ALMOFADA ACÚSTICA

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto ALMOFADA ACÚSTICA O PROBLEMA DA REVERBERAÇÃO NOS ANFITEATROS DA FEUP Projeto FEUP 2019/2020 1° SEMESTRE – MIEC Equipa: 11MC09_01 Professor: Rui Manuel Gonçalves Calejo Rodrigues Monitora: Mariana Isabel Soares Ferreira Moreira ESTUDANTES Edgar Ferrão [email protected] Nuno Costa [email protected] Isabela Fernandes [email protected] Teresa Guimarães [email protected] Luís Morais [email protected] Tiago Magalhães [email protected]

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

ALMOFADA ACÚSTICA

O PROBLEMA DA REVERBERAÇÃO NOS

ANFITEATROS DA FEUP

Projeto FEUP 2019/2020 1° SEMESTRE – MIEC

Equipa: 11MC09_01

Professor: Rui Manuel Gonçalves Calejo Rodrigues

Monitora: Mariana Isabel Soares Ferreira Moreira

ESTUDANTES

Edgar Ferrão [email protected] Nuno Costa [email protected]

Isabela Fernandes [email protected] Teresa Guimarães [email protected]

Luís Morais [email protected] Tiago Magalhães [email protected]

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RESUMO

A acústica é o ramo da Física que estuda as ondas sonoras. Nos

estabelecimentos de ensino, a sua qualidade é de extrema importância para o

processo de aprendizagem, uma vez que é necessária para a perceção clara do

que o professor diz, sem ruídos.

O objetivo desse trabalho é solucionar o problema de acústica do anfiteatro

B017 da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), através de

uma almofada. Para isso, foi necessário o estudo detalhado desse ramo, a

compreensão do fenómeno da reverberação e a realização de testes para a

escolha os melhores materiais.

Para a criação da almofada acústica com respetiva qualidade, é necessário,

primeiramente, conhecer o ambiente em causa, neste caso as salas. O formato

da sala, onde o volume e área são determinantes para se estudar como o som

se propaga pelo mesmo e sua respetiva reverberação.

Desta forma, foi realizado uma série de cálculos que nos guiaram à solução do

problema. Por fim, foi possível elaborar uma almofada que obedecia aos

critérios definidos, económica e confortável.

PALAVRAS-CHAVE

Acústica; Reverberação; Ondas; Almofada; Espuma; Poliuretano; Conforto;

Anfiteatro.

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AGRADECIMENTOS

Gostariamos de agradecer, sobretudo, à nossa monitora

Mariana Isabel Soares Ferreira Moreira, pela orientação e ajuda

durante a realização deste trabalho.

Para mais, agradecemos também o professor Rui Manuel

Gonçalves Calejo Rodrigues pela sua atenção, disponibilidade e

por toda a informação que nos transmitiu, e o professor António

Eduardo Batista da Costa, pelo apoio na realização dos testes,

que foram cruciais para a elaboração de todo o trabalho.

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ÍNDICE

Lista de Figuras e Tabelas..............................................................5

1. Introdução.................................................................................6

2. Fundamentação Teórica

2.1) Ondas Sonoras...................................................................7

2.2) Reflexão das Ondas Sonoras..............................................7

2.3) Tempo de reverberação.....................................................8

2.4) Intensidade e nível.............................................................8

2.5) Coeficientes de absorção...................................................9

3. Metodologia..............................................................................9

4. Materiais.................................................................................12

5. Resultados...............................................................................13

6. Conclusão................................................................................13

7. Bibliografia..............................................................................14

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

o Tabela 1 - Coeficientes de absorção da espuma de

poliuretano

o Figura 1 – Tempo de reverberação por volume de um

espaço

o Figura 2 – Câmara onde realizou-se os testes

o Figura 3 – Medidas da cadeira

o Figura 4 – Medidas da cadeira

o Figura 5 – Corte espuma para o acento

o Figura 6 - Espuma acústica moldada

o Figura 7 – Espuma acústica moldada

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INTRODUÇÃO

No âmbito na unidade curricular de Projeto FEUP, foi proposto a elaboração

de uma almofada com dois propósitos basilares. Primeiramente, a melhoria do

conforto, uma vez que, nos anfiteatros da faculdade, o sistema que permite às

cadeiras o seu movimento natural ficou gasto com o uso, tendo perdido a sua

capacidade ergonómica. Em segundo lugar, e mais importante, a melhoria da

acústica dos anfiteatros, visto que a sua arquitetónica não permite que as ondas

sonoras se propaguem uniformemente por toda a sala.

O projeto tem também uma especial atenção a parâmetros considerados por

nós essenciais para a elaboração da almofada, sendo eles a ergonomia dela

(capacidade de adaptação às formas dos corpo humano); a mobilidade, caso

seja necessário efetuar o transporte do objeto para sua limpeza; o conforto, de

modo a que seja aumentada a sensação de bem-estar do utilizador; e sua

economia, para que o preço de produção seja algo a ter em conta aquando da

elaboração do projeto.

A mais importante das questões em causa é a acústica. A base do projeto visa

sobretudo a melhoria da acústica das salas. A almofada como objeto de

engenharia no âmbito do nosso projeto tem como foco principal essa mesma

questão: melhorar de uma forma substancial a acústica dos anfiteatros da FEUP,

utilizando como parâmetro o anfiteatro B017.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a elaboração da almofada foi necessário o estudo do ramo da acústica

para a compreensão teórica do problema a ser resolvido. Para tal, teve de se

perceber quais são os tipos de ondas acústicas, suas propriedades e modo de

propagação, de modo a que seja possível escolher os melhores materiais a

serem utilizados.

Nas seguintes secções, descrevemos a parte significativa de acústica para o

trabalho, além de fazermos referência aos materiais selecionados e o motivo de

tais escolhas.

2.1 ONDAS SONORAS

Ondas sonoras são originadas por perturbações no meio elástico, o qual

tende a retomar a deformação, transmitindo a perturbação pelo meio (ondas

mecânicas). Elas são audíveis entre as frequências 20Hz e 20.000Hz,

aproximadamente, e caracterizam-se como ondas tridimensionais, uma vez que

sua energia se dissemina em três dimensões.

Quanto à forma ou direção de vibração, as ondas caracterizam-se como:

➢ Longitudinais ao se propagarem em gases e líquidos, porque os

pontos perturbados pelo pulso vibram em uma direção paralela à

direção de propagação do pulso.

➢ Transversais ao se propagarem em sólidos, em que o ponto do

meio atingido pelo pulso oscila perpendicularmente à propagação

do pulso

➢ Mistas, que apresentam vibrações longitudinais e transversais, e só

ocorrem em propagações no meio sólido.

2.2 REFLEXÃO DAS ONDAS SONORAS

Se na extremidade para a qual o pulso se propaga houver algum

obstáculo (como uma parede, por exemplo), haverá o fenómeno da reflexão, ou

seja, o pulso inverterá o seu sentido de propagação, mas continuará com a

mesma velocidade, frequência e comprimento de onda. Quando as ondas

sonoras refletem, observamos dois fenómenos:

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➢ Reforço: ocorre quando é percebido um som único, ou seja, não se

nota o intervalo entre o som emitido e o som refletido.

➢ Reverberação: é quando o intervalo entre a perceção de dois sons

ocorre em mais de 0,1 segundos, ou seja, tem-se a sensação de um

prolongamento do som. É este o fenómeno presente nos anfiteatros

da FEUP, e que o trabalho tem por objetivo solucionar.

2.3 TEMPO DE REVERBERAÇÃO

O tempo de reverberação de um espaço é, muito resumidamente, o

tempo que demora do início ao fim de um som. Analogamente, este

dependerá também do formato, como também da área e volume do

espaço envolvente. A Figura 1 representa o tempo de reverberação em

diferentes espaços, mediante diferentes teorias de estudo.

Figura 1 – Tempo de reverberação por volume de um espaço

2.4 INTENSIDADE E NÍVEL

A intensidade sonora equivale a qualidade do som, que nos permite

avaliar se este é forte ou fraco. Ela é calculada a partir da divisão potência

sonora recebida por unidade de área de uma superfície, ou seja:

I = P/A

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2.5 COEFICIENTES DE ABSORÇÃO

Cada material tem coeficientes de absorção diferentes para

frequências diversas, isto é, para frequências diferentes, materiais diversos

absorvem o som de maneira diferente. Para um salão, ou um auditório, a

absorção não deve ser muito grande, já que há a necessidade de haver uma

grande reverberação. Por outro lado, numa sala mais fechada, um coeficiente

de absorção mais elevado pode ser vantajoso mediante o uso que esta tenha.

3. METODOLOGIA

Para a elaboração da almofada, realizaram-se testes a fim de descobrir o

tempo de reverberação do anfiteatro B017. Para tal, utilizou-se um

decibelímetro digital que nos permitiu chegar ao valor em decibéis do som

emitido. De seguida, foi aplicada a fórmula de Sabine que permite obter o α de

absorção do anfiteatro, sendo a fórmula:

Em que:

TR = tempo de reverberação

0,16 = constante

V = volume da sala (m³)

α = coeficiente de absorção dos materiais

A = área do chão, parede e teto (m²)

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Figura 2 – Câmara onde realizou-se os testes

Tabela 1 – Coeficientes de absorção da espuma de poliuretano

Após a obtenção dos coeficientes de absorção, foi possível escolher os

materiais que melhor se adaptavam às exigências do anfiteatro, e que, além

disso, tinham o melhor custo benefício. A espuma acústica selecionada foi a de

poliuretano (um polímero), que contribui para amortecer ruídos.

Desta forma, foram tiradas as medidas necessárias para o desenvolvimento do

projeto.

Frequência (Hz) Coeficientes s/espumas

Tempo s/espumas (s)

Coeficientes c/espumas

Tempo c/espumas (s)

125 0.017 9.32 0.317 6.94

250 0.02 8.06 0.57 5.15

500 0.026 6.269 0.60 4.26

1000 0.029 5.59 0.75 3.68

2000 0.038 4.23 0.988 2.8

4000 0.05 3.21 0.829 2.43

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Figuras 3 e 4 – Medidas da cadeira

Para a elaboração da almofada modelo, cortou-se uma placa de espuma,

seguindo as medidas da cadeira, a qual seria utilizada para melhorar o conforto.

Em seguida, moldamos a espuma acústica de forma que não prejudicasse a

passagem pelos corredores, nem sequer a abertura da cadeira quando o

estudante a utilizasse.

Por fim, envolvemos a espuma utilizada no acento com um tecido, costuramos

os dois e juntamos com a espuma de poliuretano, resultando em uma almofada

que melhora o conforto e a acústica.

Figura 5 – Corte espuma para o acento

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Figura 6 e 7 – Espuma acústica moldada

4. MATERIAIS

• Espuma acústica VÅGOR, é utilizada na parte inferior da almofada, para que, quando a cadeira estiver fechada, funcionar como absorvente acústico. Como a sua espuma é de boa densidade e porosidade, consegue-se obter grande absorção sonora.

Devido às suas ondas, a superfície de absorção é maior, o que melhora a capacidade acústica. É boa para recintos que precisam de diminuir a reverberação, como é o caso da sala B017, e ficaria a cerca de 3,00€ por almofada.

• Tecido poliéster, pois para além de ser barato seca rápido e não amassa, o que é favorável para a aparência e para o seu custo económico. Este tecido será enchido da parte superior da almofada, enquanto na parte inferior lhe será colada a espuma acústica e ficaria a cerca de 2,00€ por almofada.

• Enchimento da almofada na parte superior com uma placa de espuma de 30mm, para melhorar o conforto visto que os alunos deixarão de se sentar numa superfície dura e custaria 1,70€ por almofada.

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• Botões mola para prender a parte inferior da almofada à parte superior, visto que a almofada funcionará como uma luva no assento e os botões farão com que ela fique bem presa e não saia do sítio e custariam 0,42€ por almofada.

• Cola para tecidos para colar a espuma acústica ao tecido na parte inferior da almofada.

• Linha para coser o tecido da almofada à volta do enchimento.

5. RESULTADOS

Depois de ser elaborado o projeto e ser analisado o impacto esperado chegou-

se à conclusão de que com a implementação das almofadas acústica nos

anfiteatros da FEUP, estes passariam a usufruir de um maior conforto para os

alunos e restantes utilizadores dos seus bancos.

Além das consideráveis melhorias no conforto e ergonomia dos bancos, o mais

relevante dos impactos esperados dá-se ao nível acústico, uma vez que o tempo

de reverberação seria significativamente menor, de certa forma compensaria a

lacuna arquitetónica dos anfiteatros ao nível acústico, desta feita, estes sairiam

bastante beneficiados.

6. CONCLUSÃO

Por fim, depois de elaborar uma maqueta da almofada e cálculos científicos,

onde se pode apreciar o impacto da implementação das almofadas nos

anfiteatros, é possível concluir que as almofadas terão, à partida, um

desempenho bastante satisfatório, tanto pelo seu design, como pelos materiais

utilizados no seu desenvolvimento e processo de fabrico.

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7. BIBLIOGRAFIA

➢ https://www.pollux.pt/loja/pt/placa-espuma-amarela-30mm-

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➢ https://www.skumacoustics.com/pt/3-espuma-

acustica?gclid=CjwKCAjwlovtBRBrEiwAG3XJ-

4p3jGDRC253roRqUfvCuMp09gPcn9drJ4gcLlW8pG_ZcgIJqA6A6RoC8gQQ

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➢ https://www.tecidos.com.pt/81-2795-057_classic-poly-14.html -

11/10/2019

➢ https://casaforra.pt/categoria-produto/ilhos-molas-botoesilhos-molas-

botoes-molas/ - 11/10/2019

➢ https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779580606453/Acustica_

de_edificios.pdf 11/10/2019

➢ http://www.fau.usp.br/arquivos/disciplinas/au/aut0278/Aulas/AUT0278

%20Aula%2006%20-%20Absorção.pdf - 8/10/2019