Alberto Caeiro- Caracteristicas

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Apresentação Oral Português 12ºano – Alberto Caeiro/Biografia-Características Alberto Caeiro foi, como admitiu muitas vezes Fernando Pessoa, um dos seus heterónimos que mais gostava e admirava. Foi criado quando um dia Fernando Pessoa se lembrou de fazer uma partida ao seu amigo e confidente, o escritor Mário de Sá- Carneiro, mandando-lhe um poema e dizendo que era de um suposto amigo seu. Quando finalmente dissidio por a descoberto a mentira mandou uma carta ao poeta e diretor de revista Presença, onde relato todo o processo de criação dos seus heterónimos - a famosa carta de F. Pessoa, sobre a génese dos heterónimos, a Adolfo Casais Monteiro. Sendo essa mesma carta, que nos permite saber que foi no dia 8 de Março de 1914, depois de várias tentativas, que de forma aparentemente não planeada, surge Alberto Caeiro a Fernando Pessoa. E nos possibilita construir uma pequena biografia de Alberto Caeiro. Segundo Pessoa, Caeiro nasceu a 16 de Abril de 1889, em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no Ribatejo, na quinta da sua tia-avó, pois os seus pais faleceram muito cedo. Vivia de pequenos rendimentos. Não teve profissão, nem educação quase nenhuma, só instrução primária. Tendo sido

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Alberto Caeiro características e biografia.Tudo o que precisam saber sobre o Mestre.

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Apresentação Oral Português 12ºano –

Alberto Caeiro/Biografia-Características

Alberto Caeiro foi, como admitiu muitas vezes Fernando Pessoa, um dos seus heterónimos que mais gostava e admirava. Foi criado quando um dia Fernando Pessoa se lembrou de fazer uma partida ao seu amigo e confidente, o escritor Mário de Sá-Carneiro, mandando-lhe um poema e dizendo que era de um suposto amigo seu.

Quando finalmente dissidio por a descoberto a mentira mandou uma carta ao poeta e diretor de revista Presença, onde relato todo o processo de criação dos seus heterónimos - a famosa carta de F. Pessoa, sobre a génese dos heterónimos, a Adolfo Casais Monteiro.

Sendo essa mesma carta, que nos permite saber que foi no dia 8 de Março de 1914, depois de várias tentativas, que de forma aparentemente não planeada, surge Alberto Caeiro a Fernando Pessoa. E nos possibilita construir uma pequena biografia de Alberto Caeiro.

Segundo Pessoa, Caeiro nasceu a 16 de Abril de 1889, em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no Ribatejo, na quinta da sua tia-avó, pois os seus pais faleceram muito cedo. Vivia de pequenos rendimentos. Não teve profissão, nem educação quase nenhuma, só instrução primária. Tendo sido na capital que, em 1915, com apenas 26 anos, morreu tuberculoso.

Fisicamente Caeiro era de estatura média, cara rapada, loiro quase sem cor e de olhos azuis, é descrito como uma pessoa frágil apesar de não o aparentar.

Caeiro foi dos principais heterónimos Pessoanos o único a não escrever em prosa. Alegando que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade. Tendo deixado uma obra ao todo de 104 poemas: 49 em o Guardador de Rebanhos, 6 em o Pastor Amoroso e 49 em poemas inconjuntos. Atualmente a sua obra está agrupada na coletânea- Poemas Completos de Alberto Caeiro.

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A nível estético, Caeiro não se preocupou com o trabalho formal do poema, recorrendo ao verso livre e à métrica irregular. Numa linguagem simples e familiar, os seus poemas revelam uma pontuação lógica, predomínio da coordenação e do presente do indicativo ou frases simples, marcadas pela pobreza lexical e poucos recursos estilísticos.

Caeiro, homem espontâneo, ingénuo, inculto e simplista.

Apresenta-se como um simples “Guardador de rebanhos” que só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade. É um poeta de complexa simplicidade, e considera que a sensação é a única realidade.

Afirmando que pensar obstrui a visão (“Pensar é estar doente dos olhos”, “Pensar incomoda como andar à chuva”).

Caeiro é considerado o Poeta do real objetivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são, com alegria ingénua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspeção. Tendo banido o misticismo do seu universo.

O Poeta da Natureza, porque anda pela mão das Estações e integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.

O poeta da Temporalidade estática, pois vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Tudo o que vê é eterna novidade; Considerando a Natureza como a sua verdade absoluta.

E Antimetafísico, pois recusa o pensamento, o mistério e o misticismo, afirmando que “pensar é não compreender”

Sendo o objetivismo, o sensacionismo, o antimetafísico e o panteísmo naturalista, os temas mais abordados ao longo da sua poesia.

Concluindo, segundo Pessoa, Caeiro é o “Mestre” dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa Ortónimo, uma vez que, ao contrário destes, Caeiro consegue submeter o pensar ao sentir. Considerando-o como sendo o melhor dos seus heterónimos.