Alerta nas rodovias

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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XX NÚMERO 230 NOVEMBRO 2014 TRANSPORTE ATUAL Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via TO AC SP Alerta nas rodovias Alerta nas rodovias

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Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via

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CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XX NÚMERO 230NOVEMBRO 2014

T R A N S P O R T E A T U A L

Pesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da viaPesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da viaPesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da viaPesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da viaPesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da viaPesquisa CNT mostra que 62,1% das rodovias apresentam deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via

TO AC SP

Alerta nasrodoviasAlerta nasrodovias

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20144

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XX | NÚMERO 230 | NOVEMBRO 2014

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA SERGIO ALBERTO/CNT

Paulo Gordilho falasobre portos secose integração modal

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ENTREVISTA

Instalação determinal privadoganha fôlego

PÁGINA 36

AQUAVIÁRIO

Comodidade emais segurançana direção

PÁGINA 44

TECNOLOGIA

EMISSÕES • Inventário elaborado pela Anac apresenta os poluentes emitidos pelotransporte aéreo nos últimos anos

PÁGINA 32

A 18ª Pesquisa CNT de Rodovias aponta que mais de 60%dos trechos avaliados apresentam algum problema nopavimento, na sinalização ou na geometria da via; númerode pontos críticos passou de 250 para 289 em um ano

Página 22

CONSELHO EDITORIAL

Bernardino Rios Pim

Bruno Batista

Etevaldo Dias

Lucimar Coutinho

EDITOR

Americo Ventura

Mtb 5125

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]ção da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Especialistas alertampara a necessidadede mudar hábitos

PÁGINA 54

MOBILIDADE

Feira em Berlimatrai interessepara o Brasil

PÁGINA 60

FERROVIÁRIO

Sest Senat realizaações contra ocâncer de mama

PÁGINA 64

OUTUBRO ROSA

Opinião 6

Duke 7

Mais Transporte 12

Tema do mês 78

Boletins 72

Alexandre Garcia 81

Cartas 82

Seções

MEIO AMBIENTE • Oficinas mecânicas investem no descarte correto de resíduos gerados em suas atividades

PÁGINA 48

www.cnt.org.br

Pesquisa CNT de Rodovias em detalhes

A Confederação Nacional do Transporte preparou uma páginadestinada exclusivamente à Pesquisa CNT de Rodovias 2014.No endereço http://pesquisarodovias.cnt.org.br/ é possívelacessar o relatório geral da 18ª edição do levantamento, as in-formações por Estado, os principais dados, o ranking dos me-lhores e piores trechos, mapas interativos, além de fotos, quedocumentam as condições de rodovias por todo o país. Edi-ções anteriores da pesquisa também estão no portal. O con-teúdo completo está disponível para download.

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20146

Duke

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 7

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

s rodovias do Brasil apresentam uma grave si-tuação que aumenta os custos logísticos e osriscos a toda a população. Milhares de pessoasperdem a vida nas estradas brasileiras. Só em2013, nas rodovias federais, foram mais de8.000 mortes em mais de 180 mil acidentes. Os

números da última Pesquisa CNT de Rodovias sãopreocupantes e apontam problemas em mais de60% dos trechos avaliados. Para reverter essequadro, são necessárias medidas, como aumen-tar o volume de investimentos, conseguir investiros valores autorizados, priorizar obras essen-ciais e ter visão sistêmica sobre o setor.

Em 2015, começa uma nova fase no país, commudanças no Executivo e no Legislativo. No dia emque foi reeleita, a presidente Dilma Rousseff firmouo compromisso de abrir o diálogo e instituir mudan-ças no Brasil. É isso que o setor de transporte espe-ra. Que a presidente, em seu novo mandato, estejaaberta a ouvir o setor sobre quais são as demandaspara as rodovias e os outros modais (ferroviário,aquaviário e aéreo). Que o transporte possa ser vis-to como prioridade em seus planos de ação.

Recentemente, a CNT divulgou o documento“O que o Brasil precisa em transporte e logísti-ca”, contendo as propostas da confederação pa-ra os candidatos à Presidência. O documento ébaseado em estudos da CNT, com destaque parao Plano CNT de Transporte e Logística 2014, queindica a necessidade de quase R$ 1 trilhão para

melhorar a infraestrutura de transporte no país.Nesse documento, estão as recomendações paraque ocorra inovação, transformação e dinamiza-ção do transporte e da logística. É necessário eurgente adequar e expandir a infraestrutura etomar medidas importantes para haver reduçãode burocracia e de custos.

De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias2014, há diversas situações preocupantes, comoaumento no número de pontos críticos (quedasde barreiras, buracos grandes e outros), curvasperigosas sem sinalização, pavimento destruídoem alguns trechos. Ampliar investimentos e con-seguir aplicar de fato os recursos disponíveis sãograndes desafios. É preciso reinventar a formade gerenciar. O Plano CNT de Transporte e Logís-tica 2014 indica a necessidade de mais de R$ 290bilhões somente para as rodovias. Nos últimosanos, o governo tem conseguido investir cercade R$ 8 bilhões por ano em rodovias.

O modal corresponde a mais de 60% do trans-porte de cargas e a mais de 90% do transporte depassageiros. A CNT identificou a necessidade demais de 600 intervenções, entre construção, ade-quação, duplicação, pavimentação e recuperaçãodo pavimento. Obras de duplicação da BR-262, BR-251, BR-116 e BR-135 estão entre as de destaque. Ro-dovias em bom estado de conservação são funda-mentais para o desenvolvimento do país, para a re-dução de acidentes e para a sustentabilidade.

A

O transportecomo prioridade

“Os números da última Pesquisa CNT de Rodovias são preocupantes e apontam problemas em mais de 60% dos trechos avaliados”

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ENTREVISTA

Fundamentais para odesenvolvimento dalogística nacional, oschamados portos se-

cos contribuem para aproxi-mar as zonas alfandegadasdos mercados de consumo, li-berando áreas próximas aosportos e aeroportos e redu-zindo o tempo de atendimen-to na retirada da mercadoria,bem como na redução doscustos de transporte e de ar-mazenagem.

Porém, no Brasil, a falta deinfraestrutura de transportee da integração modal aindaimpede que as operaçõesnesses recintos sejam reali-zadas de maneira adequada,afetando a competitividade

dos produtos brasileiros. Deacordo com Paulo CatharinoGordilho, presidente da Abe-pra (Associação Brasileiradas Empresas Operadoras deRegimes Aduaneiros), os por-tos secos são um importanteelo de uma cadeia maior emque a multimodalidade de-sempenha papel importante.“A falta de integração modalafeta o desempenho globaldo comércio exterior brasi-leiro”, ressalta ele nesta en-trevista concedida à CNTTransporte Atual.

Segundo a Receita Fede-ral, portos secos são recintosalfandegados de uso público,situados em zonas secundá-rias de fronteira – as zonas

primárias são basicamenteos portos marítimos e osaeroportos, por onde chegamou saem as mercadorias dopaís. Nos portos secos sãoexecutadas operações demovimentação, armazena-gem e despacho de mercado-rias e de bagagem, sob con-trole aduaneiro.

Atualmente, o Brasil contacom 63 portos secos, dosquais 59 são operados pelainiciativa privada, por meiode concessões, de acordocom informações da Abepra.Dados da associação apon-tam que a movimentaçãonesses recintos alfandega-dos chega a 850 mil unidadesde contêineres de importa-

ção por ano. Isso representa,aproximadamente, 20% detoda a movimentação de con-têineres desembarcados emportos brasileiros.

Gordilho também destacana entrevista a seguir a dife-rença na operação dos por-tos secos, dos marítimos oudos aeroportuários e ques-tões relacionadas à legisla-ção que rege o setor. Acom-panhe mais detalhes.

Qual a principal funçãode um porto seco?

Os recintos alfandegadosde área secundária, chamadosportos secos ou Clias (CentrosLogísticos e Industriais Adua-neiros), têm como principal

“Os portos secos ou Clia têm como principal função servir comologística para as operações de comércio exterior, principalmente

Elo de intePOR LIVIA CEREZOLI

PAULO CATHARINO GORDILHO - PRESIDENTE DA ABEPRA

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plataforma nas importações”

função servir como platafor-ma logística para as opera-ções de comércio exterior,principalmente nas importa-ções, além de poder operartodos os regimes aduaneirosem vigor, o que lhes confereagilidade incomparável emoperações logísticas de co-mércio internacional.

Quais operações são rea-lizadas nesses terminais?

Nesses recintos são realiza-dos o trânsito aduaneiro decontêineres e mercadorias sol-tas; a separação e o içamentode cargas especiais; a pesa-gem, o cintamento e a conta-gem de mercadorias; a movi-mentação e a armazenagem de

mercadorias desunitizadas (re-tiradas do contêiner) ou namesma unidade de carga emque for transportada; a expedi-ção de mercadorias importa-das após desembaraço adua-neiro; a pesagem de veículos,contêineres e volumes; a ad-missão de mercadorias e baga-gem desacompanhada sob re-gime de trânsito aduaneiro,procedente de portos, aeropor-tos ou fronteiras; o atendi-mento completo à importaçãopor meio dos regimes aduanei-ros especiais; a gestão de esto-ques nacionalizados ou sob re-gime aduaneiro; o posiciona-mento de componentes em li-nhas de montagem externas; aadmissão de mercadorias, am-

paradas em nota fiscal, paraserem exportadas; a admissãode contêineres vazios para uti-lização de cargas; a movimen-tação e a armazenagem demercadorias para unitizaçãode cargas (colocação no con-têiner); a pesagem de veículos,contêineres e volumes; e a ex-pedição das mercadorias paraexportação após o desembara-ço aduaneiro.

Qual a diferença entre aatuação dos portos secos edos portos marítimos ouhidroviários?

Os recintos alfandegados

instalados em zonas secun-dárias são estações aduanei-ras voltadas para as necessi-dades logísticas da indústria,do comércio e do mercadoconsumidor. Esses locais têmmais mobilidade pela capaci-dade de operar com desen-voltura os diversos regimesaduaneiros. Além disso, a pe-culiaridade de estarem loca-lizados em regiões mais pró-ximas dos mercados consu-midores confere aos portossecos mais competitividade,se considerarmos o conjuntodas operações aduaneiras elogísticas realizadas no país.

ELO DE INTEGRAÇÃO

gração

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Qual o volume de cargamovimentada no último anonos portos secos do país?Quais os principais produtos?

De forma geral, os setores quemais operam em recintos alfande-gados de zona secundária são oautomobilístico, o fármaco, o ele-troeletrônico, o de informática e ode projetos industriais. Conse-quentemente, os principais produ-tos movimentados nesses locaisestão ligados a esses setores. Es-tima-se que trafeguem pelos por-tos secos ou Clias, de todo o Bra-sil, cerca de 850 mil unidades decontêineres de importação. Essevolume representa, aproximada-mente, 20% do movimento decontêineres desembarcados emportos brasileiros.

O país conta hoje com 63portos secos. Esse númeroé suficiente para atender àdemanda de carga?

Desse total, a iniciativa privadaopera 59 unidades instaladas noBrasil. Atendemos à demanda atuale estamos preparados para atendero crescimento do país nos próximos20 anos. Temos disponíveis cerca de6 milhões de metros quadrados al-fandegados, onde foram realizadosinvestimentos em segurança, con-fiabilidade e eficiência, exigidos pe-los diversos intervenientes.

Qual a importância dosportos secos para a logísti-ca nacional?

Esses recintos são plata-

formas operacionais que po-dem fazer de tudo em rela-ção à logística de comércioexterior. Seja na área fiscal,com a operação de regimesaduaneiros controlados pelaaduana, seja como Centro deDistribuição Alfandegado ounão Alfandegado, com condi-ções de fornecer uma enor-me gama de serviços deguarda, controle e manuten-ção dos estoques de merca-dorias, bem como sua coloca-ção em linhas de montagemexternas.

Muito se fala do esgota-mento do setor portuáriobrasileiro. Essa é uma rea-lidade dos portos secostambém?

Os investimentos realiza-dos garantem que os portossecos existentes ainda aten-derão por muitos anos à de-manda. O sistema, atualmen-te em funcionamento, comajuste à lei em vigor no pra-zo dos contratos, poderiatrazer importantes ganhoscom consequentes reflexosna redução das tarifas dosserviços prestados. No en-tanto, admitimos a necessi-dade de expansão do sistemaem regiões pontuais. Nessesentido, destacaria a licita-ção feita recentemente emSuape, Pernambuco, para ainstalação de um novo portoseco, que já está funcionan-

do desde o início de outubro.A Receita Federal ajustou como TCU (Tribunal de Contas daUnião) um modelo exemplarde edital de licitação da qualparticiparam cinco empresasque já operam recintos alfan-degados em outras regiões.Todo o processo durou apro-ximadamente 18 meses, e aempresa vencedora já tem aunidade funcionando plena-mente.

De que maneira o exces-so de processos burocráti-cos atrapalha as operaçõesrealizadas nesses locais?

De forma geral, não se sen-te excesso de processos buro-

PARTICIPAÇÃO Recintos alfandegados

“Os investimentos

que se temrealizado

garantem queos portos secos

existentesainda

atenderão pormuitos anos à demanda”

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federais anuentes em um sólugar, facilitando e agilizandoa liberação das cargas.

Quais alterações a cha-mada Lei dos Portos (lei nº12.815/13) trouxe para ofuncionamento dos portossecos?

Essa nova lei nada mudouem termos da organização eda operação do nosso setor,pelo fato de tratar basica-mente de questões relacio-nadas com a zona primáriadas operações (porto maríti-mo e retroporto), dentro dapoligonal traçada nos diver-sos portos organizados. Osrecintos alfandegados de zo-

na secundária estão localiza-dos em áreas privadas, forada poligonal dos portos or-ganizados.

Em 2013, a MP nº 612,que estabelecia mudançaspara a instalação de por-tos secos no Brasil, perdeuo prazo e não foi votada.Qual o impacto disso nosetor?

Estruturalmente, esse fatoproduziu pouco impacto. Osetor continua com a mesmadimensão e funcionando nor-malmente, como vem fazen-do ao longo do tempo, aten-dendo às demandas do mer-cado de comércio externo e

respeitando rigorosamente alegislação aduaneira.

Um dos principais pro-blemas do escoamento daprodução nacional, princi-palmente a agrícola, é a fal-ta de armazéns no Brasil.Como os portos secos po-dem auxiliar nesse sentido?

Recintos alfandegados dezona secundária trabalhambasicamente com importaçãode mercadorias conteineriza-das, cargas de projetos, veí-culos ou de dimensões queexcedem a capacidade físicados contêineres. Na área dogranel em grão ou sólido, osportos secos pouco podemfazer devido às peculiarida-des da operação.

De que maneira a defi-ciência da infraestrutura detransporte e a falta de inte-gração modal afetam o de-sempenho dos portos secos?

Esses gargalos afetam acompetitividade dos produ-tos brasileiros, especialmen-te no exterior. Os portos se-cos ou Clias, como prestado-res de serviços, são um elode uma cadeia maior em quea multimodalidade desempe-nha papel importante. O quefica afetado é o desempenhoglobal do comércio exteriorbrasileiro, e não apenas dealgum elo da cadeia logísticaisoladamente. l

movimentam 20% das cargas conteineirizadas que chegam aos portos do país

ABEPRA/DIVULGAÇÃO

cráticos nas operações reali-zadas nos terminais. Alémdisso, não se pode encarar oprocesso aduaneiro apenasna área dos portos secos. Eleé um conjunto de medidasque atinge a todos os recin-tos alfandegados em opera-ção no país. Se olharmos parao conjunto das operações, po-demos ver que os processosaduaneiros estão se descom-plicando cada vez mais. Con-tudo, não se pode nunca es-quecer que fundamentalmen-te têm de ser mantidas a se-gurança e a confiabilidadedas operações. Podemos des-tacar que o nosso sistemaconta com todos os órgãos

“Os portossecos são um elode uma cadeia

em que a multimodalidade desempenha

papel importante”

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MAIS TRANSPORTE

VIRACOPOS

OAeroporto Internacio-nal de Viracopos, emCampinas (SP), iniciou,

em outubro, a transferênciaoperacional para o novo ter-minal de passageiros. As pri-meiras operações contamcom cinco voos nacionaisdiários da Azul. O antigo ter-minal de passageiros ocupa-

va uma área total de 28 milmetros quadrados, já o novotem área de 178 mil metrosquadrados.

De acordo com a assesso-ria do aeroporto, as transfe-rências dos voos do atual ter-minal para o novo vão pros-seguir até o fim de março de2015, quando a desativação

do antigo terminal de pas-sageiros deverá ser concluí-da. Ainda conforme a asses-soria de Viracopos, o aero-porto conta com oito pontesde embarque e capacidadepara movimentar 1.550 pas-sageiros domésticos porhora de pico, o que repre-senta quase 14 milhões de

passageiros ao ano. O volu-me é 40% superior ao que oatual terminal de passagei-ros deve movimentar até ofim deste ano: aproximada-mente 10 milhões de passa-geiros. A concessionáriaAeroportos Brasil Viracoposinvestiu R$ 3 bilhões no aero-porto entre 2012 e 2014.

MUDANÇA Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, iniciou, em outubro, a transferência operacional para o novo terminal de passageiros

Novo terminal em operação

AEROPORTOS BRASIL VIRACOPOS/DIVULGAÇÃO

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Mercado internacional A Azul Cargo estreia no mercado internacional de cargas aéreas em dezembrodeste ano. A companhia vaiaproveitar os porões dosAirbus 330-200 e 350-900, comcapacidade de até 18 toneladas,para transportar contêineres ecargas paletizadas. A rota deimportação e exportação decargas contempla os vooscomerciais diários da Azul quepartem do aeroporto de

Viracopos, em Campinas (SP),para os Estados Unidos. A Azulrecebeu seu primeiro Airbus330-200, dos sete arrendadosdo modelo, em junho passado.De acordo com a companhia, aprincípio, a aeronave deve operar rotas nacionais comtransporte de cargas e declientes. Além dos seis A330-200, a empresa vai incorporar àfrota cinco modelos A350-900a partir de março de 2017.

AZUL/DIVULGAÇÃO

ALL/DIVULGAÇÃO

CARGAS AÉREAS Azul vai transportar contêineres e cargas paletizadas

Transportede celulose A ALL (América Latina Logística) e a produtora de papéis para embalagem Klabinfirmaram acordo para o transporte da celulose que será produzida em Ortigueira(PR). Chamado de Projeto Puma, a fábrica,ainda em construção, tem previsão paraentrar em operação em 2016, com capacidade de produção estimada em 1,5milhão de toneladas de celulose por ano. De acordo com a ALL, aproximadamente 900mil toneladas serão destinadas à exportaçãoe vão ser transportadas via ferrovia, por 450km, até o porto de Paranaguá (PR). O contratoentre as companhias foi fechado até 2027 eprevê a construção, pela Klabin, de um ramalferroviário de 25 km, dedicado exclusivamenteà movimentação de celulose, que vai ligar afábrica à ferrovia em Mojinho (PR). Tambémestá prevista a aquisição de sete novas locomotivas e 306 vagões, desenvolvidosespecialmente para o transporte do produto, com capacidade de carregamentode 64 toneladas cada um.

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MAIS TRANSPORTE

As réplicas dos aviões utilizados pela TAM na campanha “Bagagem Histórica”, em outubro, voltaram ao museu da companhia, em São Carlos(SP). Os modelos transformaram os carrinhos de bagagem do Aeroporto Internacional de Guarulhos em pequenas aeronaves para homenagearas crianças. Os passageiros-mirins “pilotaram” os aviõezinhos enquanto ouviam, por fone de ouvido, a história da aeronave de cada carrinho.

Aviões retornam a museu

TAM/DIVULGAÇÃO

Criado há dois anos para supriras necessidades do mercado dereposição de autopeças no Brasil,o Canal da Peça criou um pacotede serviços, destinado aos

fabricantes de autopeças, paraestimular a demanda e expor as marcas aos novos canais demídia on-line. Segundo FernandoCymrot, um dos fundadores do

canal, as novas ferramentasampliam a exposição dos produtos na web, resultando em novos clientes para os fabricantes. Os serviços garantem

às marcas que seus produtosestejam presentes em buscadorescomo Google, Bing Yahoo eoutros, e também nos ambientesde compra e venda de peças.

Novo pacote de serviços

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 15

AUSTRÁLIA

AFord inaugurou emMelbourne, na Austrá-lia, o FiVE – laboratório

de realidade virtual de ultra-definição para o desenvolvi-mento de veículos. O FiVE jáopera em Dearborn, nos EUA.Os laboratórios são ligadosaos centros de desenvolvi-

mento da companhia na Ale-manha, Brasil, China, Índia eMéxico. Ambos receberam umnovo software de realidadevirtual de altíssima definição,chamado VRED (quatro vezessuperior à resolução HD),além de um sistema avançadode detecção de movimentos,

similar aos usados na indús-tria de animação e games.

Segundo a assessoria daFord, a tecnologia já foi usada es-te ano para verificar mais de 150mil detalhes em mais de 200 -protótipos de veículos virtuaisconstruídos no FiVE norte-ameri-cano. O sistema permite que en-

genheiros e designers de todo omundo avaliem diferentes pro-postas de design virtual antes daconstrução do protótipo físicodo automóvel. As ferramentasservem, entre outras alternati-vas, para verificar o melhor posi-cionamento dos controles para omotorista na cabine.

Centro de realidade virtual

TECNOLOGIA A Ford inaugurou, em Melbourne, o laboratório de realidade virtual de ultradefinição para o desenvolvimento de veículos

FORD/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201416

MAIS TRANSPORTE

SUSTENTABILIDADE

Oprimeiro modelo to-tal flex lançado co-mercialmente no

Brasil foi o Gol Power, emmarço de 2003. Antes disso,a possibilidade de abaste-cer um mesmo veículo comálcool ou gasolina pareciadistante. Atualmente, quasea metade dos veículos emcirculação no país pode serabastecida com etanol ougasolina. A tendência é quea frota flex continue cres-cendo. Somente em 2013,88,5% dos veículos novosvendidos foram dessa cate-goria, de acordo com a An-favea (Associação Nacionaldos Fabricantes de VeículosAutomotores).

Diante desse cenário edo fortalecimento do deba-te acerca dos impactos am-bientais decorrentes da uti-lização de combustíveis fós-seis, um novo passo foi da-do no país: possibilitar aemissão de crédito de car-bono a partir da substitui-ção de gasolina por etanolno abastecimento de veícu-los flex. A iniciativa – inéditano mundo – faz parte de umprograma voltado a frotascorporativas de veículos noBrasil. Cada crédito equivalea uma tonelada evitada deemissão de CO 2.

A metodologia foi desenvolvidapela Ecofrotas – responsável pelagestão de 750 mil veículos e a pri-meira no mundo a tratar especifi-camente da geração de créditosde carbono provenientes da subs-tituição de combustível fóssil porrenovável em veículos flex. “Nósficamos de 2009 a 2012 desenvol-vendo e validando essa metodolo-gia com o VCS (Verified CarbonStandard). Uma vez validada, essametodologia é única no mundo”,disse o gerente de Inovação e Sus-tentabilidade da Ecofrotas, Rodri-go Somogyi.

F uncionamentoQuando a empresa adere,

ela assina um aditivo se com-prometendo a migrar o abas-

tecimento que tinha para oetanol. Na metodologia do pro-jeto, existe a exigência de queo volume de etanol abastecidonesses veículos seja de, no mí-nimo, 95% ao longo do ano. Osistema de controle de abaste-cimento de combustíveis daempresa garante que as pre-missas do projeto sejam res-peitadas na prática. Se a em-presa não cumpre, ela perdeos créditos daqueles veículosque não atingiram a meta,mesmo que tenha ocorridouma redução de volume.

CompensaçãoA metodologia já viabilizou a

geração de 2.195 créditos de car-bono. Segundo a Ecofrotas, os

créditos gerados podem servendidos em mercados volun-tários de carbono ou usadosinternamente para compensaroutras emissões. “É um pro-cesso muito parecido com omercado de ações. Existem osprojetos de crédito de carbo-no, de diversas empresas, dediversas naturezas, e os crédi-tos gerados podem ser nego-ciados. Por exemplo, a Ecofro-tas tem um volume de créditoe outra empresa tem umaemissão de CO2 que ela quercompensar. Ela pode comprare, com isso, adquirir o direitodaquele crédito para fazer acompensação das emissões”,afirmou Somogyi.

(Viviane Cruz)

Projeto inédito permite emissão de crédito de carbonoECOFROTAS/DIVULGAÇÃO

MEIO AMBIENTE Medida desenvolvida pela empresa Ecofrotas visa a redução das emissões veiculares

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 17

Batismo em Le Havre A Hamburg Süd batizou o porta-contêineres “Cap San Antonio” no Porto de Le Havre, na França. A embarcação é um dos novos navios de uma série de seis idênticos,todos construídos no estaleiro Hyundai HeavyIndustries, em Ulsan, Coreiado Sul. O “Cap San Antonio”tem capacidade para 9.600

TEUs e vai entrar no serviço entre Europa e aCosta Leste da América doSul. Com 2.100 tomadas paracontêineres reefer, os seteporta-contêineres da sérieoferecem a maior capacidadedo mercado para cargasrefrigeradas. O transportedesse tipo de produto é uma das especialidades da Hamburg Süd.

HAMBURG SÜD/DIVULGAÇÃO

PORTA-CONTÊINER Embarcação vai atuar entre Europa e América do Sul

WILSON SONS/DIVULGAÇÃO

O operador logístico e portuário Wilson Sonsincorporou à sua frota o rebocador WSPegasus. Esta é a quarta embarcação dacompanhia a entrar em operação este ano. Onovo rebocador é parte de um montante de12 rebocadores, com investimento total deUS$ 140,7 milhões. O WS Pegasus possui 73toneladas de tração estática. Está equipadocom sistema de combate a incêndio, motorCaterpillar e propulsores Schottel. A WilsonSons afirma que, até o fim de 2014, mais uma embarcação com especificações semelhantes deve entrar em operação.

Rebocador entraem operação

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201418

MAIS TRANSPORTE

Sistema de controle de jornada A AngelLira lançou no mercado oAngelLira FOX, destinado para ocontrole da jornada do motorista,gestão de equipe externa e gestão para operações logísticas.O produto é um aparelho móvelque integra um software exclusivoe é resistente à água, poeira equeda. A função “controle de jornada” do sistema transfere asinformações automaticamentepara a central da empresa, em

tempo real, como um cartão deponto eletrônico. O AngelLira FOXpossibilita a utilização de doischips de comunicação, como telefone celular. O aparelho contacom serviços para o envio demensagens; registro e envio defotografias, com hora, data ecoordenada de onde a imagemfoi tirada; além da possibilidadede gravar e enviar vídeos às centrais das companhias.

Novo armazém de carga geral A Asia Shipping, empresa deagenciamento marítimo de contêineres e de cargas por meio de consolidação própria,inaugurou, em outubro, um armazém de carga geral emHortolândia, a 110 km de SãoPaulo (SP). A planta, que levoudois anos para ser erguida, foiconstruída em cooperação comuma transportadora parceira dacompanhia. O local vai servir para

coleta, armazenagem e distribuiçãode mercadorias em todo o Estadode São Paulo. Na exportação, oarmazém vai funcionar como umhub (centro logístico) dedicado à consolidação de cargas comsaídas diárias para o porto deSantos. Na importação, será possível receber os contêineresdiretamente de Santos, efetuar a descarga e devolvê-los vazios ao operador.

JEEP/DIVULGAÇÃO

O Renegade, primeiro SUVcompacto da Jeep a ser vendido em mais de cempaíses, ganhou três novas versões. A montadora confirmou que o veículo vaiser produzido no Brasil em2015. Comercializado atualmente na Europa, Oriente

Médio e África, o Renegadetem versões diferentes paracada um desses mercados,com quatro variações: Sport,Longitude, Limited e Trailhawk.No design, o veículo apresentafaróis redondos e grade desete aberturas. O Renegadetem dois tetos solares, de

acordo com a versão, sendouma delas uma grande peçadeslizante de vidro, e a outra,o “My Sky”, com painéis removíveis que podem serguardados no porta-malas. Osdois novos sistemas 4x4 JeepActive, Drive e Drive Low sãoequipados com o exclusivo

recurso de desconexão do eixo traseiro. Assim, a passagem da tração dianteira para a integral é fluida, com redução de perdas energéticas quando o modo 4x4 é desnecessário,melhorando a economia decombustível do veículo.

SUV em mais de cem países

Page 19: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 19

Expectativa de crescimento A alemã Knauf está instalandouma fábrica em Camaçari (BA)para a produção de sistemas deconstrução a seco (drywall). Oinvestimento criou expectativaspara o Tecon Salvador (Terminalde Contêineres de Salvador). OTecon pretende operar os embarques de chapas de gesso(usadas na construção civil) queserão produzidas na nova fábricada Knauf, que possui outra plantaem Queimados (RJ). Segundo oTecon Salvador, até o fim deste

ano, quando a capacidade plenadeverá ser atingida, a unidade vaimovimentar até 40 contêinerespor mês, via cabotagem, paraatender os mercados do Nordestee Norte do Brasil. O terminal jáoperou com a empresa, quandorecebeu, aproximadamente, 250contêineres com equipamentosimportados para a construção da fábrica em Camaçari. A operação totalizou 11 embarquese cerca de 6.500 toneladas deequipamentos.

Escola da Renault faz um ano A Escola de Economia de Energiada Renault, instalada noComplexo Ayrton Senna (ondeestão as três fábricas da marcano país), em São José dos Pinhais(PR), completou um ano em outubro. A entidade celebra conquistas em eficiência energética e nas reduções dedesperdícios e dos impactosambientais da atividade por meio do uso correto dos recursos naturais. De acordo com a montadora, além de

administrar o consumo de recursos naturais envolvidos emtodos os processos, os resíduosgerados na produção (metais,plásticos, borra de tinta, entreoutros) são reciclados. Em 2013, o volume de reciclagem atingiuquase 70 mil toneladas. A escolaformou 950 colaboradores e contribui para que a unidade brasileira continue sendo uma referência em conservação de energia dentro do Grupo Renault.

Kits educativos via cabotagem A Abramundo, empresa com atuação no setor educacional, passou a utilizar a cabotagem (navegação entre portos de um mesmo país) em duas operações de distribuição dos kits do programa Ciência eTecnologia com

Criatividade. O material vem sendo transportado, via cabotagem, para Manaus (AM) e Fortaleza (CE)pela Aliança Navegação eLogística. A economia daempresa com o modal chega a 20%, se comparada ao transporte por rodovia.

Resíduos viram pneus A Goodyear anunciou que vai utilizar as cinzas da sobra da queima da casca de arroz (queantes eram enviadas para aterros)para produzir eletricidade, comofonte ecológica de sílica para usoem seus pneus. De acordo com aassessoria da companhia, nos últimos dois anos, foram realizados testes com a sílica derivada da cinza de casca de

arroz, no Centro de Inovação da Goodyear, em Akron, Ohio(EUA). Os pesquisadores descobriram que o impacto doderivado sobre o desempenho dos pneus é igual ao das fontestradicionais. A empresa está em processo de negociação com fornecedores para comprar a cinza de arroz para uso em seus pneus.

GOODYEAR/DIVULGAÇÃO

INOVAÇÃO Goodyear quer reduzir impacto

ABRAMUNDO/DIVULGAÇÃO

CUSTO Empresa economiza até 20%

Page 20: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201420

MAIS TRANSPORTE

MAIS CLIENTES

Segurança, conforto, pra-ticidade e tecnologia deponta. Esses são alguns

dos diferenciais que empresasde transporte rodoviário depassageiros têm buscado como objetivo de atrair clientes.Nos últimos anos, muitas delasafirmam ter perdido passagei-ros que migraram para as com-panhias aéreas. Havia tambémuma dúvida sobre as regras dosetor, que se tornaram maisclaras este ano, com a defini-ção do regime de autorizaçãodas linhas interestaduais. Ago-ra, muitas dessas empresasquerem aumentar os investi-mentos e renovar a frota.

Nesse cenário, o Grupo JCAanunciou, nessa segunda-feira,27 de outubro, em São Paulo,investimento de R$ 70 milhõesna compra de 73 novos ônibustopo de linha. O grupo atua notransporte rodoviário de pas-sageiros há mais de 65 anos.São 2.878 ônibus em operação,sendo 2.391 rodoviários. Entre2012 e 2014, o grupo comprouaproximadamente 1.500 novasunidades. Este ano, foram maisde R$ 130 milhões em investi-mentos. A medida faz parte dameta da empresa de chegar auma frota com idade média detrês anos em 2015.

De acordo com o diretorexecutivo da Viação Cometa,

Fernando Guimarães, uma dasempresas do grupo, o investimen-to vai ao encontro da mudançaanunciada em junho deste ano pe-la ANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres) em rela-ção ao regime de autorização daslinhas interestaduais. “A partir domomento em que há a definição, eas regras se tornam claras, os em-presários voltam a investir no rit-mo que vinham fazendo no passa-do. O mercado está represadocom a indefinição que houve en-tre 2013 e 2014”, disse Guimarães.

A criação de aplicativo quepossibilita a compra de passa-gens com maior facilidade estáentre as inovações apresentadas.Além disso, ao chegar ao termi-nal rodoviário, o cliente pode efe-

tuar a retirada do bilhete pormeio da Sala Net e nos totens deautoatendimento. O grupo tam-bém investiu em Salas Vips, queoferece ar-condicionado, café,água, televisão, espaço para lei-tura e acesso à internet.

Uma das novidades da novafrota DD é o chamado camarote,situado no primeiro piso dos ôni-bus, que possui poltronas com in-clinação de 180 graus e revesti-mento de couro. Os passageirostambém vão contar com DVD, ar-condicionado, Wi-Fi e tomadas pa-ra recarga. "É como se fosse a pri-meira classe de um avião”, disseAndré Oliveira, consultor de mar-keting da Marcopolo. No andar su-perior, haverá poltronas confortá-veis e anatômicas, com descanso

de pernas para longas viagens,banheiro e bar com geladeira.

Os ônibus adquiridos peloGrupo JCA vão operar em SãoPaulo, Rio de Janeiro, SantaCatarina, Paraná e São Josédo Rio Preto. Os modelos têmchassis Scania e carroceriasMarcopolo. "Alto desempenho,baixo custo e maior economiade combustível. Essa é a me-lhor combinação de carroce-ria e chassi na categoria Dou-ble Decker do mercado", des-tacou Ciro Pastore, responsá-vel por vendas de chassis ro-doviários da Scania no Brasil.

(Viviane Cruz)

A repórter viajou a SãoPaulo a convite da Scania

Transporte rodoviário investe em conforto e tecnologiaSCANIA/DIVULGAÇÃO

CLIENTES Modelos com chassis Scania e carroceria Marcopolo têm alto desempenho

Page 21: Alerta nas rodovias
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REPORTAGEM DE CAPA

Mais pontos críticose metade do pavimentocom problemas

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18ª Pesquisa CNT de Rodovias apontaque 62,1% dos trechos têm algumadeficiência, aumentando o risco de acidentes e os custos do transporte

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2014

Page 24: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201424

Praticamente a meta-de (49,9%) do pavi-mento das rodoviasbrasileiras avaliadas

apresenta algum tipo de defi-ciência, sendo classificado pe-la Pesquisa CNT de Rodovias2014 como regular, ruim oupéssimo por apresentar bura-cos, trincas, afundamentos,ondulações, entre outros pro-blemas. Em relação ao estadogeral, 62,1% das rodoviasapresentam alguma deficiên-cia no pavimento, na sinaliza-ção ou na geometria da via. A18ª edição do estudo da CNT,divulgada em meados de ou-tubro, avaliou 98.475 km, quecorrespondem a toda a malhafederal pavimentada e aostrechos estaduais mais rele-vantes para o transporte decargas e de passageiros.

Nesse último ano, aumentouem 15,6% o número de pontoscríticos, passando de 250 (em2013) para 289 (em 2014). Que-das de barreira, pontes caídas,erosões na pista e buracosgrandes são considerados pon-tos críticos. “A situação do sis-

tema rodoviário brasileiro con-tinua grave, comprometendo asegurança das pessoas, tantode motoristas, como de passa-geiros e pedestres. É cada vezmaior o número de mortes e deacidentes. Essa situação tam-bém compromete a logística,devido ao elevado custo dotransporte, tornando o paísmenos competitivo”, afirma opresidente da CNT, Clésio An-drade. De 2011 para 2014, houve

um aumento de 32% no núme-ro de pontos críticos, que pas-saram de 219 para 289.

Em 2013, morreram mais de8.500 pessoas em cerca de186 mil acidentes nas rodoviasfederais do país. As condiçõesruins aumentam a inseguran-ça, e muitas vidas poderiamser poupadas, caso fosse ofe-recida melhor infraestrutura.Além do risco à vida das pes-soas, conforme informações

INSEGURANÇA Pontos críticos - como erosões, buracos

“É cada vezmaior o

número demortes e deacidentes”

POR CYNTHIA CASTRO

CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

Page 25: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 25

pla, torna-se ainda mais grave aconstatação de que 39,9% nãotêm acostamento. E, em 49,7% daextensão com ocorrências de cur-vas perigosas, não há placas deadvertência nem defensas com-pletas. Em 57,4% dos trechos foiencontrado algum tipo de proble-ma na sinalização, sendo que em26,4% não há placas de limite develocidade e em 47,6% a pinturada faixa central está desgastadaou é inexistente.

da pesquisa, todos esses aci-dentes, em 2013, geraram pre-juízos financeiros em torno deR$ 17,7 bilhões. Esse valor in-clui perdas de vidas, danosaos patrimônios público e par-ticular, gastos no sistema desaúde e previdenciário e aindaprejuízos ambientais.

Os problemas nas rodoviasafetam tanto o transporte decargas como o de passageiros.Segundo o estudo, o acréscimo

médio do custo operacional,devido à qualidade do pavi-mento das rodovias brasileiras,é de 26%. Se considerar a re-gião Norte, onde há aindamaiores deficiências na malha,esse índice sobe para 37,6%.

A Pesquisa CNT de Rodovias2014 também aponta problemasna sinalização e na geometria dasvias. Ao se considerar que 87,1%dos trechos avaliados são forma-dos por pistas simples de mão du-

grandes, quedas de barreiras e de pontes - passaram de 250 para 289

Mais de

8.500pessoas

morreramnas rodovias

federaisem 2013

Pouco recurso e má aplicaçãoBUROCRACIA

A situação de precarieda-de encontrada em muitostrechos reflete a escassezdos recursos destinados aotransporte no Brasil. Além deser insuficiente para melho-rar a qualidade das rodovias,o valor autorizado não chegaa ser investido devido a pro-blemas de gestão e excessode burocracia.

O Plano CNT de Trans-porte e Logística, divulgadopela CNT neste ano, indica anecessidade de R$ 293,88bilhões somente para o mo-dal rodoviário. Em 2014, oinvestimento público fede-ral autorizado para as rodo-vias é de apenas R$ 11,93 bi-lhões. Ainda assim, até odia 16 de outubro, somenteR$ 7,57 bilhões (63,45%) ti-nham sido pagos.

O diretor executivo da

CNT, Bruno Batista, comen-ta que seriam necessáriasalgumas décadas para sa-nar os problemas, caso osinvestimentos continuemocorrendo no ritmo de ho-je. A CNT considera que épreciso duplicar cerca de 14mil quilômetros de rodo-vias no Brasil. Outros 8.700quilômetros precisam serconstruídos.

“Em média, o governo fe-deral tem conseguido inves-tir cerca de R$ 8 bilhões porano. Demoraríamos, então,mais de 30 anos para que ainfraestrutura rodoviáriabrasileira passasse a ofere-cer boas condições opera-cionais e de segurança. Éum período muito longo pa-ra um país que quer dar umsalto e quer ser competiti-vo”, afirma Bruno Batista.

Page 26: Alerta nas rodovias

“As faixas centrais são linhasde divisão de fluxo, separam asduas mãos de direção. O desgas-te dessas faixas pode gerar gra-ves problemas. Quando o moto-rista trafega à noite, sob neblinaou em dias de chuva, por exem-plo, a visibilidade da faixa fazgrande diferença em relação aonível de segurança”, diz o diretorexecutivo da CNT, Bruno Batista.

DemandaAs condições do pavimento

são ruins, falta melhor sinali-

GEOMETRIA A maior parte dos trechos

CLASSIFICAÇÃO

GESTÃO PÚBLICA

EXTENSÃO TOTAL

Resultados das características avaliadas

GESTÃO CONCEDIDA

EXTENSÃO FEDERAL

Page 27: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 27

zação, e a geometria de mui-tas vias também oferece ris-cos. Soma-se ainda o aumentoda demanda nos últimos anos,devido ao crescimento da fro-ta brasileira. Em 2004, o Brasiltinha 37,9 milhões de veículos.Em 2014, o número passou pa-ra 84,1 milhões, de acordo comdados do Denatran (Departa-mento Nacional de Trânsito).

Bruno Batista lembra que otransporte rodoviário é umagente indutor de desenvolvi-mento e de integração. A matriz

rodoviária tem uma alta de-manda no Brasil, e o sistema ca-rece de ampliação, adequação,construção e melhoria da infra-estrutura. “Há um histórico nopaís de baixos investimentos etambém uma grande dificulda-de no planejamento e na execu-ção”, afirma. Atualmente, cercade 60% do transporte de car-gas e mais de 90% dos desloca-mentos de passageiros ocor-rem pelas rodovias.

Na comparação entre paísesde grande dimensão no mundo,

tanto desenvolvidos quanto emdesenvolvimento, o Brasil possui amenor densidade de malha rodo-viária pavimentada, conformeaponta o estudo da CNT. São203.599 km de trechos com pavi-mento, correspondendo a 12% daextensão total no país. Além de te-rem maior densidade rodoviária,países como China, Rússia e Índiaainda investem mais em infraes-trutura de transporte. “Com isso,o Brasil perde muito em competi-tividade”, diz Bruno Batista.

De acordo com o índice de

analisados (87,1%) é formada por rodovias simples e de mão dupla

“No país, háuma grande

dificuldade noplanejamentoe na execuçãode projetos”

MALHA RODOVIÁRIABrasil tem volume muito baixo de rodovias pavimentadas

Extensão da malha rodoviária brasileira

Densidade da malha rodoviária pavimentada por país (valores em km/1.000 km2)

BRUNO BATISTA, DIRETOR EXECUTIVO DA CNT

Page 28: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201428

SÃO PAULO Estado onde se concentram rodovias

INDICAÇÕESOutros resultados da pesquisa, em sua extensão total

Condição da superfície do pavimento

Acostamento

Condição da faixa central

Tipo de rodovia

Condição das curvas perigosas

competitividade global do FórumEconômico Mundial, divulgadoem setembro de 2014, a qualida-de das rodovias brasileiras en-contra-se na 122ª posição de 144países analisados, atrás do Chile(31ª), do Suriname (70ª), do Uru-guai (90ª), da Bolívia (95ª), do Pe-ru (102ª) e da Argentina (110ª), to-dos situados na América do Sul.

Concessionadas Com a dificuldade do gover-

“O governoprecisa daparceria

da iniciativaprivada”

CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT

Page 29: Alerta nas rodovias

relação às concessionadas”,afirma Clésio Andrade.

As rodovias também sãoclassificadas considerando assituações viárias por tipo degestão (pública ou concedi-da), por Estado e regiões geo-gráficas, por corredores rodo-viários e por jurisdição (fede-rais ou estaduais). Conformea Pesquisa CNT de Rodovias,74,1% das rodovias concedi-das tiveram classificação óti-

no em executar os projetos, aparticipação da iniciativa pri-vada torna-se fundamental pa-ra promover melhorias na in-fraestrutura de transporte. “Ogoverno precisa da parceria dainiciativa privada, e as conces-sões são um importante cami-nho para melhorar as condi-ções das rodovias e contribuirpara o crescimento do país. Asituação das rodovias sob ges-tão pública está muito pior em

mo ou bom. Nos trechos sobgestão pública, esse percen-tual é de 29,3%.

Na pesquisa, há ainda um ran-king com 109 ligações rodoviárias.São trechos formados por uma oumais rodovias federais ou estaduais,com grande importância socioeco-nômica e volume significativo deveículos de cargas e/ou passagei-ros, interligando territórios de umaou mais Unidades da Federação. Aoconsiderar o estado geral dessas li-

concedidas também tem o maior percentual de trechos bem conservados

PONTOS CRÍTICOSForam registrados 289 em 2014

RANKINGAs melhores e as piores entre as 109 ligações rodoviárias avaliadas

10 melhores

10 piores

Entre asrodovias

concedidas,

74,1%tiveram

classificaçãoótimo ou bom

Page 30: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201430

to regular, ruim ou péssimorepresenta um aumento doconsumo de combustíveldos veículos, tendo refle-xos diretos nos custos dasviagens e nas emissões depoluentes.

Se o pavimento de todas asrodovias pesquisadas tivesseclassificação bom ou ótimo, em2014, seria possível uma econo-mia de até 5% no consumo decombustível, o que representa

737 milhões de litros de óleodiesel, ou seja, R$ 1,79 bilhão euma redução da emissão de1,96 megatonelada de CO2, prin-cipal gás de efeito estufa.

ImportânciaA Pesquisa CNT de Rodovias

é importante para que o trans-portador rodoviário - seja eleoperador de alguma linha deônibus, autônomo ou motoris-ta de empresa – e também pa-

gações, as dez melhores estão noEstado de São Paulo e são todasconcedidas à iniciativa privada. Umadas melhores passa também porUberaba, em Minas Gerais. A piorclassificada está localizada nos Es-tados de Tocantins e Bahia e é for-mada pelas seguintes rodovias: BA-460, BR-242, TO-040 e TO-280.

Combustível e meio ambienteO fato de 49,9% das ro-

dovias possuírem pavimen-

RISCO Segundo a pesquisa, 62,1% dos tre

CUSTOSAumento do custo operacional dos caminhões conforme o estado do pavimento - Brasil (%)

ACIDENTESNúmeros das ocorrências registradas nas rodovias federais policiadas em 2013

No Brasil,apenas

12%da malha é

pavimentada

Page 31: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 31

ra que os usuários possam pla-nejar e estimar os custos desuas viagens. O estudo tam-bém orienta políticas públicase se torna fonte de informaçãopara a sociedade em geral. En-tre as propostas está a divul-gação de dados relevantes damalha rodoviária brasileiraque podem subsidiar estudosque promovam o desenvolvi-mento do transporte rodoviá-rio de cargas e de passageiros.

A primeira Pesquisa CNT deRodovias foi realizada em 1995,com a análise de 15.710 km, eem 2014, foram 98.475 km. Sãomais de 20 características ana-lisadas pelos pesquisadores em30 dias de coleta em campo.São percorridas todas as re-giões do país, contemplando osprincipais corredores de movi-mentação de cargas e de pas-sageiros. O estudo também co-leta as infraestruturas de apoio

ao longo das rodovias, comopostos de abastecimento, bor-racharias, concessionárias, ofi-cinas mecânicas de caminhão ede ônibus, restaurantes, Corpode Bombeiros, posto policial eposto fiscal. Em 2014, o traba-lho de campo ocorreu entre 19de maio e 17 de junho. l

Confira a pesquisa na ín-tegra e outras informaçõesno site www.cnt.org.br

chos apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via

RECURSOSInvestimentos públicos autorizados e não realizados em rodovias – Brasil/ 2013 (%)

Investimento necessário em infraestrutura rodoviária, conforme o Plano CNT de Transporte e Logística 2014

Esta é a

18ªedição daPesquisaCNT de

Rodovias

Page 32: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201432

dos durante as operações dasaeronaves, cresceu 35%. Ovolume passou de 5.000 tone-ladas para 6.600 toneladas nomesmo período.

Os dados fazem parte doprimeiro Inventário Nacionalde Emissões Atmosféricas daAviação Civil. O documento,elaborado pela Anac (AgênciaNacional de Aviação Civil) em

parceria com o Iema (Institutode Energia e Meio Ambientede São Paulo), detalha a evo-lução das emissões de po-luentes atmosféricos e gasesde efeito estufa ao longo dosúltimos nove anos no Brasil.

Entre os fatores apresenta-dos pela Anac que justificamo crescimento das emissõesem volume inferior à alta do

setor estão a melhora na in-fraestrutura dos aeroportos,que desafoga o tráfego, e asinovações tecnológicas. “A in-dústria e as companhias aé-reas buscam colocar em ope-ração aeronaves cada vezmais eficientes. O crescimen-to e a renovação da frota nosúltimos anos mostra isso”,disse Marcelo Guaranys, dire-tor-presidente da Anac. Em2013, a frota das empresasbrasileiras atingiu 563 aviões,um acréscimo de 8,7% em re-lação a 2012.

O inventário apresenta in-formações do consumo decombustível e das emissõespor tipo (doméstico e interna-cional) e por fases de voo (ta-xiamento, decolagem, voo emcruzeiro e pouso), durante asoperações em solo (embarquee desembarque), por modelode aeronaves e por aeroporto.Para os cálculos, foram consi-derados os voos comerciais,de fretamento ou da aviaçãogeral. Não fazem parte do es-copo do material as emissõesoriginárias da operação dehelicópteros, aeronaves mili-

Inventário elaborado pela Anac apresenta os poluentes emitidos por esse meio de transporte nos últimos anos no Brasil

POR LIVIA CEREZOLI

Emissõesatmosféricas

AÉREO

Com taxas que batemrecordes anuais, otransporte aéreo noBrasil cresce de ma-

neira ambientalmente res-ponsável. Enquanto o númerode movimentos (pousos e de-colagens) da aviação cresceu75%, entre 2005 e 2013, aemissão de CO (monóxido decarbono), um dos gases emiti-

Page 33: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 33

tares e de aeronaves agríco-las movidas a etanol.

Segundo o diretor da agên-cia, o inventário servirá debase para estudos de monito-ramento de emissão de gases,além de fomentar programasambientais e de eficiênciaenergética no setor de trans-porte no Brasil. “A ideia é jun-tar esse material ao que está

sendo elaborado pela ANTT(Agência Nacional de Trans-portes Terrestres) e, em umfuturo próximo, elaborar uminventário nacional de emis-sões do transporte”, informouGuaranys, durante a apresen-tação do material, em outu-bro, em Brasília (DF).

Os resultados do inventáriomostram que, nos voos domés-

ticos e internacionais, o maiorconsumo de combustível é re-gistrado durante a fase de cru-zeiro, quando as aeronavesatingem mais de 3.000 pés dealtitude. Os índices, em 2013, fo-ram de 79% e 95%, respectiva-mente. Durante o ciclo LTO (ta-xiamentos de partida e de che-gada, decolagem, subida e apro-ximação/pouso), o consumo nos

voos domésticos foi de 18%, en-quanto nos voos internacionais,de 4%. “O gasto de combustívelé maior quando a aeronaveatinge a altitude de cruzeiroporque é o maior período dovoo”, afirmou Guaranys.

Durante o uso das APUs (turbi-nas utilizadas nas operações desolo, como embarque e desem-barque), o consumo registrado é

INFRAMERICA/DIVULGAÇÃO

Page 34: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201434

trogênio) durante o ciclo LTO, ede 10%, 8,96% e 7,45% dos mes-mos poluentes durante o fun-cionamento das APUs. Alexan-dre Rodrigues Filizola, gerentetécnico de análise ambiental daAnac, explica que em operaçõesde até 3.000 pés é possível afir-mar que as emissões influen-ciam na poluição local onde osaeroportos estão instalados.

De acordo com ele, é difícil re-duzir as emissões durante o ci-

de 3% nos voos domésticos e deapenas 1% nos internacionais.Quando consideradas as etapasde voo abaixo de 3.000 pés, oconsumo durante o ciclo LTO é de85% do total, enquanto no fun-cionamento das APUs é de 15%.

Esses percentuais corres-pondem, por exemplo, a umaemissão de 90% de CO (monóxi-do de carbono), de 91% de COV(compostos orgânicos voláteis)e de 92% de NOx (óxidos de ni-

ÍNDICE Emissões podem ser reduzidas se aeronaves utilizarem a geração de

Número de passageiros cresce

BALANÇO

A Anac também apresen-tou o balanço do setor aé-reo brasileiro nos últimosdez anos. O crescimento nonúmero de passageiros, en-tre 2004 e 2013, foi de203%. O índice médio é de13,1% ao ano.

Em 2013, a quantidadede passageiros pagostransportados atingiu omaior número da históriada aviação brasileira. Fo-ram 109,2 milhões de passa-geiros. Desses, 90 milhõesforam transportados emvoos domésticos e 19,2 mi-lhões em voos internacio-nais. Quando consideradostodos os passageiros trans-portados (incluindo as gra-tuidades), o número sobepara 111 milhões.

De acordo com o ministroda SAC (Secretaria de Avia-ção Civil), Moreira Franco, osdados do anuário são ex-pressivos e mostram que hácrescimento e uma mudançade patamar no setor. “Essecrescimento mostra que oesforço em tornar a aviaçãocomo uma ferramenta de in-tegração do país está dandoresultados.”

Entre os 20 aeroportosdo Brasil que registraram omaior número de decola-gens (79,61%) em 2013, oitoestão na região Sudeste,quatro no Nordeste, três noCentro-Oeste, três na re-

gião Sul e dois no Norte.Somente os aeroportos deGuarulhos e Congonhas re-gistraram 18,55% das des-colagens no país.

Os dados do anuáriotambém mostram que aTAM permanece na lideran-ça do mercado, com 39,6%de participação na deman-da. Em segundo lugar está aGol, que detém 35,3% dademanda. Já Avianca e Azulforam as companhias quemais cresceram no últimoano em volume de passa-geiros, com taxas de 35% e32%, respectivamente.

CargasO volume de cargas trans-

portadas pelo setor aéreotambém cresceu nos últimosdez anos. A alta foi de 50%entre 2004 e 2013. No últimoano, o volume transportadono mercado doméstico foi de408 mil toneladas de produ-tos. Embora o número cor-responda a apenas 0,48% dototal de cargas movimenta-das no país, em valores, osprodutos transportados cor-respondem a 10,7% do total.No mercado internacional(com origem ou destino noBrasil), a alta nos últimosdez anos foi de 69%, e o vo-lume transportado chegou a777,7 mil toneladas em 2013.Na comparação com 2012, aalta foi de 7,2%.

Page 35: Alerta nas rodovias

clo LTO, mas é possível duranteas operações em solo. “As APUssão utilizadas para gerar energiae manter os motores ligados du-rante os embarques e os desem-barques. Se fosse utilizada a ge-ração de energia dos aeroportose não das aeronaves, consegui-ríamos baixar esses índices e re-duzir ainda mais o volume deemissão de poluentes.” O tempomédio de parada das aeronavesnos aeroportos do Brasil é esti-

mado em 75 minutos, conside-rando aeronaves da aviação re-gular, geral e cargueiros.

AeroportosO inventário também permitiu

quantificar as emissões de cadaum dos poluentes nos aeroportosque registraram o maior movi-mento de pousos e decolagensnos últimos anos no Brasil. Guaru-lhos (SP) teve o maior número demovimentos (135.511) em 2013 e,

consequentemente, o maior volu-me de emissões. Foram 1.081 to-neladas de CO, 2.149 de NOx, 123 deCOV e 97 de SO2 (enxofre), consi-derando apenas o ciclo LTO e asoperações de solo.

Congonhas, também em SãoPaulo, registrou a segunda maiormovimentação (95.565), mas é oquinto colocado em emissões deCO (479 toneladas), atrás do aero-porto de Brasília, do Galeão (RJ) ede Viracopos, respectivamente o

terceiro, o quarto e o quinto emnúmero de pousos e decolagens.De acordo com a Anac, isso acon-tece devido ao tempo médio de ta-xiamento em cada um dos termi-nais. “Brasília e Galeão têm osmaiores tempos de taxiamentoantes da decolagem, o que justifi-ca o maior volume de emissões.Quanto maior o tempo com os mo-tores em funcionamento, maior oconsumo de combustível e maiora poluição”, explica Filizola. l

energia dos aeroportos nas operações de solo

INFRAMERICA/DIVULGAÇÃO

POLUENTES ATMOSFÉRICOS

CONSUMO DE COMBUSTÍVELPor fase de voo (%)

Voos domésticos Voos internacionaisAPU (turbina ligada no momento do embarque e desembarque) 3 1LTO (ciclo de taxiamento, decolagem e pouso) 18 4Cruzeiro (voo acima de 3.000 pés) 79 95

Por atividade - abaixo de 3.000 pés (%)Taxi out (taxiamento para decolar) 19,16Take off (decolagem) 10,87Climb (subida até 3.000 pés) 28,28Approach (aproximação/pouso) 18,01Taxi in (taxiamento pouso) 9,10APU (turbina ligada no momento do embarque e desembarque) 15,07

EMISSÃO DE POLUENTESPor atividade (%)Atividade CO COV NOx SO2 Material particuladoTaxi out 51,6 52,8 6,4 22,0 47,0Take off 0,7 0,8 22,7 12,5 3,0Climb 2,1 2,3 46,5 32,5 9,0Approach 5,7 3,1 13,2 20,7 16,0Taxi in 24,4 25,1 3,0 10,4 22,0APU 10,0 8,9 7,4 não medido não medido

Por aeroporto (10 maiores movimentos em 2013 – em toneladas)Aeroporto Movimentos CO COV NOx SO2

Guarulhos 135.511 1.081 2.149 123 97Congonhas 95.565 479 938 54 50Brasília 82.339 570 853 57 50Galeão 69.475 551 965 62 48Viracopos-Campinas 62.032 485 458 61 28Santos Dumont 57.197 302 536 34 29Confins-BH 54.127 349 514 38 29Salvador 46.682 236 459 25 24Curitiba 40.555 216 380 24 20Porto Alegre 39.674 206 357 23 19

Fonte: Anac

Page 36: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201436

Osetor portuário responde pormais de 90% das exportações dopaís. Em 2013, foram movimenta-dos 931 milhões de toneladas de

carga. Os TUPs (Terminais de Uso Privado)responderam por 64% dessa movimenta-ção, um total de 593 milhões de toneladas,segundo a SEP (Secretaria de Portos daPresidência da República). A instalação denovos terminais privados ganha força nopaís. Enquanto isso, o arrendamento deáreas nos portos públicos pouco avança.Hoje, o Brasil tem em operação 37 portospúblicos – 34 marítimos e três fluviais – e129 terminais privados.

“Imagine se não existissem os TUPs. Co-mo poderíamos escoar o agronegócio, a

nossa soja, o nosso minério? Os portos pú-blicos não teriam condições de exportar emovimentar 64% desses 931 milhões decarga. E essas empresas não teriam condi-ções de crescer. Os Terminais de Uso Priva-do são o grande instrumento de desenvol-vimento da economia do setor produtivode qualquer país”, diz o presidente daABTP (Associação Brasileira de TerminaisPortuários), Wilen Manteli.

O diretor da Antaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários) Fernando Fonsecareforça a importância desses terminais e ci-ta, como exemplo, a instalação de TUPs pa-ra melhorar o escoamento da produção naregião Norte, processo que muitas vezesocorre por meio dos portos do Sudeste.

Situaçõesopostas

POR VIVIANE CRUZ

AQUAVIÁRIO

Enquanto o arrendamento nos portos públicos não avança,a construção de terminais privados ganha fôlego no país

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 37

ESTALEIRO JURONG ARACRUZ/DIVULGAÇÃO

TERMINAL PRIVADOEstaleiro Jurong Aracruzfoi o primeiro no EspíritoSanto a ser habilitado

Page 38: Alerta nas rodovias

“Hoje, a gente está tendo uma sé-rie de investimentos de TUPs queo poder concedente vem autori-zando para essa região porque ademanda é muito forte para o es-coamento de produção”, afirma.

Para o pesquisador em históriaportuária Cezar Honorato, profes-sor do Observatório de PolíticasPúblicas da UERJ (Universidade Es-tadual do Rio de Janeiro), os por-tos públicos já estão operandopróximo ao limite, sendo funda-mental a implantação de terminaisprivados. “Esses empreendimen-

tos possibilitam a especializaçãoda movimentação portuária e dáautonomia às empresas. Os TUPssão fundamentais para o Brasilraiar mais os portos, isto é, des-concentrar e desafogar os grandesportos. Em quanto mais regiõeshouver terminais melhor, pois pos-sibilita mais condição de operaçãoe logística e o consequente desen-volvimento econômico.”

Após a aprovação do novomarco regulatório, em junho de2013, o governo federal autorizou29 novos terminais privados, que

somam R$ 7,8 bilhões em investi-mentos, e duas expansões de em-preendimentos já existentes, queenvolvem mais R$ 2,3 bilhões. Osnovos empreendimentos aprova-dos deverão movimentar juntosmais de 125 milhões de toneladas.

O Estaleiro Jurong Aracruzfoi o primeiro terminal privado aser habilitado no Espírito Santoapós a aprovação do marco. Aautorização ocorreu em 21 de ja-neiro deste ano, e o processo deimplantação está em fase final.Estão sendo encaminhados à

Etapa de arrendamento não avançaPORTOS PÚBLICOS

Os arrendamentos de portospúblicos são uma das três eta-pas previstas no PIL – Portos(Programa de Investimentosem Logística – Portos). A medi-da visa possibilitar o melhoraproveitamento dos espaçosportuários e o aumento da ca-pacidade de armazenamento. Ocronograma das licitações en-volve a elaboração de estudosde viabilidade técnica, econô-mica e ambiental, a análise dosestudos por parte de uma Co-missão Mista composta pelaSEP e pela Antaq, a realizaçãode consultas e audiências públi-cas, o envio dos estudos e do-cumentos para análise e apro-vação do TCU (Tribunal de Con-tas da União) e, por fim, a publi-cação do edital para a promo-ção dos leilões.

A expectativa era que a pri-meira etapa fosse finalizada noprimeiro semestre deste ano,mas as ações realizadas pelogoverno nesse sentido poucoavançaram. A licitação dasáreas foi dividida em quatroblocos, incluindo 23 portos pú-blicos. No entanto, somente o

bloco 1 – composto pelos portosde Santos (SP) e dos paraensesde Belém, Miramar, Outeiro, Vilado Conde e Santarém – avan-çou, mas também logo estacio-nou. Os demais nem chegarama ser avaliados.

Os estudos realizados pelaAntaq estão parados no TCU,desde 2013, após a determina-ção de que 19 condições sejamsanadas para que seja autoriza-da a continuação do certame.De acordo com a Corte, o estudodeixou de apontar dados impor-tantes para se evitar incertezasrelativas a novos investimentos.Entre as falhas, o TCU aponta:previsão de tarifa teto para al-guns terminais. A assessoria daSEP destacou que o órgão res-pondeu 15 das 19 condicionantese recorreram a outras quatro. Oprocesso, no entanto, aguardadecisão do Tribunal, pois o mi-nistro Raimundo Carreiro pediuvistas em julho de 2014.

Para Manteli, da ABTP, osproblemas foram causados peloaçodamento, que levou a errostécnicos e a medidas que vão deencontro à própria lei. “A pressa

fez com que se publicassem edi-tais que foram para audiênciaspúblicas com imperfeições téc-nicas e legais que a própria An-taq detectou. Foram mais de5.000 sugestões do setor priva-do, de entidades e demais inte-ressados, mas não deram aatenção devida e mandaram pa-ra o TCU. As áreas de Paranaguá,São Sebastião e Salvador terãode começar do zero. E as deSantos e do Pará eu acreditoque, este ano, o TCU não vai libe-rar. É lamentável, porque atrasao processo todo”, aponta.

Cezar Honorato, professordo Observatório de PolíticasPúblicas da UERJ, reforça essavisão e cita outros países. “A Es-panha, por exemplo, tem umaautoridade portuária extrema-mente eficaz. O Brasil aindaprecisa melhorar o sistema deautoridade portuária, de con-trole, sem que isso seja um obs-táculo ao desenvolvimento dosterminais. Ao mesmo tempo fa-cilitar e fiscalizar. Não é só nosentido de punir, mas de con-trolar, evitar os abusos e aomesmo tempo facilitar.”

“Os TUPs são o grande

instrumento dedesenvolvimentoda economia”

WILEN MANTELI, PRESIDENTE DA ABTP

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 39

Antaq os documentos necessá-rios para atendimento às exi-gências legais e normativas pa-ra a obtenção da licença de ope-ração. Para a diretora institucio-nal do estaleiro, Luciana Sandri,a implementação dos TUPS“proporciona maior segurançajurídica, o que garante os inves-timentos privados fora do PortoOrganizado, atraindo cresci-mento para o setor portuário”.

De acordo com a assessoriada SEP, a entrada em operaçãodos terminais em processo de au-

torização vai possibilitar um au-mento estimado de aproximada-mente 18% na movimentação re-lativa aos TUPs. Esse crescimentoserá distribuído da seguinte for-ma: 57,1 milhões de toneladas/anopara cargas gerais, 109,4 milhõesde toneladas/ano para granel só-lido, 25,3 metros cúbicos/ano pa-ra granel líquido e 500 mil/anopara passageiros.

O desafio a ser enfrentado, noentanto, é garantir que os investi-mentos do setor privado possamsair do papel. Para o vice-presi-

dente de Transporte Aquaviário daCNT, Meton Soares, a burocratiza-ção do processo de autorização éainda um problema a ser resolvi-do. “É preciso que haja uma acele-ração nesses procedimentos buro-cráticos, principalmente dentro daSecretaria de Portos. A documen-tação que você apresenta para oTUP tem prazo. A comprovação deimpostos pagos, de toda a tributa-ção, tem um prazo de vigência. Sevocê não fizer o exame dentrodesse período, vence a certidão evocê é obrigado a tirar novamentea documentação. São 15 dias paraexaminar, mas nem sempre esseprazo é obedecido”, diz.

LegislaçãoA lei nº 12.815/2013 trouxe

mudanças para o setor aqua-viário. Em relação aos TUPs, ostermos de autorização ante-riormente celebrados direta-mente pela Antaq passaram aser de competência exclusivado poder concedente, a Secre-taria de Portos.

“Pelo novo marco regulatório,está muito claro que a competên-cia relativa ao planejamento seto-rial ficou a cargo exclusivo da SEP.Com base em estudos de planeja-mento relativo ao setor, ela analisaa viabilidade locacional desses em-preendimentos, inclusive se even-tualmente possa gerar conflito ou

MARCO REGULATÓRIO A lei nº 12.815/2013 trouxe mudanças expressivas para o setor aquaviário

ANTAQ/DIVULGAÇÃO

“É preciso que haja umaaceleração

nesses procedimentosburocráticos”

METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201440

interferência com alguma instala-ção portuária localizada nas adja-cências”, afirma o diretor da Antaq.

De acordo com a lei, os inte-ressados em obter autorizaçãopodem solicitar participação àagência a qualquer tempo. Apartir do requerimento, a Antaqpromove anúncio público paraidentificar a existência de ou-tros interessados na instalaçãoportuária na mesma região ecom características semelhan-tes. Cabe à SEP a análise acercada permissão para instalação doempreendimento. As autoriza-ções possuem prazo de até 25anos. O portador da autorizaçãodeve respeitar, no entanto, a ma-nutenção da atividade portuáriae a realização de investimentospara a expansão e a moderniza-ção dos terminais.

Outra mudança trazida pelonovo marco regulatório se refereà movimentação de cargas deterceiros. Quando a Lei dos Por-tos foi aprovada, a autorizaçãodos TUPs foi objeto de polêmicadevido ao tipo de carga que po-deriam movimentar. Inicialmente,eles eram apenas autorizados amovimentar cargas próprias, masa lei determinou que eles tam-bém poderiam movimentar car-gas de terceiros.

A proibição era um fator queinfluía negativamente na atrativi-dade relativa à construção de no-vas instalações. Assim, a medida

ameniza a insegurança jurídicaque existia acerca do tema, à me-dida que houve uma série de pro-cessos que levaram à judicializa-ção questões ligadas à restrição.

Estudos realizados pela Antaq epela Secretaria de Portos aponta-vam uma crescente demanda pornovas instalações portuárias parapermitir o melhor escoamento daprodução. “Um dos planos de fun-do do novo marco regulatório foisem dúvida eliminar essa barreirapara justamente incentivar e au-mentar a atratividade por parte dainiciativa privada em relação àconstituição desse tipo de instala-ção portuária, principalmente ten-

do em vista a realidade de algumasregiões no país”, afirma Fonseca.

Manteli também aponta a im-portância dessa medida e desta-ca que a maioria dos terminaismovimenta carga própria e deterceiros atualmente. “A medidadesafoga os portos públicos e es-tabelece uma sadia competição.Isso é muito importante para osistema portuário, pois possibili-ta ao exportador optar. A permis-são estabelece uma competiçãoque possibilita melhorar a quali-dade dos serviços e de preços”.

Luciana Sandri, do EstaleiroJurong Aracruz, concorda comessa visão. Para ela, a medida

DEMANDA Novas instalações portuárias visam o melhor escoamento da produção

SEP/DIVULGAÇÃO

O prazo é de

25anos para asautorizações

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 41

possibilita desafogar os portospúblicos. Sobre a carga a ser mo-vimentada pelo Estaleiro, ela des-taca que, inicialmente, a empresavai operar cargas do projeto paraa construção do estaleiro, dos se-te navios-sonda contratados pelaSete Brasil, empresa proprietáriade sondas de exploração paraáguas ultraprofundas, e dos doisFPSOs (navios-plataformas) con-tratados pela Petrobras.

Entraves Apesar de destacar que o no-

vo marco regulatório trouxeavanços positivos em relação aosterminais privados, a Associação

Brasileira de Terminais Portuá-rios alerta para medidas que difi-cultam a expansão dos terminaisjá existentes. “A Secretaria dePortos baixou uma portaria proi-bindo o terminal privado, dentroda área do porto, de ampliar assuas instalações, o que é um ab-surdo. Uma portaria não pode al-terar o objetivo principal da lei nº12.815. A portaria é um ato infrale-gal que não pode dispor de formacontrária à lei. Essa medida estácausando uma insegurança nosetor portuário”, alerta o presi-dente da entidade. Para ele, aportaria vai de encontro ao que alei propõe. Procurada, a Secreta-

ria de Portos não se manifestouaté o fechamento da edição.

A Antaq reconhece as dificul-dades trazidas pela medida eaponta que o mercado questionaessa amarra. Por outro lado, aagência reguladora destaca quea medida se restringe a empreen-dimentos localizados dentro dePortos Organizados (portos públi-cos), que representam a minoria.“Essa questão em relação à am-pliação fica restrita aos terminaisde uso privado instalados ao lon-go do tempo dentro dos PortosOrganizados. Já em relação à ex-pansão dos terminais de uso pri-vado fora dos Portos Organizados

não há problema”, diz o diretorFernando Fonseca.

De acordo com a agência re-guladora, a expansão de menorporte não demanda anúncio pú-blico, mas podem acontecer algu-mas expansões de terminais quena prática correspondem quaseque a um novo terminal. “E atépor uma questão isonômica emrelação aos outros que se subme-tem ao anúncio público, e de via-bilidade locacional em nível deplanejamento setorial, esses ter-minais precisam passar poranúncios públicos, mas é um pro-cedimento extremamente sim-ples”, afirma Fonseca. l

PORTOS Setor responde por mais de 90% das exportações do país

ANTAQ/DIVULGAÇÃO

“O Brasil ainda precisamelhorar o sistema deautoridadeportuária”

CEZAR HONORATO, PESQUISADOR EM HISTÓRIA PORTUÁRIA

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TECNOLOGIA

Comodidade esegurança à mãoAplicativos têm informações que favorecem o cotidiano dosusuários do transporte e de motoristas profissionais ou não

As tecnologias disponíveispara facilitar o cotidianodo motorista, profissionalou não, e do usuário do

transporte aumentam a cada dia. Adiversidade dos serviços propiciacomodidade e oferece segurançapara quem trafega nas rodovias enos centros urbanos. Especialistasconfirmam que o cenário é uma ten-dência que promete ainda mais evo-luções e possibilidades.

A transmissão via satélite, utili-zada com o GPS ou com localizado-res e mapas, por exemplo, está dis-ponível a custo muito baixo ou gra-tuitamente. A tecnologia se tornouuma prática comum nas vias urba-nas e nas estradas.

Os dados foram convergidos para omapa atual com traçados corretos emais precisos.”

Thielen afirma que a Seil vemtrabalhando no projeto desdeabril deste ano. “Foram incluídasobras em execução nas rodovias,todas as estradas federais, esta-duais e municipais que cortam oParaná, além de informações, co-mo localização de postos poli-ciais e praças de pedágio.”

O mapa oferece ainda dadosatualizados do sistema de transpor-tes paranaense como localização deaeroportos, portos e hidrovias. Oconteúdo está disponível para vi-sualização no site da Seil e pode serimpresso também.

O governo do Paraná, por meioda Seil (Secretaria de Estado deInfraestrutura e Logística), refor-mulou o mapa geopolítico rodo-viário do Estado para oferecer umconteúdo o mais próximo possívelda realidade, tendo como referên-cia o mapa rodoviário do DER-PR(Departamento de Estradas deRodagem do Paraná).

Segundo o engenheiro da Seil,Ricardo Vilela Thielen, a secretariautilizou uma base de dados georre-ferenciada que oferece a mesmaprecisão do Google Maps, serviço depesquisa e visualização de mapas eimagens de satélite oferecido peloGoogle. “A equipe percorreu todasas rodovias do Estado com um GPS.

O Ministério das Cidades, pormeio do Denatran (DepartamentoNacional de Trânsito), também lan-çou mão da tecnologia para propor-cionar comodidade e segurança aosusuários do transporte. A autarquiacriou três Apps (aplicativos) com es-sas finalidades, que podem seracessados por dispositivos móveisou por computadores.

O Rotas das Cidades reúneserviços, como previsão do tem-po e informações sobre preçodos combustíveis, localização depostos do Samu (Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência) e dascondições de trafegabilidade dasrodovias federais.

O Mãos ao Volante bloqueia as

POR LETICIA SIMÕES

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 45

chamadas de celular recebidas pelomotorista enquanto ele dirige. Ocondutor aciona o App antes de dara partida no veículo.

Já o Motorista da Parada realizaum sorteio virtual para selecionarquem será o condutor da vez. Aideia é incentivar uma condução se-gura para quem vai se divertir comos amigos e se desloca de carro.

Os dois últimos estão disponí-veis no site da campanha Paradapela Vida e fazem parte do acordofeito por diversos países com aONU (Organização das Nações Uni-das) para a redução de acidentesem todo o mundo.

Conforme a assessoria de comu-nicação do Ministério das Cidades,

os Apps somam juntos 53.302 down-loads. Quanto ao Rotas das Cidades,criado em 2011, a autarquia afirmaque a base de dados está sendoatualizada e, por isso, não é possívelafirmar o número de acessos.

O mestre em sociologia EduardoBiavati, especialista em educação esegurança no trânsito, ressalta quea conectividade ganhou espaço navida das pessoas, incluindo a vivên-cia no transporte. “Esse panoramavem evoluindo há 15 anos. No últi-mo século, o cotidiano da conduçãode veículos era solitário. Não haviaoutra informação a não ser a per-cepção do próprio motorista. A uni-versalização das tecnologias temesse lado positivo de orientar e fa-

cilitar o dia a dia do condutor e dousuário do transporte.”

Apesar das vantagens, Biavatialerta sobre os perigos do mau usodessas ferramentas. “O acesso equi-vocado aos Apps gera distração,pois demanda a operação manualdos aparelhos. Isso é muito perigo-so, já que o motorista tem de digitara rota ou acionar o programa quedeseja pesquisar. O condutor deveter o bom senso de verificar as in-formações que deseja antes da par-tida ou encostar o veículo para en-tão acessá-las.”

O especialista acredita que a in-dústria deve ampliar a gama depossibilidades de acesso aos Appsde trânsito, excluindo gradualmen-

te o processo manual. “É um méto-do inevitável, e a indústria automo-bilística depende dessa integração.A tendência é que os comandos devoz, por exemplo, sejam cada vezmais expandidos.”

TrafegabilidadeA EcoRodovias lançou, em mar-

ço, um App que fornece informa-ções de trafegabilidade de todas asrodovias controladas pelo grupo. Aempresa é responsável por seisconcessões rodoviárias nas regiõesSul e Sudeste, por onde passam,aproximadamente, 170 milhões deveículos por ano, conforme dadosda companhia, representando 44%de toda a carga movimentada para

SAFETY SIGHT/DIVULGAÇÃO

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lhor aparelho para acessar essasinformações do que os celulares.Ele está sempre à mão.”

A MapLink utiliza uma platafor-ma própria, integrada aos seus da-dos de trânsito exclusivos para po-der garantir a melhor rota entredois pontos dentro de cidades ouentre cidades. “Hoje é possível con-sultar rotas entre todas as localida-des do Brasil”, afirma Hohagen.

Segundo ele, o aplicativo regis-tra 2 milhões de usuários por mêsem seu website e, aproximadamen-te, 800 mil pessoas por meio de

importação e exportação no país.Além de acompanhar o fluxo nas

estradas por meio das câmeras edas atualizações enviadas direta-mente dos CCOs (Centros de Contro-le Operacionais) de cada concessio-nária do grupo, a plataforma dispo-nibiliza informações sobre os valo-res das tarifas de pedágio, sobre acompanhia, localização dos postospoliciais e os serviços oferecidos narodovia, como balanças e bases deatendimento ao usuário.

O app, inicialmente disponívelapenas para a versão iOS (aparelhosda Apple), ganhou uma versão paraAndroid e incluiu a rodovia BR-101,no trecho que vai de Mucuri (BA) atéa divisa do Espírito Santo com o Riode Janeiro, aos serviços. De acordocom a assessoria de imprensa daEcoRodovias, o aplicativo contabili-zava 4.500 usuários até agosto.

O engenheiro eletricista RodrigoFilev Maia, professor do Departa-mento de Ciência da Computaçãoda FEI (Faculdade de Engenharia In-dustrial), afirma que a precisão dosmapas melhorou com o passar dotempo, o que pode ter motivado oinvestimento de muitas empresas eentidades nessas ferramentas delocalização e informação.

“No âmbito do transporte, essastecnologias proporcionam melhorplanejamento para as empresas.Por meio dos dispositivos é possívelcalcular rotas mais interessantes,

com respostas em tempo real e pro-ver serviços melhores, diminuindocustos”, diz Maia.

O App MapLink, ferramentaque permite traçar rotas urba-nas e rodoviárias, além da buscade endereços e de locais especí-ficos, foi desenvolvido com tec-nologia 100% nacional e estádisponível desde 2008.

Frederico Hohagen, diretor co-mercial e sócio da MapLink, afir-ma que os principais dados forne-cidos pelo App são os de trânsitoem tempo real. “Não existe me-

aplicativos móveis. “Apesar de oserviço estar disponível para todo opaís, as cidades com maiores pro-blemas de trânsito, como São Paulo,Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Hori-zonte, Porto Alegre e Brasília, lide-ram em número de usuários.”

CorporaçõesA empresa também oferece ser-

viços corporativos. De acordo comHohagen, o acesso à exclusiva pla-taforma de trânsito do App é umadas alternativas comerciais disponí-veis. “Dentro das ofertas estão in-

FACILIDADE Aplicativos

PRINCIPAIS APLICATIVOS PARA O MOTORISTAGoogle MapsComo um GPS, mostra as opções de caminhos para chegar ao local desejado

MapLinkLocalizador de rotas urbanas e rodoviárias, de endereços e locais específicos

Rotas das CidadesFornece as melhores rotas, distâncias e condições das rodovias federais com informações adicionais, como previsão do tempo e condições de trafegabilidade

Mãos ao VolanteBloqueia as chamadas de celular do condutor quando ele está ao volante

Motorista da ParadaSeleciona, por meio de um sorteio, a pessoa que não vai ingerir bebida alcoólica para dirigir para a turma de amigos

EcoRodoviasFornece informações de trafegabilidade de todas as rodovias controladas pelo grupo. A concessionária atua nas regiões Sul e Sudeste

Safety SightMonitora através da câmera do smartphone o que ocorre em frente ao carro, emitindo um alerta de aproximação. O App também acompanha a velocidade de veículos na direção frontal, reproduzindoo sinal sonoro sempre que necessário

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 47

ma mais eficiente de planejar asoperações.”

Ele ressalta que a empresa estáinvestindo no aprimoramento do al-goritmo de trânsito e em ferramen-tas para atender com excelência omercado de logística. “A companhiaestá em fase final de avaliação deuma ferramenta de roteirização in-tegrada ao trânsito e a outras tecno-logias, diferente das disponíveis nomercado. Alguns clientes estão tes-tando e ajudando a empresa a vali-dar o sistema, que deve ser lançado,oficialmente, nos próximos meses.”

Para o engenheiro e especia-lista em trânsito Ronaldo Guima-rães Gouvêa, professor da UFMG(Universidade Federal de MinasGerais), as tecnologias com focono trânsito e na segurança de trá-fego “vieram para ficar”. “A ten-dência é que as possibilidades seampliem. Comodidade e seguran-ça são foco tanto da indústria co-mo do usuário de transporte.”

Gouvêa também aponta que atendência deve caminhar para so-luções audíveis, que dispensem otoque manual para os comandos.“As ferramentas via satélite e osaplicativos estão ao alcance detodos cotidianamente. Dados au-díveis são ainda mais seguros, eas tecnologias futuras devemconvergir para esse modo.”

Com o objetivo de evitar aci-dentes, a Yasuda Seguros, em par-ceria com a Marítima Seguros, lan-çou o aplicativo Safety Sight, gra-tuito para celulares Android (a par-tir da versão 4.0) e iOS (a partir daversão 5.0). O App, de tecnologiajaponesa, está disponível paraqualquer pessoa, segurados ounão das companhias.

A ferramenta depende de umsuporte apropriado para celular,que deve ser anexado no painel doveículo. O Safety Sight faz o moni-toramento, por meio da câmera dotelefone, do que acontece à frentedo carro, emitindo um alerta de

formações de trânsito em temporeal e dados históricos de trânsito,que são muito usados para estudosde viabilidade de obras ou nas aná-lises detalhadas de determinadasvias, bairros ou regiões.”

O diretor afirma que a ferra-menta contribui para o planeja-mento logístico de empresas detransporte. “Com ela, é possívelotimizar custos de deslocamentoe aproveitar as possibilidades deintegração com sistemas de vale-pedágio e de cálculo de frete for-necidos pela MapLink. É uma for-

aproximação. Ele também monito-ra a velocidade de veículos na di-reção frontal e emite o sinal sem-pre que necessário.

“O app ainda oferece outras fun-cionalidades ao motorista, como aexibição do percurso e dos locais demanobras bruscas. Permite a grava-ção automática do cenário em casode acidente e acesso aos contatosemergenciais em situações de aci-dentes ou falhas”, afirma o diretorvice-presidente da Yasuda, Luiz Ma-coto Sakamoto.

O App também faz a gravação dacondução ao detectar impacto porcausa de frenagem brusca ou de co-lisão. Ele permite que sejam feitasgravações manuais, além de exibir ohistórico do percurso e os locais demanobras bruscas no mapa.

O Safety Sight mostra as rotase as velocidades do percurso,pontos de frenagens e acelera-ções ou trechos com distância in-suficiente entre veículos. As in-formações são armazenadas eexibidas no mapa do App.

Hohagen, da MapLink, acreditaque os aplicativos com dados detrânsito e que foquem na segu-rança de trafegabilidade serãocada vez mais populares. “O pro-blema da mobilidade e o grandetempo gasto dentro do carro parair de um ponto ao outro estimu-lam os usuários a aderirem às fer-ramentas disponíveis.” l

auxiliam motoristas no trânsito com localizadores e mapas via satélite

MAPLINK/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201448

dos pela atividade tenham adestinação correta.

O Ministério do Meio Ambien-te, por meio de sua assessoria deimprensa, afirma que a pasta nãoacompanha nem possui levanta-mento dos resíduos gerados pe-las oficinas mecânicas. O minis-tério diz ainda que setor não étratado na PNRS (Política Nacio-nal de Resíduos Sólidos).

Criada em 2010, a lei que insti-tui os critérios da PNRS prevê a

Abusca por uma ativi-dade eficiente e am-bientalmente susten-tável tem sido a meta

de diversos setores. Com as ofi-cinas mecânicas brasileiras nãoé diferente. Apesar de não ha-ver normatização em nível fe-deral para o setor, os estabele-cimentos seguem regras defini-das em âmbito estadual e muni-cipal e, a cada dia, investemmais para que os resíduos gera-

prevenção e a redução na gera-ção de resíduos, tendo como pro-posta a prática de hábitos de con-sumo sustentável e um conjuntode instrumentos para propiciar oaumento da reciclagem e da reu-tilização dos resíduos sólidos(materiais que têm valor econô-mico e podem ser reciclados oureaproveitados) e a destinaçãoambientalmente adequada dosrejeitos (aquilo que não pode serreciclado ou reutilizado).

Preconiza ainda a respon-sabilidade compartilhada dosgeradores de resíduos: dos fa-bricantes, importadores, dis-tribuidores, comerciantes, ocidadão e titulares de servi-ços de manejo dos resíduossólidos urbanos na logísticareversa dos resíduos e emba-lagens pós-consumo.

O Ministério do Meio Ambien-te não explicou o porquê de osresíduos produzidos pelas ofici-

Mesmo não incluídas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, oficinas mecânicas investem no descarte

correto dos resíduos gerados pela atividadePOR LETÍCIA SIMÕES

Responsabilidadee eficiência

MEIO AMBIENTE

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 49

nas mecânicas não serem trata-dos pela PNRS.

Na capital paulista, porexemplo, existem várias leis re-lacionadas ao meio ambienteque interferem na abertura eno funcionamento das oficinasmecânicas, de acordo com a as-sessoria de imprensa da Secre-taria de Coordenação das Sub-prefeituras da cidade.

Entre os regulamentos munici-pais estão as leis nº 14.802, de

2008, que versa sobre o controlede destino de óleos lubrificantesservidos, e a nº 13.725, de 2004,que estabelece o Código Sanitáriodo município.

Segundo a secretaria, a fiscali-zação das oficinas é realizada pe-las subprefeituras paulistanas. Ofuncionamento dos estabeleci-mentos deve obedecer às regrascontidas no Plano Diretor Regio-nal da cidade.

A autarquia não possui o nú-

mero de oficinas mecânicas insta-ladas em São Paulo. Sobre as au-tuações de inconformidade, a se-cretaria informa que os dadoscompilados não distinguem o tipode comércio, não sendo possíveldestacar as penalidades aplicadasàs oficinas mecânicas irregularesdos demais estabelecimentos au-tuados pelas subprefeituras.

O Centro de Diagnóstico Auto-motivo Torigoe, localizado na ca-pital paulista, passou por diver-

sas adequações até se tornaruma referência do setor no trata-mento de resíduos e demaisações sustentáveis.

A sócia-proprietária do esta-belecimento, Vanessa Martins,afirma que as diversas multas eautuações as quais a Torigoefoi submetida poderiam ser evi-tadas se as informações sobreas diretrizes quanto ao descar-te correto de resíduos fossemmelhor disseminadas.

CENTRO AUTOMOTIVO TORIGOE/DIVULGAÇÃO

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estabelecimento tenha direito adescartar os resíduos gerados noaterro sanitário adequado.

De acordo com a companhia, odocumento não é uma exigência,mas as oficinas o solicitam paraque tenham um local de destina-ção legalizado para o descarte.

Com 15 anos de mercado, a To-rigoe se adequou às exigências einvestiu R$ 56 mil para chegar aospadrões atuais de sustentabilida-de, o que valeu também para a se-de própria do estabelecimento.

“Foi contratada uma empresacredenciada pela Cetesb para re-colher, a cada dois meses, o resí-duo sólido contaminado. O resí-

“A empresa acreditava estar100% dentro da lei e com todosos documentos necessários pa-ra a atividade. Mas, com o pas-sar do tempo, as normatizaçõesmudaram muito.”

Segundo Vanessa, a oficinafoi autuada, mesmo já possuin-do alguns itens de sustentabili-dade. “Hoje, contamos tambémcom o Cadri (Certificado de Mo-vimentação de Resíduos de Inte-resse Ambiental), expedido pelaCetesb (Companhia Ambientaldo Estado de São Paulo).”

Conforme a assessoria de im-prensa da Cetesb, o Cadri é solici-tado pelo comerciante para que o

duo líquido é vendido para umaempresa especializada em rerrefi-no (tratamento) do produto, o quegera receita para oficina. Já as su-catas de baterias são vendidaspara o próprio fabricante.”

De acordo com Vanessa, a res-ponsabilidade e a sustentabilida-de são metas tão importantesquanto a qualidade dos serviçosprestados. “O respeito pela saúdee pela segurança e o uso racionaldos recursos são princípios bási-cos do negócio.”

A empresária afirma que di-versas ações ambientais fazemparte do cotidiano na oficina.“Para o sistema de decantação

AR-CONDICIONADO Máquina

BOAS CONDUTAS Veja algumas das atitudes a serem adotadas

• Consultar sindicatos e associações para se atualizarsobre a legislação vigente

• Envolver os colaboradores nas ações ambientais e conscientizá-los da importânciade suas aplicações no cotidianoda atividade

• Investir na separação do lixoreciclável e do lixo contaminado.Pode ser feito em tambores ouem outros reservatórios apropriados

• Dar destinação correta aos resíduos produzidos e repassar o lixo contaminado a empresascertificadas para realizar o descarte adequado do produto

• Verificar com os fabricantes deprodutos se há mecanismos paraa devolução das embalagensvazias

• Buscar alternativas de reúso de materiais, como panos de limpeza

• Buscar alternativas de reúso daágua, como captação da água dechuva

• Adequar o ambiente interno daoficina para economizar energiaelétrica, instalando telhas translúcidas, por exemplo

“O respeito pela saúde e

pela segurançae o uso racional

dos recursossão princípios

básicos donegócio”

VANESSA MARTINS,CENTRO AUTOMOTIVO TORIGOE

Page 51: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 51

(caixa separadora de água, areiae óleo), foi feita uma cisterna decaptação de água da chuva comcapacidade para 30 mil litros deágua. Ela é diretamente ligadaaos banheiros com sanitários au-tomatizados. Essa água é utiliza-da também para a lavagem do pi-so, das peças e do telhado, quetem pé-direito alto para evitarproblemas de circulação de ar.”

Essa circulação, diz Vanessa,influi no consumo de energiaelétrica já que não há necessi-dade de ventiladores no interiordo estabelecimento.

A Torigoe também investiu emarandelas para que a fumaça emi-

tida pelos veículos suba e se dissi-pe com mais facilidade; em um kitemergencial para contenção dederramamento de sujidades deóleo; na iluminação natural comtelhas translúcidas e no aindapouco conhecido pelo setor: o sis-tema de biorremediação para la-vagem de peças.

Segundo a empresária, essemecanismo utiliza micro-organis-mos vivos que absorvem toda agraxa, ferrugem e outras sujeiras,transformando a água contamina-da em água de reúso. “O investi-mento teve o objetivo de transfor-mar a oficina em uma empresa100% ecológica. Os frutos são co-lhidos todos os dias porque a eco-nomia com menos gastos de águae energia elétrica são reais.”

De acordo com ela, o clienterepara nessas práticas e valori-za ainda mais o trabalho do es-tabelecimento.

A WEJ Centro Automotivo tam-bém investiu em práticas corretasde descarte para os resíduos ge-rados. A oficina, aberta há cincoanos em Curitiba (PR), contratouuma empresa certificada para re-colher o óleo descartado.

O sócio-gestor Wilson José Si-mas afirma que outras iniciativassustentáveis fazem parte da rotinada empresa. “Os panos de limpezasão alugados. O fornecedor que fazas locações recolhe os panos su-jos, realiza a limpeza e os devolve

para a oficina. A reutilização evitao descarte desnecessário do iteme aumenta sua vida útil.”

Simas também cita o siste-ma de compra do óleo utilizadopela WEJ. “O óleo lubrificante écomprado a granel, o que elimi-na a necessidade de dar desti-no às embalagens normalmen-te utilizadas. A iniciativa repre-senta um item de resíduo a me-nos na atividade.”

O empresário acredita que es-sa postura ambientalmente corre-ta dos centros de reparação auto-motiva atrai os clientes. “O consu-midor gosta e exige organização,desde o visual até todo o proces-so dos serviços prestados.”

Ele destaca que a WEJ semprebusca novas soluções ambientais.“Toda e qualquer novidade comfoco na sustentabilidade é avalia-da pela oficina. Se for uma alter-nativa viável para a empresa, seráagregada à atividade.”

A Codipave Auto Mecânica,sediada em Canoinhas, no inte-rior catarinense, desde suainauguração, há 18 anos, buscamelhorar seus processos e o po-sicionamento da oficina no mer-cado automotivo da região. Aempresa incluiu nessa meta al-ternativas ambientais.

Marcos Thiem, sócio-diretorda Codipave, afirma que a ofici-na sempre investiu na separa-ção do lixo reciclável e do lixo

permite a reutilização do gás; processo evita contaminação ao meio ambiente

WEJ/DIVULGAÇÃO

“O consumidorgosta e exigeorganização,

desde o visualaté todo o

processo dosserviços

prestados”

WILSON JOSÉ SIMAS,WEJ CENTRO AUTOMOTIVO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201452

contaminado com óleo ou outroproduto químico. “A empresatambém possui armazenagemcorreta de baterias, pneus, vi-dros, óleos lubrificantes e aditi-vos para a posterior destinaçãocorreta desses resíduos.”

Em 2010, quando a oficina setransferiu para a sede própria,mais investimentos foram reali-zados. “Para a limpeza interna edas peças, até então lavadascom querosene, gasolina ou die-sel, foi adquirida uma máquinade lavagem de peças automáti-

Entidades incentivam práticas sustentáveisRECONHECIMENTO

Para estimular os empresá-rios do setor de reparação au-tomotiva a tornar a atividademais sustentável, com práti-cas ambientais adequadas epertinentes à legislação, asso-ciações e entidades criaramcertificações para instigar demodo mais rápido a adequa-ção das oficinas.

Sérgio Ricardo Fabiano, ge-rente de Certificação de Servi-ços do IQA (Instituto da Quali-dade Automotiva), afirma queas oficinas são geradoras de di-versos materiais nocivos aoambiente. “Não existe um queseja mais prejudicial, pois de-pende da área de atuação doestabelecimento.”

Para incentivar as boas práti-cas dentro das oficinas mecâni-cas, o IQA criou, em 2009, a certi-ficação Selo Verde. De acordocom Fabiano, o conceito de umaatividade ambientalmente corre-ta vem crescendo ao longo dosúltimos dez anos dentro das ofici-nas mecânicas.

“Os requisitos da certifica-ção abordam documentaçãoobrigatória e legislação aplicá-vel, ajudando as empresas a seadequar ao presente, preparan-do-as para mudanças, além deincentivá-las a mostrar para asociedade sua responsabilida-de com o meio ambiente.”

Antonio Gaspar de Oliveira,diretor do Sindirepa-SP (Sindi-cato da Indústria de Reparaçãode Veículos e Acessórios do Es-tado de São Paulo), afirma que,por meio de seminários e pa-lestras, a entidade vem tentan-do conscientizar os empresá-rios do setor sobre a impor-tância das práticas ambientaiscorretas para a atividade.

“Ainda existe alguma dificul-dade por parte dos donos de ofi-cina em se adaptar. Além dasorientações durante os eventos,o incentivo é feito por meio doSelo Sindirepa de Sustentabili-dade. Sem esse estímulo, seriaainda mais difícil disseminar osconceitos ambientais.”

O selo é um trabalho conjuntodo Sindicato com o Sebrae (Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas). SegundoOliveira, a certificação e as inicia-tivas de sustentabilidade sãouma necessidade de mercado.“As empresas são cobradas a teressa postura, e o setor evoluiconstantemente. Por isso o esfor-ço em propagar o que a legisla-ção exige e a importância de taisatitudes para a atividade.”

Fabiano, do IQA, ressalta queos fabricantes dos produtos uti-lizados nas oficinas têm “traba-lhado fortemente” para criarprogramas de coleta e recicla-

gem de seus artigos após a vidaútil. “Mas ainda falta uma cons-ciência maior dos consumidoresem procurar e utilizar os servi-ços de coleta de materiais usa-dos. Eles estão disponíveis emdiversos ramos de atividades.Os fabricantes também care-cem de uma divulgação maiorpara os serviços disponíveis decoleta desses materiais.”

Oliveira, do Sindirepa-SP, dizque o valor a ser investido poruma oficina para se adequar ain-da é um entrave para muitos em-presários. “Tudo que gera custonão é visto com bons olhos. O va-lor a ser investido nas alternati-vas de descarte correto de resí-duos, entre tantas outras possí-veis, deve ser inserido no custooperacional do negócio.”

O valor para adequar uma ofi-cina varia conforme as alternati-vas ambientais escolhidas. O va-lor pode chegar a R$ 35 mil, cominvestimentos no reúso da águade chuva e na contratação de em-presas que recolhem os resíduosgerados para o descarte apro-priado, por exemplo.

Oliveira afirma ainda que operfil atual dos empresários dosetor deve ser trabalhado e modi-ficado. “Com essa mudança decultura será possível aplicar oconceito de forma plena em to-dos os estabelecimentos.”

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 53

ca. Ela utiliza detergente biode-gradável”, afirma Thiem.

A Codipave também construiuuma Unidade de Tratamento deEfluentes, local onde toda a águacontaminada é filtrada e tratada.

Para Thiem, os empresários dosetor conhecem as regras e asmedidas ambientais que devemser adotadas. “O setor conta comvárias entidades e associaçõesque têm a preocupação em orien-tar adequadamente a conduta dasoficinas. É preciso mais iniciativapor parte dos empresários e tam-

bém maior orientação e cobrançadas autoridades para que as nor-mas sejam cumpridas.”

Ele afirma que para solu-ções básicas, como a separa-ção do lixo e o descarte corre-to de resíduos, o investimentonão é tão vultoso. “Essa apli-cação é onerosa quando seamplia as alternativas, que sãoextremamente necessárias pa-ra a boa prática dos serviçosprestados. Para o tratamentode produtos químicos utiliza-dos na limpeza da oficina e de

peças, em que se polui princi-palmente a água, por exemplo,o investimento pode chegar aR$ 35 mil, em média, como foio caso da Codipave.”

Thiem destaca que o ganhocom as práticas ambientais corre-tas é geral. “Olhar para sua empre-sa e se orgulhar de estar no cami-nho certo é o lado mais positivo detodo o investimento. Representa oesforço e a consciência de umaempresa e de seus colaboradorescom as futuras gerações.”

Aberta em 1994 em Itaqua-

quecetuba, Região Metropolita-na de São Paulo, a Mecânica Chi-quinho deu início à adequaçãoambiental da oficina em 2002, jáem sua sede própria.

O proprietário da oficinaFrancisco Severiano Alves, co-nhecido como Chiquinho, afirmaque as primeiras intervençõesforam a instalação de telhastranslúcidas, a captação de águada chuva e a separação de todoo material sólido não contamina-do, vendido para a reciclagem.

“Todo material contaminadoé colocado em tambores comdestino certo de descarte. Nocaso do óleo, é feita a coleta emtambores. E esse resíduo tam-bém é vendido para empresascredenciadas à ANP (AgênciaNacional do Petróleo, Gás Natu-ral e Biocombustíveis).”

Chiquinho levou o modelo desua oficina para outras cidades aconvite do Sebrae (Serviço Brasi-leiro de Apoio à Micro e Peque-nas Empresas). “Estive em Ron-donópolis (MT) e em Macapá(AP). Percebi que a dificuldadedos empresários é, em sua maio-ria, obter informações técnicasde como adequar as oficinas.Nesses encontros e em diversaspalestras pelo interior paulista,repasso várias dicas de comoadaptar as oficinas e de quantoo investimento é válido.” l

ALTERNATIVA Caixa permite coletar água da chuva para ser usada na oficina

MECÂNICA CHIQUINHO/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201454

ou de bicicleta. Em contrapar-tida, apenas 30% dos usuá-rios de transporte se locomo-vem de carros e motos.

Para Erika Cristine Kneib,da Universidade Federal deGoiás, não faz sentido priori-zar políticas públicas para osque usam o transporte indivi-dual, sendo que a maior par-

Oque fazer para queas pessoas migremdo transporte indivi-dual para o coletivo?

Quais as alternativas para queos motoristas percam o hábitode usar carros e motos e, comisso, desafoguem o tráfegocada vez mais crescente emsuas regiões? Essas foram al-gumas questões debatidas noII Seminário Internacional Mo-bilidade e Transportes, reali-zado, em outubro, na Câmarados Deputados, em Brasília.

Especialistas do setorapostam, em primeiro lugar,na necessidade de grande in-vestimento em infraestruturade transporte. E esses apor-tes devem vir acompanhadosde mudança na mentalidadeda sociedade. Segundo dadosda ANTP (Associação Nacionalde Transportes Públicos), cer-ca de 70% da população andaa pé, de transporte coletivo

cela da população depende desistemas coletivos de desloca-mento. “Nada é mais cômodoque o carro. Mas esse uso pre-cisa ser racionalizado, desen-corajado. Ou reestruturamosou continuaremos patinandona mobilidade”, acredita.

A ideia é compartilhada pe-la pesquisadora da Universi-

dad Abierta Interamericanada Argentina, Adriana Jakov-cevic. Ela considera que aspessoas estão acostumadas ausar o automóvel. “Já nem re-fletimos mais. Se temos de ira cinco quadras de um local,vamos de carro pela força dohábito”. Segundo ela, existemquatro etapas motivacionais

Novo hábito dos motoristas de deixar carros emotos em casa deve vir acompanhado de políticas

eficientes para incentivar o transporte públicoPOR EVIE GONÇALVES

Mudança dementalidade

MOBILIDADE

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 55

FOTOS SÉRGIO ALBERTO/CNT

TRÂNSITO Uso frequente do automóvel emperra mobilidade nos centros urbanos

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para fazer com que as pes-soas migrem de sistema detransporte.

A primeira é introduzir ar-gumentos favoráveis para queo usuário se sinta motivado amudar a forma de se deslocar,como a ideia de que a bicicle-ta é boa para a saúde, além deser econômica. Em Buenos Ai-res, foram construídos 130 kmde ciclovias em quatro anos ecerca de 3% das viagens reali-zadas no país já são feitas pe-las “magrelas”.

SEMINÁRIO

“ Nada é maiscômodo que o

carro. Mas esseuso precisa serracionalizado,

desencorajado”

ERIKA CRISTINE KNEIB,UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Solução para a cidadeSANTOS

Desde o começo do ano,a cidade de Santos, que ti-nha sua mobilidade com-prometida devido às longasfilas de caminhões na entra-da do porto, tem consegui-do solucionar o problema. Aexigência de agendamentopara os transportadores decarga colaborou com otrânsito na região. Agora, oprocedimento é feito direta-mente com os terminais,que possuem capacidademáxima e, por isso, estabe-lecem horário de chegadapara o descarregamento daprodução.

Com a medida, as exten-sas filas de veículos que, em2013, chegaram a 50 km, fo-ram reduzidas consideravel-mente. “Quando isso ocorria,a mobilidade da cidade fica-va muito prejudicada”, expli-ca o diretor de PlanejamentoEstratégico do porto, LuísCláudio Montenegro. No picoda safra, a movimentaçãochega a 13 mil caminhõespor dia na cidade.

O tempo de espera paraa descarga também foi re-duzido. O procedimentopassou a durar cerca de dezhoras a contar da chegadado veículo à região portuá-ria, uma diminuição de50%. Além disso, na avalia-ção dos resultados, foiconstatada redução no va-lor do frete. “Normalmente,

durante a safra, o custo au-menta. E, neste ano, a eleva-ção foi 7% menor que onormalmente registradonesse período”.

Conforme Luís CláudioMontenegro, um dos diag-nósticos feitos identificou omal-uso da estrutura dispo-nível. “Percebemos que a so-lução dos problemas não vi-ria só com mais investimen-to em infraestrutura, masque, se dobrássemos a pro-dutividade, dobraríamostambém a capacidade, sócom uma organização sistê-mica do processo”, explica.

Nos fins de semana, porexemplo, as chegadas eram30% menores que nos diasúteis. Além disso, a movimen-tação concentrava-se em al-guns períodos do dia, comono início da manhã, e haviafalta de sincronismo nas che-gadas e de informações so-bre o fluxo que se aproxima-va. As soluções adotadas, se-gundo ele, aumentaram a efi-ciência do uso da infraestru-tura disponível.

O próximo passo da ad-ministração do porto paramelhorar ainda mais a mo-bilidade na cidade é colocarantenas de leitura por ra-diofrequência e sistemas deplacas acompanhando todoo percurso dos caminhõesdesde a cidade de origematé a chegada ao porto.

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além de infraestrutura ade-quada, uma mudança cultu-ral que acompanhe essa es-trutura e motivação”, acredi-ta Adriana.

Para ela, as políticas em re-lação ao uso do transporte pú-blico devem vir acompanha-das de informações que favo-reçam o usuário, como horá-rio dos ônibus e metrôs à vis-ta em cada linha, assim comoa frequência dos veículos, lo-cais com ciclovias disponíveis,além de incentivos econômi-

A segunda etapa da mu-dança de hábito é a da práti-ca, com treinamento intensi-vo para que as pessoas per-cam o medo e se acostumemcom a ideia. Em seguida, de-vem haver medidas para va-lorizar o novo comporta-mento dos passageiros e,por fim, ações para que aspessoas não desistam da op-ção que fizeram e passem acompartilhar ideias com ou-tras. “Para reduzir o uso doautomóvel, é necessário,

cos, como o passe livre paraestudantes, que já é adotadoem várias cidades do Brasil.

Políticas PúblicasDurante o congresso, os

pesquisadores e os professo-res sugeriram ações para queo transporte público seja utili-zado com maior eficiência. Eri-ka Cristine Kneib discorda decomo é feito o planejamentodas cidades atualmente. “Asescalas dos planos diretoreslocais são sempre desenhadas

Pesquisadores discutem alternativas para incentivo ao transporte coletivo

Dificuldades na gestãoBRASÍLIA

Brasília é uma cidade pla-nejada, mas sofre com gran-des problemas de trânsito.De acordo com Jorge Gui-lherme Francisconi, da Terra-cap (Agência de Desenvolvi-mento do Distrito Federal), oplanejamento de Lúcio Costanão privilegiou o transportede massa e foi restritivo paraa mobilidade. “Trata-se deuma capital não consolida-da”, avalia. Além dessa ques-tão, dificuldades no geren-ciamento do transporteagravam ainda mais o deslo-camento das pessoas.

Para o secretário de trans-portes do Distrito Federal, Jo-sé Walter Vazquez, os princi-pais entraves para alavancaro sistema público de mobili-dade na capital federal são oexcesso de órgãos de contro-le e a atuação rígida de cadaum deles, o que interfere naqualidade da gestão. Ele cita,por exemplo, o Tribunal deContas e o Ministério Públicodo Distrito Federal. Vazquezargumenta que, em Brasília,há um desequilíbrio entre o

número de órgãos que fiscali-zam e executam, dificultandoa implementação de medidasvoltadas para a melhoria damobilidade pelos gestores.

“Existem sete órgãos con-troladores e apenas um paraexecutar. Tenho mais burocra-tas para responder sobre opassado do que para pensar ofuturo. Outro ponto é que otécnico que executa as políti-cas públicas ganha um saláriode, em média, R$ 6.000. Jáquem fiscaliza recebe em tor-no de R$ 20 mil, valor quasequatro vezes superior”, afirma.

Vazquez acredita que pro-blemas relacionados à gestãoequivalem a 70% da inefi-ciência do transporte públicolocal, enquanto que a realiza-ção de obras corresponde a30%. “As obras por si só nãotrarão os serviços que a so-ciedade precisa. Os serviçosrequerem gestão”, diz o se-cretário, ao justificar que énecessário reduzir a burocra-cia para que o gerenciamentodo sistema público de trans-porte seja mais eficaz.

ALTERNATIVAComo a população se desloca no Brasil

A pé: 36,6%

Transporte coletivo: 29,10%

Carro: 27,40%

Moto: 3,5%

Bicicleta: 3,4%

Fonte: ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos)

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custo do sistema de transpor-te, em 1998, era de 400 mi-lhões de euros, sendo 50%destinados à tarifa e 50%subsidiados. Em 2010, o custodo sistema triplicou, chegan-do a 1,3 bilhão de euros, mas atarifa não triplicou. Ao con-trário, continuou estável.

Nuno Costa, da Universida-de de Lisboa, explica que, nospaíses europeus, o subsídio é,em média, de 40% do setor,enquanto que, no Brasil, é

pensamento de que essa é avelocidade ideal para que ha-ja uma convivência harmôni-ca entre os modos motoriza-dos e não motorizados. “EmNova York, não existirão maisvias com velocidade superiora 40 km/h a partir de novem-bro”, ressalta.

O financiamento do setortambém foi uma das alterna-tivas apontadas como efica-zes durante o seminário. EmBarcelona, por exemplo, o

de forma mais ampla, semaprofundar as peculiaridadesdos bairros e ruas. Quandopensamos detalhadamente, te-mos a proporção correta entreo ambiente para carros e ôni-bus, calçadas largas, paisagis-mo e comércio. O espaço é pla-nejado e convida o pedestre acaminhar”, aponta.

Ela conta que várias cida-des da Europa adotaram umconceito chamado “Zonas 30km/h”. Nesses países, existe o

BH Sistema de

Na Europa, o subsídio

das tarifas é,em média, de

40%.No Brasil

é quase nulo

Informação rápidaMÍDIAS SOCIAIS

Uma das formas de atraircidadãos para o transportepúblico é oferecer um serviçode qualidade, possibilitandoaos usuários que se localizemfacilmente nas estações, alémde terem informações rápidassobre o melhor percurso epossíveis acidentes. Em BeloHorizonte, os passageirosusufruem disso desde 2008. Oprimeiro passo foi a implanta-ção de um sistema on-line ede mídias sociais na cidade.

Após a implementaçãodo Portal BHTrans, o usuá-rio passou a contar, alémdo conteúdo, com váriosoutros serviços. Um dosprincipais é o ícone “Comochegar”. Por meio de umconvênio com o Google, osite informa ao cidadão omelhor trajeto ao sair decasa. A atualização das li-nhas é semanal. O intervalopara o repasse das altera-ções ao cidadão é de, nomáximo, três dias.

Também foi implementa-do na cidade o Infoponto,um sistema de mapas digi-tais. Em cada parada de ôni-

bus, existem informaçõessobre as linhas, a frequên-cia dos veículos e o itinerá-rio resumido. “A medida foimuito eficaz em Belo Hori-zonte. No Brasil, ainda temmuito vandalismo, mas nãonos desmotivamos a ofere-cer a melhor informaçãopara o usuário”, explicaMarcos Vinícius da Silva, daBHTrans.

Outra medida eficaz foi oSGO (Sistema de Gerencia-mento Operacional), que in-forma ao usuário variáveisque afetam o trânsito local,tipo o fluxo por via, aciden-tes e semáforos. O sistemafunciona com o portal, Twit-ter e Fanpage no Facebookda BHTrans. “Se um motoci-clista caiu na via, os agentesde trânsito avisam o SGO. Ainformação do sistema épostada nas redes sociais e,em menos de dois minutos,a população sabe do aciden-te”, explica. Além de todo osistema informatizado, BeloHorizonte também possui80 km de ciclovias integra-das à rede de transporte.

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 59

quase nulo. Além disso, res-salta a importância de taxaros estacionamentos, assimcomo a entrada nas cidades,os chamados pedágios urba-nos. “Existem várias formasde fugir das receitas tarifá-rias para custear o transportepúblico”, explica.

Para Johannes Schlaich, daAlemanha, à medida que a op-ção pelo carro passar a “doerno bolso” dos motoristas, elesvão aderir ao transporte públi-

co. “Em Londres há mais ôni-bus e metrôs justamente por-que a zona de congestiona-mento custa cerca de 40 euros.É extremamente caro entrarnas cidades. Não acho que aspessoas devem ser proibidasde comprar automóveis.Acho que a mentalidad e de-las precisa ser modificada.Temos de garantir que otransporte seja atraente pa-ra as novas gerações”.

Ele defende a integração

entre infraestrutura e plane-jamento, entre os sistemastarifários e os vários modosde transporte. Para o pesqui-sador, as tarifas devem con-templar um único valor deum lugar a outro, indepen-dentemente do operador. Du-rante o seminário, ele citouainda o exemplo da Alema-nha, onde as associações detransporte têm uma série dedireitos e deveres, como o derealizar licitações. l

Gerenciamento Operacional informa passageiros sobre ocorrências no trânsito CAOS Excesso de carros e motos atrapalha tráfego

DESLOCAMENTOComo escolher o meio a ser utilizado

A pé: Até 500 m

Bicicleta: Entre 6 km e 8 km

Transporte público: Médias

e grandes distâncias

Automóvel: Uso esporádico

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FERROVIÁRIO

Com a previsão de constru-ção e melhorias em 11 milquilômetros de ferrovias noBrasil pelo PIL (Programa de

Investimentos em Logística), o inte-resse de empresários de diversaspartes do mundo pelo mercado na-cional tem crescido. A importânciadesse momento do país foi percebidadurante a InnoTrans, maior feira fer-roviária do mundo, realizada em Ber-lim, na Alemanha, em setembro.

Durante o evento, a ANTT (AgênciaNacional de Transportes Terrestres)assinou um acordo de cooperaçãocom a ERA (Agência Europeia de Fer-

rovias) para troca bilateral de expe-riências em relação a esse modal.

O intercâmbio de informaçõesvai permitir que o órgão tenha con-tato com novas maneiras de gestãoe regulação, além de tomar conhe-cimento sobre sucessos e insuces-sos de outros mercados e, assim,aprimorar os mecanismos de regu-lação quando aplicados à realidadebrasileira. O acordo possui três li-nhas de atuação: tecnologia, opera-ção e regulação ferroviária.

A tecnologia abrange a regula-mentação de sistemas, compatibili-dade técnica entre material rodan-

Olhos parao Brasil

Maior feira do mundo de transporte sobre trilhosatrai interesse internacional e permite troca de

informações para gestão e regulação

POR EVIE GONÇALVES

FOTOS ANTF/DIVULGAÇÃO

FEIRA Evento reuniu novidades e tendências dosetor no mercado exterior

FEIRA Evento reuniu novidades e tendências dosetor no mercado exterior

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201462

te e malha ferroviária, interope-rabilidade, telecomunicação esinalização. A operação inclui asistematização de bases de da-dos, a fiscalização da infraestru-tura, a regulamentação dos sis-temas de gestão de segurança,os indicadores de desempenhoem segurança e no transportede cargas e passageiros, alémda capacitação profissional.

Já a regulação consiste noestabelecimento de regras defiscalização e de investigação deacidentes ferroviários, formula-ção de normas de elaboração,execução e fiscalização de pro-jetos, formulação de metodolo-

gias para análise de impacto re-gulatório e transição do modelode concessão convencional parao Open Access. Nesse padrão, ainfraestrutura e o controle dotráfego ficam com um únicooperador, permitindo que váriosoutros circulem na via.

“As novas ferrovias serãoconstruídas seguindo um novomodelo, o Open Acess. Portanto,para que seja feita a ligação coma malha já existente, precisare-mos buscar informações para de-finir a melhor forma de funciona-mento, além das regras de opera-ção. Nesse sentido, os europeustêm conhecimento, pois passa-

ram por situação semelhante há40 anos”, afirma o diretor-geralda ANTT, Jorge Bastos.

Durante o evento, Bastos profe-riu uma palestra sobre as oportu-nidades de investimento no setorferroviário no estande da Unife(Associação da Indústria Ferroviá-ria Europeia), que contou com apresença de representantes deempresas e investidores estran-geiros, além do diretor-geral demobilidade e transporte europeu,o português João Aguiar Machado.

De acordo com o diretor cor-porativo das empresas Randon,Norberto José Fabris, que partici-pou da feira, o setor é integrado

“Para queseja feita a ligação com a malha já existente,

precisaremosbuscar

informações”

JORGE BASTOS, DIRETOR-GERAL DA ANTT

BILATERALIDADE ANTT e Agência Europeia de Ferrovias assinam acordo para troca de experiências

Page 63: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 63

por grandes corporações que, ob-rigatoriamente, precisam estaralinhadas internacionalmente àcadeia produtiva. “Com a globali-zação, não se imagina mais aatuação isolada de nações e deempresas. Por essa razão, o Bra-sil ganha ainda maior importân-cia, especialmente considerandoa potencialidade da economiabrasileira e a extensão territorialque requerem soluções em todosos modais de transporte.”

O evento também foi impor-tante para que as operadoras dasferrovias de cargas brasileiraspudessem conhecer o que o mer-cado mundial está oferecendo de

melhor e mais moderno para osetor ferroviário. “Nessa edição,observamos que muitos mate-riais e tecnologias utilizados nosmodais rodoviário, hidroviário eaéreo estão sendo adaptados pa-ra uso nas ferrovias. A busca pelautilização de novas matérias-pri-mas, mais sustentáveis ecologi-camente, ficou evidente”, ressal-ta o presidente executivo daANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários),Gustavo Bambini.

A troca de conhecimentos e ex-periências sobre as condutas e asmelhores práticas adotadas pelasempresas ferroviárias de todo

mundo foi outro diferencial da fei-ra. Na cerimônia de abertura doevento, um dos temas em debatefoi a preocupação com o respeitoà natureza.

Empresários de companhiascom atuação no mundo inteirorevelaram que desenvolvem tec-nologias mais limpas, por meioda utilização de sistemas híbri-dos de combustíveis e de melho-rias nos sistemas de arranque efrenagem. Também está em es-tudo a redução de ruídos pelomodal ferroviário.

Pavilhão brasileiro Pela terceira vez, as empresas

nacionais participaram da feirade forma compartilhada no es-tande brasileiro, viabilizado como apoio da ANTF, da ANPTrilhos(Associação Nacional dos Trans-portadores sobre Trilhos), da Abi-fer (Associação da Indústria Fer-roviária), do Simefre (SindicatoInterestadual da Indústria de Ma-teriais e Equipamentos Ferroviá-rios e Rodoviários), da Aeamesp(Associação dos Engenheiros eArquitetos de Metrô) e do Minis-tério das Relações Exteriores.

Neste ano, várias empresas par-ticiparam do Estande Brasileiro:Randon, Brastan, Cavan, Compren,Wegis, Wega, Grupo Agis, Hidremec,Hubner, Indra, Maba, Ecoline, Meti-sa, MWL, Odebrecht Transport, Re-tesp, Riosulense, Stucky do Brasil,Sysfer, Thales e Urbaniza. l

“A busca pelautilização de

novas matérias-primas maissustentáveis

ecologicamenteficou evidente”

GUSTAVO BAMBINI, PRESIDENTE EXECUTIVO DA ANTF

PIL Melhorias previstas no programa atraem interesses de empresários internacionais

Page 64: Alerta nas rodovias

OSest Senat se vestiu derosa durante todo o mêsde outubro. As mais de140 unidades em funcio-

namento em todo o país se mobi-lizaram para orientar as mulheressobre a importância da prevençãoao câncer de mama.

As ações envolveram profissio-nais de diversas áreas e contaramcom atividades, como palestraseducativas, distribuição de mate-riais informativos, exposição foto-gráfica, apresentações de dança eprestação de serviço, além da reali-zação de exames rápidos de saúde.

Na unidade de Criciúma (SC),por exemplo, mais de 1.200 mulhe-res participaram da ação realiza-da no Parque das Nações. Quempassou pelo local pode desfrutarde um dia de beleza, com direito amaquiagem, limpeza de pele ecorte de cabelo. Em parceria coma ONG Rapunzels Solidária, foramrecebidas doações de cabelos pa-ra a produção de perucas paramulheres e crianças com câncer.

O Outubro Rosa é um movimen-to popular, realizado em todo omundo. O nome remete à cor do la-ço que simboliza, mundialmente, aluta contra o câncer de mama e es-timula a participação da popula-

Mobilizaçãonacional

Unidades do Sest Senat de todo o país participaram das ações do Outubro Rosa,

movimento de combate ao câncer de mamaPOR LIVIA CEREZOLI

ção, empresas e entidades. A mo-bilização teve início nos EstadosUnidos, em 1997, quando institui-ções das cidades norte-america-nas de Yuba e Lodi começaram aorganizar ações voltadas à preven-ção do câncer de mama. Para sen-sibilizar a população, elas enfeita-vam as cidades com os laços rosa.No Brasil, diversos monumentos eedifícios públicos são iluminadosdurante todo o mês de outubro emalusão as ações da campanha.

E a importância da conscienti-zação se dá porque o câncer demama é o segundo tipo mais fre-quente da doença no mundo, res-

pondendo por 22% dos casos no-vos a cada ano. No Brasil, as taxasde mortalidade por câncer de ma-ma continuam elevadas. Issoacontece, segundo o Inca (Institu-to Nacional do Câncer), porqueprovavelmente a doença ainda édiagnosticada em estágios avan-çados. Na população mundial, asobrevida média, após cinco anosdo diagnóstico, é de 61%. Estimati-vas do instituto apontam para57.120 novos casos a cada ano nopaís. O número de mortes ainda éalto, chegando a 13.345.

Sabendo da importância dadiscussão do tema, o Sest Senat

participa da mobilização mundial.As orientações são passadas àstrabalhadoras do setor de trans-porte, às mulheres e filhas depen-dentes dos trabalhadores e a todaa comunidade em geral.

Neste ano, o Sest Senat come-mora 20 anos de atuação em todoo país. Nessas duas décadas, fo-ram realizados mais de 100 mi-lhões de atendimentos em benefí-cio do trabalhador em transportedentro dos programas de desen-volvimento profissional e de pro-moção social. Acompanhe a seguiras ações realizadas em algumasdas unidades do Sest Senat.

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201464

Page 65: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 65

FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

PETROLINA (PE)Ações educativas e atividades cultu-

rais marcaram o mês de outubro na uni-dade de Petrolina. Uma exposição, assi-nada pelo fotógrafo Geovani Cavalcanti,mostrou o dia a dia de quatro modelosque vivenciam ou vivenciaram essa expe-riência. As atividades de conscientizaçãoainda contaram com palestras e a distri-buição de material educativo sobre ocâncer de mama nas ruas da cidade.

BLUMENAU (SC)Para incentivar a prevenção ao cân-

cer de mama a partir do autoexame e vi-sitas periódicas ao médico, a unidade doSest Senat de Blumenau, em Santa Cata-rina, realizou uma palestra educativapara 45 pessoas. A ação contou com oapoio da Rede Feminina de Combate aoCâncer. As participantes receberam ma-terial educativo e um laço de fita rosa,símbolo da campanha.

Page 66: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201466

MARÍLIA (SP)A unidade do Sest Senat de Marília,

em parceria com órgãos públicos da ci-dade, organizou diversas atividades du-rante todo o mês de outubro para aler-tar as mulheres da importância da pre-venção no combate ao câncer de mama.Na unidade, foi realizada uma palestracom um cirurgião plástico que falou so-bre a retirada da mama e seus impactosna vida da mulher.

PONTA GROSSA (PR)O Sest Senat realizou uma palestra so-

bre a importância da saúde da mulher pa-ra as funcionárias da Transportadora Pri-mo. Durante o bate-papo, como forma deprevenção ao câncer de mama, foi apre-sentada a necessidade da mudança de há-bitos na vida das mulheres. A atividadetambém contou com uma aula de biodançana unidade de saúde Antonio Saliba.

Page 67: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 67

SÃO MATEUS (ES)A unidade de São Mateus realizou pa-

lestra sobre o tema da campanha emparceria com a empresa TVL. Foramabordados temas como prevenção e sin-tomas do câncer de mama, como realizaro diagnóstico, dúvidas e cuidados duran-te o tratamento, próteses e reconstru-ções mamárias, o câncer de mama e oshomens e mitos sobre a doença.

RECIFE (PE)O Sest Senat de Recife realizou pales-

tras com enfermeira, psicólogo, nutricio-nista e preparadores físicos para alertaras mulheres sobre a necessidade de secuidar da saúde como forma de preven-ção ao câncer. Também foram realizadosdiversos exames rápidos, como teste deglicose e aferição de pressão arterial. Aunidade ainda promoveu uma campanhade arrecadação para doação ao Hospitaldo Câncer de Pernambuco.

Page 68: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201468

CARAZINHO (RS)Em parceria com a escola Notre Dame

Aparecida, o Sest Senat realizou uma fei-ra de saúde para orientar as mulheres so-bre o câncer de mama e a necessidade defazer a prevenção. A ação contou com aparticipação de um médico e de uma en-fermeira. Eles explicaram para as partici-pantes como é realizado o autoexame.

MARABÁ (PA)As mulheres que visitaram a unidade

puderam participar de uma exposiçãode produtos de beleza, sorteios de ces-tas básicas, além de palestras sobre aimportância dos cuidados para preveniro câncer de mama e de colo de útero. Oevento foi aberto às trabalhadoras dosetor, além das mulheres e das filhasdos trabalhadores.

Page 69: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 69

PROGRAMAÇÃO 20 ANOSPara comemorar suas duas décadas de atuação no Brasil, o Sest Senatestá realizando uma série de eventos pelo país. Veja abaixo o calendário.

CIRCUITO DE CAMINHADA E CORRIDA DE RUAPRÓXIMAS ETAPASDia Etapa9/11 Campos dos Goytacazes (RJ)23/11 Chapecó30/11 Ribeirão Preto (SP)7/12 Cariacica (ES)21/12 Recife (PE)

CATEGORIAS E INSCRIÇÕESProva de caminhada: 2 km• Inscrições gratuitas para todos os participantes

Provas de corrida: 5 km e 10 km• Inscrições gratuitas: beneficiários cadastrados (como aposentado de

empresa de transporte, proprietário de empresa do transporte, trabalhador de empresa e autônomo) e funcionários do Sest Senat

• Inscrições no valor de R$ 25: público em geral • Informações: http://corrida.sestsenat.org.br

SHOWS DE NOVEMBROCidade Dia DuplaCrato 7 Alan e AlexSão Gonçalo 9 Alan e AlexBoa Vista 12 Alan e Alex, César Menotti & FabianoManaus 13 Alan e Alex, César Menotti & FabianoMacapá 14 Alan e Alex, César Menotti & FabianoSão Luís 15 Alan e Alex, César Menotti & FabianoImperatriz 16 Alan e Alex, César Menotti & FabianoBlumenau 20 Alan e Alex, César Menotti & FabianoFlorianópolis 21 Alan e Alex, César Menotti & FabianoChapecó 23 Alan e Alex, César Menotti & FabianoCariacica 28 Alan e Alex

Fonte: Sest Senat

RIO NEGRINHO (SC)Mais de 50 mulheres receberam orientações sobre os cui-

dados com a saúde e participaram da realização de examespreventivos de colo de útero, de acuidade visual, de glicemia,de pressão arterial, de palestras e de massagens durante aação realizada pelo Sest Senat em parceria com diversas ins-tituições da cidade. As mulheres ainda receberam informaçõessobre a violação dos seus direitos.

PATOS DE MINAS (MG)Homens e mulheres participaram da Campanha de Cons-

cientização sobre o Câncer de Mama. Na unidade, foi realizadoum “chá rosa” em que as mulheres puderam conversar comprofissionais da área de saúde sobre atitudes e hábitos pre-ventivos para uma boa saúde, como alimentação saudável, au-toexame de mama e importância do diagnóstico precoce. Asorientações também foram passadas durante as aulas dos di-versos cursos do Sest Senat. l

Page 70: Alerta nas rodovias

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 71: Alerta nas rodovias

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 66.275 12.793 7 9.068Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 1 28.815Total 203.944 1.359.045 1 .691.804

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.454Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.535.225Cavalo mecânico 559.693 Reboque 1.124.378Semi-reboque 816.303Ônibus interestaduais 17.340Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 25.852Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 35

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 176

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Vias Navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 20.956

Embarcações próprias 1.944

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.129Total Concedida 28.190Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.953FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 7.427MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.190

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 80.436Locomotivas 3.507

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADESAeroportos Internacionais 37Aeroportos Domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.437

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 72: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201472

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados atualizados Setembro/2014)

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais(Infraero e Cia Docas)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

2015

R$

bilh

ões

1050

25

3,69

17,72

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

Observações:(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014 e 2015 - O valor de crescimento do PIB 2013 foi revisado pelo IBGE de2,3% para 2,5%. (2) Taxa Selic conforme Copom 03/09/2014 e Boletim Focus. (3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até Agosto/2014 e expectativas segundo o Boletim Focus. (4) Posição Dezembro/2013 e setembro/2014 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período divulgado em 01/10/2014, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial até setembro/2014.

* A taxa de crescimento do PIB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico no primeiro trimestre de 2014(jan-jun 2014).

Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 03/10/14),Banco Central do Brasil.

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal); Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (MPGO/DEST).

Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até Setembro/2014

(R$ 10,92 bilhões) 1,86(17,1%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - OUTUBRO/2014

2013 Acumuladoem 2014

Expectativapara 2014

Expectativapara 2015

PIB (% cresc a.a.)1 2,50 0,49* 0,24 1,00

Selic (% a.a.)2 10,00 11,00 11,00 11,88

IPCA (%)3 5,91 4,61 6,32 6,30

Balança Comercial6 2,55 0,249 2,41 7,24Reservas Internacionais4 375,79 375,71 - -

Câmbio (R$/US$)5 2,34 2,45 2,40 2,50

Restos a Pagar Pagos

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Autorizado União 17.723,01Dotação das Estatais (Infraero e Cia Docas) 2.913,08Total de Recursos Disponíveis 20.636,09

Rodoviário 7.540,41Ferroviário 1.864,97Aquaviário (União + Cia Docas) 375,94Aéreo (União + Infraero) 2.250,95

Investimento Total (Total Pago) 12.032,28

Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamentoda arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervençãono Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de serrealizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012.Os recursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preçosou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) aofinanciamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) aofinanciamento de programas de infraestrutura de transportes.

Notas: (A) Dados atualizados até 30.09.2014 (SIGA BRASIL). (B) Para fins de cálculo do investimentorealizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento)

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERALORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(R$ milhões correntes - até Setembro de 2014)

10,927,24

8,06,0

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

4,02,0

10,0

16,014,012,0

Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total

2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

1,32(12,1%)

0,20(1,8%)

7,54(69,0%)

Investimento Total

2009

10,6 14,8 15,0 12,7 13,1

Rodoviário 7,8 10,3 11,2 9,4 8,4Ferroviário 1,0 2,5 1,6 1,1 2,3

Aquaviário (União + Cia Docas) 1,3 1,3 1,0 0,8 0,6Aéreo (União + Infraero) 0,5 0,7 1,2 1,4 1,8

2010 2011 2012 2013

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

0

Page 73: Alerta nas rodovias

INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(valores em R$ milhões correntes)1

Orçamento Fiscal (total pago2 por modal de transporte)

Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção 781(aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a mais deum estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2014.(5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado de janeiro a julho de 2014.(6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas EmpresasEstatais.(7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programasegundo o Manual de Técnico de Orçamento 2014.

REGI

ÕES3

Rank

ing

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Ordem R$ milhões6

1º2º3º4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Elaboração: Confederação Nacional do TransporteDados atualizados até 30.09.2014 (SIGA BRASIL).

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo TotalAcre 87,30 0,00 0,00 1,03 88,33Alagoas 203,31 0,00 0,00 0,10 203,41Amazonas 60,85 0,00 103,17 5,34 169,37Amapá 62,07 0,00 0,00 0,47 62,54Bahia 389,69 754,20 1,35 1,09 1.146,34Ceará 185,62 0,00 7,00 0,40 193,01Distrito Federal 34,19 0,00 0,00 0,00 34,19Espírito Santo 125,20 0,00 18,58 0,06 143,84Goiás 419,27 698,78 0,00 0,12 1.118,17Maranhão 393,94 0,00 9,73 0,98 404,65Minas Gerais 771,49 182,62 3,40 1,43 958,94Mato Grosso do Sul 112,18 0,18 0,00 0,23 112,59Mato Grosso 638,01 0,00 0,00 3,69 641,70Pará 465,96 0,00 0,37 7,41 473,74Paraíba 100,08 0,00 0,00 0,18 100,26Pernambuco 288,85 0,00 0,00 0,77 289,61Piauí 148,05 0,00 0,00 0,63 148,68Paraná 374,69 0,03 0,00 0,74 375,46Rio de Janeiro 201,59 4,42 0,00 1,50 207,50Rio Grande do Norte 77,74 0,00 0,00 0,02 77,76Rondônia 307,47 0,00 4,00 2,41 313,88Roraima 107,88 0,00 0,00 0,44 108,32Rio Grande do Sul 914,57 0,91 5,03 0,65 921,15Santa Catarina 597,02 0,00 1,90 0,59 599,50Sergipe 91,95 0,00 0,00 0,08 92,03São Paulo 147,25 128,18 24,06 1,06 300,55Tocantins 164,83 4,48 0,00 0,27 169,57Centro Oeste 0,00 0,00 0,00 5,62 5,62Nordeste 0,00 0,21 0,00 0,70 0,91Norte 0,00 0,00 1,21 14,02 15,24Sudeste 0,00 0,00 0,00 9,89 9,89Sul 0,00 0,00 0,00 0,77 0,77Nacional 69,36 90,96 19,26 1.254,56 1.434,14Total 7.540,41 1.864,97 199,06 1.317,23 10.921,66

Esta

dos

Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Nordeste 917,93Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Norte 763,95Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sudeste 653,81Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Centro-Oeste 506,33Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Sul 460,47Construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - BA 442,65Construção da Ferrovia Norte-Sul - Ouroverde de Goiás - São Simão - GO 391,65Adequação de Trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116 - No Estado do Rio Grande do Sul 254,21Adequação de Trecho Rodoviário - Rondonópolis - Cuiabá - Posto Gil - na BR-163 - No Estado do Mato Grosso 253,42Adequação de Trecho Rodoviário - Palhoça - Divisa SC/RS - na BR-101 - No Estado de Santa Catarina 234,77Total 4.879,19Part. (%) no total pago do Orçamento Fiscal da União até setembro 44,7%

Ações orçamentárias7

Maiores Desembolsos4 (total pago acumulado até Setembro - 2014)5

Page 74: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201474

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

1.033.455SETEMBROATÉ AGOSTO

20142007 A 2013 TOTAL

Aprovação no período

130.681 17.099 1.181.235

88,87% 88,57% 69,66% 88,55%

Federações participantes 22

Unidades de atendimento 84

Empresas atendidas 11.027

Caminhoneiros autônomos atendidos 12.683

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.

A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Carga

(empresas)

FETRAMAZ

FETRACAN

FETRABASE

FENATAC

FETRANSPORTES

FETCEMG

FETRANSPAR

FETRANSCARGA

FETRANSUL

FETRANCESC

FETCESP

FETRANORTEFETRONORFETRABASECEPIMARFETRASULFETRANSPORTESFETRAMFETRAMARFEPASCFETRANSPORFETERGS

AC, AM, AP, PA, RO e RR

AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN

BA e SE

DF, GO, MS, MT e TO

ES

MG

PR

RJ

RS

SC

SP

AC, AM, AP, PA e RRAL, PB, PE e RN

BA e SECE, MA e PI

DF, GO, SP e TOESMG

MS, MT e ROPR e SC

RJRS

92.3658-6080

81.3441-3614

71.3341-6238

61.3361-5295

27.2125-7643

31.3490-0330

41.3333-2900

21.3869-8073

51.3374-8080

48.3248-1104

11.2632-1010

92.3584-650484.3234-249371.3341-623885.3261-706662.3233-097727.2125-764331.3274-272765.3027-297841.3244-684421.3221-630051.3228-0622

Passageiros

Carga(autônomos)

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

BOLETIM DO DESPOLUIR

FECAM-SPFETRAMIG

SPMG

19.3585-334531.3322-2674

Page 75: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 75

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - SETEMBRO 2014

Corante 0,6%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 40,7%

Pt. Fulgor 33,3%

Enxofre 12,3%

Teor de Biodiesel 9,9%Outros 3,1%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 10**

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO (*) Brasil

4,2

-1,9

3,5 3,4-

1,6 2,0 0,7 1,8 2,5

AC5,1 4,0 2,6 0,8 1,9 0,0 4,0 1,9 1,5 4,2 - 5,1 3,5 3,2 3,5 3,4 1,3 4,9 1,9 - 7,5 1,6 2,0 0,7 1,8 0,0 2,5-5,4 5,4 0,0 1,2 0,0 3,6 1,4 1,5 4,0 - 5,7 4,2 5,0 2,9 2,5 1,1 4,9 3,1 - 7,0 1,8 2,1 1,3 2,1 0,0 2,6-

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,0 1,53,5

0,82,65,1

-0

12108

22

161820

14

642

4,00,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.(*) Para Tocantins foram considerado os três últimos meses monitorados pelo CPT: Trimestre atual: Mar, Ago e Set/2014; Trimestre anterior: Jan, Mar e Ago/2014.

1,94,95,1

1,3

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - SETEMBRO 2014

4,0

Diesel 44,29 49,23 52,26 55,90 58,49 39,15

Gasolina 25,40 29,84 35,49 39,69 41,36 28,87

Etanol 16,47 15,07 10,89 9,85 11,75 8,10

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 26 de setembro de 2014.

Rodoviário 38,49 34,46 36,38 38,60 40,61

Ferroviário 0,83 1,08 1,18 1,21 1,20

Hidroviário 0,49 0,14 0,14 0,16 0,18

Total 39,81 35,68 37,7 39,97 41,99

2009VOLUME

MODALVOLUME VOLUME VOLUME

2010 2011 2012

VOLUME

2013

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:

www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500***

TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNVDados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL

3,2

1,7

BOLETIM AMBIEN TAL

(agosto)

33,3%

1,9

9,9% 3,1% 0,6%

40,7%

7,5

12,3%

Page 76: Alerta nas rodovias

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis2

e processos industriais4.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis2

e processos industriais4.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.

2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

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são. Mais grave: a medida fragi-liza a liberdade das mulheresnas ruas, nos outros meios detransporte e em suas própriascomunidades porque não pro-move a civilidade e, em longoprazo, cria uma cultura de quea mulher, para se proteger, pre-cisa ser segregada.

Tecnicamente a medida dovagão exclusivo também criaum problema para a operacio-nalização dos sistemas. No ca-so específico de São Paulo,que serve como uma referên-cia para os demais sistemasbrasileiros, mais de 6,8 mi-lhões de pessoas circulam dia-riamente nos trens e metrôs,sendo mais de 50% mulheres.Como garantir o embarque detodas elas em um número limi-tado de vagões? Como fazercom que esses 3 milhões demulheres se acumulem nas es-tações aguardando uma vagano vagão exclusivo? Como ga-rantir a fluidez do transporte?

A ANPTrilhos reconhece aexistência do problema de as-sédio nos meios de transportee se posiciona firmemente a fa-vor da proteção às mulheres.Os operadores metroferroviá-rios sempre trabalharam para

dignificar a utilização dos siste-mas, buscando minimizar asações dos agressores por meioda presença constante deagentes de segurança, câmerasde vigilância, avisos sonoros ecampanhas informativas, entreoutros. Por outro lado, a políti-ca do vagão exclusivo femininopromove uma inversão de valo-res na cultura da sociedadeporque ao invés de buscar pu-nir o agressor, restringe a liber-dade daquele que é agredido.

Nossa entidade compartilhado desejo de que as políticaspúblicas suscitem em toda asociedade – homens, mulheres,crianças – a formação de umaconsciência pela educação mo-ral e cívica, cuja ausência estápromovendo a segregação co-mo meio de proteção.

A ANPTrilhos é contrária àqualquer medida que vise insti-tuir uma política de segregaçãono transporte público metro-ferroviário, ao mesmo tempoem que propõe unir a socieda-de e a comunidade de transpor-te urbano na busca por alterna-tivas que dignifiquem a utiliza-ção dos sistemas e crie o senti-mento de que o desrespeito éque merece uma resposta.

TEMA DO MÊS O uso de vagões exclusivos para mulheres deve ser adotado

ROBERTA MARCHESISuperintendente da ANPTrilhos,mestre em Economia e pós-graduadanas áreas de Planejamento,Orçamento e Logística

“A medida fragiliza a liberdade das mulheres nas ruas, nosoutros meios de transporte e em suas próprias comunidades”

Política de segregação que não pune o agressor

Esteve em pauta nogoverno paulista umaimportante decisão:sancionar ou vetar a

lei que estabelece o vagão ex-clusivo para mulheres emtrens e no metrô de São Paulo.Esse é um tema polêmico queestá em constante discussão epercorre o dia a dia das pes-soas que utilizam o transportesobre trilhos no Brasil.

À primeira vista, a medidapode até parecer positiva, masmascara o problema da segu-rança da mulher, é controversoe poderá gerar mais transtor-nos do que vantagens. A ANP-Trilhos (Associação Nacionaldos Transportadores de Passa-geiros sobre Trilhos), entidadeque representa 99% dos opera-dores de trens e metrôs do Bra-sil, a considera uma medidaque não protege as mulheres eque vai na contramão do queprecisam: respeito e dignidade.

Segregar as mulheres, dan-do a elas uma ilusória sensaçãode “proteção” contra os asse-diadores, promove uma limita-ção injusta, impondo o entendi-mento de que aquelas que nãoutilizarem o vagão exclusivopodem estar sujeitas à agres-

ROBERTA MARCHESI

Page 79: Alerta nas rodovias

em todo o país?

De poucos anos paracá, o debate acercada necessidade dovagão e ônibus exclu-

sivos para as mulheres ganhoucentralidade. Entre os motivos,podemos elencar: o aumentodas ocorrências ou o aumentodas denúncias de casos; a de-núncia por parte do Sindicatodos Metroviários de São Paulode um quadro do programaZorra Total que fazia piada comessas ocorrências; a veicula-ção recente de um anúncio darádio Transamérica de SãoPaulo que dizia que “o metrôlotado é bom para xavecar”, oque ganhou grande repúdiodos movimentos de mulheres;e, por fim, a aprovação naAlesp (Assembleia Legislativade São Paulo) de um projetoque criava esse vagão.

Essa repercussão e a exis-tência concreta de um proje-to de lei, que foi vetado pelogovernador de São Paulo, Ge-raldo Alckmin, geraram umgrande debate na sociedadebrasileira. Represento aqui aopinião do Movimento Mulhe-res em Luta e também do Sin-dicato dos Metroviários deSão Paulo e da Federação Na-

problema, são necessárias me-didas de conscientização, pre-venção da violência, puniçãodos agressores e também umapolítica mais eficiente de am-pliação do transporte público, oque passa pelo investimento nosetor. Defendemos o investi-mento de 2% do PIB para otransporte, para ampliação daoferta de ônibus, trens e me-trôs para a população e melho-ria de sua qualidade.

É necessário localizar queas mulheres trabalhadoras, asmulheres mais pobres, que de-pendem mais do transportepúblico, são os principais al-vos dessa violência. Uma pes-quisa do Datafolha foi bastan-te reveladora: 70% das usuá-rias do metrô de São Paulo de-fendem a existência de um va-gão exclusivo.

Nesse sentido, somos a fa-vor dessa medida, mas contrá-rios ao projeto votado pelaAlesp, uma vez que esse proje-to reduzia as medidas à exis-tência do vagão e não aborda-va globalmente as medidas quedevem ser implementadas paraenfrentar essa realidade tãodolorosa e humilhante para asmulheres trabalhadoras.

CAMILA LISBOA Diretora do Sindicato dosMetroviários de São Paulo e integrante do MovimentoMulheres em Luta

Medida necessária paraproteção das mulheres

“A resolução do problema de violência e assédio contraas mulheres passa pela ampliação do transporte público”

cional dos metroviários acer-ca desse tema.

Defendemos o vagão exclu-sivo como uma medida de pro-teção às mulheres que sofremcom a violência e o assédio se-xual proporcionado pelo ma-chismo e pela superlotação dosmeios de transporte público.

É uma medida de proteção,não é uma medida que vai re-solver o problema. A resoluçãodo problema de violência e as-sédio contra as mulheres pas-sa pela ampliação do transpor-te público porque nas grandescidades brasileiras existe umcaos e uma saturação dotransporte público que é ofe-recido para a população. Asmulheres são a maior partedos usuários do sistema detransporte público, seja metrô,ônibus ou trens.

O machismo também incen-tiva esse tipo de prática, à me-dida que há uma ideologia queconduz o comportamento dedeterminados homens a abusardo corpo das mulheres parabuscar alguma forma de satis-fação sexual.

A defesa do vagão exclusivovai ao sentido de proteger des-sa realidade. Para resolver o

CAMILA LISBOA

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CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2014 81

alvez por falta de novidades no país, que re-pete os mesmos erros, cultivamos tanto o há-bito de inventar palavras e termos novos pa-ra substituir os velhos problemas. Assim, nos-sas questões não resolvidas de transporte ur-bano viraram um tema novo, chamado de mo-

bilidade urbana. E já que pelo andar das carruagensnão será resolvido tão cedo, vou virar a página e pas-sar para a mobilidade rural. Sabem por quê? Porquea mobilidade rural é bem mais vital e importante quea mobilidade urbana.

Senão vejamos: alguém come asfalto? Come con-creto? Come o que é plantado nos parques e jardinsurbanos? Alguém serve à mesa, com a família reuni-da, o que cultivou na sacada do apartamento ou noquintal apertado da casa? Alimenta o corpo que pre-cisa estudar, depois trabalhar e, entre a casa e a es-cola ou o trabalho, vai gastando energia, proteínas,carboidratos e gorduras com o que colhe e processanos espaços urbanos? Não, claro que não. Tudo o quenos alimenta e nos mantém vivos nas cidades brasi-leiras, que abrigam quase 90% da população, vem domeio rural, sejam hortas da periferia ou lavouras ecriadouros a centenas ou até milhares de quilôme-tros de distância.

Neste ano, teremos quase 8 milhões de tonela-das de trigo para o pão nosso de cada dia que pre-cisa ser transportado aos moinhos e dos moinhosàs padarias e fábricas de massas. Para o nosso fei-jão com arroz, teremos que levar das lavouras aténossas mesas urbanas mais de 3 milhões de tonela-das da leguminosa e mais de 12 milhões de tonela-das da gramínea. Para encher o prato, mais de 8 mi-lhões de toneladas de batata vão sair das roças. O

prato feito de todos os dias exige que venham daspastagens 8 milhões de toneladas de carne bovinapor ano. E para reforçar o prato, talvez o ovo fritopor cima de tudo: são mais de 32 milhões de ovosque precisam ser transportados com o maior cuida-do dos aviários para o mercado urbano.

Então está na hora de pensar mais na mobilidaderural, nesse tremendo desafio logístico de trazer oalimento que faz funcionar os corpos de quase 180milhões de brasileiros que vivem nas cidades e quemovimenta também seus bolsos no comércio da co-mida. Melhor logística, menos custo de transporte emenos desperdício; mais resultados para os produto-res de alimentos e mais economia para os que co-mem. Tenho ouvido muita gritaria sobre mobilidadeurbana, aliás, muito justa. Mas está na hora de sepreocupar mais com o principal combustível do meiourbano, a comida, que só chega porque muita genteenfrenta dificuldades e sobrepassa desafios enormespara fazer o alimento chegar ao destino.

Em geral se fala nas estradas federais e nas esta-duais - essas ocupam o noticiário de seus defeitos eperigos, mas as estradas vicinais, municipais é quesão os capilares que depois vão alimentar as arté-rias maiores. As estradinhas do interior, dependendodas condições climáticas, são o gargalo entre a ori-gem do alimento e a mesa citadina. Os municípiosque são responsáveis por elas, como se sabe, são aparte mais fraca da Federação, na injusta distribui-ção dos impostos. Em muitas regiões, da terra e dopasto sai a comida, mas as dificuldades nas picadase veredas desse imenso país ainda estão longe deserem resolvidas, e a comida não chega à cidade. Eo pior desperdício é o de alimento.

T

“As estradinhas do interior, dependendo das condições climáticas,são o gargalo entre a origem do alimento e a mesa citadina”

Mobilidade rural

ALEXANDRE GARCIA

Page 82: Alerta nas rodovias

CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201482

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano Chaves

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knitell

Eurico Galhardi

Francisco Saldanha Bezerra

Jerson Antonio Picoli

João Rezende Filho

Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

Diumar Deléo Cunha Bueno

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Bratz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

EDIÇÃO ESPECIAL

Quero parabenizar a equipe dereportagem da revista CNT TransporteAtual pelo excelente material publicado na edição nº 229. O panorama do setor de transporteapresentado na publicação mostracomo ainda precisamos percorrerum longo caminho para alcançarcondições regulares de operação e,assim, atingirmos o tão sonhado progresso. O Brasil continua cometendo os mesmos erros do passado, deixando de lado o planejamento.

Marlon GonçalvesAraçatuba/SP

RAIO X DO TRANSPORTE

A revista CNT Transporte Atual retratou muito bem a situação precária que o setor de transportevive atualmente. As condições apresentadas pela edição mostramcomo uma atividade tão essencialpara o desenvolvimento do país foideixada de lado. É inaceitável quesobrem recursos e que os programase os projetos demorem tanto tempopara sair do papel.

Paulo José DantasBrasília/DF

SITUAÇÃO PRECÁRIA

O caos da mobilidade urbana apresentado na edição de outubro éum retrato da falta de respeito dopoder público com a população. Trabalhamos mais de 150 dias no ano

para pagar os impostos que nos sãocobrados, e o que recebemos em troca? Um trânsito caótico que nosfaz perder ainda mais tempo, paraficar só no campo do transporte. Atéquando vamos conviver com essedescaso? É preciso olhar mais para asociedade e passar a oferecer serviços de qualidade.

Alberto CamposPorto Alegre/RS

ESGOTAMENTO

Não é de hoje que ouvimos reclamações sobre o esgotamentodo setor de transporte no Brasil, emtodos os modais. Muitas de nossasrodovias já não suportam o volumede tráfego de veículos, nossas ferrovias não dão conta de escoar aprodução nacional, nossos portossão precários e nossos aeroportos,mesmo depois de algumasmelhorias, ainda apresentam problemas na demora dasoperações. Vivemos um momentoimportante com o início de um novogoverno no próximo ano. Nosso desejo,como brasileiros, é que possamosler, em um futuro próximo, uma edição da revista mostrando que otransporte já se recupera fora da UTI.

Verônica MaltaRecife/PE

Cartas:SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected] Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

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