ALMEIDA, Thiago de - Reflexões Conceitos, Estereótipos e Mitos Acerca Da Velhice

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    Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

    233RBCEH, Passo Fundo, v. 6, n. 2, p. 233-244, maio/ago. 2009

    Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca davelhice

    Thiago de Almeida

    *

    ; Maria Luiza Lourenço

    **

    *  Psicólogo (CRP 06/75185) pela Universidade de São Carlos. Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicolo-gia da Universidade de São Paulo (Departamento de Psicologia Experimental). E-mail: [email protected]. Site: www.thiagodealmeida.com.br

    ** Bacharel em Biblioteconomia pela Faculdade de Biblioteconomia e Documentação da Universidade de SãoPaulo. Bibliotecária (CRB 8ª 5037) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

     Recebido em junho de 2008 – Avaliado em março de 2009.

      doi:10.5335/rbceh.2009.022

    Resumo 

    Se cada pessoa tem a sua velhice singu-lar, e essas passam a ser inumeráveis, bemcomo relativas, a definição do próprio ter-mo pode se tornar um impasse e acarre-tar mitos que se agregam em torno desse“conceito”. E muitos são os mitos que en-volvem a velhice. Paralelamente, constata-se uma extensa escassez de informaçõessobre o processo de envelhecimento, quetem contribuído para a manutenção depreconceitos e, consequentemente, geramuitas dificuldades para a vivência dasexualidade, dentre outras, pelas pessoasnesta etapa da vida. O presente estudo visarefletir sobre alguns conceitos e estereoti-pias que promovem os mitos entre idosose a população em geral com o intuito deauxiliar a mitigá-los.

    Palavras-chave : Idosos. Velhice. Mitos.Sexualidade.

    Nem tudo é dias de sol,E a chuva, quando falta muito, pede-se.

    Por isso tomo a infelicidade coma felicidade

    Naturalmente, como quem não estranhaQue haja montanhas e planícies

    E que haja rochedos e erva [...]O que é preciso é ser-se natural e calmo

    Na felicidade ou na infelicidade,Sentir como quem olha,Pensar como quem anda,E quando se vai morrer,

    lembrar-se de que o dia morre,E que o poente é belo e é bela a

    noite que fica [...] Assim é e assim seja [...]

     Alberto Caieiro(Heterônimo de Fernando Pessoa em

    O guardador de Rebanhos)

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    Introdução

    Muitos são os mitos que envolvema velhice. Segundo o dicionário Houaiss(2001, p. 1936), mito é a “construção

    mental de algo idealizado, sem compro-vação prática; idéia, estereótipo”. Quantoao termo “mito”, define-o como “valorsocial ou moral questionável, porém de-cisivo para o comportamento dos gruposhumanos em determinada época”.

    Desde o nascimento a vida se desen-volve de tal forma que a idade cronológicapassa a se definir pelo tempo que avança.E o tempo é definido como uma sinonímia

    para uma eternidade quantificada, ouseja, uma cota. Dessa forma, o tempo eo homem influenciam-se mutuamente,produzindo profundas mudanças em suasindividualidades. Assim, diversas velhi-ces surgem e diferentes representações aelas associadas, que permitem lidar coma questão temporal. (GOLDFARB, 1998).É interessante observarmos a subjetivi-dade relacionada à velhice.

    Entretanto, como questiona Almeida(2009), se cada pessoa tem a sua velhicesingular, essas passam a ser tanto incon-táveis como relativas. Assim, a definiçãodo próprio termo pode se tornar umimpasse e acarretar mitos que se agre-gam em torno desse “conceito”. Afinal,uma pessoa é idosa a partir de algumreferencial pautado no declínio orgânico,

    ou podemos caracterizar as maneiraspelas quais as outras pessoas passam aencará-la, que a confinariam num redutochamado “terceira idade”? Então, quan-do uma pessoa envelhece? Há uma idadeou um intervalo específico nas dimensõesespiritual, biológica, social e psicológica

    que situe uma pessoa no que se concebecomo terceira idade?

    Não podemos erradicar a velhicede nossas vidas, no entanto podemosmodificar a maneira como pensamos o

    envelhecer. Na visão de Risman (2005),percebe-se que a escassez de informaçõessobre o processo de envelhecimento,assim como sobre as mudanças na se-xualidade em diferentes faixas etáriase, especialmente, na terceira idade, temauxiliado na manutenção de preconceitose, consequentemente, gerado muitas difi-culdades para a vivência da sexualidade,dentre outras, pelas pessoas nesta etapa

    da vida. Neste trabalho faremos algumasreflexões e destacaremos alguns mitosque permeiam o ideário comum tanto deidosos como de pessoas que caminhampara a idade avançada.

    O que se concebe por terceiraidade

    “Terceira idade” é uma expressãoque recentemente se disseminou no vo-cabulário brasileiro. Mais do que umareferência a uma idade cronológica, éa maneira eleita para tratamento daspessoas de idade mais avançada queainda não adquiriu conotação pejorativa.

     A expressão originou-se na França, paísno qual os primeiros gerontólogos brasi-leiros foram formados com a implemen-

    tação, na década de 1970, das Universités Du Troisiéme Age. (STUCCHI, 1994).Das diversas formas de categoriza-

    ção – sociais, culturais, psicológicas – quetentam definir os limites entre as idades,nenhuma foi capaz de descrever o expe-rienciar da velhice, tornando-se vagas e

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    arbitrárias generalizações. (DOURADO;LEIBING, 2002; GAGLIETTI; BAR-BOSA, 2007). Contudo, não se precisair muito longe para constatar que oque é percebido é a impossibilidade de

    se estabelecer uma definição ampla eaceitável em relação ao envelhecimento.(VERAS, 1994). Logo, percebe-se quenossos referenciais a respeito da terceiraidade e tudo o que se supunha saber sãoinsuficientes para defini-la.

    Tratamos desse assunto como sefosse se tornar realidade somente paraos outros, como se permanecêssemoseternamente jovens. Contudo, a velhice

    é uma etapa normal do ser humano paratodos os que conseguem alcançá-la. Oque muitas vezes se desconsidera é quea velhice é um processo contínuo desde onascimento. O emprego de certos meiospara retardar o envelhecimento podeimpedir ou até mascarar esse processo,porém não altera a data final da morte. Ese o limite da vida é a morte, a velhice é afase da existência que está mais próxima

    desse horizonte. Contudo, deve-se lem-brar que a morte não é um privilégio davelhice (SIMÕES, 1998), pois pertencea cada um de nós que se encontra vivoe atuante. Assim, as pessoas que conse-guem superar o medo da morte passama encarar a velhice como qualquer outroperíodo da existência.

     A gerontologia entende que o enve-lhecimento não significa uma decadên-cia, e sim uma sequência da vida, comsuas peculiaridades e características.(ALMEIDA; LOURENÇO, 2007; AL-MEIDA; LOURENÇO, 2008). Ora, sa-bemos que a fonte da juventude é umautopia e, certamente, as pessoas que

    perseguem este ideal sofrem com muitasangústias, pois se recusam a encarar arealidade – afinal, ninguém é tão velhoque não acredite poder viver ao menosmais algum tempo. Para complementar a

    discussão trazida à baila, Almeida (2009,p. 5) afirma:

    É importante destacar que a velhice não éum processo único, mas a soma de vários ou-tros, distintos, entre si. Portanto, uma outrapossível explicação para tal dificuldade emse categorizar a velhice consiste no fato emque ela não é um estado, mas um constante esempre inacabado processo de subjetivação.Portanto, pode-se dizer que na maior partedo tempo não existe um “ser velho”, mas um

    “ser envelhecendo.

    O panorama brasileiro e os idosos

    De forma significativa, a longevidadeocupa sua representação na sociedade,o que leva a população a se adaptartanto com a sua presença como com estanova realidade. (SILVA; FOSSATTI;PORTELLA, 2007). Em grande parte, asociedade brasileira marginaliza as pes-soas idosas. Essa situação não costumaocorrer em outras culturas, como, porexemplo, na oriental, que intensamenteintegra os idosos à vida social. Para esta,o idoso não é sinônimo de um ser ultra-passado ou que agrega automaticamentesua figura à senilidade, contrapondo-seaos nossos modelos. Ao contrário, os

    idosos são considerados sábios e tratadoscom o respeito e a dignidade que mere-cem. Infelizmente, em muitos centrosurbanos ocidentais e contemporâneos,como o brasileiro, acontece o contrário.

    No Brasil observa-se a impaciênciacom os “jovens há mais tempo”, as diver-

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    Se a questão da afetividade e dasexualidade está presente em todos osmomentos da vida, não será no processodo envelhecimento que estará ausente.Contudo, ao investigar o processo de

    envelhecimento percebe-se que o conhe-cimento atual aquilatado a respeito, emrelação a alguns temas como o estudodo amor e da sexualidade, carece deidentidade e é constituído por elementosde discursos teóricos e ideológicos fun-damentados em legados ultrapassados,herdados geralmente das ciências sociaise da medicina. (NERI, 1993).

    E quando nos referimos à sexualida-

    de, não estamos nos remetendo a sexo,enquanto um sinônimo para cópula, masao produto final de um longo e naturalprocesso de desenvolvimento, que come-ça no nascimento e envolve tudo o quesomos, as nossas atitudes, como lidamoscom as questões que nos circundam ecomo tudo isso nos abala numa relaçãoafetiva interpessoal. O que a psicologiaconcebe por sexualidade não é, em ab-

    soluto, idêntico à união sexual entre umhomem e uma mulher, ou mesmo teriao sentido exclusivo de sensações pra-zerosas produzidas/comunicadas pelosnossos órgãos genitais.

    Sexualidade é muito mais do que ointercurso do pênis à vagina culminandocom o orgasmo masculino ou feminino;tampouco sexo é uma equivalênciapara gênero, pois esses dois conceitos

    foram inseridos na literatura científicaem épocas distintas e abrangendo as-pectos diferenciados da vida humana.Enquanto as diferenças entre os sexossão estabelecidas pelo aspecto físico, asdiferenças de gênero são explicadas eentendidas como socialmente construí-

    das. O conceito gênero foi introduzido nodiscurso teórico na década de 1970, pormeio das pesquisas da antropologia. Des-de então, diversos autores aprofundaramo tema e, atualmente, em psicologia

    social, qualquer estudo sobre diferençasou semelhanças entre homem e mulherprecisa ser evocado do prisma de gênero.(STREY, 1999).

    É importante salientar que a sexua-lidade é inerente à natureza humana,obedece a uma necessidade fisiológica eemocional e está presente em todas asfases de seu desenvolvimento. Em outraspalavras, a função sexual continua por

    toda a vida, inclusive para os idosos.Manifesta-se de forma diferente nasfases progressivas do desenvolvimentohumano e sua expressão é determinadapela maturidade orgânica e mental. A se-xualidade é uma forma de comunicaçãoque visa ao prazer, ao bem-estar, à auto-estima e à busca de uma relação íntima,compartilhando o amor e o desejo comoutra pessoa para criar laços de união

    mais intensos. (MAYOR; ANTUNES; ALMEIDA, 2009). Para complementaro exposto, a Organização Mundial daSaúde (2007) define a sexualidade como“uma energia que motiva para encontraramor, contato, ternura e intimidade;integra-se no modo como nos sentimos,movemos, tocamos e somos tocados; éser-se sensual e ser-se sexual. A sexua-lidade influencia pensamentos e, por

    isso, influencia também a saúde físicae mental”.

    Certamente, a sexualidade e a afeti-vidade perpassam todas as questões doenvelhecer, na medida em que tambémparticipam do nosso cotidiano enquantoseres humanos. Entretanto, sabemos que

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    sexualidade nunca pode estar desvincula-da do corpo; nem do desejo inconsciente,este componente aparentemente estra-nho que habita e age em nosso interiore do qual nunca estamos descomprome-

    tidos; nem das consequências psíquicasdas diferenças anatômicas entre os sexos.(COSTA, 1992). Segundo Neri,

    vários elementos são apontados como de-terminantes ou indicadores de bem-estarna velhice: longevidade; saúde biológica;saúde mental; satisfação; controle cogni-tivo; competência social; produtividade;atividade; eficácia cognitiva; status social;renda; continuidade de papéis familiarese ocupacionais, e continuidade de relações

    informais em grupos primários (principal-mente rede de amigos. (1993, p. 10).

    Se, além dos elementos citados, aindaa maturidade trouxer o afeto, a paixão, onamoro, o amor, o sexo, a cumplicidade,o companheirismo, dentre outros, o idosopode estar certo de que poderá ter umasatisfatória vida afetivo-sexual, pois aspossibilidades de um relacionamentoamoroso nesta etapa da vida, apesar dealgumas vezes serem difíceis, são maisviáveis do que muitas pessoas imaginam.(ALMEIDA; LOURENÇO, 2007).

    Dessa forma, se o idoso se permitiressas vivências, poderá supor que teráum envelhecimento positivo, ao contrá-rio daqueles que somente darão vazãoa um saudosismo passivo, ou, ainda, aquaisquer outros posicionamentos imo-bilizadores e negativos. Assim, existemvárias possibilidades de envelhecer afeti-vo-sexualmente, desde as contaminadaspor estereotipias e mais negativas, quedistanciaram o idoso de pensar a aderir aqualquer de investimento desta naturezaafetivo-sexual; as mais positivas, que semantiveram articuladas ao processo de

    desenvolvimento biopsicossocial, no qualo componente afetivo-sexual comportauma de suas principais dimensões.

    Entretanto, o que tem predominado,infelizmente, é o aspecto negativo, com

    o próprio idoso muitas vezes se reconhe-cendo como alguém inútil, deteriorado,obsoleto, assexuado, ou, ainda, negligen-ciado de acordo com a natureza dos seussentimentos. Segundo Caldas (2006,p. 330), “uma proporção desconhecida deidosos solteiros é homossexual - tantohomens quanto mulheres. Esta popu-lação é totalmente negligenciada pelapesquisa”.

    O desejo sexual para os idosos

     A falsa crença de que a velhice é umaetapa assexuada, andrógina ou hipersse-xualizada influencia profundamente naautoestima, na autoconfiança, no rendi-mento físico e social dos adultos idosos,além de contradizer a normalidade dassensações e a capacidade de amar do ser

    humano. E embora esteja em constantecrescimento, poucos são os que acreditamna existência de relações afetivo-sexuaisna terceira idade e que exista uma con-tinuidade da sexualidade para as mu-lheres, ou mesmo para os homens, quepassaram dos sessenta anos.

     Até há pouco tempo, discutir acercade sexualidade e relação afetivo-sexualna terceira idade era algo interdito.

    De forma incipiente ou de modo algumfalava-se sobre o assunto sexualidade navelhice. Se, por um lado, “os jovens hámenos tempo” não param para pensarque o desejo não tem idade, por outro,alguns tendem a imaginar que, com opassar dos anos, a sua vida afetiva tem

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    envelhecido de tal forma que chegam aperder a noção de como é amar e queé tarde demais para fazê-lo. Há aindaaqueles que externam sua aversão atocar no assunto e sequer podem ima-

    ginar adultos em idade avançada aindacultivando o amor e trocando afetos maisíntimos em público. É natural que o ho-mem e a mulher continuem a apreciaras relações sexuais durante a terceiraidade, porém algumas modificações queocorrem tanto no homem quanto na mu-lher podem prejudicar o prazer sexual.

     A fim de que não haja prejuízo sig-nificativo nas relações sexuais, algumas

    adaptações às mudanças ocorridas nestafase são necessárias. (AZEVEDO, 1998).Soma-se o fato de que, com o passar dosanos, as pessoas tendem a querer ficarao lado de outra como forma de proteção,pois reconhecem que receber ajuda docompanheiro não é apenas agradável,como também valorosa, e que demons-trações de carinho não podem ser reco-nhecidas como pejorativas. (AZEVEDO,

    2000; CAPODIECI, 1996).O sexo, assim como várias outras

    atividades orgânicas e fisiológicas, vaise tornando menos necessário ao longoda passagem do tempo. Dessa forma,durante a velhice o desejo sexual pode,sim, diminuir, mas não necessariamente.O mito, entretanto, é alimentado peladesinformação e pela má interpretaçãodas inevitáveis mudanças fisiológicasocorridas nos idosos. A sexualidade é,frequentemente, um delicado equilíbrioentre as emoções, o entorno no qual osidosos estão inseridos, as causas psico-lógicas e a interação entre todos essescomponentes. Por exemplo, se o homemteme excessivamente a impotência, pode

    criar estresse suficiente para causá-la. Ainda assim, o desejo e a necessidade deafeto permanecem para os idosos, e essescasais podem ter os mesmos problemasque envolvem as pessoas das demais

    idades.Para Azevedo (1998), tanto o homemcomo a mulher continuam a apreciar asrelações sexuais durante a velhice, a des-peito das alterações fisiológicas ocorridasem ambos, como, no caso da mulher, asecura vaginal e, do homem, a diminui-ção no tempo de ereção. Essas alteraçõespodem até prejudicar o prazer sexual,mas a boa adaptação sexual de ambos

    irá determinar o prazer do casal. Alémdisso, o fato de haver uma diminuiçãona frequência das atividades sexuais nãosignifica o fim da expressão ou do desejosexual. Segundo Butler e Lewis:

    O sexo e a sexualidade são experiênciasprazerosas, gratificantes e reconfortantesque realçam os anos vindouros. Também são– como todo mundo sabe – de uma enormecomplexidade psicológica. Durante toda a

    vida carregamos o peso das nossas experiên-cias sexuais infantis e que foram moldadospor nós mesmos, nossos pais, nossa família,nossos professores, e nossa sociedade demaneira positiva ou, às vezes, negativa.(1985, p. 12).

    Logo, desde que estejam desfru-tando de saúde, nada impede que pes-soas idosas se engajem em atividadessexuais diversas. Em idades mais jovensexiste uma grande preocupação com a“quantidade” de atividades sexuais; emidades mais avançadas, essa noção dequantidade deve, e pode, sadiamenteser substituída por uma noção de “qua-lidade”. Muitos idosos não aceitam esseprocesso natural de envelhecimento esentem-se impotentes. Aqui há de se

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    fazer uma relativização: se um jovemprecisa de vários intercursos sexuaispara encontrar satisfação, o idoso podeencontrar o “mesmo grau de satisfação”com um número bem menor destes. Há

    outras diferenças a serem arroladas,como, por exemplo: no caso do homemidoso, a ereção ocorre até o fim da vida,contudo existe com o aumento da idadeuma maior necessidade de estímulospara que ocorra a ereção.

    No caso das mulheres, como apontaRamos (2001), a sociedade ainda possuiuma versão errônea da sexualidade femi-nina, como se estivesse estritamente li-

    gada apenas aos aspectos físicos genitaise à capacidade reprodutiva. Nesse senti-do, percebe-se que essa forma de pensa-mento é incorreta, pois a sexualidade nãoestá associada somente às respostas docorpo, mas também à satisfação dos de-sejos e do afeto, comuns a todos os sereshumanos. Para Fraiman (1995), muitasmulheres receberam e ainda adquireminformações falsas sobre a sexualidade

    na terceira idade. A autora cita queinformações a respeito do período damenopausa são transmitidas de modoagressivo às mulheres que vivenciama terceira idade, como, por exemplo deque após a menopausa as mulheres nãoproduzem estrógenos, hormônios respon-sáveis pela sua feminilidade. Diante defrases como essas, algumas mulherespodem acreditar na falsa ideia de que o

    fim do ciclo menstrual significa o fim dodesejo, do afeto, do sexo.

    Com a chegada da menopausa, en-tretanto, muitas mulheres podem desco-brir o sexo de forma até mais prazerosado que quando eram mais jovens. Muitaspreocupações, como gravidez, trabalho,

    necessidade de satisfazer ao companhei-ro, estresse, acabam por tornar o sexolimitado e até curto. A menopausa trazcerta tranquilidade numa relação, mastambém provoca algumas mudanças

    que, infelizmente, advêm desse período.Citamos duas: a mulher algumas vezesprecisará recorrer à reposição hormonale, quando perceber que a vagina fica res-secada no momento do relacionamentosexual, talvez seja necessário o uso de gelpara lubrificação. Para outras mulheres,será necessário ajuda psicológica e/oumédica para se adaptarem as mudançasque surgem nesse período da vida.

    A marginalização do idoso, em doisníveis: pela sociedade e por elesmesmos

    De acordo com Couto,embora o aumento da longevidade re-presente uma conquista para a popu-lação e para a ciência, ainda prevalecesocialmente a idéia de que envelhecer éalgo a ser evitado. Em um contexto noqual o culto da juventude é cada vez maisreforçado, a velhice é permeada por es-tereótipos e preconceitos que a reduzema uma fase de declínio e perdas. (2006,p. 321).

    Em algumas situações, os idosos seexcluem das atividades sociais alegandoa idade como pretexto para se vitimareme se sentirem inúteis perante a socie-dade. Atitudes como essas contribuem

    para o mecanismo de exclusão no qualeles próprios são os responsáveis diretos.É necessário, pois, ao idoso saber que, àmedida que a idade avança, não se deveproceder e/ou ceder aos mecanismos deafastamento do convívio com os seme-lhantes. Logo, a marginalização do idoso

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    é realmente um problema cultural, masque pode ser agravado por atitudes pe-culiares de cada pessoa ou grupo.

     Aparentemente, tudo é ditado pelos jovens e adultos e não se permite, por

    exemplo, a visibilidade de expressõesou manifestações afetivas de idosos so-cialmente, não levando em consideraçãoa possibilidade de um relacionamentofísico e amoroso na terceira idade, a talponto que os próprios idosos acabam nu-trindo os preconceitos dos mais jovens. Oamor é um sistema complexo e dinâmico,que envolve cognições, emoções e com-portamentos relacionados muitas vezes

    à felicidade do ser humano. (ALMEIDA,2008). Dessa maneira, amar alguém e,consequentemente, expressar sua sexu-alidade e erotismo, talvez consolidandoum relacionamento amoroso, em pri-meira análise, significa reconhecer umapessoa como fonte real, ou potencial,para a própria felicidade.

     Assim, o idoso muitas vezes acabapor se tornar o difusor dos preconceitos

    dos mais jovens, cristalizando as crençaserrôneas de que tomam conhecimentoe se esquecendo de que o desejo não secircunscreve a determinada idade. Poucoa pouco o idoso passa a acreditar quenão pode se engajar em relacionamentosamorosos, comportando-se segundo asexpectativas sociais, porque, se o fizer,será considerado degenerado, libidinosoou indecente. E se isso é verdade paraos idosos do sexo masculino, a situaçãoainda é pior para as idosas.

     Assim, deve-se pensar no que temmaior peso: a idade em si ou a ideiaque as pessoas idosas fazem de si mes-mas? Logo, o idoso deve encarar como

    sadias as práticas amorosas e eróticasna velhice, por ser esta atitude positivaassociada a um sentimento de adesão àvida. O problema crítico dos idosos emmatéria de sexualidade consiste, então,

    em ganhar coragem e perder a vergo-nha acerca das crenças que adotam,por serem errôneas e paralisarem suasmotivações para o exercício positivo desua sexualidade.

    Transformações do berço aotúmulo

    Com o passar dos anos, os corpos vão

    perdendo a flexibilidade, a pele perdeelasticidade, os cabelos perdem o brilho,etc. O viço juvenil vai se apagando com aidade, e com a velhice vamos adquirindooutro tipo físico. As relações de gênerotambém envolvem algumas diferençasnesse envelhecer, e as mulheres sofremmais com esse processo. Como vivemosnuma sociedade que se cultua a beleza,o aparecimento de cabelos brancos, derugas, embora seja um indicativo natu-ral do envelhecer, é sinalizado cultural esocialmente como algo negativo. Assim,observa-se que o corpo da mulher acabasendo desvalorizado, muitas vezes pelaspróprias mulheres. (CAMPOS, 2006).

    Desde a década de 1970 Goldmane Goldman (1977) nos apontam váriasdificuldades, como os problemas relacio-

    nados à urbanização, industrialização esuas decorrências – isolamento social,desolação, dependência, desvalorização,desprestígio, preconceitos, hostilidade,agressividade, atitude defensiva, perdade autoridade de autoafirmação, dentreoutros – que atingem a todas as faixas

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    etárias, mas podem ser agravados pelaidade que avança e pelo modo como selida com ela. De acordo com Colom eZaro:

    Os estereótipos, em geral, concedem à velhi-

    ce uma realidade negativa. O consenso so-cial aceita como fatos inevitáveis uma perdade capacidades mentais, perda de memória,saúde vulnerável, padecimento constantede doenças ou reclamos de atenção. Essasperdas/características parecem justificaruma conduta estereotipada associada atermos como “acabado”, “inútil”, “doente”,“incapaz”, “improdutivo”, “dependente” e“carga social”, levando a pessoa à rejeição eà marginalização social. (2007, p. 309).

    Com o decorrer dos anos é normal osurgimento de doenças, o distanciamen-to dos filhos, aposentadoria, morte decônjuges e de amigos; a proximidade damorte também é outra ameaça que pairasobre as cabeças dos idosos. Contudo, énecessário que se superem essas crises,e com ajuda se necessário. O apoio da fa-mília e dos amigos torna-se fundamentalpara que esse processo se torne menos

    penoso e traumático. A sexualidade também sofre modi-

    ficações com o passar dos anos. O com-portamento humano, e aqui destacamoso comportamento sexual como um dosquais comentaremos mais especifica-mente, é plurideterminado por fatorescomo cultura, religião, educação, queinfluenciam intensamente no seu de-senvolvimento, determinando a maneira

    como iremos vivenciá-lo e lidar com elepor toda a vida. A geração atual de idososé fruto de uma educação muito severa,pois seus pais tinham por orientaçãosexual os conceitos e preconceitos repres-sores herdados de outra geração, maisrepressora ainda; assim, para muitos o

    exercício da sexualidade era algo inde-cente e pecaminoso.

    Pode-se dizer ainda que a sexuali-dade no idoso está relacionada a váriossentimentos, como as alegrias, as culpas,

    as vergonhas, os preconceitos e as re-pressões de cada um. O sexo na terceiraidade traz satisfação física, reafirma aidentidade e demonstra o quanto cadapessoa pode ser valiosa para outra,estimulando sensações de aconchego,afeto, amor e carinho. Com o passar dosanos, as pessoas normalmente não têmo mesmo vigor de outrora, dos temposde juventude, mas os idosos podem edevem manter acesa a chama da pai-xão por seus companheiros, atendo-semais à qualidade nas relações do que àquantidade existente na juventude. Paraisso, o carinho é peça fundamental nosrelacionamentos.

    Considerações finais

     Acredita-se que uma má compreen-são, primeiramente, do conceito de ve-

    lhice por diferentes segmentos da popu-lação, das manifestações afetivo-sexuaisda terceira idade e dos seus processossubjetivos acarrete dificuldades à supe-ração dos problemas associados a umamelhor qualidade de vida para os idosos.Dessa forma, esclarecimentos como oque esboçamos acerca das informaçõesdistorcidas que se difundem em relaçãoaos mitos existentes podem contribuir

    para a diminuição das crenças e inter-dições que se traduzem em preconceitosem relação aos idosos.

     A ideia de uma visão mais positivae produtiva para o envelhecimento co-meça a ganhar força nos dias atuais eé resultado de diversos fatores, dentre

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    Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice

    243RBCEH, Passo Fundo, v. 6, n. 2, p. 233-244, maio/ago. 2009

    os quais se destacam o crescimentoda longevidade de pessoas no mundointeiro e o aumento de especialistas naárea de gerontologia e ciências afins,os quais procuram entender, estudar e

    desmistificar o envelhecimento humano.Infelizmente, ainda hoje, em pleno século XXI, muitas inverdades são ditas e pro-movidas, muitos mitos são mantidos eum grande preconceito ainda existe emrelação ao envelhecer. Assim, como emoutros grupos sociais, a velhice carregaestigmas e paradigmas errôneos que sãodifíceis de serem quebrados e aceitos pelasociedade e pelas próprias famílias. Umaeducação da sociedade nesse sentido sefaz necessária, porque, do contrário,somente quando outras gerações ingres-sarem no processo de envelhecimento,provavelmente, reivindicarão para si odireito à sexualidade na terceira idade,enfim livres de preconceitos.

    Reflections: concepts, stereotypes andmyths about the oldness

    AbstractIf each person has its singular oldness, andthese start to be innumerable, as well as re-lative, the definition of the proper term canbecome an impasse and to cause mythsthat are added around this “concept”. Andmany they are the myths that involve theoldness. In addition, there is an extensivelack of information about the aging processthat has contributed for the maintenance ofpreconceptions and, consequently gene-rates many difficulties for the experience

    of the sexuality, amongst others, for thepeople in this stage of the life. This studyaims to reflect some concepts that promotestereotypes and myths among the elderlyand the general population in order to helpmitigate them.

    Key words : Elderly. Oldness. Myths. Sexua-lity.

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