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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL APROVADA NOTA: 8,0 DISLEXIA E SUAS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM Sheila Pereira da Silva [email protected] Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo BRASNORTE/2015

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL

APROVADA

NOTA: 8,0

DISLEXIA E SUAS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM

Sheila Pereira da Silva

[email protected]

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo

BRASNORTE/2015

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E EDUCACIONAL

DISLEXIA E SUAS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM

Sheila Pereira da Silva

Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia Clinica Educacional.”

BRASNORTE/2015

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,

incompreensões e períodos de crise[...]

Pedras no meu caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo. (Fernando Pessoa)

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado especialmente a todas as crianças com dificuldade

de aprendizagem, em especial as com Dislexia, que de um forma o dificuldade deixa

de ser somente com a nossa ajuda ou seja sabendo lidar e de uma forma silenciosa

e, até muitas vezes geniais, mostrar o lado a ser explorado do ser humano.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade da vida. Agradeço à Ele

pelo Seu imenso amor, misericórdia, graça e pela Sua fidelidade dispensada à nós a

cada dia.

Agradeço à minha família que de uma forma muito especial me conduziu até

aqui, dando-me as bases necessárias para alcançar felicidade e sucesso durante a

vida. A nossa união permanecerá inabalável por toda a vida. Amo muito vocês.

Ao meu esposo, um agradecimento todo especial por estar sempre ao meu

lado, me proporcionando carinho e amor, irrestritos. Obrigada por ser quem és –

meu amigo e fiel companheiro. Que Deus nos abençoe nesta caminhada que juntos

trilharemos por toda vida. Te amo muito!

Às minhas amigas, Maria de Carmem Kanapp, Luciana Aparecida Pereira

Prado, Rosana C. Prado que de uma forma muito ativa deram um toque especial no

decorrer do curso. Saudades e lembranças inesquecíveis ficarão de uma amizade

verdadeira.

Ao meu orientador, Ilso Fernandes do Carmo que me auxiliou com a

realização e finalização desta etapa.

Aos professores e a todos, que de forma indireta colaboraram para a

conclusão de mais uma etapa de minha vida!Muito obrigada!

RESUMO

Esse é um trabalho de continuação da minha graduação em Pedagogia que

conclui no ano de 2014, como sendo um trabalho de TCC II que foi uma finalização

de graduação, onde nele atingi uma meta de pesquisa ao qual a materia pedia, e

agora para conclução de minha Pós como monografia optei pela continuação da

pesquisa sobre o tema Dislexia “e suas dificuldades na aprendizagem” para que

assim possa aprofundar minha pesquisa.

A escolha do tema foi como um aprofundamento de aprendizagem em meus

estudos, pois já tinha usado o mesmo como tema em outro trabalho acadêmico,

gostando muito a cada nova descoberta sobre o assunto, minha pesquisa

bibliografica com uma pequena pesquisa de campo entre professores e alunos sobre

o entendimento sobre a Dislexia, tendo assim uma pequena representação gráfica.

Ao realizar minha pesquisa pude concluir que os professores entrevistados

sendo no total 13 entre 10 mulheres e 3 homens sendo eles maioria de escolas

municipais com idades entre 33 a 44 anos, que já lecionam a 7 e 12 anos até

mesmo tendo entre eles com magistério, junto a eles fiz a seguintes peguntas.

Alguém trabalha com algum aluno que possue alguma necessidade especial e qual?

Tendo as respotas 3 com DV (Distúbio Visual), 2 DML ( Distúbio Mental Leve), 6 DA

(Déficit de Atenção), 1 DOWN (Síndrome de Down), 1 DA (Deficiência Auditiva), nem

um com TDAH (transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, 1 Autista e por fim

1 Disléxico. Ao chegar ao fim de minha pesquisa termino com a seguinte pergunta

se para eles os alunos com necessidades especiais precisam de uma avaliação

diferenciada com o resultado esperado a maioria repoderam que sim sendo que 10

dos 13 entrevistados responderam que sim. Espero que após a conclusão do

trabalho mostre que o aluno especial precisa ter os seus pontos negativos vistos e

cuidados com pessoas que possam ajudá-los em suas necessidades especiais.

Palavras-chave: Dislexia. Distúrbio de aprendizagem. Crianças.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................08

1. DEFINIÇÕES DA DISLEXIA ................................................................................10

1.1 Etiologia ...........................................................................................................11

1.2 Dificuldades Encontradas em Crianças com Dislexia .....................................12

1.3 Tipos de Dislexia .............................................................................................13

1.4 Alfabetizações do disléxio ...............................................................................14

1.5 Orientações aos Pais ......................................................................................15

2. SINTOMAS E SINAS DA DISLEXIA .....................................................................16

3. O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL ...............................22

4. LEGISLAÇÃO NACIONAL ...................................................................................27

5. METODOLOGIA e ESTRATEGIA .........................................................................32

6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA ..................34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................38

REFERÊNCIAS...................................................................................................40

ANEXOS.............................................................................................................44

INTRODUÇÃO

É a oportunidade para que os estudantes coloquem em prática os

conhecimentos adquiridos em sala de aula, de maneira que possam vivenciar no dia

a dia a teoria, absorvendo melhor os conhecimentos, podendo refletir e confirmar

sobre a sua escolha.

Assisti ao filme “Como uma Estrela na Terra” em uma Pós – Graduação e na

matéria Educação Especial e Escola Inclusiva, sendo no 8°semestre desse curso de

graduação, me interessei no tema. Na primeira vez que assisti só não tinha idéia de

como poderia desenvolver aulas com o tema, mas acreditei em mim, pois o filme

relata muita a atualidade como temas transversais, solidariedade, buling coisas que

são pouco discutidas mais que todo tempo acontece nas escolas seja ela particular,

publica, ninguém esta livre do preconceito e nem da falta de estrutura nas escolas

para pessoa que necessita de ajuda em sua aprendizagem. Assim muitas crianças

são tratadas como no filme, mais graças a Deus que existem pessoas como eu que

não só pensam, mas que fazem coisas para ajudar na educação especial, tornando

assim um tema que me faz mostrar ao mundo como as crianças especiais precisam

se sentir dentro desse mundo em que muitos tentam excluí-lo por ser diferentes.

Poder trabalhar esse tema vai me ajudar a colocar em prática o que estou

aprendendo em minha Pós-Graduação de Psicopedagogia Clinica Educacional em

algumas das disciplinas estudadas, pude aprofundar o assunto com conteúdos que

falavam sobre o assunto e vi que a escola onde estagiei tem pessoas especiais e

achei muito importante.

Acredito que esse tema será um desafio para mim, pois estou criando

formas de levar o conhecimento à escola sobre o que são necessidades especiais e

como podemos prejudicar um ser quando não sabemos nos referir a eles, já tive o

prazer de conviver e de dar aulas a (3) três crianças com necessidades especiais e

fiquei deslumbrada com a capacidade que essas crianças têm de aprender e a

vontade que vão à escola e mais, sabendo que essas crianças precisam encontrar

pessoas que as ajudem em tudo a quilo que eles têm vontade de aprender e que

pessoas até mesmo da família os nega por falta de informação.

Farei o possível para deixar claro que negar informação é preconceito e que

temos capacidade de conviver e de aprender muito com essas estrelinhas que só

querem brilhar.

Este projeto tem um plano de ordem que segue sinteticamente, começando

pela disciplina de Português que se inicia com o filme “Como Estrela na Terra”, logo

após o filme vou trabalhar atividades, relacionadas ao filme com conteúdos que o

ajudem na linguagem oral, escrita e interpretação.

Já na disciplina de matemática, figuras geométricas e conteúdos de adição,

subtração, multiplicação e divisão usarão o filme como e como exemplo de

dificuldade do garoto, aproveitando a deixa para descobrir se algum aluno tem

dificuldade com a disciplina.

Em geografia, noções de espaço e tipos de paisagem trabalharão com jogos

pedagógicos para que criem um ambiente em que vive ou que gostaria de viver,

pedirei aos alunos que observem as paisagens que aparecem no filme e comparem

com as do nosso dia-dia.

Com a disciplina de História vou aprofundar o tema de preconceito, tipos de

preconceito, bulling, solidariedade e a importância da família. Para isso vou

transmitir conhecimentos através de pesquisa, revista, artigos que falem sobre o

tema e que deixe claro aos alunos qualquer tipo de preconceito pode vir nos

prejudicarmos a nós mesmo.

Por fim iremos estudar os tipos de deficiência, e como podemos ajudar

essas pessoas que tem necessidades especiais, para isso trabalharei em uma linha

de pesquisa para que possamos estudar os tipos de dependências de cada

portador, assim mostrarei aos alunos como vivem essas pessoas, e como podemos

ajudar a viverem nesse mundo de inclusão social e que assim são descriminados

por nós que se acha normal.

Neste trabalho abordarei os temas Definições da Dislexia com, Etiologia,

Dificuldades Encontradas em crianças com dislexia, tipos de dislexia, a alfabetização

dos disléxico e como deve ser as orientações aos pais, também sintomas e sinais e

comportamento do professor na escola inclusiva e especial, não deixando de falar

sobre as legislações nacionais, metodologia e estratégia com o assunto no dia - dia

dos professores.

09

1. DEFINIÇÕES DA DISLEXIA

Segundo ALMEIDA (2006):

DIS – distúrbio

LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem

DISLEXIA - dificuldades na leitura e escrita

A definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da

International Dyslexia Association – IDA (2015), que diz:

Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.

A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é

congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.

Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com

acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.

Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional

(neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação à

dominância cerebral.

• "A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma

criança para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência." (ALMEIDA,

2006).

• "A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um

distúrbio.” Refere “a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem.”

(ALMEIDA, 2006).

• "A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é

duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se

manifesta na insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”

(ALMEIDA, 2006).

• "A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que

interfere de forma significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos.

Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1."

(ALMEIDA, 2006).

• "A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e

semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem,

comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória seqüencial.”.

(ALMEIDA, 2006).

1.1 ETIOLOGIA

A rigor, não há nenhuma segurança em afirmar uma ou outra etiologia para

a causa da dislexia, mas há, segundo MELO (2012), algumas situações foram

descartadas:

Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual. Segundo a Teoria

das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência

interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógico-matemática, inteligência

espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência

musical, naturalista, existencial e pictórica. O disléxico teria sua inteligência mais

predisposta à inteligência corporal-cinestésica, musical, espacial.

Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem. Pode haver um

comprometimento do emocional como conseqüência das dificuldades da dislexia,

mas nunca como causa única.

A criança disléxica não tem perda auditiva.

Há segundo Marina S. Rodrigues Almeida (2015), vários estudos:

A) Uma falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os

grafemas, isto é, as letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras

distintivas no âmbito da palavra.

B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das

11

palavras.

C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito

do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade

invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição,

da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais

subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.

D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação

lingüística.

E) Implicações relação afetiva materno-filial, o que pode entravar a necessidade da

linguagem, e mais tarde a aprendizagem da leitura e escrita.

1.2 DIFICULDADES ENCONTRADAS EM CRIANÇAS COM DISLEXIA

Segundo CONDERMARIN (1986):

Dificuldade para ler orações e palavras simples.

A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente

nos disléxicos.

As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial,

por exemplo, “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de

palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de

uma língua, outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a

seqüência de grafemas.

Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/,

/6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos

escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.

A ortografia é alterada, podendo estar ligada a chamada CONSCIÊNCIA

FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).

Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como

são escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: “como podem - pensam

e reclamam - ela está vendo a forma correta e escreve exatamente o contrário?".

Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida

ou simplesmente deficiente.

12

As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de

maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo:

“gato” por “casa”.

Têm as crianças disléxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.

Alteração na seqüência das letras que formam as sílabas e as palavras.

Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homônimos, isto

é, palavras semelhantes (seção, cessão e seção) é uma dificuldade nas crianças

disléxicas.

Os erros na separação das palavras.

Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulações sem

ritmo.

Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não

conseguem ter compreensão.

Os disléxicos têm falha na construção gramatical, especialmente na elaboração de

orações complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.

1.3 TIPOS DE DISLEXIA

Segundo, TORRES e FERNÁNDEZ (2001):

DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica

(sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo

omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os

fonemas por sua semelhança

Articulatória.

DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-especial

manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida

que o primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico

oftalmologista.

DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma

nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos

mudos ao ler.

Lembre-se em observar, segundo CONDERMARIN (1986):

Alterações de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.

13

As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se

irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de

fluidez de raciocínio.

As crianças disléxicas, ainda segundo o professor, apresentam confusão com letras

com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como “b-d". "d-p", "d-b",

"d-p", "d-q", "n-u" e "a-e".Ocorre também com os números 6;9;1;7;3;5, etc.

Apresenta dificuldade em realizar cálculos por se atrapalhar com a grafia numérica

ou não compreende a situação problema a ser resolvida.

Confusões com os sinais (+) adição e (x) multiplicação. A dificuldade pode ser ainda

para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são

acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.

Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de

letras, chamamos a atenção de educadores, e pais para as inversões de sílabas ou

palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como

"casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de

palavras.

1.4 ALFABETIZAÇÕES DO DISLÉXICO

O disléxico, segundo NICO (2008), precisa olhar atentamente, ouvir

atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos

movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a

forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR-

OUVIR-LER-ESCREVER, são atividades da linguagem. FALAR E OUVIR são

atividades com fundamentos biológicos.

O método mais adequado, segundo NICO (2008), tem sido o fonético e

montagem de ”manuais” de alfabetização apropriada a criança disléxica.

A criança aprende a usar a linguagem falada, mas, segundo NICO (2008)

isto depende do:

* meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente.

* trato vocal.

* organização do cérebro.

* sensibilidade perceptual para falar os sons.

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O sucesso na reeducação de um disléxico, segundo NICO (2008), está

baseado numa terapia multissensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos),

combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e soletrar

corretamente as palavras.

1.5 ORIENTAÇÕES AOS PAIS

Segundo Maria da Silva Rodrigues Almeida (2006):

*A coisa mais importante a fazer: AJUDAR A MELHORAR A AUTO-ESTIMA.

Ofereça segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.

* Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: Fonoaudiólogo,

Psicólogo, Neurologista ou Psicopedagogo.

* Explique que suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA e que você vai ajudá-lo a

superá-las, mas que ele é o principal agente desta mudança.

* Encoraje-o e encontre coisas em que se saia bem, estimulando-o nessas coisas.

*Elogie por seus esforços, lembre-se como ele tem de esforçar-se muito para ter

algum sucesso na leitura e na escrita.

*Ajude-o nos seus trabalhos escolares, ou, em algumas lições em especial, com

paciência (mas não escreva para ele, ou resolva suas tarefas de matemática).

*Ajude-o a ser organizado.

*Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como esportes, musica,

fotografia, desenhos, etc.

*Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na

habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer

normalmente.

*Não permita que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou

falta de limites. Uma coisa nada tem a ver com a outra!

15

2. SINTOMAS E SINAS DA DISLEXIA

Na Primeira Infância, segundo o Socorro Bernardes (2015):

1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;

2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de

palavras;

3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;

4 - distúrbios do sono;

5 - enurese noturna;

6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;

7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;

8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;

9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;

10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

OBSERVAÇÃO:

Pesquisas científicas neurobiológicas recentes, segundo Socorro Bernardes

(2015), concluíram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em

uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua

deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos

familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética,

afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco

anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer

as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.

A dificuldade de discriminação fonológica, segundo Socorro Bernardes

(2015), leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de

consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que

compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas

crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que

ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória

auditiva.

Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do

significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes

sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta é a razão, segundo Socorro

Bernardes (2015), porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura,

que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras.

Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração

sempre que se defronta com uma palavra nova.

Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na

conquista de domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum

que pais possam submetê-las a exercícios nos chamados "andadores" ou

"voadores". Prática que, advertem os especialistas, segundo Renata Battiston

(2009), além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para

a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como

interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos

hemisférios esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha

em "andador", só adquirem o domínio de andar sozinho, sem apoio, mais

tardiamente do que as outras crianças.

Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou

visando uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de

maneira comprovadamente negativa, segundo Renata Battiston (2009), em seu

desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu processo natural e harmônico

de maturação e colaboração de lateralidade hemisférica-cerebral.

A partir dos sete anos de idade, segundo a Professora Renata Battiston

(2009):

1- pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:

2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;

3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que

escreve;

4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;

5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;

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6 - só faz leitura silenciosa;

7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o

som da palavra;

8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as

palavras entre si;

9 - pode omitir acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e

sílabas;

10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou

semanas;

11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames

orais;

12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que

sabe;

13 - tem grande imaginação e criatividade;

14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";

15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias

de prova;

16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só

estímulo;

17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;

18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;

19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus

pertences;

20 - tem mudanças bruscas de humor;

21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;

22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em

que ele fala;

23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que

desejaria;

18

24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus

olhos;

25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou

apanhar uma bola;

26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;

27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros

ambidestros;

28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do

ano;

29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;

30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;

31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;

32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou

algébricos;

33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo

aritmético;

34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes,

lugares e faces;

35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;

36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade

auditivas;

37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;

38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e

amassados;

39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado

na escola;

40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como

"palhaço" ;

41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a

19

escrita;

42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;

43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;

44 - forte senso de justiça;

45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil

atingir;

46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão

dos sapatos;

47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para

muitos disléxicos;

48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se

estivesse distraído;

49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do

espaço na página;

50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em

leitura.

Crianças disléxicas, segundo a Professora Renata Battiston (2009),

apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o

sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número

maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas

características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se

alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que

possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma

maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro

mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado,

mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se

evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho

recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press

em 15/7/02, onde, segundo Renata Battiston (2009), foram estudadas as

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dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra

conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do

seguinte:

que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em

uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de

palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de

Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são

estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa

região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses

estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda.

Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que

ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada

para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores, segundo Renata Battiston (2009), ainda esclarecem

que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região

cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área

assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas

crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.

21

3. O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ESPECIAL

O objetivo da educação é, em primeira instância, proporcionar condições

para que todos os alunos, sem qualquer exceção, desenvolvam suas capacidades,

salvo suas diferenças, a fim de que esses exerçam sua cidadania de forma ampla.

As escolas são vistas como pequenos sistemas da sociedade os quais são capazes

de transmitir valores e práticas culturais, que podendo ser positivos ou negativos,

serão usados durante a vida toda. Daí toda a sua importância na vida dos alunos.

Todas as organizações caracterizam-se por ter certas finalidades

estabelecidas, certos meios pessoais e recursos materiais relativos a tais

finalidades. Um centro educacional é uma organização que tem por finalidade a

educação dos cidadãos e, para isso, conta com certos meios e recursos materiais,

cuja harmonização, diante de seu objetivo, exige uma gestão eficaz. (COOL et al,

1995, p. 296).

Sabemos, no entanto, que uma educação para todos depende de uma

política educacional que os inclua de forma efetiva e real no sistema de ensino,

independentemente das diferenças, tomando como base uma sociedade

democrática. Assim sendo, um dos maiores desafios para se garantir uma qualidade

de ensino e também aprendizagem é o de existir essa política educacional forte na

formação dos professores e de um bom projeto político pedagógico.

A educação especial também entra nesta abordagem, considerando que ela

deve integrar todas as modalidades e níveis da educação, tal qual a educação

regular. A formação de todos os professores atuantes na escola necessita de uma

coerência com a política educacional que busca a integração e inclusão dos alunos

com necessidades especiais no ensino regular.

Projeções da Organização Mundial da Saúde mostram que no Brasil vivem

cerca de 30 milhões de pessoas portadoras de deficiência, com diversos graus de

comprometimento físico e mental. Menos de 10% dessas pessoas recebem

atendimento médico e educacional adequado, por falta de uma política voltada para

a deficiência. Isso apesar da lei n 7.853 de outubro de 1989, que dispõe sobre o

apoio aos portadores de deficiência e sua integração social (MANTOAN, 1997,

p.104).

Sendo assim, é essencial salientar que: Mais precisamente no contexto

educacional brasileiro, torna-se imprescindível construir um modelo de inclusão que

respeite as grandes diferenças e carências regionais desse nosso país de

dimensões continentais. Outrossim, é inegável que a condição de pertencermos a

um país em vias de desenvolvimento acentua a complexidade do processo, pois 2,5

milhões de brasileiros apresentam algum tipo de incapacidade (limitação para

determinada atividade). Isso significa que 14,5% da população brasileira são

possíveis beneficiários das leis e programas que prevêem a inclusão e

acessibilidade (RODRIGUES, KREBS, FREITAS, 2005, p. 14-15).

Entretanto, como apontado pelas Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001), esta política que apresenta a

necessidade da inclusão de alunos especiais no ensino regular não prevê apenas a

inserção desses alunos na escola, mas busca acima de tudo, a valorização desses

alunos em seus paradigmas e dificuldades, além do desenvolvimento real de suas

vidas, respeitando acima de tudo, suas diferenças. É claro que a educação especial

deve abranger as escolas públicas e privadas também. Além disso, as escolas

devem assegurar uma resposta educativa adequada às necessidades dos alunos

em todos os processos pedagógicos, a fim de prestarem os serviços especializados

necessários a estas atividades.

Diante do exposto, sabe-se que uma educação inclusiva é ponto crucial para

que os alunos especiais se desenvolvam na sociedade. Porém, o que se observa no

atual modelo de currículo para a formação dos professores que irão atuar nessas

situações não é satisfatório para que estes sejam capazes de atuar com alunos que

apresentam necessidades especiais em classe comum.

[...] o currículo [...] pode ser identificado como um dos obstáculos à Inclusão. [...] A diferenciação curricular que se procura na Inclusão é a que tem lugar num meio em que não se separam os alunos com base em determinadas categorias, mas em que se educam os alunos em conjunto, procurando aproveitar o potencial educativo das suas diferenças, em suma, uma diferenciação na classe assumida como um grupo heterogêneo (RODRIGUES, KREBS, FREITAS, 2005, p. 49).

É certo que os currículos devem ser funcionais de modo a permear, de

forma útil e prática, as relações de desenvolvimento dos alunos, das dificuldades

apresentadas, do acesso ao conhecimento e da inclusão dos alunos como um

cidadão da sociedade. Existem, por exemplo, inúmeras dificuldades de

aprendizagem na escola e estas requerem resoluções educativas e currículos

23

adaptados que sejam adequados aos alunos e suas particularidades, como também

observado nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

(BRASIL, 2001). É importante ressaltar que a Educação Inclusiva não deve se

basear apenas aos alunos com necessidades especiais, mas deve primar pela

inclusão efetiva de todos os alunos.

Em se tratando da formação inicial, percebemos que apesar da grande

necessidade, muitos cursos de formação de professores não promovem o

desenvolvimento na área das necessidades especiais, ou até, por várias vezes, não

divulgam este conhecimento. Além disso, nos casos em que se divulgada algo a

respeito, são encontrados alguns programas que se concentram basicamente em

desenvolver os diversos casos de deficiências dentre as mais severas, ocasionando

muitas vezes, o contrário do que se pretende com a inclusão. Em se tratando da

formação contínua, o que se apresenta aos professores raramente está inserido na

realidade em que se identificam os problemas das necessidades especiais. Isso sem

contar que a disponibilização de recursos materiais oferecidos é crítica, insuficiente

e inadequada. (RODRIGUES, KREBS, FREITAS, 2005).

Segundo AINCOW (2000), apud RODRIGUES, KREBS, FREITAS (2005), as

escolas que buscam proporcionar através de seus modelos educativos uma maior

inclusão, devem levar á sério algumas mudanças:

1. Assumir como ponto de partida as práticas e conhecimentos existentes; 2. Ver as

diferenças como oportunidades para a aprendizagem; 3. Inventariar as barreiras à

participação; 4. Usar os recursos disponíveis para apoiar a aprendizagem; 5.

Desenvolver uma linguagem ligada à prática; 6. Criar condições que incentivem

aceitar riscos (p. 56). 13 AINCOW, M. The next step for Special Education:

supporting the development os inclusive practices, British Journal of Special

Education, 27, (2), p. 76-80, 2000. A educação de pessoas autistas também está

inserida neste contexto e não têm recebido até então a atenção necessária. Sabe-se

que a educação especial não tem dado conta desses alunos, cujo comportamento é

de alguém que não vive neste mundo, provocando até mesmo sentimentos de

incapacidade e incompetência nos profissionais.

Para toda educação especial, segundo Josiane Cristina Girotto 2013, é

preciso ter forte determinação profissional, sendo esta fundamental para que se

24

possa desenvolver uma prática educacional adequada e eficaz. Assim também,

deve-se considerar os autistas e suas necessidades, levando para a prática a

atenção de seus direitos. É fundamental um profissional com ampla formação geral,

com capacidades educativas e interdisciplinares, a fim de lidar com os seus alunos

de forma plena. Isso porque, a formação superior não garante uma prática com

qualidade melhor ou pior, e sim uma qualificação na área profissional. Para se lidar

com as inúmeras diversidades existentes no âmbito escolar, é preciso muito mais

que a graduação. É necessário ter competência profissional.

De qualquer forma, o preparo nessas e outras técnicas é necessário não

somente para o controle e eliminação de condutas alteradas, mas também para

atingir o objetivo de desenvolver a comunicação, a inteligência, a independência e o

equilíbrio pessoal das crianças autistas. Trata-se de objetivos difíceis e que exigem,

além de uma formação especializada e de bom nível, certas características pessoais

de tenacidade, clareza expressiva e resistência à frustração. Naturalmente, nem

todos os professores possuem as mesmas competências naturais para trabalhar

com crianças autistas, mas, talvez, fosse positivo que muitos vivessem a experiência

apaixonante de uma relação educacional que abala profundamente as idéias

vigentes sobre a educação e o desenvolvimento humanos (COOL et al, 1995, p.

291).

É essencial salientar que a inclusão não pode e nem deve ser pensada

somente no âmbito escolar. Ela é:

[...] a construção de um movimento social que envolve o comprometimento e a participação social e coletiva, a partir, por exemplo, da: vontade política governamental nas suas esferas administrativas (municipal e estadual e federal); da emancipação dos direitos humanos, expressos através da redução das desigualdades sociais; da oportunidade a todos os cidadãos de participarem do processo produtivo da sociedade; e do rompimento com os preconceitos, estereótipos e estigmas construídos historicamente e arraigados no imaginário social (RODRIGUES, KREBS, FREITAS, 2005, p. 14).

Pode-se concluir que a educação para todos ainda não é realidade nas

escolas e estas, sem dúvida, não estão preparadas para lidar com as diversidades

existentes. Porém, sabemos que esta mudança só se dará a partir do momento que

houver um esforço de toda a sociedade, unida, lutando por condições educacionais

respeitáveis e agindo conjuntamente com as autoridades que auxiliarão no

processo. É preciso estar aberto a novas metodologias, novos horizontes

pedagógicos e curriculares, um mínimo aceitável de recursos e um povo forte

25

vencido pela esperança.

26

4. LEGISLAÇÃO NACIONAL

Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA) - artigo 53, incisos I, II e III

a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado pelos seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores.

Lei 9.394/96 (LDB)

Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e

as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua

Proposta Pedagógica; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor

rendimento.

Art. 13 - Os docentes incumbir-se-ão de:III, zelar pela aprendizagem dos

alunos; IV, estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor

rendimento.

Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos

semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados,

com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de

organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o

recomendar.

Art. 24, V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período

Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação - Capítulo 8 – Da

Educação Especial 8.2 - Diretrizes.

A educação especial se destina a pessoas com necessidades especiais no

campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou

múltipla, quer de características como de altas habilidades, superdotação ou

talentos.

(...) A integração dessas pessoas no sistema de ensino regular é uma

diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política governamental há pelo

menos uma década. Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz

ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas

as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidas em

escolas regulares, sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições

pessoais. Uma política explícita e vigorosa de acesso à educação, de

responsabilidade da União, dos Estados e Distrito Federal e dos Municípios, é uma

condição para que às pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à

educação. Tal política abrange: o âmbito social, do reconhecimento das crianças,

jovens e adultos especiais como cidadãos e de seu direito de estar integrado na

sociedade o mais plenamente possível; e o âmbito educacional, tanto nos aspectos

administrativos (adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais

pedagógicos), quanto na qualificação dos professores e demais profissionais

envolvidos. O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma

perfeita integração. Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à

diversidade dos alunos, no que a participação da comunidade é fator essencial.

Quanto às escolas especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem

apoio aos programas de integração.

(...) Requer-se um esforço determinado das autoridades educacionais para

valorizar a permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando a nociva

prática de encaminhamento para classes especiais daqueles que apresentam

dificuldades comuns de aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de

disciplina. A esses deve ser dado maior apoio pedagógico nas suas próprias

classes, e não separá-los como se precisassem de atendimento especial.

Parecer CNE/CEB nº 17/2001 // Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de

setembro de 2001

“O quadro das dificuldades de aprendizagem absorve uma diversidade de

necessidades educacionais, destacadamente aquelas associadas a: dificuldades

específicas de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas de

atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos, psicolingüísticos,

psicomotores, motores, de comportamento; e ainda há fatores ecológicos e

socioeconômicos, como as privações de caráter sóciocultural e nutricional.”

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA O ESTADO DE SÃO PAULO

Deliberação CEE (Conselho Estadual de Educação) 11/96, artigo 1º:

“o resultado final da avaliação feita pela Escola, de acordo com seu regimento, deve

refletir o desempenho global do aluno durante o período letivo, no conjunto dos

28

componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos

sobre os quantitativos e dos resultados obtidos durante o período letivo sobre os da

prova final, caso esta seja exigida, considerando as características individuais do

aluno e indicando sua possibilidade de prosseguimento nos estudos”

Indicação CEE (Conselho Estadual de Educação) nº 5/98, de 15/4/98, D.O.E. em

23/9/98 “(...) educação escolar consiste na formação integral e funcional dos

educandos, ou seja, na aquisição de capacidades de todo tipo: cognitivas, motoras,

afetivas, de autonomia, de equilíbrio pessoal, de inter-relação pessoal e de inserção

social.

"(...) os conteúdos escolares não podem se limitar aos conceitos e sim

devem incluir procedimentos, habilidades, estratégias, valores, normas e atitudes. E

tudo deve ser assimilado de tal maneira que possa ser utilizado para resolver

problemas nos vários contextos.

(...) os alunos não aprendem da mesma maneira e nem no mesmo ritmo. O

que eles podem aprender em uma determinada fase depende de seu nível de

amadurecimento, de seus conhecimentos anteriores, de seu tipo de inteligência,

mais verbal, mais lógica ou mais espacial. No cotidiano da sala de aula, convivem

pelo menos três tipos de alunos que têm “aproveitamento insuficiente”: os imaturos,

que precisam de mais tempo para aprender; os que têm dificuldade específica em

uma área do conhecimento; e os que, por razões diversas, não se aplicam, não

estudam, embora tenham condições.

(...) recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não

pode ser entendido como um processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino

não produziu seus efeitos, não havendo aqui qualquer utilidade em atribuir-se culpa

ou responsabilidade a uma das partes envolvidas. Para recobrar algo perdido, é

preciso sair à sua procura e o quanto antes melhor: inventar estratégias de busca,

refletir sobre as causas, sobre o momento ou circunstâncias em que se deu a perda,

pedir ajuda, usar uma lanterna para iluminar melhor. Se a busca se restringir a dar

voltas no mesmo lugar, provavelmente não será bem sucedida.

(...) O compromisso da Escola não é somente com o ensino, mas

principalmente com a aprendizagem. O trabalho só termina quando todos os

recursos forem usados para que todos os alunos aprendam. A recuperação deve ser

entendida como uma das partes de todo o processo ensino-aprendizagem de uma

29

escola que respeite a diversidade de características e de necessidades de todos os

alunos.

(...) Dentro de um projeto pedagógico consistente, a recuperação deve ser

organizada para atender aos problemas específicos de aprendizagem que alguns

alunos apresentam, e isso não ocorre em igual quantidade em todas as matérias

nem em épocas pré-determinadas no ano letivo. A recuperação da aprendizagem

precisa: - ser imediata, assim que for constatada a perda, e contínua; ser dirigida às

dificuldades específicas do aluno; abranger não só os conceitos, mas também as

habilidades, procedimentos e atitudes.

(...) A recuperação paralela deve ser preferencialmente feita pelo próprio

professor que viveu com o aluno aquele momento único de construção do

conhecimento. “Se bem planejada e baseada no conhecimento da dificuldade do

aluno, é um recurso útil.”

Parecer CEE (Conselho Estadual de Educação) 451/98 - 30/7/98, D.O.E. de

01/08/98, páginas 18 e 19, seção I) "a expressão '...rendimento escolar...' , que se

encontra no inciso V do artigo 24 da Lei 9.394/96, se refere exclusivamente à

aprendizagem cognitiva? Resposta: Não. A legislação sobre avaliação/verificação do

rendimento escolar, sobretudo o referido artigo, não restringe a expressão

"rendimento escolar" exclusivamente à aprendizagem cognitiva.

A lei 9.394/96, ao tratar da educação básica, situou-a no quadro de abertura

que permitiu aos que dela fossem cuidar, em seus diferentes níveis e modalidades,

a pensasse como um todo e a explicitasse, nos limites do seu texto, em sua

proposta pedagógica e em seu regimento. Na elaboração dessa proposta e desse

regimento, consubstanciado certamente numa visão de homem, de sociedade e, por

conseqüência, numa concepção de educação e de avaliação, cuidados especiais

deverão ser tomados para que estejam contidos, nesses instrumentos,

procedimentos referentes ao processo ensino-aprendizagem, e em particular ao de

verificação do rendimento escolar.

O legislador, segundo a lei 9.394/96, deixou sob a responsabilidade da

escola e de toda sua equipe a definição do projeto de educação, de metodologia e

de avaliação a serem desenvolvidas. Abandonou detalhes para agarrar-se ao amplo,

ao abrangente. Aponta, por isso, para uma educação para o progresso, onde estudo

30

e avaliação devem caminhar juntos, esta última como instrumento indispensável

para permitir em que medida os objetivos pretendidos foram alcançados. Educação

vista como um processo de permanente crescimento do educando, visando seu

pleno desenvolvimento, onde conceitos, menções e notas devem ser vistos como

meros registros, prontos a serem alterados com a mudança de situação. E, nessa

busca do pleno desenvolvimento e do processo do educando, estão presentes

outros objetivos que não só os de dimensão cognitiva mas os de natureza sócio-

afetiva e psicomotora, que igualmente precisam ser trabalhados e avaliados. “O

cuidado deve estar é no uso que se pode fazer desta avaliação, não a dissociando

da idéia do pleno desenvolvimento do indivíduo.” (Cristiano Silva de Almeida, 2015,

p.38).

31

5. METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS

Segundo Maria da Silva Rodrigues Almeida (2015):

Tratar o aluno disléxico com naturalidade. Ele é um aluno como qualquer

outro; apenas, disléxico. A última coisa para a qual o diagnóstico deveria contribuir

seria para (aumentar) a sua discriminação.

Usar linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos

disléxicos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica,

sofisticada, metafórica. Seja simples, utilize frases curtas e concisas ao passar

instruções.

Falar sempre olhando diretamente para ele. Isso ajudará muito. No

enriquecimento e favorecerá a comunicação.

Trazê-lo para perto da lousa e da mesa do professor. Tê-lo próximo à lousa

ou à mesa de trabalho do professor, assim poderemos favorecer o diálogo, facilitar o

acompanhamento, facultar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos...

Verificar sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua

exposição. Ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula? Ele

consegue entender o fundamento, a essência, do conhecimento que está sendo

tratado? Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre

que preciso e apresente outros exemplos, se for necessário

Certificar de que as instruções para determinadas tarefas foram

compreendidas. O que, quando, onde, como, com o quê, com quem, em que horário

etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o

que se espera dele.

Observar discretamente se ele fez as anotações da lousa e de maneira

correta antes de apagá-la.

O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite

submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas.

Observar se ele está se integrando com os colegas. Geralmente, o disléxico

angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e habilidades são

valorizadas, o que lhes favorece no relacionamento. Entretanto, sua inaptidão para

certas atividades escolares (provas em dupla, trabalhos em grupo, etc.) pode levar

os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que

evidenciem esse fato. Com a devida distância, discreta e respeitosamente, deve

contribuir para a inserção do disléxico no grupo-classe.

Estimular, incentivar, fazer acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro.

O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e

sentimentos de menos valia para a qual a escola deu significativa contribuição.

Cabe, portanto, a essa mesma escola, ajudá-lo a resgatar sua dignidade, a

fortalecer seu ego, a (re) construir sua auto-estima.

Sugerir “dicas”, “atalhos”, “jeitos de fazer”, “associações”... Que o ajudem a

lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas.

Não lhe pedir para fazer coisas na frente dos colegas, que o deixem na

berlinda: principalmente ler em voz alta.

Atenção: em geral, o disléxico tende a lidar melhor com as partes do que

com o todo. Abordagens e métodos globais e dedutivos são-lhe de difícil

compreensão. Apresente-lhe o conhecimento em partes, de maneira indutiva.

Permitir, e sugerir e estimular o uso de gravador, tabuada, máquina de

calcular, recursos da informática... Permitir, sugerir e estimular o uso de outras

linguagens.

33

6. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

DROUET (1998), nos lembra de que o diagnóstico a respeito dos distúrbios

de aprendizagem envolve um conhecimento amplo, pois muitos fatores influenciam

neste processo, tais como: a integração das áreas do conhecimento, dimensão

social e individual e a elaboração de como ocorre o aprendizado. RODRIGUES

(2001), partilhando desse ponto de vista assinala que:

O papel dos professores e demais profissionais de educação terá de ser repensado, tornando a docência muito mais assistida como, por exemplo, o professor de educação especial, assim como o psicólogo escolar trabalharem muito mais diretamente com o professor de turma. Assim se faz necessário a participação conjunta de professores, profissionais da área da saúde e pais, para que desta forma possa ocorrer um processo educativo eficiente significativo para o alunado com distúrbio de aprendizagem. (RODRIGUES, 2001, p.129)

É a partir daí que a ação conjunta entre professores e profissionais da área

da saúde auxilia na identificação das múltiplas manifestações de dificuldades e

distúrbios que se apresentem em sala de aula, assim como no conhecimento

necessário para prática pedagógica e educativa no processo de ensino e

aprendizagem, pois, como relembra FONSECA (1995), cada criança é única e

aprende de forma diferente da outra. Por fim, entendemos que este conhecimento,

por parte do professor, contribuirá para o seu desenvolvimento profissional sendo

condição necessária para a produção de práticas integrativas e positivas na escola,

ao facilitar a aprendizagem significativa dos alunos com necessidades educativas

especiais. (RODRIGUES, 2001). Pois, com uma atuação consciente e integrada,

baseada em ações conjuntas com profissionais externos à escola, o professor

poderá realizar um trabalho pedagógico mais eficiente e continuo, levando o alunado

a desenvolver suas potencialidades e autonomia, por meio de uma aprendizagem

efetiva.

Com essa base de conhecimento fiz uma pesquisa para saber se há alunos

em suas salas com necessidades especias quais são e principalmente se tem

capacidade para diagnosticar os mesmo. Segue a baixo dados da pequisa em

campo mostrado em gráficos.

Dados obtidos

Após coleta de dados, quantitativamente, seguem os resultados em forma

de gráficos e qualitativamente por meio de uma análise interpretativa.

Item 1 – Sexo

Masculino 3

Feminino 10

02468

1012

1° T

rim

2° T

rim

Fem enino

Mascolino

Figura 1 – Distribuição dos participantes da pesquisa segundo o sexo.

Item 2 – Trabalha em Escola:

A

Pública 5

Estadual 1

Municipal 4

B

Particular 1

0

2

4

6

8

10

1° Trim 2° Trim 3° rim

Particular

Municipal

Estadual

Figura 2 - Distribuição dos participantes da pesquisa por rede de escola.

Item 3 - Idade entre:

21 a 26 anos 0

27 a 32 anos 2

33 a 38 anos 4

39 a 44 anos 3

45 a 49 anos 1

35

Mais de 50 anos 0

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

1° Trim 2° Trim 3° Trim 4°Trim 5° Trim 6°Trim

Mais de 50 anos

45 a 49

39 a 44

33 a 38

27 a 32

21 a 26

Figura 3 - Distribuição dos participantes da pesquisa segundo a idade.

Item 4 - Leciona de:

1 a 6 anos 2

7 a 12 anos 8

13 a 18 anos 2

0

2

4

6

8

10

1° Trim 2° Trim 3° Trim

13 a 18 anos

7 a 12 anos

1 a 6 anos

Figura 4 - Distribuição dos participantes da pesquisa segundo o tempo de

magistério.

Item 5 - Você leciona para alunos com necessidades especiais, que apresentam

alguma dificuldade ou distúrbio de aprendizagem?

A

Sim 7

Não 2

Não sei 1

0

2

4

6

8

1° Trim 2° Trim 3° Trim

Não Sei

Não

Sim

36

Figura 5 - Distribuição dos participantes da pesquisa segundo a experiência,

atualmente, com alunos que possuem necessidades educacionais especiais.

B - Qual?

DV Distúrbio visual 3

DML Distúrbio Mental Leve 2

DA Déficit de Atenção 6

DOWN Síndrome de Down 1

DA Deficiência Auditiva 1

TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 0

Autista 1

Disléxico 1

0

1

2

3

4

5

6

7

1° Trim 2° Trim 3° Trim 4° Trim 5° Trim 6° Trim 7° Trim 8° Trim

Disléxico

Autismo

TDAH Transtorno de Déficiti deAtenção e Hiperatividade

DA Deficiência Auditiva

DOWN Síndrome de Down

DA Déficit de Atenção

DML Distúrbio Mental Leve

Figura 6 - Distribuição dos participantes da pesquisa segundo os tipos de

necessidades especiais tem entre seus alunos.

Item 7 - Você reconhece que o aluno com necessidades especiais precisam de uma

avaliação diferenciada?

A

Sim 7

Não 3

012345678

1° Trim 2° Trim

Não

Sim

37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho teve como norte alguns pontos principais:

explicitar as definições da Dislexia, fornecendo informação sobre tipos de dislexia e

preincipal a dificuldade encontrada na dislexia, também dando grandes dicas sobre

como ajudar o portador da deficiência e claro como nós pedagogos devemos

inportar com nossos alunos que o precisar da ajuda.

Nesse trabalho concluo que a Dislexia acada dia se torna dificil de ser

diaginosticada, pela falta de capacitação do profissional, até mesmo pela falta de

enterece dos próprios, não esquecendo e uma grande parte do enterece deve

também ser dos pais por isso especifico uma parte da pesquisa aos mesmo.

Considero que a Dislexia, é mais do que um distúrbio e sim um universo

complexo contraditório que envolve aspectos neuropsicológicos, sócio-culturais e

educacionais.

Considero que a criança com dificuldades de aprendizagem é uma criança

cujo desenvolvimento se processou mais lentamente do que outras crianças. Não

devemos considerar essa criança defeituosa, deficiente ou permanentemente inapta.

As crianças com dificuldade de aprendizagem podem aprender.

Se o objetivo é ensinar a criança a ler, ensine a leitura e as sub-habilidades

diretamente relevantes para isso. O objetivo é conseguir que a criança leia. Através

de conexões expressivas de palavras e de imagens quando uma tarefa envolver

aprendizagem associativa de rotina. Apresente letras misturadas naturalmente, em

confronto com letras aos pares e sob várias circunstâncias.

As condições materiais com que a criança inicia as trocas com seu contexto

são uma realidade a ser considerada. A dislexia pode ser vista como uma síndrome

que carrega a possibilidade de seus portadores apresentarem dificuldades de

aprendizagem, porém é uma história da criança que é constituído o seu

desenvolvimento, o seu modo de pensar, sentir, agir e interagir com o mundo.

Portanto, podemos perceber que muitos professores não possuem

conhecimento dessa dificuldade de aprendizagem, dificultando um diagnóstico para

um possível encaminhamento e muitas vezes passando despercebido durante a

alfabetização, causando um grande trauma para a criança com dislexia.

39

REFERÊNCIAS

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ANEXOS

PESQUISA

1 - Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2 - Trabalha em Escola ( ) Pública ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular

3 – Idade.................................. 4 - Leciona há........................ anos

5 – Você leciona para alunos com necessidades especiais que apresentam alguma

dificuldade ou distúrbio de aprendizagem?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não sei

Qual? ..............................................................................

6 – Você já lecionou para alunos com necessidades especiais que apresentavam

alguma dificuldade ou distúrbio de aprendizagem?

A - ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

B – Em caso positivo, o(s) aluno(s) foi (ram):

( ) Promovido(s) ( ) Retido(s) ( ) Desistiu (ram)

( ) Aprovados pelo Conselho de Classe

7 – Você reconhece que o aluno com necessidades especiais precisa de uma

avaliação diferenciada?

( ) Sim Qual?.......................................................................

( ) Não