Almanautica 19

7
Nas mãos dos Piratas: Casal de ingleses conta como foi Artesão refaz o I.A.T. de Amyr Klink Pai e filho cruzam o Cabo Horn 1º Classic Boat Festival Competições pelo Brasil PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO! Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar Ano IV – nº 19 julho/agosto 2015 - Distribuição Gratuita ISSN: 23577800 19 www.almanautica.com.br Leia nesta edição: Nossos colunistas Murillo Novaes, Eduardo Sylvestre, Hélio Viana, José Paulo de Paula, Luciano Guerra, Nayara Licarião, Flávio Júlio Gomes tem muito a dizer! Dicas, receitas, diversão e muito mais!

description

Um jornal pra quem tem o mar na alma e quer mais conteúdo!

Transcript of Almanautica 19

Page 1: Almanautica 19

Nas mãos dos Piratas: Casal de ingleses conta como foi Artesão refaz o I.A.T. de Amyr Klink Pai e filho cruzam o Cabo Horn 1º Classic Boat Festival Competições pelo Brasil

ALMANÁUTICAPRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!

Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano IV – nº 19 – julho/agosto 2015 - Distribuição Gratuita ISSN: 23577800 19www.almanautica.com.br

Leia nesta edição:

Nossos colunistasMurillo Novaes, Eduardo Sylvestre, Hélio Viana, José Paulo de Paula, Luciano Guerra, Nayara Licarião, Flávio Júlio Gomes tem muito a dizer!Dicas, receitas, diversão e muito mais!

Page 2: Almanautica 19

EDITORIAL

Murillo Novaes é jornalista especializado em náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com

2 MurilloNOVAES

AL

MA

UT

ICA

José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão ama-dor e conta, em crônicas com muito humor, situações vividas a bordo com sua família no livro “É proibido

morar em barco”, à venda na Livraria Moana

Crônicas Flutuantes Coluna do escritor José Paulo de Paula

A arca de Noé

Olá querido amigo de alma náutica, eis que cá estamos naquela aflição clás-sica de todo colunista: o que escrever? E como escrever sobre o que escrever é também um clássico, vamos seguindo a procissão. Ou barqueata, como queira. De fato, o que não falta é assunto no mundo vélico. Com o recém chegado verão no hemisfério norte a coisa toda na Europa está bombando. Desde a Mini Transat, precedida pela Mini Fastnet, até a TP52, passando pela RC44 e outras classes de peso, todos estão na água pe-las bandas europeias. Mas nada que me anime muito a tecer um texto sobre... Es-tou ficando velho. E chato, acho. Pelo menos aqui neste Cabo Frio, espe-cialmente frio no invernal dia de hoje, ti-vemos um final de semana agitado. Lars Grael e Samuel Gonçalves venceram o estadual RJ da classe Star em três dias de regatas excelentes na raia da praia do Forte. E coloquei o “Meu Finn” na água para acompanhar. Foi legal! Mas o que aconteceu de importante mesmo nestes dias foi o final de mais um edição da Volvo Ocean Race. E com um vencedor inédito! E mesmo não sendo o objetivo desta coluna fazer uma matéria específica e jornalística, vamos aos fatos! O Team Alvimedica cruzou a linha de chegada em primeiro após concluir o percurso entre Lorient, com um pit-stop em Haia, e Gotemburgo em 4 dias e 9 horas. E todos fizeram muita festa para o time mais jovem da competição. “Cla-ro que estamos muito felizes por essa vitória. Foi um ótimo resultado, pois conseguimos segurar a liderança obtida antes do pit-stop de Haia”, disse o norte--americano Charles Enright, comandante do barco. “Vamos aproveitar o momento e depois pensar na última regata in-port”.

O veleiro turco terminou a prova de 960 milhas náuticas com vantagem de 23 minutos para o Team Brunel, segundo colocado. O MAPFRE, do nosso brasu-ca André Fonseca e o Dongfeng cruza-ram a linha minutos depois. Os últimos a fechar a nona etapa foram Abu Dhabi Ocean Racing, Team Vestas Wind e o fe-minino Team SCA. Meninas, aliás, que fizeram bonito ao vencer a difícil perna de Lisboa até Lorient. A diferença do primeiro ao sétimo colocado não supe-rou duas horas. Ao fim, todas as equipes, com exceção do acidentado Vestas, que perdeu mais da metade das etapas depois do encalhe nos recifes de Cargados Carajos, no oceano Índico, ganharam pelo menos uma perna nesta edição da regata. O que demonstra, mais uma vez, que a decisão de ir para o One Design, com barcos rigorosamente iguais, deu super certo. Mas não pense que acabou! A equipe do Alvimedica ainda iria disputar o de-sempate na in-port race de Gotemburgo contra o MAPFRE. Ambos somaram 34 pontos perdidos e a colocação final na série de regatas locais vai definir quem fica em quarto e em quinto lugares. “Foi uma perna bastante difícil e a parada em Haia praticamente definiu a etapa. O Al-vimedica foi melhor, méritos pra eles! Cometemos alguns erros que nos tiraram a vitória”, disse André Fonseca, do MA-PFRE. “Agora resta a disputa pelo quar-to lugar. Vamos fazer a nossa regata sem

Não é segredo o fato de eu ter certa que-da pelas Minas Gerais. Parte da infância ocorreu meio àqueles cerradões. Pois que, tempos atrás, durante uma destas Semanas Santas, tive muita satisfação em receber vi-sita de um primo querido, parceiro de mui-tas traquinagens infantis e juvenis. Veio com sua bela família: esposa, um filho pe-queno de doze anos e uma filha à beira de se casar... há ainda destes estranhos rituais lá por aqueles chapadões. Havia anos, mui-tos, que não nos víamos, e nos empenha-mos francamente em botar a prosa em dia a relembrar outras épocas. Apesar de muito religiosos, testemunhas de Jeová, adoram uma cervejinha, uma cachacinha – se for da boa –, uns causos mais picantes e aven-turas de quase todos os tipo. Dia seguinte à chegada fomos velejar. O primo era o úni-co que já havia estado numa embarcação à vela, conquanto pouco ou nada guardava de, por assim dizer, recordações técnicas a respeito dos fundamentos básicos en-volvendo velas e ventos, de maneira que o passeio se transformou numa espécie de curso. Tempo bom, boa brisa vinda do leste e a gente sem tempo para chegar a lugar al-gum... Em dado momento uma rajada mais forte fez o barco inclinar bastante – cá por essas bandas – a canal de São Sebastião – essas lestadas aceleram na descida dos morros podendo chegar a 25/30 nós; curio-samente essas rajadas vêm do lado em que se situa a Igreja matriz, sendo, portanto,

óbvio o nome que foi dado a tal vento, o “Vento do Padre”, desígnio que agradou muito meus tripulantes, mas deixou o me-nino um pouco desconfiado. Se eu não ti-vesse já trato antigo com a turma querida lá das Gerais, diria que ninguém deu nem tchum pela inclinada do barco, todavia o olhar do garoto dirigido ao pai denunciou uma certa apreensão no ar. Calmamente ele, o garoto, disse: – Nóóóóó, pai... esse trem vai é virá de bôrco siô! – Tem perigo não, emendei, – tem um peso embaixo que... e comecei uma peque-na preleção teórica sobre equilíbrio, hi-drodinâmica e outras aritméticas náuticas relativas a veleiros. – Cê querdita nisso pai! – Pois se é o tio que tá falando uai! Vê se presta mais atenção nas coisa Carzeduar-do? Farta de educação siô!! Olha pr’ele e vê se ele tá cum cara de preocupação! – Eu heim? óia... óia como incrina pai!!, a água já tá entrando ali pela bêrinha siô! As canoa lá do rancho acho que é muito mais sigura e num tem esse tar de lastro não...Garoto desconfiado!Quando todos se certificaram que o barco tinha realmente poucas chances de uma capotagem, o passeio se tornou mais con-fortável e continuei nosso curso de mari-nharia, visando mais o menino que, aparen-temente, era quem se interessava realmente pela coisa. Passamos então aos nós.

– Peguei um cabinho solteiro e... – Olha, esse aqui é o nó mais usado em barcos; chama-se lais de guia e é facinho de aprender... quer ver: dá um vorteio – resolvi conversar na língua deles – aqui fazendo uma arça e imagine que ela é uma lagoa; agora pega essa outra ponta da cor-dinha e imagine que seja um jacaré. O ja-caré sai da lagoa... dá uma vorta por cima e... entra de novo na... – Uai pai, mais esse ai num é iguarzinho que o nó do porco? – Nó do porco? – É tio, o nó do porco... lá na chácara nóis faiz iguarzinho pra amarrar os porco na hora de capá, só que nunca tinha ouvido essa história de jacaré na lagoa não... uai! Trem meio cabuloso esse... Ô tio, quar raça de jacaré que tem por aqui? – Aqui não tem jacaré não, era só manei-ra de... Bem, então tem esse outro nó aqui, ó... é o nó do fiel e serve para... – Apiá as vaca e amarrá o rabo da vaca mais o fucinho do bezerro nas perna pra mode num derrubá o barde na hora de tira leite. – Bem se vê que há correspondências entre mar e sertão... garoto esperto! Propus, então, pegarmos a varinha de pesca para tentar uma curricada. Aí foi que os zóinho de Carzeduardo brilharam. – Êêêita pai, qu’essa muntuêra d’água deve de dá uns trairão heim siô? To achano que o dilúvio, aquele dos bicho e da arca,

Este número comemoramos o início do quarto ano de jornal. Uma marca e tanto. O sucesso do Almanáutica tem sido re-conhecido em todos os lugares por onde passa. A cada mês, mais pedidos de dis-tribuição, e-mails elogiosos e sugestões de pauta. Os mais prestigiosos leitores - atletas de ponta, personalidades do mun-do náutico, políticos, dirigentes de clubes, Comodoros, cruzeiristas e velejadores de final de semana – ajudam a fazer do nosso Alma (como é carinhosamente chamado por muitos), um jornal de qualidade edito-rial sem igual. Esse é o nosso foco. Por isso adotamos “Pra quem tem o mar na alma e quer mais qualidade”. Mais que um slogan, é uma linha de trabalho que pauta nosso conteúdo. Só temos a agradecer a todos e conti-nuar trabalhando para que essa qualidade e reconhecimento conquistados continuem a fazer jus aos nossos leitores. Aos parcei-ros que acreditam nesse trabalho e estão conosco, nosso especial agradecimento. Sem seu apoio não conseguiríamos colocar o jornal na rua e fazê-lo chegar em todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Que venham mais 4... Mais 40 anos!

Ricardo Amatucci - Editor

Ano IV Enfim um fim

Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos

ventos e mantém o maracatublog.com

Umas eOutras

Por Hélio Viana

Histórias de um navegante im re isp c o

Foto da capa

MeteorologiaOceanografia&

Por: Luciano Guerra

nos importar com um match race contra o Alvimedica”, completou Bochecha. O resultado em Gotemburgo também confirmou o pódio final da Volvo Ocean Race 2014/15. O Abu Dhabi Ocean Race (Emirados Árabes Unidos) ficou com a taça, o Team Brunel (Holanda) em se-gundo e o Dongfeng Race Team (China) no terceiro degrau do pódio. O britânico Ian Walker, comandante do time árabe, entra para o seleto grupo de medalhis-tas olímpicos e vencedores da Volta ao Mundo, como o nosso Torben Grael. No Abu Dhabi estava também o espanhol Chunny Bermudez, integrante do Brasil 1 na histórica campanha de 2005/6. Ainda no píer sueco, a tripulação re-cebeu o troféu erguido pelo emocionado Ian Walker, que persegue este título há três edições. O último compromisso das equipes é a supra citada regata in-port sueca, que fechará a maior competição de vela oceânica do planeta. As provas locais agora compõem uma série à par-te da VOR e são realizadas em todas as cidades-sede e servem apenas como cri-tério de desempate da série principal. E o Abu Dhabi também é o líder provisório das in-ports! Estão com tudo!! Quem vi-ver verá! Bom, eu vou ficando por aqui. E já prometo mais inspiração para a próxima! Até lá! (Foto: Ian Roman/Abu Dhabi Ocean Racing)

Luciano Guerra, é especialista em meteorologia pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteoro-lógicos no Operador Nacional do Sistema Elé-trico ONS.

Tudo começou com um simples chur-rasco, a comida típica dos velejadores. No início de 2006 o presidente da Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro – ABVC, Fernando Sheldon, me convenceu a organizar o encontro nacional em Angra dos Reis. A ideia era aproveitar o feria-dão de Corpus Christi com um churrasco e alguns bate-papos. O administrador da Marina Bracuhy, Hugo Nunes, abraçou o projeto e liberou vagas para quem quisesse chegar de barco. Mal sabiam eles o vulto que a coisa ia tomar. O trabalho voluntário realmente funcio-na. A turma vestiu a camisa e se virou nos 30 para receber os quase 300 participantes. Bracuhy, que ganhou o slogan de O Porto dos Velejadores, se encheu de vida com a algazarra das 20 crianças e com os 60 bar-cos embandeirados na marina.Entre festas, palestras, jantar e workshops falaram Eneida Ceccon, do veleiro Rapun-zel, Ronaldo Coelho, do Feitiço, Márcio Dottori, da Náutica, e Ricardo Paragon, o McGaiver dos motores de popa. Amyr Klink chegou no Paratii 2 com a esposa Marina, as três filhas e a cadela que os “adotou” na última viagem à Antártica. Já Aleixo Belov voltou pra Bahia arrependido

3

O 1º encontro a gente nunca esquece

Eduardo Sylvestre é Professor de Educa-ção Física, Diretor do Programa de Desen-volvimento da CBVela, é um dos Expert da ISAF e técnico nível 3 da USSailing.

No final do mês de maio, tive a oportu-nidade de liderar uma clínica de alto ren-dimento a vela em Maputo, Moçambique para a ISAF. Estavam presentes equipes jo-vens do Egito, Argélia, Seicheles, Angola, Tanzânia, Tunísia, Sudão e Moçambique, com seus melhores velejadores masculinos e femininos e seus técnicos. Estas equipes estão se preparando para representar seus países no Mundial da Juventude em Lan-gkawi na Malasia no final deste ano. Esta clínica teve o objetivo de estreitar o “gap” técnico entre nações que já parti-cipam do mundial da juventude e as que começaram a participar agora, além de en-corajar e treinar velejadores e técnicos.Foi muito bom conhecer e participar do que estes governos africanos estão fazendo para melhorar e desenvolver a vela em seus países com o apoio da ISAF. Sempre fui adepto de um sistema mais jus-to e igualitário no que se refere às oportuni-dades para jovens esportistas. Lembro-me que fiquei bastante impressionado quando participei pela primeira vez do programa de intercâmbio de técnicos da US Sailing nos Estados Unidos na década de 80, pois em todos os lugares que fui dar treinamen-to, os barcos pertenciam aos clubes e não aos sócios. Isso pra mim foi incrível, pois mesmos aqueles que não tinham barcos poderiam ter uma oportunidade de fazer parte do time de vela se fosse assíduo, ti-vesse compromisso e talento. Sabemos que aqui no Brasil se você não tem um barco

de ponta com um equipamento bom e velas novas, dificilmente você terá a oportunida-de de participar e vencer regatas e com isso eventualmente representar seu país. Eu me identifiquei muito com este tipo de progra-ma, pois a vida nunca foi fácil para mim. Pois bem, em Moçambique, como na An-gola e em outros lugares da África, os bar-cos pertencem à federação de vela local, são comprados com o apoio de programas ligados ao Comitê Olímpico de seu país. Os barcos ficam sob os cuidados de um clube, onde existe um programa dividido em aprendizado básico, intermediário e avançado. Em Maputo, o Clube Marítimo recebeu 20 optimists, 25 lasers radiais e 2 botes motorizados para desenvolver um programa na cidade, ligados a federação. Este programa já está no quarto ano. Con-versando com o presidente da Federação de Vela e Canoagem de Moçambique, Hé-lio Da Rosa, ele disse que este convênio com o Comitê Olímpico, fez com que a vela renascesse no país. Hoje este progra-ma de Maputo tem convênio com as esco-las públicas da região que mandam alunos para a prática do esporte a vela. Segundo Da Rosa, a federação quer expandir este programa para cidades mais ao norte a fim de aumentar os adeptos da vela. A África

Vela para todos!

Eduardo Sylvestre como um todo não é diferente, caso não fosse assim a população não teria acesso a este esporte. No final de 7 dias intensos des-

Salve salve ilustres leitores! Vocês conhe-cem o Eddy? Quem? Isso mesmo, o Eddy. Até o final deste artigo veremos o que esse cara pode fazer por nós navegadores. À medida que as flotilhas locais vão se tornando cada vez mais nacionais, e vão descobrindo que “Navegar é Fácil”, vou pegando carona nos diversos cruzeiros que lindamente se multiplicam pela costa bra-

sileira, e dando pitadas a respeito de assun-tos importantes para os que saem das águas abrigadas e buscam velejadas mais longas e prazerosas. O papo de hoje é de grande importância para os comandantes que desejam registrar singraduras mais longas em seus diários de bordo. A corrente oceânica de movimento hori-zontal que flui pela costa brasileira desde o nordeste até sul do país, é chamada Cor-rente do Brasil. Parte de seu movimento é mantido por uma força chamada trans-porte de Ekman, mas este é outro assunto. Este movimento, cuja velocidade em dias de pouco vento pode fazer com que a sua

A foto de Ricardo Pinto/Volvo Ocean Race mostra o veleiro Team Vestas na última perna em direção a Haia, na Holanda.

por não ter trazido o dobro de livros para a noite de autógrafos de A Terceira Volta ao Mundo do Veleiro Três Marias. Este ano participei mais uma vez do en-contro como voluntário responsável por gelar as cervejas – é como deixar o lobo tomando conta do galinheiro, mas pelo menos não faltaram Itaipavas super gela-das – e fiquei feliz em notar que o espírito continua o mesmo. Afinal, cruzeirista é um bicho gregário e nada como alguns dias juntos para conhecer gente nova, reforçar os laços, e o mais importante, praticar uma troca maciça de informações. Ficou com vontade de estar lá também? Se avexe não, o presidente atual da ABVC, Volnys Bernal, já avisou que no ano que vem tem mais, e com muitas novidades!

Churrasco 0800

Já é tradição. O casal Telma e Naude, do restaurante Recanto dos Maias, vai ofe-recer um churrasco 0800 para clientes e amigos. Naude providencia 100 kg de car-ne – entre picanha, frango e linguiça – e acende a churrasqueira por volta das 13hs. As bebidas são adquiridas no restaurante, que também serve frutos do mar para os

Continua na pág. 11

ta clínica com regatas e palestras, pude ver a diferença que a vela tem feito na vida destes adolescentes. Se não fosse por programas como esse, com projetos e parcerias de governo com as federações, não seria possível mandar novos talentos para o mundial da Malásia, e quem sabe novos nomes para as Olimpíadas do Japão em 2020. Sem estes recursos eles jamais teriam tal oportunidade. Presenciei o cui-dado e o carinho dos atletas com os equi-pamentos de primeira linha, ao montar, velejar e desmontar os barcos. Eles sabem que aquele veleiro será usado não só por eles, mas por toda uma geração de vele-jadores através do seu clube e federação. Gostaria muito de ver algo assim no Bra-sil. Sei que existem programas parecidos com objetivos sociais em vários estados brasileiros, porém muitos destes progra-mas são isolados em suas regiões e sem nenhum apoio técnico. Seria fantástico ver programas sociais e desportivos interliga-dos com o apoio financeiro não só do Co-mitê Olímpico como também do Governo Federal, Estadual e Municipal e supervi-sionado pela Federação, através de suas equipes técnicas e de desenvolvimento, como existem nos centros olímpicos do mundo inteiro. Creio que só desta forma desmistificaremos o fator “elitista” atribuí-do ao nosso esporte.

O Amigo Eddy

viagem à vela se torne mais ou menos de-morada (dependendo da sua derrota), tem alguns atalhos ainda desconhecidos por muitos navegadores de cruzeiro. O mer-cado offshore de óleo e gás e de pesca industrial já tem um bom conhecimento a respeito destes atalhos, e já faz uso de seus benefícios. Ao subir ou descer a costa brasileira, é possível minimizar os efeitos da Corrente

do Brasil se aproveitando de movimentos circulares chamados Eddies (vórtices em bom português). Então vejamos de forma objetiva, o que um navegador pode fazer para lucrar algumas milhas com estes mo-vimentos. Digamos que você esteja sain-do de Santos com destino a Salvador na temporada correta, e deseja utilizar todo o potencial da natureza em seu favor. Você, como bom comandante, deve saber que

terá pela proa a corrente do Brasil. Então qual a derrota mais adequada a ser ado-tada, levando em consideração somente a corrente de que estamos falando? Subindo a nossa costa, ainda em Santos, próximo à isobatimétrica dos 100 metros a corrente é mais amena, no entanto sobre a profundi-dade de 1000 metros ela é mais acelerada. Já na altura de Santa Luzia, entre os faróis de Guarapari e Vitória o movimento se in-verte. Na isobatimétrica de 1000 metros há a formação de um vórtice -- o tal do Eddy -- cujo movimento horizontal flui para nordeste, derivando por sobre a cadeia de Abrolhos e contrariando o movimento pa-drão da Corrente do Brasil. Aí está o tal atalho; a ajudinha do nosso amigo Eddy. Lembre-se! Caso, neste momento você encontre algum amigo descendo a costa, apresente-o ao Eddy e ele saberá traçar a melhor derrota. Um dos principais fatores de formação deste vórtice é o movimento de bifurcação da corrente sul equatorial em seu encontro com a cadeia Vitória-Trindade. Atualmen-te diversos estudos estão em andamento para caracterizar este e outros vórtices ao longo da costa do Brasil. Localização e deslocamento, velocidade dos movimen-tos verticais e horizontais e a sazonalidade estão no foco dos estudos. Tudo está sendo muito bem pesquisado, e dentro de pou-quíssimo tempo, provavelmente, veremos este assunto na bibliografia da navegação oceânica Espero ter trazido mais um assunto inte-ressante aos leitores, e que a cada plane-jamento sejamos mais exatos, resultando em velejadas agradáveis e sem risco. Bons Ventos e muita náutica na alma!

Almanáutica:Jornalista Responsável: Paulo Gorab

ISSN: 23577800 19 Jornal bimestral, com distribuição nacional

nos principais polos náuticos do Brasil. Ano 04, número 19 julho/agosto de 2015

Depto. Jurídico: Dra. Diana MelchheierContato: [email protected]áutica é uma marca registrada. Proibida a reprodução total ou parcial.

Visite nosso site: www.almanautica.com.br

num foi só lá na nossa cidade não.À essa observação um imperceptível levan-tar de sobrancelha da mãe, que permanecia caladinha produziu um breve momento de silêncio. Com total falta de sensibilidade retruquei: – Mas Carlos, você acredita na arca do Noé?!!O garoto olha de relance para a mãe. – Craro tio!! Mode’que que num ia credi-ta? Se tá na Bibria uai! Nesse momento o molinete zuniu... ziiiiinnnn! Botei o barco à capa; por coin-cidência o Padre afrouxou um pouco os ventos e Carzeduardo manobrou o peixe com tal desenvoltura que imaginei pudes-se haver um trairão na linha. Mas não, era uma sororoca das boas. – Soró o quê? – SO-RO-RO-CA, disse o pai. – vê se prest’enção Carzeduardo... Noé pois um casal na barca também... Na volta a casa, proibidos que estávamos de uma picanha na brasa por conta da san-tidade da sexta feira, aquele peixe, dada a atual escassez ictiológica, foi uma benção de Jeová ou de alguma outra entidade para-lela. Algumas latas de cerveja apareceram sabe-se lá de onde; geração espontânea tal-vez... dimais da conta!!!

Nós priorizamos a qualidade com o melhor conteúdo editorial do mercado. Nossos lei-tores e nossos colunistas são formadores de opinião. Quem quer mais conteúdo sabe onde encontrar! Almanáutica: Pra quem tem o mar na alma e quer mais conteúdo!

Page 3: Almanautica 19

4A

LM

AN

ÁU

TIC

A

5Ilhabela - SP Guarapiranga - SPGIROpela Costa

A Bordo

A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h às 11h pela Metropolitana: metro1.com.br

Baixe o app e ouça em qualquer lugar!

Este ano a Regata Aratu Maragojipe terá início dia 21 de agosto, com uma grande Cerimônia de Abertura que reunirá auto-ridades governamentais, velejadores, im-prensa, patrocinadores e convidados, na sede do Aratu Iate Clube. A competição acontece dia seguinte, sábado, dia 22 de agosto, com largadas para as diversas clas-ses, a partir das 10 horas, entre o Farolete da Base Naval de Aratu e Ilha de Maré. A 46ª Regata Aratu-Maragojipe é uma rea-lização do Aratu Iate Clube, em parceria com a Via Náutica Consultoria & Eventos Desportivos, empresa coordenadora do evento.

A regata nasceu no ano de 1969 com a denominação de “Regata de São Bartolo-meu”, em homenagem ao Santo padroeiro da cidade de Maragojipe. Nas primeiras edições do evento a grande maioria das embarcações participantes era composta pelos tradicionais saveiros, muito comuns e numerosos na época. Decorridos os anos, os modernos veleiros de oceano passaram a ser os protagonistas, distribuídos em mais de vinte classes. Os tradicionais “Sa-veiros de Vela de Içar”, hoje em extinção, também dão grande beleza ao evento.

A Baía de Todos-os-Santos, em Salva-dor, recebeu a primeira etapa do Campeo-nato Brasileiro de Stand Up Paddle (SUP) Race. Cerca de 200 participantes estive-ram na competição realizada no último sá-bado de maio. Foi a primeira etapa válida para o Campeonato Brasileiro de Stand Up Paddle. A prova, chancelada pela Confede-ração Brasileira (CBSUP) e pela Associa-ção Baiana (ABASUP), reuniu atletas de diversas partes do país. Além da categoria profissional, foram realizadas também dis-putas na categoria amador e kids, o que possibilitou a participação dos esportistas iniciantes e estreantes em campeonato. O evento fez parte das comemorações do aniversário de 80 anos do Yacht Clube da Bahia, comemorados em maio deste ano. Os resultados completos podem se acessa-dos no site da competição em www.yachtclubedabahia.com.br/suprace

O Campeonato Brasileiro de Sup Race foi uma realização do clube, através da Flotilha Odoyá, com apoio e supervisão da Associação Baiana de Stand Up Paddle e da Confederação Brasileira de Stand Up Paddle.

Nadando entre as praias do Veloso e Cur-ral em Ilhabela, Julho Fiadi viu uma fitinha preta saindo da areia no fundo do mar, a 5 metros de profundidade. “Mergulhei e puxei a fitinha. Para minha surpresa, foi aparecendo um IPhone 5C dentro de uma bolsa estanque, que estava completamen-te enterrada na areia do fundo do mar”, conta Julio. Fiadi levou o aparelho para casa, limpou a bolsa estanque e ao abri-la, percebeu que o celular estava seco, com a bateria descarregada. “Depois de uma boa carga, apareceu a tela de início, mas com código de bloqueio. Assim não consegui informações do proprietário. Mas apare-ceu a última data quando ele parou de fun-cionar: 31 Dezembro”, contou. O celular ficou submerso 142 dias e fun-cionou perfeitamente. Júlio retirou o chip e colocou em outro aparelho, conseguindo assim identificar o número. “Atendeu uma menina chamada Bárbara, de 13 anos, que perdeu o celular fazendo stand up padlle

A Taça Morangaba voltou ao calendário de regatas da Guarapiranga. Após vários anos de ausência, em maio foi realizado o evento com formato peculiar nas águas da represa de Guarapiranga. A largada foi às 12h com percurso e um piquenique realizado às margens da repre-sa, no terceiro lago, com a participação de todas as tripulações, a juria, e convidados e funcionários do Clube Itaupú. Participaram 14 embarcações das diversas Classes convidadas. Marcaram presença junto à flotilha do Itaupu, equipes do Clu-be de Campo Castelo, Yacht Club Paulista e Yacht Club Santo Amaro. A equipe comandada por Mário Buckup foi fita azul e manterá a Taça Morangaba até a realização da próxima competição, prevista para maio/2016. A Taça Morangaba teve patrocínio do Ya-cht Club Itaupu.

Taça Morangaba

O tradicional Yacht Club Paulista (Gua-rapiranga/SP) realizou o 1º Classic Boat Festival, uma reunião festiva de barcos clássicos que trouxe muitas famílias e amigos para curtir o ensolarado sábado no clube. O festival de barcos clássicos cele-brou a memória das décadas de 50, 60 e 70 quando a Represa de Guarapiranga e o Yacht Club Paulista (YCP) tiveram rele-vante importância no cenário social e da náutica brasileira. Houve quatro catego-rias básicas: skiboats, runabouts, cracker-boxes, e barcos de competição. No início do evento houve a demonstração dos bar-cos de competição com voltas de exibição em uma raia de 600m. Logo após, foi re-alizada uma homenagem ao Sr. José Car-

Aratu-Maragojipee Stand Up Paddle

1º Classic Boat Festival

los Beu, o “Carlinhos da Esquimar”, pela significante contribuição à motonáutica brasileira. Depois, todos os barcos (que funcionaram) foram para a água, para uma Parada Clássica. O trajeto foi do YCP até a Ilha dos Macacos (Eucaliptos), passando em frente aos outros clubes (CCSP, Cas-telo, SPYC e YCSA), retornando ao YCP. Um belo almoço na sede náutica encerrou as atividades de um gostoso sábado de sol em família. Realização e Organização Ya-cht Club Paulista, com apoio da Regatta Yacths e Editora Talento, Corpo de Bom-beiros do Estado de São Paulo, Capitania dos Portos e Guarda Civil Metropolitana de São Paulo. Foto: S&M Meirelles/aérea Luiz Carlos M Rego

A primeira edição do Festival de antiguinhos foi promovida pelo YCP

na Paria do Curral, no fim do ano passa-do. A menina mal acreditou que seu celular ainda existia e funcionava”, disse Fiadi, que conseguiu devolver o aparelho. A foto (dele) mostra o celular ainda na capa...

Atenta à importância dos barcos que mar-caram história na vela oceânica mundial, a organização da Ilhabela Sailing Week 2015 homenageia este ano o veleiro catarinense Cairu II, primeira embarcação brasileira a conquistar um título internacional, ao ven-cer terceira edição da Regata Buenos Ai-res–Rio em 1953. “Os Classe Brasil foram construídos com um único objetivo, vencer a regata Buenos Aires-Rio”, afirma o atual proprietário do Cairu II, o engenheiro civil Eduardo Hamond Regua, detentor da foto que ilustra a matéria. Em 1950, segunda edição da regata, o Brasil sofreu nova der-

rota. Porém, em 1953 com o projeto con-cluído, os Classe Brasil finalmente partiram para o desafio. “É um orgulho ser proprie-tário de um barco que carrega tanta histo-

ria e receberá uma homenagem em even-to tão importante. Gostaria de estender a honra a todos que contribuem para que os veleiros clássicos ressurjam. Permitindo,

assim, que suas histórias sejam mantidas. Os esfor-ços solitários, a ABVO que abraçou a classe e o Yacht Club de Ilhabela também merecem a homenagem”, considera o comandante do Cairu II, que na língua tupi significa árvore de folhas escuras. No site do Alma-náutica você encontra a his-tória completa dos veleiros Classe Brasil.

O Mais de 100 embarcações participaram da mais tradicional regata da Represa Gua-rapiranga, realizada todos os anos, a Taça dos Lagos, disputando o troféu transitório Ernesto Reibel. Sediado pelo Yacht Clu-be de Santo Amaro (YCSA), a intenção principal do evento é integrar os clubes da represa, bem como os velejadores das inúmeras classes participantes. Os 2kg de alimento exigidos para validar a inscrição, ajudam uma instituição beneficente, a So-ciedade Benfeitora Jaguaré.

O clube com mais inscrições foi o YCSA, com 47. O segundo lugar ficou com o Clu-be de Campo Castelo. Já a classe mais ins-crita, foi a Mini Oceano. A Fita Azul des-te ano ficou com o velejador Allan Lowy. Após ter o melhor resultado acumulado entre os três primeiros colocados da classi-ficação de cada classe, o YCSA conquistou o troféu transitório Ernesto Reibel mais uma vez.

Ernesto Reibel (com Fernando Costa Mel-chert, Nicolau Moraes Barros Neto ) foi o responsável pelo primeiro título interna-cional do YCSA em 1957, ao competir na prestigiada Semana de Kiel. Em 1961 ele assumiu a Comodoria do YCSA, época dos Jogos Pan-americanos (1963), disputados em São Paulo. O clube foi sede das regatas e coube a Ernesto a tarefa de receber os ve-lejadores das três Américas. O troféu que recebe o nome dele é entregue anualmente ao clube que somar mais pon-tos de acordo com o regulamento da Taça dos Lagos.

De 26 a 30 de maio em Medemblik, na Ho-landa, aconteceu a Delta Lloyd Regata, or-ganizada pela Federação Internacional de Vela (ISAF), com a participação de com-petidores de diversas partes do mundo. Com o apoio da Confederação Brasileira de Vela Adaptada, a equipe paralímpica do Brasil esteve presente em três categorias: Skud (Marinalva Almeida e Bruno Land-graf), Sonar (Tui Oliveira, Antonio Mar-cos Carmo e Matias Abreu) e 2.4 (Mario Czaschke). Após 5 dias de competição fi-cou assim participação dos brasileiros na Holanda:

Skud - Marinalva Almeida e Bruno Land-graf: 15ºSonar - Tui Oliveira, Antonio Marcos Car-mo e Matias Abreu: 9º2.4m - Mario Czaschke: 25º

Marinalva comentou que “estar na Holan-da está sendo um aprendizado maravilho-so, é muito diferente do clima no Brasil,

enfrentando condições em que você não sabe direito como funciona a logística e enfren-tando os melhores do mundo”. “Nós treinamos desde maio do ano passado. Foi muito trabalho e conseguimos uma boa evolução. Participando desses campeonatos consegui-mos ter um parâmetro do que temos que melhorar. Chegando no Brasil temos que mudar muita coisa que foi feita de errado, para melhorar”, considerou Bruno.

Treino Paralímpico

Saldo positivo para o Clube Veleiros do Sul (RS), na Búzios Sailing Week – Mono-tipos, que aconteceu no início de junho no Iate Clube Armação de Búzios. Na classe Optimist deu Tiago Quevedo. O gaúcho multicampeão do Optimist arrebatou mais um título após liderar toda competição. A disputa também foi valida como Campeo-nato Brasil-Centro de Optimist. A Flotilha Minuano do Veleiros do Sul teve ainda um bom desempenho com os novatos da clas-se: Gabriel Rímoli terminou em 21º, Lucas Stolf em 49º, Pedro Amine, 60º, Francisco Ruschel, 65º e Leonardo João Caminha, em 79°. A equipe foi acompanhada do técnico Juan Sienra e pela Team Leader Fabiana Stolf. Na classe 420 o Veleiros do Sul competiu com a dupla Thiago Ribas e Erik Hoffmann que ficou em quinto lugar entre 12 equipes que também disputaram o Campeonato Carioca da classe.

Destaque Gaúcho

Rio Grande do Sul

Taça dos Lagos

Justa Homenagem

Celular sobrevivente

142 dias depois Homer foi libertado

Batismo do Cairu II foi com pompa e circunstância

A Flotilha de Optimist do Cabanga Iate Clube de Pernambuco realiza em julho um intercâmbio na França. Além da clíni-ca de vela os 11 velejadores do Cabanga disputarão a Copa Internacional de Verão (CIE), considerado um dos maiores even-tos de vela do mundo, que neste ano será realizado na França. Serão 16 dias entre treinamentos e competições. A delegação do Cabanga será composta pelos seguin-tes velejadores: Antônio da Fonte, Arthur Granja, Helena Granja, Júlia Ollivier, Ma-rina da Fonte, Letícia Lira, Ludmila Lira, Luísa Vasconcelos, Rodrigo Villarroel, Tiago Monteiro e Vinícius Oliveira.

Recife - PE

Cabanga fazintercâmbio

Marinalva Almeida e Bruno Landgraf a bordo do Skud em treino para a Rio 2016

Taça Morangaba: Volta após loga pausa

Page 4: Almanautica 19

6A

LM

AN

ÁU

TIC

A

7Todos aprenderam na escola como os eu-ropeus descobriram as Américas através da navegação. Mas quando os alunos tem a oportunidade de vivenciar a navegação à vela, tem uma percepção bem maior de como a tecnologia naval da época era mais limitada. As dificuldades e os desafios en-frentados pelos navegadores, a influência dos ventos e correntes marítimas nas prin-cipais rotas comerciais mundiais e as conse-quentes descobertas de novas terras. Os alunos num barco a vela podem expe-rimentar a sensação da descoberta de Ilhas desabitadas, de terras desconhecidas por eles, sendo conduzidos pelos ventos, e pela destreza marinheira. “Tematizar implica procurar o maior compromisso possível do objeto de estudo em uma realidade de fato, social, cultural e política. O que se pretende

Vela e Educação Física (parte VI)

Peter Thomas Comber é Professor e instrutor de vela e fala sobre a

modalidade como ensino nas escolas

com a tematização é uma compreensão profunda da realidade em foco e o de-senvolvimento da capacidade crítica dos alunos como sujeitos de conhecimento, desafiados pelo objeto a ser conhecido.” (Neira e Nunes 2009 p. 262).Ainda no contexto histórico, os alunos podem conhecer um período mais con-temporâneo da história de sua cidade, e da sociedade em que ele vive. Tomamos mais uma vez como exemplo a Represa Guarapiranga (SP). Ela foi construída pela empresa “Light and Power” em 1906 para suprir a usina hidroelétrica de Par-naíba. Desde 1928, também se tornou um dos maiores reservatórios de água da ci-dade. Hoje, fornece aproximadamente um terço da água consumida na cidade e teve um papel importante na urbanização. A represa Guarapiranga também é um dos principais centros de vela do país, com altíssimo nível de excelência em iatismo. Nela, você encontra alguns dos melhores velejadores do mundo: Robert Scheidt; Os irmãos Torben e Lars Grael; Mario Buckup; Tommy Sumner entre outros. (N.E. – Esse exemplo pode ser aplicado à sua cida-de e realidade).

Jackson Bergamo descendente de italianos nasceu em São Paulo em 1950. Viveu parte de sua juventude na Praia do Itararé em São Vicente (SP). “Com a ajuda do meu grande amigo e parceiro da primeira turma do surf paulista dos anos 60, o velejador Geraldo Faggiano Jr., aprendi a velejar, conta Jack-son.

Ex-artista publicitário premiado interna-cionalmente com várias campanhas de pu-blicidade, tinha como hobby a Arquitetura Naval e a Construção Naval de barcos de madeira desde a faculdade nos anos 70, época em que cursou Arquitetura Naval na Escola Lery & Smith Yacht Design Course do Rio de Janeiro. Nessa década, sua paixão pelo mar o fez tripulante de diversos velei-ros de oceano, inclusive o Classe Brasil Sa-gres (Cayru II), à época, de Mentor Muniz. Nos idos de 78 foi instrutor de vela na extin-ta Marina Guarapiranga (SP).

Desenvolveu e pesquisou estudos na Ar-quitetura Naval, experimentando as mais va-

riadas técnicas de construção em barcos de fibra e madeira. Nos últimos 18 anos como profissional vem realizando trabalhos de construção e restauração em barcos de ma-deira de pequeno a grande porte. Depois de uma exposição que fez em um Adventure Sport Fair, em São Paulo,

Amyr Klink viu seu trabalho e perguntou da possibilidade de restaurar seu barco a remo, o I.A.T., que ficou por anos no Museu do Mar em São Francisco do Sul em (SC). “O I.A.T. estava com ele aqui em São Paulo, erguido no corredor do seu escritório em Moema. Combinamos e naquela mesma semana e levamos para o meu estaleiro na represa Bilings”, conta.

Depois da restauração Amyr Klink gos-tou tanto, que pediu para que Jackson construísse uma réplica do I.A.T., para

Abordagem Cultural Histórica

A Iberostar Hotéis & Resorts no Brasil anunciou que patrocinará a velejadora Ra-faela Salles, que compete na classe Opti-mist. Rafaela possui títulos no Brasil e no exterior, e é velejadora de elite filiada ao Iate Clube do Rio de Janeiro. Ela é a atual vice-campeã brasileira e campeã estadual (RJ) na Opt. “O patrocínio de empresas como a Iberostar é muito importante para ajudar a manter a tradição do esporte. Que-ro agradecer pelo apoio, que será muito importante para a minha preparação para as próximas competições e para meu cres-cimento como atleta”, comentou Rafaela. Entre suas conquistas está o 1º lugar Sul Brasileiro de Optimist, que aconteceu em março, em Santa Catarina. Em seu primei-ro desafio fora do país, Rafaela conquistou a 2ª colocação feminina na competição mais importante do continente, o Campe-onato Sul-Americano, em abril deste ano, no Peru.

Rio de Janeiro - RJ

No dia 12 de junho, a Preamar Gestão Cos-teira e a Fundação Baía Viva, em parceria com a Secretaria Cidade Sustentável (SE-CIS), realizaram o lançamento da placa pi-loto do programa Bandeira Azul, na Praia de Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, localizada na Ilha dos Frades, em Salvador. Com a implementação da placa, Salvador passa a ser a primeira cidade do Norte-Nor-deste inscrita no programa do selo inter-nacional de qualidade, considerado o mais importante da categoria em todo o mundo. A Preamar Gestão Costeira é a responsá-vel por gerir o projeto, com recursos da Fundação Baía Viva e apoio da Prefeitura Municipal da Salvador. A praia passa por adequações a fim de atender aos critérios da certificação, que contemplam quatro áreas principais: educação ambiental, qualida-de da água, gestão ambiental, segurança e serviços. O selo Bandeira Azul é atribuído anualmente pela organização não governa-mental Foundation for Environmental Edu-

cation à praias e marinas que cumprem um conjunto de 34 requisitos de qualida-de socioambiental. O programa Bandeira Azul teve início na França, em 1980, e vem sendo implantado em outros países desde então, e no Brasil desde 2005. No Brasil, apenas duas praias e duas marinas possuem o selo: A Praia do Tombo (Gua-rujá, SP), Prainha (Rio de Janeiro, RJ), Marina Costabella (Angra dos Reis, RJ) e Marinas Nacionais (Guarujá, SP).

Salvador - BA

O piloto baiano Bruno Jacob registrou um feito inédito para o Brasil no Mundial de Freeride, disputado em Fistral Beach, na In-glaterra. O atleta de 28 anos garantiu o 3º lugar em uma prova desafiadora em grandes ondas ao lado dos melhores do mundo. Com o resultado, Bruno sobe para 4º no ranking da modalidade e se aproxima do tão sonha-do título Mundial, nunca conquistado por um atleta brasileiro. Até o momento, quatro etapas do Mundial de Freeride 2015 foram disputadas. “Objetivo alcançado. Vamos para a próxima etapa”, comentou Bruno. A próxima etapa do Mundial de Freeride será em Pacific Beach, no Oregon, Estados Unidos, na primeira quinzena de setembro. (Foto: Bendita Imagem)

3º na Inglaterra garante ranking

Bruno Jacob é 4º no ranking

Rafaela Salles com patrocínio Iberostar

Patrocínio paraOptimist

Programa Bandeira Azul

Igreja do Loreto na Ilha dos Frades

substituir o original no museu, o que está sendo feito nesse momento. “Como não existem mais os planos de construção ori-ginais, estou com o próprio I.A.T. lá co-migo, durante este processo para retirar as medidas e formas”, explica.

Mas essa não é a única pre-ciosidade nas mãos de Jack-son. Ele também tem nada menos que dois veleiros da Classe Light-Crest, irmãos gêmeos do Sea Bird, veleiro no qual Roberto de Mesquita Barros, o Cabinho, velejou até a Polinésia, viagem descrita no seu livro Do Rio a Poliné-sia. “Todos saíram do mesmo molde construídos em Diade-ma pelo arquiteto e construtor naval argentino, Jorge Horá-cio Anel. Foram feitos cinco barcos do mesmo molde”, conta Jackson. Por coincidên-

cia, também foi Anel que projetou o I.A.T. de Amyr. O projeto do Light-Crest é do argentino German Frers, de 1952 e ganhou um prê-mio de projeto na revista Yachting World. Foi publicado para ser construído de forma artesanal, neste mesmo ano. “Eu consegui nos anos 80 o projeto original completo do próprio Germanito”, conta orgulhoso.

Como aficionado, Jackson conseguiu seguir o paradeiro dos Light-Crest feitos no Brasil: O Barlavento afundou nos anos 70, na represa Guarapiranga em frente ao Clube de Campo do Castelo. Depois de uns dois anos no fundo tentaram o seu resga-te, mas ele quebrou em vários pedaços ao ser puxado. “Um outro eu encontrei há uns 30 anos, apoitado em Icaraí em Niterói, e depois de muita pesquisa não soube mais dele nem consegui saber o nome. O do Cabinho, o Sea BIRD, ficou na Polinésia. O meu, o Keaka-Malía que já tenho ha 38 anos e que eu mesmo fiz a restauração em 1984, tem o costado laminado (Cold Mol-ded) em cedro, ainda no verniz. O último o Atrevido, consegui adquirir a um mês e precisa de muito restauro. E descobri há uns anos atrás, um sexto barco em Vitória,

o Typhon que foi feito lá mesmo por um construtor por-tuguês em 1958”, explica.

Todos os anos apenas as dez melhores equipes da grande nação Hobie Cat partici-pam de um evento em frente a milhares de espectadores e em um dos mais espetacu-lares pontos de vela do Mar do Norte: Sylt, Westerland, na Alemanha. Este ano a dupla Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre, vele-jadores de São Paulo são os representantes.O evento é realizado em mar aberto, em uma praia de surf, com ondas quebrando na praia, de onde os barcos saem e retor-nam. Além disso as temperaturas são mui-to baixas sendo obrigatório o uso de Dry Suit para evitar a hipotermia.“Toda manhã, germanicamente às 08:00h, é realizado o café-da-manhã com os patro-cinadores, no qual os atletas são chamados para dar entrevistas sobre assuntos referen-tes a seus países de origem, performance nas regatas e manifestarem sua opinião (obrigatoriamente sempre elogiosa) sobre o evento. Nesse horário os atletas já de-vem ter montado seus barcos, pois as velas

representam a bandeira de seu país mostrando aos patrocinadores que o campeonato é bem organizado”, ex-plica Marcos.Após o café, entra o período de “stand by”, no qual os velejadores ficam à disposição dos organizadores até o final do dia, inter-rompido apenas para pequenos lanches. Como o pôr-do-sol ocorre apenas por volta de 20:30h é comum a última regata do dia ser realizada por volta das 18h com tempe-raturas menores e ventos ainda mais fortes. A autorização para os atletas desmontarem os veleiros ocorre por volta de 22h. “É um evento “casca grossa” que exige preparo físico e psicológico. A Carol e eu contamos com recursos do nosso pa-trocinador para pagar todas as despesas e estamos treinando especificamente para o World Cat desde o final do Sulcat” explica Marcos Ferrari, que já participou do evento em edição anterior.

Hobie Cat casca grossa

Marcos e Caroline “furando” as ondas

Dia de lançamentos na Loja Velamar

LançamentosNa loja Velamar (SP), foram lançados o Guia Santos Rio – Um Roteiro pelo Mar, de Hélio Magalhães e o livro Mar Me Quer, de Isabella Nicolas, que conta a história da vela e do mar no Brasil, desde a chegada das naus portuguesas até os mais importan-

Profissão: Artesão

Na oficina I.A.T. vai tomando forma...

O casco vai sendo preparado após o trabalho inicial com as cavernas...

Modelo e cópia na oficina de Jackson

Amyr Klink acompanha o trabalho de Jackson

tes nomes da vela atual. Na foto, da esquer-da para a direita: Hélio Magalhães, Isabella Nicolas, Beto Pandiani, um leitor, e Fredy, proprietário da loja Velamar, em Pinheiros.

Page 5: Almanautica 19

9kite8A

LM

AN

ÁU

TIC

ASantos - SP

Castiglione della Pescaia foi o grande palco da festa que comemorou o cinquentenário do Mundial de Soling. O vento típico do mar de Castiglione não se fez de rogado e entrou com intensidade de 12 a 14 nós, permitindo que a comissão de regata enviasse as 45 equipes dos 14 países na nona e última regata do dia. E o vencedor foram os húngaros Wossal- Nemeth-Joo, à frente dos canadenses Bill-Joanne-William Abbott. O terceiro lugar ficou com os ucranianos Yuskho-Pichugin-Ivansits. A equipe Equi-librium (VDS) de Nelson Ilha, Gustavo Ilha e Felipe Ilha foi a melhor clocada pelo Brasil, ocupando o sexto lugar, atrás da Alemanha. Já a equipe El Demolidor (também do Veleiros do Sul) com Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira ficou em décimo. Henrique Ilha, Fernando Ilha e Pedro Ilha da equipe Calidris (RGYC) termi-naram em 39º.

Mundial de Soling

Festa do cinquentenário do Soling em Castiglione della Pescaia na Itália

Corumbá recebeu em junho os atletas que disputaram o Campeonato Estadual 2015 - Capital do Pantanal de Stand Up Paddle e canoagem. As competições aconteceram dentro da programação da Marinha do Brasil no 6º Distrito Naval de Ladário, em come-moração ao aniversário da Batalha Naval do Riachuelo. Na competição de SUP race os atletas remaram forte nas águas do rio Paraguai, subindo o rio (up river e down river) em percursos de 4 e 6 km.A competição foi uma realização da Associação Pantaneira de Stand Up Paddle (AP-SUP), Stand Up Pantanal Corumbá, Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul e Clube de Canoagem Aquidauana, e foi válida pela 2ª etapa do Estadual de SUP e 3ª etapa do Estadual de canoagem, com apoio da Prefeitura de Corumbá e Marinha do Brasil. Foto: Rene Márcio Carneiro/Divulgação

Pantanal recebeu o inédito Estadual de Stand Up Paddle e canoagem 2015

SUP no Pantanal

Diário de bordo virtual BoatBook é um novo applet de registro náutico – um diário de bordo eletrônico – disponível para iphones, ipads, robozi-nhos, tablets, com download gratuito. Compatível com veleiros e barcos a mo-tor, BoatBook reconhece automaticamen-te o seu início e final de rota, utilizando o GPS do aparelho em que é instalado, e guardando todos dados – inclusive parciais - para você. O log em modo vela, permite obter dados em tempo real e avaliar o seu desempenho de navegação. Entre outras características, o app prome-te informações “ao vivo” das condições de mar, atualização constante das cartas náu-ticas, obtendo dados sobre a sua posição, velocidade e vento on-line.

Visite o site em www.boatbook.com

Em comemoração aos 50 anos da histórica viagem de circum-navegação solo realizada em 1968, a famosa Regata Golden Globe vencida por Robin Knox-Johnston, uma nova “Golden Globe” será realizada em 2018. Mas não se engane: O objetivo é recriar mes-mo. Ao melhor estilo retrô, nenhuma tecnologia que não estivesse presente em 1968 será permitida. Sem GPS, eletrônicos, sequer câmeras digitais. “Se não estava no “Suhaili” (veleiro de Knox-Johnston), então você não pode usar”, disse o organizador. Alguns itens são considerados equipamentos de segurança e estão isentos (como luzes e rádios mais modernos). Estão fora: Radar, plotters, telefone celular, CD players, relógios ele-trônicos, câmeras de vídeo, iPods, ou qualquer dispositivo baseado em computador, qualquer tipo, equipamentos de satélite, binóculos digitais, calculadoras de bolso, dessa-linizador, materiais de fibra de carbono, e quaisquer materiais de alta tecnologia. Sequer

um modem no rádio HF para e-mails... Qualquer tipo de medição de vento e velocidade por exemplo, terá de ser mecânica. E se o participante quiser documentar ou mesmo en-viar mensagens para atualizar blogs, terá que se virar com uma câmera “Super 8”, filmes fotográficos de 35mm e gravadores de fita cassete.Saiba mais em http://mcintyreadventure.com/goldengloberace/

Organização quer voltar no tempo e refazer a histórica regata sem tecnologia

Volta ao mundo em solitário e sem tecnologia

Quando deixamos nosso veleiro Guga Buy em Ushuaia e retornamos ao Brasil, em de-zembro do ano passado, nos perguntavam o que faríamos a seguir, e eu respondia que “Se estamos no inferno, não custa dar um abraço no diabo”, referindo-me à possibili-dade de visitarmos o Cabo Horn, que fica a cerca de 70 milhas de Ushuaia. Pois, no dia 30 de maio de 2015, fomos dar o tal abraço.Dois dias antes, zarpamos de uma gelada Puerto Williams, onde nevara intensamente dois dias seguidos e rumamos para o po-voado mais austral do mundo, Puerto Toro, com 18 (dezoito) habitantes fixos! Também estava coberta de neve. Lá, através de pes-cadores, ficamos conhecendo o crustáceo que chamam de “centollon”. Parece uma centolla de menor tamanho. Tornou-se in-grediente delicioso de um risoto. Como por segurança, optáramos navegar somente du-rante o dia, e nesta época os dias são mui-to curtos, após Puerto Toro ancoramos na Caleta Martial, bem mais próxima da Isla de Hornos.Zarpamos então, no dia seguinte, da Caleta Martial, eu, meu filho Eduardo e o amigo Paulo Silveira, para cruzar o Cabo Horn. Ao nos aproximarmos da ilha, a correia do motor esfarelou, fazendo a temperatura

aumentar. Eduardo, rapidamente a trocou. Assustou. Parecia ser mau presságio, pois iríamos atravessar um dos locais mais pe-rigosos do mundo. Felizmente, nossa pre-ocupação foi infundada...Fomos pela parte oeste da ilha para con-torná-la e chegar num ancoradouro, no ou-tro lado onde há o acesso ao farol através de uma longa escada. Como o mar estava muito mexido e o ancoradouro não ofere-cia muita segurança, deixamos para subir pela escada no dia seguinte. Nos limita-mos a contornar a Ilha, pois a meta era cruzar o cabo. Quando atingimos a face oeste, o mar cresceu, com ondas de pouca amplitude, cerca de dois metros, mas com enorme força de arrasto. Recepcionados por um cardume de golfinhos da região, exatamente às 13h do dia 30 de maio de 2015, cruzamos o Cabo Horn. Estávamos, então, navegando ao lado do último peda-ço de terra do mundo, literalmente no fim do mundo. Situação deveras emocionante. A fama do Cabo Horn sempre assusta, até pelos relatos de inúmeros barcos afunda-dos pela sua fúria.No dia seguinte com o mar mais calmo, desembarcamos e visitamos a famosa Ilha de Hornos. (Por José André Zanella)

Pai, Filho e Cape Horners

Mais de 50 velejadores de Foz do Iguaçu e de Posadas, Argentina, participaram em junho da competição promovida pelo Iate Clube Lago de Itaipu (Icli) em homena-gem ao aniversário de 101 anos de Foz do Iguaçu. Na classe Optimist, o velejador Fábio San-ta Cruz conquistou pela segunda vez no ano o troféu de campeão geral. A argentina Marina Ifrán venceu no femi-nino. Entre os estreantes, Eduardo Batista venceu no masculino e Ana Laura Maiha-

Um pequeno veleiro de 1,42m foi acha-do na costa de Portugal no final de maio. Equipado com transmissor GPS, fazer par-te de um projeto educacional que já lançou ao mar pelo menos 40 pequenas embarca-ções. Foi o caso dos alunos da escola Wes-tbrook Middle School (EUA), que lança-ram no Atlântico o pequeno veleiro em dezembro de 2013. A embarcação chegou agora em Portugal onde foi restaurada e está sendo preparada para a sua nova via-gem. Portugal parece ser um dos destinos preferidos desses barquinhos: este é já o terceiro que aparece no país. Os projetos são frutos da Educatio-nal Passages, ideia de um velejador solo, Dick Baldwin. Hoje com apoio da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Ad-ministration), agência Norte-Americana que tem foco na conservação de oceanos

e da atmosfera, centenas de pessoas estão envolvidas em projetos educacionais de diversos níveis, com lançamento, acompa-nhamento, recuperação, relançamentos e divulgação desses projetos. Visite o site da Educational Passages edu-cationalpassages.com e acompanhe a loca-lização da flotilha aqui www.satime.org/iboat/2013-fleet. Infor-mações de como participar de um projeto www.nefsc.noaa.gov/drifter/

Veleirinhos pelo mundo

O Brasil teve boa participação no Europeu de Star. Representado pelas tripulações do Rio Yacht Club (Sailing – Niterói). As equipes terminaram o Campeonato Euro-peu da Classe Star, em Gaeta, Itália com boas colocações: As duplas campeãs foram Xavier Rohart e Sebastien Guidoux (FR), seguidos por Augie Diaz (EUA) e Bruno Prada (BR). Em terceiro ficaram Torben Grael com Guilherme de Almeida, e em quarto Lars Grael com Samuel Gonçal-ves. Outras tripulações brasileiras também participaram: Alessandro Pascolato/Henry

O Iate Clube de Santos com apoio do Clube Internacional de Regatas de San-tos promoveu a Regata Oceânica Volta da Laje de Santos, com uma novidade: A na-vegação oceânica noturna de um percurso estimado de 40 milhas náuticas. Com a largada às 16h e dez veleiros na raia e com um mar relativamente tranqüilo apesar de um final de ressaca, o vento sul de 7 nós empurrou os competidores oceano afora em direção à Laje de Santos. Na compe-tição estavam Lexus/Chroma, Mandinga, Pelayo, Pi-Shortsco, Aloha, Panã Panã, Chrispin II, Grazina, Dreams II e Meltemi. Os resultados são válidos para a 4ª etapa do Circuito Santista de Vela de Oceano e homologados pela ABVO e pela FEVESP. O Lexus/Chroma montou a Laje com 8 nós de vento e o Mandinga, meia hora depois, com 10 nós. No final, o fita azul foi o Lexus/Chroma, que cruzou a linha de chegada as 21h53. Todos os velejadores comentaram que foi uma regata sensacio-nal com bons ventos, ondulação que não incomodava e o mar iluminado por uma bela lua cheia. Foto: Divulgação Vela Santista

Volta da Laje

Lexus/Chroma: Fita Azul com 21h53

Foz do Iguaçu tem vela. E da boa...

Torben e Guilherme ficaram em terceiro

Foz do Iguaçu - PR

Raul Boening 8º lugar, Admar Gonzaga Neto e Alexandre Figueiredo de Freitas, 10º lugar.

Europeu de Star

ck no feminino. Na classe Laser 4.7, An-drey Godoy foi o campeão e Flávia Pari-zzotto venceu no feminino Radial.

Há mais de três meses navegando em águas brasileiras, os rostos felizes e des-contraídos do casal Chandler – Paul e Ra-chel - dão a entender o que eles são hoje: apenas um engenheiro e uma economista de classe média aposentados, dando uma volta ao mundo em seu veleiro. Durante o 13º Encontro Nacional da ABVC realiza-do no final de semana prolongado de Cor-pus Cristhi, na Marina Porto Bracuhy, o casal sorridente e alegre fez uma palestra e respondeu as perguntas dos presentes por mais de uma hora. Mas essa felicidade atu-al esconde uma história longa de perigo e sofrimento que foi contada com detalhes.Em outubro de 2009 os Chandlers zarpa-ram das Seychelles para a Tanzânia em seu veleiro de 38 pés, o Lynn Rival. Noventa milhas da costa, seu veleiro foi abordado por piratas somalis armados, que os fize-ram reféns em terra por mais de um ano,

exigindo um resgate de milhões de dóla-res. O governo britânico manteve a sua política de se recusar a pagar. Através de consultores privados, a família negociou com os sequestradores, cuja demanda ini-cial por U$ 7 milhões de dólares foi redu-zida a 440 mil dólares. Parentes levanta-ram o dinheiro entre eles, e a quantia foi abandonada através de um avião. Entre-tanto isso não garantiu a liberação do ca-sal, que somente foi solto 5 meses depois, com o pagamento de mais 200 mil dólares

levantados pela comunidade somali na Grã Bretanha, liderados por um motorista de táxi também Somali.Até aquela data o casal havia passado 388 dias em cativeiro, alguns em confinamento solitário e outros em acampamentos impro-visados no deserto, guardados por jovens analfabetos armados com metralhadoras AK47 e Kalashnikov. Rachel contou que manteve a sua mente saudável enviando--a o mais longe possível da Somália, revi-sitando memórias de infância e sonhando com as pessoas queridas e lugares, enquan-

Nas mãos dos

Piratasto Paul se recusou a deixar-se pensar em sua vida. “Eu me integrei no mundo da gangue e tentei aprender a língua deles, e fazer amigos com os guardas”, contou.Os Chandler não culpam o governo que se recusou a pagar o resgate, ou ainda as leis britânicas que obrigam alguém sob coação a terem suas contas bancárias congeladas para que o dinheiro não seja usado ilici-tamente ou para pagar resgates. Também não se sentem vítimas ou vivem como ex--sequestrados. “Sou um ex-refém, mas não quero ser definido por isso”, comentou Paul. “Eu passei um ano olhando o “lado errado” de uma metralhadora Kalashni-kov. Eu desenvolvi uma casca bem grossa hoje em dia...”, comentou Rachel. Sobre seus sequestradores Paul comentou: “Eles foram incrivelmente ingênuos e ignoran-tes em relação ao mundo real. Eles não entendiam por que não poderiam levan-tar um montante grande de dinheiro. Eles disseram: A população britânica é de 60 milhões. Um homem, um dólar. Não hou-ve cinismo ou malícia, porque se tivesse sido o contrário, segundo o seu pensamen-to, todo mundo em seu clã daria dinheiro. Essa é a base da existência dos Somalis. Então essa foi a sua crença realmente...”, disse. Agora o casal está subindo a costa em direção a Abrolhos, e de lá para o Cari-be. Querem ver as baleias pelo caminho...

“ Eu passei um ano olhando o lado errado de

uma metralhadora”

Mais de 50 emItaipu

Nayara Licarião é hexacampeã brasileira de kitesurf, mora e veleja em João Pessoa

O veleirinho do projeto educacional

Josè André Zanella e o filho Eduardo Zanella, com Paulo Silveira no Cabo Horn

Os jovens kitesurfistas de todo o mundo podem agora olhar para frente e começar a treinar para competir nos Jogos Olím-picos da Juventude 2018 (YOG) em Bue-nos Aires. A confirmação veio do Comitê Executivo da ISAF durante a sua sessão na reunião de meados do ano 2015 da Fede-ração Internacional de Vela (ISAF). Após a confirmação final do COI, kiteboarding será incluído como um dos quatro eventos de vela nos Jogos Olímpicos da Juventude 2018. Este é um marco significativo na ISAF nesta continuada tentativa de incluir o kite-boarding nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. O evento de 2018 vai apresentar formatos e equipamentos com potencial para inclusão em Tóquio. Mirco Babini, Presidente da Kiteboar-ding Association International (IKA) dis-se: “Este é um importante passo em nossa jornada olímpica e estamos animados que será dado aos jovens kiteboarders a primei-ra oportunidade de mostrar seu talento nos Jogos Olímpicos da Juventude 2018. Os Jovens atletas têm agora uma meta séria para lutar, e como muitos de nossos melho-res velejadores estarão na faixa etária certa para os Jogos Olímpicos da Juventude, te-mos a certeza de que o melhor desempe-nho será garantido. Isto vai ser um evento fantástico para ambos os concorrentes e espectadores”, concluiu. Os Jogos Olímpicos da Juventude 2018 contará com um evento para os 12 melho-

res atletas do sexo masculino e 12 melho-res concorrentes do sexo feminino no mun-do com idade entre 15 e 18 anos (nascidos entre 01.01.2000 e 31.12.2003). Além dis-so, pela primeira vez em uma competição de vela, ambos os concorrentes masculinos e femininos podem participar e representar o mesmo país. Um dos principais interes-ses do Comitê Olímpico Internacional é a universalidade, especialmente no que diz respeito à expansão do esporte para a Ásia e África. O equipamento escolhido será o tradi-cional Formula Kite. Segundo Markus Schwendtner, CEO da IKA, “para os Jogos Olímpicos da Juventude, é importante o uso de equipamentos que estejam pronta-mente disponíveis para que as Federações Nacionais (MnAs) possam lançar os seus programas de atleta de forma rápida e com segurança. Schwendtner acrescentou: “O formato para os Jogos Olímpicos da Juven-tude será baseado no formato short track usado na final do 2014 Sailing World Cup em Abu Dhabi. Os Concorrentes compe-tem uns contra os outros em regatas curtas, seguido de um estágio de semi-finais e uma final”.A fim de explorar todas as opções poten-ciais para Tóquio 2020, os recursos do curso podem incluir limites nas laterais da pista, além de saltos. A ISAF também con-firmou que Kiteboarding será incluído nos Jogos de Praia 2019 ao lado de Windsurf. O mundial de Jogos de Praia caminha para se tornar o terceiro maior evento esporti-vo do mundo após os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de Futebol da FIFA. Os Jogos de Praia 2019 serão abertos a con-correntes de qualquer idade e serão dispu-tados na Rússia.

Mais um passo em busca da vaga olímpicaNayara Licarião conta sobre a

inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos da Juventude e nos Jogos de Praia (Russia 2019)

Page 6: Almanautica 19

Papo de Cozinha

CURTASMERGULHO10A

LM

AN

ÁU

TIC

A

f Uma boa noticia para o mundo náu-tico: Everton Pedro Fróes (titular do pro-grama A Bordo da rádio Metrópole) é o novo contratado da BAHIATURSA, como Coordenador Geral das atividades náuticas da Baía de Todos os Santos.

f Faleceu o velejador e widsurfista Mar-celo Godoy, em Salvador, BA.

f O Team SCA - barco formado apenas por mulheres - venceu a oitava etapa da Volvo Ocean Race, entre Portugal e Fran-ça. Somente uma hora depois chegou o Team Vestas, em segundo lugar...

f Uma nova modalidade está disponí-vel na Aratu-Mragojipe este ano: A Classe Passeio. Ela possibilita garantir a partici-pação comemorativa com direito a dois kits (aquisição de camisas adicionais). A modalidade terá a inscrição exclusiva na secretaria do Aratu Iate Clube e não tem premiação nem largada especifica.

Bibliotecade

Bordo

Oficina do Capitão

11CoraisO organismo individual do coral é um pó-lipo em forma de anêmona com tentáculos curtos. Existem quatro tipos básicos de co-ral. Os corais pétreos, que vivem em colô-nias densas e produzem os corais calcários e os recifes coralinos; os corais moles, que são pólipos com as partes inferiores fun-didas em uma massa carnosa, comuns nas praias quentes, os corais córneos, que são colônias arborecentes representados pelos corais vermelhos usados em joalheria e os corais negros, que são pequenos pólipos que formam um esqueleto arborescente de caules ramificados comuns nas águas tro-picais mais fundas.

Os acidentes com corais resultam do con-tato brusco com a sua região calcificada, provocando escoriações, cortes ou lesões que, embora superficiais, na maioria das vezes podem ser urticantes, dolorosas, de lenta cicatrização e potencialmente infec-tadas. O contato simples, sem escoriação, com a parte viva dos corais apresenta parti-cularidades semelhantes aos acidentes com as hidras, onde os danos são quase sempre mais brandos e, em alguns casos, imper-ceptíveis.

Deve-se, no entanto, evitar o manuseio dos corais vivos com as mãos desprotegidas. Existem em todo mundo uma grande quan-tidade de corais, dos mais variados, tipos e formas. Ha uma determinada espécie co-nhecida como coral de fogo, só encontrada na barreira de corais da Austrália que pos-sui uma substância urticante semelhante a das água vivas. No nosso litoral o único perigo que os corais podem causar ao mer-gulhador são cortes ao contato. Sem uma devida proteção de uma roupa de mergulho e uma luva. E válido lembrar que o maior predador dos corais é o homem.

Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI

Perigo no mar (Parte IV)

Túnel do Tempo

Tortilha Espanhola

A tortilha de batatas é um prato emblemá-tico da cozinha espanhola, conhecido em todo o mundo. Existem dúvidas sobre a receita original, uma vez que não se sabe se leva ou não a cebola. Há portanto duas versões, da receita tida como “original”, mas obviamente você pode acrescentar in-gredientes a gosto: presunto, ervas frescas, alho, legumes cozidos, são algumas opções que podem agradar. A preparação é simples e a vantagem da tortilha é que ela pode ser guardada no forno para ser comida fria ou mesmo podendo ser aquecida facilmente. Indicada nas travessias, funcionando como alimento consistente e rápido, tanto para preparar como para comer. Ingredientes:

4 batatas 4 ovos 1 cebola média 100 ml de azeite de oliva 1 pitada de sal 1 pitada de pimentaPique a cebola finamente, e as batatas em fatias finas. Em uma frigideira, adicione o azeite e aqueça em fogo médio, adicione as batatas cortadas em fatias e dê uma pré cozida nas batatas. Quando elas estiverem firmes, retire-as da frigideira. Na mesma panela adicione as cebolas e co-zinhe. Tempere com sal e pimenta do rei-no. Separadamente, bata os ovos. Adicione as batatas e misture com as cebolas. Para cozinhar a tortilha deve-se usar ape-nas um pouco do azeite. Verifique a quan-tidade e remova um pouco se necessário. Acrescente os ovos deixando que permeie toda a mistura. Cozinhe em fogo médio, sem mexer, com a tampa até que esteja fir-me para virar. Utilize um prato como tam-pa para essa operação. Depois de pronta (dourada em ambos os la-dos), deixe esfriar um pouco e desenforme. Em casa, serve-se à temperatura ambiente com um bom vinho tinto! Buen Provecho!

A caixa de ferramentas é um item obriga-tório em uma embarcação mesmo que você não tenha muito conhecimento: Em caso de necessidade ou emergência, se você cha-mar alguém a bordo é bom ter tudo à mão. Que tal organizar uma bela caixa de ferra-mentas a bordo? A primeira coisa é a cai-xa. Dê preferência às que não enferrujam, totalmente plásticas ou de tecido. Embora seja difícil (e às vezes caro) achar uma boa caixa, vale o investimento. As mais baratas acabam abrindo e deixando cair seu conte-údo nas horas mais impróprias ou mesmo nem fechando mais com o tempo. Pense seu conteúdo em três partes bá-sicas: elétrica, hidráulica e as ferramentas mais genéricas. Há quem prefira ter (e te-nha espaço), três caixas diferentes, o que é melhor. Nelas já se pode guardar peças sobressalentes como pequenos reparos de hidráulica, conexões, abraçadeiras, lâm-padas de reposição, divididos por catego-rias. Outra opção é fazer a divisão entre as ferramentas e as peças sobressalentes, que também devem estar a bordo. Um kit básico deve conter chaves di-versas (Chaves tipo “L”, chaves de fenda e Philips (pelo menos 3 de cada variando os tamanhos), torx, Allen, inglesa, de boca (mm e polegadas), estrela e um bom jogo

A caixa de ferramentas

Imagine a cena: Você está numa praia e precisa carregar seu celular, mas não tem tomada. Simples: acenda o fogo e carre-gue. De quebra você pode fazer uma comi-dinha no fogareiro da BioLite (http://www.biolitestove.com). O mais incrível é que esse fogareiro ainda produz uma queima eficaz, minimizando os efeitos da combustão. Ele funciona através da conversão do ca-lor da queima da madeira, em eletricidade, com um gerador termoelétrico. Uma tecno-logia patenteada da BioLite capta calor re-sidual do fogo através de uma sonda. Esse

Acenda o fogo para carregar seu celular...calor é convertido em eletricidade utilizá-vel através de um gerador termoelétrico. No interior de uma câmara anexa à de combustão, há um pequeno ventilador que tem duas funções: gerar a energia para a saída USB (2w) e reenviar o calor para a câmara de combustão, criando uma quei-ma da madeira mais eficiente e limpa. A empresa promete um tempo de carga (iPhone 4S - 2G) de 20 minutos para uma carga suficiente para 60 minutos de uso de voz. Infelizmente até agora só lá fora: Pre-ço no site (sem frete) é de U$129,95. Para importar pelos correios calcule uns 60% de impostos...

O Cairu II é um Classe Brasil de 40 pés, projetado pelo escritório norte-americano Spa-rkman & Stephens e construído no estaleiro Arataca, de Florianópolis (SC), a partir de 1949. O casco é de madeira e o peso da embarcação é de 10 toneladas, medindo 12,80m de comprimento (linha d’água de 8,42m), com boca de 3,06m. Possui calado de 1,80m; área vélica de 64,10m². Foi a primeira embarcação brasileira a conquistar um título in-ternacional, ao vencer terceira edição da Regata Buenos Aires – Rio em 1953. Depois disso foi homenageado pelos presidentes do Brasil e da Argentina (Getúlio Vargas e Juan Perón). Atualmente seu proprietário é Eduardo Hamond Régua. Na foto que destacamos esta edição, a reprodução do Jornal do Brasil de 14 de fevereiro de 1953 trazendo a vitória do Cayru na regata Buenos Aires - Rio daquele ano.Atualmente o veleiro passa por um reforma em Florianópolis (SC). Ele está sendo ho-menageado na 42ª Semana de Vela de Ilhabela, e terá seu nome gravado nos troféus. Você pode ver no site do Almanáutica uma reportagem completa sobre toda a história dos Classe Brasil. Basta ir até www.almanautica.com.br e pesquisar por Classe Brasil. Divirta-se!

Cayrú II vence a Buenos Aires-Rio de Janeiro

Tortilha de batatas: Show na travessia

Em 1968, Donald Crowhurst, um vele-jador britânico inexperiente, coloca a sua casa como garantia, ganha apoio financeiro e entra na regata de volta ao mundo sem escalas e em solitário, a famosa Golden Globe. Sob pressão financeira, Crowhurst decide zarpar antes de seu barco estar to-talmente construído. Também decide frau-dar sua participação, aguardando o tempo necessário para retornar, simulando a par-ticipação na regata. Mas acaba se dando conta que não conseguiria fazer as anota-ções de sextante em seu diário de bordo e se dá conta que os contatos de rádio através do continente o denunciariam... Acaba por suicidar-se. O veleiro de Crowhurst é encontrado flu-tuando no oceano com seu diário de bordo. Esta dramática história pode ser revista no documentário “Deep Water” (águas pro-fundas em tradução livre) que está dispo-

nível no site de vídeos You Tube. (Veja endereço no final desta matéria).Embora o filme seja em in-glês, mesmo que a língua de Obama não seja seu forte, vale ver as cenas e fotos au-tênticos da época... O filme completo está

Águas Profundas

disponível no site Youtube no endereço: https://youtu.be/vR_K466VBQI

Trágico final na Golden Globe 1968

não adeptos dos prazeres da carne (vale experimentar a famosa lasanha de peixe, ou a sardinha frita). A comilança vai até à noite, com direito a musica em volta da foqueira à beira-mar. Para participar é muito simples: é só chegar à praia da Tapera, na enseada de Sítio Forte, na ilha Grande, no próximo cinco de setembro. Pergunta se eu vou estar lá?

Naude e Telma: Lasanha de peixe, sardinhas empanadas e cerveja gelada...

Umas e OutrasHistórias de um navegante im re isp c o (Continuação da pág. 02)Por Hélio Viana

de soquetes. Um alicate de corte e um uni-versal também devem estar a bordo. No quesito “geral”, vale um bom martelo, uma serra de arco (com algumas serras so-bressalentes), um estilete, fita isolante, fita veda-rosca e fitas helerman (engasga gato, que pode ser usado desde marcação de pro-fundidade na corrente da âncora até organi-zar fios) com medidas diversas, uma trena, um descascador de fios e um multímetro. Para saber as principais medidas usadas e não deixar faltar as chaves corretas, con-verse com seu mecânico (ou dê uma expe-rimentada nas medidas das principais por-cas e parafusos de seu motor). E fica a dica: Não caia na tentação de comprar ferramentas e apetrechos baratos que além de enferrujar rápido ainda podem quebrar e inutilizar um parafuso importan-te, por exemplo...

No feriado prolongado de Corpus Christi, 04 a 06 de julho, foi realizado o Campe-onato Brasil-Centro de Optimist durante a Buzios Sailing Week . O campeonato con-tou com a presença de 120 velejadores, 22 na categoria estreante e 88 na categoria ve-terano. Ao todo foram realizadas 9 regatas. Resultado Geral:Estreantes: Jonas Oliveira Bella (Juve-nil/YCSA), 2º Liam Hausmann (Infantil/YCSA) e João Motta Monteiro de Salles (Infantil/ICRJ).Veteranos: Tiago Loch Quevedo (Juvenil/

VDS), 2º Tiago Monteiro (Juveni/Caban-ga) e Daniela Luz (Juvenil/ICRJ). Foto: Almir D. Santos

Optimist em Búzios

Sol e vento na Buzios Sailing Week

Page 7: Almanautica 19

INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO

Palavra de

PRESIDENTE

ABVC

CONVÊNIOS

Veja outros no site:IATE CLUBES

- Aratú Iate Clube - Cabanga Iate Clube- Iate Clube Guaíba- Iate Clube de Rio das Ostras- Iate Clube do Espírito Santo- Marina Porto Bracuhy- Iate Clube Brasileiro- Jurujuba Iate Clube

DESCONTOS

Brancante Seguros7Mares EquipamentosBotes RemarConinco - Tintas e RevestimentosShip’s Chandler: Loja Náutica em Paraty Enautic : Loja Náutica VirtualDivevision Loja VirtualE muitos outros. Consulte nosso site para saber dos detalhes de cada parceiro. Seja sócio da ABVC: você só terá vanta-gens. Se já é associado, traga um amigo!

O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.

Midias SociaisNosso fórum ou lista de discussão, funcio-na no Yahoo Grupos. Se você é associado e ainda não participa, basta enviar um e-mail para [email protected] e solicitar a participação. Estamos também no FA-CEBOOK. Lá não é preciso ser associado para participar. Conheça e participe!

Prezado Associado da ABVC,

Nos últimos meses pudemos realizar mais um encontro (detalhes aqui ao lado), além de outras ativi-dades como o Encontro das Ilhas, o Cruzeiro Forte de São João, mais uma edição do Cruzeiro Costa Verde e ago-ra em julho, nosso primeiro cruzeiro internacional, nas águas da Croácia. Também realizamos a quinta edição do Cruzeiro pela Hidrovia Tie-tê-paraná também aconteceu agora em julho. E nossos associados já recebe-ram seu exemplar do Guia Santos-Rio, do qual a ABVC é um dos patrocina-dores. Além desse trabalho, muita coisa está sendo feita internamente, na estruturação das regionais e na prepa-ração de novos eventos. Lembro a todos mais uma vez, que os eventos são publicados no site da ABVC (www.abvc.com.br). Fique sempre de olho!

Bons ventos a todos,

Volnys Bernal Presidente da ABVC

Encontro Nacional 2015

Foi realizado no feriado de Corpus Cris-thi pelo décimo terceiro ano consecutivo nosso Encontro Nacional. A programação esteve repleta de atrati-vos, como palestras, exposição de produ-tos, oficinas, além das refeições e muito bate papo gostoso entre amigos, velhos e novos! Entre os assuntos das palestras e workshops o destaque foi a presença de Paul e Rachel Chandler, o casal que foi sequestrado e mantido em cativeiro pelos somalis por mais de um ano e agora conti-

Hidrovia Tietê-Paraná

nuam suas viagens de veleiro (veja matéria completa na pág. 8). Entre os assuntos mais concorridos, uma palestra chamou atenção: A navegação pe-las estrelas. Embora em princípio o tema prometesse ser árido, a palestra foi interes-santíssima, e Hélio Somaschini mostrou que com as mãos e um esquadro, é possí-vel navegar pelas estrelas. Os workshops também fizeram sucesso: Manutenção de motores de popa (Antô-nio Alexandre M. Lopes), e o concorrido

“Limpeza e preparação de peixes”, por Maurício Rosa e Tânia Meireles, onde os inscritos até ganharam a faca usada no aprendizado. O lançamento do Guia Santos-Rio de Hélio Magalhães também fez muito su-cesso assim como o restante da progra-mação. Luciano Guerra discorreu sobre o uso dos softwares OpenCPN e uGrib. As palestras S.O.S. a bordo: Primeiros socorros, combate a incêndios e sobrevi-

vência no mar, por Dr. Ricardo Guima-rães, Gosto de sal: Atlântico e Mediter-râneo em um 27 pés (Wlademir Juliano

Treis), A volta do Atlântico, (Norberto Za-niboni), Regulagens de velas, por Lauro Va-lente, Viagem ao Caribe em um 36 pés de aço, por Rubens Souza e Rita Torres, Basti-dores da série #Sal (Adriano Plotzki) e For-tins, Fortes e Fortalezas, de Elcio Secoman-

di também foram muito concorridas. Além disso, e encontro contou com expo-sição de produtos, brechó náutico e monito-ria para crianças. E no quesito alimentação, tivemos o jan-tar de abertura com música ao vivo pela du-

pla Vitor e Suzi, a noite da pizza, e o jantar e festa de encerramento, com baile do Havaí. A ABVC agradece o apoio da Marina Bracuhy/BR Marinas, da Loja Velamar, da Cusco Baldoso cursos náuticos, da Tlaloc Capotaria e da BR Cabos, que apoiaram o encontro deste ano. O décimo terceiro encontro foi, mais uma vez, um sucesso! Obrigado a todos que compareceram e até 2016!

Muita festa, palestras, workshops, boa música e bate papo, num feridão pra lá de animado!

Aconteceu entre 5 e 9 de julho, a quinta edição do Cruzeiro Hidrovia Tietê-Para-ná, que parte de Barra Bonita e chega em Adolfo. São 500 km de navegação na hi-drovia com duração total de 14 dias. Par-ticiparam embarcações a partir de 16 pés, em sua maioria a vela. O 5º Cruzeiro Hi-drovia Tietê Paraná 2015 é parte de um trabalho realizado desde 2008, mapeando, conveniando e oficializando todos os pon-

tos de apoio da Hidrovia Tietê Paraná, para criação de um Circuito Turístico Fluvial Sustentável. As cidades ribeiras se envol-vem apresentando seu turismo regional, e recebem os participantes com muita hospi-talidade, tornando a viagem um verdadeiro festival gastronômico e cultural. Em cada parada, a Organização do cruzeiro ministra uma palestra à comunidade e seus adminis-tradores, mostrando o potencial turístico fluvial da hidrovia e suas belezas.

Eclusagem dos veleiros no cruzeiro

Após o dia de atividades, comer...

Aprendendo a limpar os peixes...

Foram quatro dias de festa, confraternização e muita informação de vela

A galerinha pode deu folga aos pais...

A exposição de produtos fez sucesso

Volnys Bernal discursa na abertura

COSTA VERDE

Foi realizada - como sempre com grande sucesso - a sexta edição do Cruzeiro Cos-ta Verde, partindo do Bracuhy (Angra dos Reis-RJ) logo após a realização do Encon-tro Nacional. A flotilha seguiu para a região de Itacuruçá e Ilha Grande, cruzeirando por uma semana.