Alquimia e Química - Ensinando Ciências e Química · PDF file14/06/2011 2...
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14/06/2011
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Alquimia e QuímicaProfª Tathiane Milaré
A Química é uma derivação da Alquimia?O que é
Alquimia?
A Alquimia é precursora da Química?
Há relação entre Alquimia e Química?Qual?
O que é Química?
Pode-se considerar que a destilação foi um dos desenvolvimentos
promovidos pelos alquimistas alexandrinos nas técnicas de se
operar sobre a matéria.
Apesar das semelhanças observadas entre essas figuras e os
instrumentos atualmente utilizados, o processo de destilação
era realizado naquela época num contexto muito diferente do
atual. A destilação era uma operação alquímica, relacionada
portanto a um corpo conceitual originário de hibridizações
entre idéias mágicas, religiosas e filosóficas, associadas aos
conhecimentos envolvidos nas práticas artesanais egípcias.
O termo destilação seria empregado só muito tempo depois para
identificar exclusivamente esse processo específico. Mesmo no
início da idade moderna, o termo destilar abrangia todos os
processos em que se observava gotejamento, incluindo,
portanto, fusões e mesmo filtrações.
BELTRAN, M. H. R. Destilação: a arte de "extrair virtudes". Química Nova na Escola, n.4, p.24-27, nov., 1996.
A destilação, enquanto processo de laboratório, não é só uma
reminiscência. De fato, essa arte, talvez tão antiga quanto a
própria alquimia, sobreviveu ao abandono daquela forma
ancestral de investigação da matéria, estando ainda hoje presente
em laboratórios e indústrias químicas. Porém, a destilação foi
incorporada pela química moderna apenas enquanto técnica e
passou a ser interpretada dentro de uma outra concepção de
natureza e de ciência.
BELTRAN, M. H. R. Destilação: a arte de "extrair virtudes". Química Nova na Escola, n.4, p.24-27, nov., 1996.
O saber alquímico e a tradição hermética não foram eliminados tão
facilmente pela revolução científica, mas conviveram por longos séculos,
de formas diversas e em diferentes níveis. A mais recente prova
documental desses paralelos e permanências entre momentos tão diversos
como aqueles em que se gerou a hermética medieval e o que deu
nascimento à ciência moderna acaba de ser descoberta, em Londres, nos
arquivos da Royal Society, por Ana Maria Alfonso-Goldfarb e Márcia
Ferraz, ambas do Centro Simão Mathias de Estudos em História da
Ciência (Cesima), da PUC-SP.
“O bonito na história da ciência é justamente não haver uma razão
única, mas várias „razões‟ ao longo do tempo, muitas vezes convivendo
juntas. A convivência entre a alquimia e a química perdurou até meados
do século XIX, como uma segunda agenda, „secreta‟, de figuras
importantes como Newton, Boyle, Pascal, Boerhaave, entre outros.”
HAAG, C. A agenda secreta da Química. Pesquisa Fapesp. n.54, dez, 2008.
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“Newton não foi o primeiro da idade da razão, mas o último dos magos”. Isso não deve, entretanto, ser entendido
literalmente, nem de forma sensacionalista, ressaltam as historiadoras, como se descobríssemos “pecadilhos” de
cientistas. “Newton, por exemplo, transitou pelas ciências ditas ocultas, mas com objetivos pragmáticos e
instrumental de pesquisador sério. Ele tinha um pé na alquimia e outro na ciência, abrindo possibilidades que os
cientistas mais racionais não conseguiam enxergar”, observa Piyo Rattansi. “Pensamos nos parâmetros da ultra-especialização da nossa cultura. Newton utilizava todos os
meios disponíveis em busca da verdade e do saber. O estudo da alquimia permitiu a ele elaborar conceitos
revolucionários da ciência.”
HAAG, C. A agenda secreta da Química. Pesquisa Fapesp. n.54, dez, 2008.
Portanto, a documentação do alkahest reafirma a necessidade de se levar em conta
a continuidade de um pensamento alquímico que se julgava morto e pronto a
dar lugar para a química moderna.
“Nas palavras do próprio Boerhaave: “Os alquimistas de épocas passadas, em
contraposição aos químicos de agora, agiram muito mais sábia e
corretamente”. Como notam as pesquisadoras, ele é um caso exemplar, mas
não isolado, de como “experimentos” alquímicos foram traduzidos por muitas
figuras importantes do tempo das luzes para um novo padrão experimental,
mas, ainda assim, dentro de pressupostos muito próximos dos antigos
alquimistas, que conviviam, na forma de uma segunda agenda, com a criação
da nova ciência moderna. “Isso explica a permanência de antigas fontes na
ciência do seiscentos e do setecentos em textos considerados até há pouco
radicalmente modernos”, nota Ana. Os alquimistas continuam chegando.
HAAG, C. A agenda secreta da Química. Pesquisa Fapesp. n.54, dez, 2008.
Diferenças teóricas e práticas entre Alquimia e Química
Alquimia: vitalismo mágico-místico técnico; estudo metalurgia,
astrologia, medicina (sentido prático)
Química: filosofia natural mecanicista moderna; universo inanimado, causal, quantitativo, regido pelas leis do movimento
ALFONSO-GOLDFARB, A.M. Da Alquimia à Química. São Paulo: Landy Editora, 2005. 248p.
Para o alquimista Bacon experimentar é experienciar, vivenciar o todo da obra divina,
captando pelas relações entre o micro e o macrocosmo as relações de simpatia e analogia
entre as criaturas e entre estas e o criador. Para o químico Boyle, experimentar é pôr-se “fora” da natureza, contemplar, observar, calcular, medir,
quantificar, encontrar leis constantes dos movimentos, analisar e sintetizar num mundo concebido sob o modelo da máquina e como
manipulável de fato e de direito.
ALFONSO-GOLDFARB, A.M. Da Alquimia à Química. São Paulo: Landy Editora, 2005. 248p.
• Em suma, a Alquimia não participa daquilo que é essencial à Química: a separação entre o sujeito e o objeto.
• Não estamos diante de uma transmutação da Alquimia em Química – maneira “alquímica” de fazer história da Ciência – mas diante da mutação que fez a Alquimia morrer quando nasceu a Química.
Marilena Chauí
ALFONSO-GOLDFARB, A.M. Da Alquimia à Química. São Paulo: Landy Editora, 2005. 248p.
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A Química é uma derivação da Alquimia?O que é a Química?
Os alquimistas possuíam o intuito de conhecer a natureza e construir teorias
sobre a matéria?
A Química visa alcançar a revelação dos segredos divinos? A busca do bem? O
autoconhecimento?
Os alquimistas investigavam as propriedades das substâncias e
suas transformações?
Para 21 de Junho
• “Conceito de elemento da antiguidade à modernidade”
• “O Congresso de Karlsruhe e a busca de conhecimento sobre realidade atômica do século XIX”