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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL 8,5 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) ANDREZA FERREIRA DA SILVA RAMALHO [email protected] ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO MATUPÁ/2018

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

8,5

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM

DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA)

ANDREZA FERREIRA DA SILVA RAMALHO

[email protected]

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

MATUPÁ/2018

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM

DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA)

ANDREZA FERREIRA DA SILVA RAMALHO

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

“Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do Título de Especialização em Psicopedagogia Clinica e Institucional.”

MATUPÁ/2018

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

aos meus pais, que estiveram ao meu lado

me incentivando para nunca desistir.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças para que eu concluísse

este trabalho.

A minha família pelo apoio durante esses quatro anos de muita dedicação,

para que eu conseguisse atingir meus objetivos.

A todos os professores que com sabedoria e dedicação contribuíram para a

minha formação.

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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua

própria produção ou a sua construção.” (PAULO FREIRE.)

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RESUMO

O presente trabalho monográfico tem como tema necessidades educativas

especiais e a inclusão da criança com distúrbio do espectro do autismo (TEA). O

motivo que levou à escolha do tema foi pela necessidade de mostrar aos

profissionais da área da educação algumas formas de identificar o autismo, pois

ainda é pouco conhecido, bem como, por demais profissionais que tem a

responsabilidade de lidar com o transtorno.

A pesquisa é de caráter bibliográfico, pois o trabalho necessita do uso de

materiais relevantes e relacionado com o tema em estudo, através deste método é

possível conhecer e analisar a principal contribuição teórica existente a respeito do

tema abordado.

É possível concluir através das características apresentadas por tal

transtorno mental que é possível trabalhar com esta criança de maneira eficaz para

a promoção do seu desenvolvimento mental. O autismo é um distúrbio neurológico

caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-

verbal e comportamento restrito e repetitivo. Os sinais geralmente se desenvolvem

gradualmente, mas algumas crianças com autismo atingem o marco do

desenvolvimento a uma taxa normal e depois regridem. Os professores precisam

estimular o desenvolvimento social e comunicativo, melhorar as habilidades de

aprendizagem e resolução de problemas, reduzir os comportamentos que interferem

na aprendizagem e o acesso a oportunidades para as experiências diárias das

crianças com autismo, bem como desempenhar funções que estimulem a

psicomotricidade. Crianças com autismo em geral, apresentam dificuldade em

aprender a usar as palavras corretamente, mas quando participam de programa

intensivo de aulas parece trazer mudanças positivas nas habilidades linguísticas,

interação social e aprendizagem.

Palavras-chaves: Autismo. Inclusão. Processo de Aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

CAPITULO I: CONCEITUANDO DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO.......10

CAPITULO II: PERSPECTIVA HISTÓRICA DO AUTISMO......................................20

CAPITULO III: DIAGNÓSTICO DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO..........23

CONCLUSÃO...........................................................................................................32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................34

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INTRODUÇÃO

O público-alvo a ser atendido pela educação especial é extenso,

especialmente quando pensamos que isso deve ajudar todos os alunos, com suas

peculiaridades diferentes. Em se tratando do aluno com Transtorno Global do

Desenvolvimento, mais especificamente Transtorno do Espectro do Autismo (TEA),

o foco desta pesquisa.

MELLO (2007), indica que esse distúrbio do desenvolvimento humano,

apesar muito estudo ainda surpreende pela variedade de particularidades que pode

apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança que tem autismo ter uma

aparência totalmente normal. Recentemente não só vem aumentando o número de

diagnósticos, como também estes vêm sendo concluídos em idades cada vez mais

precoces.

Para ela a criança com autismo apresenta uma aparência harmoniosa e ao

mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em

algumas áreas enquanto outras se encontram bastante comprometidas, intrigando

se e angustiando as famílias nas quais se impõe.

MELLO ainda afirma que AMA (Associação de Amigos Autista), que é uma

experiência de pais e de educadores de pessoas com autismo, observou a

importância de três caminhos a serem conscientemente procurada por famílias que

se deparam com a questão do autismo em suas vidas: conhecer admitir a questão

do autismo e buscar o apoio de um grupo de pessoas que também está envolvido

com o mesmo problema e buscando viver com isso da melhor maneira possível.

Ela assegura que toda pessoa com suspeita de apresentar um dos TEA

deve ser encaminhada para avaliação diagnóstica. O diagnóstico é essencialmente

clínico e não deve prescindir da participação do médico especialista (psiquiatra e/ou

neurologista), seguido de equipe interdisciplinar capacitada para reconhecer

clinicamente tais transtornos, que deverá contar com, no mínimo: médico psiquiatra

ou neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo. Cada profissional, dentro de sua área,

fará sua observação clínica.

De acordo com SCHWARSTZMAN ; ASSUNPÇÃO JR. (1995), o método

TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits

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relacionados à Comunicação) é utilizado para avaliar a criança para determinar seus

pontos fortes e mais interesse, e as suas dificuldades e, a partir desses pontos,

montar um programa individualizado. Este método é baseado em seu ambiente para

facilitar a compreensão da criança em relação ao seu local de trabalho e o que se

espera dela. Através da organização ambiental e as atribuições de cada aluno, o

TEACCH é desenvolver a independência do aluno para que ele precise de professor

para novas atividades de aprendizagem, mas permitindo-lhe ocupar muito do seu

tempo de forma independente.

O ponto de partida é a chamada tríade de dificuldades de comunicação,

interação social e de uso desta imaginação em crianças com autismo, e tem como

principal consequência maior facilidade de relacionamento com o universo concreto

do que com ideias abstratas

Segundo SCHWARSTZMAN ; ASSUNPÇÃO JR. (1995):

No contexto do planejamento das atividades do contexto escolar, os educadores devem ficar atentos para que a programação escolar contemple atividades que sejam compatíveis com a especificidade da pessoa autista. Com isso, será possível notar progressos no desenvolvimento de determinada habilidade planejada. (p.04)

Neste sentido SCHWARSTZMAN; ASSUNPÇÃO JR. (1995), afirma que o

plano de aula precisa ter um ritmo constante, contendo canto, conteúdo que

aperfeiçoem o comportamento da organização que, além disso, deve conter

atividades para o desenvolvimento de habilidades. A educação física e indispensável

para a programação do desenvolvimento motor (fina e grossa) e a escola precisa

coincidir com o desenvolvimento da pessoa autista.

Segundo SILVA (2012):

Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica como as outras crianças. Para essas crianças serão necessários acompanhamentos educacionais especializados e individualizados. (p. 109).

No primeiro capítulo, será feita uma abordagem conceituando distúrbio do

espectro do autismo que afeta o ritmo físico, social e habilidades linguísticas; a

reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão,

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ouvindo, toque, dor, equilíbrio, cheiro, degustação e manutenção do corpo; fala e

linguagem ausente ou atrasada, certas áreas específicas de pensamento, presentes

ou não, discurso imaturo, compreensão restrita de ideias.

No segundo capítulo se trata de uma perspectiva histórica do autismo

partindo por Kanner que iniciou os estudos sobre o autismo na década de 40.

No terceiro retrata o diagnóstico do distúrbio do espectro do autismo

indispensável o uso de um vasto protocolo de pesquisa sistemática e com critérios

estabelecidos através de um trabalho em equipe multi e interdisciplinar.

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CAPÍTULO 1. CONCEITUANDO DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO

AUTISMO

Segundo CUNHA (2012), Autismo é um nome dado a um padrão de

comportamento produzido de forma complexa, como um resultado final de uma

longa sequência de causas. É uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, que

agrupados, recebem a denominação de autismo. Sendo mais conhecido como um

problema que se manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca de seu

mundo exterior, encontrando-se centrado em si mesmo, ou seja, existem

perturbações das relações afetivas com o meio. O comportamento delas é

constituído por atos repetitivos e estereotipado.

O autismo é definido pela ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS)

como:

Um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco casos em cada 10.000 nascimentos caso se adote um critério de classificação rigorosa, e três vezes maior se considerar casos correlato isto é que necessitem do mesmo tipo de atendimento. (apud MONTOAN, 2006, p. 13).

Conforme o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2013), a incidência do autismo é mais

comum no sexo masculino, na razão de quatro homens para cada mulher afetada.

Estas características podem levar a um isolamento contínuo da criança e sua

família.

Segundo BRASIL (2013):

Os dados epidemiológicos internacionais indicam uma maior incidência de TEA no sexo masculino, com uma proporção de cerca de 4,2 nascimentos para cada um do sexo feminino (Fombonne, 2009; Rice, 2007). A prevalência é estimada em um em cada 88 nascimentos (Centers for Disease Contro land Prevention, 2012), confirmando a afirmação de que o autismo tem se tornado um dos transtornos do desenvolvimento mais comuns (Fombonne, 2009; Newschaff et al., 2007). (p. 14).

Por se tratar de um distúrbio grave o autismo acaba consistir-se como uma

síndrome que incapacita a criança. É comum imaginar que são pessoas

psicologicamente incapazes, porém, apresentam problemas intelectuais.

De acordo BRASIL (2013):

O conceito do Autismo Infantil (AI), portanto, se modificou desde sua descrição inicial, passando a ser agrupado em um contínuo de condições com as quais guarda várias similaridades, que passaram a ser

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denominadas de Transtornos Globais (ou Invasivos) do Desenvolvimento (TGD). Mais recentemente, denominaram-se os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a uma parte dos TGD: o Autismo; a Síndrome de Asperger; e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação, portanto não incluindo Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância. (p. 14).

Para CUNHA (2012), o autismo é classificado como um transtorno invasivo

do desenvolvimento que envolve graves dificuldades ao longo da vida nas

habilidades sociais e comunicativas – além daquelas atribuídas ao atraso global do

desenvolvimento do comportamento e interesses limitados e repetitivos. Ambos os

diagnósticos mais utilizados requerem a identificação de anormalidades no

desenvolvimento.

CUNHA (2012) afirma que o termo autista se refere às características de

isolamento e auto concentração das crianças. O autista possui uma incapacidade

inata para estabelecer relações afetivas, bem como para responder aos estímulos

do meio.

É universalmente conhecida a grande dificuldade que os autistas têm em

relação à expressão das emoções.

De acordo BRASIL (2013):

O autismo é considerado uma síndrome neuropsiquiátrica. Embora uma etiologia específica não tenha sido identificada, estudos sugerem a presença de alguns fatores genéticos e neurobiológicos que pode estar associados ao autismo (anomalia anatômica ou fisiológica do SNC; problemas constitucionais inatos, predeterminados biologicamente. (p. 14).

CUNHA (2012), ressalva que o autismo não é considerado, hoje, um estado

mental fixo, irreversível e imutável, mas o resultado de um processo que pode, ao

menos em parte, ser modificado por meio de intervenções terapêuticas. Ele não

pode ser causado por fatores emocionais e/ou psicológicas. As evidências apontam

para a multicausalidade. Descobertas recentes apontam a possibilidade de o

autismo ser causado por uma interação gene-ambiente.

Segundo CUNHA (2012), a síndrome do autismo pode ser encontrada em

todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se

conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica, ou no meio ambiente

destas pessoas que possa causar o transtorno.

CUNHA (2012), relata que as causas do autismo ainda são desconhecidas,

mas a pesquisa na área é cada vez mais intensa. Provavelmente, há uma

combinação de fatores que levam ao autismo. Sabe-se que a genética e agentes

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externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a

Associação De qualquer maneira, muita genes parecem estar envolvidos nas causas

do autismo. Quanto aos fatores externos que possam contribuir para o surgimento

do transtorno está a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções

causadas por vírus, alterações no trato digestório, contaminação por mercúrio e

sensibilidade a vacinas.

De acordo com ORRÚ (2012), o autismo atualmente é considerado como:

“Uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de

desenvolvimento [...], é uma disfunção orgânica e não um problema dos pais [...] e é

de origem biológica.” (p. 21).

Segundo ORRÚ (2012), o autismo também é conhecido como uma alteração

“cerebral”/ “comportamental” que afeta a capacidade da pessoa comunicar, de

estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a

rodeia. Observa-se também uma grande dificuldade de desenvolver relacionamentos

interpessoais, pois os autistas não se interessam pelas outras pessoas, dispensam o

contato humano e também não suportam mudanças de ambiente e preferem um

contexto inanimado.

ORRÚ (2012), afirma que os sintomas, causados por disfunções físicas do

cérebro, podem ser verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista

com o indivíduo, estas características são: Distúrbios no ritmo de aparecimento de

habilidades físicas, sociais e linguísticas; Reações anormais às sensações, ainda

são observadas alterações na visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e

maneira de manter o corpo; Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas

específicas do pensar, presentes ou não. SILVA (2012), chama a atenção para

esta nova perspectiva sobre o autismo como originador e fatores de

desenvolvimento, apoiado nas neurociências. Alguns fazem as crianças mais

suscetíveis à doença, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e da

comunicação entre os neurônios. Outro também determinar a severidade dos

sintomas.

Para SILVA (2012), o conceito do Autismo se modificou desde a sua

descrição inicial e passou a ser agrupado em um contínuo de condições com as

quais guarda várias similaridades, que passaram a ser denominadas de Transtornos

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Globais (ou Invasivos) do Desenvolvimento (TGD) e esta denominação esta

presente até hoje no Código Internacional de Doenças (CID-10).

Conforme SILVA (2012), ao longo das décadas de 70 e 80, o autismo passa

a ser visto, predominantemente, como um distúrbio cognitivo. Nessa época, ele

deixa de ser considerado como uma condição envolvendo basicamente retraimento

social e emocional, e passa a ser concebido como um transtorno do

desenvolvimento envolvendo déficits cognitivos severos com origem em alguma

forma de disfunção cerebral.

SILVA (2012), descreve que em maio de 2013 foi lançada a quinta edição

do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe

algumas mudanças importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de

nomes de doenças e condições que já existiam. Nesse manual, o autismo, assim

como a Síndrome de Asperger, foi incorporado a um novo termo médico e

englobador, chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com essa nova

definição, a Síndrome de Asperger passa a ser considerada, portanto, uma forma

mais branda de autismo. Dessa forma, os pacientes são diagnosticados apenas em

graus de comprometimento, dessa forma o diagnóstico fica mais completo. O

Transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de “Déficits persistentes na

comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por

história prévia”, de acordo com o DSM-V.

A abordagem de MELLO (2007), a definição de autismo adotada, para efeito

de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste na

dificuldade da socialização:

[...] este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. (p. 32).

MELLO (2007), afirma que os autistas apresentam comprometimento na

interação social, que se manifesta pela inabilidade no uso de comportamentos não-

verbais tais como o contato visual, a expressão facial, a disposição corporal e os

gestos. Esse comprometimento na interação social manifesta-se ainda na

incapacidade do autista de desenvolver relacionamentos com seus pares e na sua

falta de interesse, participação e reciprocidade social.

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Conforme MELLO (2007), definição de autismo adotada, para efeito de

intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste

dificuldade de comunicação:

[...] caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal. (p. 44).

Conforme MELLO (2007), há comprometimento na comunicação, que se

caracteriza pelo atraso ou ausência total de desenvolvimento da fala. Em pacientes

que desenvolvem uma fala adequada, permanece uma inabilidade marcante de

iniciar ou manter uma conversa. O indivíduo costuma repetir palavras ou frases

(ecolalia), cometer erros de reversão pronominal (troca do “você” pelo “eu”) e usar as

palavras de maneira própria (idiossincrática). Ritmo imaturo da fala, restrita de

compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado;

Relacionamento anormal com os objetos, eventos e pessoas. Respostas não

apropriada a adultos ou crianças. Uso inadequado de objetos e brinquedos.

MELLO (2007), ainda afirma que o autismo para efeito de intervenção, ainda

adota o autismo como um distúrbio do comportamento que consiste em dificuldade

de imaginação

[...] se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto pode se exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos. (p. 47).

Para a autora acima citada as dificuldades de raciocínio: muitas vezes elas

aprendem mecanicamente, sem compreender a essência ou significado do que

queremos que aprendam. O planejamento de tarefas pode evitar essa mecanização,

acentuando o que realmente é significativo para elas. Dificuldade de aceitação dos

erros: frequentemente deixam de responder às chamadas de atenção e ordens,

baixando o nível de atenção. Dessa forma, a aprendizagem não se produz. Para que

isso não ocorra é preciso habituá-los a adaptarem-se a situações cada vez menos

gratificantes.

Para MELLO (2007), o ritmo imaturo da fala, restrita de compreensão de

ideias. Uso de palavras sem associação com o significado; Relacionamento anormal

com os objetos, eventos e pessoas. Respostas não apropriada a adultos ou

crianças. Uso inadequado de objetos e brinquedos. Algumas estratégias podem ser

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utilizadas no dia-a-dia para solucionar esses problemas, tais como: criar situações

de faz-de-conta que despertem o interesse da criança; usar bonecos para

representar a família; criar soluções simbólicas para ajudar a resolver os problemas;

encorajar a investigar pistas e sinais; e modelar/mediar uma sequência do que se

deve fazer; introduzir palavras que a criança se interesse para que, posteriormente,

ela possa construir frases com elas.

Outros transtornos de desenvolvimento parecidos, segundo AUTOR (ANO), incluem:

• Síndrome de Rett: muito diferente do autismo, só ocorre no sexo feminino.

• Transtorno de desenvolvimento pervasivo: não especificado, também

chamado de autismo atípico.

O autismo regressivo, as crianças parecem normais antes de um ou dois

anos, mas de repente "regridem" e perdem as habilidades linguísticas ou

sociais que adquiriram anteriormente.

A concepção SILVA (2012), os sintomas e o grau de comprometimento

variam amplamente, por isso é comum referir-se ao autismo como um espectro de

transtornos, denominados genericamente de transtornos invasivos do

desenvolvimento. Foram estabelecidos critérios de classificação dos transtornos

invasivos do desenvolvimento que estão formalizados no Manual de Diagnóstico e

Estatístico (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria e na Classificação

Internacional de Doenças (CID-10) publicada pela Organização Mundial de Saúde.

Segundo SILVA (2012), o médico procurará por sinais de atraso no

desenvolvimento da criança. Se observados os principais sintomas do autismo, ele

encaminhará a criança em questão para um especialista, que poderá fazer um

diagnóstico mais exato e preciso. Geralmente, ele é feito antes dos três anos de

idade, já que os sinais do transtorno costumam aparecer cedo. Para realizar o

diagnóstico, o médico utiliza o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de

Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Segundo ele, a

criança poderá ser diagnosticada com autismo se apresentar pelo menos seis dos

sintomas clássicos do transtorno.

Para SILVA (2012), todas as crianças devem fazer exames de

desenvolvimento de rotina com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o

médico ou os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito

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principalmente se uma criança não atingir marcos de linguagem. Um médico

experiente no diagnóstico e tratamento de autismo normalmente é necessário para

fazer o diagnóstico. Como não há testes biológicos para o autismo, o diagnóstico

muitas vezes será feito com base em critérios muito específicos. Uma avaliação de

autismo normalmente inclui um exame físico e neurológico completo. Pode incluir

também alguma ferramenta de exame específica, como:

• Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)

• Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)

• Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)

• Escala de classificação do autismo de Gilliam

• Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento. Tratamento

de Autismo.

SILVA (2012), argumenta que não existe cura para autismo, mas um

programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a

perspectiva de crianças pequenas com o transtorno. A maioria dos programas

aumentará os interesses da criança com uma programação altamente estruturada

de atividades construtivas. Os recursos visuais geralmente são úteis. O principal

objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da

criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao

desenvolvimento e aprendizado. Mas a forma de tratamento que tem mais êxito é o

que é direcionado às necessidades específicas da criança. Um especialista ou uma

equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias

terapias para autismo disponíveis, incluindo:

• Terapias de comunicação e comportamento

• Medicamentos

• Terapia ocupacional

• Fisioterapia

• Terapia do discurso/linguagem, fonoaudióloga.

Conforme SILVA (2012), existe diversos programas para tratar problemas

sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao autismo.

Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na

aprendizagem de novas habilidades. Outros procuram ensinar crianças a como agir

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em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente. Um

desses programas é a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do

Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro

do espectro do autismo.

Conforme o Instituto Autismo (2008):

O tratamento ABA envolve o ensino intensivo e individualizado das habilidades necessárias para que o indivíduo possa adquirir independência e a melhor qualidade de vida possível. Dentre as habilidades ensinadas incluem-se comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional; comportamentos acadêmicos tais como pré-requisitos para leitura, escritos e matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de comportamentos tais como agressões, estereotipias, auto-lesões, agressões verbais, e fugas também fazem parte do tratamento comportamental, já que tais comportamentos interferem no desenvolvimento e integração do indivíduo diagnosticado com autismo.( Apud, MELLO 2007, p. 36).

Neste sentido MELLO (2007), relata que a ABA usa uma abordagem de

aprendizado individual que reforça a prática de várias habilidades. O objetivo é que a

criança se aproxime do funcionamento normal do desenvolvimento. Os programas

de ABA normalmente são feitos na casa da criança sob a supervisão de um

psicólogo comportamental. Esse método incide de ensino intensivo das habilidades

necessárias para o indivíduo diagnosticado com autismo ou transtornos invasivos do

desenvolvimento tornar-se independente. O tratamento é baseado em anos de

investigação no domínio da aprendizagem e agora é considerado como o mais

eficaz.

MELLO (2007), afirma que outro programa bastante recorrente como

alternativa de tratamento é o TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação

para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza

outros recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a

organizar e estruturar seu ambiente.

Segundo o Instituto Autismo (2008):

A prática Teacch fundamenta-se nessa teoria a partir da afirmação de que a imagem visual é geradora de comunicação. A linguagem, inicialmente não-verbal, sendo um sistema simbólico complexo, baseia-se na interiorização das experiências. Ao mesmo tempo que a linguagem não-verbal vai dando significados às ações e aos objetos, vai também consolidando a linguagem interior. O corpo vai incorporando significados através da "ação no mundo" enquanto desenvolve de maneira progressiva a comunicação - que pode ser oral, gestual, escrita etc. A linguagem, portanto, é o resultado da transformação da informação sensorial e motora em símbolos integrados significativamente. [...] O método Teacch trabalha-se concomitantemente a linguagem receptiva e a expressiva. São utilizados estímulos visuais (fotos,

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figuras, cartões), estímulos corporais (apontar, gestos, movimentos corporais) e estímulos áudio cinestesico visuais (som, palavra, movimentos associados às fotos) para buscar a linguagem oral ou uma comunicação alternativa..(apud, MELLO 2007, p. 36).

Segundo MELLO (2007), o TEACCH tenta melhorar as habilidades e a

adaptação de uma criança, ao mesmo tempo em que aceita os problemas

associados aos distúrbios dentro do espectro do autismo. Diferentemente dos

programas de ABA, os programas TEACCH não esperam que as crianças atinjam o

desenvolvimento normal com o tratamento.

Para a autora acima citada não existem medicamentos capazes de tratar os

principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para

tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo

apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões

extremas que a criança não pode controlar hiperatividade, impulsividade,

irritabilidade, alterações de humor, surtos, dificuldade para dormir e ataques de

raiva.

Segundo SILVA (2012), nem todos os especialistas concordam que as

mudanças na dieta fazem diferença, nem todas as pesquisas sobre esse método

mostraram resultados positivos, mas se você está considerando essas ou outras

alterações alimentares como via de tratamento para seu filho, é recomendável uma

conversa com um gastroenterologista (especialista no sistema digestório) e com um

nutricionista. Algumas crianças com autismo parecem responder a uma dieta sem

glúten ou sem caseína. O glúten é encontrado em alimentos que contêm trigo,

centeio e cevada. A caseína é encontrada no leite, no queijo e em outros produtos

lácteos. Existem muitos tratamentos anunciados para o autismo que não têm base

científica e histórias de "curas milagrosas" que não atendem às expectativas, no

entanto somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para

cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento devendo

seguir sempre orientações do especialista

Para SILVA (2012), não há uma fórmula correta para prevenir o autismo,

mas estudos recentes mostram que o papel da herança genética para o

desenvolvimento do transtorno não é tão grande como se supunha. Os genes

desempenham 50% das chances de uma criança vir a ter autismo. Ou seja, em pelo

menos metade dos casos não há muito que fazer contra a genética humana. Mas os

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outros 50% correspondem a fatores externos, muito relacionados ao ambiente em

que a criança cresce e a hábitos comportamentais. Isso abre um campo enorme de

pesquisa, especialmente no que diz respeito à prevenção do autismo.

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CAPÍTULO 2. PERSPECTIVA HISTÓRICA DO AUTISMO

Segundo SOUZA (2011), qualquer abordagem sobre o tópico autismo deve

referenciar os pioneiros Leo Kanner e Hans Asperger que, separadamente,

publicaram os primeiros trabalhos sobre esse transtorno. Apesar de ter sido descrita

por Hans Asperger em 1944 no artigo “Psicopatologia Autistica na Infância”, apenas

em 1994 a Síndrome de Asperger foi incluída no DSM-IV com critérios para

diagnóstico. Hans Asperger e Leo Kanner, que descreveu o autismo em 1943,

nasceram ambos na Áustria e estudaram em Viena, mas nunca se encontraram.

Asperger que era dez anos mais jovem que Kanner especializou-se em pediatria

enquanto Kanner estudou psiquiatria.

Conforme BRASIL (2013): “O termo “autismo” foi introduzido na psiquiatria

por Plouller, em 1906, como item descritivo do sinal clínico de isolamento (encenado

pela repetição da auto referência) frequente em alguns casos.” (p. 13).

SOUZA (2011), afirma que Leo Kanner e Hans Asperger acreditavam que

desde o nascimento havia um transtorno básico que originava problemas altamente

característicos. Parece uma coincidência notável o fato de que ambos escolheram a

palavra „autista‟ para caracterizar a natureza do transtorno em questão. Na verdade,

não é uma coincidência, uma vez que esse termo já tinha sido apresentado pelo

eminente psiquiatra Eugen Bleuler em 1911. Originalmente, esse termo se referia a

um transtorno básico em esquizofrenia (outro termo lançado por Bleuler), mais

especificamente, o estreitamento do relacionamento com as pessoas e com o

mundo exterior, um estreitamento tão extremo que parecia excluir tudo, exceto a

própria pessoa. Este estreitamento poderia ser descrito como um afastamento da

estrutura de vida social para a individualidade. Daí as palavras „autista‟ e „autismo‟,

são originárias da palavra grega autos, que significa „próprio‟. Atualmente, elas são

aplicadas quase que exclusivamente ao transtorno de desenvolvimento chamado de

autismo. Tanto Kanner, trabalhando em Baltimore, quanto Asperger, trabalhando em

Viena, notaram casos de crianças diferentes que tinham em comum algumas

características fascinantes. Acima de tudo, as crianças pareciam incapazes de

desenvolver um relacionamento afetivo normal com as pessoas.

SOUZA (2011), descreve em contraste ao conceito de esquizofrenia de

Bleuler, o transtorno autista parecia existir desde o começo da vida do paciente. O

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artigo de Kanner tornou-se o mais citado em toda a literatura sobre autismo,

enquanto que o artigo de Asperger, escrito em alemão e publicado durante a

Segunda Guerra Mundial, foi largamente ignorado. Surgiu uma crença de que

Asperger havia descrito um tipo diferente de criança, que não devia ser confundido

com o descrito por Kanner. A definição de autismo feita por Asperger, ou como ele a

chamava, “psicopatologia autista”, é bem mais ampla que a de Kanner. Asperger

incluía casos que mostravam um dano orgânico severo e aqueles que transitavam

para a normalidade. Atualmente, o termo Síndrome de Asperger tende a ser

reservado para as raras crianças autistas apenas ligeiramente afetadas (autismo de

alto desempenho), que dão mostras mais claras de inteligência e altamente verbais.

Já a síndrome de Kanner é freqüentemente usada para indicar a criança com uma

constelação de aspectos clássicos ou „nucleares‟, assemelhando-se, em detalhes

surpreendentes, às características que Kanner identificou em sua primeira descrição

inspirada.

Para SOUZA (2011), Kanner viria a reconhecer, mais tarde, que o termo

autismo não deveria se referir a um afastamento da realidade com predominância do

mundo interior, como se dizia acontecer na esquizofrenia. Para Kanner – e esta

pode ser considerada uma das melhores definições do conceito – não haveria no

autismo um fechamento do indivíduo sobre si mesmo, mas um tipo particular e

específico de contato do indivíduo com o mundo exterior. Nos anos 1950 e 1960, o

psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da

mãe, que denominou de “mãe-geladeira'”. Nos anos 1970 essa teoria foi posta por

terra e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Ainda assim, autores como

Rutter, afirmavam que o autista possuía uma incapacidade inata para estabelecer

qualquer relação afetiva bem como para responder aos estímulos do meio.

Conforme SOUZA (2011), o Autismo descrito por Kanner (1943), que o

nomeou inicialmente como “distúrbio autístico do contato afetivo”, foi concebido

como um distúrbio primário semelhante ao descrito para a Esquizofrenia. o

psiquiatra Leo Kanner observou e descreveu 11 crianças que apresentavam um

quadro clínico peculiar: o principal sintoma era uma incapacidade para se relacionar

com outras pessoas e situações. Segundo Kanner a diferença estava no fato de a

criança com Autismo não realizar um fechamento sobre si mesmo, mas buscar

estabelecer uma espécie de contato bastante particular e específico com o mundo. A

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Esquizofrenia Infantil estaria relacionada a casos cujo quadro clínico se configuraria

mais tarde, pois se trata de uma desestruturação da personalidade subsequente a

uma fase de desenvolvimento aparentemente estável.

SOUZA, (2011,) afirma que os organicistas se baseiam na hipótese

levantada por Kanner de que crianças que apresentam o quadro autista na verdade

tem uma incapacidade inata para desenvolver o contato afetivo. Este caráter inato

poderia estar relacionado a déficits em diferentes níveis comportamentais, afetivos e

de linguagem, os quais estariam relacionados a alguma disfunção de natureza

bioquímica, genética ou neuropsicológica.

Para SOUZA (2011), dentre os autores desta vertente, chamada de

psicodinamicista, destacam-se Melanie Klein (1955), Margareth Mahler (1989) e

Francês Tustin (1990), que tomam a psicanálise como eixo central. A psicanálise

tem como fundamento o determinismo psíquico, que atribui às causas do

comportamento anormal à esfera psíquica e têm como objeto de estudo as

representações mentais. Para estas autoras, apesar de enfatizarem diferenças

quanto às suas postulações teóricas acerca deste transtorno, o Autismo seria um

quadro clínico que se constituiria como expressão de um quadro de psicose. Esta

diferenciação entre organicistas e psicodinamicistas contribuiu para que as formas

de tratamento também fossem distintas: para os primeiros, o tratamento deveria ser

de origem mecadimentosa e comportamental, enquanto para os segundos o ideal

seria indicações de psicoterapias para os pais.

SOUZA (2011), afirma que Mahler (1972), definiu o Autismo como psicose

simbiótica, atribuindo a causa da doença ao mau relacionamento entre mãe e filho.

Felizmente, essas teorias foram superadas e hoje se acredita que o autismo

esteja ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre as

possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio tem sido apontada por

militantes da causa do autismo como forte candidata, assim como problemas na

gestação.

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CAPITULO 3. DIAGNÓSTICO DISTÚRBIO DO ESPECTRO DO AUTISMO

Segundo SILVA (2012), o autismo continua a ser um transtorno difícil para

as crianças e suas famílias, mas a perspectiva atual é muito melhor do que a última

geração. Naquela época, a maioria das pessoas com autismo foi internado em

instituições. Hoje, com o tratamento adequado, muitos dos sintomas de autismo

podem melhorar, mesmo que algumas pessoas ficar com alguns sintomas ao longo

de suas vidas. A maioria das pessoas com autismo pode viver com suas famílias e

na sociedade. Os medicamentos que atuam sobre a psique não controlam os

principais sintomas do autismo, mas pode atenuar os sintomas associados. Os

estimulantes são capazes de reduzir a hiperatividade, mas geralmente aumentam de

forma intolerável os atos repetitivos. As doses baixa de neurolépticos geralmente

reduzir a agitação e as repetições e em doses mais elevadas podem reduzir a

hiperatividade, retração e instabilidade emocional. No entanto, é preciso assegurar

que o benefício é maior do que os problemas causados pelos efeitos colaterais

destas drogas.

SILVA (2012), relata a importância da detecção precoce e uma necessidade

fazer diagnóstico diferencial, uma primeira se refere a uma melhor definição de

sinais, embora, a uma possibilidade de identificação dos mesmos sem período em

que a comunicação e expressão individuais e sociais começam a se harmonizar-se:

Primeiros meses de vida a importância atribuída à dimensão intelectual se dá em

detrimento do estudo da linguagem dessas pessoas, que a parece de forma

Genérica os apontamentos sobre Comunicação, distinta para descrever o sintoma

básico do Isolamento. Assim sendo, faz-se indispensável à definição de indicadores

de risco para o quadro, em varias dimensões. Uma Segunda questão se refere à

construção de protocolos econômicos eficientes de diagnóstico e tratamento,

separando os casos de transtornos do espectro do autismo de um quadro geral dos

transtornos do desenvolvimento, como medida de ajuste à rede de cuidados à saúde

nesses casos. A perspectiva depende da gravidade do autismo e do nível de

tratamento que a pessoa recebe. O autismo pode estar associado a outros distúrbios

que afetam o cérebro, como a Síndrome do X frágil, déficit intelectual e esclerose

tuberosa. Algumas pessoas com autismo podem, também, desenvolver convulsões.

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SILVA (2012), salienta que o estresse de lidar com o autismo podem levar a

complicações sociais e emocionais para a família e os cuidadores, bem como para a

própria pessoa com autismo. Por isso, acompanhamento psicológico tanto para um,

quanto para o outro é essencial. Os autistas apresentam um repertório muito

limitado de comportamento, Isso sem dúvida é um dos motivos que leva as

dificuldades de aprendizagem. Algumas delas são: Dificuldade de atenção: são

incapazes de se concentrar, mesmo por poucos segundos. Para superar esta

dificuldade, é indispensável planejar situações de ensino estruturadas, decompondo

em pequenos passos e metas o que elas necessitam aprender. Também têm

dificuldades em reconhecer a relação espaço-temporal entre acontecimentos que se

inscrevem dentro da mesma modalidade sensorial.

Do ponto de vista de pais e educadores o autismo “representa um amplo

desafio, sobretudo porque a primeira vista é difícil de diagnosticar e avaliar o grau de

comprometimento envolvido." (MONTOAN, 2003, p. 13).

SILVA (2012), afirma que os pais são indispensáveis como cuidadores e

deve permanecer com a criança o maior tempo possível, estabelecendo com ela

laços de confiança que são indispensáveis para o sucesso das etapas de

desenvolvimento, que se encontram alteradas. A maioria das crianças autistas

necessita de assistência e supervisão da parte dos adultos durante toda a sua

infância Estes pais manifestam-se, por vezes, culpabilizados e envergonhados pela

doença da sua criança. O técnico de saúde seja auxiliar de ação médica, enfermeiro,

médico, psicólogo ou o técnico educativo devem ter essa noção e adequada

sensibilidade para apoiar estes pais, quando os mesmos necessitam de cuidados

especializados para a criança autista nas instituições que os acolhem, sejam

hospitais, colégios, centros de saúde ou de reabilitação. Esses técnicos podem

ajudar a reduzir a culpa e a vergonha que os pais sentem e nem sempre verbalizam.

Para SILVA (2012), a família da criança autista necessita de

aconselhamento desde o início do distúrbio e na sua evolução, sendo incentivada a

cuidar da sua criança em casa, na maioria das vezes. E m alguns casos, são quase

inexistentes os apoios psicológicos, sociais e econômicos. Ultimamente fala-se muito

em cortes nos projetos que têm a ver com as crianças com necessidades especiais,

essencialmente autistas. Contudo existem escolas primárias e autarquias com

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projetos direcionados a estas crianças. Os pais apoiam-se em algumas leis que são

insuficientes para tratar tantos casos, tendo em atenção que “cada caso é um caso”.

O AUTISMO: CONTEXTO ESCOLAR

Segundo SILVA (2012), pais e profissionais estão bem cientes das

dificuldades que as crianças com autismo têm, em muitos ambientes educacionais.

Em resposta, eles desenvolveram programas e estratégias de intervenção

alternativa. Embora alguns destes fossem úteis, a maioria enfatiza a correção de

dificuldades comportamentais para melhorar o desempenho educacional. No

entanto, outro aspecto do problema tem recebido menos atenção: as necessidades

de aprendizagem específicas dessa população especial. As necessidades

envolvidas incluem dificuldades de organização, distração, incapacidade sequência

de problemas de generalizar e padrões irregulares de pontos fortes e fracos. Ainda

que nenhuma destas situações se aplique a toda à população de alunos com

autismo, estes problemas de aprendizagem são vistos em um grau significativo em

uma grande porcentagem desses alunos.

SILVA (2012), argumenta percebe-se com base na tríade de deficiências,

problema de socialização. A síndrome de TEA causa para a pessoa, dificuldades de

integração ambiental, o que implica barreiras para o desenvolvimento da autonomia

e, portanto, proporciona uma qualidade de vida prejudicada.

SILVA (2012), garante que:

Pessoas com autismo apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados níveis de gravidade. Existem crianças com problemas mais severos, que praticamente se isolam em um mundo impenetrável; outras não conseguem se socializar com ninguém; e aquelas que apresentam dificuldades muito sutis, quase imperceptíveis para a maioria das pessoas, inclusive para alguns profissionais. Estas últimas apresentam apenas traços do autismo, porém não fecham diagnóstico. (p. 22)

Segundo SILVA (2012), a ausência de habilidades sociais mantém-los longe de

outros alunos. A característica de isolamento da síndrome ocorre pela razão de não

saber como interagir com os outros e, portanto, não pode manter ligações ou

desenvolvê-los. A organização é difícil para os alunos com autismo. Ela exige uma

compreensão de se e fazer um plano para a implementação. Estes requisitos são

suficientemente complexas, inter-relacionado e abstrato para apresentar obstáculos

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formidáveis para alunos com autismo. Quando chega cara a cara com demandas

organizacionais complexas, eles são frequentemente imobilizados e frequentemente

nunca são incapazes de realizar as tarefas necessárias. O desenvolvimento de

hábitos sistemáticos e rotinas de trabalho tem sido uma estratégia eficaz para

minimizar essas dificuldades organizacionais. Estudantes com rotinas de trabalho

estabelecidas da esquerda para a direita, de cima para baixo, não param de

trabalhar para planejar onde começar e como proceder. Dificuldades de organização

também são minimizadas com listas de verificação, programações e instruções

visuais mostrando especificamente para alunos autistas o que foi completado, o que

precisa ser feito e como proceder.

Conforme SILVA (2012), a distração é outro problema comum dos alunos

com autismo. Ele assume muitas formas na sala de aula: reagir ao ruído rígido

externo, visualmente seguindo os movimentos na sala de aula, ou "estudando" o

lápis do professor sobre a mesa, em vez de terminar o pedido de emprego. Embora

a maioria dos estudantes autistas seja distraída por algo específico, às distrações

divergem consideravelmente de uma criança para outra. A identificação de distrair

cada aluno é o primeiro passo para ajudá-los. Para alguns pode ser visual, enquanto

que para outros, pode ser auditivos. Distrações podem estar respondendo a ruídos

externos ou movimentos visuais, mas também não pode se concentrar em aspectos-

chave de tarefas solicitadas. Avaliações cuidadosas de distrações individuais são

cruciais. Após essas avaliações, as mudanças ambientais podem ser feitas: podem

envolver a disposição física da área de trabalho do aluno, a apresentação de tarefas

relacionadas ao trabalho, ou muitas outras possibilidades. A sequenciação é outra

área de dificuldade. Esses alunos muitas vezes não consegue lembrar a ordem

precisa das tarefas, porque concretamente os detalhes específicos, nem sempre

veem relação entre elas. Porque as sequências envolvem nessas relações, muitas

vezes são desconsiderados.

SILVA (2012), ainda relata que as rotinas de trabalho consistentes e

instruções visuais compensam essas dificuldades. As instruções visuais podem

destacar sequências de eventos e fazer com que os alunos autistas lembrem a

seguinte ordem apropriada. A figura visual permanece atual e concreto, ajudando o

aluno a seguir a sequência necessária. O estabelecimento de hábitos de trabalho

sistemático também é útil; um estudante que trabalha sempre da esquerda para a

direita pode ter o trabalho apresentado na sequência correta. Dificuldades com a

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generalização são bem conhecidos no autismo e têm implicações importantes para

as práticas educacionais. Alunos com autismo muitas vezes não podem aplicar o

que aprenderam em uma determinada situação, a ambiente / contexto semelhante.

A generalização adequada requer uma compreensão dos princípios fundamentais

aprendidas nas linhas e as formas sutis em que são aplicáveis a outras situações.

Ater-se os detalhes específicos, os alunos com autismo muitas vezes perdem esses

princípios fundamentais e suas aplicações. A Colaboração entre pais e profissionais

e da educação de base comunitária são maneiras importantes para melhorar a

generalização em alunos com autismo. Quanto maior o compromisso de

coordenação entre a casa e a escola, maior a probabilidade de que os alunos

aplicam o que aprenderam para situações / contextos / ambientes diferentes. O uso

de abordagens e ênfase em habilidades semelhantes são as maneiras em que os

pais e os profissionais podem colaborar para melhorar as habilidades de

generalização de suas habilidades de estudantes.

Para SILVA (2012), a educação baseada na comunidade também é

importante para melhorar a generalização das habilidades. Uma vez que o objetivo

final é um treinamento bem sucedido de atividades baseadas na comunidade deve

estar disponível em todos os programas educacionais. Isto deve incluir passeios

regulares para o desempenho de campo real com o aumento da frequência à

medida que os alunos ficam mais velhos, oferecer oportunidades de trabalho em

contextos da comunidade "real", e atividades de lazer na comunidade. O propiciar o

desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária do

aluno; A funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática); A

independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia

possível); A integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objetivos a

serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adotadas devem ser uniformes.

SILVA (2012), afirma que dentro desse modelo, é estabelecido um plano

terapêutico individual, onde é definida uma programação diária para a criança

autista. O aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para

modelos representacionais e simbólicos, de acordo com as possibilidades do aluno.

Devido à grande carência de formação profissional para o diagnóstico e

tratamento de crianças autistas, a escola sofre para acolher esse estudante.

SANTOS (2008), assegura:

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A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área. (p. 9).

SANTOS (2008), afirma que a escola tem um papel importante na

investigação diagnóstica, uma vez que é o primeiro lugar de interação social da

criança separadas de suas famílias. Este é o lugar onde a criança terá maior

dificuldade em se adaptar às regras sociais, o que é muito difícil para um autista.

SANTOS (2008), uma vez que existem diferentes tipos de autismo, suas

características podem variar de acordo com a variedade e, consequentemente, o

processo de aprendizagem, para que haja uma necessidade de adaptar o trabalho

pedagógico para o aluno. Como menciona SANTOS (2008), os autistas do tipo

Aspergers, por exemplo, falam perfeitamente bem, até sem erros; mas eles têm

dificuldade de usar a linguagem como meio de contato social, os obstáculos para a

comunicação são sua indisposição ao contato e o foco de interesse restrito.

"O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento

e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a

cada aluno." (SANTOS, 2008, p. 30).

Partindo do pressuposto do que diz SANTO (2008), compete também ao

educador adaptar e preparar os demais alunos para a melhor inclusão do autista no

contexto escolar Assim ele comenta: "É de responsabilidade do professor a atenção

especial e a sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e

como se comportam esses alunos autistas." (p.30).

MELLO (2007), afirma que no Brasil é usado um método de ensino, a fim de

satisfazer as necessidades dos autistas que utilizam as melhores abordagens e

métodos disponíveis, é o método TEACCH. (Treatment and Education of Autistic and

Communication Handicapped Children, em português, Tratamento e Educação de

Crianças Autistas e com Desvantagens na Comunicação), desenvolvido pela

Universidade da Carolina do Norte e que tem como postulados básicos de sua

filosofia e tem por objetivo propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com

as potencialidades e a faixa etária do aluno; funcionalidade (aquisição de

habilidades que tenham função prática); independência (desenvolvimento de

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capacidades que permitam maior autonomia possível); integração de prioridades

entre família e programa, ou seja, objetivos a serem alcançados devem ser únicos e

a estratégias adotadas devem ser uniformes.

MELLO (2007), afirma também que dentro desse modelo, é estabelecido um

plano terapêutico individual, onde é definida uma programação diária para a criança

autista. O aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para

modelos representacionais e simbólicos, de acordo com as possibilidades do aluno.

Este método educacional para o autista é um dos mais importantes e um

grande aliado do educador que busca eficiência e eficácia no processo de

aprendizagem de seus alunos autistas, porque trabalha com o autista e toda a

sociedade que o rodeia.

Conforme MELLO:

TEACCH foi desenvolvido nos anos 60 no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, e atualmente é muito utilizado em várias partes do mundo. O TEACCH foi idealizado e desenvolvido pelo Dr. Eric Schoppler, e atualmente tem como responsável o Dr. Gary Mesibov. (p. 35).

Para MELLO (2007), o método TEACCH se baseia na organização do

ambiente físico através de rotinas - organizadas em quadros, painéis ou agendas - e

sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a

criança compreendê-lo, o TEACCH visa desenvolver a independência da criança de

modo que ela necessite do professor para o aprendizado, através da organização do

ambiente e das tarefas da criança, porém que possa também passar grande parte

de seu tempo ocupando-se de forma independente.

MELLO (2007), ainda fala sobre O PECS (Sistema de comunicação através

da troca de figuras) que foi desenvolvido para ajudar crianças e adultos com autismo

e com outros distúrbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comunicação.

O PECS Apresenta resultados inquestionáveis na comunicação através de cartões

em crianças que não falam, e na organização da linguagem verbal em crianças que

falam, mas que precisam organizar esta linguagem, visa auxiliar a criança a

perceber que pelo meio da comunicação ela pode conseguir muito mais rapidamente

as coisas que deseja, estimulando- a assim a comunicar-se, e muito provavelmente

a diminuir drasticamente problemas de conduta.

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A autora acima citada explicita que existem diversas formas de tratamento,

assim como tratamentos psicoterapêuticos, fonoaudiológicos, equoterapia,

musicoterapia e outros, que não têm uma linha formal que os caracterize no

tratamento do autismo, e que por outro lado dependem diretamente da visão, das

finalidades e do bom senso de cada profissional que os aplica.

Segundo MELLO (2007):

O tratamento comportamental analítico do autismo visa ensinar à criança habilidades que ela não possui, através da introdução destas habilidades por etapas. Cada habilidade é ensinada, em geral, em esquema individual, inicialmente apresentando-a associada a uma indicação ou instrução. Quando necessário, é oferecido algum apoio (como por exemplo, apoio físico), que deverá ser retirado tão logo seja possível, para não tornar a criança dependente dele. A resposta adequada da criança tem como consequência a ocorrência de algo agradável para ela, o que na prática é uma recompensa. Quando a recompensa é utilizada de forma consistente, a criança tende a repetir a mesma resposta. (p. 37).

Para MELLO (2007), é imprescindível que o educador tem muita paciência e

compreensão para o aluno autista para que ele possa aprender, porque ele pode ter

um olhar distante e não atender a chamada e até mesmo levar muito tempo para

aprender certas lições. Mas nada disso é porque a criança é desinteressada, mas

porque o autismo é comprometido e retarda o processo de aprendizagem, ele

precisa de um monte de elogios, motivação e carinho para desenvolver sua

inteligência. SANTOS (2008), menciona:

É importante à continuidade do ensino para uma criança autista, para que se torne menos dependente, mesmo que isto envolva várias tentativas, e ela não consiga aprender. É preciso atender prontamente toda vez que a criança autista solicitar e tentar o diálogo, a interação, Quando ocorrer de chamar uma criança autista e ela não atender, é necessário ir até ela, pegar sua mão e levá-la para fazer o que foi solicitado. Toda vez que a criança conseguir realizar uma tarefa, ou falar uma palavra, ou enfim, mostrar progresso, é prudente reforçar com elogios. Quando se deseja que a criança olhe para o professor, segura-se delicadamente o rosto dela, direcionando-o para o rosto do professor. Pode-se falar com a criança, mesmo que seu olhar esteja distante, tendo como meta um desenvolvimento de uma relação baseada em controle, segurança, confiança e amor. (p.31 - 32).

A educação autista é dificultada por problemas de socialização que faz com

autismo têm consciência carente de outra pessoa e é responsável, em muitos casos,

a falta ou diminuição da capacidade de imitar que é dos um pré-requisito crucial para

a aprendizagem, e também a dificuldade de colocar no lugar de o outro e

compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.

Segundo SANTOS (2008):

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Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica como as outras crianças. Para essas crianças serão necessários acompanhamentos educacionais especializados e individualizados. (p. 109).

Neste sentido, SANTOS (2008), afirma que a preparação do professor para

lidar com alunos com autismo é muito importante porque este profissional é um dos

principais contribuintes para a construção do conhecimento pedagógico do aluno,

bem como os valores e normas sociais. A escola oferece um ambiente propício para

a avaliação emocional de crianças e adolescentes para ser um espaço social

relativamente fechada, um intermediário entre a família e a sociedade. É na escola

onde o desempenho dos alunos pode ser avaliado e onde eles podem ser

comparados estatisticamente com os seus pares, com a sua idade e grupo social.

Afirma SCHWARSTZMAN ; ASSUNPÇÃO JR. (1995, p. 07): “as pessoas

autistas, necessitam de atendimento individualizado, mas, para que sejam

estimulados precisam que participem de grupos”. Nesse contexto a auxiliar escolar

mediador, terá um papel fundamental.

Neste sentindo, a preparação destes profissionais educadores para o trabalho de alunos portadores de autismo é de suma importância, pois o educador é um dos agentes responsáveis não somente por transmitir conteúdos pedagógicos, como também transmitir valores e normais sociais que possam inserir a criança na esfera simbólica do discurso social. Sendo assim, o trabalho com educadores deverá englobar, de forma permanente, programas de capacitação, supervisão e avaliação (SANT‟ANA, 2005, p. 05).

Segundo SCHWARSTZMAN ; ASSUNPÇÃO JR. (1995), compete à escola

para priorizar a qualificação do docente que irá trabalhar com esta criança, não só

no período da contratação, mas igualmente preparar as pessoas que são mais longo

ainda precisa estar disposto para receber esses alunos em sala de aula, pois o

professor como bem como o fornecimento de conteúdo, terá que interagir com a

criança com o ambiente em que se insere, bem como sendo responsável pela

aprendizagem desta criança. Por isso, é muito importante a preparação das

pessoas, especialmente aqueles que irão trabalhar com o TEA criança portadora

não se relacionar, ter dificuldade em linguagem e em alguns casos são mesmo

agressivo, contato com eles torna-se difícil e por isso requer paciência, cuidado e

dedicação, é uma tarefa repetitiva contínua, mas recompensas satisfatórias.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa teve como base mostrar necessidades educativas especiais e

a inclusão da criança com distúrbio do espectro do autismo (TEA) com o propósito

discutir as dificuldades no processo de aprendizagem escolar do aluno autista,

identificar e estabelecendo formas de reconhecimento deste transtorno, verificar este

transtorno denominado autismo, bem como descrever sugestões para que o

professor melhor possa trabalhar com esta criança especial.

Tendo em vista os teóricos analisados verificou-se que a inclusão é um

grande desafio para a escola e seus educadores, acredita-se que, devido às suas

necessidades, o cuidado deve ser mais específico, considerando o grau de autismo

em cada caso. As contribuições teóricas referentes à inclusão da criança com TEA

apontam para possíveis caminhos a serem seguidos e para mostrar aos

profissionais da área de educação como trabalhar a inclusão desta criança, além de

fornecer adequadamente o seu desenvolvimento com métodos que possam ajudar a

sua aprendizagem.

É imprescindível promover a interação do aluno com TEA com a escola e,

com os outros alunos no processo de aprendizagem, onde a chave é promover

mudanças na escola todos os dias. Essas mudanças devem corresponder às

necessidades do aluno.

A escola regular deve ser capaz de receber todos os alunos,

independentemente das características que possam apresentar. É o espaço

educativo que deve ser desfrutado por todos. Os alunos não deveriam mais ser

deixados fora da escola e, mais do que isso, não deveriam mais ser segregados em

espaços escolares diferenciados ou mesmo excluídos dentro da classe comum. O

princípio fundamental dessa política é que o sistema regular deve atender à

diversidade do aluno, ou seja, a todos os excluídos que frequentam a escola.

É necessário pesquisar e discutir sobre o assunto. Os professores precisam

estar conscientes do seu papel importante neste processo. Cabe a estes, tanto da

educação regular quanto da educação especial, aplicar os conceitos de maneira

científica, a partir da qual eles tentam promover a inclusão de pessoas com

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necessidades educacionais especiais na educação regular. Cabe ao Estado fornecer

treinamento profissional e meios físicos para que a Inclusão seja real.

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