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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL ALINE MAYRINK DE MIRANDA ESTUDO DO POTENCIAL HIPOCOLESTEROLÊMICO E ANTIOXIDANTE DO Agaricus blazei (COGUMELO DO SOL) EM MODELO DE HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA POR DIETA EM RATOS Ouro Preto 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL

ALINE MAYRINK DE MIRANDA

ESTUDO DO POTENCIAL HIPOCOLESTEROLÊMICO E ANTIOXIDANTE DO

Agaricus blazei (COGUMELO DO SOL) EM MODELO DE

HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA POR DIETA EM RATOS

Ouro Preto

2011

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ALINE MAYRINK DE MIRANDA

ESTUDO DO POTENCIAL HIPOCOLESTEROLÊMICO E ANTIOXIDANTE DO

Agaricus blazei (COGUMELO DO SOL) EM MODELO DE

HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA POR DIETA EM RATOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós -

Graduação do Núcleo de Pesquisas em Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto,

como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre em Ciências Biológicas, área de

concentração: Bioquímica Estrutural e Fisiológica.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva

Co-orientador: Prof. Dr. Rinaldo Cardoso dos Santos

Ouro Preto

2011

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Catalogação: [email protected]

M672e Miranda, Aline Mayrink de.

Estudo do potencial hipocolesterolêmico e antioxidante do Agaricus blazei

(cogumelo do sol) em modelo de hipercolesterolemia induzida por dieta em ratos

[manuscrito] / Aline Mayrink de Miranda. - 2011.

xvi, 119f.: il. color; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva.

Co-orientador: Prof. Dr. Rinaldo Cardoso dos Santos.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto.

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências

Biológicas.

Área de concentração: Bioquímica Estrutural e Fisiológica.

1. Hipercolesterolemia - Teses. 2. Estresse oxidativo - Teses. 3. Alimentos

funcionais - Teses. 4. Cogumelos – Agaricus blazei - Teses. I. Universidade

Federal de Ouro Preto. II. Título.

CDU: 612.395.6:612.397

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MIRANDA, A. M. Apoio Financeiro

III

Este trabalho foi realizado no Laboratório de Nutrição Experimental e no

Laboratório de Bioquímica Metabólica do Núcleo de Pesquisas em

Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, com auxílio da

CAPES, FAPEMIG e UFOP.

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MIRANDA, A. M. Dedicatória

IV

DEDICATÓRIA

...aos meus pais José Zaidan e Maria Claret

e às minhas irmãs Priscila e Danielly

por TUDO que representam em minha vida....

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MIRANDA, A. M. Agradecimento Especial

V

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Prof. Dr. Marcelo Eustáquio Silva e ao Prof. Dr. Rinaldo Cardoso dos Santos à

orientação e aos ensinamentos imprescindíveis para a realização deste trabalho, sobretudo

pela atenção, carinho, paciência e por acreditarem em mim. Muito obrigada por todo

aprendizado e confiança. Tenho vocês como exemplo a seguir durante minha vida

profissional.

Ao Laboratório de Cogumelos Comestíveis da Universidade Federal de Lavras, em

especial ao Prof. Dr. Eustáquio Souza Dias que gentilmente forneceu os cogumelos,

fundamentais à realização desse trabalho.

Ao Laboratório de Bromatologia da Universidade Federal de Ouro Preto, em especial ao

Prof. MSc. Aureliano Claret da Cunha por ceder o laboratório e nos auxiliar na análise da

composição centesimal do Agaricus blazei.

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MIRANDA, A. M. Agradecimentos

VI

AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre ao meu lado guiando meus passos.

Aos meus Pais pelo exemplo de vida e às minhas irmãs Pril e Dão pelo apoio e carinho.

Muito obrigada por compreenderem minha ausência...

À minha amiga-irmã Bakura (Lídia), pelos vários momentos que pudemos compartilhar,

tanto os cômicos como os “trágicos”, principalmente pelo carinho, compreensão e pelas

incansáveis revisões de meus textos, sempre com muita atenção e dedicação. Uma amizade

singular!

Ao Marcos pelo carinho e amizade incondicional.

Às Partners Pituk (Melina) e Flor (Emanuela), por todas as risadas, conselhos, puxões de

orelha...

Ao Bibo por todo o carinho, paciência e pela confiança depositada em mim desde o

primeiro momento.

À Simone e ao Aureliano (Mami’s and Papi’s), pelo carinho, apoio e pelo exemplo de

profissionais que são... enfim, por realmente me acolherem na família “Cunha”. Muito

obrigada!

À Mana (Glaucy), ao Tico (Joamyr), à Marida (Lorena) e ao Hermano Hermoso (Bruno)

por tornarem inesquecíveis e maravilhosos TODOS os momentos que passamos juntos.

Vocês foram inexplicáveis, muito obrigada por tudo.

Aos demais colegas do Laboratório de Nutrição Experimental e Bioquímica Metabólica,

em especial à Walesca, Ana Flávia, Melina, Danielle, Fabiano, Emerson, Sandra, Maísa,

Rogério, Joyce e Larissa por toda ajuda e pela enriquecedora convivência.

Aos professores e amigos do NUPEB pelo convívio e auxílio nos estudos, sem os quais

seria muito difícil atingir meu objetivo.

Ao Jair e ao Clodoaldo pelo carinho e dedicação que sempre me atenderam.

À Cida, sempre resolvendo nossos problemas com dedicação e muita boa vontade.

Aos funcionários da Escola de Nutrição e do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas,

sempre empenhados em nos proporcionar o melhor ambiente de trabalho possível.

A todos os meus sinceros agradecimentos e tenham a certeza de que sem VOCÊS a

realização desse trabalho não seria possível

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MIRANDA, A. M. Resumo

VII

RESUMO

Diversas espécies de cogumelos têm sido relacionadas ao controle da hiperlipidemia. Os

cogumelos comestíveis são considerados ainda um alimento ideal para a prevenção da

aterosclerose, na medida em que possuem um alto conteúdo em fibras aliado ao seu baixo

teor em lipídios. Contudo, os efeitos medicinais destes cogumelos são, muitas vezes,

promovidos sem evidências científicas, baseados apenas na crença popular. Nesta

perspectiva e mediante o grande interesse que vem despertando não somente à comunidade

científica, mas também à população como um todo, o presente estudo refere-se ao

Agaricus blazei, popularmente conhecido como Cogumelo do Sol. O Agaricus blazei,

nativo do Brasil, tem gerado inúmeras dúvidas que vão desde a classificação taxonômica

até o tipo de comercialização e utilização pela população. Desta forma, o objetivo desse

trabalho foi avaliar algumas propriedades funcionais do A. blazei especialmente com

relação aos efeitos hipocolesterolemiante e antioxidante. Foram utilizados 32 ratos Fischer

(fêmeas), distribuídos em quatro grupos (8 animais/grupo): grupo C recebeu dieta padrão

AIN-93M (4% óleo de soja); grupo H recebeu dieta hipercolesterolemiante (25% de óleo

de soja e 1% de colesterol); grupo CAb recebeu dieta padrão suplementada com 1% de

Agaricus blazei e grupo HAb recebeu dieta hipercolesterolemiante suplementada com 1%

de Agaricus blazei. Dieta e água foram oferecidas ad libitum aos animais durante todo

período experimental. Ao final desse período (8 semanas) amostras de sangue e do tecido

hepático foram coletadas para as análises bioquímicas. Os dados foram avaliados através

da análise de variância bivariada (Two-way ANOVA). As diferenças foram consideradas

significativas quando o valor de p foi menor do que 0,05. A análise da composição

centesimal mostrou que esse cogumelo constitui uma importante fonte de nutrientes, sendo

considerado fonte de fibras e com alto teor em proteínas. Como esperado, a dieta

hipercolesterolemiante promoveu um aumento nos níveis séricos do colesterol total e da

fração não-HDL, concomitante a uma diminuição do colesterol HDL. A adição do

Agaricus blazei a 1% na dieta hipercolesterolemiante promoveu um significativo efeito

hipolipidêmico, reduzindo substancialmente os níveis séricos do colesterol total, colesterol

não HDL e triacilgliceróis. O mesmo também mostrou-se efetivo em reduzir o peso da

gordura abdominal a valores próximos à normalidade. Ao mesmo tempo, uma redução foi

observada quando esse cogumelo foi adicionado à dieta controle, reduzindo

significativamente os níveis de triacilgliceróis, indicando que, aliado a uma dieta saudável,

o Agaricus blazei pode ser benéfico à saúde. Ao contrário do encontrado na literatura, o

Agaricus blazei, na concentração e na forma de administração utilizadas, não exerceu

efeito antioxidante. Nossos resultados sugerem que o Agaricus blazei, adicionado à dieta,

possa atuar como um importante agente hipolipidêmico, fornecendo benefícios à saúde,

principalmente, nas condições impostas pela hipercolesterolemia.

Palavras-chave: Agaricus blazei. Hipercolesterolemia. Alimentos funcionais. Estresse

oxidativo.

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MIRANDA, A. M. Abstract

VIII

ABSTRACT

Several species of mushrooms have been related to the control of hyperlipidemia. Edible

mushrooms are considered an ideal food for the prevention of atherosclerosis, as they have

a high content of fiber, together with its low fat content. However, the effects of these

medicinal mushrooms are often promoted without scientific evidence, based only in

popular belief. In this perspective and due to the great interest that it is attracting not only

within the scientific community, but also in the population as a whole, this study refers to

Agaricus blazei, popularly known as of the Sun Mushroom. Agaricus blazei, native of

Brazil, has raised numerous questions ranging from the taxonomic classification to the type

of marketing and use by the population. Thus, the aim of this study was to evaluate some

functional properties of this mushroom especially regarding hypocholesterolemic and

antioxidant effects. Thirty two female Fischer rats were used which were divided into four

groups (8 animals / group): group C received the standard AIN-93M diet (4% soybean oil),

group H received a hypercholesterolemic diet (25% soybean oil and 1 % cholesterol);

group CAb was given the standard diet supplemented with 1% of Agaricus blazei and

group HAb which received the hypercholesterolemic diet supplemented with 1% of

Agaricus blazei. Diet and water were offered ad libitum to animals throughout the

experimental period. At the end of this period (8 weeks) blood samples and liver tissue

were collected for biochemical analysis. Data were analysed by two-way ANOVA.

Differences were considered significant when the p value was less than 0.05. Analysis of

the chemical composition showed that the mushroom is an important source of nutrients

and is considered a source of fiber besides having a high protein content. As expected, the

hypercholesterolemic diet promoted an increase in serum total cholesterol and non-HDL

fraction, concurrent with a decrease in HDL cholesterol. The addition of 1% Agaricus

blazei in the hypercholesterolemic diet promoted a significant hypolipidemic effect,

substantially reducing the serum levels of total cholesterol, triglycerides and non-HDL

cholesterol fractions. It also proved to be effective in reducing abdominal fat weight to

values close to the normal. At the same time, a decrease was observed when the fungus

was added to the control diet, significantly reducing the levels of triacylglycerols,

indicating that a healthy diet combined with Agaricus blazei may be beneficial to health.

Unlike other studies, Agaricus blazei, in the concentration used and in the form

administration did not exert an antioxidant effect. Our results suggest that Agaricus blazei,

added to the diet may act as an important hypolipidemic agent, providing health benefits,

especially under the conditions imposed by hypercholesterolemia.

Keywords: Agaricus blazei. Hypercholesterolemia. Functional food. Oxidative stress.

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MIRANDA, A. M. Lista de Figuras

IX

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Cogumelos comestíveis mais conhecidos no Brasil ............................... 9

FIGURA 2: Estrutura química da Lovastatina e da Eritadenina ................................ 13

FIGURA 3: Cultivo do Agaricus blazei em canteiro protegido e por fermentação

submersa. Tibicos ......................................................................................................... 16

FIGURA 4: Corpos de frutificação do Agaricus blazei ............................................... 17

FIGURA 5: Biossíntese do Colesterol a partir do acetil-CoA .................................... 23

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MIRANDA, A. M. Lista de Quadros

X

LISTA DE QUADROS

QUADRO I: Principais glucanas encontradas nas frutificações do A. blazei e suas

respectivas atividades e mecanismo de ação ............................................................. 21

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MIRANDA, A. M. Lista de Tabelas

XI

LISTA DE TABELAS

TABELA I: Composição dos nutrientes das dietas em gramas para cada 1000g de dieta

.............................................................................................................................................. 30

TABELA II: Composição centesimal em 100g do Agaricus blazei .................................. 46

TABELA III: Crescimento corporal, ingestão alimentar e excreção fecal de grupos de

animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta

hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ..........

47

TABELA IV: Peso total e peso relativo (peso total do órgão / peso do animal x 100) do

fígado, da gordura abdominal e dos rins de grupos de animais alimentados com dieta

padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta

hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ...................................................................

48

TABELA V: Concentração sérica de proteínas totais, albumina e glicose de grupos de

animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta

hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb)

...............................................................................................................................................

49

TABELA VI: Atividade das enzimas séricas aspartato aminotransferase, alanina

aminotransferase e fosfatase alcalina de grupos de animais alimentados com dieta padrão

(C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta

hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ..................................................................

50

TABELA VII: Concentrações séricas de creatinina e uréia de grupos de animais

alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta

hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ...........

51

TABELA VIII: Concentrações séricas do colesterol total, colesterol não-HDL,

colesterol HDL, triacilgliceróis e índice aterogênico de grupos de animais alimentados

com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante

(H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ................................................

53

TABELA IX: Porcentagem de gordura hepática e fecal e concentrações do colesterol

total e triacilgliceróis no fígado de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C),

dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta

hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ...................................................................

54

TABELA X: Concentração sérica de sulfidrilas totais e concentração hepática de

TBARS e proteína carbonilada de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C),

dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta

hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) ..................................................................

55

TABELA XI: Concentração hepática de glutationa total e atividade arilesterásica e

paraoxonase da enzima paraoxonase no soro de grupos de animais alimentados com

dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e

dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb) .........................................................

56

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MIRANDA, A. M. Lista de Abreviaturas

XII

LISTA DE ABREVIATURAS

ABM: Agaricus blazei Murril

A.blazei: Agaricus blazei

AIN: American Institute of Nutrition

ALT: Alanina aminotransferase

AMP: Adenosina monofosfato

ANOVA: Análise de variância

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ALT: Alanina aminotransferase

AOAC: Association of Official Agricultural Chemists

AST: Aspartato aminotransferase

C: Grupo de animais que receberam dieta padrão

CAb: Grupo de animais que recebeu dieta padrão acrescida do Agaricus blazei

CETEP: Proteínas transferidoras de éster de colesterol

COPERCOM: Cooperativa dos Produtores de Cogumelos

DAC: doença arterial coronariana

DCV: doença cardiovascular

DMSO: dimetilsulfossalicílico

DNP: 2,4 dinitrofenilhidrazina

DTNB: 5,5-ditio-bis-2-nitro-benzóico

EDTA: Ácido etilenodiaminotetracético

EROS: Espécies reativas de oxigênio

FA: Fosfatase alcalina

FDN: fibra detergente neutro

FOSHU: Food for Specified Health Use

GSH: Glutationa reduzida

GSSG: Glutationa oxidada

H: Grupo de animais que receberam dieta hipercolesterolemiante

HAb: Grupo de animais que receberam dieta hipercolesterolemiante acrescida do Agaricus

blazei

HDL: High density lipoprotein

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MIRANDA, A. M. Lista de Abreviaturas

XIII

HMG - CoA: 3-Hidroxi-3metil-glutaril CoA

IDL: Intermediate density lipoprotein

LCAT: Lecitina colesterol acil transferase

LDL: Low density lipoprotein

LDL-OX: LDL modificada oxidativamente

LDLR: Receptores de LDL

LPL: lipase lipoprotéica

MAFF: Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentos

OMS: Organização Mundial da Saúde

NK: Natural killer

PM: peso molecular

PON: Paraoxonase

PLTP: proteína transportadora de fosfolipídios

PUFAs: Ácidos graxos poliinsaturados

ROS: Espécies reativas de oxigênio

RPM: Rotações por minuto

SDS: Dodecilssulfato de sódio

SREBPs: Proteínas ligadoras de elementos de resposta a esteróis

TBA: ácido tiobarbitúrico

TBARS: Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

TCA: Ácido tricloroacético

TEA: Cloreto de trietanolamina

TNB: 2-nitro-5-tiobenzóico

VLDL: Very low density lipoprotein

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MIRANDA, A. M. Lista de Anexos

XIV

LISTA DE ANEXOS

ANEXO I: Carta do Comitê de Ética em Pesquisa / UFOP

ANEXO II: Protocolos das dosagens Bioquímicas

II.1 - Albumina

II.2 - Alanina Aminotransferase

II.3 - Aspartato Aminotransferase

II.4 - Colesterol HDL

II.5 - Colesterol Total

II.6 - Creatinina

II.7 - Fosfatase Alcalina

II.8 - Glicose

II.9 - Proteínas Totais

II.10 - Triacilgliceróis

II.11 - Uréia

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MIRANDA, A. M. Sumário

xv

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... VII

ABSTRACT ............................................................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ IX

LISTA DE QUADROS .............................................................................................. X

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... XI

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................ XII

LISTA DE ANEXOS ................................................................................................. XIV

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................... 2

CAPÍTULO 2: REVISÃO DE LITERATURA ...................................................... 4

2.1 Alimentos funcionais .............................................................................................. 4

2.1.1 Conceito ......................................................................................................... 4

2.1.2 Alimentos funcionais versus doenças cardiovasculares ................................ 6

2.2 Cogumelos Comestíveis ......................................................................................... 8

2.2.1 Características gerais ...................................................................................... 8

2.2.2 Composição e propriedades dos cogumelos ................................................... 10

2.3 Agaricus blazei ...................................................................................................... 14

2.3.1 Concepção popular versus científica .............................................................. 14

2.3.2 Histórico ......................................................................................................... 17

2.3.3 Propriedades funcionais do Agaricus blazei .................................................. 19

2.4 Metabolismo do colesterol, lipoproteínas e sua relação com as doenças

cardiovasculares .......................................................................................................... 22

CAPÍTULO 3: OBJETIVOS .................................................................................... 28

3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 28

3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 28

CAPÍTULO 4: MATERIAL E MÉTODOS ........................................................... 29

4.1 Animais .................................................................................................................. 29

4.2 Dietas ..................................................................................................................... 29

4.3 Composição centesimal do Agaricus blazei .......................................................... 30

4.3.1 Umidade ............................................................................................................. 30

4.3.2 Proteínas ............................................................................................................. 30

4.3.3 Cinzas ................................................................................................................. 31

4.3.4 Lipídios .............................................................................................................. 31

4.3.5 Fibras alimentares ............................................................................................... 31

4.3.6 Carboidratos ....................................................................................................... 31

4.4 Delineamento do experimento ............................................................................... 31

4.5 Obtenção do soro e plasma ................................................................................... 32

4.6 Dosagens dos parâmetros bioquímicos ................................................................. 32

4.6.1 Protocolo de dosagem da atividade de Paraoxonase ....................................... 33

4.6.1.1 Paraoxonase – Atividade arilesterase ........................................................ 33

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MIRANDA, A. M. Sumário

XVI

4.6.1.2 Paraoxonase – Atividade paraoxonase .......................................................... 34 4.6.2 Protocolo de dosagem dos grupos sulfidrilas ................................................... 34

4.7 Protocolos de análise das defesas antioxidantes e da concentração de

biomarcadores do estresse oxidativo em tecido .......................................................... 36

4.7.1 Concentração de Glutationa Total ................................................................... 36

4.7.2 Proteína Carbonilada ........................................................................................ 39

4.7.3 Proteínas Totais em tecido – Método de Lowry .............................................. 41

4.7.4 Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico – TBARS ............................... 42

4.8 Extração de gordura do fígado .............................................................................. 43

4.9 Dosagem de colesterol total e triacilgliceróis na gordura do fígado ................... 44

4.10 Extração de gordura das fezes ............................................................................. 44

4.11 Análise estatística ................................................................................................. 44

CAPÍTULO 5: RESULTADOS ................................................................................ 46

5.1 Caracterização bromatológica do Agaricus blazei ............................................... 46

5.2 Parâmetros biométricos ......................................................................................... 46

5.2.1 Ganho de Peso, Ingestão alimentar e Excreção fecal ....................................... 46

5.2.2 Peso dos órgãos ................................................................................................ 47

5.2.2.1 Peso total e relativo do fígado, gordura abdominal e rins .......................... 47

5.3 Parâmetros relacionados ao metabolismo nitrogenado e glicídico ...................... 49

5.3.1 Proteínas totais, Albumina e Glicose .................................................................. 49

5.3.2 ALT, AST e FA .................................................................................................. 49

5.3.3 Uréia e Creatinina ............................................................................................... 50

5.4 Parâmetros do metabolismo de lipídios ................................................................ 51

5.4.1 Lipídios Séricos ............................................................................................... 51

5.4.2 Lipídios Hepáticos e Fecais................................................................................. 53

5.5 Marcadores de estresse oxidativo .......................................................................... 54

5.5.1 Grupos sulfidrilas, TBARS e Proteína Carbonilada ........................................ 54

5.6 Defesas antioxidantes ............................................................................................. 55

5.6.1 Glutationa total em tecido e Paraoxonase ....................................................... 55

CAPÍTULO 6: DISCUSSÃO .................................................................................... 57

CAPÍTULO 7: CONCLUSÃO .................................................................................. 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 78

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INTRODUÇÃO

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MIRANDA, A. M. Introdução

2

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

A possibilidade de reduzir os riscos de enfermidades por meio dos alimentos está

atraindo cada vez mais pesquisadores interessados em estudar seus possíveis efeitos sobre

a saúde. Inúmeras pesquisas demonstram a relação direta entre consumo/carência de

alimentos e o desenvolvimento de enfermidades, mostrando como a saúde é fortemente

influenciada pela alimentação (BASHO e BIN, 2010; GUILLAMÓN et al., 2010; SERRA,

2009). Nas últimas décadas, observa-se um aumento considerável na incidência de

doenças cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial de Saúde cerca de 80%

de todas as mortes provocadas por essas doenças ocorrem nos países em desenvolvimento

(SODJINOU et al., 2008).

Sabe-se que a redução dos altos níveis séricos e hepáticos de lipídios desempenha

um papel significativo na redução e até mesmo na reversão da aterosclerose, tida como a

principal causa de doenças cardiovasculares (HAIPING, MINGMING ZHANG e GUIJI,

2009). Com isso, o reconhecimento da hipercolesterolemia e do estresse oxidativo – esse

último associado ao processo inflamatório induzido pelos altos níveis de colesterol,

principalmente da fração LDL – como fatores de risco para as doenças ateroscleróticas

levou a uma busca por alimentos que fossem eficazes na redução dos níveis de colesterol e

de radicais livres.

Diversas espécies de cogumelos têm sido relacionadas ao controle da

hiperlipidemia (CHEUNG, 1998; GUNDE-CIMERMAN e CIMERMAN, 1995;

HAIPING, MINGMING ZHANG e GUIJI, 2009; HOSSAIN et al., 2003; MORI et al.,

2008). Os cogumelos comestíveis são considerados um alimento ideal para a prevenção da

aterosclerose, uma vez que possuem alto conteúdo em fibras aliado ao seu baixo teor em

lipídios.

A utilização de cogumelos como alimento, medicamento, veneno ou em rituais

religiosos tem registro em todas as culturas e regiões do mundo, mas foi na Ásia que eles

começaram a ser cultivados sistematicamente para fins alimentícios e medicinais

(HERRERA, 2001). No entanto, é recente o interesse da medicina ocidental por suas

propriedades medicinais. No Brasil, o consumo de cogumelos se expandiu com o

crescimento das colônias orientais (chinesas, japonesas e coreanas). O hábito também foi

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MIRANDA, A. M. Introdução

3

assimilado pelos brasileiros e hoje trata-se de um componente muito utilizado pela

gastronomia.

Ao lado do interesse culinário, os cogumelos vêm despertando grande atenção da

comunidade científica por suas propriedades medicinais. No que se refere especificamente

ao Agaricus blazei, a maioria dos trabalhos versa sobre sua potencialidade antitumoral

(BERNARDSHAW et al., 2006; KAWAMURA e KASAI, 2006; KIMURA et al., 2004;

SORIMACH et al., 2001). Entretanto, os efeitos medicinais dos cogumelos, em especial,

do Agaricus blazei são, muitas vezes, promovidos sem evidências científicas. Nessa

perspectiva, o Agaricus blazei, popularmente conhecido como Cogumelo do Sol, será o

nosso objeto de estudo. Este cogumelo tem gerado inúmeras dúvidas que vão desde a

classificação taxonômica até o tipo de comercialização e utilização pela população.

Tendo em vista a carência de estudos voltados para os efeitos deste cogumelo

enquanto alimento sobre a hipercolesterolemia, esta pesquisa procurou identificar alguns

dos benefícios do consumo regular do Agaricus blazei, especialmente sobre a ingestão

alimentar, crescimento corporal, perfil lipídico, concentração de biomarcadores do estresse

oxidativo e defesas antioxidantes. Além disso, como demonstra a literatura (EIRA, 2003),

a depender da forma de administração e do extrato utilizado, efeitos hepatotóxicos ou

sobrecarga renal podem ser causados. Nesse sentido, os marcadores da função hepática e

renal foram avaliados a fim de verificar uma possível toxicidade do cogumelo.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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MIRANDA, A. M. Revisão Bibliográfica

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CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - ALIMENTOS FUNCIONAIS

2.1.1 - Conceito

Os alimentos fornecem a energia e os nutrientes de formação para as incontáveis

substâncias que são essenciais ao crescimento e à sobrevivência dos seres vivos (MAHAN

e ESCOTT-STUMP, 2005). Nota-se, no entanto, uma mudança considerável no conceito

de alimentos. Hoje em dia, procuram-se alimentos que, além das funções nutricionais

básicas, possam trazer benefícios fisiológicos à saúde, prevenindo doenças. A percepção

do alimento como “elixir mágico” da saúde, não é recente, visto que a crença no poder

medicinal dos alimentos é tão antiga quanto a história escrita da humanidade. Todavia, nos

últimos anos tem se observado uma explosão no interesse pelos alimentos presumidamente

saudáveis e/ou curativos, o que está relacionado à demanda crescente dos consumidores

preocupados com um bem-estar físico e mental permanente (ROS, 2001).

Na década de 80, surgiu no Japão uma nova concepção de alimento, lançada através

de um programa de governo que tinha por objetivo desenvolver alimentos saudáveis para

uma população que envelhecia e que apresentava uma enorme expectativa de vida (ANJO,

2004). Em decorrência disso, em 1991 esses alimentos foram regulamentados com a

denominação “FOODS FOR SPECIFIED HEALTH USE” (FOSHU). Hoje, há em todo o

mundo um grande interesse sobre o papel exercido pelos alimentos na saúde, seja aqueles

que contenham componentes que influenciam em atividades fisiológicas ou metabólicas,

seja aqueles enriquecidos com substâncias isoladas de alimentos que possuam uma destas

propriedades, que passaram a ser denominados alimentos funcionais (VIEIRA,

CORNÉLIO e SALGADO, 2006).

Tal interesse se expressa no crescimento verificado no mercado de alimentos

funcionais. Atualmente, o mercado global desses alimentos cresce a uma taxa de

aproximadamente 10% frente aos 2% verificados para os demais alimentos e bebidas

(BENTO, 2008). Em virtude do incremento nos custos com a manutenção da saúde e do

interesse em melhorar a qualidade de vida, a procura pelos alimentos funcionais tem

aumentado, aquecendo o mercado. Japão, Estados Unidos e Europa são os principais

mercados para os alimentos funcionais. Estima-se que em 2005 esse setor tenha

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MIRANDA, A. M. Revisão Bibliográfica

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movimentado em torno de US$ 600 bilhões nesses países. No Brasil, o valor avaliado para

esse mesmo ano foi de US$ 600 milhões (ABIA, 2005). Essas alegações de saúde estão

muitas vezes associdadas à capacidade destes alimentos em reduzir os riscos relacionados

ao desenvolvimento de certas doenças, como a hipercolesterolemia e o estresse oxidativo

(MÃKINEN - AAKULA, 2006).

Em países asiáticos, vários tipos de alimentos são tradicionalmente associados a

benefícios de saúde específicos (WESTSTRATE, VAN POPPEL e VERSCHUREN,

2002). Nesses países, os alimentos funcionais são tidos como parte integrante de sua

cultura e há uma sólida convicção de que os alimentos e os medicamentos provêem de uma

mesma fonte, devendo, portanto, servir ao mesmo fim. De fato, esta classe de alimentos

possui um vasto alcance em diferentes países, sendo assim, dificilmente existirá uma

definição simples e universalmente aceita de alimento funcional (ROBERFROID, 2000).

Este conceito tem tantas definições quanto o número de autores se referindo a ele,

seja por meio da literatura científica ou da mídia. E essas definições podem consistir desde

simples citações a definições muito mais complexas. No Brasil, esta definição está sob

responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, como sendo:

Aquele alimento ou ingrediente que além das funções nutritivas básicas, quando

consumido como parte de uma dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou

fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo

sem supervisão médica (RDC 18/99).

No Reino Unido, o Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentos (MAFF) define

alimentos funcionais como “alimento[s] cujo componente incorporado oferece benefício

fisiológico e não apenas nutricional” (MORAES e COLLA, 2006). Já na Europa, os

mesmos são definidos como

Alimentos que tenham demonstrado satisfatoriamente afetar uma ou mais

funções no corpo, além de possuírem efeitos nutricionais adequados de modo

que seja relevante tanto para melhorar o estado de saúde quanto para reduzir o

risco de doenças (VERSCHUREN, 2002).

Para o Japão, pioneiro na regulamentação destes alimentos, os “Alimentos para uso

específico de saúde” (FOSHU) são aqueles que possuem efeitos específicos sobre a saúde

devido a sua constituição química e que não exponham a um risco de saúde ou higiênico

(MORAES e COLLA, 2006).

Além das diversas definições, os alimentos funcionais são conhecidos em outros

países por vários nomes diferentes (CÂNDIDO e CAMPOS, 2005). Nos Estados Unidos,

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MIRANDA, A. M. Revisão Bibliográfica

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por exemplo, os mais utilizados são: medical food, nutraceutical, functional food,

nutritional food, pharmafood, designer food, fitness food, therapeutical food, entre outros.

É evidente a relação entre os alimentos que consumimos e a nossa saúde, na medida

em que inúmeras pesquisas demonstram uma relação direta entre consumo/carência de

alimentos e o desenvolvimento de enfermidades (BASHO e BIN, 2010; GUILLAMÓN et

al., 2010; SERRA, 2009). No entanto, alimentos funcionais são e devem ser alimentos, não

drogas. Nesse sentido, embora os pesquisadores estejam adquirindo mais experiência e

entendimento sobre a saúde e a nutrição, o tema alimentos funcionais ainda é bastante

complexo. Torna-se, portanto, de grande importância o reconhecimento do verdadeiro

papel do consumo de determinados alimentos sobre o crescimento, desenvolvimento e

risco de doenças para o entendimento de como as dietas influenciam estes fatores

(VERSCHUREN, 2002).

2.1.2 - Alimentos Funcionais versus Doenças Cardiovasculares

O aumento da expectativa de vida e o crescente aparecimento de doenças crônicas

como obesidade, aterosclerose, hipertensão, diabetes e câncer têm despertado uma

preocupação cada vez maior com a alimentação (MOLLET e ROWLAND, 2002; VIEIRA,

2003).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano mais de 17

milhões de pessoas morrem vítimas de doenças cardiovasculares (DCV) (SMITH Jr. et al.,

2004). Essas doenças, dentre as afecções crônico-degenerativas, estão entre as principais

responsáveis pelo aumento da morbi-mortalidade, principalmente quando nos referimos

aos países ocidentais e em desenvolvimento (GUILLAMÓN et al., 2010). Em muitos

países esta é a principal causa de morte, superando o câncer e os acidentes, sendo boa

parte desses eventos associada aos altos níveis de colesterol no sangue, particularmente à

fração colesterol-LDL e ao estresse oxidativo.

A aterosclerose – induzida por distúrbios do metabolismo lipídico – é considerada

a principal causa de DCV. Obesidade, diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia estão

entre os fatores de risco tradicionais para o seu desenvolvimento. Inúmeros estudos têm

demonstrado que a hipercolesterolemia está intimamente relacionada ao desenvolvimento

da aterosclerose (MOURA, 2003; STEINBERG, GLASS e WITZTUM, 2008). Nesse

sentido, a dietoterapia, considerada a principal ação contra esses distúrbios do

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metabolismo lipídico, tem sido indicada isoladamente ou em conjunto com outros tipos de

tratamentos. Além disso, não há qualquer outro tratamento para estas doenças que não

esteja associado à mesma. (SANTOS et al., 2001).

Considerando que a principal conduta a ser adotada na prevenção e no tratamento

das dislipidemias é a nutricional, a nutrição preventiva tem sido cada vez mais valorizada,

uma vez que a incidência das doenças cardiovasculares está intimamente relacionada ao

estilo de vida, sendo a dieta um importante fator para sua etiologia (VIEIRA, 2003). Hoje,

os alimentos não são utilizados apenas como fonte de calorias e nutrientes. Eles são

ingeridos com o intuito de proporcionar um benefício fisiológico adicional, como por

exemplo, a prevenção de uma variedade de doenças, melhorando assim o bem estar físico e

mental de seus consumidores (MENRAD, 2003).

Nessa perspectiva, a baixa incidência de doenças em alguns povos também vem

incentivando muitos estudos no intuito de elucidar os mecanismos de proteção atuantes em

cada tipo de dieta. Cita-se, por exemplo, a baixa incidência de câncer e doenças

coronarianas observada nos países orientais e do mediterrâneo, onde prevalece a dieta com

baixo consumo de carnes vermelhas e elevado consumo de soja, aliada ao alto consumo de

peixes, frutas e verduras. Destaca-se ainda a dieta dos esquimós, em que se observa um

alto consumo de peixes e produtos do mar, ricos em ácidos graxos da família ômega 3 e 6,

o que reflete no baixo índice de problemas cardíacos (MORAES e COLLA, 2006;

VIGGIANO, 2006). Além disso, compostos presentes no grupo dos polifenóis (flavonóides

e isoflavonas), carotenóides e ácidos graxos ômega 3 encontrados em alimentos usuais

como alho, tomate, berinjela, chocolate amargo, uva, vinho tinto, peixe, oleaginosas, chá

verde, soja, cogumelos entre outros, pertencem ao grupo dos principais compostos

bioativos responsáveis pelas ações preventivas das doenças cardiovasculares (BRAGA e

BARLETA, 2007).

Visto que alguns dos danos causados por essas doenças podem ser revertidos

principalmente por mudanças no estilo de vida, em que a dieta coloca-se como ponto

fundamental, estudos têm sido elaborados para verificar a eficácia de determinados

alimentos, seja no que diz respeito à promoção da saúde seja na prevenção de doenças.

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2.2 - COGUMELOS COMESTÍVEIS

2.2.1 - Características gerais

Com mais de 1,5 milhões de espécies, o reino dos fungos é ainda quase

desconhecido pela ciência. Estes são classificados em vários grupos de acordo com uma

série de características, sobretudo em relação às suas microestruturas, reprodução sexuada

e assexuada, especializações de acordo com o modo de vida e enzimas produzidas

(BONONI, CAPELARI e TRUFEM, 1999). Em relação à classificação mais moderna, 4

classes de fungos são reconhecidas: Ascomycota, Basidiomycota, Zygomycota e

Chytridiomycota (LOGUERCIO-LEITE et al., 2006). Os cogumelos comestíveis

pertencem às classes dos basiodiomicetos e ascomicetos (MODA, 2008). A importância

atribuída a esta última classe está intimamente relacionada à utilização de seus

representantes na alimentação e medicina popular desde a Antiguidade (WASSER, 2002).

Os Basidiomicetos caracterizam-se por possuírem uma estrutura especializada

chamada basídio ou corpo de frutificação, que lhes confere a denominação de cogumelo.

Esse corpo de frutificação encontrado nos cogumelos comestíveis é o material usualmente

coletado e consumido como alimento. Hoje, existem no mercado vários produtos feitos a

partir do corpo de frutificação desses fungos, sendo comercializados como suplementos

dietéticos devido ao seu potencial terapêutico (GUILLAMÓN et al., 2010).

Os cogumelos comestíveis sempre foram apreciados por seu valor gastronômico,

nutricional e medicinal. Atualmente, estima-se que já existam mais de 30 espécies

catalogadas com propriedades terapêuticas. Sua utilização tem registro em todas as culturas

e regiões do mundo. Observa-se, entretanto, um mercado inexplorado para as ilimitadas

opções de espécies que podem ser cultivadas e utilizadas na alimentação, seja como

nutracêutico ou como fitoterápico (HERRERA, 2001).

No Brasil, os cogumelos mais conhecidos são o Champignon de Paris (Agaricus

bisporus), Shiitake (Lentinula edodes), Shimeji (Pleurotus ostreatus), o Hiratake

(Pleurotus sajor-caju) e mais recentemente o Cogumelo do Sol ou Himematsutake

(Agaricus blazei Murrill) (Fig. 1) (EIRA, 2003). Devido ao fato de seus componentes

ativos exercerem efeitos nutricionais, medicinais e farmacológicos imprescindíveis para os

portadores de diversos tipos de câncer, os cogumelos Agaricales têm sido utilizados por

milênios (FORTES e NOVAES, 2006).

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Já na indústria de alimentos, o Agaricus bisporus, Lentinula edodes, Pleurotus

ostreatus e Volvariella volvacea (Fig. 1) constituem as quatro espécies com grande

destaque (FORTES e NOVAES, 2006). Atualmente, observa-se um aumento na produção

mundial de cogumelos, decorrente tanto da industrialização como da popularização do

cultivo (FAN et al., 2006). Embora de forma mais modesta, essa mesma tendência pode ser

observada para o Brasil. O consumo de cogumelos no país aumentou e ganhou destaque,

principalmente pelo reconhecimento do seu alto valor nutricional, potencial medicinal e

também pelo aumento da oferta, o que tem tornado o produto mais popular e acessível

(SHIBATA e DEMIATE, 2003).

Figura 1: Cogumelos comestíveis mais conhecidos no Brasil. A: Agaricus bisporus, B: Lentinula

edodes, C: Pleurotus ostreatus, D: Volvariella volvacea, E: Agaricus blazei. Fonte: <

http://www.embrapa.com.br>.

A B C

D E

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2.2.2 - Composição e propriedades dos Cogumelos

Os cogumelos são alimentos apreciados desde a Antiguidade por se acreditar em

seu elevado valor nutricional e em seu potencial medicinal, além de serem apreciados

como uma especiaria nobre em diversos pratos culinários. Seu consumo cresceu

consideravelmente na cultura ocidental, envolvendo um grande número de espécies, além

do popular “Champignon” (MATTILA, SUONPÃÃ e PIIRONEN, 2000).

Cogumelos in natura apresentam teores de umidade que variam de 73,7 a 94,7%

(YANG, LIN e MAU, 2001; MANZI, AGUZZI e PIZZOFERRATO, 2001; VETTER,

2003). Este percentual, no entanto, irá depender muito da espécie e também de parâmetros

relacionados ao período da colheita, crescimento e condições de armazenamento. Esse é

um dos grandes desafios da indústria de alimentos, que precisa utilizar vários sistemas de

proteção diferenciados para aumentar o período de armazenamento, preservando suas

características nutricionais e organolépticas (MATTILA, SUONPÃÃ e PIIRONEN, 2000).

Em geral, os cogumelos possuem uma quantidade considerável de proteínas, com

um importante conteúdo em aminoácidos essenciais. Fornecem ainda uma grande

quantidade de carboidratos e fibras, ao mesmo tempo em que apresentam um baixo

contéudo em gordura (MATTILA, SUONPÃÃ e PIIRONEN, 2000). No que se refere ao

conteúdo de fibras, um componente em especial, as β-glucanas, tem sido consideradas

como importante composto funcional, visto que parece modular positivamente o sistema

imune, mostrando ainda ser benéficas contra infecções e sobre o metabolismo de

colesterol, apresentando assim um importante efeito hipocolesterolemiante (HETLAND et

al., 2008; MANTOVANI et al., 2008).

Embora essas características nutricionais já estejam sendo divulgadas de forma

ampliada principalmente pelos meios de comunicação em massa, os dados na literatura

sobre as mesmas ainda são poucos e por vezes conflitantes. Estudo comparativo entre

espécies diferentes de cogumelos, a saber, A. bisporus, Lentinula edodes e Pleorotus spp,

mostra diferença significativa entre os lotes e marcas, que possivelmente foram afetados

por fatores como condições de cultivo, armazenamento pós-colheita, entre outros,

concluindo que a composição dos cogumelos poderá ser diversa, dependendo da região e

do país de cultivo (FURLANI e GODOY, 2007). O mesmo é sugerido por Savoie

Minvielle e Largeteau (2008) ao estudar as propriedades antioxidantes do Agaricus

bisporus. Para os autores, o estádio ideal de colheita associado à escolha do tecido para

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MIRANDA, A. M. Revisão Bibliográfica

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aplicação na indústria poderia melhorar a eficiência deste cogumelo enquanto alimento

funcional.

Sturion & Oetterer (1995) afirmam que o tipo de substrato utilizado no cultivo

influencia a composição química dos cogumelos, principalmente quanto aos teores de

proteínas, fibras e minerais. Uma revisão de literatura envolvendo os problemas fármaco-

toxicológicos (FIRENZUOLI et al., 2007) cita a potencialidade que algumas espécies de

cogumelos teriam de acumular substâncias radioativas, assim como altas concentrações de

metais. Tal relato ressalta a importância de uma avaliação prévia das condições de cultivo,

bem como a necessidade de mais estudos científicos sobre o tempo de colheita e

conservação, uma vez que não se pode desconsiderar a possibilidade de que a maturação

esteja diretamente relacionada a uma possível atividade inibitória da tumorigênese

fornecida por algumas espécies de cogumelos.

Outras análises têm destacado que em sua composição os cogumelos apresentam

diversos nutrientes, tais como vitaminas do complexo B, aminoácidos como arginina e

glutamina (potentes imunomoduladores), ergosterol, niacina, P, Ca e Fe, sendo ricos ainda

em polissacarídeos como as β-glucanas (OLIVEIRA, 1999; CHEUNG, 2010). No entanto,

assim como as condições de cultivo precisam ser avaliadas com cautela, o uso de

metodologias apropriadas deve ser considerado, tendo em vista sua influência direta sobre

a constatação ou não do cogumelo como fonte de determinados nutrientes (FURLANI e

GODOY, 2005).

Sabe-se ainda que a composição química dos cogumelos contém alguns

componentes que podem afetar a digestibilidade ou mesmo exercer outros efeitos

negativos. É o caso da quitina (N-acetil glicosamina), um componente estrutural presente

nas paredes celulares dos fungos. Esse composto é conhecido por diminuir a

digestibilidade ao mesmo tempo em que desempenha um importante papel como

constituinte das fibras (BAUER-PETROVSKA et al., 2001). À quitosana, um produto

resultante da desacetilação da quitina, tem sido atribuído efeito hipocolesterolemiante

(ZHANG et al., 2008).

Além de seus componentes nutricionais básicos, alguns cogumelos são ricos em

compostos bioativos, como os compostos fenólicos. Esses compostos bioativos podem

ainda variar com a espécie de cogumelo. Da mesma forma, as condições de cultivo

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também podem afetar a concentração destas substâncias (BARROS et al., 2007; BARROS

et al., 2008; MATTILA, SUONPÃÃ e PIIRONEN, 2000).

Em geral, inúmeras propriedades terapêuticas são atribuídas aos cogumelos:

antiviral, antibacteriana, hipoglicêmica, anti-hipertensiva, antitumoral e imunomoduladoras

(YU et al., 2009; KODAMA et al., 2005; GAO et al., 2004; MATTILA, SUONPÃÃ e

PIIRONEN, 2000). Pesquisas têm demonstrado que os mesmos podem ser utilizados ainda

na prevenção de doenças como asma (LIU et al., 2003), alergias alimentares (HSIEH et al.,

2003), dermatite atópica (KUO et al., 2002), trombose (YOON et al., 2003), turbeculose

(MARKOVA et al., 2003), choque séptico (KIM et al., 2003) e aterosclerose (YAMADA

et al., 2002). No que tange a suas propriedades sobre as doenças cardiovasculares e a

hipercolesterolemia, o uso dos cogumelos como apoio à prevenção e ao tratamento tem

sido baseado em sua composição rica em fibras, esteróides, proteínas e outros nutrientes,

além do seu baixo valor calórico, combinação ideal para a prevenção inicial destas doenças

(GENNARI et al., 2003; GUILLAMÓN et al., 2010). Da mesma forma, diversos estudos

vêm demonstrando uma relação íntima entre substâncias presentes nos cogumelos e o

metabolismo de colesterol, agindo, portanto, como importantes reguladores de sua síntese e

absorção (BOBEK, GINTER e OZDIN, 1993; CHEUNG, 1998; GUNDE-CIMERMAN e

CIMERMAN, 1995; HAIPING, MINGMING ZHANG e GUIJI, 2009; HOSSAIN et al.,

2003; MORI et al., 2008). Como exemplo, tem-se a eritadenina, isolada do Lentinula

edodes. O efeito hipocolesterolêmico desse composto pode estar associado a alterações no

metabolismo de fosfolipídios, induzindo uma deficiência da fosfatidiletanoamina N-

metiltransferase e a uma alteração, a nível molecular, no perfil de ácidos graxos

plasmáticos e hepáticos, suprimindo a conversão metabólica do ácido linoléico a ácido

araquidônico. Há ainda o Mevinolin (Lovastatina), extraído do Pleurotus ostreatus,

conhecido como um potente inibidor da HMG-CoA redutase – enzima chave na biossíntese

de colesterol (Fig. 2) (GUILLAMÓN et al., 2010). Já quando nos referimos às

propriedades antimicrobianas, o Lentinan, nome comercial dado ao polissacarídeo extraído

do Lentinula edodes, vem exibindo uma potente ação contra o HIV, inibindo a replicação

viral (GORDON et al., 1998; NGAI e NG, 2003).

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Figura 2: Estrutura química da Lovastatina (A) e da Eritadenina (B). Fonte: GUILLAMÓN et

al.(2010).

Muitas espécies de cogumelos, dentras elas o Agaricus bisporus, Boletus edulis

Agaricus blazei, Agrocybe cylindracea, Ganoderma lucidum têm sido estudadas para

avaliar seus efeitos antiinflamatórios e antioxidantes (LAKSHMI et al., 2003; TSAI et al.,

2007; OLIVEIRA et al., 2007; SAVOIE, MINVIELLE e LARGETEAU, 2008).

Diferentes substâncias antioxidantes estão sendo encontradas, dentre elas alguns

polissacarídeos, ergosterol, ácido nicotínico, triterpenos e compostos fenólicos. De acordo

com a literatura, alguns polissacarídeos extraídos de cogumelos podem atuar como

removedores do radical superóxido ou como “varredores” do radical hidroxila (MAU, LIN

e CHEN, 2002).

No entanto, as maiores evidências científicas sobre as propriedades terapêuticas dos

cogumelos encontram-se junto ao seu efeito antitumoral e imunomodulador

(FULLERTON et al., 2000; YU et al., 2009; NIU et al., 2009; PINTO et al., 2009;

TAKAKU, KIMURA e OKUDA, 2001). Estudos têm sugerido que os cogumelos são

capazes de modular a carcinogênese em todas as fases da doença através de distintos

mecanismos. No entanto, o exato mecanismo de ação de seus princípios ativos ainda não

está completamente esclarecido na literatura. Alguns autores sugerem que substâncias

presentes nesses fungos, como glucanas, ergosterol, arginina estejam envolvidas na

redução/inibição do crescimento tumoral, na medida em que atuam estimulando as funções

imunológicas (KUO et al., 2002; MIZUNO, SAKAI e CHIHARA, 1995; MIZUNO, 1996;

NOVAES et al., 2003). Outras substâncias como as proteoglicanas e a glutamina, por sua

A

B

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vez, atuam melhorando a qualidade de vida, aumentando assim a sobrevida dos pacientes,

reduzindo por vezes o catabolismo debilitante e promovendo uma maior tolerância à

quimioterapia (KIDD, 2000; KUO et al., 2002; SKUBITZ, 1994). No entanto, outros

estudos são necessários a fim de elucidar os possíveis efeitos colaterais, a toxicidade e os

mecanismos de ação desses componentes bioativos.

2.3 - Agaricus blazei

2.3.1 - Concepção popular versus científica

Atualmente, nota-se um grande interesse não só da comunidade científica, mas

também por parte da população em relação ao cogumelo do sol. Nesse ponto, interesses

científicos muitas vezes entram em conflito com os interesses populares, surgindo então a

necessidade de que algumas questões sejam melhor esclarecidas, inclusive com relação à

forte influência exercida pela mídia que, visando sobretudo o lucro, nem sempre se

preocupa com o embasamento científico.

No que se refere à saúde da população brasileira, nota-se uma transição nutricional

nos últimos anos, na qual boa parte dela encontra-se acima do peso. Essa transição tem

contribuído de modo significativo para uma corrida pela qualidade, segurança e

diferenciação dos alimentos, provavelmente conseqüência de uma diminuição do seu valor

intrínseco, tornando-se assim cada vez mais tênue a linha de separação entre um

medicamento e um alimento (PANETTA, 2004). Surgem então, como mencionado acima,

inúmeras propostas sobre os alimentos funcionais, uma vez que, obrigatoriamente, tornam-

se presentes no dia a dia do cidadão comum, suscitando, na maioria das vezes, inúmeras

dúvidas e más interpretações.

Segundo Lévy-Strauss (1963), a condição de cura estaria no axioma: a “eficácia da

magia implica na crença em magia”. Não obstante, passadas algumas décadas, ainda se

atribui muita eficácia aos tratamentos ditos xamanísticos. Minayo (1988), em seu artigo

“Saúde-doença: uma concepção popular da etiologia” observa que o desenvolvimento de

teorias populares está relacionado às experiências da vida e que tais teorias reorganizam-se

constantemente a partir do contato com a prática, tanto no campo da medicina “oficial”

quanto no que se refere aos sistemas alternativos.

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15

Ao nos determos na relação entre estudos científicos e apropriação popular,

verificamos como as observações feitas acima se mostram pertinentes. Seja no campo da

fé, que invariavelmente exerce grande influência sobre explicações saúde/doença, ou na

própria manutenção de crenças tradicionais ou ainda em novas formas que vão sendo

incorporadas pela população, o consumo de alimentos considerados benéficos à saúde

muitas vezes extrapola as comprovações científicas. Especificamente no caso do cogumelo

do sol, observa-se como esse enorme interesse, seja ele científico ou econômico, vem

provocando imensa polêmica. É o que ocorre, por exemplo, com a relação feita entre os

tibicos e o cogumelo do sol (Fig. 3C e 3A, respectivamente), identificados como sendo um

único produto, fato não confirmado pela literatura. Para muitos, os tibicos, por vezes

mencionado como cogumelo do sol, consistem em uma promessa de salvação, trazida ao

México por Madre Tereza de Calcutá (Em: <http://www.happyherbalist.com>. Acesso em

27 novembro 2007). Porém, a forma como esse suposto cogumelo foi e vem sendo

disseminado é diferente daquelas tradicionalmente comercializadas (in natura, cápsulas ou

desidratado) e atualmente autorizadas pela ANVISA (Informe Técnico nº. 6 de 31 de

janeiro de 2003).

Embora quando cultivados por fermentação submersa os cogumelos adquiram uma

conformação semelhante a este grão, uma criteriosa avaliação deve ser feita, visto que

neste tipo de cultivo a identificação do cogumelo se torna mais complexa, justamente por

não termos a formação do corpo de frutificação, sendo usualmente esféricos (Fig. 3B)

(BIFENG e YUEXIN, 2003). O mesmo cuidado deve ser tomado a fim de não confundir o

Agaricus blazei com o cogumelo tibetano – um consórcio microbiano – nem com outras

associações simbióticas da mesma natureza, como Kumish e o cogumelo Kombucha,

presentes na medicina popular dos países asiáticos (CARDOSO et al., 2005).

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Figura 3: Cultivo do Agaricus blazei (Murrill): Canteiro protegido (A) e Cultivo submerso (B).

Fonte: Adaptado GUIMARÃES (2006). C: Tibicos. Fonte: <http://www.happyherbalist.com>.

Verifica-se ainda em páginas da Internet que comercializam o cogumelo do sol, sua

indicação como o famoso “bom para tudo”, exaltando e evidenciando muitas das

propriedades que até então não possuem comprovação científica, como no caso da

eliminação da catarata, alegação que certamente influencia na divulgação e utilização do

produto, aumentando a sombra da ansiedade sobre a “cura” através dos alimentos.

No entanto, o que se pode observar a partir de tais colocações é que nem sempre a

denominação “produto natural” consegue ser bem interpretada pela sociedade. Já no século

XV o filósofo Paracelsus dizia: “Toda substância é um veneno, a dose certa é que

diferenciará o veneno do remédio”. E mesmo hoje, mediante tanta informação, muitos

assuntos ainda geram controvérsias e más interpretações de certa forma prejudiciais a

certos indivíduos em determinados períodos de sua vida. E mesmo diante das mais recentes

tecnologias e inovações, a cultura popular ainda se mantém como ponto forte e responsável

pela maioria das atitudes da população, sejam estas benéficas ou não.

A B

C

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17

2.3.2 - Histórico

Figura 4: Corpos de frutificação do Agaricus blazei. A e B: Em diferentes estágios de maturação,

C: Cultivo protegido. Fonte: <http://www.portaldoagronegocio.com.br>.

O Agaricus blazei é nativo do Brasil (Fig.4). De acordo com sua classificação

taxonômica, consiste em um fungo verdadeiro, pertencente ao reino Fungi, divisão

Basidiomycota, ordem Agaricales, família Agaricaceae. Seu corpo de frutificação, também

conhecido como basidiocarpo ou cogumelo, é visível a olho nu, tendo como características

o estipe central separado do píleo, lamelas livres, acinzentadas quando jovens, tornando-se

marrom-escuras na maturidade (URBEN et al., 2001).

A descoberta do A. blazei ocorreu no município de Piedade, região sudoeste de São

Paulo. Conta-se que o Cogumelo de Piedade ou Princesa, como era denominado, foi

descoberto há mais de 40 anos pelo imigrante japonês Takatoshi Furumoto. Ao constatar

que este cogumelo era diferente das espécies cultivadas por ele – Agaricus bisporus e

Lentinula edodes – e por não conseguir identificá-la, enviou amostras ao Instituto de

Botânica de São Paulo e para centros de pesquisa no Japão. Como as tentativas de

A B

C

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identificação não foram bem sucedidas nestas instituições, as amostras foram enviadas aos

renomados taxonomistas de fungos David Pegler (Inglaterra) e Paul Heinemann (Bélgica) .

Então, em 1993, Heinemann identificou o fungo como Agaricus blazei. Segundo o

pesquisador, tal espécie era de ocorrência natural da América do Norte, descrita na Flórida

em 1945 por Murrill (AMAZONAS, 2004). Essa denominação tem sido a mais usada na

literatura para se referir aos aspectos biotecnológicos e medicinais do cogumelo, assim

como para a maioria de seus produtos comercializados. No entanto, existem controvérsias

sobre o correto nome das espécies brasileiras. Em 2002, ao analisar as estruturas

reprodutivas deste fungo, Wasser propôs que o cogumelo nativo do Brasil fosse

considerado como uma nova espécie – Agaricus brasilienses – ou então referido como

Agaricus blazei ss.Heinemann.

Segundo Kerrigan (2005), em 1893 o botânico americano Peck, a partir de

exemplares cultivados no estado de Nova York, foi o primeiro a descrever este cogumelo,

denominando-o como Agaricus subrufescens. E que, segundo as normas da nomenclatura

botânica, o A. subrufescens, por ser o nome de maior antecedência, deveria ser o utilizado.

Há ainda no Brasil, a utilização do nome Agaricus sylvaticus Shaeffer, o que segundo

especialistas, constitui um erro taxonômico, visto que segundo a literatura o nome correto

seria Agaricus silvaticus Schaeffer (DIAS, ABE e SCHWAN, 2004). Neste trabalho, será

mantido o nome de Agaricus blazei, por se tratar do nome comumente utilizado e

encontrado na literatura.

O A. blazei cresce em regiões temperadas, onde a temperatura ambiente varia de

23ºC a 28ºC. Dependendo da região onde venha crescer, poderá apresentar de 10 a 15 cm.

Sua característica de crescimento e desenvolvimento em campos abertos e ensolarados,

requerendo normalmente a luz para desenvolver os corpos de frutificação, lhe conferiu a

denominação de cogumelo do sol, pela qual passou a ser conhecido em outros países,

exceto no Japão, onde é conhecido como “Himematsutake”.

Ao contrário de outras espécies, este cogumelo não nasce em árvores, mas em

lugares abertos. A sobrevivência ou não dos cogumelos estaria relacionada às condições de

temperatura a que são submetidos (BORZACCHINI, 2008). Segundo Vilela (2008), o

Brasil não possui estatística oficial sobre a produção de cogumelos, mas a maior região

produtora estaria localizada no alto Tietê, em São Paulo. Ainda de acordo com Oliveira et

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al. (1999), esse cogumelo possui características agronômicas com alto potencial de cultivo

em nosso território.

2.3.3 - Propriedades funcionais do Agaricus blazei

No que se refere ao potencial hipocolesterolêmico do Agaricus blazei, poucos são

os trabalhos envolvendo essa espécie e os que existem são conflitantes. Em 2003, Lee e

Koh avaliaram os efeitos da suplementação de cultura líquida do Agaricus blazei sobre o

metabolismo de lipídios em ratos. Os autores encontraram uma redução significativa nos

níveis séricos de colesterol total, LDL-c e triacilgliceróis, concomitante a um aumento nos

níveis de HDL-c, resultado atribuído a um efeito dose-dependente. Já Braga et al. (2008),

ao avaliarem os efeitos do Agaricus blazei também administrado na água, encontraram

uma redução significativa somente para os níveis de triacilgliceróis e VLDL, não sendo

observada nenhuma alteração para os níveis de LDL e HDL quando comparados aos

controles. Por outro lado, Gonçalves (2007) ao verificar a influência da suplementação do

ABM (5%) na aterogênese em camundongos apo-E knockout não encontraram qualquer

alteração desse cogumelo sobre o perfil lipídico. Ao contrário, essa suplementação parece

ter aumentado a lesão aterosclerótica, por uma ativação do estado inflamatório.

Os trabalhos envolvendo este cogumelo versam, em sua maioria, sobre sua

capacidade em potencializar o sistema imunológico, agindo como ativadores das células B

do sistema imune e fortalecendo o mesmo. Tais trabalhos enfocam, assim, sua

potencialidade anticarcinogênica (BERNARDSHAW et al., 2006; KAWAMURA e

KASAI, 2006; KIMURA et al., 2004; SORIMACH et al., 2001). Com relação a essa

potencialidade junto ao sistema imune, um componente em especial, as β-glucanas, tem

despertado grande interesse.

Estudo realizado por Zhong, Tai e Yamamoto (2005) relatam como vem crescendo

nos últimos anos o consumo do A. blazei como alimento funcional no Japão. Esse trabalho

demonstra que a relação de seu mecanismo antitumor, via imunidade inata e/ou adaptativa,

implica em um aumento das respostas imunes e da potencialização da autodefesa da

imunidade celular. Porém, detalhes desta ativação, ou seja, de como essas células estariam

respondendo a este estímulo, não são esclarecidos. Os autores sugerem que a ativação

esteja relacionada ao tipo de administração e ao extrato utilizado.

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Nessa mesma perspectiva, Kawamura e Kasai (2006) relatam como muitos

pacientes com câncer no Japão estão consumindo o A. blazei na crença em suas

propriedades medicinais. Em 2001, Takaku, Kimura e Okuda isolaram uma fração lipídica

deste cogumelo com atividade antitumoral. Esta fração, identificada como ergosterol, após

20 dias de admistração oral em camundongos com sarcoma 180, permitiu uma redução

significativa do tumor, sem provocar qualquer efeito colateral. Bernardshaw, Johnson e

Hetland (2005), ao analisarem a administração oral de extratos do ABM, observaram que

os mesmos ofereceram proteção sistêmica contra infecção por S. pneumoniae em

camundongos, sendo considerados um adicional profilático e uma possibilidade terapêutica

contra bactérias e outras infecções em humanos. Todavia, Zhong, Tai e Yamamoto (2005),

ao utilizarem o extrato aquoso do Agaricus blazei preparado em diferentes temperaturas e

fracionado por precipitação com diferentes concentrações de etanol, verificaram que o

efeito foi dependente da concentração e do tratamento dado ao extrato. O extrato aquoso

original do Agaricus blazei não apresentou qualquer efeito sobre a estimulação das células

NK (Natural killer). Da mesma forma, em estudo já citado, Firenzuoli et al. (2007)

relataram as dificuldades em estabelecer o melhor extrato e substâncias ativas do cogumelo

e mostraram a necessidade de encontrar um extrato homogêneo que possa servir de padrão

para que suas atividades possam ser estudadas e esclarecidas.

Com relação às β-glucanas, por se tratar de uma fibra solúvel, evidências científicas

têm demonstrado que elas apresentam significativa importância na redução do colesterol

sangüíneo e na absorção de glicose pelos diabéticos (KIM et al., 2005). Verifica-se ainda

sua eficácia no combate às toxinas do organismo, auxiliando na prevenção e tratamento do

câncer. Entretanto, a adoção das β-glucanas como um critério de qualidade nutracêutica

dos cogumelos deve ser tratada com reservas, uma vez que é comum observar na literatura

a utilização de métodos inespecíficos para sua determinação. A aplicação inadequada

destes métodos muitas vezes é responsável por estimativas erradas dos reais valores de β-

glucanas (PARK et al., 2003). De acordo com Eira (2003), é preciso ter cuidado na adoção

dos métodos enzimáticos de análise, visto que nem sempre apresentam uma boa

reprodutibilidade.

Considerando que a ação biológica das glucanas pode estar relacionada à sua

estrutura, o quadro I apresenta as principais estruturas químicas de diversas glucanas

presentes no A. blazei, principalmente β-glucanas e seus respectivos mecanismos de ação.

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Fonte: Adaptado de CAMELINI et al. (2005)

Sabe-se também que o tipo de tratamento dado às β-glucanas poderá influenciar

positiva ou negativamente sua potencialidade antitumor (KIMURA et al., 2004), assim

como o tipo de administração e o extrato utilizado. É comum observarmos na literatura

diferenças com relação a sua concentração. Alguns estudos mostraram que as β-glucanas

presentes no A. blazei estão em maior quantidade quando comparado a outras espécies

(CAMELINI et al., 2005). Outros não encontraram diferenças significativas no conteúdo

de β-glucanas entre as diferentes espécies de cogumelos. Isto porque, por fazerem parte da

Glucanas Atividades Mecanismo de Ação Autores

In Vitro In Vivo

(1-6)β-

glucana-

proteína

Anti-tumor

Sarcoma 180

KAWAGISHI et

al.(1990);

MIZUNO et

al.(1990b)

(1-6) (1-3)β-

glucana

Anti-tumor

Sarcoma 180

MIZUNO et al.

(1990a)

(1-6)β-

glucana-

proteína

Anti-tumor

Meth A

Linfócitos Taux.

Linfócitos Tsupres.

ITOH et al.

(1994)

(1-4) α-glucana

(1-6)β-

glucana-

proteína

Anti-metastase

Meth A (intra

tumoral)

Imunoestimulação

com citotoxicidade

seletiva

EBINA e

FUJIMIYA(1998)

(1-4) α-glucana

(1-6)β-

glucana-

proteína

Tumoricida em

células de

tumor Meth A

Anti-tumor e

anti-metástase

Meth A

Citotoxicidade

seletiva, aumento

das NK e apoptose

FUJIMIYA et

al.(1998)

(1-6)(1-3)β-

glucana e (1-6)

(1-3)β-

glucana-

proteína

Anti-tumor

Sarcoma 180 Imunoestimulação

OHNO et

al.(2001)

(1-6) (1-3)β-

glucana

Proliferação de

linfócitos T e B

DONG et al.

(2002)

Quadro I: Principais glucanas encontradas nas frutificações do A. blazei e suas respectivas

atividades e mecanismos de ação.

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parede das hifas, as β-glucanas estariam presentes em quantidades semelhantes em todos

os fungos (EIRA, 2003).

Os cogumelos constituem ainda uma importante fonte de antioxidantes naturais.

Nas últimas três décadas, a procura por compostos naturais que possam atuar como

antioxidantes tem aumentado significativamente (OYETAYO, 2009). Segundo Tsai et al.,

(2007) a propriedade antioxidante do A. blazei pode estar associada à sua alta concentração

em tocoferóis. Outros trabalhos, utilizando-o na forma de extratos, também ressaltam sua

potencialidade antioxidante, embora atentem para a necessidade de que mais pesquisas

sejam feitas a fim de identificar esses agentes isoladamente (OLIVEIRA et al., 2007; TSAI

et al., 2007). Contudo, embora diversos estudos se concentrem nos efeitos terapêuticos

deste cogumelo, pouca informação está disponível sobre suas propriedades antioxidante e

hipocolesterolemiante.

2.4 - Metabolismo de colesterol, lipoproteínas e sua relação com o

desenvolvimento das doenças cardiovasculares

Atualmente, observa-se uma relação íntima entre um crescente problema de saúde

pública – as doenças cardiovasculares – e os níveis de lipídios plasmáticos e lipoproteínas.

A hiperlipidemia, representada por um aumento dos níveis de triacilgliceróis ou colesterol

é a principal causa de aterosclerose e doenças associadas a ela, dentre elas a doença

cardíaca coronariana, doença cerebrovascular isquêmica e doença vascular periférica.

Hoje, uma das grandes preocupações da humanidade está relacionada a alguns tipos de

lipídios ou compostos que contém lipídios, presentes na corrente sanguínea e que podem

provocar distúrbios cardiocirculatórios com consequências graves (ESMAILLZADEH e

AZADBAKHT, 2008; SODJINOU et al., 2008).

Os lípides biologicamente mais relevantes, tanto do ponto de vista fisiológico

quanto clínico, são os fosfolípides, o colesterol, os triacilgliceróis e os ácidos graxos. Os

fosfolípides formam a estrutura básica das membranas celulares (LENOIR,

WILLIAMSON e HOLTHUIS 2007). O colesterol, além de ser constituinte das

membranas celulares, atuando na fluidez e na ativação de enzimas aí situadas, é precursor

dos hormônios esteróides, dos ácidos biliares e da vitamina D (QIN et al., 2006). Os

triacilgliceróis, por sua vez, consistem em uma das formas de armazenamento energético

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mais importante no organismo, sendo compostos por ácidos graxos livres ligados por

grupos éster a uma molécula de glicerol (HEGELE, 2009).

Quase todas as células dos mamíferos são capazes de produzir colesterol. E, embora

intestino, córtex adrenal e gônadas sejam capazes de produzi-lo em quantidades

significativas, a maior parte desta biossíntese ocorre dentro das células do fígado. O grupo

acetil do acetil-CoA (Fig. 5), que pode ser produzido a partir de glicose, ácidos graxos ou

aminoácidos, é o precursor de todos os carbonos do colesterol e de seus derivados

esteróides (CAMPO E CARVALHO, 2007). Sabe-se que apenas uma pequena parte do

colesterol circulante é proveniente da dieta. A síntese endógena desse metabólito é

responsável por aproximadamente 80% de seu conteúdo. A 3-hidroxi-3metilglutaril

coenzima A redutase (HMG-CoA redutase) catalisa o passo limitante desse processo

(HEGELE, 2009).

Figura 5: Biossíntese do Colesterol a partir do acetil-CoA. Fonte: CAMPO e CARVALHO

(2007).

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Um controle minucioso é exercido por meio de uma série de vias de regulação

sobre a homeostase do colesterol. Essas vias controlam a síntese endógena, a absorção

dietética e o catabolismo do colesterol e de seus metabólitos. Sabe-se que distúrbios em

sua homeostase podem levar a consideráveis aumentos de sua circulação plasmática,

culminando com o desenvolvimento da aterosclerose e demais doenças coronarianas

(LAMMERT e WANG, 2005).

A insolubilidade do colesterol e dos triacilgliceróis no plasma faz com que eles

necessitem ser transportados em macromoléculas esferoidais chamadas lipoproteínas

(HEGELE, 2009). As lipoproteínas plasmáticas são complexos moleculares de lipídios e

proteínas específicas denominadas apolipoproteínas. O tamanho e a diversidade destas

lipoproteínas variam de acordo com a proporção de seus constituintes lipídicos e protéicos.

Consistem ainda em partículas extremamente dinâmicas, visto que estão em constante

estado de síntese, degradação e remoção do plasma. Os quilomícrons são as partículas de

lipoproteínas de menor densidade e maior tamanho. Contêm a maior porcentagem de

lipídios (cerca de 85 a 95% em triacilgliceróis) e a menor porcentagem de proteínas (1 a

2%). As VLDLs e LDLs são mais densas tendo um maior conteúdo de proteína (cerca de

10% em VLDL e 25% em LDL) e menor conteúdo lipídico. As partículas HDL, por sua

vez, são as menores e mais densas das frações lipoprotéicas plasmáticas, com cerca de 50%

de proteínas, 20% de colesterol, sendo a maioria esterificado e 30% de fosfolipídios,

apresentando somente traços de triacilgliceróis (BACHORIK, RIFKIND,

KWITEROVICH, 1996; LIMA e COUTO, 2006).

O metabolismo de lipídios da dieta envolve um grande número de etapas e os

quilomícrons são as primeiras lipoproteínas envolvidas nesse processo. Os mesmos são

sintetizados na mucosa intestinal de onde fazem o transporte dos lipídios oriundos da dieta,

notadamente os triacilgliceróis. Os quilomícrons são secretados na linfa e, uma vez na

circulação, sofrem hidrólise de seus triacilgliceróis pela lipoproteína lipase (LPL),

principal enzima responsável pela hidrólise destes lipídios presente em lipoproteínas,

formando assim os quilomícrons remanescentes (COOPER, 1997; GOLDBERG, 1996).

Essas partículas são enriquecidas de ésteres de colesterol, vitaminas lipossolúveis, contêm

apo-B48 e apo-E e são rapidamente removidas da circulação pelo fígado (COOPER, 1997).

Dentro do fígado, os quilomícrons remanescentes são decompostos em seus aminoácidos e

componentes lipídicos. O colesterol liberado dos lisossomos nos hepatócitos pode ser

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secretado na bile, convertido em ácidos biliares, incorporado em VLDLs para secreção no

sangue via Complexo de Golgi ou esterificado como longas cadeias de ácidos graxos e

estocados nos hepatócitos (OLSON, 1998).

A VLDL, principal lipoproteína do fígado, contém colesterol, fosfolípides,

triacilgliceróis, apo-B100 e pequenas quantidades de apo-E e apo-C. A IDL é formada

quando parte dos triacilgliceróis da VLDL são hidrolisados pela LPL, que passa a ser

considerada como VLDL remanescente, que então é captada pelo fígado (OLSON, 1998).

Parte da fração IDL é degradada pela lipase hepática à LDL, uma lipoproteína que carreia

aproximadamente dois terços do colesterol plasmático humano e que contém somente a

apo-B100 (ORAM e VAUGHAN, 2006).

Já as partículas de HDL carreiam cerca de um terço do colesterol no plasma

humano. Sua principal função é o transporte de colesterol de tecidos periféricos para o

fígado com conseqüente eliminação na bile. Isso ocorre por uma via chamada transporte

reverso do colesterol, que envolve a ação coordenada de múltiplas proteínas celulares e

plasmáticas (ORAM e VAUGHAN, 2006). A HDL atua ainda como um transportador

plasmático eficaz de proteínas envolvidas com o metabolismo de lipídios, como proteína

transportadora de éster de colesterol (CETP), lecitina, colesterol aciltransferase (LCAT) e

proteína transportadora de fosfolipídios (PLTP). Todavia, além do transporte reverso de

colesterol, a HDL possui outras ações protetoras importantes, a saber, proteção

antioxidante, mediação do efluxo de colesterol, inibição da expressão de moléculas de

adesão celular, ativação de leucócitos, indução da produção de óxido nítrico, regulação da

coagulação sanguínea e da atividade plaquetária, que a caracterizam como uma importante

partícula antiaterogênica (LIMA e COUTO, 2006).

Há um controle minucioso por parte do organismo a fim de garantir as necessidades

de lipídios das células ao mesmo tempo em que evita seu acúmulo. Entretanto, esse

delicado equilíbrio, por motivos ainda não totalmente esclarecidos, pode romper-se,

elevando assim o nível de um ou mais componentes lipídicos na corrente sanguínea,

consistindo desta forma no que se denomina dislipidemia (GONÇALVES et al., 2006).

A relevância das dislipidemias como problema de saúde pública está na sua relação

com as doenças cardiovasculares, principalmente como fator de risco para o

desenvolvimento da aterosclerose. As correlações existentes entre o risco para a doença

arterial coronariana (DAC) e as concentrações séricas elevadas de colesterol total,

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principalmente na forma de colesterol em lipoproteína de baixa densidade, e baixas

concentrações de colesterol em lipoproteínas de alta densidade, já estão bem estabelecidas

(CHEN, SHAO e SU, 2004; BALKAN et al., 2004). Segundo dados da Sociedade

Brasileira de Cardiologia, a apresentação laboratorial das dislipidemias compreende quatro

situações bem definidas, a saber, hipercolesterolemia isolada (valores aumentados de

colesterol total); hipertrigliceridemia isolada (valores aumentados de triacilgliceróis);

hiperlipidemia mista (valores aumentados de colesterol total e de triacilgliceróis) e a

diminuição isolada de HDL ou em associação com um aumento de LDL e/ou dos

triacilgliceróis.

Sabe-se que em condições normais a captação da LDL-c pelas células através do

receptor clássico de LDL não pode provocar um acúmulo apreciável de colesterol, porque

o receptor está sujeito à inibição pelo conteúdo intracelular de colesterol. Contudo, formas

modificadas de LDL, como a LDL acetilada ou LDL oxidada, são captadas através do

mecanismo de reconhecimento pelo receptor scavenger (presente em macrófagos), que por

não possuírem um mecanismo de regulação do colesterol por feedback, acabam levando a

um substancial acúmulo deste metabólito e subseqüente formação de células espumosas, o

que caracteriza a primeira manifestação clínica da placa aterosclerótica (CARMENA,

DURIEZ e FRUCHART, 2004; STROCKER e KEANEY-Jr, 2004; GOTTO, 2003).

Nessa perspectiva, muitos estudos têm examinado o potencial papel do estresse

oxidativo na aterosclerose, visto que fatores de risco para esta patologia, especialmente a

hipercolesterolemia, aumentam o risco da produção de espécies reativas de oxigênio

(EROs), facilitando assim o dano oxidativo (ARMSTRONG, MORROW e SABATINE,

2006). Cabe lembrar, contudo, que espécies reativas de oxigênio são produzidas durante o

metabolismo normal, seja por processos enzimáticos ou não enzimáticos. Porém, quando o

equilíbrio entre os agentes pró-oxidantes e antioxidantes é rompido em favor dos pró-

oxidantes, diz-se que o organismo ou a célula encontra-se sob estresse oxidativo com

potenciais danos a suas principais estruturas (ARAÚJO, PRADA e MELLO, 2006;

MADAMANCHI et al., 2005). Do mesmo modo, diversas linhas de evidência indicam que

a modificação oxidativa de proteínas e seu posterior acúmulo – que podem ser prévios

indicativos de dano tecidual mediado por EROs – são encontrados em células durante o

estresse oxidativo e aterosclerose. Isto porque aminoácidos livres e resíduos dos mesmos

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MIRANDA, A. M. Revisão Bibliográfica

27

em proteínas são altamente suscetíveis a oxidação por uma ou mais destas espécies

(STADTMAN e LEVINE, 2003).

Como vimos, a aterosclerose é uma doença de alta incidência, causando mais

mortes que todos os tipos de câncer combinados e que demanda custos elevados para seu

tratamento.

Um número considerável de estudos tem demonstrado que o uso de drogas

hipolipemiantes reduz o número de eventos cardiovasculares e a mortalidade por doenças

coronarianas (ARONOW, 2008). No entanto, os hipolipemiantes devem ser empregados, a

priori, sempre que não houver um efeito satisfatório na mudança no estilo de vida ou uma

impossibilidade de aguardar os efeitos desta mudança por fatores clínicos. Entretanto,

devido a certa resistência à restrição dietética e às limitações financeiras para o uso

prolongado de drogas hipolipemiantes, muitos indivíduos têm buscado tratamentos

alternativos para o controle dos níveis de colesterol. Porém, vários destes tratamentos que

vem sendo utilizados empiricamente carecem de estudos científicos que permitam

conclusões mais confiáveis (DICKEL, RATES e RITTER, 2007).

Nesse sentido, a busca por substâncias naturais eficazes em reduzir os níveis de

colesterol e de radicais livres é crescente. As propriedades e particularidades dos

cogumelos, aliadas a seu potencial hipolipidêmico, tornam estes fungos alvo importante de

pesquisa para os eventos associados à hiperlipidemia e à aterosclerose, como mencionado

anteriormente. Contudo, os efeitos medicinais destes cogumelos são, muitas vezes,

promovidos sem evidências científicas, baseados apenas na crença popular. Desta forma,

este trabalho busca acrescentar à literatura dados sobre os efeitos da suplementação do

Agaricus blazei sobre o perfil lipídico hepático e sérico, defesas antioxidantes e

marcadores do estresse oxidativo em ratos. Além disso, parâmetros relacionados ao

metabolismo nitrogenado foram avaliados através de marcadores bioquímicos séricos a fim

de se assegurar sua utilização como alimento funcional, sem, contudo, causar prejuízos

hepáticos e renais, o que por vezes se observa quando o mesmo é ingerido na forma de

extratos ou chás devido ao seu grande conteúdo em bases púricas e pirimídicas.

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OBJETIVOS

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MIRANDA, A. M. Objetivos

28

CAPÍTULO 3 - OBJETIVOS

3.1 - OBJETIVO GERAL

Avaliar o potencial hipocolesterolêmico e antioxidante do Agaricus blazei (Cogumelo do

Sol) em um modelo de hipercolesterolemia induzida por dieta em ratos.

3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3.2.1 - Caracterização bromatológica do Agaricus blazei

3.2.2 - Caracterização nutricional e bioquímica dos animais

3.2.3 - Avaliação do potencial hipocolesterolêmico do Agaricus blazei

3.2.4 - Avaliação do potencial antioxidante do Agaricus blazei

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MATERIAL E MÉTODOS

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MIRANDA, A. M. Material e Métodos

29

CAPÍTULO 4 - MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - Animais

Foram utilizadas 32 ratas da linhagem Fischer, com aproximadamente 90 dias de

idade e peso médio de 176g, provenientes do Laboratório de Nutrição Experimental do

Departamento de Alimentos, Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto. Os

animais foram mantidos em gaiolas individuais, dispostas em ambiente arejado com

controle de temperatura, umidade e luminosidade. O experimento foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) (ANEXO I),

sendo o manejo dos animais realizado de acordo com os princípios e diretrizes descritas no

Canadian Council on Animal Care (1984).

4.2 - Dietas

Os animais foram alimentados com dietas padrão AIN-93M, 4% óleo de soja

(REEVES, NIELSEN e FAHEY, 1993) ou dieta hipercolesterolemiante com 25% de óleo

de soja e 1% de colesterol (MATOS et al., 2005), suplementadas ou não com o cogumelo

em pó, conforme a Tabela I. Para cada quilo de dieta preparada foram utilizados 10 gramas

de cogumelo desidratado em pó. O cogumelo foi cedido pelo Laboratório de Cogumelos

Comestíveis da Universidade Federal de Lavras.

As dietas foram confeccionadas no Laboratório de Nutrição Experimental, Escola

de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto. As mesmas foram acondicionadas em

sacos plásticos devidamente identificados e armazenadas em freezer durante o período

experimental. Para seu preparo, utilizou-se mistura de sais e de vitaminas preparadas no

referido laboratório, a partir dos compostos descritos na tabela abaixo:

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MIRANDA, A. M. Material e Métodos

30

4.3 - Composição Centesimal do Agaricus blazei

Foram determinados os teores de umidade, proteínas, cinzas, lipídios totais, fibras e

carboidratos. As análises foram realizadas no Laboratório de Bromatologia do

Departamento de Alimentos da Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.

4.3.1 - Umidade

A umidade se caracteriza pela perda de peso que ocorre no produto quando este é

aquecido em condições nas quais somente a água é removida. O método utilizado para esta

determinação foi o da secagem em estufa a 105ºC, até peso constante, conforme descrito

pela AOAC (1984).

4.3.2 - Proteínas

O teor de nitrogênio total foi determinado segundo o método semimicro Kjeldahl,

descrito pela AOAC (1984), com amostras em triplicata. Usou-se o fator 4,38 no cálculo

da conversão do nitrogênio em proteína.

Nutrientes Padrão Padrão + A. blazei Hipercolesterolemiante Hipercolesterolemiante + A.

blazei

Caseína 140,0 140,0 140,0 140,0

Amido Milho 722,5 712,5 502,5 492,5

Óleo de Soja 40,0 40,0 250,0 250,0

Colesterol 0,0 0,0 10,0 10,0

Colina 2,5 2,5 2,5 2,5

Mist. Minerais1

35,0 35,0 35,0 35,0

Mist. Vitaminas2

10,0 10,0 10,0 10,0

Celulose 50,0 50,0 50,0 50,0

A. blazei 0,0 10,0 0,0 10,0

Valor Calórico

(Kcal) 3810,0 3794,0 4910,0 4894,0

TABELA I: Composição dos nutrientes das dietas em gramas para cada 1000g de dieta.

1 Mistura de minerais (expresso em g/kg da mistura): NaCl - 74/KI - 0,01/Citrato Tripotássico - 28/CaCO3-

357/MnCO3- 0,63/Citrato de Ferro - 6,06/ MgO - 24/ K2SO4 - 46,6/ KH2PO4 - 250 / ZnCO3 - 1,65/ CuCO3 - 0,3 /

Na2SeO4 - 0,01 / (NH4)6MoO24 . 4 H2O - 0,00795. Os sais foram adquiridos do Reagen, Rio de Janeiro, Brasil. 2

Mistura de vitaminas (expresso em g/kg da mistura): Niacina - 3 / Pantotenato de Cálcio - 1,6 / Piridoxina HCl - 0,7

/ Tiamina HCl - 0,6 / Riboflavina - 0,6 / Ácido Fólico - 0,2 / Biotina - 0,02 / Cianocobalamina - 2,5 / Vitamina E (500

IU/g) - 15 / Vitamina A (500.000 IU/g) - 0,8 / Vitamina D (400.000 IU/g) - 0,25 / Vitamina K - 0,075 / Sacarose q.s.p.

1Kg. As vitaminas foram adquiridas da Merk, Darmstadt, Alemanha.

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MIRANDA, A. M. Material e Métodos

31

4.3.3 - Cinzas

O teor de cinzas foi determinado por meio da calcinação da amostra em mufla entre

550 a 600 ºC por seis horas, segundo método descrito pela AOAC (1984).

4.3.4 - Lipídios totais

Os lipídios totais foram extraídos com éter de petróleo, em extrator de Soxhlet,

conforme procedimento descrito nas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (2008).

4.3.5 - Fibras alimentares

Utilizou-se o método de determinação de fibra em detergente neutro - aparelho

digestor para fibra Tecnal/TE-149. Este método consiste em um processo rápido para a

determinação da fibra total em alimentos. A fibra em detergente neutro (FDN) é

constituída por celulose, hemicelulose e lignina.

4.3.6 - Carboidratos

Os teores de carboidratos foram obtidos por diferença em relação aos demais

componentes, ou seja, ao valor 100 foi subtraída a soma dos valores obtidos para umidade,

proteínas, lipídeos, fibras e cinzas.

4.4 - Delineamento do experimento:

Os animais foram divididos em quatro grupos de 8 animais de acordo com a dieta

recebida, sendo os seguintes grupos: grupo controle (C) (recebeu dieta padrão), grupo

hipercolesterolêmico (H) (recebeu dieta hipercolesterolemiante), grupo controle +

Agaricus blazei (CAb) (recebeu dieta padrão suplementada com 1% de cogumelo) e grupo

hipercolesterolêmico + Agaricus blazei (HAb) (recebeu dieta hipercolesterolemiante

suplementada com 1% de cogumelo). Nos primeiros 14 dias de experimento, os grupos

passaram por um período de adaptação às dietas, onde os grupos C e CAb receberam dieta

padrão e os grupos H e HAb receberam a dieta hipercolesterolemiante. Após essas duas

semanas de adaptação, cada grupo passou a receber sua respectiva dieta por mais seis

semanas. Os animais foram pesados semanalmente durante todo o experimento. As

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32

medidas de ingestão alimentar também foram realizadas durante todo período

experimental.

4.5 - Obtenção do soro e plasma

Ao final das 8 semanas de experimento realizou-se a eutanásia. Os animais foram

deixados no mínimo 8 horas e no máximo 12 horas em jejum, anestesiados e eutanasiados.

O sangue foi coletado através do plexo braquial e colocado em tubo eppendorf (com 2,0

mL de capacidade) que posteriormente foi centrifugado a 13000 rpm por 15 minutos para

obtenção do soro, o qual foi guardado sob refrigeração (4°C). Para as dosagens que

necessitaram ser realizadas usando o plasma, 15µL de anticoagulante Glistab® (Labtest

cat. 29) foram adicionados previamente ao eppendorf. As diversas dosagens bioquímicas

foram realizadas imediatamente ou em até três dias.

O fígado, os rins e a gordura abdominal foram retirados no momento da eutanásia e

pesados. Os fígados retirados foram congelados para posterior dosagem de lipídios totais.

4.6 - Dosagens dos Parâmetros Bioquímicos

No experimento, as dosagens bioquímicas foram realizadas utilizando-se kits

comerciais Labtest Diagnóstica S.A., sendo elas: Albumina, ALT, AST, Colesterol Total,

Colesterol-HDL, Creatinina, Fosfatase alcalina (FA), Glicose, Proteínas Totais,

Triacilgliceróis e Uréia. Os princípios dos mesmos e seus respectivos protocolos são

descritos no anexo II.

A concentração do colesterol não-HDL (colesterol VLDL e LDL) foi calculada a

partir da diferença do colesterol total pelo colesterol HDL e expressa em mmol/L:

Os parâmetros bioquímicos realizados sem o uso de kits comerciais foram

Paraoxonase (PON) e Grupos Sulfidrilas cujos protocolos são descritos a seguir:

Outras Frações do Colesterol (mmol/L) = Colesterol Total (mmol/L) – Colesterol HDL (mmol/L)

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MIRANDA, A. M. Material e Métodos

33

4.6.1 - Protocolo de dosagem da atividade de Paraoxonase

4.6.1.1 - Paraoxonase – Atividade arilesterase

Objetivo:

Determinar a atividade arilesterase da enzima paraoxonase, usando o fenilacetato

como substrato, tendo como base a velocidade de hidrólise do fenilacetato, conforme

descrito por Beltowski, Wojcicka e Jamroz (2002).

Procedimento da dosagem:

Adicionou-se, em tubo de ensaio, 2mL de tampão Tris-HCl, 9mM; pH = 8,0

contendo 0,9mmol/L de cloreto de cálcio e 5µL de soro. O conteúdo do tubo foi

homogeneizado no vórtex, incubado em banho-maria durante dois minutos, sendo então

adicionado de 0,5mL da solução Tris - fenilacetato (1µL de fenilacetato para cada 1500µL

de Tris-HCl 9mM; pH = 8,0). Após exatamente 3 minutos, a absorbância foi lida a 270nm.

O espectrofotômetro foi zerado com o branco que continha todos os reagentes acima,

exceto o soro.

Cálculo:

A definição para atividade enzimática é feita de acordo com Beltowski, Wojcicka e

Jamroz (2002), onde 1U de paraoxonase é equivalente à hidrólise de 1mmol de fenilacetato

(ε = 1310 L.mol-1

.cm-1

) por minuto (usualmente a atividade desta enzima é representada

por 1mL de soro). Assim, a atividade arilesterásica da enzima é:

Onde:

ε = Coeficiente de extinção molar;

b = Caminho óptico, igual a 10 mm.

= U/mL Absorbância

ε x b

1000

Tempo x Volume de soro

X

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4.6.1.2 - Paraoxonase – Atividade paraoxonase

Objetivo:

Determinar a atividade paraoxonase da enzima paraoxonase, usando paraoxon

como substrato, tendo como base a velocidade de hidrólise deste, com a liberação do

paranitrofenol por minuto, conforme descrito por Beltowski, Wojcicka e Jamroz (2002).

Procedimento da dosagem

Inicialmente, preparou-se uma solução contendo 9mL de tampão glicina/NaOH a

50mM; pH 10,5 contendo CaCl2 a 0,9mM e 2µL de paraoxon. Posteriormente, em tubo de

polipropileno adicionou-se 780µL dessa solução e 20µL de soro. A solução foi

homogeneizada e as absorbâncias das amostras lidas no espectrofotômetro a 412nm,

exatamente a cada minuto, por 3 minutos. O branco (tubo com 780µL da solução

preparada inicialmente e 20µL de água) foi utilizado para acertar o aparelho.

Cálculo

Segundo Beltowski, Wojcicka e Jamroz (2002) 1U da enzima paraoxonase é

equivalente à hidrólise de 1mmol de paraoxon (ε = 18290 L.mol-1

.cm-1

) por minuto

(usualmente a atividade dessa enzima é representada em unidade por mL de soro). A

atividade paraoxonase da enzima paraoxonase é:

A absorbância utilizada nessa expressão é o delta obtido das três absorbâncias lidas

(absorbância final – absorbância inicial / 2).

4.6.2 - Protocolo de dosagem dos grupos sulfidrilas

Os radicais sulfidrilas representam todos os grupos tióis encontrados em proteínas

como albumina e compostos de baixo peso molecular, como a glutationa. Quando o

estresse oxidativo está elevado, estes grupos podem ser oxidados. A determinação dos

grupos sulfidrilas totais foi realizado usando o reagente de Ellman (DNTB) conforme

= U/mL Absorbância

ε x b

1000

Tempo x Volume de soro

X

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proposto por Sedlak e Lindsay (1968). Os grupos tióis reagem com DNTB formando um

complexo que absorve luz a 412nm.

Reagentes e formas de preparo

Tampão Tris-HCl, pH = 8,2: Foram dissolvidos 24,22g de Trizma Base (PM

121,1) e 8,32g de Ácido Etilenodiaminotetracético (EDTA; PM: 416,21; 99% m/m)

em 800mL de água destilada. O pH foi ajustado em 8,2 usando HCl 3mol/L e água

destilada foi adicionada para completar o volume final para 1000mL. A solução

final continha 30mmol/L de Trizma Base e 3mmol/L de EDTA.

Cloreto de Trietanolamina: Foram dissolvidos 1,33mL de cloreto de

trietanolamina (TEA; PM: 185,7) e adicionou-se água destilada para completar o

volume para 500mL.

Ácido 5,5´-Ditio-bis-(2-nitrobenzóico): Foram dissolvidos 10mg de ácido 5,5´-

ditio-bis-(2-nitrobenzóico) (DTNB; Reagente de Ellman; PM 396,3) em 14,71mL

de metanol (PM: 32,04; 0,79g/mL). Este reagente foi preparado pouco antes da

dosagem e mantido armazenado no gelo durante a utilização.

Solução padrão estoque: Foram dissolvidos 12mg de cisteína (PM: 121,16) em

volume de TEA suficiente para 5mL. A solução final continha 20mmol/L de

cisteína. Este reagente foi preparado pouco antes da dosagem e mantido

armazenado no gelo durante a utilização.

O padrão de cisteína foi feito dissolvendo 50µL de solução padrão estoque em

950µL de TEA. O procedimento foi feito da seguinte forma:

TUBO 1 2 3 4 5 6

CONC (µmol/L) 0 50 100 250 500 1000

Padrão Cisteína

(µL) 0 25 50 125 250 500

TEA (µL) 500 475 450 375 250 0

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Procedimento da dosagem

Para cada amostra, adicionou-se 800µL de metanol, 150µL de Tris-HCl, pH = 8,2,

50µL de DTNB e 40µL de amostra (ou da série de padrões). As mesmas foram

centrifugadas a 13000 rpm durante 15 minutos à temperatura ambiente. As absorbâncias

das amostras foram determinadas a 412nm e a 25°C. Nesta dosagem são feitos dois

brancos, o branco 1 que contém todos os reagentes menos a amostra e o branco 2 que não

contém amostra e DTNB. O branco 2 é utilizado para acertar o aparelho. E as absorbâncias

obtidas de todas as amostras são diminuídas da absorbância obtida para o branco 1.

Cálculos

Foi feita uma curva de calibração padrão nas seguintes concentrações: 0; 50; 100;

250; 500; 1000. Após uma análise de regressão linear da curva padrão, obteve-se a equação

da reta (Concentração = a X Absorbância + b) que foi utilizada para determinar a

concentração de sulfidrilas totais.

4.7 - Protocolos de análise das defesas antioxidantes e da concentração de

biomarcadores do estresse oxidativo em tecido

4.7.1 - Concentração de Glutationa Total

Princípio da técnica

A concentração de glutationa total foi determinada utilizando o kit Sigma #

CS0260. Representando em torno de 90%, a glutationa está presente nas células

principalmente na sua forma reduzida (GSH), o restante aparece na forma de glutationa

oxidada (GSSG). Este kit utiliza um método cinético para mensurar os níveis de glutationa

total (GSH+GSSG) em amostras biológicas, através da redução do DTNB (Ácido 5,5´-

Ditio-bis-(2-nitrobenzóico) a TNB.

1. 2 GSH + DTNB GSSG + 2 TNB

2. GSSG + NADPH + H+

2GSH + NADP+

Glutationa Redutase

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Combinando as duas reações:

DTNB + H+

+ NADPH 2TNB + NADP+

Preparo da amostra biológica

Foram utilizados 100mg de fígado. O tecido foi homogeneizado com 1mL de ácido

sulfossalicílico a 5% (SSA), e em seguida centrifugado por 10 minutos a 4ºC. O

sobrenadante foi retirado e utilizado para a dosagem.

Preparo dos reagentes de estoque

Solução de ácido sulfossalicílico (SSA) a 5%.

Tampão fosfato 5 X (500 mM), contendo EDTA a 5 mM.

Solução padrão estoque de glutationa: 0,3mg de glutationa reduzida em 0,1mL de

água destilada.

Solução estoque de DTNB: 8mg de DTNB foram dissolvidos em 5,33mL de

dimetilsulfossalicílico (DMSO), resultando em uma solução com 1,5mg/mL de

concentração.

Estoque de NADPH (solução de 40mg/mL).

Preparo dos reagentes de trabalho

Solução de enzimas diluída: Diluir 15,2μL de glutationa redutase (100

unidades/mL) em 250μL de tampão fosfato 1x.

Solução de NADPH de trabalho: Da solução estoque de NADPH preparada são

retirados 30μL para 7,5mL de tampão fosfato 1x.

Mistura de trabalho: 8mL de tampão 1x, 228μL da solução de enzimas diluída e

228μL de solução estoque de DNPH.

Solução padrão de glutationa - preparar para a curva padrão: Diluir 10μL de

solução estoque de glutationa padrão com 2mL de ácido SSA a 5%.

Glutationa Redutase

GSSG / GSH

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Procedimento da dosagem

A curva padrão e a dosagem das amostras foram feitas em placas de ELISA. Os

reagentes e a sequência de adições estão descritas nas tabelas abaixo.

Procedimento para curva padrão

Poço 1 2 3 4 5

[GSH] µM 50 25 12,5 6,25 3,125

Solução de GSH

(μL) 50 25 (Tubo 1) 25 (Tubo 2) 25(Tubo 3) 25(Tubo 4)

SSA 5% (μL) - 25 25 25 25

nmoles de GSH

em10 μL de

amostra

0,5 0,25 0,125 0,062 0,0312

Procedimento para o teste

Amostra (*)

SSA 5% Mistura de trabalho

Branco - 10 (μL) 150 (μL)

Padrão (Tubos preparados

para a curva) 10 (μL) - 150 (μL)

Amostra 10 (μL) - 150 (μL) (*)

O termo amostra nos tubos preparados para a curva padrão refere-se aos padrões preparados anteriormente.

As amostras foram incubadas por 5 minutos à temperatura ambiente.

Posteriormente, 50μL de NADPH foram adicionados às mesmas e o cronômetro disparado.

As absorbâncias foram lidas durante 5 minutos, no leitor de ELISA a 412 nm.

Cálculo

Um gráfico foi feito utilizando os pontos obtidos na curva padrão (estes pontos

obtidos consistem no delta das absorbâncias). A equação da reta [Concentração = a X

(delta das absorbâncias) + b] foi determinada após análise de regressão linear. Esta

equação foi utilizada para determinar a concentração em nmoles de glutationa total em

10μL de amostra e este valor convertido para 1mL de amostra.

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MIRANDA, A. M. Material e Métodos

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4.7.2 - Proteína Carbonilada

Objetivo

A oxidação de proteína por EROS leva à formação de derivados carbonílicos. Estes

podem ser mensurados por métodos sensíveis, particularmente aqueles que utilizam a 2,4

dinitrofenilhidrazina (DNP). A DNP reage com grupos carbonílicos gerando a hidrazona

correspondente, que pode ser analisada espectrofotometricamente. A determinação da

concentração hepática de proteína carbonilada foi realizada conforme descrito por Levine

et al. (1994).

Preparo da amostra biológica

Foram utilizados 400mg de fígado. O tecido foi homogeneizado com 2mL de

tampão fosfato a 50 mM, pH: 6,7 contendo EDTA a 1mM e em seguida, centrifugado a

10000 rpm por 10 minutos a 4º C. O sobrenadante foi retirado e utilizado para a dosagem.

Reagentes utilizados e forma de preparo

Ácido Clorídrico a 2,5M.

DNPH (2,4-dinitrofenilhidrazina): 0,01g de DNPH foram diluídos em 10mL de

HCl 2,5 M. Obtendo-se uma solução de DNPH a 0,1%. Esta solução foi estocada

no escuro a 4°C.

Solução de TCA (ácido tricloroácetico): Inicialmente uma solução de TCA 2g/ml

foi preparada. Dessa solução foram retirados 12mL e diluídos em 108mL de água,

obtendo-se uma solução final de TCA a 20%. Em seguida, 40mL da solução de

TCA a 20% foram retirados e diluídos em 40mL de água, tendo uma solução final

de TCA a 10%.

SDS 6%: Dodecilssulfato de Sódio.

Mistura de etanol e acetato de etila: Em um frasco foram diluídos 30mL de

etanol e 30mL de acetato de etila.

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40

Procedimento da dosagem

Dois tubos de polipropileno são utilizados para cada amostra, sendo um

denominado Amostra (A) e outro Controle (C). Transferiu-se então, 500 L de

homogeneizado de fígado para cada tudo (A e C). Em seguida, adicionou-se 500 L de

TCA a 10%, com posterior homogeneização e centrifugação a 5000rpm por 10minutos a

4°C. Depois, adicionou-se ao tubo A 500 L de DNPH (2,4-dinitrofenilhidrazina) e 500 L

de HCl 2,5mol/L no tubo C. Ambos os tubos foram mantidos no escuro à temperatura

ambiente por um período de 30 minutos, sendo novamente homogeneizados a cada 15

minutos. Em seguida adicionou-se novamente 500 L de TCA a 10% em cada tubo, com

nova homogeneização e centrifugação. Após a centrifugação, o sobrenadante foi

descartado e 1mL de mistura de etanol:acetato de etila foi adicionado aos tubos e

novamente homogeneizados. Uma nova centrifugação foi realizada. Em seguida, o

sobrenadante foi novamente descartado e repetiu-se a lavagem com a mistura

etanol:acetato de etila. Após esse processo, o sobrenadante dos tubos foi novamente

descartado e adicionado 1mL de SDS a 6% em ambos os tubos. Após nova

homogeneização e centrifugação, os sobrenadantes dos tubos foram retirados e lidos no

espectrofotômetro a 370nm.

Cálculos

Para determinar a concentração de proteína carbonilada foi utilizada a equação de

Lambert Beer:

A= C x b x ε

Onde

A = Subtração da absorbância do tubo A (amostra) pela absorbância do tubo C (controle).

C = Concentração

b=Caminho óptico

ε=Coeficiente de extinção molar

O conteúdo de proteína carbonilada foi calculado usando o coeficiente de extinção

molar de 22000 M -1

cm -1

e expresso por nmol de proteína carbonilada formada por mg de

proteína.

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41

Para se obter a concentração de proteína carbonilada em relação à concentração de

proteínas totais no fígado, este parâmetro foi determinado pelo método de Lowry (descrito

a seguir).

4.7.3 - Proteínas Totais em tecido - Método de Lowry

Este método foi descrito pela primeira vez por Lowry et al. (1951). Consiste em um

método muito confiável, sendo, portanto, amplamente utilizado. Este método é baseado nas

ligações das proteínas, que em meio alcalino, unem-se aos íons cobre (Cu+) formando uma

cor azul que é dependente em parte, do índice de tirosina e triptofano da amostra, já que os

íons cobre catalisam a oxidação de aminoácidos aromáticos.

Reagentes utilizados e forma de preparo

Reagente A: São dissolvidos 0,25g de sulfato de cobre (CuSO4 . 5H2O) e 0,5g de

citrato de sódio em 100mL de H2O destilada. A solução foi armazenada, no escuro,

em temperatura ambiente.

Reagente B: São dissolvidos 5g de carbonato de sódio e 1g de hidróxido de sódio

em 250mL de H2O destilada. Foi armazenado em temperatura ambiente.

Reagente C: 1mL do reagente A é adicionado em 50mL do reagente B. Preparado

na hora do teste.

Reagente D: 1mL do reagente de Folin-Ciocateau é dissolvido em 1mL de água

destilada. Preparado na hora do teste.

Curva padrão para proteínas totais

Para a curva foram feitos quatro pontos, de acordo com o seguinte procedimento:

P1: 25µL de uma solução estoque de proteínas a 0,2mg/dL foram pipetados e o

volume completado com água destilada para 100mL. A concentração final obtida

deste ponto foi de 0,05mg/mL.

P2: 7,5µL de uma solução estoque de proteínas a 2mg/dL foram pipetados e o

volume completado com água destilada para 100mL. A concentração final obtida

deste ponto foi de 0,15mg/mL.

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42

P3: 15µL de uma solução estoque de proteínas a 2mg/dL foram pipetados e o

volume completado com água destilada para 100mL. A concentração final obtida

deste ponto foi de 0,30mg/mL.

P4: 25µL de uma solução estoque de proteínas a 2mg/dL foram pipetados e o

volume completado com água destilada para 100mL. A concentração final obtida

deste ponto foi de 0,50mg/mL.

Procedimento da dosagem

Foram pipetados 10µL da amostra ou do padrão, em um tubo de polipropileno e o

volume final foi completado para 100µL com água destilada. Para a determinação das

proteínas totais, foi utilizado o sobrenadante obtido do homogenato na dosagem de

TBARS, descrito abaixo. O branco, usado para zerar o espectrofotômetro, foi feito apenas

com 100µL de água destilada. Em seguida, foi adicionado 1mL do reagente C em todos os

tubos. A mistura foi levada ao vórtex e mantida a temperatura ambiente por 15 minutos.

Posteriormente, foi adicionado, em cada tubo, 100µL do reagente D. O volume foi

misturado e incubado a temperatura ambiente por 30 minutos, no escuro. A leitura foi

realizada em espectrofotômetro a 660nm.

Cálculos

A Concentração do padrão (Eixo Y) versus a Absorbância do padrão (Eixo X) foi

expressa em um gráfico. Após análise de regressão linear, a equação da reta foi

determinada com a seguinte característica: Concentração = a X Absorbância + b. Esta

equação foi utilizada para determinar a concentração de proteínas totais no homogenato

dos tecidos. Todas as concentrações foram obtidas em mg/mL.

4.7.4 - Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico - TBARS

Princípio da técnica

Determinar a concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico - TBARS

baseado na capacidade do ácido tiobarbitúrico (TBA) em se ligar a lipídeos oxidados. Esta

dosagem foi realizada conforme descrito por Buege e Aust (1978).

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43

Preparo da amostra biológica

Foram utilizados 100mg de fígado. O tecido foi homogeneizado com 1mL de

tampão fosfato, pH: 7,4 e em seguida centrifugado por 10 minutos a 4ºC. O sobrenadante

foi retirado e utilizado na dosagem.

Procedimento da dosagem

Em um tubo, foram colocados 500µL do sobrenadante, 250µL de ácido

tricloroacético (TCA) a 28% dissolvido em HCl 0,25 N, 250µL de ácido tiobarbitúrico a

1% dissolvido em ácido acético 1:1 e 125µL de butilhidroxitolueno (BHT) a 5mM

dissolvido em etanol. O tubo foi levado ao vórtex, em seguida, colocado em banho-maria a

95ºC por 15 minutos. Posteriormente, este tubo foi centrifugado por 10 minutos a

10000rpm. O espectrofotômetro foi zerado com água destilada e o sobrendante lido a

535nm.

Cálculo

A concentração de TBARS foi determinada seguindo a lei de Lambert Beer,

utilizando o coeficiente de extinção molar ε = 1,56 X 105

L.mol -1

. cm -1

. Usualmente, esta

concentração é expressa em nmoles por mg de proteínas.

4.8 - Extração de gordura do fígado

Amostras dos fígados dos animais foram previamente secas em estufa ventilada e a

extração dos lipídios totais dessas amostras foi realizada segundo metodologia proposta

pela Association of Official Agricultural Chemists dos Estados Unidos da América

(AOAC, 1984). As foram deixadas por 8 horas sob refluxo no aparelho de extração

(Sohxlet). A porcentagem de gordura foi determinada pela fórmula abaixo:

% gordura = 100 x D

A

D = Peso do balão contendo a gordura extraída menos o peso do balão vazio.

A = Peso da amostra.

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44

4.9 - Dosagem de colesterol total e triacilgliceróis na gordura do fígado

A gordura hepática foi solubilizada em isopropanol anteriormente aos

procedimentos das dosagens. Dissoluções de 1:50 foram preparadas a partir da

homogeneização de 20μL de gordura em 980μL em isopropanol e novas dissoluções de

1:100 foram preparadas a partir de alíquotas conhecidas da diluição de 1:50 em

isopropanol. As dissoluções de 1:50 foram utilizadas para todas as dosagens de

triacilgliceróis e para as dosagens de colesterol total dos grupos C e CAb e as de 1:100

foram utilizadas na dosagem de colesterol total dos grupos H e HAb.

As dosagens foram realizadas a partir de 10μL das dissoluções de acordo com os

protocolos descritos para dosagem de colesterol total e de triacilgliceróis (ANEXO II) e

expressas em mg de colesterol (ou triacilglicerol) / g de tecido.

4.10 - Extração de gordura das fezes

Nas fezes a extração de gordura foi realizada segundo método descrito por Folch et

al. (1957) com modificações segundo o proposto por Peluzio et al.(2002) (Cf. OLIVEIRA,

2006). Inicialmente, 100mg de amostras foram homogeneizadas com 1,9mL de

clorofórmio/metanol (2:1). À mistura foram adicionados 0,4mL de metanol e

posteriormente realizada a centrifugação a 5000 rpm por 10 minutos. A fase superior foi

transferida para tubo de ensaio seco, pesado e identificado. A esta solução foram

acrescentados mais 0,8mL de clorofórmio e 0,64mL de solução aquosa de NaCl a 0,73%.

Em seguida, foram misturados no vórtex e nova centrifugação foi feita a 5000 rpm por 10

minutos. A fase superior foi descartada e as paredes internas do tubo lavadas com 0,3 mL

de solução de Folch - clorofórmio/metanol/água (3: 48: 47) - este procedimento foi

repetido 3 vezes. Após cada lavagem a fase superior foi descartada. Os extratos lipídicos

foram secos em estufa semi-aberta a 40º C. Os lipídios foram quantificados pela diferença

de peso entre o tubo contendo os lipídios e o mesmo tubo vazio, previamente pesado.

4.11 - Análise Estatística

Os dados foram avaliados através da análise de variância bivariada (Two-way

ANOVA) utilizando o software Prism® da GraphPad versão 5. As diferenças foram

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45

consideradas significativas quando o valor de p foi menor do que 0,05. Os dados foram

expressos como média ± desvio padrão. Para os dados que não seguiram uma distribuição

normal, o teste não paramétrico Kruskal-Wallis e o pós-teste de Dunns foram utilizados.

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RESULTADOS

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MIRANDA, A. M. Resultados

46

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS

5.1 - Caracterização bromatológica do Agaricus blazei

A tabela II apresenta a caracterização bromatológica do Agaricus blazei.

O conteúdo calórico em 100g do cogumelo corresponde a 240 Kcal. Para umidade

o valor encontrado foi de 9,4%, em base seca. Proteínas 17,81%. Teor de cinzas 8,18%.

Conteúdo em lipídios de 1,22%. Fibra dietética em detergente neutro (FDN) 23,81%. E o

conteúdo em carboidratos obtido por diferença foi de 39,41%.

5.2 - Parâmetros biométricos

5.2.1 - Ganho de Peso, Ingestão alimentar e Excreção fecal

Em um primeiro momento, examinamos como a suplementação do Agaricus blazei

às dietas (padrão e hipercolesterolemiante) afetaria o ganho de peso, a ingestão alimentar e

a excreção fecal dos animais.

No início do experimento, como mostra a tabela III, os animais de todos os grupos

experimentais apresentavam em média um peso de 176g. Entretanto, o ganho de peso final

foi estatisticamente diferente, ou seja, 72% maior nos grupos alimentados com a dieta

hipercolesterolemiante (H e HAb) quando comparados aos grupos que receberam a dieta

padrão (C e CAb). No que se refere à ingestão alimentar, a análise dos resultados revelou

que houve uma interação entre a dieta e o cogumelo. A ingestão mostrou que os animais

dos grupos com uma dieta hipercolesterolemiante tiveram uma ingestão maior que a dos

Nutrientes %

Umidade 9,4

Proteína † 17,81

Cinzas 8,18

Lipídios 1,22

Fibra dietética (FDN) 23,98

Carboidrato ** 39,41

Valor Calórico (Kcal) 240

TABELA II: Composição centesimal em 100g do Agaricus blazei.

* As análises foram feitas em triplicata. Os dados são apresentados como a média destas

análises. FDN = fibra detergente neutro. † Fator de conversão do nitrogênio em proteína: 4,38.

** Carboidratos = 100- (% umidade + % proteína + % de lipídios + % cinzas + % fibras)

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MIRANDA, A. M. Resultados

47

animais dos grupos que receberam uma dieta controle. Em relação a esse mesmo dado,

observa-se ainda um maior consumo por parte do grupo HAb quando comparado ao H e

aos grupos C e CAb. Estes últimos apresentaram valores similares entre si.

Uma interação entre a dieta e o A. blazei também foi observada quando da análise

da excreção fecal, com os grupos H apresentando uma maior excreção em relação ao HAb.

Já os grupos C e CAb foram estatisticamente semelhantes entre si e aos grupos H e HAb.

5.2.2 - Peso dos órgãos

5.2.2.1 - Peso total e relativo do fígado, gordura abdominal e rins

A tabela IV apresenta os valores do peso total e relativo do fígado, da gordura

abdominal e dos rins.

O peso total e relativo do fígado foram influenciados apenas pela dieta. As dietas

hipercolesterolemiantes (H + HAb) determinaram um aumento de aproximadamente 86%

no peso do fígado, bem como um aumento de 67% no peso relativo deste órgão quando

comparadas às controles (C + CAb).

Para a gordura abdominal, a suplementação das dietas com o Agaricus blazei

influenciou tanto os valores de peso total quanto os valores de peso relativo. Os animais

que receberam o cogumelo na dieta hipercolesterolemiante apresentaram os menores

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Peso Inicial

(g) 176,50 ± 10,88 175,75 ± 8,14 175,25 ± 7,03 176,13 ± 8,92 NS NS NS

Peso Final

(g) 214,13 ± 13,37 210,63 ± 11,45 238,88 ± 13,94 237,25 ± 22,47 < 0,05 NS NS

Ganho de Peso Final

(g) 37,63 ± 17,65 34,88 ± 14,66 63,63 ± 15,84 61,13 ± 28,15 <0,05 NS NS

Ingestão Alimentar

(g/7d) 122,41 ± 3,05c 124,06 ± 1,93c 136,80 ± 5,21b 147,51 ± 6,98a <0,05 <0,05 <0,05

Excreção Fecal

(g/7d) 3,95 ± 0,86ª,b 4,66 ± 0,51ª,b 5,09 ± 1,02a 3,81 ± 1,08b NS NS <0,05

Tabela III: Crescimento corporal, ingestão alimentar e excreção fecal de grupos de animais

alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante

(H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei.

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MIRANDA, A. M. Resultados

48

valores de peso total da gordura abdominal quando comparados aos que não receberam a

suplementação. Foi observada ainda uma redução de aproximadamente 30% para o peso

relativo da gordura abdominal para os animais do grupo HAb quando comparados ao

grupo H.

Com relação ao peso dos rins observamos apenas um efeito da dieta, com os grupos

H e HAb apresentando as maiores médias quando comparados ao C e CAb. No entanto, o

efeito não foi mantido ao analisarmos o peso relativo do respectivo órgão, sendo

estatisticamente semelhante para todos os grupos.

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Fígado

(g) 6,02 ± 0,94 6,02 ± 0,54 10,91 ± 0,97 11,57 ± 0,97 <0,05 NS NS

PR do Fígado

(g) 2,81 ± 0,38 2,86 ± 0,19 4,56 ± 0,21 4,89 ± 0,38 <0,05 NS NS

Gord. Abdominal

(g) 0,24 ± 0,09 0,23 ± 0,03 0,34 ± 0,05 0,25 ± 0,06 0,05 0,05 NS

PR da Gord.

Abdominal

(g)

0,11 ± 0,04 0,11 ± 0,01 0,14 ± 0,03 0,10 ± 0,02 NS <0,05 NS

Rins

(g) 1,21 ± 0,10 1,27 ± 0,06 1,41 ± 0,11 1,45 ± 0,09

<0,05 NS NS

PR dos Rins

(g) 0,57 ± 0,04 0,60 ± 0,02 0,59 ± 0,04 0,62 ± 0,07

NS NS NS

Tabela IV: Peso total e peso relativo (peso total do órgão / peso do animal x 100) do fígado, da

gordura abdominal e dos rins de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão +

A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a

1% (HAb).

* Os dados são apresentados como media ± desvio padrão (n = 8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P < 0.05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei. PR = Peso relativo.

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5.3 - Parâmetros relacionados ao metabolismo nitrogenado e glicídico

5.3.1 - Proteínas totais, Albumina e Glicose

A tabela V apresenta as concentrações de proteínas totais, albumina e glicose.

Não houve diferença entre os grupos com relação às proteínas totais. A análise dos

resultados para a albumina revelou que a dieta e o cogumelo mostraram efeitos

significativos. Os animais que receberam a dieta CAb e HAb apresentaram menores níveis

séricos de albumina quando comparados aos grupos C e H, respectivamente.

Quando nos remetemos à análise dos dados para glicose, observamos que os

diferentes grupos foram estatisticamente iguais entre si, demonstrando que não foram

influenciados pela dieta ou pelo cogumelo.

5.3.2 - ALT, AST e FA

A tabela VI apresenta os valores da atividade de ALT, AST e FA.

Com relação à atividade das enzimas alanina aminotransferase, aspartato

aminotransferase e fosfatase alcalina, apenas o efeito da dieta foi observado. A dieta

hipercolesterolemiante aumentou significativamente a atividade das aminotransferases e da

fosfatase alcalina. Não foi observada nenhuma influência da suplementação da dieta com o

cogumelo nestes parâmetros.

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Proteínas Totais

(g/L) 71,76 ± 3,25 71,75 ± 2,99 76,14 ± 9,13 75,38 ± 7,35

NS NS NS

Albumina

(µmol/L) 487,59 ± 21,95 476,72 ± 33,89 446,65±45,33 393,04 ± 44,31 <0,05 <0,05 NS

Glicose

(mmol/L) 8,02 ± 1,88 8,07 ± 1,40 7,84 ± 0,67 6,12 ± 2,07

NS NS NS

Tabela V: Concentração sérica de proteínas totais, albumina e glicose de grupos de animais

alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta

hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei.

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5.3.3 - Uréia e Creatinina

A tabela VII apresenta os valores da concentração sérica de creatinina e uréia.

As concentrações de creatinina foram influenciadas pela dieta e pela suplementação

com o cogumelo. As dietas hipercolesterolemiantes provocaram um aumento na

concentração de creatinina. Um aumento também foi observado quando o Agaricus blazei

foi adicionado às dietas, com os grupos HAb (50,85 ± 10,83 µmol/L), H (41,73 ± 9,55

µmol/L) e CAb (40,49 ± 7,17 µmol/L) apresentando os maiores valores quando

comparados ao C (28,28 ± 9,65 µmol/L). No entanto, a maior alteração foi observada

quando da suplementação do grupo controle com o cogumelo, com o grupo CAb

apresentando um aumento de aproximadamente 43% em relação ao C.

Os dados para a uréia dos diferentes grupos foram estatisticamente iguais entre si,

demonstrando que não foram influenciados pela dieta ou pelo cogumelo.

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

AST

(U/I) 15,02 ± 4,36 13,39 ± 3,20 24,68 ± 11,85 25,83 ± 10,45

<0,05 NS NS

ALT

(U/I) 4,14 ± 1,51 3,42 ± 0,46 5,06 ± 1,88 7,05 ± 3,65

<0,05 NS NS

FA

(U/L) 12,69 ± 2,07 13,81 ± 1,49 21,89 ± 9,00 19,03 ± 2,00

<0,05 NS NS

Tabela VI: Atividade das enzimas séricas aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase e

fosfatase alcalina de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a

1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei.

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51

5.4 - Parâmetros do metabolismo de lipídios

5.4.1 - Lipídios séricos

Frente às características observadas sobre os componentes presentes nos cogumelos

e sua capacidade em regular os níveis séricos de colesterol, aliadas ao fato de serem poucos

os dados sobre os efeitos dos cogumelos em animais normocolesterolêmicos, avaliamos se

a suplementação da dieta com o Agaricus blazei modificaria o perfil sérico de lipídios em

animais controle e hipercolesterolêmico. Para isto, o colesterol total, colesterol não-HDL,

colesterol-HDL e triacilgliceróis foram mensurados. Da mesma forma, o índice

aterogênico, um importante marcador do risco cardiovascular, foi avaliado, conforme se

observa na tabela VIII.

A análise desses dados demonstra que a dieta foi eficiente em tornar os animais

hipercolesterolêmicos. Isso se comprova na medida em que houve um aumento

significativo nos níveis séricos de colesterol total e não-HDL nos animais alimentados com

a dieta hipercolesterolemiante, aliada a uma redução de aproximadamente 83% na

concentração do colesterol-HDL quando comparados aos grupos C e CAb. Todavia, estes

elevados níveis de colesterol total e não-HDL foram significativamente reduzidos quando

o A. blazei foi adicionado à dieta, sendo encontrada uma interação entre o cogumelo e a

dieta para estes parâmetros. Não foi observada diferença estatística para a média das

concentrações de colesterol total entre os grupos C (2,24 ± 0,19 mmol/L) e CAb (2,24 ±

0,25 mmol/L). No entanto, as diferenças foram significativas ao compararmos os grupos H

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Creatinina

(µmol/L) 28,28 ± 9,65 40,49 ± 7,17 41,73 ± 9,55 50,85 ± 10,83

<0,05 <0,05 NS

Uréia

(mmol/L) 3,98 ± 0,74 3,76 ± 0,51 3,54 ± 0,92 3,75 ± 0,46

NS NS NS

Tabela VII: Concentrações séricas de creatinina e uréia de grupos de animais alimentados com

dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta

hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como media ± desvio padrão (n = 8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença estatística significativa na mesma linha (P < 0.05). NS: não significativo. Ab = Agaricus blazei.

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52

(8,40 ± 3,02 mmol/L) e HAb (3,74 ± 0,91 mmol/L), com o grupo HAb apresentando uma

redução de aproximadamente 55% nos níveis deste metabólito quando comparado ao

grupo H. Este mesmo perfil pode ser observado para a fração não-HDL do colesterol, onde

as médias dos grupos C (0,57 ± 0,18 mmol/L) e CAb (0,43 ± 0,12 mmol/L) foram

similares e a suplementação com o A. blazei reduziu significativamente a concentração de

colesterol não-HDL no grupo HAb (3,38 ± 0,91 mmol/L) quando comparado ao grupo H

(8,17 ± 3,03 mmol/L). Estas alterações do colesterol não-HDL refletiram no índice

aterogênico onde os animais do grupo H (38,64 ± 22,66) apresentaram o maior índice

quando comparados ao HAb (11,15 ± 9,01) e aos controles, C (0,34 ± 0,13) e CAb (0,24 ±

0,08), que foram estatisticamente semelhantes entre si.

A análise dos dados relacionados à fração HDL demonstra que os animais

submetidos a uma dieta hipercolesterolemiante, H (0,23 ± 0,03 mmol/L) e HAb (0,38 ±

0,05 mmol/L) apresentaram os menores níveis para esse parâmetro quando comparados aos

grupos que receberam a dieta controle, C (1,67 ± 0,12 mmol/L) e CAb (1,87 ± 0,14

mmol/L).

Uma redução significativa também foi observada com relação à concentração sérica

de triacilgliceróis dos animais submetidos à dieta controle suplementada com o cogumelo,

mostrando ter ocorrido uma interação entre o tipo de dieta e a suplementação com o

cogumelo. Tal fato fez com que a média de triacilgliceróis do grupo CAb (0,60 ± 0,06

mmol/L) fosse significativamente menor (próximo a 36%) que a do grupo C (0,94 ± 0,19

mmol/L), com os grupos H (0,50 ± 0,10 mmol/L) e HAb ( 0,50 ± 0,28 mmol/L)

apresentando valores similares entre si e estatisticamente semelhantes ao grupo CAb.

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53

5.4.2 - Lipídios Hepáticos e Fecais

A tabela IX mostra os valores da porcentagem de gordura total no fígado e as

concentrações hepáticas de colesterol total e triacilgliceróis, assim como a porcentagem de

gordura obtida nas fezes.

A porcentagem de gordura hepática, assim como a concentração hepática de

colesterol total foram influenciadas pela dieta e pelo Agaricus blazei. Tanto a dieta

hipercolesterolemiante como a suplementação com o cogumelo aumentaram o percentual

de gordura hepática quando comparados ao grupo C. Uma interação foi observada para os

níveis hepáticos de colesterol total, em que os grupos H (6,93 ± 1,29), HAb (6,34 ± 2,15) e

CAb (7,34 ± 2,52) apresentaram valores semelhantes entre si quando comparados ao C

(2,18 ± 1,87). Com relação aos níveis de triacilgliceróis, não foi observada qualquer

influência, seja pela dieta, seja pela suplementação com o cogumelo.

Quanto à porcentagem de gordura fecal, os resultados obtidos mostraram uma

interação entre a dieta e o cogumelo. Os animais do grupo HAb (41,67± 7,53),

apresentaram os maiores valores, seguido do grupo H (21,67 ± 7,53). Já os animais dos

grupos controle apresentaram os menores valores C (13,33 ± 5,16) e CAb (18,33 ± 7,53).

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Colesterol Total

(mmol/L) 2,24 ± 0,19b 2,24 ± 0,25b 8,40 ± 3,02a 3,74 ± 0,91b 0,05 0,05 0,05

Colesterol não HDL

(mmol/L) 0,57 ± 0,18c 0,43 ± 0,12c 8,17 ± 3,03a 3,38 ± 0,91b 0,05 0,05 0,05

Colesterol HDL

(mmol/L)†

1,67 ± 0,12a 1,87 ± 0,14a 0,23 ± 0,03b 0,38 ± 0,05b - - -

Triacilgliceróis

(mmol/L) 0,94 ± 0,19a 0,60 ± 0,06b 0,50 ± 0,10b 0,50 ± 0,28b 0,05 <0,05 0,05

Índice aterogênico** 0,34 ± 0,13b 0,24 ± 0,08b 38,64 ± 22,66a 11,15 ± 9,01b 0,05 0,05 0,05

Tabela VIII: Concentrações séricas do colesterol total, colesterol não-HDL, colesterol HDL,

triacilgliceróis e índice aterogênico de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta

padrão + A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A.

blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como media ± desvio padrão (n = 8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença estatística significativa na mesma linha (P < 0.05). † Dados analisados pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis.

** Índice aterogênico = (Colesterol não HDL) / (HDL colesterol). HDL: Lipoproteína de alta densidade. NS: Não significativo.

Colesterol não HDL = (Colesterol Total) – (HDL colesterol). Ab = Agaricus blazei.

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5.5 - Marcadores de estresse oxidativo

5.5.1 - Grupos sulfidrilas, TBARS e Proteína Carbonilada

Como biomarcadores do estresse oxidativo, o nível sérico do grupo sulfidrilas totais

assim como a concentração hepática de proteína carbonilada e substâncias reativas ao

ácido tiobarbitúrico - TBARS foram avaliados (Tabela X).

Uma interação entre a dieta e o cogumelo foi observada na concentração dos grupos

sulfidrilas totais. A dieta hipercolesterolemiante acrescida do Agaricus blazei, HAb

(195,64 ± 17,81µmol/L), reduziu significativamente os níveis dos grupos sulfidrilas totais

quando comparada aos grupos CAb (234,61 ± 15,91µmol/L), H (219,76 ± 14,73 µmol/L) e

C (219,76 ± 13,93 µmol/L), que foram estatisticamente semelhantes entre si.

Em relação à concentração de TBARS, a análise dos dados revela apenas um efeito

da dieta. As dietas hipercolesterolemiantes, H e HAb aumentaram significativamente os

níveis de TBARS quando comparadas às controles, C e CAb.

A dieta e o cogumelo influenciaram na concentração de proteínas carboniladas. A

adição de cogumelo à dieta hipercolesterolemiante aumentou em 20% o nível de

carbonilação protéica quando comparada às demais, que mantiveram valores similares

entre si.

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

% Gordura hepática 12,23 ± 7,54 25,64 ± 4,00 41,90 ± 7,89 49,13 ± 18,43 0,05 0,05 NS

Colesterol Total 2,18 ± 1,87b 7,34 ± 2,52a 6,93 ± 1,29a 6,34 ± 2,15a 0,05 0,05 0,05

Triacilgliceróis 3,10 ± 2,82 3,34 ± 0,62 2,22 ± 0,68 4,35 ± 1,17 NS NS NS

% Gordura Fecal 13,33 ± 5,16b 18,33 ± 7,53b 21,67 ± 7,53a,b 41,67 ± 7,53a 0,05 0,05 0,05

Tabela IX: Porcentagem de gordura hepática e fecal e concentrações do colesterol total e

triacilgliceróis no fígado de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A.

blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a

1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei.

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5.6 - Defesas antioxidantes

5.6.1 - Glutationa total em tecido e Paraoxonase

A tabela XI apresenta os valores da concentração hepática de glutationa total.

Os resultados obtidos para glutationa total mostraram apenas um efeito da dieta. A

dieta hipercolesterolemiante reduziu significativamente os níveis deste metabólito, não

sendo observado efeito da suplementação do cogumelo.

Junto aos dados da concentração hepática de glutationa total, investigamos o status

antioxidante dos animais ao mensurar a atividade sérica da PON utilizando o fenilacetato e

o paraoxon como substratos.

A dieta hipercolesterolemiante reduziu em 55% a atividade arilesterásica da PON

nos grupos H e HAb em relação aos grupos C e CAb. A análise da interação entre a dieta e

o cogumelo revelou que a adição do A. blazei, tanto na dieta hipercolesterolemiante quanto

na dieta controle provocou uma redução desta atividade.

Assim como os resultados encontrados para a PON - atividade arilesterase, a

atividade paraoxonase também foi reduzida pela dieta hipercolesterolemiante. Porém,

apenas um efeito da dieta foi observado, não sendo identificado qualquer efeito do

cogumelo, seja na dieta hipercolesterolemiante, seja na controle.

Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

Sulfidrilas Totais

( mol/L)

219,76 ± 13,93a 234,61 ± 15,91a 219,76 ± 14,73a 195,64 ±17,81b

<0,05 NS <0,05

TBAR

(U/mL/mg prot) 0,79 ± 0,31 0,94 ± 0,42 1,29 ± 0,81 2,03 ± 1,29

<0,05 NS NS

Proteína carbonilada

(nmol/mg prot) 8,65 ± 1,52 8,24 ± 1,89 8,95 ± 1,55 10,82 ± 1,55

<0,05 <0,05 NS

Tabela X: Concentração sérica de sulfidrilas totais e concentração hepática de TBARS e proteína

carbonilada de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão + A. blazei a 1%

(CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a 1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. TBARS: Substâncias Reativas ao Ácido

Tiobarbitúrico. Ab: Agaricus blazei.

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MIRANDA, A. M. Resultados

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Grupos Experimentais

C CAb H HAb

ANOVA (Valor P )

Dieta Ab

Dieta

X

Ab

PON - arilesterase

(U/mL) 43,19 ± 4,64a 37,50 ± 6,12a 20,15 ± 3,61b 15,84 ± 4,30b

<0,05 NS <0,05

PON - paroxon

(U/mL) 0,18 ± 0,01 0,18 ± 0,02 0,07 ± 0,02 0,07 ± 0,04

<0,05 NS NS

Glutationa total

(nmoles/mL) 261,40 ± 43,88 261,91 ± 45,58 128,42 ± 68,85 127,09 ± 84,43

<0,05 NS NS

Tabela XI: Concentração hepática de glutationa total e atividade arilesterásica e paraoxonase da enzima paraoxonase no soro de grupos de animais alimentados com dieta padrão (C), dieta padrão +

A. blazei a 1% (CAb), dieta hipercolesterolemiante (H) e dieta hipercolesterolemiante + A. blazei a

1% (HAb).

* Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (n=8). Letras diferentes sobrescritas indicam diferença

estatística significativa na mesma linha (P<0,05). NS: não significativo. Ab: Agaricus blazei.

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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

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MIRANDA, A. M. Discussão

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CAPÍTULO 6 - DISCUSSÃO

CARACTERIZAÇÃO BROMATOLÓGICA DO Agaricus blazei

Atualmente, os alimentos contendo nutrientes funcionais estão entre as principais

demandas da sociedade de consumo, pois os mesmos, além de nutrir, trazem benefícios

adicionais à saúde (BRITO e VOLP, 2010).

O valor nutritivo de um alimento é expresso, de forma geral, pela sua composição

centesimal. Essa composição reflete a proporção dos grupos homogêneos de substâncias

presentes em 100g do alimento considerado. Umidade, cinzas ou resíduo mineral fixo,

proteínas, lipídios ou extrato etéreo, carboidratos e fibras são os grupos de substâncias

consideradas homogêneas, ou seja, são aqueles que se encontram em todos os alimentos

(LIMA e CARVALHO, 1998).

Os cogumelos comestíveis são, em geral, alimentos de alto valor nutricional, com

quantidades significativas de proteínas e carboidratos, além de possuírem baixo teor de

gordura (FURLANI e GODOY, 2005). No entanto, são raros os dados na literatura sobre a

composição dos cogumelos comestíveis cultivados no Brasil. Especificamente com relação

ao Agaricus blazei, poucos são os dados disponíveis sobre sua composição e valor

nutricional. A tabela II resume a composição centesimal do cogumelo utilizado nesse

estudo.

Os valores encontrados para umidade (9,4%), em base seca, assemelham-se aos

obtidos em outros estudos sobre a composição do A. blazei (OLIVEIRA et al., 1999;

EIRA, 2003), assim como para outras espécies como Agaricus bisporus (8,95%), Lentinula

edodes (9%), Pleurotus florida (9,1%) e Pleurotus ostreatus (9,3%) (EIRA, 2003). Esses

resultados confirmam, portanto, o alto valor de umidade encontrado nesses alimentos.

Pedroso e Tamai (2001) encontraram para o basidiocarpo desidratado do Agaricus

blazei teores de cinza que variaram de 5 a 7%, resultados semelhantes aos encontrados em

nosso estudo (8,18%) e aos observados por Oliveira et al. (1999). Contudo, uma variação

pode ser observada quando outras espécies são analisadas. Como exemplo, cita-se o estudo

realizado por Furlani e Godoy (2005), onde os teores de cinza de cada uma das espécies, a

saber, Agaricus bisporus, Lentinula edodes e Pleurotus spp. variaram de acordo com o lote

avaliado.

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MIRANDA, A. M. Discussão

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Sabe-se que são inúmeros os fatores que podem influenciar na composição dos

cogumelos, dentre eles as condições de cultivo, solo, clima e substrato utilizado. Os

cogumelos são considerados boas fontes de proteína, sendo muitas vezes comparados aos

produtos de origem animal. Segundo Furlani e Godoy (2005), talvez o substrato, dentre

estes fatores, seja o principal a influenciar os teores desse nutriente. Uma variação também

pode ser observada em função do fator de correção utilizado para se calcular o teor de

proteína a partir do conteúdo de nitrogênio orgânico. O fator 6,25 – utilizado para a

maioria dos alimentos – assume que as proteínas contêm 16% de nitrogênio e que são

totalmente digeríveis. Contudo, esse fator despreza quantidades de compostos nitrogenados

não protéicos presentes na maioria dos alimentos e que são comumente insignificantes.

Porém, no caso dos cogumelos, que possuem uma quantidade significativa de quitina em

suas paredes celulares, outro fator deve ser considerado (FURLANI e GODOY, 2005). Em

nosso estudo, o fator utilizado foi o de 4,38. Este fator assume que apenas 70% dos

compostos nitrogenados existentes no cogumelo sejam digeríveis pelo organismo humano.

Oliveira et al. (1999), por exemplo, utilizaram 6,25 como fator de correção, encontrando

aproximadamente 30,13% de proteína para o Agaricus blazei. A análise bromatólogica

desse mesmo cogumelo feita por Celso (2002 apud EIRA, 2003), mostrou valores

semelhantes, 28,94 a 35,88%, no entanto, o fator de correção utilizado não foi

especificado. Os dados obtidos revelam que o A. blazei, possui um maior conteúdo em

proteína quando comparado ao Pleurotus ostreatus e Lentinula edodes. Esses valores

variaram ainda em função da linhagem utilizada e do estádio do basidioma (aberto ou

fechado). Para Pedroso e Tamai (2001), o basidiocarpo desidratado do Agaricus blazei

contém de 40 a 45% de proteínas. Porém, em nosso estudo o valor encontrado para esse

nutriente foi de 17,81%. Esse resultado, ao contrário do mencionado acima, assemelha-se

ao encontrado para o Lentinula edodes (19,49%) (CELSO, 2002 apud EIRA, 2003).

Outro aspecto importante relatado por alguns pesquisadores refere-se às diferenças

que podem ser atribuídas a esse nutriente quando o tamanho e o estádio de maturação são

considerados. Shibata e Demiate (2003) encontraram diferenças significativas com relação

ao tamanho dos cogumelos, com os menores apresentando maiores teores de proteína,

principalmente na região do píleo. Relatam ainda que os cogumelos jovens possuem um

teor de proteína maior do que os maduros.

Os cogumelos comestíveis geralmente apresentam um baixo conteúdo em lipídios,

na maioria das vezes uma quantidade menor do que 5% do peso seco. Os valores

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MIRANDA, A. M. Discussão

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encontrados em nosso estudo (1,22%) são similares aos relatados por outros autores, tanto

para esta espécie de cogumelo (OLIVEIRA et al., 1999), quanto para outras espécies,

como no caso do Pleurotus spp (STURION e OETTERER, 1995).

O conteúdo total em carboidratos, tanto para os digeríveis quanto para os não

digeríveis, varia de acordo com a espécie, ficando entre 35 a 70% do peso seco (DÍEZ e

ALVAREZ, 2001; LONGVAH e DEOSTHALE, 1998; MAU et al., 2001). Seguidos da

umidade (quando in natura), os carboidratos são os constituites que estão em maiores

quantidades no cogumelo. Na maioria dos trabalhos descritos na literatura, o teor de

carboidratos em cogumelos é calculado por diferença (MANZI, AGUZZI e

PIZZOFERRATO, 2001; YANG, LIN e MAU, 2001). Para esse nutriente, encontramos

um teor de 39,41%. Esse valor, assemelha-se ao encontrado para a mesma espécie descrito

em outros trabalhos, como 34,78% (OLIVEIRA et al., 1999) e 38,3% (COPERCOM apud

EIRA, 2003), sendo, contudo, menor do que o observado para outras espécies como

Agaricus bisporus (54,12%), Lentinula edodes (69,58%) e Pleurotus spp. (65,82%)

(FURLANI e GODOY, 2005).

Com relação aos teores de fibra, uma grande diferença é observada, visto que várias

metodologias são utilizadas, o que por vezes pode interferir com os reais valores desse

nutriente. Segundo Mizuno (2002), o Agaricus blazei apresenta altos teores de fibras

alimentares, em média 20-28%, como as β-glucanas, quitina, hemiceluloses e pectina. No

presente trabalho, nosso objetivo foi encontrar os valores de fibra total, sem diferenciá-las,

portanto, em solúveis ou insolúveis. Nesse sentido, o método utilizado foi o da

determinação em detergente neutro, que nos forneceu um valor de 23,98%. Oliveira et al.

(1999), utilizando o método de Weende, encontraram 14,57% para a mesma espécie. Por

este método são determinadas as frações de celulose e lignina insolúvel. Já pela

determinação em detergente neutro, celulose, hemicelulose e lignina são as frações

encontradas. Em muitos trabalhos, no entanto, o método utilizado não é mencionado. Dada

a importância das fibras na alimentação e sua íntima relação com o desenvolvimento de

doenças e promoção da saúde, este fato deve ser considerado a fim de minimizar possíveis

erros relacionados à inadequada determinação desse nutriente.

Como vimos, a composição centesimal do Agaricus blazei pode variar em relação a

alguns nutrientes, o que justifica e ressalta a necessidade de que a mesma seja determinada.

Nesse sentido, as maiores alterações encontradas foram em relação ao conteúdo de

proteínas, valor que se mostrou abaixo do que vem sendo descrito na literatura. Tal

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60

alteração pode estar relacionada, além dos fatores já mencionados, ao fator de conversão

utilizado. Apesar dessa variação, pode-se concluir que o Agaricus blazei consiste em um

alimento com considerável valor nutricional, apresentando teores significativos de

proteínas e fibras, além do baixo teor em gorduras.

PARÂMETROS BIOMÉTRICOS

O consumo de cogumelos, principalmente os da ordem Agaricales, vêm

aumentando muito nas últimas décadas. Por suas características nutricionais, medicinais e

farmacológicas, esses fungos vêm sendo muito utilizados como coadjuvantes a muitos

tratamentos medicamentosos. Caramori e colaboradores (2003) avaliaram a influência da

suplementação dietética do cogumelo do sol na evolução do estado nutricional e do

tratamento da hepatite C. Nesse trabalho, o cogumelo atuou como um importante

coadjuvante no tratamento dessa patologia, na medida em que melhorou o apetite dos

pacientes, que costumam emagrecer muito (EIRA, 2003). Esse mesmo efeito foi observado

por Ahn et al. (2004). Os autores observaram que os pacientes com câncer ginecológico

que recebiam a suplementação com o Agaricus blazei apresentavam uma significativa

melhora de seu estado nutricional, o que nem sempre era observado no grupo placebo.

Nesse sentido, achamos importante verificar quais seriam os efeitos desse cogumelo sobre

os parâmetros biométricos de animais normo e hipercolesterolêmicos.

Os dados referentes à ingestão alimentar em nosso experimento mostraram que os

animais do grupo hipercolesterolêmico que receberam a suplementação com o Agaricus

blazei apresentaram uma maior ingestão quando comparados aos outros grupos, seguidos

pelo grupo hiper. Estudos têm sugerido que a ingestão de alimentos calóricos e com altas

taxas de gordura fazem com que as partes do cérebro que lidam com o prazer deteriorem-

se gradativamente, à medida que o consumo aumenta. Recentemente, estudo realizado por

Johnson e Kenny (2010), mostraram que animais submetidos a uma dieta semelhante à de

cafeteria, rica em açúcares e gordura, apresentavam uma maior ingestão quando

comparados aos outros grupos controle e com acesso restrito aos alimentos. Os dados

demonstram que o consumo excessivo de alimentos “saborosos” desencadeia dependência

com respostas neuroadaptativas nos circuitos cerebrais de recompensa, impulsionando o

desenvolvimento do “comer” compulsivo. Tal fato assemelharia-se à dependência

desenvolvida por usuários de drogas, como a cocaína e heroína.

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61

Por outro lado, essa maior ingestão do grupo HAb quando comparado ao H não

refletiu em maior ganho de peso por parte desse grupo. Com relação ao ganho de peso, as

alterações ficaram a cargo apenas da dieta hipercolesterolemiante, não havendo diferença

significativa quando da suplementação com o Agaricus blazei. Cheung (1998), ao estudar

os efeitos da suplementação da dieta com o micélio e com o corpo de frutificação do

Volvariella volvacea (5%) não encontrou diferenças significativas com relação ao peso ou

mesmo em relação à ingestão alimentar. O mesmo foi observado por Bobek, Ozdin e

Galbavy (1998) que ao estudarem os efeitos do Pleurotus ostreatus em ratos não observou

qualquer alteração do peso, seja para as diferentes doses utilizadas (1; 2,5 e 5%), seja em

relação ao tempo do experimento (8, 16, 28 e 52 semanas). Em relação ao nosso estudo,

podemos inferir que a maior ingestão por parte dos grupos H e HAb seja responsável, junto

ao conteúdo calórico da dieta, pelo maior ganho de peso observado para esses grupos.

Sabe-se que o excesso de gordura corporal é responsável por uma série de

complicações endócrinas e metabólicas, que geralmente são combatidas mediante o uso de

drogas e a modificação do estilo de vida, esta última através de mudanças nos hábitos

alimentares e da prática de exercícios físicos, por exemplo. Nesse sentido, outro achado

importante remete-se aos valores encontrados para a gordura abdominal, onde os animais

do grupo HAb tiveram seus valores reduzidos a níveis próximos à normalidade. Esses

dados se confirmaram quando o peso relativo da respectiva gordura foi aferido e o efeito

mantido. Esses dados são sugestivos de que o A. blazei possa suprimir significativamente o

sobrepeso corporal. Redução semelhante foi encontrada em um estudo feito por Haiping,

Mingming Zhang e Guiji (2009), ao avaliarem o efeito hipolipidêmico dos polissacarídeos

isolados do Pholiota nameko.

Já em relação à excreção fecal, observamos uma redução da mesma quando o grupo

HAb foi comparado ao H. O contrário foi observado por Cheung (1998), em que a

suplementação da dieta hipercolesterolemiante com o cogumelo apresentou uma excreção

fecal significativa. Essa diferença, no entanto, pode estar relacionada à concentração do

cogumelo utilizada nos dois experimentos – nossa concentração foi de 1% em substituição

ao amido de milho e a do estudo acima foi de 5% em substituição à fibra. Matos et al.

(2005) também encontraram uma maior excreção fecal para os grupos

hipercolesterolêmicos que tiveram suas dietas acrescidas de um conteúdo maior de fibras.

Contudo, o fato do cogumelo ter sido utilizado como alimento e não somente como uma

fonte de fibra deve ser levado em consideração. A possível presença de fatores

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antinutricionais no A. blazei (questão ainda não esclarecida pela literatura) aliada a seu alto

teor em fibras deve ser considerada a fim de avaliar as possíveis interferências no processo

de digestão e absorção de alimentos contendo teores significativos desse nutriente, nos

quais existe a probabilidade de interações entre si e com esses fatores.

METABOLISMO NITROGENADO E GLICÍDICO

O consumo de cogumelos vem aumentando consideravelmente por todo o mundo.

Contudo, isso vem sendo acompanhado por um aumento dos novos tipos de intoxicações

decorrentes do consumo prolongado desses fungos. Em estudo realizado por Pinto et al.

(2000), os extratos aquosos do Agaricus blazei obtidos por fervura diminuíram a sobrevida

de camundongos portadores de tumor, o que foi atribuído a prováveis efeitos

hepatotóxicos. Relatos sobre uma possível sobrecarga renal também foram evidenciados,

visto o alto conteúdo em bases púricas e pirimídicas encontradas em alguns

microorganismos (KIHLBERG apud EIRA, 2003). Por outro lado, efeito hepatoprotetor

também tem sido verificado em algumas espécies de cogumelos (HSU et al., 2008). Nesse

sentido, os parâmetros relacionados ao metabolismo nitrogenado e glicídico foram

avaliados a fim de verificar uma possível toxicidade do cogumelo.

O fígado é o órgão mais importante na manutenção da homeostase do colesterol,

assim como é bem conhecido por seu papel central no metabolismo dos carboidratos e das

proteínas. Dada sua versatilidade metabólica, é a sede central de reconhecimento e

reciclagem para o corpo. É o local onde os catabólitos produzidos são detoxificados, como

por exemplo, pela desaminação de aminoácidos produzindo uréia. É o responsável pela

manutenção dos níveis glicêmicos, seja através da captação e estoque de glicose como

glicogênio, seja quebrando a mesma quando necessário. Encarrega-se ainda da síntese e

secreção de ácidos biliares, síntese de lipoproteínas e síntese de outras proteínas

plasmáticas. É o único órgão responsável pela produção da albumina.

Um dano hepático, seja agudo ou crônico, ocasionalmente resultará em um

aumento da atividade sérica das aminotransferases. A ALT e a AST são enzimas

intracelulares presentes em grandes quantidades no citoplasma dos hepatócitos. A ALT é

encontrada principalmente no citoplasma do hepatócito, enquanto 80% da AST está

presente na mitocôndria. Essa diferença tem auxiliado no diagnóstico e prognóstico de

doenças hepáticas. Em dano hepatocelular leve a forma predominante no soro é a

citoplasmática, enquanto que em lesões graves há liberação da enzima mitocondrial,

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MIRANDA, A. M. Discussão

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elevando a relação AST/ALT (MOTTA, 2003). Já quando nos referimos às alterações

hepáticas de predominância colestática, encontramos a fosfatase alcalina. Essa enzima

transporta metabólitos ao longo das membranas celulares. Embora a fosfatase possa ser

originada de outros tecidos como placenta, rins, intestino ou leucócitos, as doenças

hepáticas e dos ossos são as causas mais comuns de sua elevação.

A atividade das aminotransferases ALT, AST e da FA foi verificada para

observarmos se as alterações do metabolismo lipídico estavam provocando algum dano

hepático. Como esperado, a dieta hipercolesterolemiante oferecida aos animais durante

nosso experimento ocasionou um prejuízo hepático, levando ao aumento do estresse

oxidativo e dos níveis de colesterol neste órgão. A lesão hepática foi caracterizada por

hepatomegalia e aumento da atividade das enzimas AST, ALT e da FA. Contudo, essas

alterações ficaram a cargo apenas da dieta hipercolesterolemiante, não sendo observado

qualquer efeito por parte do cogumelo. Na tabela IV, encontramos um aumento de

aproximadamente 86% no peso do fígado dos animais hipercolesterolêmicos (H e HAb).

Nieminen, Karja e Mustonen (2009) afirmaram que as doses e o período de tempo

normalmente requeridos para que os cogumelos exerçam seus efeitos benéficos podem

também estar associados ao surgimento de efeitos indesejáveis. Em seu estudo, o efeito

hepatotóxico foi observado pelo aumento da concentração plasmática de bilirrubina e da

atividade de AST e ALT por ação dos cogumelos Agaricus bisporus, Lentinula edodes e

Pleurotus ostreatus.

Segundo Hsu et al. (2008), os extratos do Agaricus blazei (3 cápsulas-500mg/dia

durante 12 meses) podem ser eficazes em normalizar a função hepática de pacientes com

hepatite B crônica. Em nosso estudo, entretanto, o Agaricus blazei não exerceu qualquer

influência sobre os parâmetros hepáticos. No entanto, a diferença obtida entre os estudos

nos permite supor que a dose utilizada, a forma de administração e a duração dos

experimentos possam ter sido fatores cruciais na obtenção desses efeitos.

Muitas funções biológicas têm sido atribuídas aos polissacarídeos encontrados em

fungos, principalmente as glucanas. Hoje, muito se tem investigado sobre seu potencial

nutricional e farmacológico. Dentre as propriedades relatadas na literatura relacionadas aos

benefícios do A. blazei, tem-se demonstrado que o tipo de fibra presente nesse cogumelo

mantém íntima relação com os níveis séricos de glicose. Estudo realizado por Kim et al.

(2005) mostrou que tanto a β-glucana, extraída do Agaricus blazei, como os

oligossacarídios preparados a partir dessa fibra apresentaram efeitos hipoglicemiantes in

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MIRANDA, A. M. Discussão

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vitro e in vivo em ratos diabéticos. Os autores observaram ainda que os oligossacarídeos

apresentaram uma atividade duas vezes maior do que a β-glucana.

Estudos têm demonstrado também que extratos do Agaricus blazei são efetivos em

melhorar os níveis glicêmicos de pacientes com diabetes tipo II na medida em que reduzem

a resistência à insulina. O mecanismo pelo qual esse extrato estaria diminuindo a

resistência parece relacionar-se a um aumento na concentração de adiponectina (HSU et al.

2007). Por outro lado, DI NASO et al. (2010) não encontraram efeito hipoglicemiante do

A. blazei ao avaliarem seus efeitos no tecido pulmonar de animais diabéticos induzidos por

estreptozotocina. Os autores atribuíram a ausência desse efeito à utilização de um extrato

bruto do cogumelo, sem isolar qualquer substância. Em nosso experimento, no qual

utilizamos animais normoglicêmicos, não foi observada qualquer alteração do Agaricus

blazei em relação aos níveis glicêmicos. Os grupos foram semelhantes entre si com relação

a esse parâmetro.

Já em relação aos níveis de albumina, uma redução significativa foi observada em

nosso experimento para o grupo HAb. Quando nos remetemos à análise dos dados para as

proteínas totais, os mesmos não apresentaram diferenças significativas entre os grupos.

Cabe lembrar que a dosagem isolada da proteína total tem pouco valor, uma vez que a

alteração em uma das frações pode ser compensada por alteração oposta de outra fração

como ocorre, por exemplo, nas doenças crônicas (MOTTA, 2003). No entanto, quando

analisadas em conjunto com os dados referentes à albumina, verificou-se um aumento nos

níveis de globulinas. A concentração de globulinas por sua vez, é obtida pelo cálculo da

diferença de concentração das proteínas totais e da albumina. Apesar de agirem como

indicadores limitados do metabolismo protéico, as globulinas adquirem grande importância

como indicadores de processos inflamatórios. Gonçalves (2007), ao avaliar os efeitos da

suplementação dietética com A. blazei (5%) e suas implicações na aterogênese em

camundongos APO-E -/-, observou que o mesmo não modificou o metabolismo lipídico, os

níveis glicêmicos ou a peroxidação lipídica. No entanto, induziram um aumento na lesão

aterosclerótica, que foi atribuído a uma provável ativação do estado inflamatório.

As dislipidemias contribuem para a progressão da aterosclerose e doenças crônicas

nos rins e estas, por sua vez, levam ao desenvolvimento de anormalidades no metabolismo

lipídico, o que contribui para o aumento das doenças cardiovasculares (ABRASS, 2004;

ZAGER, ANDOH e BENNETT, 2001). O sistema renal exerce papel fundamental sobre a

regulação dos líquidos e eletrólitos. Além disso, a eliminação dos resíduos metabólicos é

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essencial para a homeostase corpórea. Nesse sentido, as concentrações plasmáticas de

creatinina e uréia também foram avaliadas.

Para o peso dos rins, observamos em nosso estudo apenas um efeito da dieta com os

grupos hipercolesterolêmicos apresentando as maiores médias. Contudo, ao fazermos a

relação entre o peso do órgão e o peso corporal do animal, o efeito não foi mantido. Em

relação à uréia, nenhuma alteração foi observada. Quanto à creatinina, um aumento foi

observado para o grupo H e para os grupos que tiveram suas dietas acrescidas do Agaricus

blazei. Esses dados corroboram a literatura, na medida em que algumas espécies de

cogumelo, a saber, Pleurotus sajor caju e Marasmius oreades têm sido indicadas por

possuírem efeitos prejudiciais sobre a filtração glomerular (TAM et al., 1986; WARNER

et al., 2004). Segundo Tam et al. (1986), a utilização de extratos do Pleurotus sajor caju

reduziram a filtração glomerular por mais de 50% em menos de 1 hora, causando, portanto,

um prejuízo à hemodinâmica renal. Nessa mesma perspectiva, para Warner et al. (2004), a

lecitina presente no M. oreades teria causado uma lesão glomerular microangiopática em

camundongos. Por outro lado, a suplementação da dieta de camundongos com o micélio do

Agaricus blazei por 14 semanas não produziu qualquer alteração da função renal (STUTZ

et al., 2009).

Em relação aos parâmetros uréia e creatinina podemos observar que, embora os

níveis de uréia tenham se mantido inalterados nas condições experimentais estabelecidas,

um aumento considerável nos níveis de creatinina foi observado. Diferentemente do

observado para a uréia, que tem sua concentração afetada pela dieta e pelo estado de

nutrição e hidratação, consistindo assim em um indicador grosseiro da função renal, a

velocidade de excreção da creatinina é relativamente constante. Sua produção não é

influenciada pelo metabolismo protéico ou outros fatores externos, o que a torna uma

excelente medida para avaliar a função renal. Qualquer condição que reduza a filtração

glomerular promove uma menor excreção urinária de creatinina com conseqüente aumento

de sua concentração no plasma (MOTTA, 2003). Contudo, não se pode afirmar que o

Agaricus blazei esteja provocando algum prejuízo renal sem que para isso se investigue,

por exemplo, se esse aumento está ocorrendo como uma forma de compensar a ausência de

alterações ocorridas no metabolismo da uréia.

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MIRANDA, A. M. Discussão

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METABOLISMO LIPÍDICO

A hipercolesterolemia é considerada o principal fator de risco para as doenças

cardiovasculares, em especial a aterosclerose (LEE et al., 2006). A elevação dos níveis

plasmáticos de colesterol de baixa densidade (LDL-c), a redução do colesterol de alta

densidade (HDL-c) e também o aumento dos triacilgliceróis (TG) são fatores de risco para

eventos cardiovasculares, sendo esta a principal causa de morte no mundo (MAGALHÃES

et al., 2004). Torna-se crescente, portanto, a busca por substâncias naturais eficazes em

reduzir e/ou regular a concentração de triacilgliceróis e colesterol plasmático. Nesse

sentido, as propriedades e peculiaridades dos cogumelos os tornam alvo importante de

pesquisa para os eventos associados à hiperlipidemia e aterosclerose (GUILLAMÓN et al.,

2010).

Diversos estudos vêm demonstrando os efeitos hipocolesterolêmicos de um número

cada vez maior de espécies de cogumelos, a saber, Grifola frondosa (Maitake)

(FUKUSHIMA et al., 2001; KUBO e NANBA, 1997), Lentinula edodes (Shiitake)

(FUKUSHIMA et al., 2001), Flammulina velutipes (Enokitake) (FUKUSHIMA et al.,

2001), Pleurotus ostreatus (Cogumelo ostra) (BOBEK, OZDIN e GALBAVY, 1998),

Polyporus confluens (SUGIYAMA et al., 1992), Ganoderma lucidum (Cogumelo Reishi)

(BERGER et al., 2004), Auricularia aurícula (CHEUNG, 1996), Tremella fuciforms

(CHEUNG, 1996) e Volvariella volvacea (Cogumelo palha) (CHEUNG, 1998). O

Agaricus blazei tem sido amplamente utilizado em diversos países orientais como alimento

funcional ou na forma de extrato medicinal, como um importante coadjuvante na

prevenção e tratamento de vários tipos de câncer. Na cultura popular, esse cogumelo vem

sendo usado contra uma variedade de doenças, tais como diabetes, aterosclerose,

hipercolesterolemia e doenças cardiovasculares (FIRENZUOLI et al., 2007). Até o

momento, a maioria dos estudos tem enfatizado a utilização do A. blazei na forma de

extratos concentrados. Com o objetivo de verificar a potencialidade deste cogumelo

enquanto alimento frente à hipercolesterolemia, o presente estudo avaliou os efeitos que as

dietas suplementadas com 1% do Agaricus blazei proporcionaram ao perfil lipídico de

ratas controle e hipercolesterolêmicas.

Conforme mencionado anteriormente, a literatura apresenta diversos trabalhos

envolvendo as mais variadas espécies de cogumelos e seus benefícios em relação aos

níveis de colesterol. Contudo, a maioria dos estudos envolvendo o Agaricus blazei refere-

se ou à sua capacidade antitumoral através da utilização de extratos concentrados ou a

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MIRANDA, A. M. Discussão

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observações, muitas vezes, sem caráter científico sobre seu emprego como um agente

hipocolesterolêmico. Nosso estudo, no entanto, fornece evidências de que a suplementação

da dieta com 1% do A. blazei melhora significativamente o perfil lipídico sérico nos

animais induzidos à hipercolesterolemia.

Embora alguns autores argumentem sobre a resistência que os ratos apresentam em

desenvolver hipercolesterolemia e aterosclerose (MACHADO et al., 2003; SANDERS,

1993), a dieta hipercolesterolemiante utilizada nesse experimento foi capaz de aumentar os

níveis séricos de colesterol total e colesterol não-HDL, reduzindo ao mesmo tempo a

fração HDL, o que reforça a utilização desse modelo animal para estudos relacionados à

hipercolesterolemia induzida pela dieta. Esses mesmos resultados indicam ainda a

eficiência da dieta hipercolesterolemiante utilizada. A dieta suplementada com 1% do

cogumelo foi capaz de reduzir o colesterol plasmático, embora essa mesma redução não

tenha sido observada para os animais normocolesterolêmicos. O mesmo foi observado por

Hossain et al. (2003) ao avaliar os efeitos da suplementação da dieta com 5% do Pleurotus

ostreatus. Segundo os autores, esse achado é sugestivo de que a suplementação da dieta

com o cogumelo não altera o metabolismo basal do colesterol. Ainda para esses autores,

esse resultado não exclui a possibilidade de que aumentando a ingestão ou o período de

experimentação possam se alterar os níveis de colesterol nesses animais

normocolesterolêmicos. Tal afirmação é pertinente, na medida em que os animais dos

grupos controle (C e CAb) apresentaram uma menor ingestão quando comparados aos

demais. Interessante notar que embora a concentração utilizada dos cogumelos tenha sido

diferente nos dois experimentos, o período de 8 semanas utilizado por nós também não foi

suficiente para provocar alterações nesse grupo. Uma hipótese para esse resultado talvez

esteja na concentração utilizada.

Em geral, a presença de algumas substâncias específicas como a lovastatina e a

eritadenina, assim como de outros compostos bioativos, tornam os cogumelos importantes

alvos na pesquisa contra doenças cardiovasculares (GUILLAMÓN et al., 2010). O exato

mecanismo pelo qual esses fungos reduzem a hipercolesterolemia em ratos ainda não está

completamente elucidado. Redução no perfil lipídico sérico, aumento na excreção de

ácidos biliares e na expressão de receptores para LDL, modificação no metabolismo de

fosfolipídios hepáticos e a inibição da HMG-CoA redutase tem sido considerados como

possíveis responsáveis pelas propriedades hipocolesterolêmicas de algumas espécies de

cogumelos (FUKUSHIMA et al., 2000; HU et al., 2006; KHATUN et al., 2007).

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No caso do A. blazei, as β-glucanas têm recebido grande atenção, sendo

consideradas por alguns as responsáveis por esta redução. Segundo Kim et al. (2005), por

se tratar de uma fibra solúvel, as β-glucanas apresentam significativa importância na

redução do colesterol sangüíneo e na absorção de glicose pelos diabéticos. De fato, a

formação de um gel viscoso por essas fibras pode contribuir para inibir a absorção de

colesterol e triacilgliceróis. Historicamente, o efeito hipocolesterolêmico das fibras

solúveis tem sido atribuído à sua capacidade em aumentar a excreção fecal de ácidos

biliares e ácidos graxos de cadeia curta, como, por exemplo, o propionato que inibe a

incorporação do acetato aos lipídios séricos (WOLEVER et al., 1995). Contudo, os efeitos

observados em nosso estudo sugerem que o aumento na excreção fecal de gordura tenha

sido influenciado mais pelo conteúdo em gordura da dieta do que pelo conteúdo em fibras

do A. blazei. Com isso, o efeito fisiológico das fibras presentes nesse cogumelo, a exemplo

do que ocorre com os demais, provavelmente está associado a uma ação conjunta e

cumulativa de seus vários componentes. A β-glucana provavelmente exerce um efeito

crucial, contudo, outros componentes podem estar envolvidos em vários de seus efeitos

(MANZI e PIZZOFERRATO, 2000). O contrário, por exemplo, acontece com o Pleurotus

ostreatus e o Volvariella volvacea, que provavelmente atuam aumentando a atividade da

colesterol-7-α hidroxilase, uma enzima chave no catabolismo do colesterol, diminuindo,

portanto, a absorção intestinal de colesterol e aumentando sua excreção através das fezes

(CHEUNG, 1998; HOSSAIN et al., 2003). Outras substâncias, no entanto, podem estar

envolvidas no efeito hipocolesterolêmico do cogumelo do sol.

Os cogumelos acumulam uma variedade de metabólitos secundários como

compostos fenólicos, policetídeos, terpenos e esteróides (TURKOGLU et al., 2007).

Alguns estudos têm sugerido que compostos fenólicos podem inibir a absorção intestinal

de lipídios da dieta na medida em que formam complexos com essas biomoléculas,

interferindo assim no processo de emulsificação, solubilização e hidrólise das micelas

(BOSE et al., 2008; NAISSIDES et al., 2004). Ainda de acordo com Ikeda et al. (2005), o

consumo de compostos fenólicos poderia levar a uma redução nos níveis séricos de

triacilgliceróis, o que estaria associado à inibição da lipase pancreática por estes

compostos. Tal fato corrobora com nossos resultados, na medida em que uma redução

significativa nos níveis de triacilgliceróis foi encontrada nos animais controle que tiveram

suas dietas suplementadas com o cogumelo.

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Uma redução foi observada nos níveis do colesterol HDL nos animais dos grupos H

e HAb quando comparados aos controle C e CAb, porém, a razão colesterol não-

HDL/colesterol HDL – índice aterogênico – foi menor nos animais HAb, traduzindo um

importante efeito sobre os fatores de risco para a aterosclerose, na medida em que

considera-se que quanto menor esse índice, menor é a probabilidade de agregação

plaquetária nas artérias, menor o risco de doenças coronarianas e maiores são os efeitos

benéficos ao organismo. Haiping, Mingming Zhang e Guiji (2009) ao avaliarem o efeito

hipolipidêmico de polissacarídeos isolados do Pholiota nameko observaram um efeito

dose-dependente em relação ao índice aterogênico, com as maiores doses fornecendo os

melhores resultados para este marcador.

Com relação aos níveis séricos de triacilgliceróis, podemos observar uma redução

nos grupos CAb, H e HAb quando comparados ao controle. No caso dos grupos

alimentados com a dieta hipercolesterolemiante, os baixos níveis de triacilgliceróis

plasmáticos podem ser explicados pela alta quantidade de óleo insaturado usado nessas

dietas, aliado ao fato de que a maioria dos ácidos graxos presentes nesse cogumelo são

insaturados. Apesar dos cogumelos apresentarem quantidades reduzidas de gorduras totais

e baixos teores de ácidos graxos saturados, possuem alta porcentagem de ácidos graxos

poliinsaturados (BORCHERS et al., 1999). Alguns alimentos ricos nesses nutrientes

podem inibir importantes enzimas relacionadas ao metabolismo das LDL (CONNOR, DE

FRANCESCO, CONNOR, 1993). Segundo Fernandez e West (2005), a ingestão de ácidos

graxos insaturados leva à redução do colesterol total e da fração LDL na circulação, por

aumentar a expressão ou a atividade de receptores de LDL no fígado. No caso do A. blazei,

o ácido linoléico está entre os principais ácidos graxos insaturados encontrados nessa

espécie (EIRA, 2003), cerca de 70 a 80% dos lipídios totais (MIZUNO, 1995). Embora, o

perfil de ácidos graxos presentes nos cogumelos comestíveis possa estar intimamente

relacionado a uma redução nos níveis de colesterol, devemos ser cautelosos ao considerar

que o efeito do A. blazei, na concentração utilizada (1%) nesse estudo, tenha sido causado

exclusivamente por esse nutriente.

Hossain et al. (2003), ao avaliarem os efeitos da suplementação do Pleurotus

ostreatus (5%) na dieta de ratos normo e hipercolesterolêmicos, observaram um aumento

significativo nos níveis séricos de ácidos graxos poliinsaturados, tanto nos animais controle

quanto nos hipercolesterolêmicos. Pelos dados encontrados quando da suplementação da

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MIRANDA, A. M. Discussão

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dieta controle com o A. blazei, sugerimos, portanto, que o mesmo, associado a uma dieta

saudável possa ser eficiente em reduzir os níveis séricos de triacilgliceróis.

Como vimos, o Agaricus blazei foi eficiente em reduzir os níveis séricos de

colesterol total, colesterol não HDL e triacilgliceróis, produzindo um significativo efeito

hipolipidêmico. Esse mesmo efeito foi observado por Fukushima et al. (2000), ao

suplementarem a dieta de ratos com as fibras do Agaricus bisporus. Segundo esses

pesquisadores, tal redução estaria relacionada a um aumento nos níveis de RNAm dos

receptores hepáticos de LDL. Nesse sentido, embora a abordagem do nosso trabalho não

nos permita propor mecanismos pelos quais o Agaricus blazei esteja reduzindo esses níveis

de colesterol, podemos sugerir que a suplementação da dieta hipercolesterolemiante com

este cogumelo possa estar envolvida no aumento da expressão dos receptores de LDL. Isso

poderia explicar, em parte, a redução do colesterol total observada em nossos animais, que

mesmo sob dieta hipercolesterolemiante poderiam continuar expressando os receptores de

LDL, promovendo sua captação.

Contudo, junto a esse efeito foi observada uma mudança no metabolismo hepático,

favorecendo a deposição de lipídios no fígado. Essa mesma deposição tem sido observada

em alguns estudos envolvendo a suplementação das dietas com ácidos graxos

poliinsaturados. Gaiva et al. (2003), investigando os efeitos de dietas ricas em ácidos

graxos ώ-3 e ώ-6 sobre o metabolismo hepático de ratos, verificaram que o enriquecimento

da dieta com o ώ-3 produzia hipolipidemia, mas favorecia o acúmulo desses lipídios no

fígado. Por outro lado, os efeitos do ώ-6 não parecem estar muito claros. Porém, os efeitos

sobre o metabolismo hepático foram diferentes quando uma fonte de ácidos graxos

poliinsaturados (óleo de linhaça) foi associada à fibra (goma arábica) (MELO et al. 2008),

sugerindo que o efeito combinado desses nutrientes tenha sido eficaz em reduzir os lípides

hepáticos. Considerando o Agaricus blazei como uma importante fonte de fibras e devido

ao fato de grande parte de seus lipídios serem constituídos por ácidos graxos

poliinsaturados, o que estaria levando ao acúmulo de lipídios? Estaria esse efeito

ocorrendo em função da dose utilizada? Estas são questões que ainda suscitam dúvidas,

uma vez que poucos estudos relativos às concentrações de colesterol hepático são

encontrados na literatura, o que permitiria compreender melhor o envolvimento de alguns

nutrientes no metabolismo lipídico de animais e mesmo em humanos.

Como vimos, diversos são os mecanismos que podem estar envolvidos no efeito

hipocolesterolemiante dos cogumelos. Especificamente no caso do Agaricus blazei, um

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MIRANDA, A. M. Discussão

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conjunto de mecanismos parece estar envolvido no efeito hipolipidêmico desse cogumelo.

Além dos componentes já citados acima, os esteróis presentes nesses fungos, dada sua

característica estrutural similar a do colesterol, podem reduzir a absorção desse composto

por meio de uma inibição competitiva. Segundo Mizuno (1995), o Agaricus blazei possui

uma quantidade considerável de ergosterol. Da mesma forma, a quitina, um componente

encontrado normalmente em crustáceos e insetos, junto às β-glucanas consistem nos

principais componentes encontrados na parede celular dos fungos. Esse biopolímero,

através de sua conversão à quitosana, apresenta ótima afinidade pelos ácidos biliares.

Neyrinck et al. (2009), demonstraram que a suplementação das dietas de camundongos

obesos submetidos à dieta rica em gordura com 5% de quitosana fúngica (A. bisporus),

além de modular a absorção de lipídios, parece ter sido eficiente em reduzir a secreção de

adipocitocinas no soro, um fenômeno que poderia estar associado à redução da

adiposidade.

Contudo, dadas as características observadas nesse estudo, em que uma redução

significativa foi observada no perfil lipídico sérico acompanhada de uma redução

expressiva da adiposidade e um concomitante acúmulo hepático de lipídios, não podemos

descartar a possibilidade de que outro nutriente possa estar envolvido nos efeitos

promovidos pelo A. blazei. A eritadenina, por exemplo, presente em cogumelos como o

Lentinula edodes, parece não exercer seus efeitos por meio da inibição da colesterogênese

hepática ou por estímulo à excreção de esteróides nas fezes. Estudos tem sugerido que seu

efeito hipocolesterolêmico possa estar associado a uma depressão na secreção de colesterol

do fígado para a corrente sanguínea e/ou através de um aumento de sua captação pelos

tecidos extrahepáticos (SUGIYAMA, AKACHI e YAMAKAWA, 1995). Recentemente,

estudos tem demonstrado que o efeito hipocolesterolemiante desse composto possa estar

associado a alterações no metabolismo de fosfolipídios (SHIMADA, MORITA e

SUGIYAMA, 2003). Observa-se, portanto, a necessidade de um estudo minucioso a fim de

verificar o exato mecanismo pelo qual o Agaricus blazei estaria atuando sobre o

metabolismo dos lipídios, assim como investigar a presença de outras substâncias que

poderiam estar agindo nesse mecanismo, esclarecendo dessa forma o possível acúmulo de

gordura hepática ocorrido.

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MIRANDA, A. M. Discussão

72

MARCADORES DO ESTRESSE OXIDATIVO E DEFESAS ANTIOXIDANTES

Caracterizado como um desequilíbrio entre oxidantes/antioxidantes, o estresse

oxidativo desempenha um papel importante na gênese de inúmeras doenças como diabetes

mellitus, inflamação crônica, desordens neurodegenerativas e aterosclerose (HALLIWEL,

2006; MacNEE, 2000). Radicais livres ou espécies reativas de oxigênio podem contribuir

para o aparecimento dessas doenças ou estarem presentes em situações de toxicidade.

Esses radicais gerados no organismo podem atacar macromoléculas como proteínas, DNA

e membranas, prejudicando o funcionamento das mesmas através de alterações da fluidez,

permeabilidade e inativação de seus receptores (NIKI, 2004).

Tidos como uma das principais causas da disfunção endotelial que precede e

promove a aterogênese, os radicais livres, principalmente as espécies reativas de oxigênio,

são capazes de lesar as membranas celulares e o núcleo (WEVER et al., 1998). Inativam os

efeitos vasodilatadores por meio da interação com os mediadores vasomotores, agindo

principalmente na oxidação dos lipídios presentes na LDL, considerado o elemento chave

na aterosclerose (AVIRAM et al., 2000).

Nas últimas décadas, a procura por compostos naturais que possam atuar c omo

antioxidantes tem aumentado consideravelmente (OYETAYO, 2009). Estudos têm

demonstrado uma relação inversa entre o consumo de frutas e hortaliças, ricos em

antioxidantes, e a incidência de doenças como câncer, Alzheimer e aterosclerose

(WILLET, 2001).

A defesa contra o dano provocado pelos radicais livres é realizada pela utilização

de reservas antioxidantes celulares. Nesse sentido, a função primária dos antioxidantes é

reduzir a velocidade de iniciação e/ou propagação dos processos oxidativos, suprimindo a

geração de espécies reativas de oxigênio ou eliminando-as, diminuindo ou mesmo inibindo

o dano oxidativo a uma molécula alvo.

Nesse contexto, um antioxidante é qualquer substância que, presente em baixas

concentrações quando comparado àquelas do substrato oxidável, atrasa significativamente

ou mesmo evita a oxidação deste substrato (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1999). Nesse

sentido, os cogumelos têm sido considerados uma importante fonte de antioxidante,

possuindo compostos como os fenólicos (ácidos fenólicos e flavonóides) e tocoferóis

(FERREIRA, BARROS e ABREU, 2009).

Diante disso, dosamos alguns marcadores hepáticos do estresse oxidativo como as

substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e as proteínas carboniladas, assim

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MIRANDA, A. M. Discussão

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como os grupos sulfidrilas totais. As defesas antioxidantes, por sua vez, foram

determinadas a partir da atividade sérica da PON e dos níveis hepáticos de glutationa total.

Considerado a espécie mais reativa do sistema biológico, o radical hidroxila (OH•)

pode atuar inativando várias proteínas (enzimas e de membrana celular) ao oxidar seus

grupos sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS). O mesmo pode iniciar a oxidação dos

ácidos graxos poliinsaturados das membranas celulares (lipoperoxidação). Os radicais

sulfidrilas representam todos os grupos tióis encontrados na glutationa (L-g-glutamil-L-

cisteinil-glicina), em proteínas e em compostos de baixo peso molecular no plasma.

Quando o estresse oxidativo está alto, os tióis podem ter seus níveis plasmáticos reduzidos

(WISDOM et al., 1991).

No meio intracelular, a glutationa reduzida está presente na maioria das células,

sendo o tiol (-SH) mais abundante nesse meio. A glutationa reduzida (GSH) pode ser

considerada um dos agentes mais importantes do sistema de defesa antioxidante da célula.

Como pode ser parcialmente absorvida no intestino, ela pode ser sintetizada de novo,

sendo, portanto, um antioxidante endógeno e exógeno. Já a albumina é a principal fonte de

grupos tióis do plasma, sendo quantitativamente o mais importante componente

extracelular de defesa antioxidante (FANG, YANG e WU, 2002).

Em relação aos níveis de sulfidrilas totais, nossos resultados mostraram que houve

uma interação entre a dieta e o Agaricus blazei. A suplementação da dieta

hipercolesterolemiante com o cogumelo promoveu uma redução significativa na

concentração desses grupos. Diante dos resultados obtidos, podemos observar que dietas

hipercolesterolemiantes desencadeiam uma condição de maior estresse oxidativo, com uma

maior produção de radicais livres. Esses radicais por sua vez reagem com os grupos

sulfidrilas e levam a formação de pontes dissulfeto, que consequentemente levam a uma

redução na concentração de sulfidrilas reduzidas. Esses resultados sugerem, portanto, que

na maior condição de estresse desencadeado por essa dieta, o Agaricus blazei não foi capaz

de reverter esse efeito. Tal fato, no entanto, pode estar relacionado à dose utilizada em

nosso experimento.

Os produtos do estresse oxidativo também têm sido descritos para demonstrar o

dano oxidativo. Dentre esses produtos encontram-se as TBARS. Os níveis dessas

substâncias são utilizados como marcadores do balanço redox e da peroxidação lipídica em

células hepáticas. Em nosso estudo, observamos apenas um efeito da dieta sobre essas

substâncias, com as dietas hipercolesterolemiantes apresentando os maiores valores quando

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MIRANDA, A. M. Discussão

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comparadas às controles. No entanto, isso pode ser explicado na medida em que sendo

essas dietas ricas em ácidos graxos insaturados, ficam mais suscetíveis à lipoperoxidação

(MAHFOUZ e KUMMEROW, 2000). Da mesma forma, essa seria uma possível

explicação para a ausência de efeito do Agaricus blazei, visto que 80 % de seus lipídios são

constituídos por ácidos graxos poliinsaturados.

Além dos níveis de TBARS, as proteínas carboniladas também têm sido utilizadas

como marcadores bioquímicos para detectar a modificação oxidativa de resíduos de

aminoácidos em proteínas (BEAL, 2002). Alguns cátions, como Fe2+

e Cu2+

podem se ligar

a locais de ligação dos cátions nas proteínas, permitindo o ataque por espécies como H2O2

e O2-. Por fim, essas espécies transformam suas cadeias de aminoácidos em carbonilas

(DONNE et al., 2003). Nossos resultados mostraram que a suplementação das dietas com o

Agaricus blazei promoveu um aumento na carbonilação dessas proteínas.

Em relação à glutationa, observamos apenas um efeito da dieta, com as dietas H e

HAb apresentando as menores concentrações. Sabe-se que a dieta hipercolesterolemiante

promove uma piora no balanço redox do organismo, levando a uma maior produção de

espécies reativas (KUROSOWA et al., 2005). A partir dos resultados encontrados,

observamos que a concentração de glutationa total foi reduzida pelas dietas hiper, não

havendo nenhum efeito do Agaricus blazei.

No presente estudo, os animais que receberam as dietas hipercolesterolemiantes

apresentaram as menores atividades de PON. Esses dados corroboram os encontrados por

Ayub et al. (1999) e Aviram et al. (1998). Segundo os autores, animais alimentados com

dietas ricas em gorduras e colesterol apresentam uma redução tanto na expressão gênica

como na atividade sérica da PON.

A paraoxonase consiste em uma esterase dependente de cálcio. Sua família consiste

de 3 genes: PON 1, PON 2 e PON 3 (CHAIT et al., 2005). O RNAm da PON 1 é expresso

principalmente no fígado, enquanto que o da PON 3 é expresso no fígado e no rim. Tanto a

PON 1 quanto a PON 3 são secretadas pelo fígado associadas à HDL, contribuindo assim

para o efeito ateroprotetor dessa lipoproteína (NG et al., 2004). Já a PON 2 é amplamente

expressa em muitos tecidos. As três proteínas possuem atividade hidrolítica tendo atividade

arilesterásica ou paraoxonase. Os substratos a serem hidrolisados, ácidos carboxílicos

aromáticos ou compostos organofosfatos, é que determinarão qual atividade estará ativa

(GETZ e REARDON, 2004).

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MIRANDA, A. M. Discussão

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Em nosso experimento, as dietas hipercolesterolemiantes promoveram uma redução

em ambas as atividades da PON. Uma interação foi observada ainda entre a dieta e o

cogumelo para a atividade arilesterase. Sendo assim, a suplementação das dietas com o

Agaricus blazei não foi capaz de impedir que essa redução ocorresse. Esses dados quando

tomados em conjunto com os demais parâmetros analisados são indicativos de que possa

ter ocorrido uma diminuição das defesas antioxidantes em detrimento do aumento do

estresse oxidativo. Contudo, visando compreender melhor o papel deste cogumelo como

um potencial agente antioxidante – dadas as suas características e ao que já se tem descrito

na literatura – ressalta-se a importância de que outros parâmetros relacionados tanto ao

estresse oxidativo quanto à atividade antioxidante sejam avaliados, bem como a utilização

de diferentes doses.

Diversos estudos têm demonstrado que os cogumelos apresentam significativo

efeito antioxidante. A maioria desses estudos tem atribuído esse efeito à presença de

compostos obtidos por meio do metabolismo secundário, como mencionado acima. Entre

esses compostos, grande parte desses efeitos tem sido conferida pelos compostos fenólicos

(HELENO et al., 2010; SOARES et al., 2009; TSAI et al, 2007). No entanto, os dados

referentes à atividade antioxidante dos cogumelos na literatura são conflitantes. Bobek et

al. (1997), ao estudar os efeitos do Pleurotus ostreatus e de suas β-glucanas isoladas, não

encontrou qualquer efeito antioxidante para esse último. Já quando os extratos metanólicos

desse mesmo cogumelo e de outras três espécies (Volvariella volvacea, Lentinula edodes e

F. velutipes) foram analisados, um importante efeito antioxidante sobre a peroxidação

lipídica foi observado (CHEUNG e CHEUNG, 2005; YANG et al., 2002). Cheung e

Cheung (2005) e Yang et al. (2002), relacionaram esse efeito sobre a peroxidação lipídica

aos compostos fenólicos presentes nos extratos metanólicos.

Da mesma forma, importante atividade antioxidante tem sido atribuída ao Agaricus

blazei. Savoie, Minvielle e Largeteau (2008), ao analisarem o Agaricus bisporus

comparando-o a outras espécies, observaram uma alta capacidade antioxidante de extratos

metanólicos de várias partes desse cogumelo in vitro. Para os autores, esse cogumelo

poderia ser inserido no grupo dos cogumelos com excelente potencial antioxidante, ficando

atrás somente do A. blazei. Segundo Oliveira et al. (2007), os extratos etanólicos e

preparados de outras frações do A. blazei também apresentaram significativo poder

antioxidante.

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MIRANDA, A. M. Discussão

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Contudo, em nosso estudo não foi observada atividade antioxidante significativa

para o Agaricus blazei. Porém, dados na literatura demonstram que da mesma forma que o

consumo de compostos fenólicos pode levar a um aumento na atividade das defesas

antioxidantes, os mesmos compostos podem não causar nenhum tipo de efeito. A natureza

desses resultados contraditórios indica ainda que a resposta à atividade dessas defesas pode

depender da origem do estresse oxidativo, do modelo animal utilizado, da defesa

antioxidante estudada e do tipo e fonte do antioxidante dietético (ALIA et al., 2003;

DRAGSTED et al., 2004). Nesse sentido, se considerarmos essa espécie como uma

importante fonte de compostos fenólicos, principalmente em relação ao seu conteúdo em

tocoferóis (TSAI et al. 2007), essa pode ser, pelo menos em parte, uma possível explicação

para a ausência do efeito antioxidante observado para o A. blazei. No entanto, tais

resultados sugerem a necessidade de mais estudos a fim de verificar o exato mecanismo

envolvido na atividade antioxidante desse cogumelo, principalmente quando adicionado à

dieta.

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CONCLUSÃO

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MIRANDA, A. M. Conclusão

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CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO

A análise bromatológica do Agaricus blazei confirmou que o mesmo consiste em

um alimento com considerável valor nutricional, apresentando teores significativos de

proteínas e carboidratos, aliado ao baixo teor em gorduras.

Nossos resultados demonstram que o Agaricus blazei consiste em um importante

agente hipolipidêmico. A suplementação da dieta hipercolesterolemiante com o A. blazei

(1%) promoveu uma redução significativa nos níveis séricos de colesterol total e da fração

não HDL, embora esse mesmo efeito não tenha sido observado para os animais

normocolesterolêmicos. Por outro lado, sua suplementação à dieta controle proporcionou

uma redução significativa nos níveis de triacilgliceróis, sugerindo que este cogumelo,

associado a uma dieta balanceada, pode ser benéfico à saúde. O A. blazei também mostrou-

se eficiente em suprimir o acúmulo de gordura corporal nos animais hipercolesterolêmicos.

Em contrapartida, os resultados para os marcadores do estresse oxidativo sugerem

que a suplementação da dieta hipercolesterolemiante com o Agaricus blazei não tenha sido

capaz de reverter o dano oxidativo promovido por essa dieta, não sendo verificado,

portanto, efeito antioxidante significativo por parte deste cogumelo.

Tais resultados, no entanto, são animadores, pois além de traduzirem um importante

efeito hipocolesterolemiante deste cogumelo enquanto alimento, constituem um passo

importante para a desmitificação de algumas propriedades atribuídas ao Agaricus blazei,

fator que provoca más interpretações em relação a seu uso pela população em geral.

Contudo, ressalta-se a importância de novas pesquisas a fim de verificar o exato

mecanismo e os possíveis componentes envolvidos no efeito hipocolesterolêmico do

Agaricus blazei, assim como esclarecer a ausência de seu efeito antioxidante.

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ANEXOS

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MIRANDA, A. M. Anexos

ANEXO I – Carta do Comitê de ética em pesquisa

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MIRANDA, A. M. Anexos

ANEXO II - Protocolos das Dosagens Bioquímicas

II. 1 - ALBUMINA

Princípio

A albumina interage com o verde de bromocresol tamponado e, devido ao erro

protéico dos indicadores, ocorre formação de cor verde, proporcional à concentração da

albumina na amostra. O verde de bromocresol possui especificidade para albumina e não

sofre interferência de valores elevados de bilirrubina e hemoglobina, permitindo também

que as interferências de valores elevados de triglicérides possam ser corrigidas utilizando o

branco de amostra.

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar soro. Não usar plasma. O analito é

estável por 3 dias entre 2 – 8°C e 7 dias a 10ºC negativos.

Produto Utilizado

Albumina, Catálogo 19 - ANVISA – 10009010025

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente de Cor: Armazenar entre 2 – 8 ºC. Contém tampão 60 mmol/L, pH3,8, verde de

bromocresol 300 mol/L e Brij 35 ≥ 6,0 mmol/L. Padrão - 3,8 g/dL: Armazenar entre 2 – 8 ºC bem vedado para evitar evaporação. Contém

azida sódica 15,4 mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 630 nm ou filtro vermelho

(600 a 640 nm).

2. Pipetas para medir amostras e reagentes.

3. Cronômetro.

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Reagente de Cor (nº 1) 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Soro ----- 0,01 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL

Misturar e após 2 minutos, no máximo 10 minutos, determinar as absorbâncias do

teste e padrão em 630 nm ou filtro vermelho (600 a 640 nm), acertando o zero com o

branco.

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MIRANDA, A. M. Anexos

Cálculos

Conversão de g/dL para Unidade SI: µmol/L = g/dL x 144,9

O resultado da medição é linear até 6,0 g/dL. Para valores maiores diluir o soro

com NaCI 150 mmol/L e repetir a determinação. Multiplicar o resultado obtido pelo fator

de diluição. Diluir o soro de tal modo que o valor encontrado se situe entre 3,0 e 4,5 g/dL.

II. 2 - ALANINA AMINOTRANSFERASE

Princípio

A ALT catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o cetoglutarato,

com formação de glutamato e piruvato. Este é reduzido a lactato por ação da lactato

desidrogenase (LDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD. A conseqüente

redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada espectrofotometricamente, é

diretamente proporcional à atividade da enzima na amostra.

L-Alanina + Cetoglutarato Piruvato + L-Glutamato

Piruvato + NADH L-Lactato + NAD

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar soro ou plasma (EDTA, heparina). A

atividade enzimática é estável por 4 dias entre 2 – 8 ºC e por 2 semanas a 10 ºC negativos.

Produto Utilizado

ALT/GPT Liquiform, Catálogo 74-4/30 - ANVISA - 10009010029

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1: Armazenar entre 2 – 8°C.

Reagente 2: Armazenar entre 2 – 8°C.

Reagente de Trabalho: O conjunto de um frasco de Reagente 1 e de um frasco de Reagente

2 permite preparar o Reagente de Trabalho. Estável por 5 dias entre 15 - 25 ºC e 14 dias

entre 2 – 8°C. Contém tampão 80 mmol/L, pH 7,8, L-Alanina 500 mmol/L, 2-cetoglutarato

15 mmo/L, NADH 180

Equipamentos

1. Fotômetro com cubeta termostatizada a 37 ºC capaz de medir a absorbância em 340 ou

365 nm com exatidão.

2. Pipetas para medir amostras e reagentes.

3. Cronômetro.

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 3,8 Albumina (g/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

Procedimento

Condições de Reação: comprimento de onda de 340 ou 365 nm; cubeta termostatizada a

37ºC com 10 mm de espessura de solução; banda de passagem de 8 nm ou menos e luz

espúria menor que 0,1%.

1. Adicionar 0,1 mL de amostra a 1,0 mL do Reagente de Trabalho.

2. Homogeneizar.

3. Transferir para a cubeta termostatizada a 37 ºC.

4. Esperar 1 minuto.

5. Fazer a leitura inicial, disparando simultaneamente o cronômetro.

6. Repetir as leituras após 1, 2 e 3 minutos.

Cálculos

Calcular a média das diferenças de absorbância por minuto ( A/minuto) e utilizar para calcular o resultado.

ALT/GPT (U/L) 340 nm = A/minuto x 1746

Conversão: Unidades Convencionais (U/L) x 16,7 = Unidades SI (nkat/L).

II. 3 - ASPARTATO AMINOTRANSFERASE

Princípio

A AST catalisa a transferência de grupos amina da alanina para o cetoglutarato,

com formação de glutamato e oxalacetato. Este é reduzido a malato por ação da malato

desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD.

A conseqüente redução da absorbância em 340 ou 365 nm, monitorizada

espectrofotometricamente, é diretamente proporcional à atividade da enzima na amostra.

L-Aspartato + Cetoglutarato Oxalacetato + L-Glutamato

Oxalacetato + NADH L-Malato + NAD

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar soro ou plasma (EDTA, heparina). A

atividade enzimática é estável por 4 dias entre 2 – 8°C e por 2 semanas a 10°C negativos.

Produto Utilizado

AST/GOT Liquiform, Catálogo 75-4/30 - ANVISA - 10009010018

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1: Armazenar entre 2 – 8°C.

Reagente 2: Armazenar entre 2 – 8°C.

Reagente de Trabalho: o conjunto de um frasco de Reagente 1 e de um frasco de Reagente

2 permite preparar o Reagente de Trabalho. Estável por 5 dias entre 15 – 25°C e por 14

dias entre 2 – 8°C; Contém tampão 80 mmol/L,pH 7,8,L-Aspartato 240 mmol/L, 2-

cetoglutarato 12 mmo/l,NADH 180 µmol/l,LDH ≥900 U/L, MDH ≥600 U/L e azida sódica

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MIRANDA, A. M. Anexos

14,6 mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro com cubeta termostatizada a 37 ºC capaz de medir a absorbância em 340 ou

365 nm com exatidão.

2. Pipetas para medir amostras e reagentes.

3. Cronômetro.

Procedimento

Condições de Reação: comprimento de onda de 340 ou 365 nm; cubeta termostatizada a

37ºC com 10 mm de espessura de solução; banda de passagem de 8 nm ou menos e luz

espúria menor que 0,1%.

1. Adicionar 0,1 mL de amostra a 1,0 mL do reagente de trabalho.

2. Homogeneizar.

3. Transferir para a cubeta termostatizada a 37 ºC.

4. Esperar 1 minuto.

5. Fazer a leitura inicial, disparando simultaneamente o cronômetro.

6. Repetir as leituras após 1, 2 e 3 minutos.

Cálculos

Calcular a média das diferenças de absorbância por minuto ( A/minuto) e utilizar

para calcular o resultado.

AST/GOT (U/L) 340 nm = A/minuto x 1746

Conversão: Unidades Convencionais (U/L) x 16,7 = Unidades SI (nkat/L).

II. 4 - COLESTEROL HDL

Princípio

As lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as lipoproteínas de baixa

densidade (LDL) são quantitativamente precipitadas e, após centrifugação, o colesterol

ligado às lipoproteínas de alta densidade (Colesterol HDL) é determinado no sobrenadante.

Amostra

O jejum não é imprescindível para a dosagem de colesterol HDL. Usar soro. O analito é

estável por 3 dias entre 2 – 8ºC.

Produto Utilizado

Colesterol HDL, Catálogo 13 - ANVISA – 10009010026

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Precipitante: Armazenar entre 2 – 8°C. Contém ácido fosfotúngstico 1,5 mmol/L e cloreto

de magnésio 54 mmol/L.

Padrão - 20 mg/dL: Armazenar entre 2 – 8°C. Armazenar bem vedado para evitar

evaporação.

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MIRANDA, A. M. Anexos

Equipamentos

1. Centrífuga para tubos.

2. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 500 nm ou filtro verde (490

a 510 nm).

3. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC).

4. Pipetas para medir amostras e reagentes.

5. Cronômetro.

Procedimento

Precipitação das VLDL e LDL

Em um tubo 12 x 75 colocar 0,25mL de soro e 0,25mL de precipitante. Agitar

vigorosamente durante 30 segundos. A agitação sugerida é fundamental para obtenção de

resultados consistentes. Centrifugar a 3.500 rpm por pelo menos 15 minutos para obter um

sobrenadante límpido. Pipetar o sobrenadante límpido imediatamente após a centrifugação,

tomando o cuidado para não ressuspender o precipitado, a fim de evitar resultados

falsamente elevados.

Utilizar com o Reagente 1 - Colesterol Liquiform Labtest Cat. 76. Tomar 3 tubos de ensaio

e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Sobrenadante ----- 0,1 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,1 mL

Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e colocar no banho-maria a 37 ºC durante 10 minutos. O nível da água no

banho deve ser superior ao nível do reagente nos tubos de ensaio. Determinar as

absorbâncias do teste e padrão em 500 nm ou filtro verde (490 a 540 nm) acertando o zero

com o branco. A cor é estável por 60 minutos.

Cálculos

Conversão de mg/dL para Unidade SI: mmol/L = mg/dL x 0,026

II. 5 - COLESTEROL TOTAL

Princípio

O colesterol total é determinado de acordo com as seguintes reações:

Ésteres de colesterol Colesterol + Ácidos graxos

Colesterol + O2 Colest-4-en-ona + H2O2

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 40 HDL (mg/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina Antipirilquinonimina + 4H2O

A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração de

colesterol na amostra.

Amostra

O jejum não é imprescindível para a dosagem de colesterol total. Usar soro.

Anticoagulantes como citrato, oxalato ou EDTA produzem resultados falsamente

diminuídos. O analito é estável por 7 dias entre 2 – 8 ºC e vários meses a 10 ºC negativos.

Produto Utilizado

Colesterol Liquiform, Catálogo 76-2/100 - ANVISA - 10009010068

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1: Armazenar entre 2 – 8°C. Contém tampão 50 mmol, pH 7,0, fenol 24,0

mmol/L, colato de sódio 500 µmol/L, azida sódica 15 mmol/L, 4 aminoantipirina 500

µmol/L, colesterol esterase ≥250 U/L, colesterol oxidase ≥250 U/L e peroxidase ≥1000

U/L.

Padrão 200 mg/dL: Armazenar entre 2 – 8°C. Após o manuseio armazenar bem vedado

para evitar evaporação. Contém azida sódica 15 mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 500 nm ou filtro verde (490

a 510 nm).

2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC).

3. Pipetas para medir amostras e reagentes.

4. Cronômetro.

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Amostra ----- 0,01 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL

Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e colocar em banho-maria 37 ºC 10 minutos. O nível de água no banho

deve ser superior ao nível de reagentes nos tubos de ensaio. Determinar as absorbâncias do

teste e padrão em 500 nm ou filtro verde (490 a 510 nm), acertando o zero com o branco.

A cor é estável por 60 minutos.

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MIRANDA, A. M. Anexos

Cálculos

Conversão de mg/dL para Unidade SI: mmol/L = mg/dL x 0,026

II. 6 - CREATININA

Princípio

O método se baseia na observação de que a reação da creatinina com o picrato

alcalino é muito rápida, enquanto a reação do picrato com os cromogênios é mais lenta. A

medida da reação nos primeiros minutos permite a determinação da creatinina verdadeira.

A creatinina e outros componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio

alcalino, formando um complexo de cor vermelha que é medido fotometricamente.

Creatinina + Ácido Pícrico Picrato de Creatinina

Amostra

Para creatinina sérica recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Soro ou plasma

(heparina, EDTA, fluoreto, oxalato, citrato). O anticoagulante Glistab (Labtest Cat. 29)

permite a colheita de uma só amostra para as dosagens de creatinina, glicose e uréia. O

analito é estável por 7 dias entre 2 – 8°C.

Produto Utilizado

Creatinina K, Catálogo 96 - ANVISA - 10009010143

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

NaOH: Armazenar entre 15 – 30°C. Contém hidróxido de sódio 200 mmol/L.

Ácido Pícrico: Armazenar entre 15 – 30°C. Contém ácido pícrico 22,2 mmol/L.

Padrão - 4,0 mg/dL: Armazenar entre 2 – 30°C. Após o manuseio, sugere-se armazenar

bem vedado para evitar evaporação.

Ferricianeto: Armazenar entre 15 – 30 ºC. Contém ferricianeto de potássio 11 mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro com cubeta termostatizada capaz de medir com exatidão a absorbância em

510 nm.

2. Pipetas para medir amostras e reagente.

3. Cronômetro.

Procedimento

Preparo do picrato alcalino: Misturar 4 volumes de NaOH (nº 1) com 1 volume de

Ácido Pícrico (nº 2). Estável 15 dias entre 2 - 8 ºC. O CO2 atmosférico altera

significativamente a estabilidade do NaOH (No. 1) e do Picrato Alcalino, quando os

reagentes são mantidos em recipientes abertos. A modificação da estabilidade é

influenciada pelo tempo de exposição e condições ambientais. Sugerimos manter na

bandeja do analisador somente o volume suficiente para a realização de uma corrida

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 200 Colesterol (mg/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

analítica ou usar as informações do controle da qualidade como indicador da necessidade

de realizar nova calibração.

Procedimento: Ajustar o fotômetro a zero em 510 nm com água destilada.

Adicionar 0,1 mL de padrão, soro, plasma ou urina diluída a 1,0 mL do Picrato Alcalino.

Misturar e aspirar imediatamente para a cubeta. Disparar um cronômetro e medir as

absorbâncias aos 30 e 90 segundos.

Cálculos

ΔA do Teste ou Padrão = Abs 90 segundos – Abs 30 segundos

II. 7 - FOSFATASE ALCALINA

Princípio

A fosfatase alcalina (FALC) do soro, em pH alcalino, hidrolisa o p-

nitrofenilfosfato, liberando p-nitrofenol e fosfato inorgânico de acordo com a seguinte

reação:

p-nitrofenilfosfato + H2O p-nitrofenol + fosfato

A quantidade de p-nitrofenol produzida tem elevada absorbância em 405 nm e é

diretamente proporcional à atividade da fosfatase alcalina na amostra.

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Soro ou plasma (heparina). A amostra é

estável por 7 dias entre 2 – 8°C. Quando a amostra é armazenada à temperatura ambiente,

obtêm-se resultados falsamente elevados.

Produto Utilizado

Fosfatase Alcalina Liquiform, Catálogo 74-4/30 - ANVISA - 10009010050

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1: Armazenar entre 2 - 8 ºC.

Reagente 2: Armazenar entre 2 - 8 ºC.

Reagente de Trabalho: o conjunto de um frasco de Reagente 1 e de um frasco de Reagente

2 permite preparar o Reagente de Trabalho. Estável 5 dias entre 15 – 25°C e 30 dias entre 2

– 8°C. Contém tampão 350 mmol/L pH 10,4, sulfato de zinco 1,0 mmol/L, acetato de

magnésio 2,0 mmol/L p-nitrofenilfosfato ≥12 mmol/L, azida sódica 6,4 mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro com cubeta termostatizada capaz de medir com exatidão a absorbância em

405 nm.

∆ Absorbância do Teste

∆ Absorbância do Padrão X 4 Creatinina (mg/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 °C).

3. Pipetas para medir amostras e reagente.

4. Cronômetro.

Procedimento

Condições de Reação: comprimento de onda de 405 ± 2 nm, cubeta termostatizada

a 37 ºC com 10 mm de espessura da solução, banda de passagem de 8 nm ou menos e luz

espúria menor que 0,1%.

Pipetar 1,0 mL do Reagente de Trabalho em um tubo 12x75 e adicionar 0,02 mL de

amostra. Homogeneizar. Transferir imediatamente para a cubeta termostatizada a 37°C.

Esperar 30 segundos. Fazer a leitura da absorbância inicial (A1), disparando

simultaneamente o cronômetro. Repetir a leitura após 2 minutos (A2).

Cálculos

A Teste =

Atividade da Fosfatase Alcalina (U/L) = A Teste x 2764

Conversão de U/L para Unidades SI: kat = U/L x 0,0167

II. 8 - GLICOSE

Princípio

A glicose oxidase catalisa a oxidação da Glicose a Ácido Glucônico e Peróxido de

Hidrogênio. O peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e fenol, sob

ação catalisadora da peroxidase, através de uma reação oxidativa de acoplamento,

formando uma antipirilquinonimina vermelha cuja intensidade de cor é proporcional à

concentração da glicose na amostra.

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar plasma ou soro. Realizar a colheita

do sangue utilizando um anticoagulante contendo um inibidor da glicólise. O uso do

anticoagulante Glistab (Labtest cat. 29) permite a colheita de uma só amostra para as

dosagens de creatinina, glicose e uréia. As amostras de sangue não contendo antiglicolítico

devem ser centrifugadas imediatamente após a colheita e o plasma ou soro separados das

células ou coágulo.

O analito é estável por 8 horas em amostras colhidas com antiglicolítico. No

plasma, soro e outros líquidos separados das células, a glicose permanece estável por 3 dias

entre 2 – 8°C, quando não ocorre contaminação bacteriana.

Produto Utilizado

Glicose PAP Liquiform, Catálogo 84-2/250, 84-2/500 -ANVISA - 10009010003

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1: Armazenar entre 2 – 8°C. Contém tampão 50 mmol/L; pH 7,5; glicose oxidase

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MIRANDA, A. M. Anexos

≥11.000U/L; peroxidase ≥700 U/L; 4-aminoantipirina ≥290 µmol/L; fenol ≥1 mmol/L e

azida sódica 7,5 mmol/L.

Padrão - 100 mg/dL: Armazenar entre 2 – 30°C. Após o manuseio, sugere-se armazenar

bem vedado para evitar evaporação. Contém glicose 100 mg/dL e biocida não tóxico. O

estabilizador do padrão pode precipitar-se em baixas temperaturas, fato que não interfere

na sua qualidade.

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 505 nm ou filtro verde (490

a 540 nm).

2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC).

3. Pipetas para medir amostras e reagentes.

4. Cronômetro.

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Amostra ----- 0,01 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL

Reagente 1 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar vigorosamente e colocar em banho-maria a 37°C durante 15 minutos. O

nível da água no banho deve ser superior ao nível dos reagentes nos tubos de ensaio.

Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 505 nm ou filtro verde (490 a 540 nm),

acertando o zero com o branco. A cor é estável por 60 minutos.

Cálculos

Conversão de mg/dL para unidade SI: mmol/L = mg/dL x 0,0556

II. 9 - PROTEÍNAS TOTAIS

Princípio

Os íons cobre (Cu+2

) em meio alcalino (Reagente de Biureto) reagem com as

ligações peptídicas das proteínas séricas formando cor púrpura, que tem absorbância

máxima em 545 nm, proporcional à concentração das proteínas na amostra.

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar soro. O analito é estável por 3 dias

entre 2 – 8°C e 7 dias a 10°C negativos.

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 100 Glicose (mg/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

Produto Utilizado

Proteínas Totais, Catálogo 99 - ANVISA - 10009010080

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente Biureto: Armazenar entre 15 – 30°C. Contém hidróxido de sódio 600 mmol/L,

sulfato de cobre 12 mmol/L, estabilizador e antioxidante.

Padrão - 4,0 g/dL; Armazenar entre 15 – 30°C. Após o manuseio, sugere-se armazenar

bem vedado para evitar evaporação. Contém albumina bovina 4 g/dL e azida sódica 15,4

mmol/L.

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 545 nm (530 a 550 nm).

2. Pipetas para medir amostras e reagentes.

3. Cronômetro.

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Amostra ----- 0,02 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,02 mL

Água destilada ou deionizada 0,02 mL ----- -----

Biureto de Uso 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e incubar a 37 °C durante 10 minutos. Determinar as absorbâncias do teste

e do padrão em 545 nm (530 a 550 nm), acertando o zero com o branco. A cor é estável

durante 1 hora.

Cálculos

II. 10 - TRIACILGLICERÓIS

Princípio

Os triacilglicerós são determinados de acordo com as seguintes reações:

Triglicérides Glicerol + Ácidos Graxos

Glicerol + ATP Glicerol-3-Fosfato + ADP

Glicerol-3-Fosfato + O2 Dihidroxiacetona + H2O2

2 H2O2 + 4 Aminoantipirina + 4-Clorofenol Quinoneimina + 4 H2O

Proteínas Totais (g/dL) = Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 4

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MIRANDA, A. M. Anexos

A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração

de triglicérides na amostra.

Amostra

Jejum de 12 a 14 horas. Usar soro ou plasma com EDTA. O analito é estável por

dois dias entre 2 – 8°C. Armazenamento prolongado da amostra não é recomendado,

porque várias substâncias podem ser hidrolizadas liberando glicerol, levando à obtenção de

resultados falsamente elevados. A heparina promove a ativação in vivo ou in vitro da

lipase da lipoproteína, fazendo com que a concentração dos triglicérides se reduza

gradativamente em amostras contendo heparina.

Produto Utilizado

Triglicérides Liquiform, Catálogo 87 - ANVISA - 10009010070

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Reagente 1 - Armazenar entre 2 - 8 ºC. Contem tampão 50 mmol/L, pH 6,9; acetato de

magnésio 4 mmol/L; 4-clorofenol 5 mmol/L; 4-aminoantipirina 300 mol/L ATP 1,0

mmol/L; lipase da lipoproteína 1400 U/L; glicerolquinase 1000 U/L e azida sódica 7

mmol/L.

Padrão - 200 mg/dL - Armazenar entre 2 - 30 ºC. Contém triglicérides 200 mg/dL e azida

sódica 7 mmol/L.Após o manuseio sugere-se armazenar bem vedado, para evitar

evaporação.

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 505 nm ou filtro verde (490

a 520nm).

2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37°C).

3. Pipetas para medir amostras e reagentes.

4. Cronômetro.

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Amostra ----- 0,01 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL

Reagente 1 (nº 1) 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e colocar no banho-maria 37 ºC por 10 minutos. O nível da água no banho

deve ser superior ao nível do reagente nos tubos de ensaio. Determinar as absorbâncias do

teste e padrão em 505 nm ou filtro verde (490 a 520 nm) acertando o zero com o branco. A

cor é estável por 60 minutos.

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MIRANDA, A. M. Anexos

Cálculos

Conversão de mg/dL para Unidade SI: mmol/L = mg/dL x 0,0113

II. 11 - URÉIA

Princípio

A uréia é hidrolisada pela urease a íons amônia e CO2. Os íons amônia reagem em

pH alcalino com salicilato e hipoclorito de sódio, sob a ação catalisadora do nitroprussiato

de sódio, para formar azul de indofenol. A formação de cor é proporcional à quantidade de

uréia na amostra.

Amostra

Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Usar soro ou plasma (fluoreto, heparina,

EDTA) e urina. Não usar anticoagulantes contendo amônia. A concentração de fluoreto na

amostra não deve ser maior que 3 mg/mL, pois o fluoreto em altas doses é inibidor da

urease. O uso do anticoagulante Glistab (Labtest Cat. 29) permite a colheita de uma só

amostra para as dosagens de uréia, glicose e creatinina. O analito é estável no soro ou

plasma por 12 horas entre 15 – 25°C, por 3 dias entre 2 – 8°C e 3 meses a 20°C negativos.

Produto Utilizado

Uréia CE, Catálogo 27 - ANVISA - 10009010011

Labtest Diagnóstica: Av. Paulo Ferreira da Costa, 600. Lagoa Santa, MG, 33400-000

Urease: Armazenar entre 2- 8°C. Contém tampão fosfato 10 mmol/L, EDTA 6 mmol/L e

urease 268 KU/L.

Tampão (Estoque): Armazenar entre 2- 8°C. Contém tampão fosfato 100 mmol/L pH 6,9,

salicilato de sódio 312 mmol/L, nitroprussiato de sódio 16,8 mmol/L.

Oxidante (Estoque): Armazenar entre 2- 8°C. Contém hidróxido de sódio 2,8 mol/L e

hipoclorito de sódio 121 mmol/L.

Padrão - 70 mg/dl: Armazenar entre 2- 8°C bem vedado para evitar evaporação. Contém

azida sódica 7,7 mmol/L.

Preparo do Tampão de Uso: Adicionar o conteúdo do frasco de tampão (100 mL) a 400 mL

de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco âmbar, entre 2 –

8°C.

Preparo do Oxidante de Uso: Adicionar o conteúdo do frasco de oxidante (25 mL) a 475

mL de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco plástico, entre

2 e 8°C.

Preparo da Urease Tamponada: Adicionar 1,0 mL de urease a 20 mL do Tampão de Uso.

Estável 21 dias em frasco de vidro âmbar, entre 2 – 8°C.

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 200 Triglicérides (mg/dL) =

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MIRANDA, A. M. Anexos

Equipamentos

1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 600 nm (580 a 610 nm).

2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37 ºC).

3. Pipetas para medir amostras e reagentes.

4. Cronômetro

Procedimento

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

Branco Teste Padrão

Amostra ----- 0,01 mL -----

Padrão (nº 2) ----- ----- 0,01 mL

Urease tamponada 1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e incubar a 37 ºC durante 5 minutos e adicionar 1,0mL de oxidante de uso

em todos os tubos. Misturar e incubar a 37 ºC durante 5 minutos. Determinar as

absorbâncias do teste e padrão em 600 nm (580 a 610 nm), acertando o zero com o branco.

A cor é estável por 2 horas.

Cálculos

Conversão de mg/dL para Unidade SI: mmol/L = mg/ dL x 0,166

Absorbância do Teste

Absorbância do Padrão X 200 Uréia (mg/dL) =