realizam-se, os adultos descontraem, e ambos
constroem algo”. (ORSO, 1999, p. 83).
As atividades lúdicas são, a essência da infância. A criança nem sempre foi
considerada como é hoje, antigamente ela não tinha existência social, era
considerada miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto miniatura. Seu valor era
relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da
criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da
renda familiar.
Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na
humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que tem hoje, eram
vistos como fúteis e tinham como objetivos a distração e o recreio.
Cada época e cada cultura, segundo SANTOS (2000), têm uma visão
diferente de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser
inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dando à criança uma visão
negativa. Entretanto, já no século XVIII, conforme ROUSSEAU (1978), se
preocupava em dar uma conotação diferente para a infância, mas suas idéias vieram
a se firmar no inicio do século XX, quando psicólogos e pedagogos começaram a
considerar a criança como uma criatura especial com especificidades, características
e necessidades próprias.
O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento
infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de
consenso a importância do lúdico.
Dentre as contribuições mais importantes destes estudos podemos, segundo
SANTOS (1997), destacar:
as atividades lúdicas possibilitando fomentar a resiliência, pois permitem a
formação do autoconceito positivo;
as atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que
através desta atividade a criança se desenvolve afetivamente, convive
socialmente e opera mentalmente;
o brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção
da criança na sociedade;
brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a
habitação e a educação;
brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e
social, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias,
estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corpora, reforça
habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói
seu próprio conhecimento.
Portanto, ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a percebemos como uma
atividade natural, espontânea e necessária a todas as crianças, tanto que o
BRINCAR é um direito da criança reconhecido em declarações, convenções e leis a
nível mundial.
3.1- BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE LÚDICA
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As brincadeiras para a criança, segundo ORSO (1999), constituem atividade
primária que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social.
Como benefício físico, o lúdico satisfaz as necessidades de crescimento e de
competitividade da criança. Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos
exercícios físicos impostos ás crianças pelo menos durante o período escolar. Como
benefício intelectual, o brinquedo contribui para a desinibição, produzindo uma
excitação mental e altamente fortificante.
A brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem. Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para suas brincadeiras o que vêem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas. (FERNANDEZ, 2001, p 36.).
Atualmente, as crianças começam a freqüentar cada vez mais cedo as
instituições voltadas para elas, como as creches e as escolas de Educação Infantil.
Nesses espaços, o brincar é, muitas vezes, desvalorizado em relação a outras
atividades, consideradas mais produtivas. A brincadeira acaba ocupando o tempo da
espera, do intervalo. Valorizar a brincadeira não é apenas permiti-la, é suscitá-la.
Através do brinquedo, segundo FERNANDEZ, (2001), eles deixam que
inúmeros complexos e problemas sejam sanados, devido à naturalidade com que se
processa. Isso se nota quando a criança vence uma brincadeira, pois vem reforçar o
prazer de brincar, animando, estimulando e dando confiança em si. A importância
atribuída ao vencer, é motivado pelo orgulho e prazer.
Os jogos, podem ser a única maneira de penetrar os sistemas formais.
Muitas professoras de primeira série comprovam diariamente, ou seja, a criança só
se mostra por inteira através das brincadeiras.
Como benefício social, a criança através do lúdico, segundo FERNANDEZ,
(2001), representa situações que simbolizam uma realidade que ainda não podem
alcançar; através dos jogos simbólicos se explica o real e o eu. Por exemplo, brincar
de boneca representa uma situação que ainda vai viver desenvolvendo um instinto
natural.
As brincadeiras favorecem ainda, a formação da personalidade, agindo
diretamente na cooperação do grupo e na participação coletiva, não impedindo, de
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forma alguma, que uma ou mais crianças se sobressaiam e tenham êxito. O
importante é que todos colaborem diretamente para a vitória do grupo.
Como benefício didático, as brincadeiras, segundo FERNANDEZ, (2001),
transformam conteúdos maçantes em atividades interessantes, revelando certas
facilidades através da aplicação do lúdico. Outra questão importante é a disciplinar,
pois quando há interesse pelo que está sendo ensinada, a criança canaliza suas
energias para aquilo que está sendo apresentado e faz com que automaticamente a
disciplina aconteça.
Para alguns pensadores, a atividades lúdicas realizadas pela criança
permitem que elas se desenvolvam, alcançando objetivos como a linguagem, a
motricidade, a atenção e a inteligência.
O lúdico, segundo ROSA (1999), serve como objetivo geral de fazer a
criança ganhar maior controle sobre objetivos, situações e relacionar-se melhor com
as pessoas.
Antes das descobertas das numerosas vitaminas, já haviam encontrado,
segundo ROSA (1999), a mais importante para as crianças, a vitamina “R”
(recreação); recreação ou atividade lúdica é tudo o quanto diverte e entretém o ser
humano e envolva a ativa participação.
Ao analisar os alunos das séries iniciais, notou-se que há um desinteresse
total pelo que está sendo dado, ao contrário acontece com os alunos de pré-escola,
que estão sempre entusiasmados, exatamente porque ela introduz a ludicidade no
dia-a-dia de seu aluno, o que não acontece na seriação escolar contestada ou não.
A ludicidade, é o único método capaz de promover a alegria, a atração e o
engajamento da criança com o conteúdo proposto, atingindo integralmente os
objetivos do conhecimento, da afetividade e do desenvolvimento sensório-motor.
Concluindo, os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos
altamente importantes; mais que um passatempo; é o meio indispensável para
promover a aprendizagem, disciplinar o trabalho do aluno e incutir-lhe
comportamentos básicos, necessários à formação de sua personalidade.
Em suma, a escola deve aproveitar as atividades lúdicas para o
desenvolvimento físico, emocional, mental e social da criança.
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3.2- PARA CADA IDADE, UM BRINQUEDO ADEQUADO
Até nove meses, segundo ABERASTURY (1972), – chocalho, móbiles,
argolas para puxar e morder, brinquedos de borracha e caixinha de música, etc.
Dos nove aos doze meses, segundo ABERASTURY (1972), – bola pequena,
blocos de madeira ou plástico para encaixar ou empilhar, etc.
Um ano. Segundo ABERASTURY (1972), – bolas, jogos de encaixar, cubos,
brinquedos para puxar e empurrar, bonecas de pano ou película, livros resistentes
de ilustrações, carrinho de plástico, brinquedos aquáticos, panelas de plástico e
assessórios de cozinha, etc.
Dois anos, segundo ABERASTURY (1972), – os anteriores além de lápis de
cera, telefone de plástico, ferro de passar roupa, bonecas, rampa para escorregar
gangorra, tecido, argila e papel para desenho, etc.
Três a quatro anos, segundo ABERASTURY (1972), – todos os brinquedos
citados além de roupas, mobília, instrumento musical para brincar, quebra cabeça,
massinhas e utensílios para brincar de médicos ou de qualquer outra profissão.
Cinco a sete anos, segundo ABERASTURY (1972), – os anteriores, bem
como marionetes, fantoches, caixinha de ferramentas plásticas, casinha de boneca,
etc.
Sete a nove anos, segundo ABERASTURY (1972), além dos brinquedos
anteriores, jogos de sala (dominó, damas, cartas, etc), piões, bicicleta, patins,
barraca desmontável, ferramentas para jardim, livros de historias.
Nove aos doze anos, segundo ABERASTURY (1972), – além dos anteriores,
bem como, jogos de ping-pong, trenzinho elétrico, material colecionável, (selos,
figurinhas, conchas e outros), livros de aventuras, gibis, cd, pequenos aparelhos
eletrônicos e skate. O fundamental é a criança ficar surpresa e alegre com o
brinquedo que trará benefícios à saúde física e mental.
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CONCLUSÃO
Educar através do brincar tem um significado muito profundo, visto que
a ludicidade é inerente a todo ser humano, e, para a criança constitui fator
preponderante, pois é através desta experiência que ela compreende o mundo,
representado papéis a partir de sua visão e simbolismo e vai se preparando para o
futuro.
O homem é um ser lúdico por natureza, as atividades lúdicas possibilitam o
desenvolvimento integral das crianças, uma vez que através destas atividades as
crianças desenvolvem-se afetivamente, convivem socialmente e operam
mentalmente, os conteúdos propostos.
O brincar é uma necessidade, para formação de uma criança alegre, ativa,
inteligente, companheira e mais para criança brincar é viver, para a filosofia a
expressão lúdica tem a capacidade de unir a razão e emoção, conhecimento e
sonho, formando um ser humano mais completo. Para a sociologia, o brincar é uma
forma de inserir a criança no convívio social. Para a psicologia, o brincar é uma
necessidade tão importante como o sono e alimentação, que garantem uma boa
saúde física, mental e emocional. Do ponto de vista criativo, o ato de brincar esta na
busca do eu, uma busca para descobrir algo novo. Do ponto de vista
psicoterapêutico, através do ato de brincar pode-se estudar os comportamentos da
criança. E no ponto de vista pedagógico o brinquedo e responsável pelo
desenvolvimento físico, moral e cognitivo das crianças. É importante lembrar que
quando se fala em brinquedo se fala de toda atividade ou ato de brincar das
crianças.
As atividade lúdicas, já vem de muito tempo, que o homem é um ser lúdico
por natureza, a atividade lúdica possibilita o desenvolvimento integral da criança, já
que através desta atividade a criança se desenvolve afetivamente, convive
socialmente e opera mentalmente, a atividade lúdica trazem muitos benefícios tanto
físicos, como intelectual e social, foi demonstrado também os diferentes tipos de
brinquedos conforme a idade.
Considero que todo o desenvolvimento da criança através do uso do
brinquedo é útil e importante, pois é uma forma prazerosa de se aprender. Conclui-
se através de amplo respaldo teórico que a educação através do brincar exige uma
prática atuante por parte dos educadores e a elaboração de um currículo ordenado
pela instituição educacional para que por meio dos jogos, brincadeiras e o lúdico a
escola possa atuar de forma preparativa, educativa, reeducativa e evolutiva, fazendo
do ato de educar um compromisso internacional, sem perder o caráter de prazer e
satisfação para a criança que é o fato gerador deste estudo, o qual me dediquei de
corpo e alma.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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