Akademicos 47

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Novas regras atrasam bolsas A crise também bateu à porta dos estudantes 04 e 05 Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1376, de 25 de Novembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente. A k adémicos DR Daniel Sampaio Escritor e médico Os políticos não se interessam pelos jovens, servem-se deles 06 e 07

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Edicao N.º 47

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Novas regras atrasam bolsasA crise também bateu à porta dos estudantes

04 e 05

Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1376,de 25 de Novembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente.

Akadémicos

DR

Daniel SampaioEscritor e médico

“Os políticos não se interessam pelos jovens, servem-se deles”

06 e 07

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MÚSICA

2 de DezembroTeatro José Lúcio da Silva, LeiriaMoonspell apresentam “Sombra”Este espectáculo irá dar a conhecer a faceta acústica da banda esperando-se momentos inesperados e surpreendentes, como por exemplo a apresentação da versão acústica de um tema dos Madredeus. Mais do que uma proposta para os fãs da ban-da e curiosos do estilo, este espectáculo destina-se também a um público aberto a novas sonoridades e abordagens.

ARTESANATO26 de Novembroa 5 de DezembroMarinha Grande A FAG 2010 – XXI Feira Nacional de Artesanato e Gastronomia da Mari-nha Grande decorre de 26 de Novem-bro a 5 de Dezembro, no Parque Muni-cipal de Exposições da Marina Grande. Esta iniciativa apresenta o trabalho de mais de 70 artesãos, 20 produtos re-gionais e cinco restaurantes.

EXPOSIÇÃODe 27 de Novembro a 30 de AbrilCasa-Museu/Centro Cultural João SoaresGrafi tos MedievaisA exposição “Gra! tos Medievais do Mosteiro da Batalha” fala de um assunto até hoje ignorado: o gesti-cular anónimo de quem esteve no Mosteiro durante a sua construção. Escultores, pedreiros, carpinteiros, arquitectos, monges ! xaram nas paredes uma linguagem paralela, não a dos alicerces, das abóbadas e de um imaginário que iriam legar à posteridade, mas as dúvidas, as con-versas, as ironias, as crenças, de um quotidiano forjado numa das épocas mais criativas do viver português.

TEATRO30 de NovembroTeatro Miguel Franco (Leiria)Inserido no 15.º ACASO – Festival de Teatro, apresenta-se a peça de teatro “Estilhaços”. A peça abordará a temática da violência doméstica/familiar que “atinge fundamental-mente crianças, adolescentes, mulheres e idosos, a qual constitui uma violação dos direitos humanos e das liber-dades fundamentais e uma ofensa à dignidade humana, limitando o reconhecimento e exercício de tais direitos e liberdades”, refere a organização.

02 JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

Uma agenda do mês

Director:José Ribeiro [email protected]

Director Adjunto:João Nazá[email protected]

Coordenador PedagógicoPaulo [email protected]

Apoio à EdiçãoAlexandre [email protected]

Secretariado de RedacçãoDaniel Sousa e Filipa Araújo

Redacção e colaboradoresAna Filipa Ribeiro, Ana Neves, Anne Abreu, Bárbara Cascão, Bárbara Jorge, Cristiana Teixeira, Daniela Santos, David Agostinho, Diana Coutinho, Duarte Santos, Fernando Santos, Filipa Araújo, Filipa Moderno, Gonçalo Dourado, Iva Costa, Jessica Santos, João Pedro Magalhães, Juliana Batista, Kayla Alves, Mariana Rodrigues, Pedro Miguel, Ricardo Rampazzo, Rita Sampaio, Sofi a Filipe e Tiago Pedro

Departamento Gráfi coJorlis - Edições e Publicações, LdaIsilda [email protected]

MaquetizaçãoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–[email protected]

Presidente do Instituto Politécnico de LeiriaNuno [email protected]

Director da ESECSLuís Filipe [email protected]

Directora do Curso de Comunicação Sociale Educação MultimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

Vai lá, vai...

!

A sociedade portuguesa tem mudado muito ao longo das últimas décadas e novas exigências se colocam às instituições: escola e família. Daniel Sampaio tem-nos oferecido inúmeras refl exões sobre o papel da família, sobre a escola e sobre a infância. No seu livro a “Razão dos Avós”, o autor centra-se no papel dos avós no quotidiano familiar, sustentando que a razão está do seu lado porque, como historiadores da família, garantem a autonomia e a diferenciação dos mais novos. No entanto, neste último livro “Memórias de Futuro”, o mesmo autor alerta-nos para a necessidade de discutir a escola e a importância que esta tem na educação das nossas crianças e dos nossos jovens. As diversas mudanças populacionais verifi cadas em Portu-gal, nomeadamente o movimento de migração do interior do país para o litoral fez com que os meios rurais se despovoas-sem e as populações se concentrassem nas grandes cidades. Em consequência, muitas famílias perderam o apoio dos avós que, ao não acompanharem os mais jovens neste movimento, deixaram de ter uma participação tão activa na educação das crianças sendo necessário criar novos mecanismos de apoio às famílias, nomeadamente o investimento no alargamento da rede de Educação Pré-escolar pública. É neste quadro que importa referir a importância que o desenvolvimento da educação de infância tem tido na socie-dade portuguesa actual depois de um largo período em que foi desvalorizada e de algum modo esquecida pelos nossos governantes. A importância desta etapa educativa, depois da restauração de democracia em 1974, tardou a ser reconhecida

pelos sucessivos governos que mais uma vez a descuraram por completo na reforma educativa dos anos 80 quando as taxas de cobertura da educação pré-escolar (dos três aos cinco anos de idade) rondavam os 36%. A título de curiosidade, nessa altura, as taxas dos países do norte da Europa situavam-se entre os 60 e os 80%. É em meados da década de 90 que a educação de infância assume um papel de relevo com a publicação da Lei-Quadro da Educação Pré-escolar estabelecendo como princípio geral que “a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complemen-tar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”. Hoje a educação de infância ocupa um lugar de destaque na educação portuguesa, expandiu-se e a taxa de cobertura nacional é muito mais abrangente. Nos últimos anos têm havido conquistas de grande relevo com a inclusão e desenvolvimento das Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar, com a promoção de espaços de debate e refl exão sobre a infância e com introdução de novos modelos de ensino e aprendizagem nos nossos jardins-de-infância, tendo a criança como sujeito do processo educativo.

Abertura

DRDR

DR

Miguel OliveiraDocente ESECS/IPL

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04 JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

Está a dar

A austeridade faz-se sentir em todas as áreas, e o ensino não escapa às novas medidas. Muitos são os alunos do ensi-no superior que vêem o seu curso “por um canudo”. Com a falta de fundos dos pais e as di! culdades do dia-a-dia, as novas medidas de atribuição de bolsa vêm di! cultar ainda o suporte das despesas como propinas, alimentação, aloja-mento ou fotocópias, comuns a qualquer estudante. Com a alteração do regulamento para atribuição de bolsas de estudo e a demora na imple-mentação das Normas Técni-cas Nacionais, os Serviços de Acção Social viram-se inca-pazes de proceder à atribui-ção de bolsas e ao pagamento das mesmas em tempo útil.

As mudançasO administrador dos Ser-

viços de Acção Social do Ins-tituto Politécnico de Leiria (IPL), Miguel Jerónimo, re-conhece alguns atrasos mas remete a responsabilidade para a administração central que demorou a passar os no-vos procedimentos, com uma

“informação tardia e por ve-zes pouco esclarecedora”.

No entanto, apesar dis-so, Miguel Jerónimo elogia o novo modelo, porque os pro-cessos de candidatura foram simpli! cados, existe uma contratualização que “asse-gura condições estáveis de apoio social durante todo o ciclo de estudos onde os es-tudantes se inscrevem” e o apoio passa a ser linear, em proporção “ao rendimento per capita do agregado fami-liar”.

No entanto, o valor a re-ceber, em muitos casos, será menor e alguns dos alunos poderão deixar de receber bolsas já que vai deixar de existir um complemento para alunos não deslocados. Por outro lado, os alunos, na candidatura, têm de apresen-tar informações bancárias e podem ser excluídos se tive-rem dinheiro no banco e pa-trimónio com valor superior a cem mil euros.

As bolsas passam agora a variar entre um mínimo de 978 euros por ano e um máximo de 6855.96 euros.

Os estudantes para poderem bene! ciar de bolsa têm que estar inscritos a pelo menos 30 ECTS e os prazos de candi-datura são a partir de agora ! xados pela Direção-Geral do Ensino Superior. Para os es-tudantes das ilhas que estu-dem no continente e ao con-trário, surge um complemen-to anual de transporte. No caso de apoio aos estudantes que bene! ciem de estatuto trabalhador-estudante ou mudança de curso, podem concluir o curso de três ou menos anos num período não superior a mais dois anos e ou mais três anos se o cur-so for superior a três anos.

Os Serviços de Acção Socialdo IPL

No ano lectivo de 2009/2010, o IPL gastou em bolsas de estudo sete milhões de euros, distribuídos por 3359 alunos. Desses alunos, 877 receberam uma bolsa de valor superior a 295.80" e 21 deles receberam bolsa máxi-ma estando no 1º escalão. Como este ano, as regras mu-daram, até agora, foram atri-

buídas 1658 bolsas (2 presta-ções). Para Miguel Jerónimo, os alunos “tendem a ser mais responsabilizados pelo pro-cesso e têm que se empenhar mais nos estudos para pode-rem bene! ciar de bolsa”, pois para terem renovação da bol-sa, o aproveitamento escolar mínimo é de 50% dos crédi-tos em que se inscreveram no ano lectivo anterior (30 ECTS anuais).

Para este ano, Miguel Jerónimo diz que a decisão ! nal sobre a renovação de uma bolsa de estudo anual será comunicada ao estudan-te num “prazo máximo de 60 dias úteis, excepcionalmente este ano, a contar do dia 20 de Outubro, data em que as normas técnicas nacionais entraram em vigor”.

Já no que respeita às novas candidaturas “a decisão do re-querimento deve ser comunica-da ao estudante interessado no prazo máximo de 30 dias úteis após a aceitação de todos os da-dos considerados necessários à análise do respectivo processo, após a respectiva matrícula”, explicou o administrador.

As novas regras das bolsas surpreenderam alunos e atrasaram os

apoios aos caloiros.O IPL remete a

responsabilidade para a lei que chegou

atrasada à bolsa de quem precisa

Nova legislação difi culta a vida dos estudantes

Pobres bolsas de estudo

TEXTO: ANA FILIPA RIBEIROFOTOS: FILIPA ARAÚJO E DUARTE SANTOS

TIAGO PEDRO

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03JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

Está a dar

TEXTO: ANA NEVES, BÁRBARA JORGE E FERNANDO SANTOS

No passado dia 20 de Outubro, realizou-se a ! nal do concurso Band Over na discoteca Beat Club. O festival de música Band Over chegou ao ! m, depois de semanas de selecção. A ! nal de-correu a 20 de Outubro, na dis-coteca Beat Club, e os grandes vencedores foram os Kafka Dog, uma banda que homenageia o ! lósofo Franz Kafka. Para Rui Gaspar a vitória no concurso constitui um “abrir de portas” para os Kafka Dog. “O ano passado estivemos na Recepção ao Caloiro e gostámos de tocar naque-le palco”, mas o concurso foi tam-bém uma “uma óptima oportuni-dade tocar no Beat Club”. Agora, a meta é actuar no festival Paredes de Coura e ainda criar mais mú-sicas originais. “Neste momento temos três, mas pretendemos fazer mais algumas, tornando-nos as-sim uma banda de originais e dei-xando os covers”, explicou.

O Band Over tem vindo a a! r-mar-se como uma solução para a ascensão das bandas amadoras ao grande público. Associado ao conceito “da tua garagem para o palco”, o objectivo visa dar a co-nhecer os trabalhos originais de novas bandas até aqui limitadas a espaços particulares, possibi-litando o reconhecimento por novos públicos. Inicialmente or-ganizado por alunos da então Es-cola Superior de Educação de Lei-ria (actual ESECS), a edição deste ano juntou as restantes associa-ções de estudantes do Politécnico numa parceria com a discoteca Beat Club. Este ano concorreram 27 bandas, que foram sujeitas à ava-liação de um júri composto por Teixeira de Matos (promotor da semana da Recepção ao Caloi-ro), So! a Rino (promotora cul-tural), Miguel Chagas (assessor de imprensa do Governo Civil) e

o músico Nuno Rancho, que se regeu pelos critérios da musica-lidade, composição e instrumen-tal. Além dos Kafka Dog, foram selecionados para a audição ! nal os Smooth Voltage (Alcobaça), os Super Clarks (Lisboa), os Endless Discry (Leiria) e os The Legacy (Leiria), que ocuparam os restan-tes lugares da classi! cação. Cada banda teve entre 15 a 20 minu-tos para actuar e o público pôde ainda contar com a participação especial da banda TiMaria. Apesar da a" uência das ban-das inscritas ter ultrapassado as expectativas, a organização lamenta a fraca adesão dos estu-dantes ao evento. Até porque, ao ! m e ao cabo, a iniciativa foi orga-nizada pelas associações de estu-dantes e diferencia-se dos eventos académicos tradicionais. No en-tanto, os organizadores conside-ram que este é um projecto com bases para continuar.

Concurso Band Over

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Konsumo ObrigatórioTEXTO: ANNE ABREU E IVA COSTAFOTOS: GONÇALO DOURADO

Situado no Centro Comercial D. Dinis e com uma vista privilegiada sobre a cidade, o Sétimo, que conta com pouco mais de um ano de exis-tência, é um espaço totalmente diferente àque-le a que estamos habituados.

Sem segredo nenhum quanto ao seu nome, até porque se situa no sétimo piso do shopping, trata-se de um “bar dançante” que abre as por-tas de quinta a sábado (brevemente também à quarta) com um modesto consumo mínimo de 4#, sem diferença entre géneros.

O bar oferece aos seus clientes uma variada discogra! a musical que vai desde o house até ao jazz. Quem entra nesta casa também pode ! car a conhecer alguns dos melhores gins do mundo inteiro, bem como algumas das melhores vo-dkas. “Temos uma gama de bebidas que não há por aí”, reconhece o proprietário, José Manuel, mais conhecido por Zé Manel.

O Sétimo não possui um programa exclusi-vo para estudantes e isso faz com que quem o conheça ! que rendido à decoração elegante e à vista para o castelo. Apesar de se encontrar aberto a todo o tipo de público há dias em que este acaba por ser mais especí! co. “A casa em si acaba por seleccionar as pessoas”, explica.

Para quem procura um espaço diferente, ar-rojado, com uma decoração elegante e luxuosa com vista para a cidade, o Sétimo torna-se Kon-sumo Obrigatório para um serão entre amigos.

O espaço não recorre a qualquer tipo de pu-blicidade, utilizando apenas redes sociais como o Facebook, com diversas actualizações e infor-mações sobre o estabelecimento. “Os espaços são todos iguais, a essência e a alma da casa é que são diferentes”, resume o proprietário.

SétimoLounge Disco

Todos os anos, são muitos os estudantes que chegam a Lei-ria vindos de todos os pontos do país. A adaptação a uma nova cidade pode tornar-se difícil para aqueles que a desconhecem, e a escola deve ter um papel fun-damental na integração destes novos habitantes. Muitas são as vezes em que estes não sabem o que a nova cidade tem para lhes oferecer, e por isso aqui ! cam al-gumas sugestões para dar o pri-meiro passo nesta experiencia leiriense. Cada cidade tem a sua marca própria. Aquela essência que ca-tiva ou afasta os novos residen-tes. E Leiria não foge à regra. Sob o olhar atento do castelo, a baixa da cidade é um ponto de encon-tro de pessoas e serviços, onde a variedade é insubstituível. Desde lojas, supermercados e outros pontos de comércio, é nesta zona que se pode observar maior mo-

vimento por parte dos alunos. É também aqui que se encontra a Estação Rodoviária de Leiria, essencial para grande parte dos estudantes do IPL. Uma vez sozinhos numa nova casa, as compras passam a ser tarefa semanal para aqueles que chegam. Num pequeno inquéri-to realizado aos alunos do 2º e 3º ano da ESECS e da ESTG, o Conti-nente e o Pingo Doce acabam por ser as referências preferidas. Mis-ter Pizza, café Liceu ou 32 são nomes que farão parte da vida de todos os estudantes da cidade. As pizzas variadíssimas ou as fa-mosas “sandes à 32” são especia-lidades obrigatórias, disponíveis para a bolsa de qualquer um. No que respeita a outro tipo de actividades, como o serviço de fotocópias ou recolha de in-formação académica, as escolas exercem um papel fulcral nes-te sentido. São a preferência de

90% dos alunos inquiridos. Leiria é sem dúvida uma cida-de preparada para receber alu-nos todos os anos. Desde infra--estruturas comerciais, a locais de lazer, existe de tudo um pouco permitindo aos estudantes senti-rem-se sempre em casa. Em qualquer cidade, a ac-tividade nocturna é um mar-co importante na vida de um estudante. São nesses estabe-lecimentos que se gera maior convívio entre os alunos, e por isso é importante dar destaque a espaços como as discotecas Beat, Suite ou Alibi. Antes disso, a entrada na noite inclui a visi-ta ao Terreiro e a passagem por bares tipicamente frequentados por estudantes como o Anubis e o Gato Preto que oferecem músi-ca comercial para todos gostos e muitas promoções nas bebidas. Feitas as apresentações…bem vindos a Leiria.

FILIPA ARAÚJO

Bem-Vindos a Leiria

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05JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

Está a dar

Nem todos sabem…A apressada aplicação da nova

lei referente às bolsas surpreen-deu a comunidade escolar e pou-cos sabem das novas regras, sejam alunos, sejam pais. Maria, mãe viúva desempregada com 4 ! lhos, tem uma ! lha caloira no IPL, mas pouco sabe do assunto nem a que portas deve bater. “A minha maior di! culdade e preocupação é manter a subsistência da minha ! lha enquanto não recebe a bolsa de estudo”, explica. Já quanto ao alojamento, só tem elogios, graças à “atenção imediata” das funcio-nárias dos SAS que resolveram o problema. Mas falta ainda muita informação: “Nas vezes que liguei para os serviços as funcionárias não sabiam concretamente o que ia ser de! nido, embora todas as vezes que o ! z tenha sido atendida cordialmente”.

Já Margarida, aluna do IPL, a vida estudantil está cada mais di-fícil de enfrentar, devido aos cons-trangimentos económicos. “As minhas maiores di! culdades são a alimentação, bens essenciais, material escolar, deslocações e ter que pedir dinheiro a minha mãe sabendo que é um esforço e que o dinheiro tem que “esticar” até ao ! m do mês”, diz. Como ela existem outros que estão na mesma situação complicada e há casos de alunos que acabam por desistir de estudar por não terem dinheiro para suportar o custo de vida. Margarida insiste que devem “existir bolsas provisórias mais cedo, mesmo que fosse a bol-sa mínima para os alunos com

mais di! culdades” porque os alu-nos estão “aqui muito tempo sem ajudas” de qualquer espécie. “Nós temos consciência que a culpa não é propriamente dos SAS, mas como há tantas campanhas para incentivar os alunos a estudar também deveria existir apoios de igual modo”, a! rma.

Na repogra! a da Escola Supe-rior de Educação e Ciências Sociais o número de cópias de manuais tem-se mantido estável, atingindo uma média de 80 livros por mês. Um sinal da falta de dinheiro e, em muitos casos, das mudanças de professores que obrigam a rever a bibliogra! a de cada disciplina.

Ana Ribeiro, caloira do IPL, a! rma que está a gastar as pou-panças que amealhou nos últimos meses. “Se não tivesse trabalhado todo o Verão, não me seria possí-vel aguentar aqui e possivelmente nem sequer tinha vindo, pois os meus pais não têm possibilidades de me ajudar e os SAS demoram demasiado tempo a atribuir bol-sas”, diz. Uma ajuda já garantida é o quarto na residência. “Moro a 111 quilómetros e somos uma família de cinco pessoas com um bebé a caminho de uma gravidez de risco, acha que não é su! cien-te?” – desabafa.

Vinda de Mira de Aire, Ana Vieira é outro exemplo de uma aluna que luta contra a burocra-cia das bolsas. Um dos truques é poupar nas refeições, mesmo nas cantinas, até porque, com a ajuda dos pais, sai mais barato comer em casa. “Acho que é mais econó-mico comer na residência, uma

vez que trago comida de casa e não é necessário estar a gastar di-nheiro na cantina. Contudo, não menosprezo o comer de lá porque também é económico e porque compensa o custo pela quantida-de/qualidade da comida que ser-vem”, diz Ana Vieira.

Ana Ribeiro diz o mesmo: “pre-! ro comprar comida e fazer em casa porque me sai mais barato, às vezes até divido com a minha colega de quarto e consigo pou-par mais”. Outra solução é “comer na cantina porque os preços são acessíveis”, diz.

Quase meio milhão de refeições servidas

As cantinas no IPL são uma boa opção para os alunos. E os números assim o confir-mam. Em 2009, foram servidas 428.852 refeições nas cinco cantinas do IPL, segundo da-dos recolhidos pelo Akadémicos. Numa análise comparativa nos último seis anos, os serviços de refeições do IPL, a que se so-mam as refeições servidas nos bares das escolas superiores, é evidente que o número de clien-tes tem aumentado.

Das 365 mil refeições servi-das em 2003, os bares e as can-tinas do Politécnico passaram a servir quase meio milhão, 428 mil refeições em cantinas e 70 mil serviços semelhantes nos bares. Em 2010, os valores são semelhantes, embora se note um acréscimo ligeiro, de acordo com os dados provisórios referentes à cantina do Campus 1.

The Blind Side

Há quarenta anos a assar castanhas no centro de Leiria, Maria de Jesus é uma ! gura conhecida por todos os leirienses, pelo menos nestes meses em que são muitos os que a procu-ram para comprar este fruto de Outono. “Sou respeitada por toda a gente”, revela.

Rendidos à sua humildade e simpatia, são alguns dez os seus clientes habituais, mas exis-tem muitos outros que a procuram com menor regularidade.

O modo de confecção das castanhas é um dos segredos do seu sucesso. Sejam as chamas, o carvão ou o tacho, existe qualquer coisa que faz a diferença, algo que conquista os clientes, fazendo com que as pessoas visitem a senhora das castanhas. “Dizem-me que tentam fazer em casa mas que nunca saem iguais às mi-nhas”, aponta.

Sempre com o intuito de servir bem os seus clientes, Maria de Jesus explica que “as casta-nhas são escolhidas uma a uma” e, por isso mesmo, “quem compra uma dúzia de casta-nhas, come as 12”, a! rma. Quem a visita, pode comprar um cartucho com uma dúzia de casta-nhas por 2 euros.

“Eu gosto e os clientes gostam que eu aqui esteja”, justi! ca Maria de Jesus. De terça a do-mingo, de Outubro a Março, e após tantos anos de trabalho, o gosto pela pro! ssão que abraçou continua a falar mais alto.

Com a recente abertura do LeiriaShopping esvaziaram-se um pouco as ruas da cidade de Leiria. Também Maria de Jesus nota isso e la-menta que, de facto, a cidade está mais vazia. “Antes de abrir o shopping isto estava cheio e agora é o que se vê”, a! rma. A senhora das castanhas diz que as pessoas não passam tan-tas vezes por onde vende. Apesar disso, a! rma que não notou quebra nas vendas, pois “há sempre quem vá passear e passe nas casta-nhas”, esclarece.

Desistir? Maria de Jesus reconhece que já pensou nisso, muito por culpa do cansaço e das muitas horas que passa em pé. No entanto, “os clientes pedem-me para não desistir e para ! -car, porque senão acabam-se as castanhas as-sadas”, a! rma. Maria de Jesus acrescenta que a sua motivação surge dessa amizade e carinho que recebe dos clientes que lhe dá força para continuar.

TAKTomografia Axial Komputorizada

TEXTO: TIAGO FIGUEIREDO E FILIPA ARAÚJOFOTO: PEDRO MIGUEL

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“Vejo o futuro dos meusnetos com muita preocupação”

Qual é o feedback que tem recebido acerca deste livro?

Este livro saiu há muito pouco tempo, tenho ainda pouco feedback, é um livro mui-to recente. Apesar de retratar a história de um avô, eu queria explicar que não é somente um livro só sobre avós, que não é. Começa com a história de um avô, mas depois é um recuo no tempo, até chegar ao momento em que o protagonista tinha 20 anos. Interessa-me que as pes-soas discutam o papel dos avós, como abordei no meu livro an-terior (A razão dos Avós), mas também gostaria muito que discutissem a escola e a ques-tão do casamento. Há um capí-tulo sobre a escola, particular-mente sobre a organização da mesma, e outro capítulo sobre a crise do casamento, porque o protagonista tem uma crise conjugal. Portanto, este livro pretende ser uma narrativa ao longo do tempo.

Como se sabe, o livro conta a história de um homem que se vê confrontado pela idade. Há traços do próprio Daniel na personagem?

Sim, tem um bocadinho. Como acontece por vezes quando se escreve um livro, a pessoa vai para caminhos que não tinha previsto ini-cialmente, portanto tem al-guns fragmentos auto-bio-grá! cos, alguns são inventa-dos, alguns são verdadeiros e eu pus em itálico algumas passagens do livro, justamen-te para as pessoas percebe-rem a diferença que há entre a vida do protagonista, que é ! ccionada e os fragmentos verdadeiros do meu período na escola secundária.

Porquê a contradição do tí-tulo (Memórias do Futuro)?

Porque o livro é projecta-do no futuro, uma parte que é passada em 2028, quando o protagonista tem 78 anos e ao mesmo tempo é passada em 1968, quando o protago-nista tem 20 anos, portanto o livro está sucessivamente no futuro e no passado. Direi que é um livro sobre a memória, mas é também um livro sobre o futuro das pessoas.

Como foi o seu processo de escrita?

A produção do livro de-morou cerca de dois anos. No primeiro ano estive a pensar e a tomar notas e, no segundo, comecei a escrever. Em três semanas intensivas uni as diversas partes que estavam escritas, ligando os diversos aspectos do livro. Nestas três semanas inten-sivas até abdiquei das férias na casa de campo que tenho, para poder trabalhar inten-samente, fazendo uma histó-ria minimamente boa, com princípio, meio e fim.

Considera os seus livros, num sentido lato, de auto--ajuda?

Não. De maneira nenhu-ma. Não tenho nada contra os livros de auto-ajuda. Os livros de auto-ajuda pro-põem melhores estratégias para lidar com as situações e eu faço re" exões teóricas da minha experiência. Alguns livros podem ter alguma su-gestão e alguns onde encon-tram caminhos para pensar.

Mudando o rumo da nossa conversa, como é a relação com os seus alunos?

Bem, para isso teriam de ir à Faculdade de Medicina perguntar, mas posso di-zer o que eu sinto. Eu gosto muito dos meus alunos, por-que são muito bons alunos. Dou aulas de várias cadeiras ligadas com a psiquiatria. Sou responsável por duas, uma de terceiro ano que é Introdução à Saúde Mental e outra de quarto ano que é Psiquiatria. Os alunos de Medicina têm caracterís-ticas que eu gosto muito. São muito trabalhadores e muito organizados. Embora ache exagerado ter estado três anos a estudar muito no secundário para tirar uma boa média,isso reflecte-se no espírito trabalhador do aluno, muito agradável para o professor. Permite-nos enunciar um problema que os alunos começam logo a trabalhar e a discutir, e isso é muito gratificante para um professor.

06 JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

Sentado no mochoSentou, vai ter k explicar

Daniel Sampaio, Escritor e Médico

É entre os jovens e adolescentes que Da-niel Sampaio se sente bem. Irmão de Jorge

Sampaio e nascido em 1946, Daniel Sampaio coordena o Núcleo de

Estudos do Suicídio e é responsável pelo

atendimento de jovens com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa no

Hospital de Santa Maria. Além disso é um autor

de renome, com dezena e meia de livros publi-cados entre os quais o recente “Memórias do

futuro - narrativa de uma família”.

TEXTO: DIANA COUTINHO, FILIPA MODERNO E JESSICA SANTOSFOTOS: FILIPA ARAÚJO

KURTAS

Um localIlha do Faial, AçoresUma Idade20 anosUm cheiroRosaUm sonhoTer mais 20 anosUma somMúsica de Mozart

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Sabemos que tem desenvolvido trabalhos no Hospital Santa Maria no que toca à ajuda a jovens com problemas de anorexia e bulimia. Considera que se tem veri! cado um aumento desses casos?

Não, esses casos não têm vin-do a aumentar. As doenças de comportamento alimentar são muito faladas, mas não são do-enças muito frequentes nem nos devem preocupar especialmente, porque são relativamente raras. O que tem vindo a aumentar são as depressões e as perturbações de ansiedade em todas as faixas etárias e em todas as classes so-ciais. Temos muitos jovens com depressão, muitos jovens com ansiedade, os centros de saúde dão poucas respostas a essas situ-ações e muitos desses jovens nem sequer chegam aos cuidados de Psiquiatria.

Quais as diferenças mais signi-! cativas entre os jovens de hoje e os de antigamente?

Não tem nada a ver, nem acho que seja útil os pais dizerem “no meu tempo”. Porque a sociedade mudou extraordinariamente e mudou nos últimos anos sobre-tudo por causa da Internet. Por um lado, revolucionou a apren-dizagem e a forma como as pes-soas aprendem e, por outro lado, os relacionamentos sociais. As pessoas agora, particularmen-te jovens, relacionam-se muito através das redes sociais e isso está a mudar completamente a família e a escola. Os jovens de hoje fazem várias coisas ao mesmo tempo, relacionam-se de forma diferente. E, portanto, os adultos têm que tentar perceber essa diferença e não podem uti-lizar esquemas anteriores que esses não vão funcionar.

Como avô, como vê o futuro dos seus netos? Tem um papel impor-tante na educação deles?

Com muita preocupação, por-que esta situação de crise econó-mica e ! nanceira e instabilidade de trabalho que vocês vão ter preocupa-me muito. Espero que quando chegar a idade do empre-go dos meus netos isto esteja um bocado melhor. Em relação à edu-cação deles, tento participar na vida deles, inclusive tenho uma tarde que é só para eles, à sexta--feira à tarde, e, às vezes, ao do-

mingo à tarde. E as novas formas de comunicação são muito úteis como as mensagens, o Facebook, e-mail, e é fundamental que os pais e os avós aproveitem as no-vas tecnologias da comunicação.

A sua pro! ssão manifestou-se na educação dos seus ! lhos?

Não, os psiquiatras e os psicó-logos têm que deixar o trabalho à porta de casa, porque é uma pro-! ssão muito absorvente, porque ouvimos os problemas das pes-soas e quando chegamos a casa, temos absoluta necessidade de descansar.

Se fosse pai nos tempos que cor-rem o que mudava?

Mudava porque tinha que edu-car de maneira diferente. Os meus ! lhos ! cavam numa praceta a brincar a duzentos metros do co-légio. Quando eram mais velhos iam sozinhos para a escola e volta-vam. Isso é impossível hoje em dia, porque os pais têm muito medo, mas eu tentaria adaptar-me às circunstâncias. Tentaria deixar fazer uma coisa que os meus ! lhos puderam que foi brincar na rua. Não sei como é em Leiria, mas em Lisboa é impossível e é importante que as pessoas não estejam sem-pre fechadas em casa.

Tendo em conta que os jovens de hoje em dia têm uma fraca par-ticipação política, que conselhos dá aos políticos actuais como o seu irmão, Jorge Sampaio, para ajudar a integrar a geração jovem na vida política do país?

O problema dos adultos na re-lação com os jovens é que as pes-soas mais velhas servem-se dos jovens para fazerem barulho, para fazerem manifestações, aprovei-tando a irreverência da juventu-de. E acho que os políticos não se interessem pelos jovens, servem--se deles. Aproveitam a energia, a criatividade, a boa disposição, mas de facto não existe uma política de

família, não existe protecção aos casais jovens e, no fundo, a políti-ca não dá respostas ao dia-a-dia.

Da sua experiência pessoal do processo que viveu até encontrar o seu “eu”, acha que os livros que leu o ajudaram nesse processo?

Muitíssimo. Os livros foram fundamentais para mim. Cla-ro que agora há outras formas de conhecimento, mas quando eu era jovem só haviam livros, e a leitura de muitos livros foi muito estimulante para mim e fez-me pensar muito nas coisas e houve livros que foram deci-sivos para mudar alguns aspec-tos da minha vida.

Que livros gostaria que os seus netos lessem?

Bom, isso é uma pergunta que me estão sempre a fazer e é muito difícil de responder, mas há um li-vro que eu gosto muito que é “O Amor Nos Tempos De Cólera” de Gabriel García Márquez. É um livro sobre o amor e a continuidade do amor e gostaria que lessem esse.

Um conselho para os jovens…O que eu diria aos jovens é que

não partam do princípio que é perda de tempo falar com os pais e com os professores. Os jovens di-zem que não vale a pena. Vale a pena! E devem lutar por isso. Esti-ve num debate com professores e perguntaram-me o que eu propu-nha para mudar nas escolas e eu disse que propunha uma organi-zação participada dos jovens nas escolas secundárias.

Saíram um pouco por todo o lado, Japão, Brasil, EUA, uma data de sítios. Queremos continuar a fa-zer isso. Ainda não tivemos tempo de investir no que se passa lá fora. Estamos concentrados em Portu-gal e em fazer um bom trabalho aqui mas, mal esteja consolida-do, partiremos para um universo maior. E isso é o mundo todo, por-que não?

07JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

KAPASNicholas Sparks A Melodia do Adeus

Nicholas Sparks é um romancista e guio-nista norte americano reconhecido internacio-nalmente pelos seus incomparáveis best-sellers. Publicou dezasseis 16 romances dos quais seis já foram adaptados para o cinema. A fé cristã, o amor, o destino e as comoventes tragédias que lhes conferem um misto de encanto e desilusão são alguns dos temas por ele abordados. À me-dida que imergimos nas suas histórias vician-tes, apercebemo-nos que aquilo que seria ape-nas mais uma história perfeita dum mundo que não é o nosso, a! nal não é tão perfeita assim, e acabamos por nos surpreender com a dura rea-lidade que surge por detrás de todas as histórias bonitas. Não sou muito fã de clichés, nem gosto de prever o ! m de uma história no folhear das primeiras páginas (embora isso me aconteça frequentemente), mas admito que este não foi o caso. “A Melodia do Adeus” não retrata um amor impossível nem uma história de amor perfeita. Nem sei ao certo se é uma história de amor, mas é com certeza uma história sobre o amor, nas suas várias formas e dimensões. É, igualmente, uma história sobre a família, as escolhas, as ilusões, desilusões, a mágoa, o per-dão e as segundas oportunidades que obtemos, quando e de quem menos esperamos. Neste romance, como todos os que têm a assinatura de Nicholas Sparks, não poderia faltar a revira-volta de acontecimentos que se vai construindo subtilmente ao longo das páginas, culminando com uma tragédia comovente, que nos obriga a olhar toda a história com outros olhos e a duvi-dar se será possível terminar com um ! nal feliz… “A melodia do Adeus”(The Last Song), é o seu mais recente romance adaptado para a grande tela e estreou nos cinemas, apenas cerca de seis meses após a sua publicação, em Setembro de 2009 nos EUA. Contudo não pretendo focar--me na análise do ! lme, nem criticar a esco-lha dos protagonistas, dos cenários, das cenas cortadas ou até mesmo a falta de pormenores importantes… Para um apreciador entusiasta de literatura, já é comum e expectável que um ! lme baseado num livro não lhe faça justiça, sendo inevitável uma certa desilusão. Convém no entanto referir que tal sucede quando a obra original se revela cativante ao ponto de elevar a fasquia do público. Talvez para quem não co-nheça o livro o ! lme possa obter uma aprecia-ção mais positiva.

KAYLA ALVES

DR

Os jovens dizem que não vale a pena. Vale a pena! E devem lutar por isso.”

É fundamental que os pais e os avós aprovei-tem as novas tecnologias da comunicação

Page 8: Akademicos 47

Centro Desportivo da Burinhosa

RICARDO RAMPAZZO E DAVID AGOSTINHO

Alunos do IPL são estrelas do futsal

08 JORNAL DE LEIRIA 25.11.2010

A Fechar

FILIPA ARAÚJO

João Pedro Magalhães foi eleito presidente da Associação de Estu-dantes da Escola Superior de Edu-cação e Ciências Sociais do IPL, na passada segunda-feira. A lista M, candidata única, ganhou sem gran-de surpresa, com 275 votos a favor, dos 326 totais, sendo os 51 restan-tes em branco. “Apesar de sabermos de ante-mão que íamos conseguir atingir o número mínimo de votos necessá-rios, estamos bastante contentes. Resta-nos colocar as ‘mãos à obra’

e seguir com os vários projectos que temos planeados”, revela Élio Mouzinho, primeiro vice-presiden-te da nova direcção. O objectivo é apostar em “causas solidárias”, mudando um pouco as prioridades tradicionais de qualquer associa-ção estudantil. Uma das primeiras medidas será a realização de uma festa para apoiar uma das institui-ções da cidade, reforçando os laços entre os estudantes e a comunida-de: “Pretendemos angariar fundos através de um arraial para oferecer

um desfibrilhador aos bombeiros voluntários de Leiria”. No que respeita aos núcleos can-didatos, o núcleo do curso de CSEM obteve 56 votos, dos quais 3 foram em branco. O curso de Serviço So-cial conquistou 29 votos a favor de um total de 31 e, por sua vez, o cur-so de Animação Cultural obteve 39 votos favoráveis, de um total de 41. No curso de Educação Básica, das duas listas concorrentes, a votação sorriu ao núcleo AC, com 81 votos favoráveis.

Últimas

Mil Brinquedos,Mil SorrisosEncontra-se a decor-rer mais uma edição desta campanha, que culminará com a entrega de brin-quedos adaptados pelos estudantes e professores voluntá-rios do Departamen-to de Engenharia Electrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituo Politécni-co de Leiria (IPL). Os brinquedos especiais serão doados a todas as Associações Por-tuguesas de Paralisia Cerebral (APPC) do País numa iniciativa do Centro de Recur-sos para a Inclusão Digital (CRID), do Instituto Politécnico de Leiria. O projecto favorece a inclusão de crianças porta-doras de deficiência, numa sociedade onde “não há mer-cado de brinquedos para estas crianças”, explica Nuno Man-gas, presidente do IPL.

Gala da inclusãono cine-teatroA Câmara Muni-cipal de Leiria, o Governo Civil e o Instituto Politécnico de Leiria encontram--se a promover a I Gala da Inclusão, com o objectivo de recenhecer pessoas e instituições que trabalham em prol da pessoa com de! -ciência. A cerimónia tem lugar no dia 3 de Dezembro, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, e insere-se nas comemorações do Dia Internacional da Pessoa com De! ci-ência, contando com o alto patrocínio de Maria Cavaco Silva, mulher do Presidente da República.

Lista M vence eleições da AE ESECS

SOFIA FILIPE

DR

Quando se fala em desporto, particu-larmente desportos de equipa, o ambiente dentro do colectivo, é quase tão importan-te como a qualidade técnica de cada um dos jogadores. É sabido que sem a existên-cia de algum espírito de equipa a tarefa de vencer jogos fica mais difícil. É disso que o Centro Cultural Recreativo e Desportivo da Burinhosa, equipa de futsal que milita no terceiro escalão nacional, se pode or-gulhar. O seu plantel é composto por 13 jogado-res, sendo que 7 dos quais representaram a equipa do Instituto Politécnico de Lei-ria (IPL) no ano passado, o que represen-ta mais de 50% da equipa. São eles: Xico, Ricardo, João Gonçalo, Formiga, Maduro, Vitor e Putt. Apenas os últimos dois já se encontravam na equipa da Burinhosa na época anterior, destacando-se aqui o tra-

balho do treinador da equipa, Kitó, que afirma que teve “autonomia por parte da Burinhosa para escolher o plantel que que-ria”. Por isso, “estes jogadores são da mi-nha ‘responsabilidade’”. Quanto ao facto de mais de 50% do plan-tel da Burinhosa pertencer aos quadros des-portivos do IPL, Kitó afirma que “isso não é por acaso”. No entanto, o treinador admite que o contributo do desporto escolar para as equipas federadas “é um pau de dois bicos”. Tudo porque ”existe uma desvantagem que é o desgaste, e obviamente isso traz muitos problemas para quem é federado”. Mas por outro lado, “são jogadores que estão mais expostos e que são constantemente obser-vados”. No entanto, “penso que as situações são compatíveis e apesar de ser um sacrifí-cio, os atletas devem tirar o melhor partido destas situações”, frisa Kitó.

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TIAGO PEDRO

DRDR