Alexandre Panosso Netto
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CRISE OU CRTICA DO CONHECIMENTO TURSTICO
Alexandre Panosso Netto
Escola de Artes, Cincias e Humanidades
Universidade de So Paulo
Natal Brasil
25 de maro de 2011
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Pontos de partida:
1. H uma crise e crtica do conhecimento em geral
2. H uma crise e crtica do conhecimento turstico
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H uma crise do conhecimento:
Uma crise filosfica:
Falta filosofia, falta amor ao conhecimento.
Falta compreenso das teorias filosficas e,
consequentemente, aplicao.
Falta teorizao, pensamento crtico, profundo, coerente, e
LGICO.
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Crise dos valores culturais, humanos, morais e ticos:
A cultura torna-se comercivel (e s isso).
O ser humano no importa (vai dar lucro?).
A perda dos limites morais e ticos. Tudo permitido, pois
no h parmetros.
Sociedade do vazio, ser?
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Estaramos no abismo da existncia, sustentados por quase nada?
A busca por experincias fortes, inclusive por turismo de experincia, seria uma tentativa de fugir do problema?
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Perda dos valores histricos (estamos
tornando-nos a-histricos).
O que foi escrito ontem, no importa. O que vale o
hoje, o agora.
A memria est voltil. Para que lembrar, se h um
arquivo na rede?
Para que saber, se h a wikipedia ?
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Crise da UNIVERSIDADE pblica e privada:
A pblica se interessa s pela pesquisa, e tem que ser aplicada e gerar recursos.
A privada tem que ter muitos alunos para a massificao do ensino.
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A explicao poltica e econmica, no somente acadmica.
1. Para o Estado ela no prioridade - This is not my problem!
2. Ocorre a descapitalizao do sistema de ensino superior pblico.
3. Perda de autonomia universitria.
ResultadoCrise institucional, perda de crebros, decadncia do ensino,
pesquisa medocre, deixa como est para ver como fica...
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Journal da Rejeio Universal tenha certeza de que seu artigo ser reprovado.
Journal de Resultados Irreproduzves - o que se publica aqui, no d para se fazer!
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Anais da Pesquisa Improvvel - que tal um ig nobel para o currculo?
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PRINCIPAIS CORRENTES TERICAS NA BUSCA DA SUPERAO DESSES PROBLEMAS (Tomillo Noguero,
2007)
1. Husserl, fenomenologia;2. Popper, racionalismo crtico ou falseabilidade;
3. Kuhn, teoria dos paradigmas;4. Lakatos, falseabilidade sofisticada;
5. Heiddeger, hermenutica;6. Feyerabend, anarquismo metodolgico;
7. Lvi-Strauss, estruturalismo;8. Bertalanffy e Luhmann, teoria de sistemas e;
9. Bunge, realismo cientfico.
Mas h ainda o Marxismo e o Positivismo
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A crise se reflete em vrias outras reas, inclusive no turismo, que
acaba se agravando pelos motivos:
Jovialidade do conhecimento
Indefinies conceituais
Fragmentao do conhecimento produzido
Preconceito de pesquisadores de outros campos de estudo
Fraqueza na sustentao de argumentos
Sem historicidadeL 12
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Tambm temos pouca memria histrica dos estudos tursticos...
HUNZIKER, 1943 Hunziker, Krapf, 1942 Norval, 1936
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Ogilvie, 1933 Arcos Y Cuadra, 1918
Anguita, 1926
Le quanto mais o tempo passaL
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Glcksmann, 1917 Arcos y Cuadra, 1909
Lmais nos esquecemos.
Glcksmann, 1908
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Stradner, 1905 (1917)
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O que se estuda em turismo?
(Apostolopoulos, 2002
Castillo Nechar, 2010)
Os turistas
As relaes entre turistas e pessoas do local
A estrutura e funcionamento do sistema turstico
As conseqncias do turismo
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Problemas prticos no contam? (sero resolvidos
com ajuda da teoria...)
Ser de fato auto-sustentvelSer mais acessvel (em
todos os sentidos)Ser inclusivo
Ser ticoSer mais humano e menos
comercialGesto de destinos
Ser inovadorSuper segmentao dos
mercados...
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Mas h outros novos problemas:
Estudos de gnero
Aquecimento global
Turismo responsvel
Envolvimento das comunidades
Grupos minoritrios (ciganos e indgenas)
Mas como construir conhecimentos novos em campos to especficos e novos, frente aos
problemas levantados?19
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O conhecimento sobre o turismo est a servio de
grupos especficos:
investigadoresplanejadoresempresrios
governos(The truth about tourism
Tribe, 2006)
Todavia, ainda h poucos estudos epistmicos em
turismo. Estudos que geram conhecimento crtico e no
somente a crtica ao conhecimento.
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H apenas 20 anos surgiu o tema epistemologia do
turismo
Seria o momento ideal, mas a discusso no avanou. Parou nas
questes superficiais.
O estudo do turismo foi abocanhado pelas vrias
cincias e um corpo terico forte no surgiu nem criou escolas de
pensamento.
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Outras reas tm claramente definidos seus objetos de
estudos. No turismo ainda no.
H recusa em estudar epistemologia do turismo. O tema rduo. H averso teorizao.
O lugar da teoria na universidade.
Mas ela passou a ser vista como algo chato, ilusrio, abstrato, distante da realidade, ento.
Se isso se passa na universidade, ento algo, de fato, esto errado.
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Resultado: banalizao da teoria.
Teoria, portanto, passou a ser bl, bl, blM
A teoria est ligada prtica, ao mundo em que se vive.
uma tentativa de explicao de tudo o que est volta do indivduo; portanto,
ela fundamenta tambm o modo de agir e as decises
de cada um.
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Essa ausncia da epistemologia e da articulao teoria-prtica,
tambm caracteriza o ensino de turismo no Brasil.
Essa carncia leva o estudante a adaptar teorias e metodologias de
outros campos.
Algo de inovador, ousa-se dizer,poucos constrem.
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As pesquisas e os cursos geram outra interrogao:
Qual a validade desse conhecimento produzido?
Como saber que no um conhecimento falho?
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Exemplo de como a teoria importante:
Duas correntes tericas no incio do sculo 20:
A indstria de forasteiros (Fremdenindustrie), que tinha enfoque na economia
E o trfego de forasteiros (Fremdenverkehr), com enfoque na sociologia.
As duas embassaram os investimentos, os financiamentos, as polticas pblicas, a forma como o turismo foi ensinado.
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Turismo mais do que pode ser dito!
O olhar do investigador turstico define os resultados.
Assim temos novos abordagens, que procuram ser mais crticas:
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Dann, Parrinelloe outros (2009)
Castillo Nechar, Panosso Netto e outros (2010)
Tribe e outros (2009)
Tentativas de superao, propostas, anlises, teorizaes
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Ateljevic, Pritchard Morgan e outros (2007)
Phillmore, Goodson e outros (2004)
Panosso Netto(2005, 2008, 2011)
Tentativas de superao, propostas, anlises, teorizaes
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Teorizar construir conhecimento
Porm
H uma diferena entre o mundo vivido do turismo (a
prtica turstica)
e
a teoria desse mundo (o conhecimento turstico).
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Maior riqueza na explicao e compreenso do objeto de
estudo.
Amplia a diversidade metodolgica.
Auxilia na evoluo do conhecimento turstico
Seleciona e aperfeioa as melhores ferramentas de investigao
Contribuio dos paradigmas anti-positivistas ao estudo do turismo segundo Castillo Nechar (2010):
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Unio entre pesquisadores.
Ateno aos perifricos e no falantes somente do ingls
(Brasil, Mxico, China, Coria, Portugal, EspanhaM).
Mais humanizao nos estudos.
Aproximao entre academia de turismo e mercado;
Interesse por novas formas, mtodos, anlises do
conhecimento em turismo.
Possveis solues - 1
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Possveis solues - 2
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Fortalecimento da epistemologia do turismo.
Buscar construir teoria crtica.
Valorizar e fortalecer os estudos tursticos.
Conhecer os vrios paradigmas em turismo.
Criar, fortalecer, a memria historiogrfica em turismo.
Ampliar fundamentos e conhecimentos tericos da e na Filosofia.
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Muito obrigado!
panosso.blogspot.com