Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades...

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Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades Geradoras para Recomposição Fluente do SIN em Estudos de Estabilidade Eletromecânica. Emilly Gonçalves de Andrade Bizon Orientador: Prof.° Robson Francisco da Silva Dias, D.Sc. Co-orientador: Antônio de Pádua Guarini, M.Sc. Rio de Janeiro Janeiro, 2015 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

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Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades Geradoras para

Recomposição Fluente do SIN em Estudos de Estabilidade

Eletromecânica.

Emilly Gonçalves de Andrade Bizon

Orientador: Prof.° Robson Francisco da Silva Dias, D.Sc.

Co-orientador: Antônio de Pádua Guarini, M.Sc.

Rio de Janeiro

Janeiro, 2015

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Elétrica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

ii

Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades Geradoras para

Recomposição Fluente do SIN em Estudos de Estabilidade

Eletromecânica.

Emilly Gonçalves de Andrade Bizon

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA DE ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA ELETRICISTA.

Examinada por:

_______________________________________

Prof. Robson Francisco da Silva Dias, D.Sc.

(Orientador)

_______________________________________

Eng. Antonio de Pádua Guarini, M.Sc.

(Co-Orientador)

_______________________________________

Prof. Sebastião Ércules Melo de Oliveira, D.Sc.

_______________________________________

Eng. Paulo Eduardo Martins Quintão, M.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JANEIRO de 2015

iii

Bizon, Emilly Gonçalves de Andrade

Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades

Geradoras para Recomposição Fluente do SIN em Estudos de

Estabilidade Eletromecânica / Emilly Gonçalves de Andrade

Bizon. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2015.

VIII, 111 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Robson Francisco da Silva Dias

Co-orientador: Antonio de Pádua Guarini

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/

Departamento de Engenharia Elétrica, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 104 – 105.

1. Fluent Restoration. 2. Speed Regulators. 3. Automatic

Voltage Regulator. 4. Power System Stabilizers. I. Dias,

Robson Francisco da Silva. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Departamento de Engenharia

Elétrica. III. Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de

Unidades Geradoras para Recomposição Fluente do SIN em

Estudos de Estabilidade Eletromecânica

iv

Agradecimentos

Primeiramente a Deus em quem sempre busquei forças para nunca desistir dos

meus objetivos e ultrapassar todas as barreiras que apareceram.

Aos meus pais Cassia Bizon e Célio Bizon, que me apoiaram em todos os

momentos de desânimo e comemoraram a cada vitória, sempre com muito carinho e

apoio para que eu chegasse até aqui e para que eu possa ainda ir muito além.

Aos meus avós Dalva Gonçalves e Ary Andrade, por me apoiarem em todos os

momentos que não pude estar presente e pelas palavras de carinho e apoio. E a

minha avó Celina Brum, em memória.

Ao meu namorado Luis Guilherme Aragão pela paciência nas horas de nervosismo

e por todo o apoio nesses anos.

Aos meus orientadores, o Eng. Antonio Guarini pela proposta de realizar esse

projeto que me proporcionou grande aprendizado e por todo o auxílio para a

elaboração e a conclusão deste trabalho e ao Prof. Robson Dias, por ter aceitado a

proposta de embarcar nessa área e por todas as críticas feitas até a conclusão.

A toda a equipe da GPE do ONS, em especial ao Eng. Paulo Quintão, por toda a

ajuda na elaboração e correção minuciosa deste trabalho. Ao Eng. Carlos Marcelo,

pelas horas de discussão e apoio na elaboração. E ao Eng. Alexandre Nohara, pelas

horas em que se dispôs a ajudar no conteúdo base para a elaboração deste projeto.

Ao Prof. Sebastião de Oliveira pela sua dedicação em sala de aula e por participar

da banca examinadora.

Aos amigos que fiz nesses cinco anos de engenharia, que sempre estiveram

próximos durante longas horas de estudo no LASP, nos pequenos momentos de

pausa para o café dentre outros momentos que jamais serão esquecidos. Em especial

a Nathália Tavares, Brenno Delorme, Clarissa Eccard, Thiago Duarte, Thuanne

Baptista e Paulo Shor.

Aos meus amigos e familiares, que de alguma forma compreenderam a minha

ausência nesses anos de engenharia e que nunca deixaram de me apoiar, em

especial à minha afilhada Inaê Gonçalves.

E aos funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica, em especial à Katia

Tripolli.

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

Ajustes dos Parâmetros dos Controladores de Unidades Geradoras para

Recomposição Fluente do SIN em Estudos de Estabilidade Eletromecânica.

Emilly Gonçalves de Andrade Bizon

Janeiro 2015

Orientador: Robson Francisco da Silva Dias

Co-orientadores: Antonio de Pádua Guarini

Curso: Engenharia Elétrica

A partir da necessidade de se estabelecer uma nova área de recomposição fluente

por conta da necessidade de modernização (“retrofit”) das unidades geradoras da

Usina Hidrelétrica (UHE) Passo Fundo que era responsável pela recomposição desta

área, iniciou-se os estudos a partir da UHE Foz do Chapecó, por esta já possuir

capacidade de autorrestabelecimento (“black-start”). Foi então criada a Área Foz do

Chapecó.

O trabalho apresenta resultados de análise, do ponto de vista de regime

permanente, para avaliação do perfil de tensões na energização das linhas e nas

tomadas de carga, de utilidade para definição do corredor de recomposição e de

transitórios eletromecânicos; para avaliação, verificação e adequação dos parâmetros

dos reguladores de velocidade (RV), dos reguladores automático de tensão (RAT) e

dos sinais adicionais Estabilizadores de Sistema de Potência (ESP).

Efetivamente, os estudos referidos têm o intuito de garantir a fluência do corredor

de recomposição para o atendimento das cargas prioritárias de uma região do Rio

Grande de Sul. Além disso, foram realizadas análises para verificação do instante de

entrada de operação do ESP pois, caso seja conectado no momento errado da

recomposição, pode provocar a perda da estabilidade do sistema.

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Electrical Engineer.

Dynamic Controller Models of Power Plant Generator Units Validation of Fluent

Restoration Process of BIPS (Brazilian Interconnected Power System) in Transient

Stability Studies.

Emilly Gonçalves de Andrade Bizon

January 2015

Advisor: Robson Francisco da Silva Dias

Co advisor: Antonio de Pádua Guarini

Course: Electrical Engineering

From the need to develop a new area of fluent Restoration due to the need for retrofit

of the generating units of the Hydroelectric Power Plant (HPP) Passo Fundo, which

was responsible for the restoration of this area, began studies from HPP Foz of

Chapecó began since it already has black-start. And then, created the area of Foz of

Chapecó.

In this work we performed the analysis of the steady-state point of view, in order to

assess the voltage profile of the behavior on power lines and decision-loads for the

development of the corridor restoration and electromechanical transient, for evaluation,

verification and adjustment of parameters of speed regulators (SR), automatic voltage

regulators (AVR) and additional signs of Power System Stabilizers (PSS).

These studies AIM to ensure the flow of recovery corridor to meet the priority loads of

the Rio Grande de Sul region. In addition, analyzes were performed to verify the PSS

operation entry point, as if connected in wrong time of recovery may result in loss of

system stability.

vii

Sumário

1. Introdução.............................................................................................................. 9

1.1 Apresentação ...................................................................................................... 9

1.2 Motivação do Trabalho ...................................................................................... 10

1.3 Objetivo e Metodologia ...................................................................................... 11

1.4 Organização do Trabalho .................................................................................. 11

2. O Processo de Recomposição do Sistema Interligado Nacional .......................... 13

2.1 Filosofia Básica do Processo de Recomposição do Sistema Interligado

Brasileiro ................................................................................................................. 13

2.1.1 Recomposição Fluente .......................................................................... 13

2.1.2 Recomposição Coordenada .................................................................. 16

2.1.3 Fase Fluente e Coordenada .................................................................. 17

2.2 Os Avanços do Processo de Recomposição do SIN ..................................... 17

2.3 Critérios para Estudos de Recomposição ..................................................... 18

2.3.1. Estudo de Regime Permanente ................................................................. 18

2.3.1.1 Programa Anarede para Análise da Recomposição do Sistema em Regime

Permanente ......................................................................................................... 19

2.3.1.2 Critérios que Devem ser Observados em Estudos de Regime

Permanente ......................................................................................................... 20

2.3.2. Estudo de Estabilidade Eletromecânica ..................................................... 23

2.3.2.1. Programa Anatem ................................................................................... 24

2.3.2.2 Critérios a serem Observados em estudos de Estabilidade

Eletromecânica .................................................................................................... 24

3. Controladores ...................................................................................................... 33

3.1. Considerações Iniciais .................................................................................. 33

3.1.1. Máquina Síncrona.................................................................................. 33

3.1.2. Estabilidade de Sistemas de Potência ................................................... 34

3.2. Regulador Automático de Tensão ................................................................. 39

3.3. Estabilizador de Sistemas de Potência (ESP) ............................................... 41

3.4. Regulador de Velocidade .............................................................................. 46

viii

3.4.1. Gerador Operando Isolado (Isócrono) ................................................... 47

3.4.2. Gerador Operando em Paralelo ............................................................. 48

3.4.3. Geradores Operando em Paralelo com um Sistemas de Potência de

Grande Porte ....................................................................................................... 51

4. Estudo de Caso ................................................................................................... 52

4.1. Área Foz do Chapecó ....................................................................................... 52

4.1.1. Estudo de Regime Permanente ................................................................. 53

4.1.1.1. Estudo do corredor da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo. 54

4.1.1.2. Estudo do corredor da Área Foz do Chapecó com a UHE Passo Fundo. 56

4.1.2 Estudos de Transitórios Eletromecânicos ................................................... 58

4.1.2.1 Modelagens dos Controladores da UHE Foz do Chapecó ....................... 59

4.1.2.2 Análises dos Casos de Estabilidade Eletromecânica ............................... 64

4.1.2.2.1. Recomposição da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo .... 64

4.1.2.2.2. Desempenho Dinâmico do ESP conectado no processo de

recomposição ...................................................................................................... 83

4.1.2.2.3. Recomposição da Área Foz do Chapecó considerando a entrada da

UHE Passo Fundo. .............................................................................................. 89

5. Conclusões e Recomendações ......................................................................... 103

6. Referências ....................................................................................................... 104

7. Apêndices .......................................................................................................... 106

9

1. Introdução

1.1 Apresentação

Embora a probabilidade de que blecautes generalizados ocorram seja reduzida,

quando ocorrem, trazem graves consequências à sociedade, hoje em dia tão

dependente da eletricidade. Os sistemas elétricos por mais bem planejados,

construídos e operados, não estão imunes a blecautes.

Historicamente, as ações de recomposição em todas as empresas eram efetuadas

através dos seus próprios Centros de Operação (COS), de maneira centralizada. Os

operadores das subestações somente executavam as instruções fornecidas pelos

seus Centros de Operação e se reportavam ao mesmo para comunicar qualquer

ocorrência.

Após um blecaute, as instalações procuravam se comunicar com os seus

respectivos Centros de Operação e instalações adjacentes, a fim de solicitar

providências para o restabelecimento da tensão.

A falta de uma estratégia pré-definida levava a um aumento excessivo dessas

comunicações e, consequentemente, ao aumento do tempo de recomposição, além

dos problemas decorrentes da centralização das responsabilidades, por parte dos

Centros de Operação.

Com o sistema elétrico cada vez mais complexo, visando minimizar a ocorrência

de perturbações de grandes proporções, foram elaborados e implantados diversos

Esquemas de Controle de Emergências (ECE), buscando resguardar o todo ou partes

do sistema elétrico, tendo se mostrado eficientes em suas atuações ao longo do

tempo.

No início da década de 80, em função dos blecautes ocorridos na região Sul do

Brasil foram elaborados relatórios pelo Grupo Coordenador da Operação Interligada

(GCOI), estabelecendo uma nova filosofia e os critérios para a recomposição da malha

principal do Sistema da região Sul. Posteriormente, esse trabalho foi ampliado a todas

as empresas que compõem o Sistema Sul/Sudeste/Centro Oeste [1].

A "Filosofia de Recomposição do Sistema Interligado Brasileiro" [1] baseou-se num

estudo estruturado, dividido basicamente, em três partes, que são:

A filosofia básica do processo de recomposição e suas diretrizes gerais;

10

Os fundamentos necessários para que a filosofia básica seja aplicada com

sucesso; e,

Os procedimentos de recomposição, através de uma precisa descrição de suas

etapas nas diversas áreas envolvidas.

O estudo de recomposição do sistema elétrico se dá a partir da necessidade do

restabelecimento do sistema devido à ocorrência de um blecaute parcial ou total de

uma região ou pela entrada em operação de novos sistemas de geração e/ou

transmissão.

Para a elaboração dos estudos de recomposição, são necessárias as avaliações

de: Fluxo de Potência (Regime Permanente), Transitórios Eletromecânicos e

Transitórios Eletromagnéticos.

Os Estudos de Regime Permanente são feitos para analisar as condições do

sistema nas diversas etapas e configurações da recomposição, verificando os perfis

de tensão, os carregamentos em equipamentos e a capacidade das unidades

geradoras das áreas geoelétricas do SIN nas situações pré e pós-manobras

(energizações).

Os Estudos de Transitórios Eletromecânicos são feitos para analisar o

comportamento das oscilações de frequência e de tensão durante manobras de

energização de linhas de transmissão, transformadores (em carga) e nas tomadas

e/ou rejeição de carga, caso em que os reguladores de tensão e de velocidade das

usinas deverão estar presentes. Há níveis determinados que são considerados

aceitáveis para oscilações de frequência e de tensão dinâmica para o estudo de

recomposição, conforme será mostrado posteriormente.

Os Estudos de Transitórios Eletromagnéticos são feitos para definir os valores

máximos de tensão a que os equipamentos, linhas de transmissão e transformadores,

durante sua energização. Também são realizados estudos de rejeição de carga em

regime transitório que permitem definir o conjunto mínimo de reatores no corredor em

recomposição e os montantes máximos de carga a serem recompostos nesta área.

1.2 Motivação do Trabalho

A partir da necessidade do “retrofit” na UHE Passo Fundo, foi necessário que outra

usina que possuísse “Black-start” passasse a comandar o corredor de recomposição

para o restabelecimento das cargas. Isso posta surgiu à necessidade de realização de

11

estudos para a definição do novo corredor de recomposição incluindo os estudos de

regime permanente e transitórios eletromecânicos.

1.3 Objetivo e Metodologia

O objetivo deste projeto de fim de curso foi definir critérios para estudos de regime

permanente (fluxo de potência), assim como foram realizadas simulações cujo objetivo

foi confirmar a adequação dos ajustes dos reguladores das unidades geradoras para

que as mesmas apresentassem desempenho adequado quando participando de um

corredor fluente de recomposição. Foi verificado o desempenho dos reguladores de

tensão, regulador de velocidade e do estabilizador de sistemas de potência (ESP).

Para verificação dos ajustes, foram realizados estudos de estabilidade transitória

eletromecânica.

Desta forma, foram utilizados os programas Anarede, para estudos de fluxo de

potência e Anatem, para estudos de transitórios eletromecânicos. No presente

trabalho, são apresentados os resultados do estudo e da análise de desempenho do

corredor de recomposição da Área Foz do Chapecó, de modo que se tornou

necessário fazer ajustes nos parâmetros dos reguladores para a fase fluente de

recomposição a fim de flexibilizar as tomadas de carga. Foram feitas avaliações do

sistema operando com ou sem ESP tanto no modo isolado quanto no modo interligado

do regulador de velocidade, verificando-se o comportamento na tomada e rejeição de

carga.

Não fez parte do escopo deste trabalho as avaliações dos transitórios

eletromagnéticos, e sim do ponto de vista de transitórios eletromecânicos; para

avaliação, verificação e adequação dos parâmetros dos reguladores de velocidade, de

tensão e dos sinais adicionais dos Estabilizadores de Sistema de Potência.

Os ajustes dos parâmetros propostos para os reguladores foram feitos com base

na teoria de controle moderno e a verificação de seu desempenho dinâmico dos

mesmos utilizando simulações de estabilidade transitória. Também não se constituiu

escopo do presente trabalho, dada sua complexidade, a realização de estudos de

estabilidade à pequenos sinais (análise linear). Dessa forma quando o termo

estabilidade eletromecânica é mencionado o mesmo se refere a estabilidade

transitória, a menos que especificamente mencionado.

1.4 Organização do Trabalho

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. No Capítulo 1, é apresentada uma

introdução mostrando a necessidade do estudo realizado, objetivo deste trabalho.

12

No Capítulo 2, é apresentada a filosofia básica do processo de recomposição e os

critérios a serem seguidos para a elaboração do estudo.

No Capitulo 3, introduz-se um breve resumo sobre máquinas síncronas e

estabilidade de sistemas elétricos, seguido pela descrição do Regulador Automático

de Tensão (RAT), do Estabilizador de Sistemas de Potência (ESP) e do Regulador de

Velocidade (RV).

No Capítulo 4, é analisado o desempenho do corredor de recomposição, utilizando

todo o conteúdo descrito nos capítulos 2 e 3 para os estudos de regime permanente e

transitórios eletromecânicos, respectivamente.

No Capítulo 5, é apresentado as conclusões e recomendações para trabalhos

futuros.

13

2. O Processo de Recomposição do Sistema Interligado Nacional

Neste capítulo é apresentado um breve histórico do desenvolvimento dos estudos

de recomposição e suas motivações. Além disso, os critérios utilizados para a

realização dos estudos e as análises que devem fazer parte da elaboração de um

corredor de recomposição são também discutidos.

2.1 Filosofia Básica do Processo de Recomposição do Sistema Interligado

Brasileiro

A filosofia básica do Processo de Recomposição do SIN inicia-se a partir de uma

usina de autorrestabelecimento. Esse processo de recomposição poderá fluir sem a

necessidade de comunicação entre os agentes envolvidos até o momento em que

restrições operativas impeçam sua continuidade (como a indisponibilidade de algum

equipamento), ou nos casos em que para atender determinados estágios impliquem

em certas condições de sistema (fechamento de interligação em paralelos, por

exemplo), onde as informações deverão estar concentradas nos Centros de Operação,

assumindo estes a coordenação das demais etapas.

Nessa filosofia, a recomposição do sistema se processaria em duas fases,

denominadas de Recomposição Fluente e Recomposição Coordenada.

2.1.1 Recomposição Fluente

A recomposição fluente é a fase em que as ações são executadas pelos

operadores das instalações, de acordo com procedimentos pré-estabelecidos nas

instruções de operação. Essa fase permite o restabelecimento de centros importantes

de forma simultânea e independente das demais áreas, minimizando o trabalho de

coordenação e garantindo agilidade ao processo.

Para que haja fluência no processo de recomposição são necessários que alguns

critérios (como por exemplo, limites de tensão) sejam cumpridos. A princípio, deve-se

levar em consideração as áreas geoelétricas de recomposição que são configurações

mínimas de rede que possuem uma ou mais usinas de autorrestabelecimento,

permitindo-se a recomposição de cargas prioritárias da forma mais rápida e segura

possível [2].

Na definição do processo de recomposição fluente, os seguintes aspectos são

importantes:

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As áreas geoelétricas de recomposição devem estar totalmente

desenergizadas.

Inicia-se o processo de recomposição a partir das usinas de

autorrestabelecimento de alta confiabilidade ou usinas com “black-start”. O

grau de confiabilidade das usinas de autorrestabelecimento é definido da

seguinte forma:

Alta confiabilidade: essas usinas são capazes de se estabelecer sem

nenhuma alimentação externa (SIN) e com suas unidades geradoras em

repouso, ou seja, desligadas elétrica e mecanicamente, utilizando então,

para dar a partida em suas máquinas, um grupo diesel-gerador auxiliar,

conforme mostrado na Figura 1.

Média confiabilidade: neste caso as unidades geradoras são capazes de

alimentarem seus serviços auxiliares a partir da tensão terminal.

Necessitando então que as máquinas permaneçam girando mecanicamente

e excitadas após a ocorrência de uma perturbação, modo de operação

conhecido como “speed-no-load”. Geralmente essas usinas são

complementares à fase fluente da recomposição, para possibilitar o

atendimento de montantes de adicionais de carga nessa fase.

Baixa confiabilidade: há necessidade de alimentação externa, fornecida

pelo SIN, para seus serviços auxiliares no intuito de que suas unidades

geradoras possam partir após a ocorrência de uma perturbação no sistema,

estas devem estar desligadas elétrica e mecanicamente.

Figura 1 - Grupo diesel para restabelecimento das unidades geradoras de Itaipu

Os critérios para definir uma área geoelétrica de recomposição fluente são os

seguintes:

Para cada procedimento prioritário de recomposição fluente devem estar

estabelecidos a tensão de partida e o número mínimo de unidades geradoras

necessárias para a usina de autorrestabelecimento;

15

As usinas devem manter o maior número possível de unidades geradoras

sincronizadas durante a recomposição, a menos que haja alguma restrição;

Em cada área geoelétrica é preciso definir qual usina irá assumir o controle da

frequência daquela região, evitando assim que usinas distintas dentro de uma

mesma área tentem fazer o controle de frequência, como será explicado mais a

frente.

Os procedimentos operacionais previamente definidos permitirão a

recomposição de áreas geoelétricas, com compatibilização de carga e geração

em uma configuração mínima de rede, para evitar desvios de tensão e

frequência e atuações indevidas das proteções;

Tensões de pré-energização para circuitos, reatores e transformações entre a

usina de autorrestabelecimento e o centro de carga da área geoelétrica

referida.

Os critérios para o restabelecimento de carga das áreas geoelétricas são os seguintes:

Se possível, o atendimento do máximo das cargas prioritárias dos agentes

distribuidores de cada área;

Deve-se levar em consideração os patamares extremos de carga (leve, horário

de menor consumo de energia elétrica e pesada, horário de maior consumo de

energia elétrica) para garantir a viabilidade do processo em qualquer horário.

A tomada de carga deve ser feita de forma gradativa dando preferência a

montantes reduzidos. A melhor definição da tomada de carga leva ao aumento

da segurança e confiabilidade da área geoelétrica a ser recomposta. Desta

forma, os operadores devem aguardar o tempo aproximado de um minuto entre

as tomadas dos patamares de carga de modo a evitar quedas acentuadas de

tensão e de frequência.

O aparente aumento do tempo de recomposição associado à melhor definição

da tomada de carga é compensado pelo aumento da segurança e

confiabilidade da área geoelétrica nesta fase fluente.

Desta forma, as seguintes vantagens e/ou benefícios ficam assegurados com a fase

de recomposição fluente:

Permitir que cada área de autorrestabelecimento execute, isoladamente, as

ações de recomposição de centros importantes de carga (centros econômicos,

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hospitais, metrô) de forma simultânea e independente das demais áreas,

minimizando o trabalho de coordenação.

As ações para recompor o corredor são executadas pelos operadores das

subestações (SE), de acordo com procedimentos pré-estabelecidos nas

instruções operativas definidas com base em estudos, com o mínimo de

comunicação possível. Usualmente feitos sem a interferência dos Centros de

Operação;

Estes procedimentos garantem agilidade nos processos de recomposição

fluente.

Os Centros de Operação dos Agentes acompanharão a evolução da

recomposição fluente de suas áreas e devem comunicar aos Centros de

Operações Regionais do Sistema (COSR) a conclusão das mesmas.

2.1.2 Recomposição Coordenada

A recomposição coordenada somente se inicia após as empresas comunicarem

aos Centros de Operação a conclusão da recomposição fluente de suas áreas e, além

disso, após a verificação dos seguintes requisitos:

Ausência de sobrecargas em equipamentos da área considerada;

Estabilização da frequência;

Níveis de tensão compatíveis com a configuração mínima da área geoelétrica

para os montantes de tomada de carga prioritária;

A conexão de áreas geoelétricas só deverá ser efetuada quando as áreas

apresentarem-se em situação estável.

É nesta fase da recomposição em que as ações dos operadores são coordenadas

pelos Centros de Operação Nacional e Regionais e repassadas aos Centros de

Operação dos Agentes envolvidos. Consiste na recomposição gradativa adicional das

cargas em função da disponibilidade de geração e de transmissão, controlando-se

adequadamente a frequência, tensão e o carregamento dos componentes do sistema,

compondo-se das seguintes ações coordenadas pelos Centros de Operação Nacional

e Regionais do Sistema (CNOS e COSR):

A energização dos circuitos paralelos dos corredores;

A interligação de áreas geoelétricas, através de fechamento de paralelos ou de

anéis e;

17

A liberação de montantes de cargas adicionais.

Salienta-se que o processo de recomposição fluente passa a ser coordenado caso

ocorra alguma situação de impedimento no processo preferencial (ex: indisponibilidade

de equipamentos), ou seja:

Sempre que possível além do procedimento prioritário de recomposição,

devem estar previstos procedimentos alternativos para cobrir situações de

indisponibilidade de equipamentos neste procedimento principal.

2.1.3 Fase Fluente e Coordenada

Há também a situação em que se tem uma indisponibilidade de equipamento (linha

de transmissão, reator) ao longo do corredor de recomposição de uma determinada

área. Desta forma o procedimento é feito de forma fluente até onde os equipamentos

estejam indisponíveis e coordenadamente utiliza-se um procedimento alternativo para

contornar esta indisponibilidade, até que seja possível retornar ao procedimento

fluente desta área de recomposição.

2.2 Os Avanços do Processo de Recomposição do SIN

Em função das perturbações ocorridas em 1999 e 2002 e com a entrada de novas

usinas de autorrestabelecimento, novos equipamentos de transmissão e de

compensação reativa, novas subestações e transformações, a partir da década de 90,

já sob a coordenação do ONS, foram propostas alterações e melhorias na filosofia de

recomposição para as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Sistema Interligado

Nacional (SIN). [3]

Nos processos de recomposição total ou parcial da Rede Básica, e

consequentemente das áreas envolvidas, toda a sequência está hoje definida através

de Instruções Operativas (IO), onde estão claramente definidas as responsabilidades

dos operadores das subestações, dos Centros de Operações dos Agentes, e dos

Centros Regionais e Nacional do ONS [4].

Toda e qualquer alteração na Rede Básica, seja pela entrada em operação de

novos sistemas de geração e/ou de transmissão, necessitam de estudos, que são

feitos pelo ONS em conjunto com os Agentes envolvidos, de forma a contemplar:

Reavaliação dos processos de recomposição fluentes e coordenados

existentes;

Criação de novos corredores e de alternativas de recomposição para situações

de indisponibilidades de equipamentos na recomposição prioritária principal, e;

18

Posteriormente, o ONS em conjunto com os Agentes definirão novos

procedimentos de recomposição ou alterarão os já existentes.

Para a realização do estudo de recomposição, deve-se ter como base o

Procedimento de Rede do ONS, submódulo 23.3 [4] em que nele se tem a definição

dos procedimentos e critérios estabelecidos para a operação e estudos do sistema

elétrico.

2.3 Critérios para Estudos de Recomposição

Para a elaboração do estudo de recomposição tem-se três frentes de estudos. São

elas: de regime permanente (fluxo de potência), de transitórios eletromecânicos e de

transitórios eletromagnéticos [4].

2.3.1. Estudo de Regime Permanente

Nesses estudos são analisados vários cenários de fluxo de potência para analisar

as condições do sistema nas diversas etapas e configurações da recomposição,

verificando os perfis de tensão, os carregamentos em equipamentos e a capacidade

das unidades geradoras das áreas geoelétricas do SIN nas situações pré e pós-

manobras (energizações).

Para estes estudos as seguintes premissas / critérios devem ser levadas em conta:

Disponibilidade Inicial de Geração:

Define a potência inicial disponível nas usinas de autorrestabelecimento de

acordo com a seguinte equação:

(1)

Em que:

n: número de unidades geradoras existentes na usina

(n-1) ou n mínimo: número mínimo de unidades

P disponível: potência nominal disponível por unidade

P inicial: potência total inicial disponibilizada pela usina

O montante de carga tomado não pode exceder a disponibilidade inicial de

potência ativa em cada área geoelétrica.

Controle de Tensão nas Áreas Geoelétricas (Fase Fluente)

Para o controle de tensão podem ser considerados os seguintes artifícios:

19

Reatores (“shunt”), utilização de reatores na linha ou na barra a fim de

fazer o controle de tensão;

Tomadas de cargas necessárias, que podem ser utilizadas também

como controle de tensão; e,

Os recursos de capacitores shunt e/ou compensadores síncronos ou

estáticos não são considerados em princípio como critério geral para o

controle de tensão durante o processo de recomposição fluente, a

menos que sua utilização esteja definida nos procedimentos.

A Tabela 1 apresenta os níveis de tensão aceitáveis em regime permanente para

estudos de recomposição do SIN [4] estabelecidos pelo ONS. Estes valores podem

ser alterados pelos Agentes quando da análise de cada corredor de recomposição.

Tabela 1 - Níveis de tensão aceitáveis em regime permanente para o estudo de

recomposição.

Tensão [kV] Fase Fluente [%] Fase Coordenada [%]

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

≤138 90 110 90 110

230 90 110 90 110

500 90 110 90 110

525 90 105 90 105

765 90 104,5 90 104,5

2.3.1.1 Programa Anarede para Análise da Recomposição do Sistema em Regime

Permanente

Os estudos de regime permanente são realizados com o programa Anarede do

CEPEL.

O Anarede a partir da Versão 9.1.3 já possui funções específicas para a avaliação

dos corredores para recomposição [5], que são:

Os estudos de regime permanente para recomposição passaram a ser

automatizados;

Verificação dos limites de tensão (extrapolação dos limites máximos e

mínimos):

20

Durante o processo de simulação dos trechos de recomposição, caso

algum limite (definido pelo usuário) seja violado, o processo é interrompido

e o controle retorna para o usuário;

Verificação da capacidade das unidades geradoras:

Para a curva de capabilidade das unidades geradoras, o próprio programa

determina os valores de potência ativa e reativa;

Analise de diversas combinações de manobras, bastando para isto que sejam

selecionados os trechos correspondentes às mesmas;

A individualização de equipamentos permite ligar e desligar os equipamentos

individualmente;

Equipamentos shunt, reatores e capacitores, são representados em bancos,

podendo ser de linha ou de barra;

Divisão da carga em blocos; e,

Individualização das unidades geradoras.

2.3.1.2 Critérios que Devem ser Observados em Estudos de Regime Permanente

Para esses estudos devem-se levar em consideração os critérios a seguir:

Controle de Tensão:

A Figura 2 e a Figura 3 mostram as tensões nas barras com e sem o

reator de barra da SE Milagres conectado, respectivamente, ilustrando

a importância desses equipamentos para o controle de tensão. Caso o

reator de barra da SE Milagres não esteja conectado (Figura 1Figura 2)

são observadas sobretensões nas barras das SE Quixadá e Fortaleza

II.

21

Figura 2 - Trecho de corredor com reator conectado

Figura 3 - Trecho de corredor com reator desconectado

Restabelecimento da Carga:

Para a modelagem da carga deve-se considerá-la como 100% potência

constante tanto para a parte ativa quanto para a reativa, para que o

estudo seja realizado de forma conservativa.

A Figura 4 mostra o afundamento de tensão ao tentar restabelecer o

terceiro bloco de carga na SE Bom Jardim. Nesta situação o limite

inferior de tensão (subtensão) é atingido fazendo com que os

montantes de carga tomada nesta SE tenham que ser reduzidos.

22

Figura 4 - Influência da tomada de carga na tensão do barramento

Curva de Capabilidade da Unidade Geradora:

Na Figura 5 observa-se o diagrama de capabilidade para um gerador de polos

salientes que indicam os limites da curva para a operação da unidade geradora.

Na Figura 6 observa-se a Curva de Capabilidade da Usina de Taquaruçú quando

operando com apenas uma unidade geradora sincronizada no corredor de

recomposição da Área Porto Primavera. Nesta situação, por exemplo, tem-se um limite

de potência ativa (1) máxima de aproximadamente 105 MW e de potência reativa (2)

variando aproximadamente entre -105 e 65 Mvar por unidade geradora, e caso haja

uma extrapolação de potência reativa que a máquina possa suprir, haverá a

P.PRIMA-05GR

510

0.950

PPRIMAV--440

544

0.975

TAQUARUC-440

547

0.975

ASSIS----440

552

0.950

TAQUARUC-3GR

513

0.950

TAQUARUCU138

548

1.049

SUMARE---440

570

0.842

SBARBARA-440

567

0.952

BOMJARDIM440

574

0.828

RIBPRETO-440

563

0.971

AVERMELH-440

536

1.048

A.VERMEL-4GR

500

1.050

B.JARDIM-088

576

0.766

RIBPRETO-138

564

1.020

SBARBARA-138

568

0.990

SUMARE---138

571

0.932

-81.2

-63.8-63.8

G479.6

G258.1

G80.0 80.0

AVERMELHA138

537

1.049

60.0 100.0 100.0

30.0 80.0 SUMARE---AGV

9570

0.950

100.0

-169.6

100.0

50.0

100.0

Figura 5 - Diagrama de capabilidade para um gerador de pólos salientes

23

necessidade de inserir outro gerador. O asterisco (3) representa um exemplo de ponto

de operação da unidade geradora [5].

2.3.2. Estudo de Estabilidade Eletromecânica

Esses estudos são feitos para analisar o comportamento dinâmico da frequência e

de tensão durante manobras de energização de linhas de transmissão,

transformadores (com carga) e nas tomadas de carga e/ou rejeição de carga. Nestas

análises os reguladores de tensão e de velocidade das usinas deverão estar presentes

e modelados adequadamente para a operação da usina conectada a um sistema

isolado.

Os estudos de estabilidade eletromecânica também definem o número mínimo de

unidades geradoras com o intuito de evitar a possibilidade de autoexcitação das

unidades geradoras em caso de rejeição de carga. Nas áreas geoelétricas com mais

de uma usina de autorrestabelecimento participando da recomposição, o controle de

frequência deverá ser feito por apenas uma delas, de forma a evitar conflitos de

controle.

A Tabela 2 e a Tabela 3 apresentam respectivamente os valores mínimo e máximo

de frequência e tensão para estudos de estabilidade eletromecânica definidos no

submódulolo 23.3 dos Procedimentos de Rede do ONS – Estudo de Recomposição

[4].

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

-110 -99 -89 -78 -68 -57 -46 -36 -25 -15 -4 6 17 28 38 49 59 70

Potencia Reativa Gerada (Mvar/p.u.)

Curva de Capacidade Ponto de Operacao 513 TAQUARUC-1GR(Mvar)

(1)

(2)

(3)

Figura 6 - Curva de capacidade da Usina de Taquaruçú

24

Tabela 2 – Valores mínimos e máximos de frequência para estudos de estabilidade

eletromecânica

Usina Frequência [Hz]

Mínimo Máximo

Hidroelétrica 56,0 66,0

Termoelétrica 57,0 63,0

Tabela 3 - Valores mínimos e máximos de tensão para estudos de estabilidade

eletromecânica

Tensão

nominal de

operação

Tensão Dinâmica

Mínimo Máximo

[kV] [kV] [pu] [kV] [pu]

ou 5% abaixo do

ajuste da proteção

de sobretensão

temporizada

< 138 ─ 0,85 ─ 1,25

138 117 0,85 173 1,25

230 195 0,85 288 1,25

345 293 0,85 430 1,25

440 374 0,85 550 1,25

500 425 0,85 655 1,30

525 425 0,80 655 1,25

765 650 0,85 956 1,25

2.3.2.1. Programa Anatem

Para o estudo de estabilidade eletromecânica (estabilidade transitória) utiliza-se o

programa Anatem do CEPEL, que permite a modelagem de diversos equipamentos de

um sistema de potência, incluindo seus controladores, podendo ser utilizados modelos

pré-definidos (“built-in”). Também é permitido que o usuário defina seus próprios

modelos (“.cdu”), sendo os modelos “cdu” mais utilizados por permitir uma modelagem

precisa dos controladores.

2.3.2.2 Critérios a serem Observados em estudos de Estabilidade

Eletromecânica

Para esses estudos deve-se levar em consideração os critérios a seguir:

25

Critério para avaliar a autoexcitação:

O critério para se avaliar a autoexcitação de unidades geradoras de uma

determinada usina, em termos práticos, é o de verificar a ocorrência de

crescimento descontrolado da tensão das máquinas síncronas após a ocorrência

de rejeição de carga ou abertura do disjuntor do circuito. Isso ocorre por conta do

efeito capacitivo dos circuitos de transmissão que, após a rejeição de carga ou

abertura do disjuntor, permaneçam conectados aos geradores podendo resultar

uma elevação de tensão muito rápida em seus terminais.

Os aumentos na tensão e na frequência podem ser de tal magnitude (dezenas

de pu) e ocorrer em intervalo de tempo tão pequeno (da ordem de milissegundos)

que a proteção de sobretensão não seja capaz de atuar em tempo hábil para evitar

danos aos equipamentos.

Na Figura 7 está representado o circuito utilizado para ilustrar o problema de

autoexcitação. Esse trecho foi por representar um circuito longo de transmissão e

com efeito capacitivo significativo (susceptância de 131,97 MVAr). A UHE Jirau

possui unidades geradoras de potência nominal 70 MW, nas simulações foi

implementado um fluxo de potência de 60 MW (80% da potência máxima da

usina). Foi simulada a abertura do trecho entre Jirau e Porto Velho, fazendo-se a

abertura do circuito na SE Coletora Porto Velho.

Figura 7 - Circuito para simulação autoexcitação

Foi testado o corredor com 1, 2 e 3 unidades geradoras na UHE Jirau, a fim de

exemplificar a importância da capacidade de absorção de potência reativa das

máquinas com relação ao efeito de autoexcitação. Os resultados obtidos são

apresentados na Figura 8.

26

Figura 8 - Comportamento da tensão terminal da máquina da UHE Jirau

Na curva vermelha, observa-se que o efeito capacitivo da linha fez com que a

tensão elevasse bruscamente, muitas das vezes sem tempo hábil para a atuação da

proteção de sobretensão. Esse comportamento pode trazer danos aos equipamentos

submetidos a esta sobretensão. Quando há participação de mais unidades geradoras,

portanto com maior capacidade total de absorção de potência reativa, observa-se que

apesar da elevação de tensão esta não cresce descontroladamente, apresentando

apenas o efeito de sobretensão que pode ser eliminado pela proteção de sobretensão

instantânea. Essa análise é de grande importância para os estudos de transitórios

eletromecânicos e de recomposição.

Variação da Frequência Durante a Tomada e Rejeição de Carga:

Como exemplo, pode-se observar o diagrama unifilar de recomposição

fluente da Área de Foz do Chapecó na Figura 9.

27

Figura 9 - Diagrama unifilar da recomposição fluente da área Foz do Chapecó

.

Na Figura 10, pode-se observar a tomada e rejeição de 53 MW de carga a

partir da SE Guarita. É mostrada a variação de frequência na unidade geradora

da UHE Foz do Chapecó quando da tomada de carga que provoca um

afundamento de frequência chegando a 53,7 Hz, que supera o limite mínimo de

56 Hz. Na rejeição de carga, há uma elevação na frequência que atinge o valor

de 65,7 Hz, mas não ultrapassa o limite máximo de 66 Hz.

28

Variação da Tensão Dinâmica na Tomada e Rejeição de Carga

Na Figura 11 está mostrada a tensão nas barras de interesse a serem

monitoradas quando da tomada e de rejeição de carga cujos limites estão definidos

na Tabela 3. Para este exemplo foi utilizado o mesmo caso da Área de Foz do

Chapecó apresentado anteriormente. Como pode-se observar, neste caso não

houve extrapolação dos limites de tensão.

Figura 10 - Variação de frequência dinâmica a partir da tomada e rejeição de carga

29

Figura 11 - Variação de tensão dinâmica a partir da tomada e rejeição de carga

Representação dos Controladores no Anatem

Os reguladores de tensão (Vref) são normalmente ajustados para manter a

tensão terminal da máquina em um valor pré-determinado e podem possuir o

auxílio do ESP para o amortecimento de oscilações. Os ESP geralmente são

ajustados para modos interárea (como a interligação Norte – Sul) e/ou locais que

podem sofrer sensíveis modificações de frequência para as quais os mesmos

foram sintonizados, ou até mesmo não existir, como no caso dos modos interárea

no momento da recomposição. Essas modificações de frequência irão provocar a

perda de sintonia dos ESP que será avaliada no Capítulo 4.

Os reguladores de velocidade operam, em geral, no denominado modo de

controle de potência (ou modo sistema interligado), conveniente para que seja

definido um valor mínimo de potência ativa para as unidades geradoras

determinado pelos centros de controle, além de proporcionar às unidades

geradoras a possibilidade de participarem do Controle Conjunto de Potência (a

nível de usina) e do Controle Automático de Geração (CAG). Esse modo de

operação, apesar de possuir uma sensibilidade a variações de frequência, tende a

ser menos sensível a essas variações. Isso se deve, ao fato de que em um

30

sistema interligado o controle primário de frequência é dividido por todas as

unidades geradoras proporcionalmente, através de seus respectivos estatismos.

No caso de uma rede de recomposição, os reguladores de velocidade das

unidades geradoras são comutados para um modo de operação denominado

controle de frequência (ou modo rede isolada), em que as unidades geradoras

passam a ser mais sensíveis a variações de frequência (estatismo nulo ou muito

pequeno, da ordem de 2,5%) por serem as mesmas responsáveis pelo controle de

frequência da área em recomposição fluente.

Procedimento para fechamento de paralelos e anéis:

Na ocorrência de fechamento de anéis e/ou paralelos devem ser analisadas as

tensões dinâmicas, verificando-se a manutenção da estabilidade eletromecânica

do sistema. Deve ser definida qual usina, dentro de cada área geoelétrica, irá

assumir o controle de frequência da região, mantendo as demais usinas com a

responsabilidade de assumir carga, a fim de garantir uma folga na geração da

usina responsável pelo controle de frequência para a continuação do processo.

• Procedimentos para Fechamento de Paralelos:

Para o fechamento de paralelo de disjuntores, é obrigatória a verificação de

condições de fechamento de paralelo. Os estudos dinâmicos são realizados para

determinar os valores máximos para a diferença de tensão, ângulo, e frequência

em relação às barras (subestações) onde o paralelismo será estabelecido,

evitando que as unidades geradoras sofram esforços no rotor superiores aos que

elas podem suportar. Os valores limites sugeridos na ausência de estudos

específicos definidos no Procedimento de Rede do ONS são:

Frequência: diferença máxima igual a 0,2 Hz entre as áreas;

Tensão: diferença máxima de 10% em relação as tensões entre as

barras de fechamento;

Ângulo: defasagem máxima de 10°. Essa diferença angular é aplicada

quando o fechamento do paralelo é próximo a uma usina. Estudos são

importantes para definição de um valor superior ao indicado, de modo

a não ficar tão restritivo em demais partes do sistema.

31

• Procedimentos para Fechamento de Anéis:

No caso de fechamento de anel, os estudos dinâmicos têm o intuito de reduzir

a causa dos esforços excessivos nos eixos das máquinas nesse caso baseando-

se na variação percentual de potência ativa gerada pela unidade, conforme

podemos observar na equação [2].

(2)

Em que,

: Potência ativa gerada imediatamente antes do fechamento do

anel

: Potência ativa gerada imediatamente após o fechamento do

anel

Define-se que a variação de potência ativa da unidade geradora

deve ser igual ou menor a 50% da potência nominal aparente (MVA da

unidade geradora). A partir daí, o fechamento de anel é permitido para

unidades hidrelétricas e termoelétricas. Para valores superiores a 50%

o agente proprietário da usina deve ser consultado sobre essa

possibilidade levando em conta as características de seus

equipamentos.

A título de ilustração, na Figura 12 está representada as quatro subáreas

pertencentes a região Nordeste, Áreas Xingó, Paulo Afonso IV, Luiz Gonzaga e

Itapebi. A UHE Luiz Gonzaga é responsável por 3 áreas (Norte, Oeste e Sudeste), por

conta da UHE Sobradinho ainda não ser uma usina de autorrestabelecimento. A UHE

Luiz Gonzaga é também a responsável pelo controle de frequência.

32

Figura 12 – Quatro subáreas de recomposição fluente da Região Nordeste

Da mesma forma, na Figura 13 estão representados os fechamentos de paralelos

e de anéis entre as subáreas da região Nordeste.

Figura 13 - Interligação das Áreas da Região Nordeste - Fechamento de Paralelos e Anéis

33

3. Controladores

3.1. Considerações Iniciais

Neste capítulo são apresentados os princípios básicos de operação dos

reguladores de tensão e de velocidade e do estabilizador de sistema de potência

(ESP), que têm como objetivo manter o sistema operando dentro de limtes pré

estabelecidos. Por conta disto, é de grande importância a compreensão dos princípios

básicos da máquina síncrona e dos conceitos de estabilidade de sistemas de potência,

que são apresentados a seguir.

3.1.1. Máquina Síncrona

Em um gerador síncrono, um campo magnético é produzido (através de ímãs

permanentes ou eletroímãs) no rotor ou através da aplicação de uma corrente CC a

um enrolamento desse rotor. O rotor do gerador é então acionado por uma máquina

motriz primária (turbinas a gás, a vapor, hidráulicas e motores a diesel), que produz

um campo magnético girante dentro da máquina. Esse campo magnético girante induz

um conjunto de tensões trifásicas nos enrolamentos do estator do gerador [6],

conforme representado na Figura 14.

Figura 14 - Acoplamento máquina primária a máquina síncrona

A máquina síncrona tem como característica principal sua velocidade mecânica de

rotação constante e proporcional a frequência do sistema. É a principal máquina para

a geração de energia em um sistema de potência. Na Figura 15 pode-se observar a

ilustração de uma máquina síncrona de polos lisos.

34

Figura 15 - Diagrama máquina síncrona trifásica de rotor cilíndrico de 2 polos

3.1.2. Estabilidade de Sistemas de Potência

A ocorrência de algum distúrbio no sistema elétrico pode ocasionar a perda de

estabilidade das máquinas síncronas do sistema.

O IEEE e o Cigré definem estabilidade como: “Habilidade do sistema de, a partir de

uma condição de operação inicial, retornar a uma situação de equilíbrio após ter

sofrido um distúrbio, de forma que praticamente todo o sistema permaneça intacto.”

Em regime permanente, existe um equilíbrio entre o torque mecânico motriz e o

torque elétrico da carga em cada máquina, fazendo com que a velocidade do rotor

permaneça constante. Caso ocorra uma perturbação no sistema, este desequilíbrio é

alterado, resultando na aceleração ou desaceleração dos rotores das máquinas. Caso

um gerador acelere em relação a outro gerador, a posição angular do seu rotor em

relação ao rotor da máquina mais lenta irá avançar. Com isso haverá uma

redistribuição das cargas entre os geradores, o que está girando mais rápido assumirá

parte da carga do gerador mais lento. Com isso o sistema tende a voltar para a

condição estável de operação, reduzindo as diferenças de velocidade,

consequentemente reduzindo a diferença angular entre os geradores [7].

O estudo de estabilidade do sistema de potência pode ser dividido em três partes:

Estabilidade eletromecânica ou angular: relacionada à capacidade das

máquinas síncronas permanecerem em sincronismo mesmo da ocorrência de

algum distúrbio no sistema.

ω

Eixo magnético

do rotor

Eixo magnético

da fase a

a

a’

b

b’

c

c’

35

Estabilidade de frequência: relacionada à capacidade do sistema recuperar o

valor da frequência estabelecido mediante ao desequilíbrio de potência ativa

entre geração e carga.

Estabilidade de tensão: relacionada à capacidade do sistema elétrico manter

as tensões nas barras dentro dos limites estabelecidos mesmo após a

ocorrência de uma perturbação no sistema.

A Figura 16 mostra o resumo com os tipos de estabilidade descritos anteriormente.

Figura 16 – Diagrama Estabilidade de Sistemas de Potência

A estabilidade pode ser analisada também com relação ao impacto causado:

Grandes impactos: geram problemas de estabilidade transitória, em que o

período transitório é o tempo que o sistema leva para atingir seu novo ponto de

operação, sua atuação está na ordem de um segundo. Como por exemplo,

curto-circuitos, perda de um gerador, etc.

Pequenos impactos: geram problemas de estabilidade dinâmica, causando

efeitos menos severos ao sistema, sua atuação está na ordem de vários

segundos. Como por exemplo, perda de carga. Para essa análise há

necessidade de se fazer uma análise linear do sistema [8].

36

A instabilidade de um sistema é a perda de sincronismo das máquinas síncronas

com o sistema, esse fenômeno pode ser observado de forma mais compreensível pela

análise da Figura 17. Na curva azul, observa-se que a máquina passou por um

transitório que provocou uma oscilação mas, a partir de um determinado período de

tempo, a máquina consegue se estabilizar ou seja, a oscilação do seu rotor é

amortecida. Já nas curvas verde e laranja a máquina perde o sincronismo,

ocasionados pela falta de torque de sincronismo e pela falta de torque de

amortecimento, respectivamente.

Figura 17 - Representação da variação do ângulo do rotor com o tempo

O estudo mais elementar para o entendimento de estabilidade da máquina leva em

consideração apenas uma unidade geradora, podendo então dessa forma considerar o

sistema linearizado. Para o caso de mais de uma unidade geradora, a filosofia é a

mesma, sendo que a análise apresenta maior complexidade. Para a análise de

estabilidade, deve-se levar em consideração a curva Potência versus Ângulo da Figura

18.

Tempo [s]

Ân

gulo

do

ro

tor

[δ]

37

Figura 18 – Curva de Pxδ

O sistema é considerado estável quando há equilíbrio entre potência mecânica

(Pm) e potência elétrica (Pe) (carga consumida), no equilíbrio a Pe = Pm, como pode ser

observado no ponto amarelo no gráfico. Mas podem haver oscilações de acordo com a

variação da carga. Em um instante t0+, a potência mecânica é constante ou seja, não

sofre variação instantaneamente, por conta da inércia da máquina. Enquanto que a

potência elétrica varia instantaneamente.

Quando há um aumento de carga no sistema, a potência elétrica torna-se maior

que a potência mecânica (Pe ˃ Pm), observado no ponto azul no gráfico, provocando

uma desaceleração na máquina. Quando há uma redução na carga, a potência

elétrica é menor que a potência mecânica (Pe < Pm), observado no ponto verde,

ocasionando o aumento de velocidade da máquina.

Esses pontos podem variar até um ângulo máximo, o ângulo crítico (δcritico). A partir

desse valor a máquina não consegue voltar ao equilíbrio e perde a estabilidade,

conforme mostrado no ponto vermelho do gráfico.

As equações que regem a base desse estudo são:

Equação de oscilação:

(3)

Em que:

: Constante de inércia da máquina que relaciona,

38

: velocidade de rotação síncrona

: ângulo do rotor em relação a uma referência

Com base na Figura 19 obtém-se a equação da potência elétrica que flui do

gerador para a carga.

Figura 19 - Unifilar do sistema de potência

Equação potência ângulo:

(4)

Em que:

: Tensão dos barramentos

: impedância entre os barramentos

: diferença entre as fases dos barramentos

Na ocorrência de aceleração ou desaceleração das máquinas, outra variável

importante para a estabilidade é o torque elétrico ( ). A componente do torque

elétrico pode ser dividida em duas componentes, como pode ser visto na Figura 20.

39

Figura 20 - Componentes do torque elétrico

Da Figura 20 obtém-se:

[5]

Em que:

Ƭs (torque sincronizante): componente em fase com a variação do ângulo de

carga. Sua ausência acarreta na perda de sincronismo da máquina.

Ƭd (torque de amortecimento, do inglês “damping”): componente em fase

com o desvio da velocidade do rotor. Sua ausência gera instabilidade

transitória.

Por conta da necessidade de se manter a estabilidade do sistema de potência, a

utilização de reguladores torna-se de fundamental importância para a operação do

sistema.

3.2. Regulador Automático de Tensão

O Regulador Automático de Tensão (RAT) tem como objetivo principal, o controle

da tensão terminal da máquina a fim de garantir que mesmo com a ocorrência de

distúrbios no sistema, como tomada ou rejeição de carga, o valor da tensão terminal

irá retornar ao seu valor de referência. O sistema de excitação da máquina vai

fornecer a corrente necessária para obter a tensão de excitação desejada, conforme

representado na Figura 21. A efetividade desse tipo de controle depende da habilidade

do sistema de excitação da máquina em responder às variações de tensão

rapidamente [9].

40

Figura 21 - Excitatriz da máquina síncrona de pólos salientes

O RAT depende apenas de grandezas elétricas ou seja, sua resposta para a

regulação de tensão para o ponto de ajuste (“setpoint”) é muito rápida. Conforme pode

ser visto na Figura 22, o ajuste de tensão provocado pela corrente de excitação da

máquina vai atuar variando na tensão interna da máquina (Eg) a fim de corrigir a

variação de tensão no terminal da máquina (VT).

Figura 22 - Representação unifilar do gerador

Além do controle de tensão, distem outras funções associadas a esse regulador

como, por exemplo:

Controle da corrente de campo, a fim de manter a máquina em sincronismo

quando operando a fator de potência unitário ou adiantado;

Regulação da divisão de potência reativa entre as máquinas em paralelo

conectadas a um mesmo barramento (controle em paralelo, do inglês “line

droop”), evitando que as máquinas entrem em conflito para o controle de

tensão. Cria-se um barramento fictício para que não percebam a conexão no

mesmo barramento; e,

Efd (DC)

41

Aumentar a excitação de curto circuito no sistema para manter a máquina em

sincronismo com os demais geradores no sistema. Essa operação requer

rapidez e sensibilidade da resposta.

A Figura 23 apresenta os principais componentes do sistema de excitação de uma

máquina síncrona. [9]

Figura 23 - Componentes do sistema de excitação de uma máquina síncrona

Tem-se:

Regulador de Tensão: verifica a tensão no terminal da máquina e compara-o

com um valor de referência, fazendo correções caso haja alguma diferença

nessa medição (erro).

Excitatriz: fornece uma corrente contínua para o campo do gerador mantendo

uma tensão de excitação de campo na máquina que irá implicar na tensão de

saída da máquina.

Estabilizador de Sistemas de Potência: fornece um sinal de entrada

adicional para o regulador de tensão a fim de amortecer as oscilações

eletromecânicas associadas ao sistema de potência. Os sinais de entrada mais

comuns são: desvio de frequência, potência elétrica, integral da potência

acelerante, etc. [9].

Controles auxiliares: compensação de corrente reativa, estabelecimento de

limite de sobre e subexcitação, limitador (Volt/Hz) etc.

3.3. Estabilizador de Sistemas de Potência (ESP)

O ESP, tem como objetivo manter o sistema operando dentro dos limtes pré

estabelecidos. Por conta disto, é de grande importância a compreensão dos princípios

básicos da máquina síncrona e do conceito de estabilidade de sistemas de potência, já

apresentados.

Estabilizador de

Sistemas de Potência

Controles Auxiliares

GeradorExcitatrizRegulador de TensãoRef

Sistema de

Potência

42

O Estabilizador de Sistemas de Potência funciona em conjunto com o RAT

conforme se observa na Figura 24. O ESP é utilizado com o intuito de amortecer

oscilações de baixa frequência. É inserido na referência do RAT, produzindo uma

parcela (Ƭd) do torque elétrico em fase com o desvio de velocidade do rotor,

contribuindo então com o amortecimento (“damping”) das oscilações [9].

Figura 24 - Atuação RAT e ESP

Classificação da instabilidade oscilatória:

Modos intra-planta: entre unidades geradoras de uma mesma usina.

Modos locais: entre unidades geradoras de uma usina e o resto do sistema.

Modos inter-áreas: regiões do sistema oscilando entre si.

Modos de controle: ajustes inadequados de controladores nos equipamentos.

Modos torcionais: interação entre os componentes do eixo turbina-gerador

em relação ao sistema ou entre si.

As faixas de frequência podem ser vista na Figura 25.

Figura 25 – Frequência Característica dos Modos de oscilação

O RAT e o ESP atuam em conjunto para manter a máquina síncrona no ponto

de operação ideal. O RAT vai atuar na componente do torque de sincronismo

enquanto o ESP vai atuar na componente do de amortecimento. Na Figura 26 será

mostrado o comportamento da máquina síncrona na ocorrência de um defeito, no

43

caso um curto circuito, em que será verificado o comportamento da máquina com e

sem a atuação do ESP.

Figura 26 - Máquina e barramento infinito

Na Figura 27 está apresentado o resultado de uma simulação no Anatem com

relação ao comportamento de uma máquina síncrona após a aplicação de um

curto circuito no terminal da máquina com duração de 100 ms. Neste caso, a

máquina conseguiu retornar ao seu ponto de operação, podendo então o

desempenho dinâmico do sistema ser classificado como estável. O RAT atuou a

fim de manter o sincronismo e o ESP para amortecer as oscilações. De acordo

com a Figura 18 mostrada anteriormente, a variação angular máxima do gerador

(150°) não ultrapassa o ângulo crítico (δcrítico), e o mesmo mantém o sincronismo.

Figura 27 – Desempenho dinâmico de um sistema estávelEstável

Na Figura 28, é mostrado o comportamento da máquina após a ocorrência de um

curto-circuito com duração de 120 ms. Comparando com a ocorrência da Figura

27, o curto foi aplicado por mais 20 ms, essa ocorrência de maior duração fez com

que a máquina ultrapassasse o ângulo crítico, levando a mesma a instabilidade.

Nesse caso, a instabilidade é provocada pela falta de torque sincronizante (Ƭs)

levando a perda de sincronismo por instabilidade transitória.

44

Figura 28 – Instabilidade transitória causada por torque de sincronismo insuficiente

Na Figura 29, é feita novamente a aplicação de um curto-circuito de 100 ms, no

entanto o ESP foi desligado. Nesse caso observa-se a instabilidade oscilatória da

máquina ocasionado pela falta de torque de amortecimento (Ƭd, imposto pelo ESP

que neste caso está desligado), tornando o sistema instável.

Figura 29 – Instabilidade oscilatória por falta de torque de amortecimento

Nas figuras a seguir, estão representadas a influência das componentes do

torque, com relação ao desempenho dinâmico de uma máquina síncrona.

45

Figura 30 - Gráfico δ x t - Sistema Estável

Figura 31 - Gráfico δ x t Instabilidade não oscilatória

Figura 32 - Gráfico δ x t Instabilidade oscilatória

46

Figura 33 - Instabilidade por falta de sincronismo e amortecimento

Para o caso do estudo de recomposição, o ESP permanecerá desligado. Pois

durante o restabelecimento das cargas na maioria dos casos, a presença do ESP

reduz o amortecimento, por razões que serão explicadas nos próximos capítulos.

3.4. Regulador de Velocidade

A máquina primária é a responsável pelo acionamento mecânico do gerador de

energia elétrica, geralmente utilizada para produzir potência motriz, as máquinas

primárias podem ser as turbinas à vapor, à gás e hidráulicas e os motores a diesel. A

máquina motriz vem associada a um regulador de velocidade (RV), cuja principal

função é controlar a velocidade pelo ajuste do suprimento de potência mecânica, de

acordo com a carga elétrica solicitada nos terminais do gerador e que acarretará no

controle da frequência. Sua atuação será na estabilidade dinâmica ou angular, que é a

capacidade das máquinas síncronas se manterem em sincronismo com o sistema,

mesmo da ocorrência de distúrbios.

O controle de frequência é feito através da variação de potência ativa do sistema,

como por exemplo, na ocorrência de um desequilíbrio entre a carga e a geração.

Supondo um aumento brusco de carga, a potência mecânica será menor que a

potência elétrica. Esse déficit será suprido momentaneamente pela utilização da parte

da energia cinética existente nas massas girantes do sistema (rotor),

consequentemente ocasionando na redução da frequência. [10]

É necessário que o controle de velocidade, no caso das turbinas hidráulicas, atue

na abertura ou fechamento dos distribuidores (mecanismo que controla a entrada de

mais ou menos água na turbina, gerando mais ou menos potência mecânica,

47

respectivamente). Esse controle é lento, pois depende diretamente da inércia da

máquina.

O RV possui diversas formas de operação, dentre elas pode-se destacar as

operações em modo isolado e em paralelo com outros geradores de grande porte,

dentre outras.

3.4.1. Gerador Operando Isolado (Isócrono)

Para o gerador operando no modo isolado tem-se a seguinte configuração: o

gerador está conectado diretamente a carga, ou seja, qualquer variação na carga irá

implicar diretamente na modificação da frequência do gerador (estatismo nulo),

fazendo-o acelerar, quando a potência elétrica aumenta ou desacelerar, quando a

potência elétrica reduz. O que não é um comportamento aceitável, pois irá provocar a

perda de estabilidade do sistema.

A atuação do RV faz com que a frequência seja mantida na frequência nominal de

forma constante, ou seja, independente do montante de potência ativa solicitada pelo

sistema, o gerador irá absorver essa carga e permanecer em sincronismo com o

sistema, não havendo alteração na frequência enquanto estiver dentro dos seus

limites operativos.

Figura 34 - Gerador isócrono

Conforme pode ser visto na Figura 35, tem-se a representação de uma máquina

que está absorvendo um aumento de potência ativa sem que haja variação na sua

frequência, que está diretamente ligada a velocidade de rotação do rotor da máquina.

48

Figura 35 - Comportamento do gerador isócrono e carga em regime com estatismo nulo

O Regulador Isócrono funciona como um integrador, representado na Figura 36. A

sua atuação só irá encerrar quando o desvio de frequência for igual a zero (∆f=0) [7].

Figura 36 - Modelo Regulador Isócrono

No caso de uma rede de recomposição, os reguladores de velocidade das

unidades geradoras responsáveis pelo controle de frequência da área são comutados

para esse modo de operação, em que uma única unidade geradora passa a ser

responsável pelo controle de frequência da área em recomposição fluente.

3.4.2. Gerador Operando em Paralelo

A operação em paralelo de unidades geradoras é a que ocorre em sistemas de

grande porte, no entanto, apresenta maior complexidade para a operação do sistema.

Para a operação em paralelo devem ser levadas em consideração algumas

condições para a entrada de um gerador em operação, como as tensões eficazes de

linha e ângulos de fase devem ser iguais, mesma sequência de fase e frequência com

valores bem próximos, de acordo com a Figura 37.

Pnom

49

Figura 37 – Geradores operando em paralelo

Essa configuração possui as seguintes vantagens em relação à isolada:

Diversos geradores alimentam uma carga maior do que uma máquina isolada;

Vários geradores operando aumentam a confiabilidade do sistema, pois

cumprem o critério (n-1), permitindo a possibilidade de manutenção de

equipamentos;

O regulador presente em uma máquina motriz sempre estará ajustado para

apresentar uma ligeira queda de velocidade com o aumento da carga. Esta queda de

velocidade (ou estatismo permanente, ou ainda, do inglês, “droop”) está relacionada

ao controle de estabilidade da regulação de velocidade. No caso do Brasil, os

Procedimentos de Rede do ONS especificam um estatismo de 5% para todas as

unidades geradoras. Isto é, a tomada de carga de um gerador da condição em vazio

(Pe = 0) até a plena carga, provocará uma queda de velocidade de 5% para todos os

geradores do SIN, levando em consideração sua característica linear, em regime

permanente. Nesse caso, as cargas serão distribuídas de acordo com a capacidade

de cada máquina, de uma forma natural.

A característica linear obedece a seguinte equação:

(5)

P: Potência de saída do gerador

SP: Inclinação da curva (estatismo)

fvazio: frequência do sistema em vazio, sem carga

fsistema: frequência do sistema

A partir daí, é possível obter a curva característica da queda de velocidade, como

mostra a Figura 38.

Gerador Carga

Gerador

S1

50

Figura 38 - Comportamento do gerador com estatismo não nulo

Nesta situação, deve ser determinada qual máquina fará o controle de frequência

da região, ou seja, qual terá estatismo nulo. As demais máquinas deverão

obrigatoriamente ter um estatismo, evitando assim conflitos de controle, devido a mais

de uma unidade geradora tentar fazer o controle de frequência.

Essa característica de regulação pode ser obtida adicionando-se um sinal de

realimentação, que é o estatismo (R), como mostra a Figura 39 [7].

Figura 39 - Regulador com estatismo

Na fase fluente de recomposição do sistema elétrico, as máquinas operam de

forma isolada. Na fase coordenada, em que há o fechamento entre as áreas, as

unidades geradoras passam a operar no modo com estatismo.

51

3.4.3. Geradores Operando em Paralelo com um Sistema de Potência de

Grande Porte

Nesta situação, o sistema se configura de forma tão robusta que as alterações de

carga não são muito significativas, pois a carga acaba se distribuindo entre as

máquinas do sistema e as variações provocadas são muito pequenas para cada

máquina no sistema, de acordo com a Figura 40.

Figura 40 - Gerador em paralelo com barramento infinito

O Sistema de Grande Porte, como por exemplo, o Sistema Interligado Nacional,

neste caso, é caracterizado como um barramento infinito, em que se pode considerar

tensão e frequência constante, independente da potência ativa e reativa consumida ou

fornecida ao sistema.

Esta situação se compara com o descrito anteriormente, geradores operando em

paralelo, os critérios e operações descritas anteriormente são válidos para esta

situação. O que diferencia um caso do outro é que neste último, a carga está sendo

representada pelo SIN.

Gerador

Gerador

S1

52

4. Estudo de Caso

Neste capítulo serão realizadas as avaliações de regime permanente e de

transitórios eletromecânicos da Área Foz do Chapecó. Para este corredor serão

realizadas as avaliações dos reguladores da usina, a fim de obter melhorias no

comportamento dos reguladores, garantindo maior flexibilidade para tomada de carga

durante o processo de recomposição fluente dessa região. Estas avaliações incluem

também o comportamento do ESP no momento da interligação entre as usinas UHE

Foz do Chapecó e a UHE Passo Fundo.

4.1. Área Foz do Chapecó

A motivação para o estudo da Área Foz do Chapecó partiu da necessidade de

modernização (“retrofit”) da UHE Passo Fundo, que anteriormente era a responsável

pela recomposição dessa área, por ser uma usina de autorrestabelecimento. A UHE

Passo Fundo ficará com uma das duas unidades geradoras fora de operação por um

longo período (tempo previsto de oito meses), não cumprindo, então, o critério (n-1). A

partir daí surgiu à necessidade de se buscar uma alternativa para recompor o corredor

formado a partir da UHE Foz do Chapecó independente da UHE Passo Fundo. Como

a UHE Foz do Chapecó já estava sendo inserida ao final do processo da Área Passo

Fundo, sendo esta também uma usina de autorrestabelecimento integral, optou-se por

avaliar a possibilidade desta usina passar a ser responsável pelo corredor da Área

Passo Fundo. O corredor a partir da UHE Foz do Chapecó mostrou-se viável, criando-

se então a Área Foz do Chapecó.

A nova Área Foz do Chapecó, está localizada no Rio Grande do Sul e restabelece

um montante de carga na fase fluente de 152 MW nesta região. Esta área é composta

por cinco Usinas Hidrelétricas (UHE), UHE Foz do Chapecó, UHE Passo Fundo, UHE

Monte Claro, UHE Castro Alves e UHE 14 de Julho.

O corredor de recomposição fluente inicia-se a partir da UHE Foz do Chapecó com ou

sem a necessidade de sincronizar uma unidade geradora da UHE Passo Fundo, UHE

Monte Claro, UHE Castro Alves e UHE 14 de Julho. O diagrama unifilar na Área Foz

do Chapecó está representado na Figura 41.

53

Figura 41 – Diagrama Unifilar da Área Foz do Chapecó

Na Tabela 4 estão representadas as potências das usinas presentes no

corredor de recomposição [11, 12, 13]

Tabela 4 - Dados das Usinas Hidrelétricas da Área Foz do Chapecó

UHE UG Potência/UG [MW] Total [MW]

Foz do Chapecó 4 213 852

Passo Fundo 2 113 226

Monte Claro 2 65 130

Castro Alves 3 43,3 129,9

14 de Julho 2 50 100

Os casos a serem estudados consideram a recomposição dessa área com a

participação da UHE Passo Fundo, em que há interligação entre usinas de Passo

Fundo e Foz do Chapecó, e também uma análise sem a UHE Passo Fundo.

4.1.1. Estudo de Regime Permanente

O estudo de regime permanente foi realizado utilizando-se o Anarede versão

10.00.01.

54

Primeiramente será realizado o estudo de regime permanente a partir da UHE Foz

do Chapecó, sem a presença da UHE Passo Fundo. Em seguida será realizado o

estudo de regime permanente com a presença da UHE Passo Fundo.

4.1.1.1. Estudo do corredor da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo

A sequência de casos apresentados neste item tem por objetivo avaliar o corredor

de recomposição fluente da Área Foz do Chapecó, considerando apenas a UHE Foz

do Chapecó para o restabelecimento das cargas prioritárias. Serão consideradas as

usinas Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho conectadas a SE Monte Claro,

lembrando que essas usinas não precisam obrigatoriamente estar sincronizadas para

o restabelecimento do montante de carga dessa área. Foi adotada a seguinte

sequência de manobras de equipamentos:

Caso 1: Partida uma unidade geradora da UHE Foz do Chapecó com

tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu);

Caso 2: Energização da LT 230 kV Foz do Chapecó / Guarita;

Caso 3: Energização de um dos transformadores 230/69 kV da SE

Guarita, com tape na posição nominal;

Caso 4: Tomada de 23 MW de carga da SE Guarita 69 kV;

Caso 5: Energização do segundo transformador 230/69 kV da SE

Guarita, com tape na posição nominal e tomada de carga de

30MW na SE Guarita 69kV, totalizando 53 MW;

Caso 6: Energização da LT 230 kV Guarita / Passo Fundo;

Caso 7: Energização de um dos transformadores 230/138 kV de Passo

Fundo, com tape na posição nominal, energização da LT 138

kV Passo Fundo / Erechim 1 e tomada de carga de 10 MW em

Passo Fundo 23 kV;

Caso 8: Energização do segundo banco de transformadores 230/138 kV

de Passo Fundo com tape na posição nominal, da LT 138 kV

Passo Fundo / Erechim 1, energização da LT 138 kV Erechim 1 /

Erechim 2 e tomada de até 24 MW de carga a partir da SE

Erechim 1 138 kV com fator de potência de 0,95;

55

Caso 9: Energização da LT 230 kV Passo Fundo / Nova Prata 2 e um

dos transformadores 230/138 kV de Nova Prata 2 com tape na

posição nominal;

Caso 10: Tomada de 10 MW de carga da SE Nova Prata 2 69 kV;

Caso 11: Energização do segundo banco de transformadores 230/138 kV

de Nova Prata 2 com tape na posição nominal e tomada de

20MW de carga, totalizando 30 MW;

Caso 12: Energização da LT 230 kV Nova Prata 2 / Monte Claro;

Caso 13: Sincronização da UHE Monte Claro com uma unidade geradora,

com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e fechamento do

paralelo entre as UHE Passo Fundo com a UHE Monte Claro.

Elevar a geração da UHE Monte Claro para 20MW.

Caso 14: Sincronização da UHE Castro Alves com uma unidade

geradora, com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e

fechamento do paralelo entre as UHE Passo Fundo com a UHE

Monte Claro e a UHE Castro Alves. Elevar a geração da UHE

Castro Alves para 10 MW;

Caso 15: Sincronização da UHE 14 de Julho com uma unidade geradora,

com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e fechamento do

paralelo entre as UHE Passo Fundo, UHE Monte Claro, UHE

Castro Alves e UHE 14 de Julho. Elevar a geração da UHE 14

de Julho para 10 MW;

Caso 16: Energização da LT 230 kV Passo Fundo / Monte Claro com o

terminal da SE Monte Claro em aberto;

Caso 17: Fechamento do anel através da LT 230 kV Passo Fundo /

Monte Claro;

Caso 18: Energização da LT 230 kV Monte Claro / Farroupilha;

Caso 19: Energização da LT 230 kV Passo Fundo / Santa Marta.

Caso 20: Energização da LT 230 kV Guarita / Santa Rosa 1 e um dos

transformadores 230/138 kV de Santa Rosa 1 com tape na

posição nominal.

Caso 21: Tomada de 35 MW de carga da SE Santa Rosa 1 69 kV;

56

Caso 22: Energização da LT 230 kV Santa Rosa 1 / Santo Ângelo;

Caso 23: Energização da LT 230 kV Foz do Chapecó / Xanxerê.

Com base na análise de regime permanente descrita neste item, é apresentado

nas Tabela Apêndice 1 e Tabela Apêndice 2, o perfil de tensão dos barramentos

enquanto que na Tabela Apêndice 3 são apresentadas as potências ativas e

reativas, geradas ou absorvidas, pela UHE Foz do Chapecó na avaliação do

procedimento de recomposição fluente da Área Foz do Chapecó. Destaca-se que

esta análise foi feita sem a UHE Passo Fundo, com a entrada das UHE Monte

Claro, Castro Alves e 14 de Julho ao final do processo.

A partir dessa análise verificou-se que esse corredor é viável a partir da

sequência descrita anteriormente, conforme pode ser visto, sendo que o perfil de

tensão se manteve dentro dos limites mínimos e máximos permitidos.

4.1.1.2. Estudo do corredor da Área Foz do Chapecó com a UHE Passo Fundo

Nesse item será apresentado o processo de recomposição fluente da Área Foz

do Chapecó para a condição em que a UHE Passo Fundo esteja disponível e com

as usinas conectadas a Monte Claro. Este procedimento pode ser feito com ou sem

as unidades geradoras sincronizadas das UHE Monte Claro, Castro Alves e 14 de

Julho. Foi adotada a seguinte sequência de manobras de equipamentos:

Caso 1: Sincroniza uma unidade geradora da UHE Foz do Chapecó com

tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu);

Caso 2: Energização da LT 230 kV Foz do Chapecó / Guarita;

Caso 3: Energização de um dos transformadores 230/69 kV da SE

Guarita, com tape na posição nominal;

Caso 4: Tomada de 23 MW de carga da SE Guarita 69 kV;

Caso 5: Energização do segundo transformador 230/69 kV da SE

Guarita, com tape na posição nominal e tomada de carga de 30

MW na SE Guarita 69kV, totalizando 53 MW;

Caso 6: Energização da LT 230 kV Guarita / Passo Fundo;

Caso 7: Sincronização de uma unidade geradora da UHE Passo Fundo

com e com tensão terminal em 12,4 kV (0,900pu);

Caso 8: Energização de um dos transformadores 230/138 kV da SE

Passo Fundo, com tape na posição nominal, energização da LT

57

138kV Passo Fundo / Erechim 1 e tomada de carga de 10 MW

em Passo Fundo 23 kV;

Caso 9: Energização do segundo banco de transformadores 230/138 kV

de Passo Fundo com tape na posição nominal, da LT 138 kV

Passo Fundo / Erechim 1 LT 138 kV Erechim 1 / Erechim 2 e

tomada de até 25 MW de carga a partir da SE Erechim 1 138 kV

com fator de potência de 0,95;

Caso 10: Energização da LT 230 kV Passo Fundo / Nova Prata 2 e de

um dos transformadores 230/138 kV de Nova Prata 2 com tape

na posição nominal;

Caso 11: Tomada de 10 MW de carga da SE Nova Prata 2 69 kV;

Caso 12: Energização do segundo banco de transformadores 230/138 kV

de Nova Prata 2 com tape na posição nominal e tomada de

20MW de carga, totalizando 30 MW;

Caso 13: Energização da LT 230 kV Monte Claro / Passo Fundo;

Caso 14: Sincronização da UHE Monte Claro com uma unidade geradora,

com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e fechamento do

paralelo entre as UHE Passo Fundo com a UHE Monte Claro.

Elevar a geração da UHE Monte Claro para 20MW;

Caso 15: Energização da LT 230 kV Monte Claro / Nova Prata 2;

Caso 16: Sincronização da UHE Castro Alves com uma unidade

geradora, com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e

fechamento do paralelo entre as UHE Passo Fundo com a UHE

Monte Claro e com a UHE Castro Alves;

Caso 17: Sincronização da UHE 14 de Julho com uma unidade geradora,

com tensão terminal em 13,1 kV (0,950 pu) e fechamento do

paralelo entre as UHE Passo Fundo, UHE Monte Claro, UHE

Castro Alves e UHE 14 de Julho;

Caso 18: Energização da LT 230 kV Monte Claro / Farroupilha;

Caso 19: Energização da LT 230 kV Passo Fundo / Santa Marta;

58

Caso 20: Energização da LT 230 kV Guarita / Santa Rosa 1 e de um dos

transformadores 230/138 kV de Santa Rosa 1 com tape na

posição nominal;

Caso 21: Tomada de 35 MW de carga da SE Santa Rosa 1 69 kV;

Caso 22: Energização da LT 230 kV Santa Rosa 1 / Santo Ângelo;

Caso 23: Energização da LT 230 kV Foz do Chapecó / Xanxerê.

Com base na análise de regime permanente descrita neste item, é apresentado

nas Tabela Apêndice 4 e Tabela Apêndice 5, o perfil de tensão dos barramentos,

enquanto que na Tabela Apêndice 6 são apresentadas as potências ativas e

reativas, geradas ou absorvidas, pela UHE Foz do Chapecó na avaliação do

procedimento de recomposição fluente da Área Foz do Chapecó. Destaca-se que

esta análise foi feita com a UHE Passo Fundo, com a entrada das UHE Monte

Claro, Castro Alves e 14 de Julho ao final do processo.

A partir dessa análise verificou-se que esse corredor é viável a partir da

sequência descrita anteriormente, conforme pode ser visto, sendo que o perfil de

tensão se manteve dentro dos limites mínimos e máximos permitidos.

Os estudos de fluxo de potência dos itens anteriores mostram apenas as

análises de regime permanente (fluxo de potência). Como se trata de um sistema

dinâmico, há a necessidade se fazer estudos que analisam o no comportamento

dinâmico do sistema, como será feito a seguir:

4.1.2 Estudos de Transitórios Eletromecânicos

Nesse caso, será verificado o comportamento das oscilações de frequência e

de tensão durante as tomadas e/ou rejeição de carga e as manobras de

energização de linhas de transmissão e de transformadores em vazio, seguindo os

critérios descritos na seção 2.3.2. Estudo de Estabilidade Eletromecânica Nestes

estudos também serão realizadas análises para fechamento de paralelos ou de

anéis, já vistos na seção 2.4.2.4.32.3.2.2 em que são investigadas as sobretensões

dinâmicas e a estabilidade eletromecânica do sistema.

Na Tabela 5 estão representados os níveis de oscilações de frequência e de

tensão mínima e máxima admitidos, considerados para os estudos de estabilidade

eletromecânica em estudos de recomposição já apresentados anteriormente nas

tabelas Tabela 2 e Tabela 3.

59

Tabela 5 – Valores mínimo e máximo de frequência e tensão admitidos

Grandeza Elétrica Valores

Mínimo Máximo

Frequência (Hz) 56 66

Tensão Dinâmica (% Vnom) 85 125

A partir dos resultados obtidos em regime permanente, serão realizadas as

seguintes análises de estabilidade eletromecânica:

Tomada e rejeição de 53 MW de carga a partir da SE Guarita;

Tomada e rejeição de 10 MW de carga a partir da SE Passo Fundo;

Tomada e rejeição de 24 MW de carga a partir da SE Erechim 1 e Erechim2;

Tomada e rejeição de 30 MW de carga a partir da SE Nova Prata 2; e,

Tomada e rejeição de 35 MW de carga a partir da SE Santa Rosa 1.

4.1.2.1 Modelagens dos Controladores da UHE Foz do Chapecó

Nesta seção serão apresentados os diagramas de blocos dos RV, RAT e do ESP

com os valores definidos no comissionamento da UHE Foz do Chapecó [14].

Como será visto posteriormente, alguns parâmetros são fixos, pois são limitados

pelo tempo de ação de mecanismos mecânicos, por exemplo, e os parâmetros de

controle que podem ser alterados. Esses valores são definidos quando da entrada em

operação da usina, nos estudos de comissionamento. O processo de

comissionamento consiste em assegurar que os sistemas e componentes estejam

projetados, instalados, testados e mantidos de acordo com as necessidades e

requisitos operacionais. [15]

Modelo do Regulador de Velocidade das Unidades Geradoras da UHE Foz

do Chapecó

No RV, os principais parâmetros a serem ajustados são os que compõem o

regulador PID (Proporcional, Integral e Derivativo) [16]. O ganho proporcional (Kp) no

diagrama de blocos apresentado na Figura 42 tem o objetivo de observar o sinal de

60

erro de velocidade e multiplica-lo pelo seu valor. Conforme o aumento do erro o valor

de Kp torna o sistema mais ágil para retornar ao valor determinado, porém valores

elevados, acima da capacidade de regulação da turbina tendem instabilizar o

regulador. A parcela integral garante erro zero em regime permanente. A saída do

integrador só fornecerá um sinal constante se sua entrada for nula (no regime). A

parcela derivativa reage em função da taxa de variação de frequência (erro),

influenciando principalmente os instantes transitórios, tornando a regulação mais

efetiva transitoriamente.

A equação a seguir representa os componentes do regulador PID.

(6)

Na Figura 42 está representado o diagrama de blocos do regulador de velocidade.

Na Tabela 6, estão descritos cada parâmetro representado no diagrama de blocos e

os seus possíveis valores ou intervalos.

Figura 42 - Diagrama de blocos do RV

A seguir serão apresentados na Figura 42 e Figura 43 os diagramas de blocos

completos do regulador de tensão e estabilidade de sistemas de potência

respectivamente.

61

Tabela 6 - Parâmetros do RV

Regulador de Velocidade Foz do Chapecó

Parâmetro Descrição Faixa de ajuste

Td Constante de tempo de ação derivativa 0,05 - 10 s

Ti Constante de tempo de ação integradora 1 - 100 s

Kp = 1/Bt Ganho proporcional 0,1 - 10

Bp Estatismo permanente 5%

N Ganho de ação derivativa 10

to Tempo de manobra de abertura 30 s

tf Tempo de manobra de fechamento 10 s

ti Constante de tempo da válvula distribuidora 0,15 s

tj Constante de tempo integral do servomotor 0,1 s

tfil Constante de tempo do filtro do sistema de medição de velocidade 0,1 s

Modelo do Regulador Automático de Tensão da UHE Foz do Chapecó

Na Figura 43 está representado o diagrama de blocos do regulador automático

de tensão. Na Tabela 7, estão descritos cada um dos parâmetros representados

no diagrama de blocos e sua faixa de ajuste.

62

Figura 43 - Diagrama de blocos RAT

Tabela 7 - Parâmetros do RAT

Regulador de Tensão Foz do Chapecó

Parâmetro Descrição Valor Unidade Faixa de ajuste

grv11 ganho proporcional da malha principal 40 pu 10 ... 100

trv2 Contante de tempo do integrador 5 s 1 ... 15

trv1 Contante de tempo do numerador do filtro

avanço/atraso de fase 1 s 1 ... 10

trv3 Contante de tempo do denominador do filtro

avanço/atraso de fase 1 s 0,03 ... 10

prv6 Contante de tempo do numerador da realimentação

de tensão 1 s 0,5 ... 15

trv6 Contante de tempo do denominador da

realimentação de tensão 1 s 0,5 ... 15

uex max Tensão de teto positiva com tensão nominal no

gerador 5,4 pu -

uex min Tensão de teto negativa com tensão nominal no

gerador -5,4 pu -

Modelo do Estabilizador de Sistemas de Potência da UHE Foz do Chapecó

Na Figura 44 está representado o diagrama de blocos do estabilizador de

sistemas de potência. Na Tabela 8Tabela 6, estão descritos cada um dos

parâmetros representados no diagrama de blocos e sua faixa de ajustes.

63

Figura 44 - Diagrama de blocos ESP

Tabela 8 - Parâmetros do ESP

Estabilizador de Sistemas de Potência de Foz do Chapecó

Parâmetro Descrição Valor Unidade Faixa de ajuste

ks3 Ganho do canal mecânico 1 pu 0 ou 1

tw1 Constante de tempo wash-out do canal de

velocidade 2 s 1 ... 10

tw2 Constante de tempo wash-out do canal de

velocidade 2 s 1 ... 30

tw3 Constante de tempo wash-out do canal de

potência 2 s 1 ... 10

ks2 Ganho do canal de potência 0,25 pu 0 ... 1

t7 Constante de tempo de alta frequência de

avanço/atraso de fase

2 s 1 ... 30

t8 0,4 s 0 ... 2

t9 0,1 s 0,1 ... 0,5

m Parâmetro do filtro de rampa

4 Inteiro 1 ... 5

n 1 Inteiro 1 ... 4

ks1 Ganho do ESP 5 pu 0 ... 150

t1 Constante de tempo do numerador do filtro de

avança/atraso de fase 0,31 s 0 ... 10

t2 Constante de tempo do denominador do filtro

de avança/atraso de fase 0,83 s 0,015 ... 3

t3 Constante de tempo do numerador do filtro de

avança/atraso de fase 0,31* s 0 ... 10

t4 Constante de tempo do denominador do filtro

de avança/atraso de fase 0,83* s 0,015 ... 3

mxsp Limitação da saída 0,05 pu 0 ... 0,1

64

4.1.2.2 Análises dos Casos de Estabilidade Eletromecânica

4.1.2.2.1. Recomposição da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo

Caso 5 - Tomada e rejeição de 53 MW de carga a partir da SE Guarita

Será simulado para esse caso a tomada e rejeição de carga de 53 MW a fim

de observar os valores da frequência e da tensão dinâmica no barramento da

SE Guarita. Para esta análise o ESP está desligado, por estar na fase de

recomposição fluente e o RV operando no modo isolado, pois apenas a UHE

Foz do Chapecó está realizando a regulação de frequência do corredor.

Será feita a análise seguindo os passos da Tabela 9.

Tabela 9 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 53MW de carga a partir da SE Guarita 69 kV 0,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

Na Figura 45 pode-se observar o comportamento da frequência da máquina

da UHE Foz do Chapecó.

Figura 45 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

65

Pela análise do comportamento da frequência no barramento da UHE Foz do

Chapecó, com as frequências mínima e máxima delimitadas em azul, percebe-se

que a frequência superou o limite mínimo permitido pela análise dinâmica. O valor

mínimo permitido para a frequência dinâmica é de 56 Hz e neste caso a frequência

dinâmica mínima foi de 53,7 Hz. A frequência dinâmica máxima não foi superada.

O fato de o limite mínimo ter sido superado determina que essa tomada de carga

não pode ser realizada.

Como o valor da frequência não estava dentro do limite pré-estabelecido, alguma

medida precisa ser tomada para viabilizar a tomada desse montante de carga. Duas

medidas poderiam ser tomadas, como a redução do montante de carga, dividindo em

dois patamares de carga, por exemplo, ou ajustar os parâmetros do regulador de

velocidade a fim de que a tomada de carga possa ser realizada em apenas um

patamar de carga, agilizando o processo de recomposição do sistema. Nesse caso a

segunda opção foi adotada.

Os parâmetros sugeridos no relatório do ONS referente a Área Foz do Chapecó

[17] estão mostrados na Tabela 10, em parâmetros de estudo de caso 1.

Tabela 10 - Parâmetros do Regulador de Velocidade com ajustes

RV Modo Isolado

Parâmetros de Campo Parâmetros Estudo de Caso 1

Kp 1,5 4,5

Td 0,2 0,4

Ti 4 4

Bp 0,025 0,025

Td/N 0,02 0,04

A alteração no ganho Kp (ganho proporcional) foi realizada a fim de se obter uma

resposta mais rápida do sistema, fazendo com que o mesmo retorne o mais rápido

para o ponto de referência, diminuindo sua excursão.

O parâmetro Td (parcela derivativa), foi alterado a fim de obter uma atuação mais

rápida do RV para variação transitória de frequência. Esses valores foram estimados

através da análise do comportamento das curvas ao variar os parâmetros.

O estatismo Bp é definido com o valor baixo pois, como o corredor está operando

de modo isolado, as unidades geradoras da UHE Foz do Chapecó estão fazendo o

controle de frequência da área.

66

Após essas alterações nos parâmetros do RV, obteve-se o resultado mostrado na

Figura 46.

Figura 46 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode ser observado na Figura 46, o comportamento da frequência

mudou, passando a ficar dentro dos limites mínimo e máximo pré-estabelecidos para

as análises dinâmicas, obtendo seu valor mínimo em 56,15 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor

máximo de 63,52 Hz (< fmax = 66 Hz).

No entanto, ao analisar o comportamento de todas as tomadas de cargas da área

Foz do Chapecó no modo isolado, observou-se que a máquina apresentou um

comportamento inadequado na tomada de carga de 30 MW na SE Nova Prata em que

a máquina perde a instabilidade, conforme pode ser visto na Figura 47.

67

Figura 47 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

A máquina apresenta um comportamento de falta de amortecimento, perdendo

então a estabilidade, o que indica que uma máquina de 213 MW de potência, que

poderia suportar um montante de até 170,4 MW (80% da potência da máquina), não

deveria ter esse comportamento ao estar restabelecendo um montante de carga de

117 MW, indicando que os parâmetros do regulador não estão adequados. Por conta

disto, um novo ajuste deve ser testado a fim de obter o comportamento adequado para

a máquina.

Esses ajustes foram definidos após diversas análises alterando os parâmetros que

interferem no regulador PID (Kp, Td e Ti), de acordo com o comportamento verificado

nos gráficos de frequência e tensão obtidos, até se obter um valor que se enquadrasse

no comportamento adequado da máquina.

Os novos parâmetros estão definidos na Tabela 11, em parâmetros de estudo de

caso 2.

Tabela 11 - Parâmetros do RV

RV

Modo Isolado

Parâmetros de Comissionamento

Parâmetros Estudo de Caso 1

Parâmetros Estudo de Caso 2

Kp 1,5 4,5 2,5

Td 0,2 0,4 1,2

Ti 4,0 4,0 5,0

Bp 0,025 0,025 0,025

Td/N 0,02 0,04 0,12

68

Nesse novo conjunto de ajustes para o RV, o ganho proporcional (Kp) foi reduzido

porque poderia estar causando a instabilidade da turbina devido seu valor elevado.

Quanto mais rápido se fizer o sistema retornar ao valor determinado, maior é o

impacto na máquina. A distância entre a carga e a máquina pode ter influenciado na

perda de sincronismo da máquina. O parâmetro Td foi aumentado a fim de obter uma

resposta mais rápida no período transitório. O parâmetro Ti (parcela integral) atua para

trazer a máquina para a frequência nominal e foi aumentado para não interferir no

período transitório.

As curvas do comportamento da máquina com os três ajustes estão representadas

na Figura 48 e os parâmetros estão descritos anteriormente na Tabela 11 - Parâmetros

do RV.

Figura 48 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Com o novo ajuste do regulador de velocidade, será analisado novamente o

comportamento da tomada e rejeição de carga de todas as SE da Área Foz do

Chapecó, operando no modo isolado.

Caso 5 – Tomada e Rejeição de 53 MW carga a partir da SE Guarita

Após a UHE Foz do Chapecó ter partido através do “black-start”, será tomado o

montante de carga em Guarita. Na simulação foi realizado o montante de carga

total de 53 MW, a fim de mostrar que do ponto de vista dinâmico esse montante de

carga pode ser restabelecido de uma só vez.

69

Os resultados que se seguem foram obtidos seguindo-se os passos mostrados

na Tabela 12.

Tabela 12 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 60MW de carga a partir da SE Guarita 69 kV; 0,5

Rejeição Total desta carga; 120,5

Fim da simulação. 240

Na Figura 49 observa-se o comportamento da frequência da máquina no

momento da tomada e rejeição da carga.

Figura 49 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode-se observar a frequência não superou os seus limites, obtendo

seu valor mínimo em 56,31 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor máximo de 63,3 Hz (< fmax = 66

Hz).

A seguir, na Figura 50 será mostrado o comportamento do perfil de tensão na SE

Guarita.

70

Figura 50 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó

Conforme pode ser observado, o perfil de tensão permaneceu dentro dos limites,

obtendo tensão mínima de 0,922 pu (> Vmin = 0,85pu) de tensão dinâmica mínima e

valor máximo de 1,008 pu (< Vmax = 1,25 pu).

Em seguida serão mostrados o comportamento da potência na máquina na Figura

51 e a potência da carga restabelecida Figura 52.

71

Figura 51 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Figura 52 - Potência Ativa e Reativa da carga em Guarita

Caso 7 - Tomada de 10MW na SE Passo Fundo

Em seguida, será restabelecido um montante de carga de carga de 10 MW na

SE Passo Fundo. Seguindo os passos descritos na Tabela 13.

72

Tabela 13 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 10MW de carga a partir da SE Passo Fundo 23kV 0,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

A partir da simulação obteve-se os seguintes resultados:

Figura 53 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode ser visto na Figura 53, os limites de frequência máximo e mínimo

não foram superados, obtendo seu valor mínimo em 59,28 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor

máximo de 60,65 Hz (< fmax = 66 Hz).

Na Figura 54 está representado o perfil de tensão da Área Foz do Chapecó.

73

Figura 54 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó

Como pode ser observado, o perfil de tensão dinâmica, mínimo e máximo, não

foram superados, obtendo tensão mínima de 0,944 pu (> Vmin = 0,85pu) de tensão

dinâmica mínima e valor máximo de 0,99 pu (< Vmax = 1,25 pu).

Em seguida, será representado o comportamento das potências na UHE Foz do

Chapecó na Figura 55 e do montante de carga restabelecido na SE Passo Fundo

na Figura 56.

74

Figura 55 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Figura 56 - Potência Ativa e Reativa da carga em Passo Fundo

75

Caso 8 - Tomada de 24 MW na SE Erexim

Após a tomada de carga na SE Passo Fundo, será feita a tomada de carga na

SE Erexim, sendo 20 MW na SE Erexim e 4 MW na SE Erexim 2, conforme

descrito na Tabela 14.

Tabela 14 - Tempo de Tomada e rejeição de Carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 24 MW de carga a partir da SE Erexim 138kV; 0,5

Rejeição Total desta carga; 120,5

Fim da simulação. 240

Na Figura 57, pode-se observar o comportamento da frequência da UHE Foz

do Chapecó.

Figura 57 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme se pode observar, a variação da frequência não superou os seus limites,

obtendo seu valor mínimo em 58,06 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor máximo de 61,57 Hz

(< fmax = 66 Hz). O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco de carga.

Na Figura 58 está representada as tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos,

obtendo tensão mínima de 0,893 pu (> Vmin = 0,85pu) de tensão dinâmica mínima

e valor máximo de 0,991 pu (< Vmax = 1,25 pu).

76

Figura 58 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó

Na Figura 59, está mostrado o comportamento das potências ativas mecânica e

elétrica e da potência elétrica reativa.

Figura 59 - Potências na UHE Foz do Chapecó

77

Na Figura 60 está representado a potência ativa e reativa na SE Erexim.

Figura 60 - Potência Ativa e Reativa da carga em Erexim

Passo 11 - Tomada de 30 MW na SE Nova Prata 2

Após a tomada de carga na SE Erexim, será feita a tomada de carga na SE

Nova Prata 2, conforme descrito na Tabela 15.

Tabela 15 - Tempo de Tomada e rejeição de Carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 10 MW de carga a partir da SE Nova Prata 2 138kV 0,5

Tomada do segundo bloco de 20 MW de carga totalizando um montante de

30 MW a partir da SE Nova Prata 2 138kV 60,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

Na Figura 61, pode-se observar o comportamento da frequência da UHE Foz

do Chapecó.

78

Figura 61 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode-se observar, a variação da frequência não superou os seus limites,

obtendo seu valor mínimo em 58,14 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor máximo de 62,17 Hz

(< fmax = 66 Hz). O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco de carga.

Na Figura 62 estão representadas as tensões, em pu, no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos,

obtendo tensão mínima de 0,928 pu (> Vmin = 0,85pu) de tensão dinâmica mínima e

valor máximo de 1,001 pu (< Vmax = 1,25 pu).

Figura 62 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó

79

Na Figura 63, está mostrado o comportamento das potências ativa, mecânica e

elétrica e da potência elétrica reativa.

Figura 63 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Na Figura 64 está representado a potência ativa e reativa na SE Nova Prata 2.

80

Figura 64 - Potência Ativa e Reativa da carga em Nova Prata 2

Passo 21 - Tomada de 35 MW na SE Santa Rosa

Após a tomada de carga na SE Nova Prata 2, será feita a tomada de carga na

SE Santa Rosa, conforme descrito na Tabela 16 - Tempo de Tomada e rejeição de

Carga.

Tabela 16 - Tempo de Tomada e rejeição de Carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 15 MW de carga a partir da SE Santa Rosa 138 kV 0,5

Tomada do segundo bloco de 20 MW de carga totalizando um montante de

35 MW a partir da SE Santa Rosa 138 kV 60,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

Na Figura 65, pode-se observar o comportamento da frequência da UHE Foz

do Chapecó.

81

Figura 65 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme se pode observar, a variação da frequência não superou os seus limites,

obtendo seu valor mínimo em 57,02 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor máximo de 63,41 Hz

(< fmax = 66 Hz). O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco de carga.

Na Figura 66, está representada as tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos,

obtendo tensão mínima de 0,922 pu (> Vmin = 0,85pu) de tensão dinâmica mínima e

valor máximo de 1,008 pu (< Vmax = 1,25 pu).

82

Figura 66 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó

Na Figura 67 está mostrado o comportamento das potências ativa, mecânica e

elétrica e da potência elétrica reativa.

Figura 67 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Na Figura 68 está representada a potência ativa e reativa na SE Santa Rosa.

83

Figura 68 - Potência Ativa e Reativa da carga em Santa Rosa

Após a verificação do comportamento da frequência e da tensão dinâmica em

todas as tomadas de carga presentes na Área de Foz Chapecó, pode-se concluir que

o ajuste proposto para o regulador de velocidade operando no modo isolado está

adequado, permitindo o restabelecimento de um montante total de 152 MW com uma

unidade geradora da UHE Foz do Chapecó, agilizando o processo de

restabelecimento das cargas prioritárias.

4.1.2.2.2. Desempenho Dinâmico do ESP conectado no processo de

recomposição

O ESP só deve ser ligado após o término do corredor de recomposição fluente,

pois sua conexão durante esse processo traz prejuízos à estabilidade do sistema,

podendo causar a perda de estabilidade da máquina. Esse fato é de grande

importância pois em processos de recomposição há casos em que o ESP foi ligado no

momento errado e o processo de recomposição teve de ser reiniciado pois a máquina

perdeu a estabilidade, atrasando o restabelecimento das cargas.

Para verificar o comportamento do ESP serão feitos os comparativos com o ESP

ligado e desligado, nas SE Guarita, no início do processo e na SE Santa Rosa, por ser

a última tomada de carga no modo isolado.

84

Nessa análise, serão usados os ajustes novos, propostos na seção 4.1.2.2.1.

Recomposição da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo com o ESP ligado e

desligado.

I. Comportamento da tomada e rejeição de carga com o ESP ligado na SE

Guarita

Caso 5 – Tomada e Rejeição de 53 MW carga a partir da SE Guarita

Seguindo os passos descritos na Tabela 17:

Tabela 17 – Processo de tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 53 MW de carga a partir da SE Guarita 69 kV 0,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

Primeiramente será verificado o comportamento com relação à variação da

frequência da máquina da UHE Foz do Chapecó.

Figura 69 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode ser verificado na Figura 69 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó,

não houve superação dos limites de frequência dinâmica e a máquina conseguiu se

estabilizar após a ocorrência da tomada e rejeição da carga. Neste caso foi

representado no gráfico na curva vermelha contínua o comportamento do ESP ligado

e na o ESP desligado

85

Figura 70 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó

Pela análise da Figura 70, comparando o comportamento das tensões quando o

ESP está ligado (linha contínua) e desligado (linha tracejada), percebe-se que quando

o ESP está desligado, as variações de tensão são instantâneas, ocorrem no momento

da tomada e rejeição de carga (de cor vermelho, azul e verde). Quando o ESP está

ligado, ocorre uma oscilação no perfil de tensão até o seu amortecimento conforme

pode ser visto nas linhas tracejadas (de cor preto, rosa e azul claro). Ou seja, o ESP

está prejudicando o sistema pois com ele ligado o limite de tensão dinâmica mínimo foi

superado, pois obteve tensão mínima de 0,945 pu (> Vmin = 0,85pu).

As oscilações inseridas no perfil de tensão quando o ESP está conectado é devido

a inserção da componente oriunda da frequência que após passar pelo ESP tem seu

sinal de saída um valor de tensão (Vpss) que será inserido como referência no RAT.

Esse comportamento indesejado também pode ser visto no gráfico de potências da

UHE Foz do Chapecó na Figura 71 seguir.

86

Figura 71 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Neste caso, a potência mecânica (Pmec) com o ESP ligado (curva verde contínua)

e a potência mecânica com o ESP desligado (curva azul claro tracejada) não tiveram

grandes variações, mostrando que a máquina suportou a tomada de carga. No

entanto, o comportamento das potências elétricas (ativa e reativa) com o ESP ligado

apresentaram oscilações na tomada e rejeição de carga, em relação ao

comportamento dessas grandezas quando o ESP está desligado. Fazendo a

comparação entre a potência elétrica ativa (Pele) com o ESP ligado (curva contínua

vermelha) e com ESP desligado (curva tracejada preta). E a potência elétrica reativa

(Qele) com o ESP ligado (curva contínua azul marinho) e com o ESP desligado (curva

tracejada rosa).

Passo 21 - Comportamento da tomada e rejeição de carga com o ESP ligado

na SE Santa Rosa

Seguindo os passos descritos na Tabela 18:

Tabela 18 – Processo de tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 15 MW de carga a partir da SE Santa Rosa 69kV 0,5

Tomada de 20 MW de carga totalizando um montante de 35 MW a partir da SE

Santa Rosa 69kV 60,5

Rejeição Total destas cargas 120,5

Fim da simulação 240

87

Primeiramente será verificado o comportamento com relação à variação da

frequência da máquina da UHE Foz do Chapecó.

Figura 72 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

O comportamento da frequência da máquina quando o ESP está ligado na tomada

de carga da SE Santa Rosa mostrado na Figura 72, a máquina perde a estabilidade,

não conseguindo amortecer a oscilação provocada pela tomada e rejeição do

montante de carga. Caso o ESP seja conectado nesse momento a proteção do

sistema irá atuar desligando o corredor, sendo necessário recomeçar o processo de

recomposição.

Esse comportamento de falta de amortecimento das oscilações também pode ser

verificado no comportamento do perfil de tensão e das potências mecânica e elétrica

(ativa e reativa), mostradas nas figuras a seguir.

88

Figura 73 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó

A título de ilustração só estão sendo representados, na Figura 73, os barramentos

do terminal da máquina de Foz do Chapecó e da SE Santa Rosa. Fazendo um

comparativo do comportamento do perfil de tensão quando o ESP está ligado (linha

contínua vermelho e azul) e desligado (linha tracejada verde e preto), pode-se verificar

que quando o ESP está desligado, as variações de tensão são instantâneas, ocorrem

no momento da tomada e rejeição de carga. Quando o ESP está ligado, ocorre uma

oscilação no perfil de tensão que não são amortecidas. Esse comportamento é

inaceitável. O processo de recomposição não chegaria até esse ponto pois a proteção

já teria atuado antes, no entanto serve para ratificar que o ESP deve estar desligado

durante o processo de recomposição fluente. Sendo conectado apenas na fase

coordenada.

Esse comportamento indesejado também pode ser visto no gráfico de potências da

UHE Foz do Chapecó na Figura 72.

89

Figura 74 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Neste caso o comportamento da potência mecânica (Pmec) com o ESP ligado (linha

contínua verde) apresentaram oscilações na tomada e rejeição de carga, em relação

ao comportamento dessas grandezas quando o ESP está desligado (curva tracejada

azul claro). Fazendo a comparação entre a potência elétrica ativa (Pele) com o ESP

ligado (curva contínua vermelha) e com ESP desligado (curva tracejada preta), e a

potência elétrica reativa (Qele) com o ESP ligado (curva contínua azul marinho) e com

o ESP desligado (curva tracejada rosa) observa-se que também não houve

amortecimento na tomada e rejeição do montante de carga quando o ESP está ligado.

Como pode ser verificado nas curvas anteriores que mostram o comportamento o

ESP ligado durante o processo de recomposição mostra que ele apresenta um

comportamento inadequado, ao invés de melhorar o amortecimento acaba

prejudicando.

4.1.2.2.3. Recomposição da Área Foz do Chapecó considerando a entrada da

UHE Passo Fundo.

Conforme descrito no processo de recomposição em regime permanente na seção

4.1.1. Estudo de Regime Permanente, a tomada de carga na SE Guarita de 53 MW

tanto com a presença da UHE Passo Fundo ou sem ela, a tomada de carga em

Guarita tem a presença apenas da UHE Foz do Chapecó. Ou seja, estará operando no

90

modo isolado. Por conta disto, esse caso já foi avaliado na seção 4.1.2.2.1.

Recomposição da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo

Quando o sistema passa a operar no modo interligado, o ESP pode ser conectado,

contribuindo para o amortecimento das oscilações, conforme poderá ser visto a seguir.

Caso 8 - Tomada de 10MW na SE Passo Fundo

Após a tomada de carga em Guarita (caso 5), A UHE Passo Fundo será

sincronizada (caso 7). A partir deste momento, as usinas passam a operar no modo

interligado com a UHE Foz do Chapecó fazendo o controle de frequência e a UHE

Passo Fundo de potência.

Os parâmetros do RV passaram a ter os valores descritos na Tabela 19.

Tabela 19 - Parâmetros do RV - Modo Interligado

RV Modo Interligado

Parâmetros Base de Dados

Kp 2

Td 0,55

Ti 5,5

Bp 0,05

Td/N 0,055

Após o restabelecimento da UHE Passo Fundo o corredor fluente de recomposição

será feito até o final no modo interligado.

Tabela 20 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 10MW de carga a partir da SE Passo Fundo 23 kV 0,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

A partir da simulação descrita nos passos da Tabela 20, obteve-se os seguintes

resultados.

A Figura 75 mostra o comportamento da frequência da máquina após a tomada de

10 MW na SE Passo Fundo.

91

Figura 75 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Neste caso foi feita a comparação do ESP ligado (curva vermelho) e do ESP

desligado (curva azul) com intuito de ilustrar o benefício do ESP conectado e no

momento correto, quando usinas estiverem operando no modo interligado. Conforme

pode-se observar, a variação da frequência não extrapolou os seus limites máximos e

mínimos. O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco de carga.

Na Figura 76 está representado o comportamento do sinal de saída do ESP para

as unidades geradoras das UHE Foz do Chapecó e Passo Fundo. Analisando a figura,

observa-se que o ESP da UHE Passo Fundo está desligado (valor nulo). Esse fato

ocorre pois existe uma estratégia de desligamento do ESP por potência ativa mínima

do gerador, nesse caso esse valor de potência mínima está ajustado em 55% da

potência base da máquina em MVA (110 MVA). No caso da UHE Passo Fundo a

unidade geradora deve estar gerando pelo menos 60,5 MW de potência ativa para o

ESP ser habilitado. Na simulação realizada a unidade geradora está gerando apenas

20 MW de potência ativa ficando, dessa forma, o ESP desligado.

92

Figura 76 - Sinal de saída do ESP

Na Figura 77, está representado às tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos,

obtendo tensão mínima de 0,931 pu (> Vmin = 0,85 pu) de tensão dinâmica mínima e

valor máximo de 0,952 pu (< Vmax = 1,25 pu).

93

Figura 77 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó sem ESP

Figura 78 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó com ESP

As oscilações inseridas no perfil de tensão quando o ESP está conectado são

devidas a inserção do sinal de frequência do rotor (variável de entrada do ESP), que

após passar pelo controle do ESP tem seu sinal de saída um valor de tensão (Vpss)

94

que será inserido na referência do RAT, causando o perfil oscilatório. Apesar desse

comportamento oscilatório o ESP tem um efeito benéfico, como será visto na Figura

79 a seguir.

Figura 79 - Potência elétrica com ESP ligado e desligado

Na Figura 79, fazendo-se uma comparação entre as potências elétricas quando o

ESP está ligado e desligado observa-se que o efeito do ESP tende amortecer as

oscilações da potência elétrica mais rapidamente se comparada a curva com o ESP

desligado.

Na Figura 80, está mostrado o comportamento das potências ativa, mecânica e

elétrica e da potência elétrica reativa.

95

Figura 80 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Na Figura 81 está representada a potência ativa e reativa na SE Passo Fundo.

96

Figura 81 - Potência Ativa e Reativa da carga em Passo Fundo

Caso 9 - Tomada de 24 MW na SE Erexim

Após a tomada de carga na SE Passo Fundo, será feita a tomada de carga na SE

Erexim.

Tabela 21 - Tempo de Tomada e rejeição de Carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 24 MW de carga a partir da SE Erexim 138 kV 0,5

Rejeição Total desta carga 120,5

Fim da simulação 240

A partir da simulação descrita na Tabela 21 obteve-se os seguintes resultados:

97

Figura 82 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode-se observar na Figura 82, a variação da frequência não extrapolou

os seus limites, obtendo seu valor mínimo em 58,57 Hz (> fmin = 56 Hz) e valor

máximo de 61,2 Hz (< fmax = 66 Hz). O sistema está estável na tomada e rejeição

desse bloco de carga.

Na Figura 83 estão representadas as tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos,

obtendo tensão mínima de 0,901 pu (> Vmin = 0,85 pu) de tensão dinâmica mínima e

valor máximo de 0,952 pu (< Vmax = 1,25 pu).

Figura 83 - Perfil de tensão em pu nos barramentos da Área Foz do Chapecó

98

Na Figura 84, está mostrado o comportamento das potências ativa, mecânica e

elétrica e da potência elétrica reativa.

Figura 84 - Potências na UHE Foz do Chapecó

Na Figura 85 está representada a potência ativa e reativa na SE Erexim.

Figura 85 - Potência Ativa e Reativa da carga em Erexim

99

Caso 12 - Tomada de 30 MW em Nova Prata

Após a tomada de carga na SE Erexim, será feita a tomada de carga na SE

Nova Prata.

Tabela 22 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 10 MW de carga a partir da SE Nova Prata 69 kV; 0,5

Tomada de 20 MW de carga totalizando um montante de 30 MW a partir da SE

Nova Prata 69 kV; 60,5

Rejeição Total destas cargas; 120,5

Fim da simulação. 240

A partir da simulação descrita na Tabela 22, obteve-se os seguintes resultados:

A Figura 86 mostra o comportamento da frequência da máquina após a tomada de

2 blocos de carga na SE Nova Prata, um primeiro bloco de 10 MW e um segundo

bloco após um intervalo de 1 minuto de 20 MW, totalizando um montante de 30 MW na

SE Nova Prata.

Figura 86 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

100

Conforme pode-se observar, a variação da frequência não extrapolou os seus

limites máximos e mínimos. O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco

de carga.

Na Figura 87, está representada as tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga. Conforme pode ser visto, não extrapolam os limites dinâmicos

máximo (125%) e mínimo (85%) de tensão. No entanto, é possível observar que o

comportamento da tensão apresentou maiores oscilações quando o ESP está ligado.

Figura 87 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó – ESP Ligado

Caso 21 - Tomada de 35 MW em Santa Rosa

Após a tomada de carga na SE Nova Prata, será feita a tomada de carga na

SE Santa Rosa

Tabela 23 - Tempo para tomada e rejeição de carga

Eventos Tempo (s)

Tomada de 15 MW de carga a partir da SE Nova Prata 69 kV; 0,5

Tomada de 20 MW de carga totalizando um montante de 35 MW a partir da

SE Nova Prata 69 kV; 60,5

Rejeição Total destas cargas; 120,5

Fim da simulação. 240

101

A partir da simulação descrita na

Tabela 23, obteve-se os seguintes resultados:

A Figura 88 mostra o comportamento da frequência da máquina após a tomada de

2 blocos de carga na SE Santa Rosa, um primeiro bloco de 15 MW e um segundo

bloco após um intervalo de 1 minuto de 20 MW, totalizando um montante de 35 MW na

SE Santa Rosa.

Figura 88 - Variação de frequência da UHE Foz Chapecó

Conforme pode-se observar, a variação da frequência não extrapolou os seus

limites máximo e mínimo. O sistema está estável na tomada e rejeição desse bloco de

carga.

Na Figura 89, está representada as tensões em pu no momento da tomada e

rejeição de carga, conforme pode ser visto, não extrapola os limites dinâmicos máximo

(125%) e mínimo (85%) de tensão. No entanto, é possível observar que o

comportamento da tensão apresentou maiores oscilações quando o ESP está ligado.

102

Figura 89 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó – ESP Ligado

103

5. Conclusões e Recomendações

Após as observações feitas em cada análise realizada nos itens anteriores, os

pontos principais das análises realizadas foram destacados abaixo.

O autorrestabelecimento na atualidade tem sido de grande importância para

minimizar o tempo de restabelecimento das cargas dos centros urbanos. Inicialmente

as usinas estão definidas para operar no modo interligado com o sistema e não de

forma radial (isolado) como ocorre no processo de recomposição. A partir da

necessidade de se definir os corredores de recomposição e as usinas que serão de

autorrestabelecimento é que são realizados estudos a fim de determinar os

parâmetros dos reguladores para operação no modo isolado. Incluindo também a

redundância dos equipamentos, critério n-1, para no caso das indisponibilidades haver

a possibilidades da criação dos procedimentos alternativos aumentando a

confiabilidade do sistema.

A Área Foz do Chapecó se tornou viável a partir dos ajustes corretos dos

parâmetros do regulador de velocidade, viabilizando um montante de 152 MW de

carga durante a fase de recomposição fluente, sem a necessidade da participação de

outras usinas como UHE Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho.

Além disso, são de suma importância os ajustes, de forma correta, dos reguladores

a fim de que o sistema permaneça estável e restabeleça a maior quantidade de carga

na fase fluente de forma rápida e segura. Incluindo também a ordem da entrada de

operação do ESP que como foi verificado, caso seja inserido no momento errado da

recomposição pode trazer prejuízos, podendo levar o sistema a instabilidade. Em

geral, o ESP só é conectado a partir da interligação de duas ou mais usinas de um

mesmo corredor ou através da interligação de áreas.

Os parâmetros definidos nos estudos devem ser comissionados nas máquinas em

campo, a fim de verificar se estão tendo o comportamento esperado, caso contrário,

esses parâmetros poderão sofrer novas alterações.

Por fim, deve-se levar em consideração, em trabalhos futuros, as análises

linearizadas utilizando o software PacDyn, a fim de se obter o ajuste otimizado para a

definição dos valores dos parâmetros dos reguladores. E os estudos de transitórios

eletromagnéticos, para os estudos de energização de linhas, transformadores dentre

outros equipamentos, para definir os limites de tensão suportados.

104

6. Referências

[1] Relatório 01/97 - Filosofia de Recomposição do Sistema Sul/Sudeste/Centro-

Oeste”, GCOI, 09/10/1997.

[2] ONS_RE3_107_2011_Usinas de Auto Restabelecimento para Recomposição do

SIN_Final.

[3] GUARINI A. P., GOMES P., MUNIZ M. P., SILVA R. L. B., AQUINO A. F. C.,

OLIVEIRA A. M. S., A Evolução do Processo de Recomposição do Sistema

Interligado Nacional, XIII SEPOPE, Foz do Iguaçu (PR), Brasil, 2014.

[4] Procedimentos de Rede – Módulo 23 – Submódulo 23.3 – Critérios para Estudos

Elétricos.

[5] GUARINI A. P., SOUZA L. M., HENRIQUES R. M., FILHO J. A. P., ALVES F. R. M,

“ESTUDOS AUTOMATIZADOS DE RECOMPOSIÇÃO DO SISTEMA INTERLIGADO

NACIONAL UTILIZANDO NOVAS FACILIDADES COMPUTACIONAIS NO

PROGRAMA ANAREDE”, XIX SNPTEE, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, 2007.

[6] CHAPMAN, S. J., Fundamentos de Máquinas Elétricas, 5 ed, New York,

McGraw-Hill, 2013.

[7] TARANTO, G. N., Dinâmica e Controle de Sistemas de Potência, UFRJ, Rio de

Janeiro, 2010.

[8] GUIMARÃES, G. C., Dinâmica de Sistemas Elétricos, UFU, 2008.

[9] KUNDUR, P., Power System Stabilitiy and Control, McGraw-Hill, EPRI, Power

System Enginering Series New York, 1994.

[10] X. Vieira Filho, Operação de Sistemas de Potência com Controle Automático

de Geração, Editora Campus, 1984.

[11] http://www.fozdochapeco.com.br/index.html, visualizado em 05/11/2014

[12] http://www.tractebelenergia.com.br/wps/portal/internet/parque-gerador/usinas-

hidreletricas/uhe-passo-fundo, visualizado em 05/11/2014

[13] http://www.ceran.com.br/session/viewPage/pageId/60/language/pt_BR/,

visualizado em 05/11/2014

[14] UHE Foz do Chapecó, Ensaio de Comissionamento, 2010

[15] http://pt.wikipedia.org/wiki/Comissionamento, visualizado em 26/11/2014 as 15:13

105

[16] STEPHAN, R. M., Acionamentos, Comandos e Controle de Máquinas

Elétricas, Editora Ciência Moderna, Rio de Janeiro, 2013.

[17] ONS RE-3-138/2013, Estudo para avaliação dos Procedimentos de

Recomposição Fluente da Área Foz do Chapecó, Rio de Janeiro, 2013.

106

7. Apêndices

Tabela Apêndice 1 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo

N° Nome da barra Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7 Caso 8 Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12

1070 FChapeco-1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1071 FChapeco-230 0,9737 0,9814 0,9814 0,9758 0,9671 0,9756 0,9643 0,9641 0,9635 0,9697 0,9687 0,9655

1213 Guarita--230 - 0,9859 0,9859 0,9712 0,9492 0,9680 0,9453 0,9439 0,9410 0,9543 0,9515 0,9439

1214 Guarita---69 - - 0,9859 0,9568 0,9318 0,9510 0,9278 0,9264 0,9234 0,9370 0,9342 0,9263

1041 PFundo---230 - - - - - 0,9744 0,9398 0,9363 0,9297 0,9514 0,9466 0,9341

917 PFundo---1GR - - - - - - 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000

1042 PFundo---138 - - - - - - - 0,9344 0,9271 0,9486 0,9438 0,9313

2069 Erexim---138 - - - - - - - - 0,9077 0,9289 0,9239 0,9110

1228 NPrata2--230 - - - - - - - - - 0,9828 0,9666 0,9263

1226 NPrata2---69 - - - - - - - - - 0,9828 0,9566 0,9097

963 MClaro---230 - - - - - - - - - - - -

1159 MClaro---1GR - - - - - - - - - - - -

1166 CAlves---1GR - - - - - - - - - - - -

1168 14Julho--1GR - - - - - - - - - - - -

962 Farroupi-230 - - - - - - - - - - - -

1281 StaMarta-230 - - - - - - - - - - - -

1283 StaRosa--230 - - - - - - - - - - - -

1282 StaRosa---69 - - - - - - - - - - - -

1046 SAngelo--230 - - - - - - - - - - - -

1069 Xanxere--230 - - - - - - - - - - - -

107

Tabela Apêndice 2 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó sem a UHE Passo Fundo

N° Nome da barra Caso 13 Caso 14 Caso 15 Caso 16 Caso 17 Caso 18 Caso 19 Caso 20 Caso 21 Caso 22 Caso 23

1070 FChapeco-1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1071 FChapeco-230 0,9727 0,9715 0,9734 0,9729 0,9725 0,9726 0,9750 0,9777 0,9733 0,9763 0,9857

1213 Guarita--230 0,9594 0,9576 0,9619 0,9613 0,9610 0,9613 0,9664 0,9713 0,9611 0,9674 0,9741

1214 Guarita---69 0,9422 0,9404 0,9447 0,9441 0,9438 0,9442 0,9494 0,9543 0,9439 0,9504 0,9572

1041 PFundo---230 0,9595 0,9565 0,9635 0,9629 0,9629 0,9635 0,9718 0,9732 0,9690 0,9716 0,9743

917 PFundo---1GR 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000 0,9000

1042 PFundo---138 0,9965 0,9815 0,9816 0,9796 0,9793 0,9807 0,9827 0,9831 0,9821 0,9827 0,9834

2069 Erexim---138 0,9568 0,9538 0,9608 0,9602 0,9602 0,9608 0,9691 0,9705 0,9663 0,9690 0,9717

1228 NPrata2--230 0,9374 0,9343 0,9414 0,9408 0,9408 0,9414 0,9501 0,9515 0,9472 0,9499 0,9527

1226 NPrata2---69 0,9537 0,9505 0,9795 0,9775 0,9773 0,9786 0,9815 0,9820 0,9805 0,9815 0,9824

963 MClaro---230 0,9377 0,9344 0,9640 0,9620 0,9617 0,9630 0,9660 0,9665 0,9650 0,9660 0,9669

1159 MClaro---1GR - 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1166 CAlves---1GR - - - 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1168 14Julho--1GR - - - - 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

962 Farroupi-230 - - - - - 0,9815 0,9835 0,9839 0,9829 0,9835 0,9841

1281 StaMarta-230 - - - - - - 0,9799 0,9805 0,9763 0,9790 0,9817

1283 StaRosa--230 - - - - - - - 0,9708 0,9488 0,9630 0,9697

1282 StaRosa---69 - - - - - - - 0,9618 0,9374 0,9519 0,9587

1046 SAngelo--230 - - - - - - - - - 0,9651 0,9717

1069 Xanxere--230 - - - - - - - - - - 0,9907

108

Tabela Apêndice 3 - Geração das usinas na análise de regime permanente sem a UHE Passo Fundo

Nº Nome da barra

Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7 Caso 8

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 0 0 0,0285 -12,4 0,0119 -12,39 23,095 -3,172 53,746 11,658 53,311 -2,075 63,617 4,3999 88,466 15,979

917 PFundo---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1159 MClaro---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1166 CAlves---3GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1168 14Julho--2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nº Nome da barra

Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12 Caso 13 Caso 14 Caso 15 Caso 16

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 89,075 -21,66 99,431 -12,69 120,88 11,704 121,39 3,8653 99,398 -1,75 88,898 -2,685 78,537 -3,304 78,839 -24,86

917 PFundo---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1159 MClaro---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 20 -5,804 20 -5,05 20 -5,324 20 -12,37

1166 CAlves---3GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 -4,401 10 -4,627 10 -10,45

1168 14Julho--2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 -4,601 10 -9,864

Nº Nome da barra

Caso 17 Caso 18 Caso 19 Caso 20 Caso 21 Caso 22 Caso 23

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 77,919 -12,92 78,576 -13,37 78,667 -20,91 94,26 -24,71 115,01 -14,34 115 -20,25 114,92 -37,87

917 PFundo---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1159 MClaro---2GR 20 -15,93 20 -17,9 20 -22,2 20 -22,97 20 -20,74 20 -22,15 20 -23,77

1166 CAlves---3GR 10 -13,39 10 -15,02 10 -18,57 10 -19,2 10 -17,36 10 -18,53 10 -19,86

1168 14Julho--2GR 10 -12,53 10 -14,01 10 -17,23 10 -17,81 10 -16,14 10 -17,19 10 -18,4

109

Tabela Apêndice 4 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó com a UHE Passo Fundo

Nº Nome da barra Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7 Caso 8 Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12

1070 FChapeco-1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1071 FChapeco-230 0,9737 0,9814 0,9814 0,9758 0,9671 0,9756 0,9718 0,9654 0,9887 0,9835 0,9694 0,9743

1213 Guarita--230 - 0,9859 0,9859 0,9712 0,9492 0,9680 0,9592 0,9441 0,9945 0,9830 0,9520 0,9626

1214 Guarita---69 - - 0,9859 0,9568 0,9318 0,9510 0,9420 0,9265 0,9780 0,9663 0,9347 0,9454

1041 PFundo---230 - - - - - 0,9744 0,9596 0,9343 1,0168 0,9981 0,9486 0,9658

1042 PFundo---138 - - - - - - 0,9578 0,9317 1,0144 0,9956 0,9458 0,9632

2069 Erexim---138 - - - - - - - 0,9123 0,9967 0,9773 0,9260 0,9439

1228 NPrata2--230 - - - - - - - - 1,0505 1,0203 0,9421 0,9721

1226 NPrata2---69 - - - - - - - - 1,0505 1,0109 0,9260 0,9565

963 MClaro---230 - - - - - - - - - - - 0,9730

1159 MClaro---1GR - - - - - - - - - - - -

1166 CAlves---1GR - - - - - - - - - - - -

1168 14Julho--1GR - - - - - - - - - - - -

962 Farroupi-230 - - - - - - - - - - - -

1281 StaMarta-230 - - - - - - - - - - - -

1283 StaRosa--230 - - - - - - - - - - - -

1282 StaRosa---69 - - - - - - - - - - - -

1046 SAngelo--230 - - - - - - - - - - - -

1069 Xanxere--230 - - - - - - - - - - - -

917 PFundo---1GR - - -

110

Tabela Apêndice 5 - Perfil de tensão da Área Foz do Chapecó com a UHE Passo Fundo

Nº Nome da barra Caso 13 Caso 14 Caso 15 Caso 16 Caso 17 Caso 18 Caso 19 Caso 20 Caso 21 Caso 22 Caso 23

1070 FChapeco-1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1071 FChapeco-230 0,9768 0,9770 0,9770 0,9903 0,9829 0,9832 0,9879 0,9907 0,9852 0,9888 0,9997

1213 Guarita--230 0,9683 0,9691 0,9696 0,9985 0,9825 0,9831 0,9932 0,9988 0,9863 0,9942 1,0033

1214 Guarita---69 0,9513 0,9521 0,9526 0,9821 0,9658 0,9664 0,9767 0,9824 0,9697 0,9777 0,9870

1041 PFundo---230 0,9741 0,9752 0,9761 1,0234 0,9972 0,9982 1,0148 1,0176 1,0095 1,0146 1,0205

1042 PFundo---138 0,9715 0,9726 0,9735 1,0210 0,9947 0,9957 1,0123 1,0151 1,0070 1,0122 1,0181

2069 Erexim---138 0,9525 0,9536 0,9546 1,0035 0,9764 0,9774 0,9945 0,9974 0,9890 0,9943 1,0004

1228 NPrata2--230 0,9784 0,9780 0,9782 0,9903 0,9894 0,9910 0,9966 0,9976 0,9947 0,9965 0,9986

1226 NPrata2---69 0,9629 0,9624 0,9627 0,9749 0,9740 0,9756 0,9814 0,9824 0,9795 0,9813 0,9834

963 MClaro---230 0,9787 0,9781 0,9783 0,9845 0,9876 0,9893 0,9931 0,9937 0,9918 0,9930 0,9944

1159 MClaro---1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1166 CAlves---1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

1168 14Julho--1GR 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500 0,9500

962 Farroupi-230 - - - - - 0,9902 0,9938 0,9945 0,9926 0,9938 0,9952

1281 StaMarta-230 - - - - - - 1,0231 1,0253 1,0171 1,0223 1,0282

1283 StaRosa--230 - - - - - - - 0,9985 0,9748 0,9905 0,9999

1282 StaRosa---69 - - - - - - - 0,9895 0,9638 0,9797 0,9892

1046 SAngelo--230 - - - - - - - - - 0,9924 1,0018

1069 Xanxere--230 - - - - - - - - - - 1,0049

917 PFundo---1GR

111

Tabela Apêndice 6 - Geração das usinas na análise de regime permanente com a UHE Passo Fundo

Nº Nome da barra

Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7 Caso 8

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 0 0 0,03 -12,4 0,01 -12,39 23,09 -3,17 53,75 11,66 53,31 -2,08 33,38 15,56 43,85 16,2

917 PFundo---1GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 -16,23 20 -12,87

1159 MClaro---1GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1166 CAlves---1GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1168 14Julho--1GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nº Nome da barra

Caso 9 Caso 10 Caso 11 Caso 12 Caso 13 Caso 14 Caso 15 Caso 16

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 67,75 17,98 68,23 8,06 78,54 10,19 99,76 16,55 99,79 4,94 79,14 5,64 78,28 2,47 68,27 2,81

917 PFundo---2GR 20 -6,65 20 -27,28 20 -22,7 20 -10,85 20 -35,03 20 -32,17 20 -38,75 20 -38,19

1159 MClaro---2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 -8,98 20 -9,1 20 -6,76

1166 CAlves---3GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 -5,81

1168 14Julho--2GR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nº Nome da barra

Caso 17 Caso 18 Caso 19 Caso 20 Caso 21 Caso 22 Caso 23

GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO GERAÇÃO

[MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]

1070 FChapeco-1GR 58,06 3,12 58,09 2,87 57,89 -0,94 73,35 -4,61 94,08 3,48 94,03 -1,29 94 -16,58

917 PFundo---2GR 20 -38,22 20 -38,75 20 -46,69 20 -48,01 20 -44,04 20 -46,52 20 -49,12

1159 MClaro---2GR 20 -6,48 20 -8,11 20 -10,4 20 -10,78 20 -9,64 20 -10,35 20 -11,1

1166 CAlves---3GR 10 -5,59 10 -6,93 10 -8,82 10 -9,14 10 -8,19 10 -8,78 10 -9,4

1168 14Julho--2GR 10 -5,46 10 -6,67 10 -8,39 10 -8,68 10 -7,82 10 -8,36 10 -8,92