ALCANCE - revistacapital.files.wordpress.com · Você já pensou em es-crever um livro? – Na...

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Envolvente aqui, em Brasília, não é só o clima ameno e enxuto, mas também a organização, a paz e os acessos. Acesso ao conhecimento, a culturas, a uma convivência intelectual, a várias opções de empreendimentos, acesso fácil às novidades e para qualquer canto da cidade. Centro das grandes decisões brasileiras, Brasília abriga o poder e poderosos, mas também acolhe em seus braços migrantes carentes e numerosos. Brasília é uma cidade aberta, com várias portas para se adentrar. Basta que se queira seguir um caminho, daqui é fácil começar, prosseguir e angir o sucesso! ALCANCE Editora da Revista Capital Nazareth Tunholi

Transcript of ALCANCE - revistacapital.files.wordpress.com · Você já pensou em es-crever um livro? – Na...

Envolvente aqui, em Brasília,não é só o clima ameno e enxuto,mas também a organização, a paz e os acessos.

Acesso ao conhecimento,a culturas, a uma convivência intelectual,a várias opções de empreendimentos,acesso fácil às novidadese para qualquer canto da cidade.

Centro das grandes decisões brasileiras,Brasília abriga o poder e poderosos,mas também acolhe em seus braçosmigrantes carentes e numerosos.

Brasília é uma cidade aberta,com várias portas para se adentrar.Basta que se queira seguir um caminho,daqui é fácil começar,prosseguir e atingir o sucesso!

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Editora da Revista CapitalNazare

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Há muita coisa boa no emaranhado em que vivemos. Vale a pena imaginá-las, buscá-las e colocá-las em nossas vidas. Um pouco de criatividade pode melhorar bastante os nossos dias, em tempos de crise.

Só de esperanças e de sonhos, jamais chegaremos ao ponto almejado. Havendo sonho, é preciso haver vontade de converter esse sonho em realidade. Em meio às dificuldades impostas pelas instabilidades que nos cercam, a força de vontade precisa aliar-se a boas ideias, de forma a criar atalhos diferentes a fim de atrair o sucesso para nossos empreendimentos. Daí, precisamos apenas acreditar e agir, confiando no resultado indicado em nossos pla-nos.

Isto pode ser exercitado no dia a dia, podendo se incluir sempre um ingrediente novo na relação familiar diária, no sentido de des-pertar mais riso, mais diálogo e gratidão na convivência em casa.

A Revista Capital, neste mês de setembro, além de participar do Cerimonial de Natalício de JK, renova os votos de sucesso e alegrias a todos os seus leitores.

Instabilidades e Criatividade

Nazareth Tunholi

Revista Capital – A revista de BrasíliaEdição de Setembro/2015Produzida pela jornalista Nazareth Tunholi – Registro Profissional: 2537/13/15-DFFotografias: Nelson Fleury e Mônica CruzRevisão: Rogério de Menezes Tunholihttps://www.facebook.com/pages/Capital-Web/https://revistacapital.wordpress.com/[email protected]: (61) 8251-8508 – 9257-1990* As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Índi

ceArteEntre o Brasil e a França . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38BlogAcontece Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50CelebraçãoCerimonial de Natalício de JK .. . . . . . . . . . . . . .2655 Anos de Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36CoachSou líder de mim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51ColunasNazareth Tunholi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Elegance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15Mônica Cortopassi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Brasília Vip . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32Gente que faz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

OpiniãoJapão e Brasil-Tão Próximos e tão Distantes - 52 PerfilNeyse Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11PersonaIdair Senna Bastos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33PoemasAbraço Ardente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40Velha Casa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Ponto de VistaA Debilidade dos Líderes . . . . . . . . . . . . . . . . . 3Quinze AnosDanielle Braz Amarílio da Cunha. . . . . . . . . .42ReflexõesA Utilidade da Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . .22SaúdeMentalize a Realização de um Sonho. . . . . 12Talk ShowMércia Crema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

ComportamentoDividir tarefa doméstica melhora vida sexual - 21

Oficina de Costura de Bonecas. . . . . . . . . . . . . 40ContoEstrela da Ópera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44DiplomaciaRubén Darío e o Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55EntrevistaJanine Brito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6EsportePrata do Brasil – Lição Altruísta . . . . . . . . . . . . 31GenteFátima Langa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35JuscelinoO que JK diria se estivesse vivo? . . . . . . . . . . . 25Livros O sucesso das Bibliotecas Casa do Saber. . . . . .8

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A empresária e advogada Janine Brito, além de sua fina presença no meio social de Brasília é uma adminis-tradora experiente. Desde dezembro de 2012, é diretora executiva da Indústria e Comércio de Produtos Siderúr-gicos Pinheiro Ltda e desde abril de 2010, da Ferragens Pinheiro Ltda. Administra também a Pinheiro de Brito Administração Imobiliária, desde novembro de 1988, locações e condomínios comerciais, administrando a lo-cação de mais de 300 imóveis comerciais familiares.

Janine Brito dedica-se ainda à administração de negócios rurais, colecionando sucessos em sua vida profissional, vendo o progresso das empresas ao longo dos anos.

A Indústria e Comércio de Produtos Siderúrgicos Pinheiro produz o beneficiamento do aço e foi criada no final de 2012 para a execução de projetos de construção civil com o corte e dobra do aço sob medida, além da fabricação própria de telhas galvanizadas.

JANINE BRITO

Armazenamento

A Ferragens Pinheiro Ltda é uma empresa com 55 anos de existência, dedicados ao fornecimen-to de ferragens em geral, especialmente tubos, telas, alambrados, aço para construção, arames e acessórios em geral. Trabalha com as melhores usinas do país, tais como Gerdau, Arcellor Mit-tal, Aço Cearense, Ferronorte, Usiminas, além de Eternit, Makita, Esab e outras consagradas mar-cas do mercado. A empresa conta com uma loja no Setor de Indústrias de Taguatinga e outra a ser inaugurada, em breve, no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília.

Ferragens Pinheiro SIA Ferragens Pinheiro Taguatinga

5Revista Capital

Cap

a A Pinheiro de Brito Administração Imobiliária, atua na administração de locações e de condomí-nios comerciais, desde 1988.

Edifício Pinheiro SIA

Centro Empresarial Pinheiro de Brito

Taguatinga Trade Center

Administração de Negócios Rurais

Fazendas Reunidas Palmeiras

Fazenda Palmeiras Goiás

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Janine, é um grande prazer entrevistá-la para ilustrar uma das páginas de nossa Revista Capital.

– O prazer em fazer parte de uma revista que tenha sua chancela é todo meu.

Vivemos uma fase de grande turbulência econômica em nosso país, como a “Ferragens Pinheiro” está atuando nessa crise?

– Na verdade a empresa sempre adotou uma política de mínimo risco. Nunca deu passos maiores do que o possível e nunca se endividou. Sua soli-dez vem exatamente deste pensamento de que o crescimento deve ser lento, mas seguro. Para nós, a crise tem representado uma leve diminuição no volume de vendas e uma desaceleração do cresci-mento. A empresa vinha crescendo em torno de 30% (trinta por cento) ao ano e a nossa previsão para 2015 não ultrapassa os 10% (dez por cento), evidentemente, descontada a inflação, que deverá

superar as estimativas.

Além de ser uma das personalidades mais em-preendedoras do Distrito Federal, sabemos que você escreve muito bem. Você já pensou em es-crever um livro?

– Na verdade, este é um sonho antigo. Já me planejei para escrever um livro no futuro, quando tiver tempo para fazê-lo pessoalmente. Gosto de escrever, pois fui advogada durante mais de vinte anos, e, guardo no coração essa vocação. Acho que um livro só poderia ser uma autobiografia, pois já existe muita história para contar.

O prêmio “Maiores do DF” faz jus à contribuição social de sua empresa para o crescimento do DF?

– Esse prêmio é uma iniciativa do Jornal de Brasília juntamente com a Secretaria de Fazenda e baseia-se no ranking de maiores contribuintes

Nazareth Tunholi

JANINE BRITO

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do ICMS e ISS do DF. Há vários anos a Ferragens Pinheiro vem participando desta sofrida lista e par-ticipa do evento. Não é fácil pagar pontualmente a elevada carga tributária que é atribuída às empre-sas. No entanto, nos enche de orgulho saber que es-tamos contribuindo para o crescimento da cidade. Infelizmente, temos situação precária na educação, saúde, segurança, transporte etc., mas seria ainda pior se não houvesse empresas cumpridoras de suas obrigações, como a nossa.

O que você gostaria de dizer aos leitores da Re-vista Capital?

– A nossa história de vida se funde com a História de Brasília. Meus pais chegaram à cidade, para fixar residência, em meados de 1960, quando então, meu pai, Getúlio Pinheiro de Brito, fundou a sua primeira empresa individual e começou o fornecimento de aço e derivados para a construção da cidade. Havia índios e redemoinhos para todos os lados. O barro vermelho do cerrado, em tempos de ventania, co-bria os cabelos sempre arrumados de minha mãe, que se esforçava para cuidar da casa, do marido e dos filhos, enquanto meu pai buscava o sustento da família, de sol a sol. Não é de se admirar que eu tenha crescido com diversos dotes domésticos e uma grande vocação para o empreendedorismo. Sentia muita vontade de multiplicar os pequenos re-cursos infantis, oriundos da mesada de filha mulher, que era sempre inferior à dos irmãos, enquanto ficava a tocar piano, estudar línguas e cuidar dos afazeres domésticos com minha mãe. A música sempre foi minha grande paixão.

No entanto, o tempo vai passando, e, quan-do nos damos conta, já estamos adultos; a vida começa a te cobrar definições. O que você pretende ser? Ouvia constantemente. Vai se profissionalizar em quê? Puxa vida, não há pergunta mais difícil a se fazer para um jovem. Eu não sabia a resposta!!! Queria ser alguém..., fazer algo que me garantisse uma vida confortável e marcar território com meu trabalho. Nos devaneios da puberdade, queria ser Miss, pois achava que bastaria existir e fazer dieta para ser famosa e rica, mas não tinha beleza para isso, nem que nascesse novamente; pensei na me-dicina, pois achava muito lindo salvar vidas, mas ao desmaiar toda vez que via sangue, desisti. Mais tarde, pensei que pudesse ser administradora de empresas, mas fiquei com medo do desemprego,

pois minha família era completamente machista e mulheres não se sairiam bem nesta profissão. Foi então que optei pelo Direito e me tornei advogada. Difícil missão para quem atuou muito tempo nas Varas de Família e morria de dor quando prepara-va um divórcio. Atuei também nas Varas Cíveis com as cobranças, execuções e indenizações, o que me garantiu certa paz de espírito, já que sempre fui destemida, e, cobrar quem deve é algo muito justo. Logo percebi que o Direito seria pouco para minha vocação de fazer negócio, enquanto que o conhe-cimento administrativo seria fundamental para realizar aquela montanha de sonhos que pesava em minha cabeça. Graduei-me nas duas áreas e fiz, de quebra, mais de trinta cursos para entender o fun-cionamento real das empresas e do judiciário. Que-ria estar preparada, mas confesso que meu grande mestre não foi Rui Barbosa e sim o meu pouco es-tudado pai.

Meu pai é daqueles que sabiam de tudo o que estava acontecendo no mundo e no coração das pessoas. Ensinou-me tudo o que sei, especialmente a sonhar alto com os pés bem firmes no chão. Foi ele quem me mostrou a importância da palavra de uma pessoa no mundo dos negócios e na família; Mostrou-me o quanto vale a perseverança, a deter-minação e a economia. Gastar com supérfluo nunca fez parte de seus ensinamentos. Nossa empresa, a Ferragens Pinheiro, nunca teve compromissos não cumpridos e cresceu no azul, sua cor oficial. Nada de dívidas!!! – ele repetiu em minha cabeça até que comecei a achar que dever aos outros era algo parecido com uma doença terrível, e, para evitá-la, tomei vacina todos os dias da minha vida. As coisas foram lentas, mas caminharam com uma solidez que me enche de orgulho e paz.

Em 2010 assumi a gestão do Grupo Pinheiro de Brito e inauguramos, em 2012, a Indústria Pinheiro no Setor de Indústria de Ceilândia e em 2014, a filial da Ferragens Pinheiro no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília. Uma história de luta, trabalho e amor a Brasília não poderia acabar na primeira geração. Eu e meus irmãos criamos nos-sos filhos seguindo a mesma cartilha e os pupilos já cresceram sabendo o significado do trabalho e da retidão. Atualmente 10 pessoas da família tra-balham para o Grupo Pinheiro de Brito, direta ou indiretamente, sendo fundamental o preparo das gerações futuras para a continuidade do trabalho de nosso fundador!

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8 Revista Capital

Desde 2007, o projeto Bibliotecas Casa do Saber é sucesso no DF, tanto em arrecadação de livros, e aprimoramento das estruturas, quanto na abran-gência, pelo alcance de diversas regiões locais, atra-vés da criação ou da reforma de sedes públicas ou não, denominadas Casa do Saber.

Trata-se de uma iniciativa da Cascol Combustíveis muito bem sucedida, coberta de credibilidade e do aplauso da população, que tem doado livros, aten-dendo às campanhas permanentes de equipes vo-luntárias das Bibliotecas Casa do Saber.

O local da triagem de qualidade, separação e ca-talogação dos livros fica no posto Cascol da 406 Sul e é conduzida por bibliotecários voluntários, para depois ser feita a distribuição do material selecio-nado para as Bibliotecas, que hoje já contam até com equipamentos de informática com acesso à in-ternet e programa de controle.

Várias instituições como a ABDF Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, o IBIT – Instituto Brasileiro de Inteligência Tecnológica, a Rede Record, a Marinha, entre outras entidades, têm participando, inclusive com pessoal, para a conclusão de bibliotecas.

A instalação de terminal de computador para cada biblioteca permite um sistema de controle

para a utilização gratuita dos livros. Com o sucesso do resultado, nasceu a ideia de promover a expor-tação do modelo Casa do Saber para prefeituras em todo o país na busca da construção de uma socieda-de mais culta e justa.

Preocupados com a manutenção das estruturas têm sido oferecidos cursos para a profissionalização de auxiliares de bibliotecas para administrarem os recursos das bibliotecas em favor dos usuários.

O projeto tem alcançado até unidades prisionais do Distrito Federal. São mais de 10 bibliotecas ins-taladas entre o Complexo da Papuda, presídios de regime semiaberto, presídio feminino e casas de recuperação de crianças e adolescentes infratores.

Além das fronteiras do Distrito Federal, foram instaladas bibliotecas nos estados de Goiás, Mara-nhão e Ceará, vale citar também, o caso de Angola, que recebeu 20 mil livros doados pelo projeto.

As campanhas para a doação não cessam, assim como a criação de novas bibliotecas, como é o caso da Escola Classe 407 Norte, que recebeu da Cascol Combustíveis a Biblioteca do Saber de número 160, com inauguração festiva com contou com a presen-ça de autoridades e do diretor do projeto Antonio Matias, que tem comandado todas as inaugurações.

O Sucesso das Bibliotecas Casa do Saberpor

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9Revista Capital

A festa é sua, mas aresponsabilidade é nossa!

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Coluna Nazareth Tunholi

O casal Manoel e Neuma Gomes em Estocolmo, Suécia

Iza Matias e Jne Godoy - sessão de homenagens da Adm. do Lago Sul

Maria Elvira Jardim e Irany Vidigal Poubel na sessão

A elegante Heloísa Aroeira com a dinâmica presidente do

Rotary Club Brasília Alvorada, Maryvan Rossi

Maria Olímpia Marotta comemorou seu aniversário,

com as amigas. Na foto ladeada por Marli Galego e Irene Maia

Maria Eva Oliveira em Avanos, Ca-padocia,Turquia. Foto no rio KIrmızı

A alegria de Gracia Cantanhede, no seu aniversário no Rio Bistrô

Cláudia Galdina curtindo o carinho de Laís Amaral

Mércia Crema festejando, em sua residên-cia, o aniversário de Márcia Zardo

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É sempre uma grande alegria compartilhar mo-mentos inesquecíveis com as pessoas que fazem melhores os dias em Brasília. Renovo os meus parabéns aos aniversariantes, aos vitoriosos e aos que realizaram e participaram das mais badaladas recepções dos últimos meses.

A Revista Capital está atenta aos grandes aconte-cimentos do Distrito Federal.

NEYSE FERNANDES, qual o tema predileto para compor seus poemas?

R.: Sem dúvida alguma a essência da alma hu-mana, delineada pelo exercício incondicional do amor de Deus para conosco, polvilhando a paz, a esperança, a benignidade entre os povos.

O que acha da esperança em dias melhores?R.: Em um Brasil nublado por inúmeros problemas,

torna-se quase impossível descrever dias melhores. Nossa certeza da esperança está em acreditar que “Feliz é a Nação, cujo DEUS é o SENHOR.” Esta cer-teza já se fazia presente em dias turbulentos nos tempos da Antiguidade Oriental, onde reinos se levantavam contra reinos para a conquista de seus territórios. Em nossa sociedade globalizada, dias melhores podem se tornar uma realidade quando o homem aprender a respeitar o limite, as diferenças, as opiniões do próprio homem. Destarte, nossa co-munidade será mais justa, equânime, igualitária e exercerá, de fato a democracia.

Em qual área e em qual universidade você con-cluiu o seu doutorado, recentemente?

R.: Conclui meu doutorado em 2013, na Florida Christian University, em Psicanalise Clinica com en-foque em Terapia e Aconselhamento Familiar.

Como é viver em Brasília?R.: Viver em Brasília é sentir sua descendência

frutificar. Para quem viveu o nascimento desta ci-dade, olhar o horizonte hoje, é perceber que o sonho pode se tornar realidade. Brasília é uma filha que cresceu; adulta, é senhora de seu destino. E nos faz cidadãos do mundo, sem amarras, sem fronteiras, mas como peregrinos, temos nosso porto seguro, que nos acolhe e nos acalenta.

PERFIL

Katia Kouzak comemorou seu aniversário em alto estilo, no Iate Clube. Na foto, ladeada por Catharina Brauner, Solon, Zenon e Alexandre Kouzak

Nasceu Angela Cris-tal, filha de Bianka

Karolinne e Reginaldo Quiuqui Alves, neta da es-critora Ângela Veríssimo

Sonia Estela Melo abriu as portas de sua casa no Park Way para o

aniversário da bela Isabel Almei-da, na foto, abraçada pela anfitriã e por Dariane Vale

Saúd

e

Mentalize a realização de um sonho! Mentalizou? Agora imagine o quão árdua foi a sua batalha pela concretização deste sonho. Pois bem, é exatamente assim que me sinto quando vejo meu reflexo no es-pelho e mil lembranças passam pela cabeça. É nessa hora que respiro fundo, refaço os passos em alguns milésimos de segundos e penso alto: EU CONSE-GUI! Não apenas emagrecer, não simplesmente fazer uma dieta e ver resultados, mas consegui me superar; consegui, REALIZAR VERDADEIRAMENTE UM SONHO! Porque através de toda essa caminha-da, muitos obstáculos foram rompidos, muitas lutas travadas diariamente para que eu pudesse superar os meus limites, errar, cair, chorar, enxugar as lágri-mas e levantar quantas vezes fosse preciso! Se eu quis desistir? Muitas vezes! Mas a cada pensamen-to que me sobrevinha, outro positivo vinha logo em seguida, sabe por que? Porque o que me manteve de pé sempre falou mais alto dentro de mim. Você já deve ter ouvido falar por aí que “dentro de nós convivem dois leões, um bom e outro mau; eles lu-tam constantemente! Sabe qual deles vence nessa luta? O que você mais alimentar! Eu decidi alimen-tar o que me motivava a batalhar por mim, pela força interior, meu desejo de lutar, pela concreti-

zação de um SONHO! Eu queria ter de volta o controle da minha vida, ter de volta a persistên-cia de quem vence seus medos, queria retomar as rédeas da minha ali-mentação.

O que para muitos

Érwelley C. de Andrade

MENTALIZE A REALIZAÇÃO DE UM SONHO

pode parecer bobagem, para outros é um verda-deiro martírio. Não ter controle sobre a maneira de como alimentar-se, e este “simples” descontrole pode levar uma pessoa a cometer diversos deslizes e perder até mesmo sua própria confiança. E as consequências podem ser devastadoras!

Aos 26 anos, pesando quase 110 quilos, com a saúde comprometida, desempregada, e a beira de uma depressão, esta era a minha vida há 5 anos! Como eu pude chegar a esse ponto? Me pergunta-va constantemente! Quando deixei de me preocu-par com a minha alimentação? Para onde estava direcionando a mim e a minha família? Que preço pagaria por me desobrigar da qualidade de vida que eles têm direito? Até quando me encheria de alimentos calóricos, maléficos e nada saudáveis? Bem, eu não tinha respostas, mas de uma coisa eu tinha certeza: eu precisava tomar alguma atitude a respeito. E eu cavei! Cavei fundo uma solução.

Eliminei 50 QUILOS nestes quase 5 ANOS de RE-EDUCAÇÃO ALIMENTAR e ATIVIDADE FÍSICA. Sem REMÉDIOS, sem CIRURGIAS, sem NEURAS. Impos-sível? Não existe! Não quando você se dispõe a batalhar pelo que tanto deseja realizar. Não quan-do você “ACREDITA EM SI MESMO” e decide não se render. Isso é força! Como aprendi a controlar a vontade de comer besteira? Será um prazer dividir com você, cada pedacinho desta caminhada. Você deve estar se perguntando como consegui manter o equilíbrio durante todo esse tempo. Como emagre-cer e não engordar mais? Segredo? Não! O nome disso é REEDUCAÇÃO ALIMENTAR! QUALIDADE DE VIDA! No próximo post continuo falando a respeito de Como emagreci e não engordei mais e como aprendi a controlar a vontade de comer besteira.

Muito obrigada pelo carinho e por acompanhar o Blog Vu que é um sucesso!

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ta A DEBILIDADE DOS LÍDERESNão se pode falar de Poder sem falar de

Shakespeare. Trata-se de duas palavras indissociá-veis. Provo isso, mostrando que ninguém apresen-tou e deslindou as entranhas do poder com tanta argúcia e acuidade quanto o genial inglês — indo bem além do imprescindível Maquiavel, – tal a enormidade de situações envolvendo questões de poder contidas em suas peças imortais. Seja con-quistando, obtendo, mantendo e perdendo-o. Ele põe suas personagens, condes, duques, prince- sas, reis e rainhas mentindo, roubando, guerrean-do, matando, amando, construindo, trabalhando, administrando. Igualzinho aos nossos homens e mulheres nos dias de hoje. E ele fez isso porque sabia que é assim que o poder funciona. E sabia, acima de tudo, que a personalidade de alguém que detém o poder, principalmente poder político, dos líderes que dirigem um estado, é fator preponde-rante na condução dos negócios, e que suas fraque-zas – orgulho, prepotência, libido, desejo, vaidade – podem condenar todo um empreendimento, até mesmo uma sociedade, ao fracasso. E que o su-cesso é fruto do equilíbrio desses afetos num in-divíduo e da solidez das instituições que o cercam.

Pois o homem é falível – todo mundo sabe disso, mas ele mostrou quais são as falhas, e dissecou- as – tem pontos fracos, às vezes, um único pon-to, traços de caráter e personalidade que podem destruir tudo, ele mesmo, e os que estão ao seu re-dor. Que o poder é assustador para qualquer um. E que, quando alguém o conquista, esse alguém mudará sua maneira de agir, pra melhor ou para pior: tornando-se cruel, despótico, centralizador, magnânimo, perdulário, generoso, paciente, apres-sado, distante, obcecado, perverso, neurótico. Daí que ele diz em Hamlet, pela boca do Rei Cláu-dio “Que a loucura dos grandes deve ser vigiada”.

Trago essa discussão porque observo que a so-ciedade tende a dar caráter de completude, até mesmo infalibilidade a seus líderes: sejam políticos, governantes, empresários, benfeitores, transfor-mando-os em ídolos. Achando que eles são “com-pletos”. O fato de alguém com enorme talento, coragem e capacidade de trabalho, que tem sob seu poder centenas, milhares e mesmo milhões de pes-

lidar, tanto mais ele apresentará seus defeitos. É co-mum, ao se decepcionarem com um vencedor, as pessoas dizerem: “Como um homem que chegou tão longe pode ser tão burro”. A resposta é: pode! Sakespeare prova isso. Perguntem para o Eike Batista!

Sabendo disso, em seu gigantesco palco, Shakes-peare traçou a personalidade de Brutus, um ho-mem muito rico, educado, honesto, respeitado, mas ingênuo, que se deixa envolver numa trama montada por invejosos, fazendo-o participar da conspiração que matou o poderoso Júlio César, jo-gando Roma na guerra civil. Ou de Otelo, um gene-ral competente, de cor negra, nobre e respeitado, que se acha incapaz de ser amado por uma mulher jovem e branca – que o ama verdadeiramente – e se deixa levar pelas maquinações de um sujeito perverso, matando sua jovem esposa. Ou de Lady Macbeth, que, para conquistar o reino da Escócia, envenena a alma do marido até ele matar o bon-doso rei Duncan, obtendo o trono, para perdê-lo logo em seguida, cometendo suicídio. Ou do velho rei Lear, da Bretanha, que, incapaz de discernir o amor das filhas, acaba dividindo seu reino em três partes, provocando discórdia, guerra e morte.

Ninguém é perfeito, todos sabemos disso, mas, se damos poder a alguém, devemos estar preparados para surpresas. E é certo que aqui-lo mais aparecerá do líder serão suas fraque-zas. Administradores vivem sob pressão cons-tante, e é sob pressão que as falhas aparecem.

Hoje, a figura mais badalada na imprensa do país, chamado de maquiavélico, “durão”, por sua “ca-pacidade”, “inteligência” de grande negociador, é o presidente da Câmara Federal, o temido carioca

soas, não o transforma em alguém, como se quer pensar, em um ser “perfeito”. Pode ser o líder de uma empresa, uma grande corpora-ção, uma cidade, país, exército, fundação, tri-bunal etc. Pelo contrá-rio, com quanto mais situações ele precise

*Theófilo Silva

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ta Eduardo Cunha. Um indivíduo que adora parecer um vilão. Desafia tudo e a todos como se a Câmara dos Deputados se sobrepusesse a todas as institui-ções do país. Sempre que vejo Cunha, lembro-me da frase de Shakespeare em Macbeth “As múlti-plas vilanias da natureza enxameavam nele”. Seu “calcanhar shakespeariano”, que muitos de nós já conheciam, já nos foi apresentado pela Polícia Fe-deral e Procuradoria da República. Portanto, vamos aguardar um pouco até que a tragédia se consuma.Esse artigo não é sobre Eduardo Cunha, ele entrou aqui de gaiato. É um alerta para todos aqueles que pensam que seus ídolos são super-heróis.

*Theófilo Silva é escritor, especialista em Shakespeare e Análises Históricas.Blog: Shakespeare Indignado

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Mônica Cortopassi, Nazareth Tunholi e Ester Campante Olívia Miranda e Édila Chaves

Jacira Abrantes e Marleninha SousaWaldelice e Lindanor Luchine com Tânia Costa

Rita Márcia Machado, Trudy Mathias, Benigna Venâncio, Ana Boccucci ,Rosa Rezende e Feliciana Castelo Branco Neta

Jacira Abrantes, Gracia Cantanhede, Divanda Pereira Trudy Mathias, Isabel Brekenfeld e Geru Ponce

Sebasão Gomes, Sandra Uga e Jô Alencar

Isabel e Nazareth Tunholi Edneusa Carvalho Avenir e Neyse Fernandes

Ana Cecília, Maria Lúcia Choairy e Antonia Freire

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Jacira Abrantes, Gracia Cantanhede, Divanda Pereira Trudy Mathias, Isabel Brekenfeld e Geru Ponce

Sebasão Gomes, Sandra Uga e Jô Alencar

Isabel e Nazareth Tunholi Edneusa Carvalho Avenir e Neyse Fernandes

Ana Cecília, Maria Lúcia Choairy e Antonia Freire

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Isabel Almeida, Sabá Cordeiro, Ceres Flores, July Benevides, Linda Folador, Lourdinha Fernandes,Maria Irene Maia, Idair Senna Bastos, Lúcia Alasmar e Nazareth Tunholi

Belane, Núbia, Alice Ribeiro, Ingrid Fenselau, Teresa Kramer, Zaida Alba, Vera Pecoits, Creuza Ferreira e Cibele Azevedo

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Jane e Aurinete Leite Márcia Coelho Railda Azevedo e Heloisa Queiroz

Mirtes Gomidi e Divanda Pereira

Jane Carol e Vanda Ladim

Jacqueline e Cleusa Carvalho Sabá Cordeiro Macedo, Darcy Gaspareo, Nair Ewerton, Helena Lima, Lúcia Faria

Isabel Almeida, Sabá Cordeiro, Ceres Flores, July Benevides, Linda Folador, Lourdinha Fernandes,Maria Irene Maia, Idair Senna Bastos, Lúcia Alasmar e Nazareth Tunholi

Belane, Núbia, Alice Ribeiro, Ingrid Fenselau, Teresa Kramer, Zaida Alba, Vera Pecoits, Creuza Ferreira e Cibele Azevedo

Jane e Aurinete Leite Márcia Coelho Railda Azevedo e Heloisa Queiroz

Mirtes Gomidi e Divanda Pereira

Jane Carol e Vanda Ladim

Jacqueline e Cleusa Carvalho Sabá Cordeiro Macedo, Darcy Gaspareo, Nair Ewerton, Helena Lima, Lúcia Faria

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Anete Braga, Nilza Castro e Lourdinha Fernandes Ana Maria Valadão Naves, Daniela Naves Aguiare Malu Naves

Mirtes Cardoso e Lúcia Chaves

Eliana Alves de Campos e Elaine Caldas

Lizi Mendes e Cosete Gebrim Alessandra Neiva Amorim Conceição Nacle Maria José Santana

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Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sugere que casais que dividem tarefas domésticas e o cuidado com os filhos são mais felizes e têm uma vida sexual melhor.

Após análise de dados de um levantamento feito em 2006, foi observado também que nos casais em que estas tarefas ficavam, na maior parte, com a mulher, homens e mulheres relataram um grau bem menor de satisfação.

Segundo os pesquisadores da Universidade Es-tadual da Geórgia, esse impacto negativo não foi verificado nos casais em que o homem era res- ponsável por uma parte maior dos cuidados com os filhos.

As conclusões vieram da análise do estudo 2006 Marital and Relationship Study, sobre casamento e relacionamentos, realizada entre heterossexuais.

Os 487 casais, selecionados de forma aleatória, tinham filhos, rendas que iam de ‘baixas’ a ‘mode- radas’ e as mulheres tinham menos de 45 anos.

Responsabilidade de quem?Os dados, que estão sendo apresentados em

uma reunião da Associação Americana de Socio-logia, mostram que os casais em que a mulher foi a responsável por mais do que 60% dos cuidados com os filhos - especificamente em termos do esta-belecimento de regras, elogios às crianças e brinca-deiras - tiveram as piores avaliações em satisfação com relacionamentos e em relação à qualidade da vida sexual.

“Uma das descobertas mais importantes é que o único arranjo ligado aos cuidados que parece realmente ser problemático para a qualidade do relacionamento e vida sexual do casal é quando a mulher faz a maior parte do cuidado com os filhos”, disse Daniel Carlson, professor-assistente de socio-logia da Universidade Estadual da Geórgia.

A equipe descobriu que quando o pai assume a maior parte ou toda a responsabilidade pelo cuida-

Emma WilkinsonRepórter de Ciência da BBC News

do com os filhos, isso não afeta de forma negativa a qualidade do relacionamento do casal.

O estudo não observou quem realizava tarefas como alimentar e dar banho nas crianças.

Os pesquisadores estão planejando mais estudos sobre a razão dos casais com divisão igual das res ponsabilidades nos cuidados com os filhos parecem ter relacionamentos melhores.

“Estamos tentando entender a razão de casais acharem tão positivo o compartilhamento das tare-fas”, disse Carlson.

O ‘novo homem’O professor Cary Cooper, especialista em psicolo-

gia organizacional e saúde na Escola de Negócios de Manchester, disse que as descobertas dos pesqui-sadores americanos fazem sentido, pois o “’novo’ homem que está feliz em dividir a responsabilidade pelos cuidados provavelmente já investe mais no relacionamento”.

Cooper acrescentou que é cada vez mais aceitável para os homens optarem por trabalhos com horários mais flexíveis e assumirem mais responsabilidades pela família e vida doméstica.

“Há cada vez mais pressão nos homens que nor-malmente não fariam isto - a questão é se vai fazer diferença no relacionamento. Acho que pode fazer”, acrescentou.

foto divulgação

Anete Braga, Nilza Castro e Lourdinha Fernandes Ana Maria Valadão Naves, Daniela Naves Aguiare Malu Naves

Mirtes Cardoso e Lúcia Chaves

Eliana Alves de Campos e Elaine Caldas

Lizi Mendes e Cosete Gebrim Alessandra Neiva Amorim Conceição Nacle Maria José Santana

Com

port

amen

to DIVIDIR TAREFAS DOMÉSTICAS ‘melhora vida sexual’

22 Revista Capital

Reflexões

Imaginando como descrever o potencial de transformações que a Filosofia possui, lem-brei-me de um antigo exemplo meu, nascido em sala de aula e já muito repetido, por mim e por outros, mas que, até onde eu saiba, ainda não havia sido descrito em um texto.

Quando dava minha aula explicativa sobre a Fi-losofia que praticamos, voltada para a construção do homem e para a transformação da sociedade, um jovenzinho, aparentemente bastante ansioso, disparou uma indagação ousada e desafiadora, embora não muito original: ”Você quer dizer que vamos ajudar a humanidade ensinando Filosofia? Que coisa mais teórica e inútil! Muito melhor seria sairmos, todos, nós às ruas, distribuindo alimen-tos, remédios e outras coisas mais necessárias!”

Curiosa a arte da pedagogia, quando a amamos: ao invés de despertar a nossa ira, o desafio provo-ca a nossa imaginação, e posso dizer que, em situações como esta, nasceram meus melhores exemplos e reflexões. De maneira bem tranquila, propus a ele o seguinte exercício de imaginação: há uma falha na telha e uma infiltração no forro desta sala em que estamos, e uma insistente go-teira provoca uma poça d’água bem no meio da sala. De acordo com a reação ante este simples e banal fato, podemos dividir a humanidade em três grupos...

Primeiro grupo: os “alienados”. São um tipo cu-rioso: não veem nada senão aquilo que lhes traz vantagens pessoais e imediatas. Em relação a to-das as outras coisas (inclusive poças d’água), piso-teiam-nas de forma, quando não inconsciente, pelo menos indiferente. “Poça d’água? Aaah... problema dos donos desta escola!” Se a poça ocupa um espaço público: “- Problema do Gover-no! Eu pago meus impostos...” E sai, alegremente e sem culpas, deixando suas marcas de lama pelo mundo.

Segundo grupo: os “bem intencionados”. Como o próprio nome diz, têm boa vontade, e costu-mam reagir rápido: “ – Sujeira? Deixa comigo:

pano, rodo e detergente, um pouco de exercício físico, e... lá sei vai ela!” É fato: lá se vai... e lá se vem, pois a goteira não cessa. Nem o trânsito in-tenso de alienados com sapato sujo. E aí, começa o drama interminável: limpa/suja, limpa/suja, limpa/suja... Acontece que nem o pano, nem o rodo, nem o detergente ou mesmo o próprio bem intencionado são eternos. Um dia, o esforço cessará, e o mal estará de volta em minutos. Po-demos deduzir, então, que há boa intenção, mas muito pouca eficácia.

E o terceiro grupo? Aqueles que se intitulam “filósofos”, ou seja, buscadores da sabedoria, não descartam a importância de limpar o chão, pois não há como ver com clareza em meio a tanto caos. Mas, realizada esta tarefa, farão imediata-mente a pergunta crucial: “- Qual é a causa deste problema?” Olharão, então, para cima e detec-tarão a raiz da dificuldade. Próximo passo: con-sertar telha e forro! Finda a causa, findo o efeito, ou seja, ação bem intencionada e eficaz.

“Só o ingênuo acredita que as causas da miséria física estão no plano físico; as causas da miséria física sempre estiveram e estarão na miséria moral, psicológica e espiritual do homem.” Ou seja, há mesmo que levantar a cabeça e “olhar para cima” para encontrar as causas. Você acredi- ta que a fome é devida à falta de alimentos ou de fraternidade? e a pobreza? Deve-se à falta de bens materiais ou de honestidade? E a ignorância

A UTILIDADE DA FILOSOFIA*Lúcia Maya

e a maldade? É falta de acesso aos bancos de es-cola ou de formação para usar estes conhecimen-tos de forma humana e não egoísta?

Como diria o sábio Arquimedes: Eureka! En-contrei! Torna-se óbvio que necessitamos mes-mo de Filosofia para construir homens! E ne-cessitamos mesmo de homens de verdade para mudar o mundo! E devo ser eu o exemplo de que isso é possível, pois eu sou o mundo que me corresponde mudar agora. Todas as nos-sas reflexões, ao longo deste texto, foram inspi-

radas nos conhecimentos de alguns homens, sempre poucos, na história, que ousaram dar exemplo de uma condição humana digna, através de suas obras e de suas vidas; ou seja, foram filósofos, com boas intenções e eficazes até nossos dias. Não é um bom desafio? Talvez um dos maiores e mais nobres. Sinta-se desafia-do!

*Lúcia Helena G. Maya é voluntária, professora e conferencista em Nova Acrópole há 26 anos.

24 Revista Capital

Jusc

elin

o

Nazareth Tunholi

Conhecemos tua história, Juscelino,filho de Júlia e de João César,nascido e criado em Diamantina,órfão de pai aos três anos,senhor de heroico destino! Da simplicidade mais cristalinae dos teus sonhos adolescentes,aos livros, ao diploma de Medicina,e aos arroubos duma carreira política,que marcaria a história do Brasil. Versátil e impetuoso,singraste trilhas militares,chegando a coronel-médico,e a funções parlamentares,depois, a nosso presidente! Assumiste o projeto colossal,na amplidão do cerrado,de construir uma capital,moderna, estratégica, federal,a ousadia duma quimera. No dia 21 de abrilde mil novecentos e sessenta,Brasília capital do Brasil,uma cidade pronta em festa...E choraste na missa inaugural.

Repercutiram teus êxitos,tuas metas e determinação,de Brasília para os brasileiros!Ainda agora tua voz ecoaexaltando o espírito pioneiro! Disseste que Brasília, seria“cérebro das mais altas decisões”.Ao longo destes 50 anos,consolidaram-se tuas previsões,pela tua confiança infinita! Hoje te rendemos glórias,nossa gratidão manifestandopelo teu amor à liberdadee ao poder da democracia,a Deus, pela tua vida, louvando! Brasília é, portanto,uma ode das mais altaneirasao espírito desbravadore ao gênio empreendedorde Juscelino Kubitschek de Oliveira!

12 DE SETEMBRONo natalício de Juscelino Kubitschek de Oliveira,

a Revista Capital apresenta o poema Ode a JK, para celebrar, com os seus leitores, essa data tão signifi-

cativa para os moradores de Brasília, que, até hoje, demonstram a sua gratidão ao grande estadista pela construção desta cidade.

Ode a JK

Brasileiros,

Desde o princípio, minha campanha propunha o rápido desenvolvimento do Brasil, 50 anos de pro-gresso em 5 anos de governo. Sinto-me satisfeito por ter cumprido integralmente o Programa de Me-tas. Um dos grandes propósitos tratava da mudança do poder. A ideia de trazer a sede do governo para o centro do país era antiga, pois desde o período co-lonial as autoridades da época discutiam por uma capital longe da vulnerabilidade que o mar trazia, assim como desejavam maior integração entre os estados.

Fora definido um quadrilátero na região Cen-tro-Oeste com uma área de aproximadamente 5.800 Km² destinados à implantação do Distrito Federal. Esta tarefa tornou-se bastante trabalhosa ao longo dos anos, pois foram necessárias quatro expedições para definir o local.

Milhares de trabalhadores brasileiros dirigi-ram-se ao Sítio Castanho, local onde seria erguida uma das cidades mais influentes da América. Estas pessoas foram chamadas de candangos e foram es-senciais durante a construção. Concedo-lhes títulos de glória, pois sou eternamente agradecido por te-rem abraçado a causa e lutado bravamente pela sua concretização.

Os primeiros anos de governo foram os mais difí-ceis. Definitivamente, a responsabilidade de fazer a transferência do governo para o centro do país,

o deserto brasileiro, pesava sobre minhas costas. Este grande sonho chegou a ser alvo de severas críticas, pois a maioria dos brasileiros acreditava ser uma causa impossível. Mesmo com todas as dificuldades, persisti na ideia de avanço e desen-volvimento. Creio que esse pessimismo cessou, principalmente quando o Palácio da Alvorada foi inaugurado dois anos antes de Brasília.

A partir de traços e linhas tortas feitas a lápis nas pranchetas dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, o projeto delineou a vida dos futuros brasilienses e a cidade foi ganhando forma. Logo que a famosa cruz fora implantada, Brasília recebeu sua identidade e à medida que a poeira vermelha acumulava-se sobre meus ombros, tive a certeza que o sonho de construir a Capital se realizaria.

Brasília nasceu no dia 21 de abril de 1960. Fora, então, entregue a cidade julgada impossível, fruto de muito esforço e dedicação de vários brasileiros que lutaram para dar ao país e ao mundo o progres-so e confiança no amanhã.

De fato, esta é uma cidade diferenciada, tanto pelo fator arquitetônico, quanto pela engenhosi-dade da disposição das áreas de moradia, lazer e trabalho. O país se tornou mais unificado e é com imensa felicidade que vejo o quanto pudemos avançar.

Este importante objetivo só foi possível pela união de vários heróis que, direta ou indiretamente, colaboraram para alcançá-lo. Levarei a honra de ter contribuído para a vontade popular. Desejo que todo o país continue agindo com a fé e com o en-tusiasmo que todos tiveram durante a criação de Brasília e sigam com o propósito de ordem e pro-gresso.

*Isabelle Braz

O QUE JK DIRIA SE ESTIVESSE VIVO?

*Isabelle Braz Amarilio da Cunha é acadêmica de

Arquitetura e Urbanismoe acadêmica de Letras.

É apaixonada pela escrita e por sua cidade natal,

Brasília.

26 Revista Capital

Cel

ebra

ção CERIMONIAL DE NATALÍCIO DE JK

O Cerimonial de Natalício de JK é um projeto da jornalista Nazareth Tunholi, que o tem realizado, anualmente, em parceria com a ALMUB - Academia de Letras e Música do Brasil.

Trata-se de uma programação cultural para comemorar a data natalícia de um dos vultos históricos brasileiros mais reverenciados, desde a sua morte, em 22 de agosto de 1976.

O evento apresenta música, poesia e discurso, além de uma sessão de homenagens, em que é ou-torgada a Medalha do Mérito JK, a personalidades convidadas para esta homenagem. A solenidade culmina com uma confraternização e um requinta-do coquetel. Neste ano, os homenageados são: o embaixador de Israel Reda Mansour, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores Federais da Previdência Social, Antonio Rodrigues da Silva, a escritora moçambicana Fátima Langa, a pianista Mônica Mendonça, a escritora paraense, Lucy Go-rayeb Mourão, o presidente da Fecomércio - Fede- ração do Comércio Adelmir Santana, o diretor da Gasol Antonio Matias, o médico Célio Menicucci e o empresário Antonio Carlos Martins.

Para o presidente da ALMUB, maestro Sebastião Theodoro Gomes, “é muito profícua a parceria com a Revista Capital nesta realização à memória de JK, evento que conta, inclusive, com a presença da es-critora Palmerinda Donato na organização”.

Embaixador de Israel no Bra-sil desde outubro/2014, Reda Mansour é diplomata de carrei-ra, tem mestrado e doutorado, é poliglota e escritor premiado.

Antonio Rodrigues, presiden-te da Associação Nacional dos Procuradores Federais da Previdência Social - ANPPREV, cuja missão é defender os inte-resses profissionais e direitos de seus associados e pensionistas.

Preside o Sistema Fecomércio - Federação do Comércio, Adel-mir Santana é empresário e foi senador da República e defende o desenvolvimento brasileiro.

Antonio Matias é diretor da Rede Gasol Combustíveis Auto-motivos e lidera o projeto Biblio-tecas Casa do Saber, com cerca de 160 unidades no DF.

A escritora Fátima J. Correia Langa é moçambicana, gra- duada em Jornalismo. É em-presária em Maputo, onde re-side. Dedica-se à Literatura In-fantil.

Advogada, professora,

escritora, ati- vista cultural

e política, Lucy

Antonio Carlos Martins é em-presário na área de equipamen-tos médico-hospitalares. Atuou em várias entidades ocupando cargos como o de juiz arbitral e de presidente da Sociedade Amigos da Marinha – Soamar.

Mônica Magalhães Mendonça é pianista, pedagoga, pioneira e mulher comprometida com a educação infantil e com a for-mação musical de crianças, des-de a inauguração de Brasilia.

Célio Menicucci é médico reumatologísta e clínico geral, dos mais prestigiados. Está em

Brasília desde a sua construção.

Gorayeb Mourão tem recebido prêmios pela sua obra e atua

em várias entidades.

27Revista Capital

28 Revista Capital

MÔNICA CORTOPASSIColuna

Inspirada no estilo country, a aniversariante Rita Ballock recebeu seus convidados. A festa foi em minha residência, animada pelo DJ Tuy Ribeiro, com pista de dança sobre a piscina, telão e iluminação cenográfica e com o grupo country Montana e até touro mecânico! Noite inesquecível!

A aniversariante cercada pelo grupo Mulheres de Brasília, criado por Jane Godoy

Com sua mansão totalmente revestida em belíssima decoração junina, Lúcia Alasmar recebeu um grupo de senhoras para comemorar a nova idade. Sua alegria con-tagiou todas as caipirinhas que se divertiram a valer!

Ana Cláudia Leão, Aldaceli di Paula, Gracia Cantanhede, Claudia Galdina, Thamis Peres, a anfitriã, Gigi Freddi, Leila Chagas e

Cidália Varela

Rita Ballock com o casal Rogério e Nazareth Tunholi

Jupira Ghedini, a Embaixadora Liliane Ayalde, Maria Luiza Mathias, Marlene Bacelar, Maria Lúcia Moriconi e Carmen Bocorny

Brunch na residência da Embaixadora dos Estados Unidos da América - Liliane Ayalde recebeu senhoras do Clube Internacio-nal de Brasília para comemorar a data nacional de seu país.

Aniversário da Deise AvizEsta linda empresária recebeu seus amigos para um delicioso jantar assinado pelo Chef Gute no Lounge CMNDDE VIP do Shopping Casa Park. Noite muito

agradável e animada!

No almoço da Academia Internacional de Cultura, com a presença de mem-bros e embaixatrizes estrangeiras, re-cebemos um mimo: o Álbum Gente de Expressão III, elaborado por Naza-reth Tunholi e Meireluce Fernandes, e o livro Sonhar... Amar... Viver... da bri- lhante presidente Meireluce, na foto, com Irene Leite e Nazareth

Luiz Carlos Ballock e Luiz Narvaez,

da Embaixada dos Estados Unidos

Com intuito de comemorar os aniversários do mês, o casal Marília e Paulo Lemos receberam um grupo de amigos para uma animadíssima seresta comandada por Leila Chagas, na foto,

com esta colunista, a anfitriã e Rita Ballock

Aniversário da Lúcia Itapary O restaurante Dali Camões encheu-se de pessoas que

foram levar o seu abraço a esta baronesa querida por todos em Brasília. O almoço foi prestigiadíssimo e organi-

zado pelas amigas Rita Ballock, Benigna Venâncio e Mariza Junqueira, na foto, com Carmen Antony e eu

Lucinha com os amigos Amador Outerelo e Consuelo Badra

30 Revista Capital

Seresta surpresa organizada por ami-gas, com um delicioso jantar para comemorar o aniversário de Patrícia Viçosa. Noite maravilhosa e muito animada! Na foto, Patrícia ladeada pelo esposo Pedro Calmon e o filho Saulo

No seu aniversário, César Rebouças recebeu de suas amigas um deli-cioso almoço no Restaurante Rio Bistrô. Salão decorado com balões pretos e laranjas, muita descon-tração e alegria! Foto ao lado: O aniversariante ro-deado pelas amigas Cátia Vascon-celos e Gracia Cantanhede e, aci-ma, Amador Outerelo e a belíssima Cláudia Jucá.

A bela Gracia Cantanhede convidou um grupo de amigas para a comemo-ração de seu aniversário. O restaurante Rio Bistrô ficou pequeno para tan-tas mulheres que foram abraçá-la. Foi uma tarde muito alegre e especial!

Marcelo Chaves e Odaiza Rodrigues e, ao lado, Lúcia Alasmar, Carla di Carli, Maria Inês Nogueira, Gracia, Iara Cas-

tro, Gracy Galeazzi e Elaine Caldas

O Instituto de Cultura Brasileira e Orti-ga promoveram desfile de modas para aquisição de próteses mamárias em benefício de pacientes mastectomiza-das, no Clube Naval, com a presença da Patronesse de Honra, Marcia Rollem-berg, entre outras que tanto se empe nharam para o seu sucesso. Na foto, a presidente do ICB, Carmen Minuzzi

As amigas da simpática Olímpia Marotta, a sexta na foto, organizaram no Bar do Alemão um delicioso almoço para comemorar o aniversário da Maria Olímpia. Foi uma tarde muito animada, cheia de pessoas especiais.

Lúcia Alasmar, Carla di Carli, Maria Inês Nogueira, Gracia, Iara Castro, Graci Galeazzi e Elaine Caldas.

31Revista Capital

Difícil não misturar as palavras com choros de alegria ao ver essa imagem se espalhar pela TV e internet! Aí, vem o filme na cabeça e só a gen-te que acompanhou o dia a dia dos treinamentos sabe o quanto vocês merecem viver esse momen-to! Merecem, não só pela perseverança e raça na pista, mas pelas lições diárias que dão fora dela.

Certa vez, perguntei para esse cara aí da foto, Fernando Martins Ribeiro Junior, por que ele não se dedicava a uma carreira solo? Pensei: “o cara corre pra caramba!” Aí, ele disse desse jeito: “Ro-drigo, não quero! Eu me realizo guiando outra pes-soa. Abro mão de um sonho próprio para realizar o sonho de outro atleta”. E aí, sem querer, tive a melhor aula de altruísmo, singeleza, naturalidade e humildade que uma pessoa poderia ter! De um garoto de 22 anos (20 na época), nascido em Jesus de Nazareth, um bairro de periferia de Vitória!

PRATA DO BRASIL

LIÇÃO ALTRUÍSTAEspo

rte

Rodrigo Pessanha Tunholi

Como precisamos de gente como Fernando nesse País! Como precisamos de gente como a Re-nata Bazone Teixeira, também! Guerreira! Mãe! Foi perdendo a visão progressivamente mas não desistiu! Começou no judô e foi parar no atletismo sem pretensões. Hoje, uma pessoa para guiá-la nos 800m e 1500m tem que correr muito, se não, que-bra geral! Encara o trânsito Serra-Vitória (ES) todos os dias para treinar e NADA ganha em troca daque-les que, certamente, irão dar uns tapinhas nas cos-tas quando ela voltar ao Brasil! Renata e Fernando, vocês venceram, (e deixaram o Joaquim Cruz pra trás!) e continuarão a vencer todos os dias!

Hoje, me senti um pouco vitorioso também, por ter convivido com seres humanos tão fantásticos e ver, aqui de longe, a coroação do trabalho since-ro e genuíno de pessoas sem segundas intenções! Minhas sinceras reverências.

32 Revista Capital

Brasília Vip

Palmerinda Donato e esta jornalista abrindo as atividades do Brasília Vip, com almoço no restaurante Rubaiyat

Ronilda Tavares Oli- veira com a avó Bia Lobo Salles em noite de festa

O prestigiado casal Renata La Porta e João Paulo Todde

Nogueira movimen-tou a alta sociedade

de Brasília com o seu casamento

As sempre elegantes, July Benevides, Carminha Manfredini e Maria Juraci Silva, em tarde de celebração

Com seus alvíssimos vestidos, Débora Pinheiro, Márcia Lima e Ana Tourino, na cerimônia religiosa do casamento de Re-nata e João Paulo Todde

por Nazareth Tunholi

33Revista Capital

IDAIR SENNA BASTOS, uma das elegantes de Brasília, destaca-se pelo seu alto astral, bom gosto e pelos inúmeros amigos que tem.Idair, como é o seu fim de semana?R.: É sempre ao lado dos meus filhos, em almoços de domingo ou num gostoso lanche em casa. Também, é passear com meu neto Rodriguinho, em lugares como o Pontão ou nas águas do Lago.Qual sonho lhe deu mais prazer realizar?R.: Realmente, foi formar uma família com o meu já falecido marido, meu porto seguro. Tivemos três filhos maravilhosos, de uma união de 35 anos, todos brasilienses.Que tipo de arte faz mais a sua cabeça?R.: Aprecio as artes plásticas, cênicas, arte-sanato e a música, que relaxa e nos traz boas lembranças. Todas são sentimentos mate-rializados do artista. A arte e a história são testemunhas da evolução do ser humano, como a Arte Bizantina e Cristã por exemplo. O que a deixa triste?R.: A desigualdade entre as pessoas, a vi-olência, principalmente contra a mulher. A falta de respeito e a intolerância. Como voluntária, presidi a Ação Social do Planal-to, por 7 anos, vivenciei, inclusive, a falta de educação, moradia e assistência à formação de jovens em situação de riscos. Agradeço a Deus por eu ter contribuído para a educação e profissionalização desses menores. Cito a frase de um soldado israelita: “ Não diga um novo dia virá; traga esse novo dia”.Por qual cidade você trocaria Brasília?R.: Adoro Brasília! Aqui constituí família, criei meus filhos, trabalhei e fiz sólidas amizades. Somente a trocaria por minha terra, Poços de Caldas!

PERSONA

Trudy Mathias, primeira-dama Márcia Rollemberg, Governador Rodrigo Rollemberg e Cosete Gebrim na 26ª Exposição do CIB

Jair Evangelista com Jane Godoy e Natanry Osório, homenagea-das pela Administração do Lago Sul

A charmosa Moema Leão conferin-do o Encontro Urbano de Arte, no

Shopping Casa Park

34 Revista Capital

-Karingana wa karingana! -Karingana… -Karingana wa karingana! -Karingana…

Conta-se que há muito tempo, os animais viviam organizados e trabalhavam em grupo.

Quando um deles tivesse uma ideia útil para o grupo, comu-nicava-a ao chefe que logo mandava tocar o sino (que era um pedaço de ferro pendurado por um arame atado numa árvore).

Imediatamente, todos se juntavam à sombra da grande árvore.Porém, havia os preguiçosos que raramente se faziam pre-

sentes ao chamamento. A título de exemplo, temos o morcego que se esquivava sempre aos trabalhos em grupo. Nunca lhe fal-tava um argumento para excluir-se.

Era tempo de seca, a fome assolava a região. Naquela manhã o sino soou intimando todos os mamíferos a lavrarem a terra para plantarem cereais e tubérculos para se alimentarem

O morcego recusou-se, afirmando que não era um mamífero, mas sim um pássaro. E, assim, bateu as asas e fugiu.

Passado algum tempo, os pássaros precisaram de construir um ninho grande, onde todos pudessem caber, em caso de re-união. E o sino tocou...

Como em tempos, o morcego tinha dito que era um pássaro, convidaram-no a juntar-se a eles. Porém, mais uma vez se recu-sou alegando que ele não era pássaro, mas sim mamífero, que tinha dentes e amamentava as suas crias.

Os pássaros não gostaram nada da maneira de ser do mor-cego. Muito zangados, murmurando, lá fizeram o trabalho sem ele.

O MORCEGO PREGUIÇOSO

Fátima Langa

Envergonhado, o morcego separou-se definitivamente dos outros animais, passando a dormir de dia e a passear na calada da noite.

FIM

Se és bom menino, nunca te recuses a fazer trabalho em

grupo.

Os mamíferos e os pássaros em reunião reprovaram o comportamento do morcego, que nem sequer quis participar da mesma.

35Revista Capital

-Karingana wa karingana! -Karingana… -Karingana wa karingana! -Karingana…

Conta-se que há muito tempo, os animais viviam organizados e trabalhavam em grupo.

Quando um deles tivesse uma ideia útil para o grupo, comu-nicava-a ao chefe que logo mandava tocar o sino (que era um pedaço de ferro pendurado por um arame atado numa árvore).

Imediatamente, todos se juntavam à sombra da grande árvore.Porém, havia os preguiçosos que raramente se faziam pre-

sentes ao chamamento. A título de exemplo, temos o morcego que se esquivava sempre aos trabalhos em grupo. Nunca lhe fal-tava um argumento para excluir-se.

Era tempo de seca, a fome assolava a região. Naquela manhã o sino soou intimando todos os mamíferos a lavrarem a terra para plantarem cereais e tubérculos para se alimentarem

O morcego recusou-se, afirmando que não era um mamífero, mas sim um pássaro. E, assim, bateu as asas e fugiu.

Passado algum tempo, os pássaros precisaram de construir um ninho grande, onde todos pudessem caber, em caso de re-união. E o sino tocou...

Como em tempos, o morcego tinha dito que era um pássaro, convidaram-no a juntar-se a eles. Porém, mais uma vez se recu-sou alegando que ele não era pássaro, mas sim mamífero, que tinha dentes e amamentava as suas crias.

Os pássaros não gostaram nada da maneira de ser do mor-cego. Muito zangados, murmurando, lá fizeram o trabalho sem ele.

O MORCEGO PREGUIÇOSO

Fátima Langa

Envergonhado, o morcego separou-se definitivamente dos outros animais, passando a dormir de dia e a passear na calada da noite.

FIM

Se és bom menino, nunca te recuses a fazer trabalho em

grupo.

Os mamíferos e os pássaros em reunião reprovaram o comportamento do morcego, que nem sequer quis participar da mesma.

A escritora Fátima J. Correia Langa é moçam-bicana, com licenciatura em Jornalismo. É em-presária em Maputo, onde reside. Dedica-se à Literatura Infantil e possui várias obras publica-das.

Fátima Langa é membro de AEMO e tem par-ticipado de importantes eventos, como o XI En-contro Internacional de Escritoras, realizado em Brasília, em março/2014, oportunidade em que Fátima teve um papel de destaque, divulgando seus livros infantis e coisas de seu país.

Tem recebido importantes homenagens, en-tre elas, o título de “Personalidade Africana do Ano”, outorgado pelo CICESP - Centro de Inte-gração Cultural e Empresarial de São Paulo, em 2014.

Neste ano, Fátima Langa foi indicada para re-ceber a Medalha do Mérito JK, por ocasião do Cerimonial de Natalício do Presidente Juscelino Kubitschek, falecido em 1976. Fátima chega ao Brasil neste mês para a solenidade de outorga da honraria.

FÁTIMA LANGAGen

te

Cel

ebra

ção REVISTA CELEBRA 55 ANOS DE BRASÍLIA

No dia 23 de abril, esta revista iniciou as comemo- rações do aniversário de Brasília, com solenidade no Instituto Histórico e Geográfico, abertura com a Banda do Batalhão da Guarda Presidencial, en-trega da Medalha llustris Personae aos notáveis previamente indicados e o descerramento do Painel de Personalidades 2015.

Painel de Personalidades 2015 e a autora da obra, a artista plástica Sandra Uga

O homenageadoempresário Antonio Matias

O casal Antônia e Florêncio SinzatoJosé Júlio dos Reis, Padre Brandi Aleixo, Roosevelt Beltrão e João

Vicente Feijão

Condecoradas a professora Vanessa

Boccucci e a escritoraCácia Leal

Banda do Batalhão da Guarda Presidencial da Polícia Militar

Mesa diretora da solenidade

A escritora Dinirá Couto Cançado entre os agraciados com a medalha “Illustris Personae” com a anfitriã

A anfitriã com Kátia Kouzak, dinâmica pioneira e em-

presária de Brasília

Cel

ebra

ção JANTAR DANÇANTE DOS 55

Com um jantar dançante bem prestigiado, esta revis-ta comemorou os 55 anos de Brasília, na Embaixada de Portugal, no dia 29.04, ani-mado pela Banda Infinity.

A anfitriã, Na- zareth Tunholi

Marlene Galeazzi, Cosete Gebrim e Nena Queiroz

Carmen Bocorny, Cosete, Dodoia Rezende, Olímpia Gardino e Wanzenir Edler

Lucila La Porta, JulyBenevides, Amador Ote-

relo e Carmen Bocorny

Emb. Francisco Telles

Estênio Campelo e Palmerinda

Darcy Bicalho e Mário Gardino

Beatriz Schwab e Cosete

<Francisco Machado, Estênio Campelo, Gutemberg Fialho, Tiago Correia, Leonardo Gomes, Cosete, Lúcia Itapary, July e Clotilde Rocha

38 Revista Capital

Talk

sho

w

A empresária Mércia Crema está no mercado do Turismo há mais de 30 anos com a M.S. Turismo atendendo sua vasta clientela.

Mércia, é um grande prazer recebê-la para este talk show, neste almoço festivo.

Oi Nazareth, é para mim um grande prazer parti- cipar desse talk show. Sinto-me muito lisonjeada!

Muito se ouve acerca do sucesso das viagens promovidas pela M.S. Quais são os destinos mais solicitados pelo público de Brasília?

O nosso destino principal é a Disneyworld, des-tino este em que trabalhamos há 39 anos e já estamos embarcando uma terceira geração de brasilienses em nossas excursões.

Também para a Europa, Ásia, Colômbia- agora tão em moda- para todos os destinos da América do Sul, enfim, para o mundo todo.

Abrimos há dois anos um novo setor em nossa empresa, a MS VIP, onde operamos nossas próprias viagens, sempre utilizando o que há de melhor em hotelaria mundial, com acompanhantes de nossa empresa e um serviço diferenciado. Tem sido um enorme sucesso!

Sabemos que o seu xodó é a Pousada dos Pire-neus. É grande a programação de eventos lá na Pousada. Com quanto tempo de antecedência se pode agendar um congresso ou outra promoção, na Pousada dos Pireneus?

Qualquer evento para ter sucesso deve ser programado com a maior antecedência possível. Porém, se tivermos disponibilidade de apartamen-tos e salas de reunião, nós sempre conseguimos viabilizar qualquer demanda.

Também se pode ir lá para passar um final de se-mana, comemorar um aniversário com a família?

Sim! É o que sempre acontece, por exemplo, no Natal e no Reveillon. Hoje em dia está muito difí-cil e caro fazer festas de Natal em casa. Falta mão de obra, pessoas para ajudar, buffets disponíveis, além de que a conta total sempre cai no dono da casa que está recebendo.

Por este motivo, a cada ano a procura de nos-so hotel para essas datas é enorme. São famílias inteiras, com componentes de várias cidades bra-sileiras que vem passar essas festas conosco. Cada um paga sua conta, ninguém tem trabalho, todos podem desfrutar desse momento sem estresse.

Sabemos que você passou uns anos em Paris, o que de bom você trouxe de lá para o seu em-preendimento?

Meu marido e eu passamos 3 anos em Paris e 8 meses em Londres.

Ele foi fazer um mestrado e eu, além do francês que fiz e me formei na Sorbonne, fiz um belo cur-so de gastronomia, na Escola Le Nôtre de Paris e alguns ateliers de cozinha no Hotel Ritz, na Escola L´Escoufier.

Foi imensamente proveitosa nossa estada na Europa e hoje podemos dizer que a cozinha da Pousada dos Pireneus não deve nada à nenhuma outra. Desde a cozinha goiana, como a brasileira e a internacional, são executadas com maestria, pela nossa equipe muito bem treinada e competente.

O que você acha deste espaço criado pela Re-vista Capital?

Acho fantástico esses espaços onde as pessoas podem livremente tirar suas dúvidas sobre diver-sos assuntos.

MÉRCIA CREMA*Nazareth Tunholi

39Revista Capital

Art

e

Jaci Tóffano, dinâmica, sempre se renovando, desenvolveu ao longo de sua vida múltiplos talen-tos, tanto como pianista concertista, arranjadora, compositora, como também professora, pesquisa-dora, autora de vários livros, administradora e co-ordenadora de projetos culturais.

Desde que frequentou a Juilliard School (Nova Iorque, Estados Unidos), onde obteve o grau de Mestre em Piano, passando pela sua estreia como solista da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência de Eleazar de Carvalho, e pe-las suas apresentações no Lincoln Center de Nova York, no Teatro Municipal de São Paulo, na Unesco em Paris, ou do Palácio do Povo em Pequim, Jaci recebeu muitos prêmios e honrarias.

Jaci morou em Brasília onde desenvolveu uma

carreira de sucesso como professora da Universi-dade de Brasília. Hoje, divide o seu tempo entre o Brasil e a França.

Esta brasileira brilhante estreou suas atividades de 2015 em Paris num concerto promovido pela Association Brésilienne de Concerts, na Mairie du 7e (no dia 15 de março).

Nos últimos anos tem participado de projetos musicais a convite da associação francesa La Cléf Enchentée com apresentações incluindo a sede da Unesco em Paris e na edição de livros infantis que acompanham CD com arranjos e direção musical de sua autoria.

Jaci, nascida em Jaú (SP), é membro da Aca-demia de Letras e Música do Brasil - ALMUB e da Academia Internacional de Cultura - AIC.

ENTRE O BRASIL E A FRANÇA*Nazareth Tunholi

40 Revista Capital

Poes

ia

*Lucy Gorayeb Mourão

Acariciando tuas mãosprocurei compreender minha razãoe te busqueipara ouvirtua voz meiga.Eu queriapalavras de amornesse momento.Queriateu gesto carinhoso,palavras sedutoras,tuas mãos maciaspercorrendo meu corpo.A emoção me dominae me envolvenum abraço ardente.De prazer deliramos.

*LUCY GORAYEB MOURÃO nasceu em Belém do Pará. É bacharel em Direito, cronista, poeta e jornalista. Foi colabo radora no jornal “O Liberal”. Tem trabalhos publi- cados em antologias e é autora dos livros: “Olhos no Fu-turo” (bilíngue - português e espanhol), Editora Alcance, Porto Alegre, (distri buí do nos países do Mercosul); “Sem Lugar para o Ódio”, Gráfica Sagrada Família, (com dois contos premia dos); e “Crônicas no Presente”, Edi- tora Cejup. É Presidente da LIBRA - Liga das Mulheres Eleito-ras do Brasil e membro das Academias: de Letras e Música do Brasil; Paraense de Letras; Irajaense de Letras e Artes - RJ; de Letras e Artes de Paranapuã - RJ; Paraense Interiorana; Paraense de Jornalismo (fundadora); Castro Alves de Letras - BA. Tem recebido prêmios e condecorações, como a Medalha de Ouro pelo conto “Amor de Infância”, concedida pela Aca-demia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias - RJ.

Advogada, professora, mãe, ativista cultural e política, Lucy tem acompanhado as mudanças, rigores e egoísmos de to-dos os tempos, sempre escrevendo versos com sua verve jo-vial e vibrante.

ABRAÇO ARDENTE

41Revista Capital

Hoje, no mundo que valoriza cada vez mais a tecnologia e suas ferramentas, costurar parece coisa de um passado distante, quase inexistente. Mas para as crianças, costurar significa brincar de boneca, entrar num mundo mágico ao lado de panos, agulhas e amigas, e de lá desenvolver sua criação, concretizar um vestido, tudo isso as fasci-na. E assim, a estilista mineira Ediene Costa vem ganhando adeptas dessa arte entre crianças de 8 a 12 anos desde julho deste ano.

A primeira turma contou com 18 crianças que ao longo do mês das férias trocaram clube, televisão e outras atividades inerentes a elas para brincar de costurar. O interesse das alunas foi tamanho que até os pais se surpreenderam, pois vários não imagi navam que suas filhas tivessem tanta habilidade para mexer com agulhas e tesouras.

E brincando de costura, a criança é mergulhada num mundo lúdico onde suas emoções são expos-tas e essas experiências que auxiliarão na sua for-mação cognitiva, no seu desenvolvimento físico e mental.

A ocasião é um momento de aprendizado e muita diversão. Na Oficina de Costura de Bonecas as crianças são estimuladas a criar uma coleção de roupas. Além de pensar na criação, as crianças aprendem a arte da costura, trocam ideias com as amiguinhas, se solidarizam e, juntas, aprendem que costurar não é mágica, exige paciência, técnica e

Com

port

amen

to

determinação. Após o mês inteiro mergulhada nesse universo,

as aprendizes puderam mostrar aos pais e amigos suas criações num desfile promovido pela estilista no Park Way na residência da presidente da BPW, Sônia Melo, com direito a passarela e cenário.

A alegria dessas crianças e de seus pais demons-trou o quanto uma época passada é tão importante para despertar sentimentos de prazer e otimismo, deixando para trás até a internet, coisa tão viciante do mundo em que vivemos.

O projeto fez tanto sucesso que muitos pais es-tão interessados em matricular suas filhas, a oficina acontece no ateliê da estilista na Asa Norte uma vez por semana.

Serviço:SQN 210, bloco C, loja 41, SubsoloTelefone: 82628497

Oficina de Costura de Bonecaspor Isabel Almeida

Crianças na passarela

Crianças que desfilaram com a presidente da BPW, Sônia Melo e associadas

Ediene Costa com Regina Caldas

Flávia Martins e Daniela Faria

Aluna do 1º ano do Ensino Médio do Leonardo da Vinci - Asa Norte, a graciosa DANIELLE BRAZ AMARÍLIO DA CUNHA recebeu os amigos para comemorar seus 15 anos. A elegante festa foi no Splendor Hall, Park Way, no dia 22.08, muito bem preparada pelos seus pais, o oficial de justiça e avaliador do TJDFT Marcelo Amarílio da Cunha e a advogada e farmacêutica Káttia Maria Braz da Cunha.

15 ANOS

Centenas de flores ornavam magníficas peças de cristal A elegância deixa transparecer a meiguice de Danielle

Emoção descendo a escadaria para apagar as velas

43Revista Capital

A elegância deixa transparecer a meiguice de Danielle

Emoção descendo a escadaria para apagar as velas

Brindando com a sua bela família, os pais Káttia e Marce-

lo e as irmãs, a caçulinha Gabrielle e Isabelle, acadêmica

de Arquitetura e Urbanismo (Uniceub) e Letras/Inglês (IFB)

A aniversariante recepcionou os convidados com um estiloso modelito azul. Na foto, com os casais Rogério e Nazareth Tunholi, Rafael Rocha e Vanessa Tunholi

Após ouvir as palavras emo-cionadas de seus pais, irmãs

e amigos, Danielle dançou uma bela valsa com seu pai e assim, abriu a pista de dança, que logo foi tomada pela ani-

mação dos convidados

44 Revista Capital

Con

to

O teatro, a julgar pelo estacionamento, estava lotado. O jeito, en-tão, foi fazer uma boa caminhada, deixando o carro um pouco dis-tante. Eu precisava prestigiar a amiga, diretora da peça, a quem devo alguns favores. Quando cheguei não havia promessa de chuva no céu. Passei pelos canteiros de flores, pela faixa de pedestres e ainda reparei nas lâmpadas amarelas, meio opacas, que há tempos vêm substituindo as luzes de neon. A claridade do local diminuíra.

Ao chegar à Sala Martins Pena cumprimentei algumas pessoas, fa-lei com colegas da Academia, sorri para os amigos e conhecidos, pes-soas que vejo sempre nos lançamentos de livros ou estreias teatrais, gente ligada às artes, principalmente teatro, literatura e música.

Assisti, então, ao espetáculo e depois fui à coxia cumprimentar mi-nha amiga. A conversa animada fluiu até mais tarde. Todos estavam felizes com o resultado da noite. A plateia cheia, muitos aplausos, su-cesso, enfim. Nem vi o tempo passar. Já era tarde quando saí. Lá fora,

ESTRELA DA ÓPERA*Gracia Cantanhede

deparei-me com a chuva. Pingos grossos, enxurrada descendo pela rua e raios estalando a cada minuto. Encostei-me à parede, embaixo da marquise e es-perei diminuir um pouco aquele aguaceiro. Prote-gi a cabeça com a sombrinha pequena, quase uma miniatura, guardada na bolsa para essas surpresas de verão. Melhor que nada, pensei; e fui caminhan-do protegida pelo parapeito do teatro. Consegui ir em frente, devagar, pela calçada. Estava mais fina a chuva, tanto é que pude notar, ao lado, uma moça loura, de vestido branco, segurando uma elegante sombrinha também branca. Tínhamos a mesma altura e o mesmo tom alourado dos cabelos. Ela, então, se dirigiu a mim com um sorriso. Perguntou se eu estava indo para o estacionamento do outro lado do teatro. Respondi que sim e fomos conver-sando sobre a peça, os espetáculos de ópera, raros nos tempos atuais; até chegarmos ao meu carro. Despedimo-nos com um boa noite amistoso e liguei o motor para dar a partida. Olhei, curiosamente, para os lados e não mais vi a moça. Voltei a olhar, mas o escuro da noite já a havia engolido. O agua-ceiro era muito forte. Fui embora, deixando para trás o estacionamento. No dia seguinte, já refeita do cansaço e com tantos compromissos na agenda,

a manhã se esgotou. À tarde, voltando do trabalho, recebi um telefonema. Era da secretaria do Teatro Nacional convidando-me para uma confraterniza-ção natalina, na próxima sexta-feira, na sala do pre-sidente da Fundação Cultural. Anotei os dados do convite. Porém, era quase impossível comparecer. Havia uma viagem marcada e outros compromissos teriam que ser cancelados. Nem eu mesma saberia explicar, naquele momento, o motivo da mudança de planos, tão repentina. A razão para aceitar aque-le convite era inexplicável, eu já havia adiado mi-nhas compras de fim de ano, e iria, agora, desmar-car a passagem para São Paulo. Um absurdo para quem já estava atolada nos afazeres do cotidia- no. Mas ousei me dar ao luxo de pensar em festa e confirmei presença no coquetel do teatro. Afinal, era dezembro, época de reuniões com amigos. Faz parte da agenda de quase todo mundo.

Na sexta-feira à noite, lá estava eu. Percorri a ga-leria, festejando jornalistas e artistas, pessoas co-nhecidas. Quando cheguei à sala da presidência, observei que o local havia sido reformado e redecora- do, portanto, era novo para mim. Fotografias antigas fixadas em uma parede, chamaram minha atenção. Uma foto grande reteve meu olhar. Que estranho.

45Revista Capital

Ali estava a jovem de vestido branco, sorrindo e me aterrorizando. Era, como não, a moça que vi na noite chuvosa. Era ela, claro. O mesmo olhar, a mesma cabeleira loura, o mesmo sorriso. O susto foi enorme. Cruz credo! Seria verda-de ou estava imaginando coisas? Pedi licença para o poeta que estava ao meu lado e me sentei, imediatamente, na primeira cadeira vaga à direita. Minhas pernas tremiam. Desnecessário falar do susto e da perplexidade estampados em meu rosto. Assim que me acalmei, procurei um amigo que conhecia toda a história do teatro e lhe perguntei sobre a moça da foto. – Quem era? – Quem era? Acho que eu parecia aflita, porque ele sorriu malicioso. Deve ter adivinha-do meus pensamentos. Elegantemente levou a taça de vinho à boca, fazendo um suspense insuportável. E eu ali, na expectativa, ansiando pelas explicações do indiferente interlocutor. Ele ainda chamou o garçom para pedir mais vinho, fez um trejeito com a boca, puxou para trás os cabelos caídos na testa, assim, como se tivesse toda calma do mundo. Era para me deixar mais curiosa, mais tensa. Mais… Enfim, a mágica se deu. Acho que foi isso. Ele começou a falar. Contou-me que a mulher de branco, aquela mesma mulher estampada no panteão das deusas, era uma fascinante estrela da Ópera, havia morrido na porta do teatro, há muitos anos, e deveria aparecer por lá, como tantos outros artistas mortos que povoam os palcos das madrugadas vazias do Teatro Na-cional, segundo afirmam trabalhadores encarregados da limpeza, cheios de histórias mirabolantes de meter medo em qualquer um. “Todos os teatros têm suas lendas, não é mesmo?” Ele disse rindo, zombando do meu espanto. “E seus fantasmas”, acrescentou.

Talvez, ainda, para fazer jus à sua fama de sedutor, concluiu: “-Sabe que você se parece muito com ela?”

Lancei, mais uma vez, o olhar para a parede dos retratos. A moça loura, aquela misteriosa companheira da noite chuvosa pareceu piscar para mim. O inesperado, acreditem, costuma retribuir as surpresas.

*Gracia Cantanhede é advogada e escritora, com três livros publicados e 16 participações

em antologias.

46 Revista Capital

GENTE QUE FAZ

Recepção requintada e caliente do casal, João Pedro e Dilar Fer-raz dos Passos aos amigos ro-tarianos, em sua magnífica casa

Tatiana Paiva de Godoy, campeã no salto de 60 cm do

Centro Hípico do Parque, com o cavalo Coragem

Os escritores Carlos Magno de Melo, Basilina Pereira e os músicos Ana Boccuc-ci e Airan de Sousa tomaram posse na Academia de Letras e Música do Brasil

A carismática empresária Catharina Brauner, espargindo charme no salão do Iate Clube

A encantadora Flávia Oliveira con-cluiu mestrado em Enfermagem

A escritora PalmerindaDonato recebeu as amigas

no restaurante Potência Grill para comemorar o seu

aniversário, no dia 29.08. Na foto, com Nazareth Tu-

nholi e July Benevides

47Revista Capital

A casa é velha pesada e branca.Olha o rio olha a ponte olha as árvores com os olhos apagados e vazios das janelas abertas.Quando a noite abre um grande guarda-sol preto sobre a terra começa a melopeia sonora dos sapos. Outras vezes no terreiro varrido do céu correm vagalumes piscam piscam e se apagam. Outras vezes chove luar. Uma chuva mansa e luminosaque enche de pó de arroz a face branca da velha casa e enverniza de prata as águas do rio e as folhas verdes das árvores.E a velha casa cerra os olhos apagados das janelas e adormece.

Na velha casa pesada e branca eu vejo a avozinha alta morena e forte de lindos olhos inteligentes sentada em larga rede cuiabana no meio dos netinhos que correm pulam gritam cantam brigam e como um punhado de borboletas se espalham pelo pátio. Eu me vejo entre eles pequena ágil travessa trigueira como uma índia. E vejo a sala de visitas sempre fechada sempre fresca sempre cheirosa cheia de retratos severos e móveis antigos alinhados pelas paredes.

*Maria Paula Fleury de GodoyPoem

a VELHA CASA

48 Revista Capital

Vejo também um velho piano dentro de uma capa de casimira bordada. E sobre o piano em rica moldura um homem formoso e triste de grandes olhos negros segue-me por toda parte. É meu avô que não cheguei a conhecer e que não chegou a me amar. E vejo um grande relógio-armário encostado à parede com bizarras figuras de dragões rodeando o mostrador. E jarrões de louça antiga cheios de flores. E álbuns luxuosos cheios de velhas fotografias. E vejo as flores do pátio debruçadas nas seis janelas da varanda. Ouço a risada vegetal das flores. Vejoa dança doirada das abelhas sobre os jasmins os cravos as rosas e as dálias na festa primaveril da terra.

A casa é velha pesada e branca. Olha o rio olha a ponte olha as árvorescom os olhos apagados e vazios das janelas abertas. Mas lá dentro já não vejo a avozinha alta morena e forte de lindos olhos inteligentes nem a ronda vadia dos netos nem os móveis pesados nem os retratos antigos nem o piano velho nem o relógio-armário nem as flores do pátio...

49Revista Capital

Gente nova desconhecida novos objetos novas cousas Vieram para o bojo da velha casa pesada e branca... Não importa!Quando eu quero ver a velha casa não passo por lá. Fecho os olhos... Fecho os olhos e de repente vejo a avozinha alta morena e forte e a ronda das crianças e o retrato do vovô e os móveis pesados e os quadros antigos e o piano velho e as flores do pátio...

Vejo tudo tudo...E me vejo entre eles pequena ágil travessatrigueira como uma índia. Vejo tudo tudo...A vida que já foi a vida que já não é a vida que não mais será ...mais nunca! dentro da velha casa pesada e brancaque olha o rio olha a ponte olha as árvorescom os olhos apagados e vazios das janelas abertas.

*MARIA PAULA FLEURY DE GODOY

Maria Paula Fleury de Godoy nasceu no Rio de Janeiro-RJ, no dia 17 de setembro de 1894, filha de Sebastião Fleury Curado e Au-gusta de Faro Fleury Curado.

Pertenceu à Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, à União Brasileira de Escri-tores de Goiás e ao Gabinete Literário Goia-no da Cidade de Goiás. Recebeu prêmios literários em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia.

Faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 12 de ju-lho de 1982.

Obra: Do Rio de Janeiro à Goiás, co-mentário sobre o livro publicado por sua mãe. Belo Horizonte: Oficinas Gráficas de Veloso, 1961; Sombras, contos. Goiânia: Ofi-cinas Gráficas da Universidade Federal de Goiás, 1966.

A longa viagem, crônicas. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1968; Nós e Elas, Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Minas Gerais, 1969; Suave Caminho. Editora Pon-getti, Rio de Janeiro, 1970; Velha Casa, poe-mas, Rio de Janeiro, Editora Pongetti, 1971. A Viagem de Nancy, história infantil. Gráfica e Editora Bandeirante, Goiânia, 2005.

Deixou inéditos contos, crônicas, poesias e um pequeno romance.

50 Revista Capital

O Acontece Brasília iniciou sua trajetória com formato de blog, em 2007, ainda na época em que eu cursava a faculdade de Jornalismo. Virou site, passou pelos shoppings da cidade como Talk Show, ganhou canal multimídia – no Youtube – sobre vári-os temas. Está atualmente no rádio e projeta-se alcançar novos voos. Tudo no seu devido tempo e sempre olhando o futuro como oportunidade.

O mercado de jornalismo na web, por várias vezes e, como atualmente, sempre vive bons e maus mo-mentos. Claro, no quesito sustentabilidade. É mui-to difícil manter-se no mercado há 08 anos sem ter vivido crises, dificuldades, vontade de passar o negócio para frente ou até de pular do barco. Inúmeras vezes vi isso acontecer. Não há modelo de negócio digital com receita de sucesso pronta. Cada um tem sua história e sua trajetória.

Atualmente são quase 100.000 mil leitores por mês, com uma certa variação. Já é líder de con-teúdo e buscas no maior buscador do mundo – o Google – que atinge um ranking muito positivo. Tem representatividade na classe política, artística,

empresarial e no setor sindical. Ampla procura por jornalistas, blogueiros, youtubers, assessorias e por quem tem pretensão de ser visto na Capital.

Sua marca? Falar da cultura. Seu desafio? Mostrar o que acontece na política. Sua inovação? Avante, sempre. Seja nas novas mídias, novas redes e tam-bém no que o público tem procurado se conectar. Até quando? Não sei. Enquanto houver apoio. In-centivo e gente que acredite. Estaremos no ar!

São 08 anos de história, de jornalismo na inter-net, de pautas e mais pautas. E muitos sonhos. Do orkut ao msn, vivenciamos o crescimento e o fim, destas e de outras redes. Muito se fala em inovação e criatividade. Já vivenciei gente procurando [facilidade] na web. E copiando quem está no mer-cado há anos. A resposta é sempre a mesma: Seja autentico e não tente ser/imitar ninguém. Respeite o trabalho do outro e valorize quem te quer bem. Essa teoria se bem aplicada na rede repercute di-retamente na vida real. Afinal, já diziam os grandes pensadores, tudo que vai, volta.

Agradeço a cada apoiador, patrocinador, incen-tivador e personal motivador deste trabalho. Espe-ro poder investir cada vez mais nesta ferramenta. Hoje, mais do que um trabalho. É um estilo de vida. Um modo de dialogar com quem encontro diaria-mente. Vivo e acredito muito na cultura. E tenho esperança do poder que é a política, se bem aplica-da ao coletivo. Espero que grandes portas se abram para este caminho traçado com muita luta e garra. Sempre com fé, de cabeça erguida e braços abertos para o que pode agregar.

*Eldo Gomes, jornalista e editor do site AconteceBrasilia.com.br

ACONTECE BRASÍLIA*Eldo Gomes

Blog

51Revista Capital

Este é um tema mui-to atual que tem inspi-rado muitas pessoas, levando-as a muitas re-flexões.

No dia a dia tão atri-bulado, nos preocupa-mos com o que temos que fazer, mas não ne- cessariamente estas ati-vidades estão relaciona-

problema ou uma situação, mudar seu comporta-mento, mudar sua visão.

Para encontrar seu caminho, sua felicidade, tome as rédeas da sua vida. Defina o que deseja conquis-tar, aonde quer chegar. É necessário ter um mapa mental de seus objetivos para caminhar em direção a eles. Clareza e convicção de objetivos são fun-damentais. Indecisões e incertezas são inimigas da autoliderança.

Faça seu planejamento. Isso envolve mudança de hábitos e atitudes, tão necessários ao desenvol-vimento da autoliderança. Maior eficiência do uso do tempo e dos recursos pessoais, assim como o desenvolvimento de habilidades pessoais e elimi-nação de hábitos negativos.

Siga com responsabilidade. Autoliderança é assu-mir a responsabilidade por si mesmo.

Tenha disciplina. Pratique a gratidão.Seja grato todos os dias, mesmo que seja por

pequenas coisas. A gratidão nos ajuda a ver o lado positivo das situações, alivia nossas tensões e pre-ocupações. A gratidão enche o nosso coração de alegria e amor.

Por isso te faço esse convite:Seja o líder da sua vida! Diga bem alto todos os

dias: “Sou Líder de Mim”.Acredite na sua capacidade de criar e recriar uma

nova vida, um novo caminho. - Acredite que se você quer, você consegue. - Pratique o amor, o perdão, a gratidão. - Inspire, transforme. Lidere. Seja único. - Faça a diferença!Desafiar a nossa própria capacidade é alimentar

o nosso desejo de ser sempre um vencedor.Se você quer conhecer um pouco mais, acesse

www.realize-coaching.com ou acompanhe pelo fa-cebook www.facebook.com/souliderdemim

Fazemos palestras e treinamentos para grupos e empresas.

*Lizi Mendes é Coach, Trainer e Palestrantewww.realize-coaching.com

www.facebook.com/souliderdemim

Autoconhecimento, Autoliderança

*Lizi Mendes

das com a nossa felicidade.Muitas vezes estamos buscando algo que nos

preencha, nos realize. Esta busca pode ser longa, carregada de perguntas e dúvidas, ansiedades, tris-tezas e alegrias. Quando não temos um final feliz, culpamos os outros. Mas não é preciso. Você pode mudar isso. Seja um líder. O líder da sua vida.

A primeira habilidade de um líder verdadeiro é saber liderar a si próprio. Para isto é necessá- rio conhecer seus valores, suas forças e fraquezas, seus princípios, seus sonhos e saber como realizá-los. Desenvolva a sua autoliderança, atitude através da qual as pessoas direcionam a si próprias, no sentido de realizar as tarefas e procedimentos necessários para alcançar determinado objetivo. Para isso é preciso encontrar automotivação, ou seja, motivos que brotem do nosso interior, do nosso coração, da nossa essência. A autoliderança é desafiadora, pois é preciso ter coragem e disciplina para olhar para si mesmo.

Desenvolva a autorresponsabilidade, certeza ab-soluta de que você é o único responsável pela vida que tem levado. Nós colhemos aquilo que plantamos. O que você está plantando?

Conheça seus valores. Valores governam as nos-sas decisões, nossas decisões definem a nossa vida. É no momento das decisões que traçamos o nosso destino.

Avalie bem suas emoções. Como o seu lado emo-cional tem impactado a sua vida?

Se algo precisa mudar, lembre-se, só você precisa mudar. Mudar de atitude, mudar a forma de ver um

Coa

ch

SOU LÍDER DE MIM

52 Revista Capital

A imigração japonesa começou no Brasil em 18 de julho de 1908, com apenas 165 famílias trazidas pelo navio “Kasato Maru”, com o objetivo de con-tribuir com a mão de obra estrangeira por aqui e de ajudar as famílias japonesas desempregadas, a partir de um acordo entre ambos os países. Desde então, o número de famílias japonesas e misturas com brasileiros vem aumentando, são os chama-dos de nikkeis. Hoje, de acordo com as estatísticas, dos 200 milhões de habitantes do país, 1,5 milhões são descendentes ou japoneses, o que representa, aproximadamente, 1% da população, colocando o Brasil como o país que possui mais japoneses no mundo, fora do Japão.

Por terem essa conexão há 107 anos, as cultu-ras se entrelaçaram de certa forma, fazendo com que a união de ambos se tornasse forte e insepará-vel, mesmo com o fato histórico da segunda guer-ra mundial. Formaram-se vários bairros na cidade de São Paulo, alguns unicamente nipônicos, onde a grande maioria das pessoas só se comunica em japonês. Um bom exemplo seria o Bairro da Liber-dade, onde há comidas, eventos e danças típicas e todas as lojas mostrando ao mundo que é o maior

reduto da comunidade nipônica no exterior.Consequentemente, o Japão impactou o Brasil

no âmbito cultural, não só pelo fato de termos essa pequena comunidade, mas porque temos um pe-queno e riquíssimo núcleo de educação e respeito puro dentro do nosso país.

Comparando com a nossa cultura, os japone-ses são muito mais educados e respeitosos, dando uma sensação de distanciamento, mas a cultura ni-pônica já está inserida na cultura brasileira. Por ser um grupo minoritário dentro do país, não consegue contagiar todo o Brasil, mas sim as pessoas ao seu redor, de forma notável.

No Japão, há uma grande preocupação com os transportes públicos, a segurança e a higiene, que funcionam muito bem. Essa eficiência é consequên-cia da tradição de uma cultura milenar, que prima pelo respeito ao próximo e, mesmo em casos de desavenças, os japoneses acreditam que se houver harmonia na sociedade, vai existir a paz.

Com uma nação superdesenvolvida e numerosa, uma quantidade de pessoas absurdamente grande, o Japão é conhecido como “megalópole”, funcionan- do harmoniosamente. Todos os transportes públi-

Japão e Brasil,

*Lucas Oliveira

tão próximos e tão distantes

53Revista Capital

cos operam de acordo com os horários estabeleci-dos, com mínimos riscos das pessoas se atrasarem para seus compromissos, sendo que, com a diversi-dade de linhas de metrô, trem e de ônibus, aumen-ta a facilidade de se locomover para qualquer lado. Graças a isso, comprar carro se torna somente uma opção e não uma necessidade, que termina favore-cendo o meio ambiente. Por outro lado, no caso do Brasil, as pessoas têm que ter um carro por necessi-dade, porque o transporte público não é eficiente, não respeita os horários, é superlotado, os veículos nem sempre estão bons e falta higiene.

Vale ressaltar que a higiene no Brasil deixa muito a desejar, se comparada com a do Japão, ob-servando-se um grande distanciamento entre os dois países, nesse quesito, apesar dos cuidados que temos por aqui, especialmente os relativos à saúde.

Desde a infância, os japoneses são ensinados a cuidar da higiene, não só na questão da limpeza pessoal, mas também de cuidar dos seus lixos e da preservação do meio ambiente, sendo obrigados a ajuntar o lixo que produzem e descartá-lo no lugar certo. Eles demonstram um cuidado especial contra a poluição visual nas ruas e, graças aos grandes pro-jetos de preservação ao meio ambiente, eles conse-guem reciclar qualquer coisa e estão sempre com novidades para preservar melhor. Um exemplo é a utilização do concreto derrubado dos prédios após a implosão, sendo que até sua poeira é reutilizada através de tecnologia renovável, com redes que co-brem os prédios e a utilização de água abundante por cima delas, evitando que se espalhe e ajudando a coleta máxima de concreto. Já no nosso caso, te-mos vários projetos de sustentabilidade, mas não são eficientes, por que o governo não ajuda e as pessoas não têm consciência ambiental, a começar pelas suas próprias ruas.

Por fim, um último ponto importante que dis-tancia Brasil e Japão, que é a segurança. Simples-mente pelo fato de que nós brasileiros vivemos num país considerado o mais perigoso do mundo e os ja-poneses tem um país considerado o mais seguro do mundo. Entretanto, os policiais deles, são bem mais práticos para resolver os problemas, porque quase não há, além do que eles costumam ajudar, em du-pla, cada pessoa que necessita. Já aqui no Brasil, exis- tem infinitos problemas, além de furtos e roubos, existem os assassinatos, que dificultam muito a ação dos policiais para a proteção do povo e, como

a demanda de proteção é tão grande, a proporção é de um policial a cada mil e quinhentos habitantes.

Vale ressaltar uma curiosidade: os poucos rou-bos, furtos ou até assassinatos que acontecem no Japão, são feitos na maioria das vezes por estran-geiros, inclusive brasileiros, que acabam sujando o nome do nosso país.

Em conclusão, registro aqui que ambos os pa-íses são bem próximos porque se conhecem bem culturalmente, há muito tempo, existem regras semelhantes relativas aos transportes públicos, hi-giene e segurança, mas nós brasileiros não temos a mesma educação dos japoneses e acabamos trans-formando as proximidades em distanciamentos. Na minha opinião, o Brasil seria melhor, se houvesse abundância de imigração de japoneses para o nos-so país.

*Lucas Oliveira de Andrade Lima morou em Tó-quio por dois anos e está no segundo período de Jornalismo do UniCeub.

Opi

nião

54 Revista Capital

Rubén Darío tem sido preiteado de variadas for-mas no Brasil. Seu nome está em logradouros de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Na Aca-demia Brasileira de Letras foi colocado busto seu. Por ocasião do Cinquentenário de seu óbito — ocorrido em 6 de fevereiro de 1916 — houve significativas homenagens a ele. Os Correios do Brasil emitiram selo postal. No Rio de Janeiro, houve entrega de catorze medalhões de bronze de Rubén Darío ao Embaixador Sansón Balladares, com as placas re-spectivas, destinados às regiões administrativas (Departamentos) da Nicarágua. Nesse contexto, publicou-se “Homenaje a Rubén Darío en el 50º Aniversario de Su Muerte”, com participação de vinte escritores, entre os quais: o Chanceler do Bra-sil, Vasco Leitão da Cunha; o Embaixador Justino Sansón Balladares; e Manuel Bandeira.

O centenário da morte do insigne poeta nicara- guense — ocorrida em 6 de fevereiro de 2016 — é ex- celente oportunidade para evocar traços de sua vida e de seu profícuo relacionamento com o nosso país. De particular importância para nossa matéria é o livro Presença do Brasil na obra de Ruben Darío, de 1985, organizado e introduzido pelo então Em-baixador da Nicarágua no Brasil, Ernesto Gutiérrez. Ele transcreve textos do vate nicaraguense sobre: O Brasil Intelectual, Machado de Assis, Fontoura Xavier, Graça Aranha, Joaquim Nabuco e Santos Dumont.

Duas foram suas viagens ao Brasil. Em julho e agosto de 1906 integrou a Delegação Nicaraguen-se que participou, no Rio de Janeiro, da Terceira Conferência Internacional Americana. Em 1912 es-creveu, na mesma cidade, extraordinário discurso sobre Joaquim Nabuco. Nas duas vindas ao Brasil, Darío entabulou e estreitou muitas amizades com escritores do país.

Dentro da vastidão da matéria, esse estudo en-fatiza dois brasileiros: Antônio Vicente da Fontoura Xavier (1856-1922) e Paulo Mendes Campos (1922-1991). O primeiro foi contemporâneo e grande ami-go do Príncipe dos poetas de língua espanhola. O segundo, de outra geração, consultou ampla biblio-

grafia para dis-sertar sobre ele.

O cenário do encontro mais prolonga-do do ilustre centro-amer-icano com o diplomata brasileiro Joaquim Nabuco foi o da 3ª Conferência Internacional Americana.¹ Pode-se afirmar que esse evento ilustra a interação entre as relações multilaterais e as bilaterais dos estados. Pela primeira vez o Brasil recebeu representações governamentais de dezoito nações, entre as quais as de Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. E com estes países o Brasil começou relações diplomáticas bilaterais pelo Decreto nº 1.561, de 22 de novembro do mes-mo ano de 1906.

A cidade do Rio de Janeiro gozava de ótimas condições para ser a anfitriã. Estava saneada graças a Osvaldo Cruz e à sua equipe, que conheciam e admira-vam o pioneirismo, no combate à malária, do médico e cientista cubano Carlos Finlay.² Reformas urbanas melhoraram logradouros e praias. Pouco mais tar-de, em 1907, o Brasil recebeu, por esta razão, du-rante Congresso Sanitário realizado em Berlim, medalha de ouro oferecida pela Imperatriz da Ale-manha.³ Fruto em grande parte do trabalho do Chanceler Barão do Rio Branco, as dez fronteiras do Brasil estavam bem definidas. No Consistório de 11 de dezembro de 1905, o Papa Pio X criou Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, sendo ele o primeiro prelado da América Latina a receber tão elevada investidura.4

É muito relevante o comentário do renomado au-tor mexicano Jaime Torres Bodet: “Rio de Janeiro fue un oasis para Darío. Nabuco, Fontoura Xavier, Elysio de Carvalho y otros escritores brasileños lo acogieron no solo con fraternal simpatía sino con respeto y con entusiasmo”.5

Rubén Darío e o Brasil*José Carlos Brandi Aleixo

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55Revista Capital

Rubén Darío escreveu belo artigo sobre Fontoura Xavier. Nele se lê:

1 A Delegação do Brasil era presidida por Joaquim Nabuco, Embaixador do Brasil junto ao Governo dos Estados Unidos. Em seu Diário, registra Joaquim Nabuco na data de 20 de setembro de 1905: “Jantar no St. Regis aos Fontouras com os Pederneiras e os Chermonts [...]”. Estavam eles em Nova York. NABUCO, Joaquim. Diários. Rio de Janeiro: Bem-te-vi Produções Literárias; Editora Massangana, 2005, vol. II (1889-1910), p. 340. Na obra de Joaquim Nabuco Cartas aos amigos (vol. II, São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1949), há referência a uma carta dirigida a Fontoura Xavier, em 1º de dezembro de 1905, p. 228-229.2 Após a independência em 1822, a primeira grande epidemia de febre amarela chegou ao Rio de Janeiro quando um navio norte-americano, depois de passar por Havana, atracou no porto da capital do Brasil, em fins de 1849. Mas em 14 de agosto de 1881, o grande médico cubano apresentou à Academia de Ciências de Havana um mosquito chamado “Culex”, depois “Stegomii fasciata” e finalmente “Aedes Aegypti” como responsável intermediário necessário na transmissão da febre amarela. Em 1900 a tese científica de Finlay foi comprovada por rigorosas experiências. Ver: TEIXEIRA, Luiz Antonio. Da transmissão hídrica à Culicidiana: a febre amarela na sociedade de medicina e cirurgia de São Paulo. Revista Brasileira de História, Ciência e Sociedade. São Paulo, vol. 21, nº 41, p. 217-241, 2001. Um exemplo concreto ilustra como o temor da febre amarela dificultava a presença de diplomatas estrangeiros no Rio de Janeiro. Em julho de 1890 o governo do México nomeou Juan Sánchez Azcona como represen-tante do país ante as repúblicas sul-americanas do lado atlântico. Estando em Buenos Aires, retardou sua viagem ao Rio de Janeiro por causa da notícia de que nesta cidade grassava epidemia de febre amarela. PALACIOS, Guillermo. Intimidades, Conflitos e Reconciliações. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, p. 84. (Coleção Ensaios Latino-Americanos).3 SILVA, Hélio; CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. Rodrigues Alves: Estadista de dois regimes, 1902-1906. São Paulo: Grupo de Comunicação Três, 1983, p. 97-101. (Coleção Os Presidentes).4 CARVALHO, Afonso de. Rio Branco: sua vida e sua obra. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1995, p. 217-218.5 TORRES BODET, Jaime. Rubén Darío: Abismo y Cima. I Edição em Espanhol, México: Fondo de Cultura Económica – Letras Mexicanas, Universidad Nacional de México, 1966, p. 192.6 Trata-se da 3ª Conferência Internacional Americana.7 DARÍO, Rubén. “Fontoura Xavier”. In Gutiérrez Ernesto: Presença do Brasil na obra de Rubén Darío. Brasília: Embaixada da Nicarágua, 1985, p. 26-30. Angel Augier, no livro Cuba en Darío y Darío en Cuba, informa que “Darío le dedicó un artículo encomiástico Diplomáticos Poetas: Fontoura Xavier, que publicó El Fígaro. La Habana, [Cuba], año XXVII, n. 14, p. 214, 1911” (AUGIER, Angel. Cuba en Darío y Darío en Cuba. La Habana, Cuba: Editorial Letras Cubanas, 1989, p. 239). DARÍO, Rubén. “Fontoura Xavier”. In: Semblanzas. Madrid: Ediciones de Afrodísio Aguado, 1950, p. 865. (Obras Completas, tomo II, p. 857-865, de um total de 5 tomos).

Conheci-o no Rio de Janeiro, na reunião da segunda Conferência Pan-Americana.6 Estava nesse meio intelectual brasileiro, que com justiça orgulhava, perante os estrangeiros, o nobre Embaixador Nabuco. No âmbito oficial foi dos meus amigos mais íntimos, juntamente com o grande novelista Graça Aranha e do ativo, vibrante, cordial e harmonioso Olavo Bilac. Fontoura Xavier ocupava na época o cargo de cônsul geral em Nova Iorque e acompanhava o Embaixador [Joaquim Nabuco] à Conferência [...] Afável, garboso, cerimonioso como quase todos os seus compatriotas cultos, o poeta granjeou de imediato a minha simpatia. Depois soube, e isto me cativou ainda mais, que o correto funcionário e o impecável diplomata, que prestou verdadeiros serviços a seu país, “foi, quan-do estudante, um rapaz endiabrado” [...] Opalas é um livro de elegância e harmonia e que mostra a inutilidade e a inconsciência das modas literárias. Escrito em grande parte antes das moderníssimas correntes estéticas, que com tanto acerto estudou em seu país Elísio de Carvalho, lê-se hoje com o mesmo prazer que quando apareceu pela primeira vez. É que a forma e a maneira valem pelo que encerram do poder criador do poeta, pelo que vem de dentro, do fundo da alma. No verdadeiro poeta prevalece a vontade de eternidade. Por isso é que Luciano de Samosata [125-192 d.C.], Pínda-ro [518-438 a.C.], o Arcipreste de Hita [1280-1350], Villon [1875-1963], Heine [1797-1856] e tantos outros, no plano superior da arte, serão sempre contemporâneos.7

Episódio relacionado com uma das agruras finan-ceiras de Rubén Darío demonstra a admiração do amigo Fontoura Xavier por ele. Amigo do General José Santos Zelaya, Rubén Darío foi nomeado por seu sucessor na Presidência da Nicarágua, Doutor José Madriz, para representar seu país nas festivi-dades do centenário da Declaração da Independên-

cia do México, em setembro de 1910. Após a de-posição do Presidente, apoiada pelo Governo dos Estados Unidos, a designação foi cancelada. Darío viajou de Havana à cidade mexicana de Vera Cruz, mas não pôde ir à capital do país. Regressou a Ha-vana. No dia 8 de novembro de 1910, véspera de seu embarque em Havana, no navio alemão Ipiran-

56 Revista Capital

[Darío] pule admirablemente una breve carta para Fontoura Xavier, como Cellini su joya predi-lecta […]. A las nueve de la Mañana lo encontré en El Fígaro8, esperando nervioso, intranquilo, la llegada de Carrasquilla9, portador de la carta de Fontoura Xavier. El pasaje estaba ya apartado para el Vapor en puerto, que debía partir a las dos de la tarde. Como Carrasquilla tardaba, Rubén disparaba nuevos cables a Europa, con el carácter de urgentísimos. Aparece, por fin, el cordial y talentoso Carrasquilla vencedor, en toda la línea. Fontoura remitía al poeta quinientos dólares y una fina esquela, lamentando no ser más extenso en la dadiva que tanto honor le proporcio-naba.10

8 Nome de importante jornal cubano da época.9 Eduardo Carrasquilla Mallarino nasceu em Bogotá, em 1887, e faleceu em Buenos Aires, em 1925. Para Darío, ele era “el Queve-do Americano”. Cônsul do Panamá em Cuba em 1910, era casado com a escritora cubana Mercedes Borrero y Pierrá (1892-1980).10 AUGIER, Angel. Op. cit. , p. 242 e 243. O autor cita: BAZIL, Osvaldo. “Como era Rubén Darío”. In: Vidas de iluminación. Ha-bana, Cuba: J. Arroyo, 1932, 76 p. (Conferencia pronunciada en el Lyceum de Señoritas el día 11 de marzo); y en: Rubén Darío y sus amigos dominicanos. Bogotá: Ed. Espiral, 1948, p. 163.11 Justo Sierra (1848-1912) foi notável escritor, pedagogo e político mexicano.12 DARÍO, Rubén. Autobiografía. Managua: Ediciones Internacionales, 2002, p. 136. 13 Revista Americana. Rio de Janeiro, Tomo II, Fasc. 1, p. 641. abr. 1912. Com o título de Balada de la Bella Niña del Brasil, encon-tra-se em: DARÍO, Rubén. Obras Completas – Poesias. Buenos Aires: Ediciones Anaconda, 1948. Manuel Bandeira traduziu essa poesia como “Balada da Linda Menina do Brasil”. A Manhã. Rio de Janeiro, 4 dez. 1941, Pensamento da América: Suplemento Pan-Americano, p. 7.14 GUTIÉRREZ, Ernesto. Presença do Brasil na Obra de Rubén Darío. Brasília: Embaixada da Nicarágua, 1985, , p. 3.

Diz Rubén Darío em sua autobiografia:

Se me concluyeron en aquella ciudad carísima los pocos fondos que me quedaban y los que llevaba el enviado del mismo Sierra¹¹ … pude, después de dos meses de ardua permanencia, pa-gar crecidos gastos y volverme a Paris, gracias al apoyo pecuniario del diputado mexicano Pliego, del ingeniero Enrique Fernández, y, sobre todo, a mis cordiales amigos Fontoura Xavier, ministro del Brasil, y general Bernardo Reyes, que me envió por cable, de Paris, un giro suficiente.¹²

Conhece-se o amigo certo na hora incerta.Outra manifestação do apreço de Rubén Darío

por Fontoura Xavier é a bela poesia intitulada La Niña Anna Margarida da Fontoura Xavier, hija del Ministro del Brasil,¹³ composta em Paris em 1912.

Mendes Campos distinguiu-se pelo conhecimen-to exponencial da literatura de língua castelhana. Apreciou, sobremaneira, autores do nosso conti-nente. Comprovam-no suas publicações: Atenea e as Letras Chilenas (1934); Letras Venezuelanas (1943); Três Itinerários Líricos na Poesia Colombia-na (1964); Porfírio Barba Jacob: Poeta da Angústia e da Morte (1969); e, particularmente, Rubén Darío e o Modernismo Hispano-Americano (1968).

Cavalgando sobre os séculos XIX e XX (1867-

1916), em menos de dez lustros de luminosa exis-tência, Rubén Darío legou-nos mais de mil páginas em verso e mais de quatro mil em prosa.14 Sua es-tatura internacional manifesta-se pela acolhida que teve, em vida, em diversos países e, postumamen-te, pelos estudos a ele dedicados, não só em cas-telhano, mas também em alemão, francês, inglês, italiano, português e russo. Publicou, no exterior, em países diferentes, três dos seus principais tra-balhos: Azul, no Chile (1888); Prosas Profanas, na Argentina (1896); e Cantos de Vida y Esperanza, na Espanha (1905). A boa acolhida de sua obra na Es-panha lembra o Retorno dos Galeões, que transpor-tavam ouro e prata da América para a Espanha.

É essa figura planetária que Mendes Campos

ga, com destino ao porto francês do Havre, Darío encontrava-se em apuros para o pagamento da pas-

sagem. Conta Osvaldo Bazil, cônsul da República Dominicana na capital cubana:

57Revista Capital

analisa magistralmente em seu livro Rubén Darío e o Modernismo Hispano-Americano15. Discorreu o autor sobre esse tema em sessão especial, interca-lada em Curso de Literatura, de feliz inspiração da Academia Mineira de Letras, em 1967, ao ensejo do transcurso do centenário de nascimento do nume nicaraguense. Mário apresenta dois motivos es-senciais para sua participação: primeiramente sua antiga afeição às letras hispano-americanas e, em segundo lugar, sua preocupação no sentido de con-tribuir, como cidadão da América, para o constante e cada vez mais amplo intercâmbio intelectual e so-cioeconômico dos povos americanos.16

Demonstra ele familiaridade não apenas com a vasta obra de Darío, mas, outrossim, com os estu-dos a respeito, citando a mais de cinquenta autores de variadas procedências.

Mendes Campos encomia, com numerosos

exemplos, a dimensão internacional presente na vida e na obra de Darío. Foi correspondente, em Santiago do Chile, do jornal La Nación, de Buenos Aires (1889); dirigiu em San Salvador o diário La Uni-ón, arauto da integração centro-americana (1889); exerceu as funções de Cônsul-Geral da Colômbia em Buenos Aires (1894); atuou como Enviado espe-cial de La Nación de Buenos Aires na Espanha e na França; nestes dois países serviu como diplomata da Nicarágua.

Pode-se dizer que Darío foi eminentemente cida-dão das Américas e mesmo do Mundo. Na verdade, seu entusiasmo pelo nosso continente não excluía grande apreço pela Europa e, particularmente, pela pátria de Cervantes. É conhecido seu verso em Los Cisnes: “Soy un hijo de América, soy un nieto de Es-paña”.

Propugnou o entendimento entre os povos, como aparece em sua Ode Unión Centroamericana:

¡Los Pueblos tienen Fe!Quien no desea la unión de estas naciones, Obra que las eleva y endiosea?Que se acaben los odios y ambiciones,Pues sobre todo está la gran idea17

As peregrinações de Darío pela América lembram as de Simón Bolívar, cujos ideais integracionistas enalteceu em seus inspirados versos.

Com muita propriedade, Mendes Campos res-saltou os numerosos vínculos entre Darío e o Brasil. Lembrou que seu primeiro texto como correspon-dente de La Nación18, no Chile, versou sobre a che-gada do navio brasileiro Almirante Barroso ao porto de Valparaíso. Destacou as expressões de apreço pelo nosso país na Epístola a la Señora de Leopol-do Lugones.19 Recordou elogiosa página na Revista Mundial, onde diz que Graça Aranha: “Honra não somente a pátria em que nasceu, mas também a

sua língua que é uma pátria maior"20. Salientou a amizade entre Darío e o poeta diplomata brasi- leiro Fontoura Xavier. Assinalou o artigo "El Brasil Intelectual", em Letras, 1911, onde Darío nomeia figuras representativas de nossa literatura. Regis-trou, também, a homenagem que José Veríssimo rendeu, em 1912, ao ilustre visitante centro-ameri-cano, na Academia Brasileira de Letras.²¹

Caberia acrescentar outras presenças do Brasil na obra de Darío. Dedicou versos carinhosos a Macha- do de Assis. Exaltou a perseverança e o gênio de Santos Dumont, inclusive com palavras proféticas:

15 CAMPOS, Mário Mendes. Rubén Darío e o Modernismo Hispano-Americano. Belo Horizonte: Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, 1968.16 Idem, ibidem.17 Declamada em 19 de dezembro de 1883 em saudação ao General Justo Rufino Barrios e publicada em: Diario de Centroaméri-ca. Guatemala, 24 ene. 1884.18 CAMPOS, Mário Mendes. Op. cit. p. 22.19 Ibidem, p. 100.20 Ibidem, p. 33.21 Ibidem, p. 39.

58 Revista Capital

Ícaro há de ser finalmente dono do elemento com que há tanto tempo luta... Hoje surge um filho da terra americana, que representa a antiga estirpe e que talvez seja o marcado pela sorte para o logro definitivo. Deve-se notar que o novo continente é quem dá hoje esses homens à glória. E Severo morto²² e Santos Dumont na obra que o arrebata são glória e orgulho não só para o Brasil, mas também para toda a América. Ou melhor para toda a humanidade.²³

E, finalmente, last but not least, soube retratar, com rara perspicácia, a excelência literária e a gran-deza interior e religiosa de Joaquim Nabuco em tra-

balho de 1912. Sublinhou seu patriotismo, desinte- resse e tolerância. E reproduziu, entre outras, estas joias do pensador pernambucano:

22 Augusto Severo de Albuquerque Maranhão (Macaíba, 11 de janeiro de 1864 — Paris, 12 de maio de 1902). Faleceu quando seu dirigível explodiu no ar. Augusto Severo é o nome da avenida no Rio de Janeiro onde está o prédio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).23 DARÍO, Rubén. “Sobre Santos Dumont”. In: GUTIÉRREZ, Ernesto. Op. cit. p. 57.24 DARÍO, Rubén. “Conferencia sobre Joaquim Nabuco”. In: GUTIÉRREZ, Ernesto. Presença do Brasil na Obra de Ruben Darío. Brasília: Embaixada da Nicarágua, 1985, p. 46, 47 e 51.25 Idem, ibidem, p. 48 e 51.26 CAMPOS, Mário Mendes. Op. cit. p. 48.27 Idem, ibidem, p. 59.28 GOMES, Danilo. “Darío Visto por um Escritor Mineiro”. Estado de Minas, 28 abr. 1968, seção 3ª, p. 5.

A ciência é em verdade o espelho do infinito, mas um espelho quebrado em mil pedaços que só a religião pode juntar... O mistério não estreita o horizonte antes o alarga... O super-homem é o asceta, o santo... A mais bela das profecias divinas: bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a terra... A doçura constrói por todas as partes muito mais que a violência... ela é a maior força em ação no mundo.24

E comenta Darío:

E em sua alma privilegiada havia uma cadência de ouro puro, que o fazia refratário tanto à palustre indiferença, como ao desesperante pessimismo; por sua religiosidade, compreen-dia... o valor da vida e o preço da morte... Poucos entraram como ele nos corações dos poetas; poucos penetraram mais fundo no destino dos homens.25

Mendes Campos reservou importante espaço à presença da Religião na obra do grande fautor do modernismo, reproduzindo vários de seus versos de inspiração cristã. Anota, outrossim, que "antes da marcha definitiva teve a consoladora assistência

da Igreja Católica e pôde sentir em sua morada in-terior a presença de Cristo".26

Dedicou o autor importante parte de seu tra-balho aos Fundamentos e aspectos do modernismo hispano-americano. Observou:

É certo que o marco histórico inicial do Modernismo, em termos de cronologia, tem sido fixado em 1888, data de publicação do livro Azul; não se pode, todavia considerar o movimen-to subitamente criado naquela data. A verdade é que o poeta nicaraguano pela pujança de seu gênio inovador atuou como decisivo elemento de catálise, acelerando e configurando em blo-co definitivo os esboços indecisos e os ensaios mais ou menos tímidos de reforma poética.27

O ensaio de Mendes Campos teve ampla res-sonância na crítica literária. Entre outros, escre-veram a respeito os conceituados Danilo Gomes,

Seu comércio diário com os autores hispanos lhe tem proporcionado vasto acervo de conhecimentos especializados... concorre para diminuir a distância que nos separa dos escritores de língua espanhola de nosso continente.28

Alberto Deodato, Oscar Mendes e Edgar de Vas-concelos. Eis algumas das apreciações. Disse Danilo Gomes:

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Conhecedor seguro da literatura hispano-americana, Mário Mendes Campos reúne, nesse livro, com o fino lavor de seu estilo, um copioso acervo de fatos interessantes sobre o poeta, dando-nos a justa dimensão do seu valor e da poderosa influência que exerceu sobre a chama-da América Espanhola...30

ALEIXO, José Carlos Brandi. “Antônio da Fontoura Xavier: Diplomata e Escritor”. Revista Historia Ca-ribe. Atlántico (Departamento de Colombia), Volu-men VI, N° 18, pp 31-49, ene/jun. 2011. La Revista es una publicación de la Universidad del Atlántico. Disponível também em: <http://investigaciones.uni-atlantico.edu.co/revistas/index.php/Historia_Cari-be/issue/view/5>. Acesso em: 30 abr. 2012.

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CAMPOS, Mário Mendes. Rubén Darío e o Moder- nismo Hispano-Americano. Belo Horizonte: Secre-

Oscar Mendes elogia a riqueza de noções e conhecimentos, disfarçada pela amenidade da

escrita e ordenação das ideias. E pondera:

Com este seu ensaio tão lúcido, tão compreensivo, tão cheio de justa admiração por uma das figuras mais geniais de nosso continente, Mário Mendes Campos forja mais um elo dessa cadeia que deveria unir todos quantos na América se dedicam ao labor da criação de uma literatura que se destaque pela sua mensagem de beleza, de fraternidade e de exaltação dos verdadeiros valores espirituais, que torne os homens mais fraternos...29

Edgar de Vasconcelos louva o trabalho do paciente pesquisador. E adiciona:

São também grandes conhecedores da obra de Rubén Darío: Anderson Braga Horta, José Geraldo

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Pires de Mello e José Jeronymo Rivera.Horta e José Geraldo.

29 MENDES, Oscar. “Um Ensaio de Boa Têmpera”. Estado de Minas, 13 mar. 1969, p. 5.30 VASCONCELOS, Edgard. “Rubén Darío e o Modernismo”. Estado de Minas, 11 nov. 1968, p. 5.

60 Revista Capital

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*Padre José Carlos Brandi AleixoProfessor Emérito da Universidade de

Brasília, na foto, com a Medalha Illustris Personae, comemorativa dos 55 anos da

Capital Federal.