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  • 7/23/2019 Alberto Oliva Aesperadaciencia

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    ESPERA DA CINCIAUM MUNDO DE FATOS PR-INTERPRETADOS

    ALBERTO OLIVA(Prof. Do Depto de Filosofia da UFRJ, Pesquisador 1-A do CNPq.

    e-mail: alolivauol.!om."r#

    RESUMO

    $ste arti%o tem por o"&etivo mostrar que o 'aturalismo que apre%oa a 'e!essidade deas !i'!ias so!iais imitarem os pro!edime'tos metodol)%i!os empre%ados pelas!i'!ias 'aturais se revela !o'traprodu!e'te por '*o levar em !o'ta que as teoriasso!iais, em muitos !asos, lidam !om fatos pr+-i'terpretados. $ que esse tipo dematerial empri!o dema'da a ela"ora/*o de uma metodolo%ia !apa0, i'do al+m dasmeras i'te'/es pro%ram2ti!as, de efetivame'te apree'der a si%'ifi!atividade prese'te'os fatos da vida so!iet2ria. Para ta'to, despo'ta !omo imperioso !o'struir teoriasso"re teorias que possam ser avaliadas em termos de seu poder de !ompree'der, demodo elu!idativo ou !rti!o, a 'ature0a do si%'ifi!ado i'ere'te aos o"&etosestudados.Palavras-!3ave: 'aturalismo4 fatos pr+-i'terpretados4 si%'ifi!ado4 a/*o4 !ompree's*oda !ompree's*o.

    WAITING FOR SCIENCE

    A WORLD OF PREINTERPRETED FACTS53is arti!le aims at demo'strati'% t3at 'aturalism, i' so far as it defe'ds t3e t3esis t3atso!ial s!ie'!es must imitate t3e met3odolo%i!al pro!edures emplo6ed "6 'aturals!ie'!es i' order to produ!e 7ell-%rou'ded e8pla'atio's, tur's out to "e useless. 53emai' reaso' for 'aturalism9s failure is t3at so!ial t3eories deal 7it3 prei'terpretedfa!ts. A'd su!3 a i'd of empiri!al stuff dema'ds t3e !reatio' of a met3odolo%6 a"leto !apture, "e6o'd mere pro%rammati! i'te'tio's, t3e i'tri'si! mea'i'% e83i"ited "6several i'ds of so!ial fa!ts. ;' order to attai' t3is aim so!ial resear!3 3as to !o'stru!tt3eories a"out t3eories, t3at is, e8pla'atio's !apa"le of "ei'% evaluated "6 t3eir

    po7er of !larif6i'%, t3rou%3 a' a'al6ti!al or a !riti!al approa!3, t3e i'd of mea'i'%em"eded i' t3e o"&e!ts i'vesti%ated.

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    1. Natural!"# $!. A%t%atural!"# %a! C&%'a! S#'a!

    =uito se tem de"atido, ao lo'%o do s+!ulo >>, a respeito do que tor'a!ie'tfi!a uma teoria. A !ie'tifi!idade postulada por al%umas das mais importa'tes ei'flue'tes teorias so!iais tem sido !om freq?'!ia questio'ada. A psi!a'2lise, omaterialismo 3ist)ri!o e a so!iolo%ia !ompree'siva tm sofrido duros ataques por partede verte'tes te)ri!as que %ostam de se aprese'tar, !om ou maior ou me'or

    le%itimidade epistemol)%i!a, !omo %uardi*s do m+todo !ie'tfi!o. Disputasmetodol)%i!as e'dmi!as tm favore!ido o amplo questio'ame'to dos resultadosal!a'/ados pelas !i'!ias devotadas ao estudo dos fatos psi!osso!iais. De !erta forma,ma't+m-se atual o duro veredi!to de Poi'!ar+ (1@1, p. 1-B#: !ada tese so!iol)%i!a

    prope um m+todo 'ovo (...# o que fa0 !om que a so!iolo%ia se&a a !i'!ia !om omaior 'mero de m+todos e o me'or 'mero de resultados. =erto' (1@1, p. 1E#assi'ala que os so!i)lo%os foram, por muito tempo, 3ierofa'tes da metodolo%ia, deforma tal que tale'tos e e'er%ias foram desviados da tarefa de !o'struir uma teoriasu"sta'tiva.

    G !laro que a e8ist'!ia de $s!olas, o mais das ve0es !om diretri0es

    metodol)%i!as e op/es o'tol)%i!as !o'flita'tes, te'de a impedir que as !o'stru/ese8pli!ativas das !i'!ias so!iais !o'quistem a!eita/*o u'iversal. H perma'e'tee'tre!3oque e'tre )ti!as metodol)%i!as rivais, &u'to !om a %era/*o de resultadossu"sta'tivos par!ame'te !ompar2veis, tor'a imperioso e'fre'tar a pro"lem2ti!a dovalor !o%'itivo das teorias so!iais. Iem falar que a espe!ifi!a/*o do estatutoo'tol)%i!o das !oisas que !ompem o mu'do so!ial a!a"a tam"+m por sus!itar!audalosa polmi!a. Uma a'2lise, ai'da que perfu'!t)ria, da diversidade e8pli!ativa'as !i'!ias so!iais tor'a i'evit2vel e'fre'tar a quest*o relativa a !omo podemsu"sistir ta'tas difere'/as e'tre teorias que prete'dem se apli!ar, ao me'os'omi'alme'te, aos mesmos fe'me'os.

    Para um 'mero e8pressivo de autores, as !ria/es sim")li!as, as rela/esso!iais e as molduras i'stitu!io'ais '*o tm !omo ser su"sumidas aos mesmos tipos deta8o'omia o'tol)%i!a que se apli!am aos fe'me'os que s*o o"servados 'a ordem da'ature0a. Ieriam difere'tes em esp+!ie. N*o poderiam, por isso, ser estudadas peloempre%o dos mesmos pro!edime'tos utili0ados pelos !ie'tistas 'aturais. Al%u'sa'ti'aturalistas i'vo!am a livre es!ol3a e a espo'ta'eidade para e8!luir a possi"ilidadede se !3e%ar a leis determi'istas e a predi/es !o'fi2veis em !i'!ias so!iais. Aauto!ompree's*o, e'qua'to tra/o disti'tivo de al%umas modalidades do fato so!ial,!o'fere mais relevK'!ia !o%'itiva aos parti!ipa'tes que aos o"servadores. H

    !omportame'to re%ido por re%ras, disti'to dos fatos su"metidos L determi'a/*o!ausal, e a !ria/*o de si%'ifi!ados tor'ariam impres!i'dvel a utili0a/*o de t+!'i!as de!ompree's*o por oposi/*o aos modelos de e8pli!a/*o adotados para dar !o'ta dosfe'me'os 'aturais. $ssas pe!uliaridades o'tol)%i!as a!a"am por tor'ar pro"lem2ti!aa apli!a/*o do pro&eto 'aturalista Ls !i'!ias so!iais (Mordo', 1@@1#. Hs atri"utos daauto!o's!i'!ia, da !omu'i!a/*o sim")li!a e da a%'!ia moral prese'tes 'os

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    e'redos da vida so!ial dema'dam uma metodolo%ia que despo'te !omo !apa0 deefetivame'te e8pli!2-los.

    A re'ite'te polmi!a e'tre 'aturalistas e a'ti'aturalistas dei8a !laro que os!o'flitos e8pli!ativos resultam do fato de as teorias so!iais se or%a'i0arem a partir de

    pressupostos metodol)%i!os, o'tol)%i!os e a8iol)%i!os diver%e'tes. H !o'se'sodimi'uto i'di!a que a ret)ri!a empirista que i'vo!a os fatos !omo 2r"itros dedisso'K'!ias !o%'itivas + pou!o persuasiva 'as !i'!ias so!iais. Co'fu'di'do o

    m+todo das !i'!ias 'aturais !om uma forma de fatualismo i'%'uo, al%umasde%e'era/es do positivismo propuseram a u'iversali0a/*o de pr2ti!as de pesquisaque, 'as !i'!ias so!iais, viriam a se mostrar mais desastrosas que os estilosespe!ulativos que prete'diam !om"ater. G fu'dame'tal, dado o estado e'dmi!o de!o'trov+rsia em que tm estado mer%ul3adas as !i'!ias morais, te'tar dete!tar o quetem difi!ultado a formula/*o de !rit+rios de avalia/*o "ati0ados por Oesse (1@, p.8iv# de cross-theory criteria- !apa0es de tra'sitarem pelas difere'/as, isto +, !apa0esde aferirem, por meio de t+!'i!as de !ompara/*o epistmi!ame'te !o'fi2veis, o maiorou me'or 'vel de !orrespo'd'!ia de !ada teoria so!ial !om a realidade.

    Iem que se dispo'3a de parKmetros de avalia/*o em !o'di/es de

    determi'arem, !om o m28imo de o"&etividade possvel, os respe!tivos (de#m+ritos!o'!eituais e e8pli!ativos das teorias !o'!orre'tes, fi!a-se sem ter !omo fa0eres!ol3as passveis de adequadajustificao epistmica(Qo'&our, 1@, p. #. Ie !ada%rupo de teorias s) a!eita se su"meter a !rit+rios epistmi!os !om os quais mostraafi'idade, assumi'do !ompromissos o'tol)%i!os !om eles !ompatveis, o desafio passaa ser o de se re!orrer a uma linguagem !apa0 de, sem redu!io'ismos, e8primir asdifere'/as su"siste'tes e'tre as teorias para que possam ser !omparadas em termos deseus !o'tedos de verdade, de falsidade e de sua !apa!idade e8pli!ativa.

    H que est2 prelimi'arme'te a dema'dar elu!ida/*o + !omo, 'o Km"ito dedis!ipli'as que se prete'dem !ie'tfi!as, se dese'volvem e'foques t*o dspares que!ostumam desa%uar em resultados su"sta'tivos pou!o !apa!itados para o e8er!!io doi'ter!Km"io !rti!o. G !laro que '*o se pode atri"uir ao papel emi'e'teme'tere!o'strutivo das teorias so!iais as e'ormes difere'/as e8pli!ativas que emer%em at+mesmo qua'do est*o se'do i'vesti%ados, ao me'os 'omi'alme'te, os mesmos fatos.=esmo porque 'em as !i'!ias 'aturais ela"oram teorias de!al!adoras da realidade. A

    pe!uliaridade que talve0 se deva levar em !o'sidera/*o + o aspe!to de que as !i'!iasso!iais '*o se limitam a for&ar teorias altame'te !o'strutivas, pou!o presas a dadosempri!os tomados !omo "2si!os. H que l3es defi'e a si'%ularidade + a 'e!essidade dese dedi!arem, qua'do '*o est*o voltadas para a !apta/*o de re%ularidades e

    u'iformidades, a !o'struir e8pli!a/es que e'fre'tam o desafio espe!ial de lidar !omfatos pr-interpretados.A vis*o positivista, ao se re!usar a re!o'3e!er a e8ist'!iade desafios espe!iais para o !ie'tista so!ial, prope a i'frutfera u'iversali0a/*o dosm+todos qua'titativos:

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    Qoa parte da pesquisa so!ial usa m+todos estatsti!os paratestar 3ip)teses e impli!itame'te tratar a i'fer'!ia estatsti!a!omo um pro!esso me!K'i!o, purame'te l)%i!o. G !omum a

    pesquisa so!ial se limitar a reportar !orrela/es e'tre vari2veis,'*o e8trai'do !o'!luses so"re !ausas. Am"as as pr2ti!as tmori%e's positivistas (...# a !ausa/*o + um !o'!eito metafsi!oo"s!uro que deve ser re&eitado em favor de re%ularidades le%ais

    e'tre o"serv2veis.(

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    $m filosofia das !i'!ias so!iais, o 'aturalismo + 'ormalme'te defe'dido!omo uma doutri'a epistemol)%i!a si'teti02vel 'a tese de que a vida so!ial +!o%'os!vel da mesma forma que o mu'do 'atural. Ie'do assim, as !i'!ias so!iaisdevem tomar as 'aturais !omo modelos. Dur3eim (1@E@# prope que o so!i)lo%ose im"ua do esprito do fsi!o, do qumi!o, do "i)lo%o para !o'ferir !ie'tifi!idade asuas i'vesti%a/es. H desafio + determi'ar se o modelo de m+todo defe'dido em

    'ome das !i'!ias 'aturais + respaldado por suas pr2ti!as de pesquisa. A verdade +que as mais i'flue'tes meta!i'!ias - as empiristas te'dem a des!rever as !i'!ias'aturais !omo usu2rias de t+!'i!as de pesquisa que, mesmo que fossem por elasefetivame'te empre%adas, '*o teriam !omo ser adotadas por v2rias modalidades deestudo reali0adas em !i'!ias so!iais. G mat+ria !o'troversa que as !i'!ias 'aturais!riem teorias que se formam e se validam es!ravi0adas aos dados empri!os. Huque em seu i'terior vi%ore a simetria e'tre e8pli!a/*o e predi/*o e su"sista uma'tida separa/*o e'tre &u0os de valor e e'u'!iados fa!tuais. Ie&a l2 !omo for, um'mero e8pressivo de teorias so!iais '*o tem !omo se &ustifi!ar pelo a!atame'todesse tipo de e8i%'!ia.

    Por serem as !i'!ias so!iais pr)di%as em teori0a/es !om dimi'uto valori'strume'tal, isto +, !om es!assa !apa!idade de e8er!er !o'trole so"re as realidadesestudadas, em seu i'terior %a'3a importK'!ia !ru!ial a "us!a de !rit+rios de!ompara/*o !om "ase 'os quais possa ser feita a es!ol3a da mel3or e8pli!a/*o. Iemque possam satisfa0er ao critrio pragmtico do sucesso preditivo, !omo o "ati0ouOesse (1@, p. E#, de!isiva + a es!ol3a do m+todo. Como rarame'te !o'se%uem fa0er

    predi/es "em su!edidas, as teorias so!iais '*o tm !omo e8er!er !o'trole t+!'i!o-pr2ti!o so"re o que i'vesti%am. $st*o i'!lusive su&eitas L predio suicida e Lpredio auto-realizvel (=erto', 1@1, p. S#. Iuas eve'tuais de"ilidadese8pli!ativas '*o tm !omo ser !ompe'sadas pelo poder de tra'sformar o o"&etoestudado. ;sso fa0 !om que a pro"lem2ti!a das diver%'!ias e8pli!ativas '*o te'3a!omo ser ate'uada atrav+s da ma'ipula/*o t+!'i!o-i'strume'tal dosfatosi'vesti%ados.

    N*o 32, 'esse !aso, !omo !olo!ar em se%u'do pla'o a i'tri'!ada pro"lem2ti!a de!omo determi'ar o poder e8pli!ativo (Qro7', 1@SB# e8i"ido por !ada uma das teorias!o'!orre'tes.

    N*o se pode dei8ar de re!o'3e!er que a i'!apa!idade de espe!ifi!ar m+ritosrelativos pode, em "oa parte, ser respo'sa"ili0ada pela falta de di2lo%o e'tre ossistemas te)ri!os providos pelas difere'tes verte'tes que se a'i'3am em psi!olo%ia,so!iolo%ia, e!o'omia, et!. G dif!il !ote&ar, por e8emplo, "e3aviorismo e psi!a'2lise, a

    so!iolo%ia !ompree'siva de Te"er e o o"&etivismo e8ter'alista de Dur3eim, sem!orrer o ris!o de resvalar para re!o'stru/es redu!io'istas das difere'/asmetodol)%i!as e su"sta'tivas e'tre eles su"siste'tes. Ressalte-se que o fato de seremdis!repa'tes os pressupostos que or%a'i0am as teorias fu'dame'tais de !ada !orre'te'*o tor'a automati!ame'te impossvel ar"itrar suas diver%'!ias. H desafio reside eme'!o'trar !rit+rios que, tra'sita'do por difere'tes teorias, !o'si%am o"&etivame'te

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    esta"ele!er as va'ta%e's !omparativas de !ada proposta e8pli!ativa.H que tor'a a !ompara"ilidade imprati!2vel + que !ada teoria te'de a "us!ar

    uma esp+!ie de legitimao epistemolgica autocentrada/!omo se osfatos, e o que'eles + desta!ado, s) pudessem ser e8pli!ados pela )ti!a es!ol3ida. Ie as difere'teso'tolo%ias do ser so!ial s*o, 'um "om 'mero de !asos, espe!ifi!2veis L lu0 deteorias de se%u'da ordem, isto +, de teorias so"re fatos pr+-i'terpretados, isso si%'ifi!aque se deparar*o !om o desafio de ter de esta"ele!er uma forma metodolo%i!ame'te

    !o'fi2vel de i'ter!Km"io !omu'i!ativo !om o que prete'dem e8pli!ar. H fato de podere8istir uma i'tera/*o !o%'itiva !om o o"&eto de estudo tor'a 'e!ess2rio avaliar emque medida a suposta i'!ome'sura"ilidade e'tre al%u's dos mais importa'tes pro&etose8pli!ativos das !i'!ias so!iais + de!orr'!ia de suas teorias '*o terem !omo sesu"meter aos requisitos metodol)%i!os e8trados de uma !o'!ep/*o realista de !i'!iatal qual dis!utida em =a!i''o' (1@# e epli' (1@E#.

    A verdade + que um 'mero si%'ifi!ativo de teorias so!iais '*o tem !omo seradequadame'te &ustifi!ado por re!urso a metodolo%ias vi'!uladas ao que Iearle (,

    p. 1-@# de'omi'ou posi/es-padr*o. N*o + f2!il !o'!iliar a maioria dos modelos eresultados e8pli!ativos da pesquisa so!ial !om o realismo, a teoria da verdade !omo

    !orrespo'd'!ia e a teoria refere'!ial do si%'ifi!ado. Pou!as !o'stru/esi'terpretativas das !i'!ias 3uma'as e so!iais teriam so"revivido se tivessem sidoavaliadas L lu0 da e8i%'!ia de s) !o'siderar a!eit2veis as teorias verdadeiras ou, 'a

    pior das 3ip)teses, apro8imadame'te verdadeiras. $ pou!as teriam sido propostas seseus autores as a"a'do'assem 'o 'as!edouro por sua i'!apa!idade de e'fre'tar ousuperar testes ri%orosos.

    $m !i'!ias so!iais, a tese de que os pri'!ipais termos das mais importa'testeorias !ie'tfi!as s*o %e'ui'ame'te refere'!iais (Qo6d, 1@E# %era mais !o'trov+rsiaque al3ures. V2rias tam"+m s*o as verte'tes do pe'same'to so!ial que e'!o'tramdifi!uldade em se adequar L e8i%'!ia de que as se'te'/as te)ri!as de uma !i'!iadevem ser i'terpretadas em termos de seu si%'ifi!ado literal para que possam re!e"erum valor-de-verdade. G !laro que se poderiam despre0ar as posi/es-padr*oa"ra/a'do a vis*o de que a !i'!ia ta'to a 'atural qua'to a so!ial '*o passa de!o'stru/*o so!ial. No Km"ito deste tra"al3o '*o dis!utiremos a !o'tri"ui/*o que o!o'strutivismo pode dar ao e'fre'tame'to dos pro"lemas aqui formulados.

    G importa'te reiterar que o su!esso preditivo de uma teoria, em"asado 'a!apa!idade refere'!ial de seus termos, '*o tem !omo ser roti'eirame'te i'vo!ado pelo

    pesquisador so!ial !omo um dos tra/os disti'tivos de seu tra"al3o. ;sso '*o si%'ifi!aque o realismo se&a !o'se'sualme'te !o'siderado i'dispe's2vel L !ara!teri0a/*o da

    ra!io'alidade tpi!a do padr*o de pesquisa dese'volvido pelas !i'!ias 'aturais.5ampou!o si%'ifi!a que devamos !o'!ordar !om a tese (Put'am, 1@E# de que orealismo + a 'i!a filosofia que '*o tor'a o su!esso da !i'!ia um mila%re. H que

    pare!e i'dis!utvel s*o as difi!uldades espe!iais que as teorias so!iais e'fre'tam parasatisfa0er a e8i%'!ias metodol)%i!as estri"adas 'o !3amado realismo !ie'tfi!o:

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    A !i'!ia alme&a, !om suas teorias, for&ar uma est)rialiteralme'te verdadeira de !omo + o mu'do4 e a a!eita/*o deuma teoria !ie'tfi!a e'volve a !re'/a de que + verdadeira. $sta+ a !orreta e'u'!ia/*o do realismo !ie'tfi!o.

    (va' Frasse', 1@, p. E#

    0. Pr#!,*'ta%)# M*t#)#l#a!

    V2rias s*o as ra0es que efetivame'te difi!ultam o e'quadrame'to de um'mero si%'ifi!ativo de teorias so!iais 'o fi%uri'o dajustificao epistmicaprovido

    pelos pro!edime'tos metodol)%i!os afi'ados !om as posi/es-padr*o daepistemolo%ia tradi!io'al. G equivo!ado o dia%')sti!o que !redita a !o'troversa!ie'tifi!idade das teorias so!iais a resist'!ias L ado/*o do m+todo positivo. $i'&usta se revela a avalia/*o feita, so"retudo, por al%u's dos !orifeus do movime'toempirista l)%i!o - de que !i'!ias !omo a psi!olo%ia, so!iolo%ia e a e!o'omia se

    !o'stituem 3o&e 'o ltimo "aluarte de so"reviv'!ia dos vel3os esquemas metafsi!osde pe'sar. ;%ualme'te i'&usto + redu0i-las a espa/o te)ri!o dedi!ado L ra!io'ali0a/*oeWou mas!arame'to dos !o'flitos so!iais ideolo%i!ame'te e8pressos.

    N*o 32 !omo 'e%ar que s*o pro!ede'tes as !rti!as diri%idas aos !ie'tistasso!iais que mostram prope's*o a retomar vel3os modos metafsi!os de dis!orrerso"re a realidade i'!orre'do, por e8emplo, 'o que T3ite3ead (1@@, p. # !3amou de

    falcia da concretude deslocadaou 'os erros de categoriatal qual ide'tifi!ados porR6le (1@SS, p. 1-B#. O2 !asos em que, sem ser 'tida, a 3ipostasia/*o de !o'!eitos !omo, por e8emplo, a que o!orre 'os te8tos em que se fa0 uso a"usivo de !ate%orias!omo $strutura, Fu'/*o, Iistema, et!. resvala para uma metafsi!a do ser so!ialque tudo fa0 para se aprese'tar !omo produto da pesquisa empri!a. I*o !omu'se'foques que !riam realidades a partir de palavras, que !o'ferem su"stK'!ia a'omes, que d*o vida pr)pria a u'iversais. O2 te8tos em que a "ur%uesia, o

    proletariado, o $stado, et!. se tra'sformam em supera%e'tes de pro!essos 3ist)ri!os'e"ulosame'te !ara!teri0ados.

    5ais !o'stata/es, 'o e'ta'to, '*o devem servir para fortale!er as i've!tivas quedesqualifi!am as teorias so!iais !omo metafsi!as a partir do e'dosso a um modeloepistemol)%i!o-o'tol)%i!o 'aturalista. 5em sido re!orre'teme'te feita a proposta deapli!a/*o de um modelo fisi!alistaW"e3aviorista aos fatos da vida psi!osso!ial !om o

    fito de !o'ferir !ie'tifi!idade Ls teorias so!iais. Qasea'do-se 'o quesupe ser om+todo empre%ado pelas !i'!ias 'aturais, o 'aturalismo (53omas, 1@@4 vo' Tri%3t,1@# atri"ui, de modo simplista, os des!ami'3os e8pli!ativos das !i'!ias so!iais aofato de seus prati!a'tes '*o imitarem a Fsi!a. Nesse parti!ular s) fa0em repetir ovel3o dia%')sti!o de =ill (1@E@, p. E#: o estado de atraso em que se e'!o'tram asmoral sciences s) poder2 ser remediado apli!a'do-l3es os m+todos das !i'!ias

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    fsi!as, devidame'te este'didos e %e'erali0ados. Na filosofia da !i'!ia!o'temporK'ea, o empirismo l)%i!o de!reta que as dis!ipli'as que prete'dem se tor'ar!ie'tfi!as devem imitar a li'%ua%em da Fsi!a (Hliva, 1@@1# !o'siderada a li'%ua%emu'iversal da !i'!ia. H que isso pressupe + que a li'%ua%em de qualquer su"dom'ioda !i'!ia pode ser equipole'teme'te tradu0ida para a li'%ua%em da Fsi!a:

    Para os defe'sores da vis*o !ie'tfi!a de mu'do a tarefa!o'siste em fa0er predi/es so"re estados de !oisas test2veis4

    para eles, s) 32 uma 'i!a !i'!ia empri!a que podemos!3amar de !i'!ia u'ifi!ada. Hs que adotam essa li'3a s)!o'3e!em e'u'!iados so"re !oisas espa/o-temporais: s*ofisi!alistas (...#. H fisi!alismo a"ar!a a psi!olo%ia ta'to qua'to a3ist)ria e a e!o'omia4 para ele, s) 32 %estos, palavras,!omportame'to. N*o 32 motivos, e%o, perso'alidade

    para al+m do que pode ser formulado de modo espa/o-temporal.

    (Neurat3, 1@B, p. B#

    A ret)ri!a 'aturalista &amais !o'se%uiu demo'strar, 'a pr2ti!a, as e8!el'!iasepistemol)%i!as de suas propostas para as !i'!ias so!iais. As pesquisas que te'taramse or%a'i0ar L "ase dos ditames fisi!alistas te'deram a al!a'/ar resultados pfios(Ioroi', 1@S#. H mo'ismo metodol)%i!o-o'tol)%i!o radi!al '*o a!eita que seatri"ua LsNaturissenschaftena fu'/*o de e8pli!ar !ausalme'te re%ularidades e Ls!eistesissenschaften a de !ompree'der empati!ame'te o mu'do dos se'tidossu"&etivos. Na opi'i*o de Qu'%e (1@E, p. E#, a famosa, ou a'tes i'fame, di!otomiae'tre !i'!ias da 'ature0a e !i'!ias do esprito era refor/ada por uma filosofiaerr'ea da matem2ti!a e da !i'!ia:

    A id+ia de "erstehen, isto +, de que as !i'!ias so!iais seap)iam 'um tipo espe!ial de insighti'tuitivo para apree'der ossi%'ifi!ados dos fe'me'os so!iais, foi totalme'te re&eitada

    pelos fil)sofos so" a ale%a/*o de que tal pro!esso '*o poderiaser !o'du0ido apoiado em dados o"serv2veis. 5m tam"+mra0es positivistas os ar%ume'tos se%u'do os quais qualquer

    !i'!ia so!ial que pro!ure lidar !om si%'ifi!ados +!ie'tifi!ame'te i'adequada.(

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    as prete'sas si'%ularidades do mu'do da %ultura s) serviria, 'a )ti!a do 'aturalismo,para produ0ir a revives!'!ia, !om outra ide'tidade, dos vel3os modos dualistas dope'sar metafsi!o. A &ehavior'stica, proposta pelo $mpirismo )%i!o, fa0 door%a'ismo o 'i!o !ampo possvel das i'vesti%a/es s)!io-psi!ol)%i!as. Car'ap(1@S@, p. ES# adota a posi/*o e8tremada de de!larar que os or%a'ismos i'dividuais s*oo"&eto de estudo da psi!olo%ia e os %rupos de or%a'ismos s*o estudados pelaso!iolo%ia. Um dos pri'!ipais o"&etivos perse%uidos pelo 'aturalismo + o de tor'ar

    pro!essos e rela/es so!iais me'sur2veis e, ipso facto, matemati!ame'te a'alis2veis.Como os m+todos e8perime'tais '*o tm !omo ser apli!ados 'o estudo da esma%adoramaioria dos fe'me'os so!iais, so"retudo pela impossi"ilidade de !o'trolar vari2veise8tr'se!as, i'evit2vel se tor'a a "us!a de metodolo%ias !apa0es de lidarem !om as

    pe!uliaridades o'tol)%i!as dos fatos da vida so!ial. $, para ta'to, i'vo!a-se desde om+todo !omparativo a t+!'i!as de !ompree's*o emp2ti!a.

    Nas pe%adas da filosofia a'tia'a, Ti'del"a'd (1@#, Ri!ert (1@@#,Dilt3e6 (1@S#, e'tre outros, i'sistiram que 32 uma profu'da difere'/a e'tre o!o'3e!ime'to !ie'tfi!o da 'ature0a e as formas de !ompree's*o que se mostram

    possveis 'a esfera dos si%'ifi!ados !riados pela i'tera/*o 3uma'a (Hut37aite,

    1@#. A defesa da si'%ularidade do so!ial !ostuma se valer do !o'traste, tido !omoo'tolo%i!ame'te irredutvel, e'tre re%ularidades empri!as, e8pressas por meio deleis 'aturais, e re%ras so!iais fu'dadas em !o've'/es e si%'ifi!ados. G !omumtam"+m a !o's!i'!ia 3uma'a e a auto!ompree's*o serem !o'trapostas ao!omportame'to '*o-!o's!ie'te dos o"&etos !om o fito de se defe'der uma forma dea"orda%em dos fatos da vida so!ial que se pare/a mais !om ler um livro, ou !ome'ta"ular uma !o'versa/*o, que !om estudar uma rea/*o qumi!a (Qe'to', 1@@#.

    2. T*#ra! S#'a! 3 a C#",r**%!# )a C#",r**%!#

    Ai'da que se pudesse espe!ifi!ar de forma u'vo!a a 'ature0a do m+todo das!i'!ias 'aturais, e ai'da que fosse possvel tor'2-lo u'iversalme'te apli!2vel, seria!a"vel i'vesti%ar se as dis!ipli'as so!iais tm !o'di/es de adapt2-lo Ls

    pe!uliaridades de seus o"&etos sem impor-l3es mutila/es ou sem se tor'aremi'!apa0es de apree'der al%umas de suas mais importa'tes propriedades. ;sso tor'aimporta'te sa"er se as teorias so!iais tm !omo satisfa0er a requisitos de !ie'tifi!idade(Hliva, 1@@# que, 'o fu'do, est*o afi'ados !om padres tpi!os de ela"ora/*o da

    pesquisa !e'trados 'o estrito uso refere'!ial da li'%ua%em. Como "em assi'alou=a!;'t6re (1@, p. 1-B#, se questes so"re motivos e ra0es '*o s*o respo'didas,

    %e'erali0a/es !ausais '*o podem ser !o'sideradas aut'ti!as e8pli!a/es em !i'!iasso!iais, &2 que !o'stituem um fato adi!io'al tam"+m a dema'dar e8pli!a/*o.Jul%amos artifi!ial impor Ls !i'!ias so!iais dra!o'ia'as e8i%'!ias de

    !ie'tifi!idade sem que prelimi'arme'te se ide'tifique o tipo de dis!urso em quepre!isam ser va0adas suas teorias para que possam e8pli!ativame'te dar !o'ta de4at#! !u&a pe!uliaridade reside em serem pr-interpretados. O2 modalidades de

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    fe'me'os so!iais em que o pesquisador se v o"ri%ado a dese'volver um tipo dee'foque que tem a forma de compreenso da compreenso. o'%e de i've'tariarfatos, + !olo!ado dia'te da 'e!essidade de esta"ele!er um di2lo%o !om o que estuda.Por !o'terem os o"&etos de sua i'vesti%a/*o si%'ifi!ados, !ompree'ses de si mesmos,se pare!em !om um te8to a desafiar o e'te'dime'to. N*o tem, por isso, o !ie'tistaso!ial !omo se limitar a ma'ter uma rela/*o e8ter'a !om o que estuda L ma'eira, pore8emplo, do fsi!o.

    Crit+rios de !ie'tifi!idade, !omo o da verifi!a"ilidade, e de demar!a/*o, !omo oda falsifi!a"ilidade, s) se apli!am a dis!ursos que oste'tam umaformaque se desta!a

    por pro!urar fa0er refer'!ia a estados de !oisas defi'idos. $ssa + a forma que, de umpo'to de vista !o%'itivo, se mostra !ompatvel !om pressupostos realistas. Xs teoriasso!iais que '*o se limitam a ela"orar um tipo de dis!urso !o'fi'ado ao re!ol3ime'tode evid'!ia favor2vel ou desfavor2vel ao que + vei!ulado, por se !o'strurem !omo!ompree'ses de !ompree'ses, '*o !a"e apli!ar-l3es o qualifi!ativo demetafsi!as, e sim ela"orar uma metodolo%ia que l3es !o'fira !redi"ilidadeepistmi!a.

    As estruturas te)ri!as que em !i'!ias so!iais ma'ifestame'te se afastam dos

    requisitos realistas 'os quais se ap)iam as posi/es-padr*o da epistemolo%iatradi!io'al tm a o"ri%a/*o de "us!ar se%ura fu'dame'ta/*o para os pro!edime'tos de

    pesquisa que adotam. O2 quem espose a opi'i*o de que Te"er deu L so!iolo%ia seuo"&eto a a/*o so!ial. Como + sa"ido, Te"er (1@@# !o'siderava a !apta/*o dose'tido su"&etivo esse'!ial ao e'te'dime'to da a/*o so!ial. $ tal vis*o sus!itadifi!uldades metodol)%i!as espe!iais !omo "em o i'di!ou I!3ut0 (1@S#. N*o 32!omo dei8ar de re!o'3e!er que est*o fadadas a ser si'uosas e tortuosas as rela/esque as teorias ma'tm !omfatosque despo'tam !omopr-interpretados. X lu0 dosrequisitos de uma vis*o epistemol)%i!a tradi!io'al, o que + compreenso dacompreenso deve ser e'!arado mais !omo um pro"lema de i'terte8tualidade, su&eitoa ser tratado !om !ir!ularidade 3erme'uti!a, que !omo um pro!esso por meio doqual se te'ta !olo!ar uma teoria em!orrespo'd'!ia !om as realidades estudadas:

    A !ir!ularidade + a se%ui'te: se al%o s) + di'3eiro oupropriedade ou !asame'to porque se a!redita que se&a di'3eiroou propriedade ou !asame'to, e't*o, devemos per%u'tar: qual +e8atame'te o !o'tedo da !re'/a em !ada um desses !asosY

    (Iearle, , p. 1#

    Hra, se uma teoria de primeira ordem, que estuda fatos que '*o tm!ompree's*o de si mesmos, &2 e'volve forte !ar%a de !o'strutividade, o que di0er dasteorias de se%u'da ordem que se vem o"ri%adas a lidar tam"+m !om a !o'strutividade

    prese'te 'o pr)prio material empri!o a estudarY As teorias de se%u'da ordem se!ompem de asser/es !u&o !o'tedo empri!o '*o tem !omo se limitar a des!rever

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    o"&etivame'te o que se passa. $'volve tam"+m apree'der !omo o fato i'terpreta oque ele + e o que a!o'te!e !om ele. Por essa ra0*o, a apli!a/*o de pro!edime'tosmetodol)%i!os o"!e!ados !om a !o'firma/*o e a i'firma/*o se revelam, 'a mel3or das3ip)teses, i'sufi!ie'tes para avaliar a !ie'tifi!idade do que se !o'str)i !omoe8pli!a/*o de fatos pr+-i'terpretados. ;sso '*o si%'ifi!a evide'teme'te que uma teoriaso!ial, se'do de se%u'da ordem, pode, sem !omprometer sua aspira/*o a ser!ie'tfi!a, des!o'siderar sole'eme'te os rituais metodol)%i!os asso!iados a e8i%'!ias

    de verifi!a/*o eWou falsifi!a/*o pote'!iais.Note-se, al+m disso, que a dis!uss*o em tor'o da e'u'!ia/*o de um !rit+rio de

    !ie'tifi!idade serve, em !i'!ias so!iais, '*o s) para disti'%uir !i'!ia de metafsi!a -mais espe!ifi!ame'te, as espe!iosas formula/es ideol)%i!as das aut'ti!ase8pli!a/es - mas tam"+m para te'tar ar"itrar as diver%'!ias e8pli!ativas e'tre teoriasso!iais que disputam e'tre si a !o'di/*o de %e'u'o !o'3e!ime'to. $m meio Ls ta'tasalter'ativas e8pli!ativas ofere!idas 'o Km"ito de uma mesma !i'!ia (so!ial# + !ru!ialdispor de um !rit+rio que permita a es!ol3a epistemi!ame'te &ustifi!ada de um tipo dee'foque, ou resultado, em detrime'to de v2rios outros possveis.

    Ie al%umas das ela"ora/es e8pli!ativas das teorias so!iais '*o tm !omo

    respo'der satisfatoriame'te Ls e8i%'!ias dos !rit+rios de !ie'tifi!idadeWdemar!a/*o,isso '*o si%'ifi!a que possam se &ustifi!ar !omo meros e8er!!ios i'terpretativos.=esmo quem !o'sidere tais !rit+rios re%ulame'ta/es epistemol)%i!as positivistasi'se'sveis Ls si'%ularidades o'tol)%i!as dos o"&etos i'vesti%ados pelas !i'!iasso!iais '*o tem o direito de se 'e%ar a ofere!er &ustifi!a/*o epistmi!a para as teoriasque ela"ora. H fato de ser pro!ede'te a ale%a/*o de que as moral sciences a"ri%ammodalidades de dis!urso que se mostram i'!ompatveis !om o 'aturalismo,espe!ialme'te 'a vers*o fisi!alista que eri%e a si'ta8e da li'%ua%em da Fsi!a emmodelo para todo e qualquer aspira'te L !o'di/*o de !o'3e!ime'to !ie'tfi!o, '*o d2via"ilidade epistemol)%i!a autom2ti!a aos e'foques a'ti'aturalistas.

    5. O Pr#6l*"a )a S%4'at$)a)* )#! F*%7"*%#! S#'a!

    H dif!il '*o + mostrar que o tipo de realismo pressuposto pelos !rit+rios de!ie'tifi!idadeWdemar!a/*o '*o tem !omo lidar !om a dupla !o'strutividade, terica emetaterica, que as e8pli!a/es so!iais a!a"am por oste'tar qua'do i'te'tami'vesti%ar fatos e fe'me'os que se desta!am pelo que Oa'so' (1@# de'omi'ou!%4'a)# %tr8%!*'#. H desafio + defi'ir um tipo de tratame'to metodol)%i!o que se

    mostre !ompete'te para e'fre'tar a i'tri'!ada pro"lem2ti!a da dupla !o'strutividaderespeita'do requisitos "2si!os de avalia/*o epistmi!a. Ie, !omo suste'ta =erto'(1@1, p. SS#, + verdade que os 3ome's '*o respo'dem ape'as aos eleme'toso"&etivos de uma situa/*o, mas tam"+m ao si%'ifi!ado que essa situa/*o tem paraeles, e't*o + )"vio que o estudo desse tipo de fato !ria a 'e!essidade demetodolo%ias disti'tas daquelas que se supem empre%adas 'as !i'!ias 'aturais. $ se,

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    al+m disso, se !o'!orda !om =erto' que uma ve0 que te'3am atri"udo umsi%'ifi!ado qualquer a uma situa/*o, esse si%'ifi!ado + a !ausa determi'a'te de seu!omportame'to e de al%umas de suas !o'seq?'!ias, passa-se a ter de e'fre'tar o!omple8o pro"lema de !omo ra0es se !o'vertem em !ausas das a/es.

    Uma %e'u'a !i'!ia '*o pode se satisfa0er em apli!ar uma 'o/*o equvo!a desi%'ifi!ado ou se'tido su"&etivo L a/*o so!ial. Adequadas e frutferas a'alo%iase'tre o !ampo da li'%ua%em e o da a/*o s) poder*o ser esta"ele!idas leva'do-se em

    !o'ta o fato de que a 'o/*o de si%'ifi!ado tem dado a0o a lo'%os de"ates em filosofiada li'%ua%em (Alsto' (1@# e Oarriso' (1@@##. De um po'to de vista metodol)%i!o,est2 lo'%e de ser um empree'dime'to f2!il "us!ar 'a !ate%oria de si%'ifi!adoli'%?sti!o eleme'tos que a&udem a elu!idar a 'ature0a da i'teli%i"ilidade ima'e'te La/*o so!ial. Re%istre-se ai'da que a e8ist'!ia de difere'tes teorias do si%'ifi!ado - arefere'!ial, a idea!io'al, a !omportame'tal, a do uso - tor'a o"ri%at)rio es!ol3er a quedespo'ta !omo !apa0 de mel3or !o'tri"uir para a elu!ida/*o do que a a/*o so!ial temde significativo. Por essa ra0*o, '*o se &ustifi!a dis!orrer %e'eri!ame'te so"re o

    significadoda a/*o sem devotar ate'/*o espe!ial ao fato de que se est2, 'a "us!a de!ompara/es elu!idativas, promove'do a mera tra'sposi/*o de um !o'!eito !omple8o

    - si%'ifi!atividade - do dom'io da li'%ua%em para o mu'do das a/es e i'tera/es3uma'as.

    A maioria dos !ie'tistas so!iais se limita a postular, de modo va%o e %e'+ri!o,si%'ifi!atividade para os fe'me'os so!iais. I*o !omu's de!lara/es !omo a deDou%las (1@1, p. @# de que a a/*o 3uma'a, espe!ialme'te a i'tera/*o 3uma'a, +a/*o si%'ifi!ativa e que, por isso, os si%'ifi!ados devem ser levados em !o'ta emqualquer e8pli!a/*o do !omportame'to 3uma'o. Raros s*o os autores que se

    preo!upam em ela"orar um !o'!eito ri%oroso de si%'ifi!ado !apa0 de serfe!u'dame'te apli!ado L e8pli!a/*o da a/*o so!ial. 5am"+m raros s*o os estudosdevotados a dese'volver uma metodolo%ia !apa0 de e'si'ar a lidar !om os pro"lemasespe!iais %erados por teorias que se propem a apree'der a significatividadeintr'nseca. Qrod"e! (1@, p. @# !atalo%a quatro modalidades "2si!as desi%'ifi!ado:o empri!o, o !o've'!io'al, o psi!ol)%i!o e o i'te'!io'al. Iomos deopi'i*o que a filosofia da li'%ua%em de Fre%e (1@#, em parti!ular sua 'o/*o dese'tido (S%%#, + a que ofere!e o mais promissor i'strume'tal a'alti!o para lidar !omo tipo de i'teli%i"ilidade i'tr'se!a e8i"ida pelos fe'me'os so!iais.

    5e'do em vista as difi!uldades !o'!eituais e'volvidas 'o tratame'tometodol)%i!o a ser dispe'sado L !3amada si%'ifi!atividade i'tr'se!a dos fatos da vidaso!ial, impe-se &udi!iosame'te avaliar se + possvel !ompati"ili0ar o tipo de dis!urso

    em que est*o va0adas al%umas das mais importa'tes teorias so!iais !om o pressupostorealista tradi!io'al de que para ser !ie'tfi!o um sistema de 3ip)teses pre!isa poderre!ol3er ou "em evid'!ia favor2vel ou "em !o'tr2ria ao que e8pli!ativame'te prope.H fato de al%u's !ie'tistas so!iais '*o se limitarem a !riti!ar e'foques rivais,!3e%a'do, em al%u's !asos, a diri%ir !a'de'tes ataques L pr)pria realidade, aosmodos de ser 3ist)ri!os que !o'stituem sua atualidade, tor'a pate'te que essa + mais

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    uma te'd'!ia ao afastame'to don(cleo durodo realismo tradi!io'al:

    Zual a o'tolo%ia do so!ial e do i'stitu!io'alY Como pode 3averuma realidade o"&etiva que + o que + ape'as porque pe'samosque + o que +Y (...# Nosso pri'!ipal pro"lema + e8pli!ar !omo

    pode e8istir uma realidade so!ial epistemolo%i!ame'te o"&etivaem parte !o'stituda por um !o'&u'to de atitudes

    o'tolo%i!ame'te su"&etivas.(Iearle, , p. 1#

    G f2!il "ra'dir !rit+rios de !ie'tifi!idade e a!usar al%umas das mais famosas

    teorias so!iais de terem su!um"ido ao pres!ritivismo, ao dever-ser metafsi!o, qua'dodei8am de a!atar a atualidade !omo o dadoi'tra's!e'dvel doser socialpara ata!2-la

    por suas imperfei/es e disfu'/es. Vi!o (1@, p. # !3e%a a de!larar que por!o'siderar o 3omem !omo deve ser, a filosofia s) se mostra til ao 'mero "emredu0ido de 3ome's que querem viver 'a Rep"li!a de Plat*o. Ipi'o0a (1@@, p.

    B# se !olo!a !o'tra os fil)sofos que !o'!e"em os 3ome's '*o !omo s*o, mas !omo%ostariam que fossem. =as por mais pro!ede'tes que se&am as !rti!as diri%idas aosdifere'tes estilos de pres!ritivismo, '*o se pode dei8ar de re!o'3e!er que a

    possi"ilidade de os fe'me'os so!iais serem difere'tes do que s*o estimula aela"ora/*o de teorias que apo'tam para formas alter'ativas de ser. Por poderem em

    pri'!pio ser difere'tes do que s*o, os fatos da vida so!ial s*o o"&etos '*o s) dedes!ri/es, e8pli!a/es e predi/es, mas tam"+m das mais variadas i'vestidas

    pres!ritivas. H !o'3e!ime'to, ao ser visto !omo !apa0 de propor!io'ar a ide'tifi!a/*odas !ausas respo's2veis pelas fal3as estruturais ou fu'!io'ais do que 3o&e se toma!omo realidade, e'se&aria a !rti!a do )ue+em 'ome das mel3ores pote'!ialidades doser so!ial.

    H"serve-se, L %uisa de e8emplifi!a/*o, que =ar8 '*o se limita a te'tardesmo'tar outros sistemas e8pli!ativos a partir do que supe que se&a a realidade em simesma. A!ale'ta, 'o fu'do, a prete's*o de levar o ataque !rti!o L pr)pria realidade.

    N*o se limita a ata!ar as posi/es que de'u'!ia !omo ideolo%i!ame'te espe!iosas e asteses 'as quais dete!ta defi!i'!ias e8pli!ativas, mas se prete'de autor de uma teoriaasso!iada a uma pr28is revolu!io'2ria !apa0 de promover a !orre/*o das fal3as darealidade (3ist)ri!a# do modo de produ/*o !apitalista. Como "em salie'ta Colletti(1@, p. BS@-#, =ar8 fa0, &2 'o i'!io da %r'tica da *ilosofia do +ireito de ,egel,

    duras restri/es L filosofia 3e%elia'a do $stado e, aos pou!os, sua a'2lise setra'sforma, de modo quase imper!eptvel, 'uma !rti!a ao $stado e'qua'to tal. H!o'3e!ime'to, e'te'dido !omo e8pli!a/*o e !rti!a da realidade, '*o se limita ade'u'!iar as fal3as te)ri!as das outras filosofias ou teorias so!iais. Am"i!io'a tam"+m

    promover a supera/*o da atual ordenao histricadas estruturas e pro!essos so!iais.N*o + s) a represe'ta/*o do $stado feita por Oe%el que est2 de !a"e/a para "ai8o, a

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    pr)pria realidade, a que %era o $stado e + por ele %erada, + distor!ida e !ria distor/es.$m al%u's tre!3os importa'tes de +as apital =ar8 dis!orre, de modo

    ma'ifestame'te !o'flita'te !om as premissas "2si!as do realismo tradi!io'al, so"re omisti!ismo (falsidade e similares# do modo de produ/*o !apitalista, qua'do o !omumseria imputar, qua'do muito, o misti!ismo a !ertas teorias e!o'mi!as. Zua'do seassumem pri'!pios realistas '*o 32 !omo reivi'di!ar, !omo fa0 =ar8, verdade para

    proposi/es que '*o tm pe&o em ata!ar a realidade. Hra, se teorias so!iais 32 que

    se deso"ri%am de e'trar em !orrespo'd'!ia !om a realidade, mesmo que 'oslimites de sua atual !o'fi%ura/*o 3ist)ri!a, fi!a dif!il avali2-las em termos de seu

    poder e8pli!ativo. Iem falar que a !rti!a desprovida de !apa!idade e8pli!ativa pode'*o passar de simples rea/*o emotiva eWou ideol)%i!a aos fatos do mu'do.

    A pro"lem2ti!a do si%'ifi!ado i'tr'se!o e a postura te)ri!a que se i'veste dopoder de !riti!ar a pr)pria realidade !riam e'ormes difi!uldades para a ado/*o depro!edime'tos metodol)%i!os portadores de su"strato realista em !i'!ias so!iais. Ieos fatos da realidade so!ial '*o s) est*o impre%'ados de si%'ifi!atividade !omotam"+mpodemassumir ide'tidade difere'te da que o pro!esso 3ist)ri!o os levou a terat+ o mome'to atual, as metodolo%ias 'aturalistas tm, 'a mel3or das 3ip)teses,

    serve'tia au8iliar para o estudo dos fe'me'os psi!osso!iais. Desse modo, '*o !a"ever as teorias que se propem a lidar !om realidades significativas!omo es!ravasde seus estados atuais. Possuem, 'um 'mero e8pressivo de !asos, a ide'tidade demetateorias que e'volvem dupla !o'strutividade a pr)pria e a e'!o'trada 'osfatos estudados. $ !omo se voltam para fatos pr-interpretados que podem sersu"metidos L a'2lise !rti!a e sofrer muda'/as evolu!io'2rias espo'tK'eas outra'sforma/es revolu!io'2rias i'du0idas e'!o'tram difi!uldades para se a&ustar Ls

    posi/es-padr*o da epistemolo%ia tradi!io'al.

    9. L%ua*" * N*6ul#!)a)* C#%'*tual

    H mu'do so!ial pode ser e'!arado, !omo o fa0em al%u's autores, !omo umase%u'da 'ature0a !riada pelos seres 3uma'os em seus pro!essos de i'tera/*omaterial e sim")li!a. $ as pessoas ela"oram !ompree'ses, mais ou me'os l!idas,dos pro!essos 'o "o&o dos quais v*o !ria'do essa se%u'da 'ature0a. As rela/esso!iais s*o (i'ter#a/es que se dese'rolam !om al%uma forma de !ompree's*o de simesmas. Hu s*o, em al%u's !asos, !ompree'ses que se materiali0am !omo modosde a%ir. H re!o'3e!ime'to desse fato '*o &ustifi!a a defesa de uma vis*oi'tele!tualista que redu0 a vida so!ial a !ompree'ses. =uito me'os !a"e propor

    que a atividade de pesquisa se limite a !o'struir !ompree'ses de !ompree'ses.H desafio reside em espe!ifi!ar !omo a"ordar !ie'tifi!ame'te um tipo de fato que,e'tre outras !oisas, + uma !ompree's*o, !erta ou errada, do que + vivido. X3erme'uti!a falta for/a metodol)%i!a para propor uma solu/*o adequada para osimpasses %erados pelo redu!io'ismo 'aturalista. G importa'te, al+m do mais, ter

    prese'te que a op/*o por um tipo de e'foque depe'de da 2rea de estudos L qual vai

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    se apli!ar. Qe'to' (1@@# lem"ra que a a'tropolo%ia !ultural e a so!iolo%ia da!ultura tm mostrado te'd'!ia a preferir a"orda%e's a'ti'aturalistas ao passo queos estudos dos sistemas so!iais, das estruturas de poder, das !lasses so!iais e daestratifi!a/*o tm-se i'!li'ado pelo 'aturalismo metodol)%i!o, Ls ve0es tam"+mo'tol)%i!o

    Pou!a utilidade tem i'di%itar o dimi'uto !o'tedo empri!o e o "ai8o podere8pli!ativo das teorias so!iais que se empe'3am em lidar !om a si%'ifi!atividade

    i'tr'se!a dos fatos que i'vesti%am se '*o se leva em !o'ta que e'tram, de modo maisou me'os deli"erado, em i'ter!Km"io !omu'i!ativo !om seus o"&etos de estudo.Dei8ar de re!o'3e!er a possi"ilidade de o produtor do !o'3e!ime'to e'ta"ulardi2lo%o !o%'itivo !om seus o"&etos tem levado al%u's epistem)lo%os a'e%li%e'!iar o fato de que a !o'fus*o !o'!eitual, que ta'to des!r+dito la'/a so"re asteorias so!iais, em "oa parte + de!orr'!ia da i'e8ist'!ia de uma metodolo%ia que serevele !apa0 de lidar !om a dupla !o'strutividade e'volvida em al%umas das maisimporta'tes modalidades de pesquisa psi!osso!ial. N*o se &ustifi!a, por isso, atri"uiras pri'!ipais restri/es a que est*o su&eitas Ls teorias so!iais ape'as L falta de!o'tedo empri!o e, de modo derivado, a pro"lemas de ordem !o'!eitual:

    A !o'fus*o e a esterilidade da psi!olo%ia '*o se e8pli!am pelofato de ser uma !i'!ia &ovem4 seu estado '*o + !ompar2vel,

    por e8emplo, !om o da Fsi!a em seu alvore!er (=uito me'os!om !ertos ramos da matem2ti!a. 5eoria dos Co'&u'tos# O2 em

    psi!olo%ia m+todos e8perime'tais e confuso conceitual.(Titt%e'stei', 1@S. p. B#

    Por mais que !om os fios metafsi!os da !o'fus*o !o'!eitual se&am te!idas!ompree'ses ideolo%i0adas dos fatos da vida so!ial '*o 32 !omo "a'i-los a %olpes defisi!alismo. N*o + s) por estarem i'festadas de ideolo%ia e 'e"ulosidade !o'!eitualque as teorias so!iais se vem Ls voltas !om difi!uldades, espe!ialme'te 'o pro!essode !o'stru/*o de e8pli!a/es, mas tam"+m por terem de e'fre'tar o desafio dee'!o'trar adequadas solu/es metodol)%i!as para o i'tri'!ado pro"lema da dupla!o'strutividade. ;'frutferas tm-se revelado as te'tativas 'aturalistas de!ie'tifi!i0a/*o e desideolo%i0a/*o por '*o levarem em !o'ta a si%'ifi!atividadei'tr'se!a e a dial+ti!a e'tre o que e8iste e os mu'dos possveis. ;%ualme'tei'fe!u'das tm-se mostrado as pro!lama/es %e'+ri!as de que as !i'!ias so!iais

    est*o em "us!a de um outro tipo de !o'3e!ime'to (Nis"et, 1@SS4 5ir6aia', 1@S@4Qro7', 1@# su"metido a requisitos aut)!to'es de le%itimidade epistemol)%i!a.A'tes de se defi'ir se as !i'!ias so!iais podem ou '*o satisfa0er Ls e8i%'!ias

    "2si!as dos !rit+rios de !ie'tifi!idade, !a"e e'fre'tar a pro"lem2ti!a relativa aos tiposde &o%os de li'%ua%em predomi'a'teme'te empre%ados por suas teorias. Assim pe'sar'*o si%'ifi!a su"estimar a importK'!ia das !rti!as que tm sido feitas Ls teorias

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    so!iais que se sa!iam fa!ilme'te !om um !o'&u'to restrito de !asos !omprovadores eLs que dei8am de a!atar o !ar2ter refutador da evid'!ia !o'tr2ria. Ioa, 'o e'ta'to,e8a%erada a tese de Popper (1@B, 1@@# de que as pri'!ipais defi!i'!iasepistemol)%i!as das teorias psi!osso!iais podem ser !reditadas ao fato de adotarem

    pro!edime'tos verifi!a!io'istas em detrime'to da atitude !rti!a o"!e!ada '*o emla'/ar 3ip)teses ad hocmas em superar resultados por meio da impla!2vel atividadede elimi'a/*o de erros. H !ru!ial '*o + fa0er !om que as !i'!ias so!iais dei8em de se

    aferrar a um verifi!a!io'ismo ingnuo passa'do a adotar pro!edime'tos avaliat)riosfalsifi!a!io'istas (Popper, 1@1, 1@S, 1@#. De!isivo + averi%uar se a mal3ae8pli!ativa das teorias so!iais pode, 'um 'mero importa'te de !asos, ser te!ida !om

    "ase 'o &o%o refere'!ial da li'%ua%em.Para que uma teoria - realisti!ame'te e'te'dida !omo um !o'&u'to de

    proposi/es avali2veis em termos das rela/es de !orrespo'd'!ia que se mostra!apa0 de ma'ter !om possveis e atuais estados de !oisas - se&a verifi!2vel eWoufalsifi!2vel + 'e!ess2rio que seus !o'stitui'tes se or%a'i0em em estrita o"edi'!ia aouso refere'!ial da li'%ua%em. Ie tal uso '*o prevale!e, '*o 32 !omo su"meter odis!urso ao !rivo avaliat)rio das evid'!ias empri!as re!ol3veis. Para poderem ser

    aferidas L lu0 dos requisitos da ra!io'alidade epistemol)%i!a proposta pelos !rit+riosde !ie'tifi!idadeWdemar!a/*o as teorias so!iais deveriam ser !o'strudas em!o'so'K'!ia !om as posi/es-padr*o da epistemolo%ia tradi!io'al. Pode-se at+questio'ar se as !i'!ias 'aturais tm !omo ela"orar teorias em !o'di/es desatisfa0er aos !rit+rios de !ie'tifi!idadeWdemar!a/*o. =as o fato i'dis!utvel + que seuma dis!ipli'a '*o forma suas asser/es em o"edi'!ia ao estrito uso refere'!ial dali'%ua%em '*o 32 !omo e'quadrar suas !ria/es i'terpretativas 'as "itolasmetodol)%i!as da verifi!a"ilidade ou da falsifi!a"ilidade.

    H pro"lema + sa"er !omo avaliar, em termos de propriedades !o%'itivas,!o'stru/es e8pli!ativas que '*o se estri"am 'o uso refere'!ial da li'%ua%em. $ !omo!o'ferir !ie'tifi!idade ao que '*o se pode pro%ressivame'te !o'firmar ousimplesme'te elimi'ar em virtude dos erros que a"ri%a. G f2!il !omprovar quemuitas teorias so!iais se !ompem de e'u'!iados que '*o tm uma estruturae8pressiva que os leve a fa0er refer'!ia a estados defi'idos da realidade. ;sso '*osi%'ifi!a que possam se ma'ter L mar%em, L ma'eira dos e'u'!iados po+ti!os e doestilo si"ili'o de al%u's sistemas metafsi!os, de todo e qualquer pro!esso de avalia/*oepistmi!a. O2 teorias so!iais que se !ompem de e'u'!iados que, a despeito de '*oserem 3erm+ti!os, pre!isam oste'tar umaformaque '*o os limite a fa0er refer'!ia aestados de !oisas espe!fi!os:

    Na realidade i'stitu!io'al, a li'%ua%em '*o + usada ape'as paradescrever os fatos, mas, de modo estra'3o, ela + parteconstitutiva dos fatos (...#. As re%ras !o'stitutivas tm sempre amesma forma l)%i!a: tal !oisa vale por ter tal status (...# oaspe!to sim")li!o da li'%ua%em + esse'!ial para a !o'stitui/*o

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    da realidade i'stitu!io'al de uma ma'eira que '*o + esse'!ialpara a realidade "ruta, porque o movime'to pelo qual!o'!ordamos em !o'siderar que um termo > tem o status de [

    &2 + um movime'to sim")li!o.(Iearle, , p.1, p. 11S e p. 1E#

    G em"ara/oso defi'ir o tipo de tratame'to que deve ser dispe'sado ao dis!urso!o'stitudo de e'u'!iados que, apesar de serem de!larativos, s*o desprovidos de!o'tedo empri!o. Zue avalia/*o fa0er, qua'do se est2 em "us!a de !o'3e!ime'to, deasser/es para as quais '*o + possvel ide'tifi!ar e8emplos e !o'tra-e8emplo !apa0esde l3es defi'irem a verdade ou a falsidadeY Como vimos, a dupla !o'strutividade quese fa0 prese'te em al%umas teorias so!iais + !o'seq?'!ia de pro!urarem i'!orporar Lssuas tessituras e8pli!ativas si%'ifi!atividade i'tr'se!a aos fatos que i'vesti%am.Fi!am, por essa ra0*o, sem ter !omo se ma'ter !ompletame'te atreladas ao usorefere'!ial da li'%ua%em, L pura remiss*o a estados espe!fi!os da realidade. H que em

    "oa parte defi'e a pe!uliaridade de al%umas das mais importa'tes teorias so!iais + o

    fato de se !omporem de e'u'!iados que remetem a outros e'u'!iados. De se!omporem de e'u'!iados que versam so"re e'u'!iados, isto +, de asser/es que, sema"a'do'ar as prete'ses de verdade e !ie'tifi!idade, dis!orremso.re e'u'!iados !u&o!o'tedo se forma 'o "o&o de pro!essos espo'tK'eos de i'tera/*o so!ial. =esmo omais o"&etivista !ie'tista so!ial '*o pode dei8ar de re!o'3e!er que lida !om fatos,eve'tos e situa/es - 'o !ampo da a/*o so!ial - pr+-i'terpretados:

    Hs 3ome's '*o esperaram o adve'to da !i'!ia so!ial paraformar id+ias so"re o direito, a moral, a famlia, o $stado, a

    pr)pria so!iedade. N*o poderiam passar sem elas para viver.(Dur3eim, 1@S, p. 1#

    G !laro que e'traves metodol)%i!os podem ser sempre i'vo!ados para '*o levarem !o'sidera/*o a !ar%a si%'ifi!ativa !o'tida 'os fe'me'os so!iais. Dur3eim (1@S,

    p. E# despre0a a i'te'/*o por !o'sider2-la al%o demasiado 'timo para poder serati'%ida do e8terior. A !o'!ep/*o de fato so!ial !omo chose, portadora de e8ist'!iao"&etiva i'depe'de'te das represe'ta/es que dela fa/am as !o's!i'!ias i'dividuais,

    levou Dur3eim a desqualifi!ar !omo pre'o/es essas i'terpreta/es espo'tK'easque o pesquisador e'!o'tra dadas em seus o"&etos de estudo. Nutre Dur3eim oi'fu'dado temor de que possam domi'ar o esprito e su"stituir a realidade:

    Hs i'divduos, que s*o os a%e'tes da 3ist)ria, fa0emdetermi'ada id+ia dos a!o'te!ime'tos de que parti!ipam. Para

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    poderem !ompree'der seu !omportame'to ima%i'am-se aperse%uir tal ou qual o"&etivo que l3es pare!e dese&2vel e!o'strem ra0es para provar a si mesmos e, !aso se&a'e!ess2rio, a outrem que esse o"&etivo + di%'o de ser dese&ado.Hra, s*o essas motiva/es e essas ra0es que o 3istoriador!o'sidera as !ausas determi'a'tes do dese'volvime'to3ist)ri!o (...# =as essas e8pli!a/es su"&etivas '*o tm valor4

    pois, os 3ome's '*o vem os verdadeiros motivos que os fa0ema%ir (...# Pois as id+ias e as ra0es que se dese'volvem 'a!o's!i'!ia, e !u&os !o'flitos !o'stituem 'ossas deli"era/es,resultam 'a maior parte das ve0es de estados or%K'i!os, dete'd'!ias 3eredit2rias e de 32"itos i'veterados de que '*otemos !o's!i'!ia.

    (Dur3eim, 1@. p. 1-#

    H que 'em sempre se leva em !o'ta + o fato de a compreensoque as a/es

    !arre%am em seus modos de o!orr'!ia poder dar ori%em a uma forma de e8pli!a/*o!ausal 'a qual as ra:;*! dos a%e'tes despo'tam !omo !ausas me'tais de seu!omportame'to. N*o 32 dvida de que 'o !aso de re!3a/arem o o"&etivismo, ou o queQrod"e! (1@, p. @# !ara!teri0ou !omospectator methods, os !ie'tistas so!iais '*o

    podem se furtar a espe!ifi!ar, de forma metodolo%i!ame'te !o'fi2vel, o tipo detratame'to que se propem a dispe'sar Ls i'terpreta/es espo'tK'eas que sema'ifestam !omo uma esp+!ie de i'teli%i"ilidade dada 'o dado. Caso dei8em dei%'or2-las ou de despre02-las !omo vises simplistas e equivo!adas - ra!io'ali0a/esou su"lima/es das !ausas efetivame'te opera'tes ver-se-*o o"ri%ados a optar poruma metodolo%ia !apa0 de evitar o peri%o da !o'fus*o !o'!eitual a que est*o su&eitasas teori0a/es que se reportam a outras teori0a/es. G fu'dame'tal espe!ifi!ar ast+!'i!as de pesquisa que podem ser apli!adas a esses !o'tedos asso!iados Lsi%'ifi!atividade i'tr'se!a - que se ma'ifestam !omo partes !o'stitutivas dasrealidades i'vesti%adas. G f2!il, !omo fa0 Oa'so' (1@, p. SS#, afirmar que oo"&etivo da !i'!ia so!ial + tor'ar o si%'ifi!ado dos fe'me'os 3uma'os i'teli%vel. Atarefa que fi!a sempre por ser e8e!utada + a de defi'ir um modelo de e8pli!a/*o eWou!ompree's*o em !o'di/es de se i'!um"ir dessa miss*o !om efi!i'!ia metodol)%i!a.

    $m se trata'do de !o'3e!ime'to da vida so!ial, '*o se &ustifi!a redu0ir afor&adura de teorias a uma atividade e8pli!ativa deprimeira ordem de"ru/ada so"re

    fatos. $'si'a-'os Titt%e'stei' (1@S, p. S#: o que deve ser a!eito, o dado, s*o, porassim di0er, formas de vida. G, por isso, imperioso re!o'3e!er que muitas das teoriasre!o'strutivas que apare!em 'a pesquisa so!ial s*o ela"ora/es e8pli!ativas de

    segunda ordem!o'stitudas a partir de outras teorias, isto +, a partir dos !o'tedosvive'!iais i'terpretados que se formam !omo parte dos pr)prios pro!essos de(re#produ/*o dos fatos estudados. ;sso o"ri%a a !o'ferir L teoria o estatuto

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    epistemol)%i!o de metateoria. Iua atividade te)ri!a equivale, em "oa parte, a umaesp+!ie de re!o'stru/*o (meta#e8pli!ativa das e8pli!a/es espo'tK'eas que os a%e'tes%eram 'as redes de i'tera/*o do mu'do da vida:

    Ie para o !ie'tista 'atural a oposi/*o e'tre fatos o"&etivos eopi'ies su"&etivas pode ser fa!ilme'te esta"ele!ida, '*o 32

    !omo pro'tame'te deslo!2-la para o o"&eto das !i'!ias so!iais.A ra0*o disso + que o o"&eto das !i'!ias so!iais, ou os fatos!om os quais lidam, tam"+m s*o opi'ies - '*o as opi'ies doestudioso dos fe'me'os so!iais, mas as opi'ies daqueles!u&as a/es produ0em o o"&eto do !ie'tista so!ial.

    (Oa6e, 1@@. p. E#

    G !laro que '*o "asta formular s)lidos ar%ume'tos a favor da tese que!ara!teri0a a teoria so!ial !omo uma teoria de se%u'da ordem, !omo uma metateoria.

    G pou!o elu!idativo afirmar o !ar2ter su"&etivo dos fatos so!iais sem que se apo'tepara a possi"ilidade de se dese'volver uma metodolo%ia !apa0 de ofere!er a !i'!ias!omo a so!iolo%ia e a psi!olo%ia, e'tre outras, !o'di/es de !3e%arem a um tipo de!o'3e!ime'to 'o qual as pe!uliaridades o'tol)%i!as dos o"&etos estudados se&amefetivame'te pro"lemati0adas e e8pli!adas. Uma realidade que ofere!e mais que a

    provis*o de evid'!ias favor2veis ou !o'tr2rias Ls teorias '*o tem !omo ser a!essadapor uma metodolo%ia que se limite a propor pr2ti!as de pesquisa merame'tereiterativas das posi/es-padr*o propostas pela epistemolo%ia tradi!io'al. Ie'do

    portadora de si%'ifi!atividade i'tr'se!a/ e se'do isso importa'te para defi'ir a'ature0a dos fe'me'os estudados, a realidade '*o se limitar2 a ofere!er e8emplos e!o'tra-e8emplos que, 'o de!urso de pro!essos espe!fi!os de testa%em, defi'em se ateoria + verdadeira, prov2vel ou falsa.

    H fato de a a/*o 3uma'aoste'tar si%'ifi!atividade i'tr'se!ator'a o"ri%at)rio,qua'do 32 preo!upa/*o em evitar redu!io'ismos o"&etivistas, !o'struir e8pli!a/es dee8pli!a/es, teorias que i'!orporem a dime's*o te)ri!a prese'te 'os fe'me'osi'vesti%ados. Ie 32 fatos que se d*o a !o'3e!er pr+-i'terpretadas isso si%'ifi!a quesuas formas de ma'ifesta/*o !o'tm teorias so"re si mesmos. Ie'do esse o !aso,fi!a dif!il apli!ar aos fatos da vida psi!osso!ial os tipos de pro!edime'tosmetodol)%i!os, 'ormalme'te afi'ados !om as posi/es-padr*o, que advo%am rituais

    avaliat)rios !e'trados 'o !ote&o esquem2ti!o e'tre teoria e estados de !oisas. Como +sa"ido, por mais e8pressivo que se&a o a!mulo de evid'!ia favor2vel, '*o 32 teoria,so!ial ou 'atural, que possa ser defe'dida !omo esta'do em !orrespo'd'!ia !om arealidade. Pode sempre, mais !edo ou mais tarde, vir a ser lo!ali0ado um !o'tra-e8emplo. $ !om rela/*o ao mu'do espe!fi!o dos fe'me'os psi!osso!iais que sema'ifestam pr+-i'terpretados, as teorias '*o tm !omo se limitar L "us!a de

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    !orrespo'd'!ia !om a realidade. =esmo porque pre!isam e'te'der !omo os fatose'te'dem a si mesmos.

    Ie teorias se fa0em prese'tes 'os fatos a i'vesti%ar - o dis!urso do vivido -!omo parte i'te%ra'te da i'teli%i"ilidade do o"&eto de estudo, e't*o o tra"al3o do!ie'tista ter2 que se dese'rolar mais !omo uma atividade de de!odifi!a/*o que de!o'stru/*o de e8pli!a/es em "us!a de !omprova/*o empri!a. ;sso '*o si%'ifi!a que

    para !ompree'der os fe'me'os, &u'to !om as teorias que os !ompem, se&a

    &ustifi!2vel promover a !ria/*o de um tipo de dis!urso que, sem fi!ar preso ao usorefere'!ial da li'%ua%em, '*o pre!ise demo'strar que tem reais !o'di/es de a!ale'tar

    prete'ses !o%'itivas so"re o que estuda. Iem que possa se desve'!il3ar do requisitoda !orrespo'd'!ia, L teoria de se%u'da ordem i'!um"ir2 elu!idar o que est2 dado!omo ra!io'alidade !o'stitutiva do que toma !omo o"&eto de i'vesti%a/*o. ;sso tor'a'e!ess2ria a ado/*o de um modelo metodol)%i!o que se mostre !apa0 de dar ori%em ae8pli!a/es que, al+m de passveis de avalia/*o empri!a, e'ta"ulem rela/esdial)%i!as !om os !o'tedos te)ri!o-dis!ursivos dados 'a realidade estudada.

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    Ie o pesquisador e'!o'tra os fatos que !ompem seus !ampos de i'vesti%a/*omer%ul3ados em !ompree'ses, as e8pli!a/es que ela"ora a!a"am se ve'do dia'te da'e!essidade de assumir a ide'tidade de compreenses de compreenses. ;%'orar as!ompree'ses dadas 'os dados equivale a mutil2-los, a des!o'siderar asi%'ifi!atividade pr)pria de que s*o portadores. Para que possa e8pli!aradequadame'te os fatos aos quais diri%e sua ate'/*o, o !ie'tista so!ial pre!isa !o'tar!om uma metodolo%ia que, sem despre0ar pro!edime'tos avaliat)rios tradi!io'ais,

    !o'si%a apree'der a 'ature0a das formas de !ompree's*o que e'!o'tra 'os dados!omo partes i'te%ra'tes do material empri!o a partir do qual edifi!ar2 sua metateoria:

    H pro%rama de sua dis!ipli'a e8i%e que o so!i)lo%o des!reva!ie'tifi!ame'te um mu'do que i'!lui !omo fe'me'os

    pro"lem2ti!os '*o ape'as as 'o/es da outra pessoa, mas o!o'3e!ime'to que a outra pessoa tem do mu'do. $m!o'sequ'!ia, o so!i)lo%o '*o tem !omo evitar uma de!is*ofu'!io'al em tor'o dos v2rios fe'me'os a"ra'%idos pelotermo ra!io'alidade.

    (Marfi'el, 1@S, p. S#

    G !laro que se as teorias so!iais se !ompusessem de e'u'!iados so"re fatosmudos poderiam se ma'ter presas ao estrito uso refere'!ial da li'%ua%em. $, 'esse!aso, %erariam me'os !o'trov+rsias a!er!a de sua !ie'tifi!idade. H pro"lema + que asteorias que se or%a'i0am !omo discurso do discurso !riam !omple8as rela/esepistmi!as e'tre a i'stK'!ia tomada !omo li'%ua%em-o"&eto e a empre%ada !omometali'%ua%em. $ muitas ve0es '*o se tem !omo fa!ilme'te sa"er se a teoria propostaest2 !o'se%ui'do e8pli!ar al%uma !oisa ou se + ref+m de uma !adeia de equvo!osl)%i!o-!o'!eituais e de reifi!a/es ver"ais. Al+m disso, + muito !omum, por seremfrou8os os !o'troles empri!os, a prete'dida arti!ula/*o e'tre o dis!urso de 'vel 1, odos a%e'tes, e o de 'vel , o dos pesquisadores, des!am"ar para a maisdesorie'tadora auto-refere'!ialidade. Por essa ra0*o, em muitos !asos + !ru!ial sa"erse as teorias so!iais realme'te e8pli!am o que tomam !omo o"&etos pr+-i'terpretadosde i'vesti%a/*o ou se a!a"am prisio'eiras de e'!adeame'tos (meta#dis!ursivosdesprovidos de "ase empri!a e poder elu!idativo. O2 autores (

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    teoria re!o'strutiva se mostre !apa0 de fu'!io'ar !omo uma metali'%ua%emelu!idativa da li'%ua%em-o"&eto dos fatos. ;'depe'de'teme'te da !redi"ilidadeepistemol)%i!a que ve'3a a al!a'/ar a e8pli!a/*o que se or%a'i0a por !amadasi'terpretativas - em que o o"&eto est2 t*o permeado de i'terpreta/*o qua'to a teoriare!o'strutiva que te'!io'a e'te'd-lo - '*o 32 !omo defe'der sua su"miss*o Lse8i%'!ias estatudas por verifi!a!io'istas e falsifi!a!io'istas:

    As teorias das !i'!ias 'aturais se aprese'tam !omo umsistema de e'u'!iados so"re estados de !oisas, e'qua'to que osestados de !oisas a'alisados pelas !i'!ias do esprito !o'tm

    &2 a !omple8a rela/*o su"siste'te e'tre e'u'!iados e estados de!oisas. Aos fatos de primeira e se%u'da ordem !orrespo'deme8peri'!ias de primeiro e se%u'do %raus.

    (Oa"ermas, 1@. p. SB#

    As modalidades de teoria que se !ompem de e'u'!iados so"re e'u'!iados,e8pli!a/es re!o'strutivas so"re i'terpreta/es espo'tK'eas, sofrem avalia/esimpr)prias qua'do !e'suradas por se re!usarem a passar pelo !rivo dos pro!edime'tosmetodol)%i!os o"&etivistas defe'didos pelo 'aturalismo. Apre%oar que muitas teoriasso!iais '*o s*o !ie'tfi!as por '*o terem falsifi!adores pote'!iais ou por usarem3ip)teses ad hoc para evitar a refuta/*o +, 'a maioria dos !asos, fa0er uma!o'stata/*o trivial. H !ru!ial + ter prese'te que as pri'!ipais difi!uldades que asteorias so!iais e'fre'tam para se le%itimar !omo aut'ti!o !o'3e!ime'to derivam dade"ilidade das t+!'i!as avaliat)rias que tm sido propostas para aferir se a rela/*oe'tre a teoria de primeira ordem (a dos a%e'tes# e a de se%u'da ordem (o dos!ie'tistas# %era de fato e8pli!a/es e '*o ape'as !o'fusa so"reposi/*o e'tre difere'tesestratos dis!ursivos.

    G !omum a falta de empe'3o em ela"orar teorias passveis em pri'!pio deverifi!a/*o ou falsifi!a/*o des!am"ar para !o'stru/es dis!ursivas imperme2veis aqualquer avalia/*o !riteriosa do que est2 se'do e8pli!ativame'te proposto. Nos !asosem que se re!usam as t+!'i!as tradi!io'ais de !o'!ess*o de !redi"ilidade epistmi!ator'a-se imperioso espe!ifi!ar !om "ase em que !rit+rios de e8pli!atividade podem asteorias propostas ser &ustifi!adas. Do !o'tr2rio, as ela"ora/es (meta#i'tepretativas

    podem resvalar para a dis!ursividade va0ia !u&o pri'!ipal feito !ostuma ser o de

    produ0ir efeitos ret)ri!os !apa0es de !amuflar a falta de !lare0a !o'!eitual e deem"asame'to empri!o.H fato de se estar dia'te de uma teoria que '*o se or%a'i0a !omo um !o'&u'to

    de e'u'!iados que se reporta direta ou i'diretame'te a estados de !oisas defi'idos '*osi%'ifi!a que '*o 3a&a 'e!essidade de aferir seu valor e8pli!ativo. Zua'do o usorefere'!ial da li'%ua%em '*o + sufi!ie'te, para o tipo de !o'3e!ime'to perse%uido,

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    isso '*o li"era o pesquisador for&ar teorias passveis de !omprova/*o empri!a. Ast+!'i!as metodol)%i!as !l2ssi!as podem at+ se mostrar i'sufi!ie'tes. =as isso '*o

    &ustifi!a supor que s*o totalme'te dispe's2veis. H o"&etivismo defe'de a tese t2!ita deque o dis!urso !ie'tfi!o deve despre0ar a si%'ifi!atividadeque pode ser e'!o'trada'os fe'me'os so!iais por estar !o've'!ido de que ou '*o tem !omo ser estudada deforma metodol)%i!a !o'fi2vel ou por e'te'der que em 'ada !o'tri"ui para e8pli!ar a'ature0a e a freq?'!ia dos fatos psi!osso!iais. Por s) re!o'3e!er !omo possuidores

    de si%'ifi!ado !o%'itivo os e'u'!iados presos L fu'/*o refere'!ial, os passveis deterem seus valores-de-verdade defi'idos !omo !o'seq?'!ia de se !o'formarem ou'*o L realidade, '*o tem !omo !o'siderar aut'ti!os os que se dedi!am a !aptar asi%'ifi!atividade i'tr'se!a dos fatos so!iais:

    Co'sideramos fe!u'da a id+ia de que a vida so!ial deve sere8pli!ada, '*o atrav+s da !o'!ep/*o que dela fa0em aquelesque dela parti!ipam, mas pelas !ausas profu'das que es!apam L!o's!i'!ia: pe'samos i%ualme'te que essas !ausas devemso"retudo ser pro!uradas 'o modo !omo os i'divduos

    asso!iados se a%rupam (...# as !ausas dos fe'me'os so!iaisdevem ser pro!uradas fora das represe'ta/es i'dividuais.

    (Dur3eim, 1@. p. 1-#

    I) que, em pri'!pio, 'ada impede que se reali0em estudos que, sem re'u'!iar Lo"&etividade, pro!urem levar 'a devida !o'ta a !o'!ep/*o que os a%e'tes tm da vidaso!ial da qual s*o perso'a%e's. Ie as !ausas (profu'das# que es!apam L !o's!i'!ias*o os verdadeiros m)veis de seus estados e das !o'dutas a eles asso!iados, e't*o!a"e demo'strar !omo se rela!io'am !om os motivos eve'tualme'te i'vo!ados pelosu&eito da a/*o. G par!ame'te defe's2vel a tese de que o pesquisador, 'a medida emque se dedi!a a es!avar !ausas para al+m das ra!io'ali0a/es da !o's!i'!iai'dividual, pode desqualifi!ar metodolo%i!ame'te o modo pelo qual o a%e'te &ustifi!aou e8pli!a para si (ou para outrem# sua a/*o. Ali2s, o o"&etivismo des!ura do fato deque s) podemos ide'tifi!ar uma !ausa !omo profu'da se previame'te !o'3e!emos oerr'eo e superfi!ial e'redo motiva!io'al urdido pela pr)pria !o's!i'!ia. Ie'doassim, a si%'ifi!atividade i'tr'se!a, mesmo qua'do ide'tifi!ada a espe!iosasmotiva/es de ordem su"&etiva, '*o pode dei8ar de ser e'!arada !omo parte dao.jetividade oste'tada pelos fe'me'os psi!osso!iais. N*o se &ustifi!aria, por isso,

    assumir postura o"&etivista ai'da que se !o'se%uisse demo'strativame'te redu0ir asi%'ifi!atividade i'tr'se!a dos fatos so!iais a o"s!uras, e e8pli!ativame'tepro"lem2ti!as, ra!io'ali0a/es da !o's!i'!ia.

    H que tor'a o tra"al3o de pesquisa em al%umas 2reas das !i'!ias so!iaismetodolo%i!ame'te !omple8o + o fato de suas teorias se !omporem de e'u'!iados queversam so"re e'u'!iados perte'!e'tes a uma i'stK'!ia dis!ursiva disti'ta. $m ve0 de

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    termos e'u'!iados ela"orados !om o fito de se referirem a determi'ados estados de!oisas, temos e'u'!iados que se referem a outros e'u'!iados. $ssa pe!uliaridadea!a"a por i'via"ili0ar a disti'/*o e'tre se'te'/as o"serva!io'ais e te)ri!as que &2 ta'toquestio'ame'to sofre qua'do apli!ada Ls !i'!ias 'aturais. G espor2di!a, 'as !i'!iasso!iais, a forma/*o de se'te'/as que se reportam a e'tidades, eve'tos e pro!essoso"serv2veis. Raros s*o os e'u'!iados que podem ter o valor epistmi!o do quevei!ulam afervel pelo a!ompa'3ame'to de estados da realidade portadores de

    !oorde'adas espa/o-temporais espe!ifi!2veis.Nesse se'tido, as se'te'/as mais pro'u'!iadame'te te)ri!as das !i'!ias so!iais

    dei8am de ter at+ os v'!ulos i'diretos !om a e8peri'!ia que e8istem qua'do, !omoo!orre !om al%umas se'te'/as te)ri!as das !i'!ias 'aturais, est*o sistemi!ame'tei'terli%adas - via re%ras de !orrespo'd'!ia - a aut'ti!as se'te'/as o"serva!io'ais.=esmo qua'do dis!orrem so"re i'o"serv2veis !omo el+tro', 2tomo, et!., ose'u'!iados te)ri!os de !i'!ias !omo a Fsi!a preservariam, 'a )ti!a de al%u'sepistem)lo%os, o imp+rio da fu'/*o refere'!ial. A !redi"ilidade epistmi!a dose'u'!iados te)ri!os '*o seria posta em dvida em ra0*o de o que asseveram so"rei'o"serv2veis aprese'tar v'!ulos, ao me'os i'diretos, !om se'te'/as o"serva!io'ais.

    Nesse !aso, os e'u'!iados te)ri!os das !i'!ias 'aturais !o'struiriam suae8pressividade !o%'itiva em !o'formidade !om o uso refere'!ial da li'%ua%em.

    G evide'te a 'e!essidade de uma 'ova metodolo%ia !apa0 de lidar !om ape!uliaridade de que o que se poderia de forma desavisada tomar !omo puro fato +tam"+m teori0a/*o espo'tK'ea, si%'ifi!atividade i'tr'se!a, !o'stitutiva do dado quese prete'de e8pli!ar. N*o se trata ape'as de re!o'3e!er a profu'da im"ri!a/*o e'tre ote)ri!o e o fatual 'em de apre%oar a impossi"ilidade de mi'imame'te disti'%uir-se,!omo fa0 Fe6era"e'd (1@, p. 1S-E#, o te)ri!o do o"serva!io'al. H que est2 posto!omo desafio + a fu'dame'ta/*o epistemol)%i!a da tese de que e'!erram !ar2termar!adame'te metate)ri!o al%umas das mais importa'tes e8pli!a/es propor!io'adas

    pelas !i'!ias so!iais. $ que esse !ar2ter metate)ri!o, asso!iado Ls posturas que!riti!am a pr)pria realidade, a!a"a por difi!ultar o e'dosso das posi/es-padr*o daepistemolo%ia tradi!io'al ta'to 'o que se refere ao pro!esso de forma/*o qua'to ao de

    &ustifi!a/*o das teorias so!iais.A 'ature0a metate)ri!a das teorias so!iais + resultado de o pr)prio material a

    ser i'vesti%ado - dados, fatos, et!. estar impre%'ado de teoria. $ isso sus!ita aquest*o da rela/*o que o !o'3e!ime'to do !ie'tista ma't+m !om a racionalizao queo a%e'te ela"ora para sua !o'duta. $ a!a"a e'tra'do em !e'a a pro"lem2ti!a do poder:um sa"er se di0 !apa0 de entendero que o o"&eto tem de e'te'dime'to de si mesmo

    e at+ de retifi!ar seus equvo!os i'terpretativos ou pr fim a suas iluses !ausais.Ie'do esse o !aso, !ompree'der tam"+m e'volve ter poder so"re o que + o"&eto de!ompree's*o. $ isso a!a"a se'do i'teressa'te e8emplifi!a/*o de !omo o sa"er, mesmoem dis!ipli'as que tm sua !ie'tifi!idade questio'ada, se mostra !apa0 de %erar poder.5e'tar e8pli!ar um fe'me'o da vida so!ial +, &2 de sada, se dar !o'ta de que eletam"+m, de !erto modo, + uma teoria so"re si mesmo. Como os modos de viver e

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    !o'viver se tra'sformam ao lo'%o do tempo teori0a'do so"re si mesmos, a!ompree's*o do !ie'tista pode tam"+m ser vista !omo uma i'terve'/*o e8pli!ativa.As i'stitui/es reprodu0em fu'!io'alidades que, "em ou mal, s*o pe'sadas pelosa%e'tes direta ou i'diretame'te e'volvidos e pelos !ie'tistas. Zua'do est2 em quest*o!ompree'der me!a'ismos da vida me'tal e asso!iativa, a teori0a/*o re!o'strutivaa!a"a por esta"ele!er uma rela/*o de !o'trole so"re as teorias espo'tK'eas dosa%e'tes.

    N*o 32, por isso, !omo qualifi!ar de o"serva!io'al a li'%ua%em que dis!orreso"re o que est2 dado !omo fato so!ial. H que 32 sempre e i'elutavelme'te s*odifere'tes tipos e 'veis de i'terpreta/esWleituras em fu'/*o de estar o !ie'tista dia'tede !ompree'ses espo'ta'eame'te %eradas Ls quais apli!a re!o'stru/es te)ri!as

    "aseadas em re!ursos !o'!eituais prete'same'te portadores do poder de prover ae8pli!a/*o aut'ti!a do que estuda. Re%istre-se ai'da que o dis!urso que prete'dee8pli!ar me!a'ismos da vida so!ial am"i!io'a, 'o fu'do, elu!idar tam"+m a si mesmo!omo parte que + da vida so!ial, o que l3e d2, em al%u's !asos, !ar2ter de auto-refere'!ialidade.

    >. Fat#! ,r+-%t*r,r*ta)#! * # )*!a4# )a #6?*t$)a)* *" '&%'a! !#'a!

    5udo isso mostra que e8i%ir de determi'adas teorias so!iais que se&amverifi!2veis ou falsi!2veis equivale a te'tar o"ri%2-las a se limitar a dese'volver o &o%ode li'%ua%em !al!ado 'o primado da fu'/*o refere'!ial. Como muitas teorias so!iaisse vi'!ulam a um modelo de dis!urso em que a teoria re!o'strutiva ela"ora se'tidos a

    partir daqueles que e'!o'tra dados 'o que toma !omo dado/ a avalia/*o de sua!ie'tifi!idade '*o deve ser !o'fi'ada L satisfa/*o de requisitos atrelados aos modelosverifi!a!io'ista e falsifi!a!io'ista. Dis!ursos de primeira ordem s*o os que em

    primeira i'stK'!ia podem ser avaliados L lu0 dos estados de !oisas so"re os quaisdis!orrem. Ia"er se s*o ou '*o "em su!edidos em seu empree'dime'to e8pli!ativo +uma quest*o, e'tre outras, da !apa!idade de !orrespo'd'!ia L realidade dose'u'!iados que os !ompem. Dis!ursos de se%u'da ordem s*o os que remetem aestados da realidade que despo'tam, eles mesmos, !omo dis!ursos. 5eorias dese%u'da ordem s*o as que for&am e8pli!a/es para dar !o'ta de outras e8pli!a/es -s*o e8pli!a/es re!o'strutivas dedi!adas a elu!idar eWou !riti!ar as e8pli!a/esespo'tK'eas que se !ristali0am 'o/e.enseelt.

    =as o fato de a teoria or%a'i0ada !omo dis!urso do dis!urso/ e8pli!a/*o dae8pli!a/*o/ tor'ar de dif!il apli!a/*o os pro!edime'tos metodol)%i!os !al!ados 'o

    primado do uso refere'!ial da li'%ua%em '*o a deso"ri%a de passar por al%um tipo de!rivo !apa0 de aferir sua profi!uidade e8pli!ativa. A 'ature0a metadis!ursiva de muitasedifi!a/es e8pli!ativas das teorias so!iais '*o tor'a dispe's2vel a preo!upa/*o !om aela"ora/*o de uma metodolo%ia espe!ial que se mostre !apa0 de lidar !om a

    pro"lem2ti!a da empiri!idade e da &ustifi!a/*o epistmi!a.H fato de os o"&etos i'vesti%ados se darem a !o'3e!er !omo teori0a/es, que

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    s*o su"metidas a teori0a/es re!o'strutivas, tor'a ai'da mais imperiosa a dis!uss*o dofu'dame'to empri!o das e8pli!a/es so!iais propostas !omo !ie'tfi!as e do poderque a !i'!ia passa a ter so"re o se'so !omum. A !ie'tifi!idade, ou mel3or, a!apa!idade epistmi!a de as teorias so!iais &ustifi!arem os resultados e8pli!ativos queaprese'tam, depe'der2 da proposi/*o de uma metodolo%ia que sai"a lidar !om3ierarquias dis!ursivo-e8pli!ativas que '*o des!am"em para formula/es%ra'diloq?e'tes, por+m va0ias. 5al metodolo%ia ai'da est2, em "oa parte, para ser

    !riada. 5alve0 essa se&a a ra0*o pela qual est*o as !i'!ias so!iais at+ 3o&emer%ul3adas 'uma e'dmi!a !rise de ide'tidade epistemol)%i!a. G !laro que ao'aturalismo se pode rea%ir !om a vis*o de que se est2 dia'te do desafio de ela"oraruma metodolo%ia !apa0 de dar !o'ta de fatos pr+-i'terpretados ou defe'der um!o'strutivismo e8a!er"ado L lu0 do qual qualquer te'tativa de fa0er !i'!ia s+ria 'u'!avai !o'se%uir ir al+m da ret)ri!a e da propa%a'da:

    as !i'!ias so!iais '*o pre!isam se preo!upar em ser "oa!i'!ia de a!ordo !om os padres da !i'!ia 'aturalsimplesme'te porque '*o 32 m+todo !ie'tfi!o u'iversal e por

    que a "oa !i'!ia + ape'as uma quest*o de !o've'/*o umaquest*o do que persuade ou do as pessoas poderosas da!omu'idade !ie'tfi!a a!eitam.

    (

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