ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO PULMONAR NA CIRURGIA DE...

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Universidade Castelo Branco Atualiza Associação Cultural Curso de Especialização Fisioterapia em UTI Manoela Almeida Machado Silva ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO PULMONAR NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRIDICA - FASE I Salvador 2011

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Universidade Castelo Branco Atualiza Associação Cultural

Curso de Especialização Fisioterapia em UTI

Manoela Almeida Machado Silva

ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO PULMONAR NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRIDICA - FASE I

Salvador 2011

Manoela Almeida Machado Silva

ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO PULMONAR NA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRIDICA - FASE I

Salvador 2011

Monografia apresentada à Universidade Castelo Branco e a Atualiza Associação Cultural como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista em Fisioterapia em terapia intensiva sob a orientação do Professor Fernando Reis do Espírito Santo.

Dedico este artigo, em especial, a minha mãe, Marialzira por me mostrar que não existem obstáculos quando se quer estudar.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter dado o dom da vida e a oportunidade de estar aqui neste momento e a todos que torceram pelo meu sucesso: meus pais (Pedro e Marialzira) por acreditar no meu potencial e me apoiar em meus sonhos e projetos; meu irmão (Matheus) pela amizade e compreensão; ao meu esposo (Paulo) pelo carinho e compreensão; aos meus tios, amigos e colegas que me deram todo o apoio e carinho para que alcançasse o meu objetivo.

“Quando alguém evolui, evolui tudo que está a sua volta.”

Autor Desconhecido

RESUMO

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte entre homens e mulheres. A cirurgia cardíaca pode ser considerada um dos mais importantes avanços tecnológicos do século XX, porém pode afetar a função pulmonar por vários mecanismos, e ainda contribui para o aumento dessa disfunção as condições prévias dos pacientes. O objetivo deste estudo é evidenciar, a partir da literatura as alterações da função pulmonar no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio e troca valvar. Trata-se de uma revisão da literatura através da busca de fontes já elaborada que relacionam volumes pulmonares e força muscular de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Neste estudo foi possível observar que há consenso entre os autores no diz respeito redução dos volumes e força muscular respiratória em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. No entanto, a cirurgia é o método mais eficaz para aumentar a sobrevida de quem necessita realizar este tipo de cirurgia.

Palavras Chave: cirurgia cardíaca, função pulmonar, fisioterapia

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are a leading cause of death among men and women. Cardiac surgery can be considered one of the most important technological advances of the 20th century, but may affect lung function by various mechanisms, and still contributes to the increase of such preconditions dysfunction of patients. The goal of this study is evidence from the literature of pulmonary function changes in post-operative surgery postoperative myocardial and valvular replacement. This is a review of the literature search through already established sources that relate lung volumes and muscle strength in patients undergoing cardiac surgery. This study was able to observe that there is a consensus among authors regarding reduction of volumes and respiratory muscle strength in patients undergoing cardiac surgery. However, surgery is the most effective method to increase the survival of those who need to perform this type of surgery.

Keywords: cardiac surgery, pulmonary function, physiotherapy

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 8

2. REVISÃO DA LITERATURA 13

2.1FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA 13

2.1.1 Musculatura respiratória: anatomia e Fisiologia 13

2.1.2 Mecânica respiratória 17

2.2 VOLUMES PULMONARES 17

2.2.1 Capacidades pulmonares 19

2.2.2 Complacência pulmonar e torácica 21

2.3 CIRURGIA CARDIACA 21

2.3.1 Circulação Extracorpórea 23

2.4 DISFUNÇÃO E COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-

OPERATÓRIAS 23

2.4.1 Manipulação cirúrgica e o sistema respiratório 23

2.4.2 Função pulmonar e complicações pulmonares pós-operatórias

26

2.5 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR 28

2.6 CIRURGIA CADIACA 31

2.6.1Fisioterapia em cirurgia cardíaca 31

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 34

4. REFERÊNCIAS 35

1. INTRODUÇÃO

Apresentação do objeto de estudo

As doenças cardiovasculares são as que mais matam homens e mulheres. De

acordo com o Ministério da Saúde, ao todo 283.927 pessoas perderam a vida

por essas causas em 2005, perfazendo 32,2% das mortes em todo o Brasil e

32,9% na região Sul. A segunda maior causa específica de óbito no Brasil é a

doença isquêmica do coração (Penna, 2007).

A cirurgia cardíaca a céu aberto pode ser considerada um dos mais

importantes avanços médicos do século XX (Braile, Godoy, 1996), tornando-se

uma intervenção de rotina em hospitais de grande e médio porte (Elias,2000).

O tratamento cirúrgico das doenças que acometem o coração é uma alternativa

para muitas doenças do sistema cardiovascular (Hirota, Bueno, Ferreira, 2005)

e visa não só o aumento da sobrevida, mas especialmente a melhora da

qualidade de vida dos pacientes (Taniguchi, Pinheiro, 2000). Uma série de

técnicas e incisões pode ser utilizada para os principais procedimentos que

incluem: revascularização do miocárdio, correções das valvas cardíacas e

correções de cardiopatias congênitas. Independente disso, inúmeras

complicações podem elevar a morbimortalidade dos pacientes no período pós-

operatório, aumentando o risco inerente ao procedimento (Hirota, Bueno,

Ferreira, 2005).

Apesar dos avanços tecnológicos, a disfunção pulmonar no pós-operatório de

cirurgia cardíaca, continua sendo uma das mais importantes causas de

morbidade. O comprometimento da função pulmonar após cirurgia cardíaca

tem caráter multifatorial (Guizilini, Gomes, Faresin e cols., 2005). O

procedimento cirúrgico pode afetar os músculos respiratórios por vários

mecanismos, levando a redução da força muscular inspiratória e

conseqüentemente contribuindo para a queda de volumes e capacidades

pulmonares, o que predispõe as complicações pulmonares pós operatórias

(Siafakas, 1999).

Pacientes submetidos à cirurgia cardíaca podem desenvolver uma síndrome de

resposta inflamatória sistêmica de grau variável, principalmente afecções nas

regiões cardíacas e pulmonares (Beluda, Bernasconi, 2004; Silva, 2005;

Barbosa e Carmona 2002). Na circulação pulmonar há aumento da água

extravascular com preenchimento alveolar por células inflamatórias que levam

a inativação da surfactante pulmonar e colabamento de algumas áreas, com

modificação na relação ventilação/perfusão pulmonar, diminuição da sua

complacência e das trocas gasosas e aumento do trabalho respiratório no

período pós-operatório (Beluda, Bernasconi, 2004; Silva, 2005; Carvalho,

2003).

O grau de alteração da função pulmonar depende de vários fatores, como a

função pulmonar pré-operatória, tipo de cirurgia, o uso do enxerto da artéria

torácica interna esquerda, que freqüentemente resulta em pleurotomia e a

necessidade de dreno pleural, tempo de circulação extracorpórea (CEC),

potencializa a lesão e retarda a recuperação da função respiratória e o tempo

de cirurgia (Beluda, Bernasconi, 2004; Silva, 2005; Barbosa e Carmona 2002;

Carvalho, 2003; Feitosa, Ramos, Nascimento, 2003).

Justificativa Os cirurgiões cardiovasculares se depararam, nas últimas décadas, com uma

mudança no perfil dos pacientes, pois, gradativamente, foram aceitos para a

cirurgia pacientes mais idosos, com doença mais avançada ou portadores de

doenças crônicas associadas. Além do interesse em diminuir o tempo de

internação hospitalar e os custos com os procedimentos. Todos esses fatores

implicam a necessidade de uma avaliação cada vez mais aprimorada dos

pacientes, tanto nos períodos pré como no intra-operatório. Esta avaliação está

ligada diretamente às análises de fatores de risco (Pomerantzeff,

Barbosa,2004).

Todos os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca apresentam algum grau de

disfunção pulmonar e ainda contribuem para o aumento dessa disfunção as

condições prévias dos pacientes. A correta preparação pré-operatória é

fundamental para o sucesso no tratamento cirúrgico, e tem-se como co-

responsável pelo melhor resultado a equipe paramédica, como o fisioterapeuta

(Senra, Iasbech, Oliveira, 1998). O procedimento cirúrgico pode afetar os

músculos respiratórios por vários mecanismos, levando a redução da força

muscular respiratória contribuindo para a queda de volumes e capacidade

pulmonares e para uma tosse ineficaz, o que predispõe as complicações

pulmonares pós-operatórias (Siafakas, 2004).

Apesar da disfunção pulmonar ser bem reconhecida no período pós-operatório,

poucos estudos visam uma avaliação da evolução dos volumes e da

capacidade vital, pressões respiratórias máximas no pré e pós-operatório da

fase I da reabilitação cardíaca, já que a maioria dos estudos diverge quanto ao

retorno dos valores pré-operatório.

Problema

O que diz a literatura sobre as alterações da função pulmonar em pacientes

submetidos à cirurgia cardíaca?

Objetivo

Evidenciar a partir da literatura as alterações da função pulmonar no pós-

operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio e troca valvar.

Metodologia

Trata-se de uma pesquisa descritiva, pois procurou observar, registrar,

analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis) observados

ao longo da prática clinica, sem interferência ou manipulação dos dados.

Segundo Lakatos e Marconi (1991), este tipo de pesquisa tem como objetivo

fundamental a descrição das características de determinada população ou

fenômeno. E também considerada exploratória, pois tem como objetivo

proporcionar visão geral de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL,

2002).

Para atender os objetivos deste estudo, utilizou-se métodos qualitativos que

são representados por trabalhos que não necessitam de ferramentas

estatísticas. Uma das características da aplicabilidade dos fenômenos

qualitativos são as situações em que se necessita realizar classificações

comparativas e que se pretende identificar proporção grau ou intensidade de

um determinado fenômeno (LEITE, 2008).

Qualifica-se ainda como uma pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2002),

se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre

determinado assunto. Admite os seguintes procedimentos para a pesquisa

bibliográfica: escolha do tema, identificação das fontes, compilação, analise e

interpretação de idéias, e redação ou elaboração do texto propriamente dito.

Dessa forma, trata-se de uma revisão de literatura onde se priorizou a busca de

livros e artigos que relacionam a alteração da função pulmonar de pacientes

submetidos à cirurgia cardíaca. A estratégia de recuperação dos estudos foi

aplicada na base de dados da Medline ®, via Pubmed até fevereiro 2010. A

estratégia foi formulada a partir de descritores, sinônimos e siglas para cirurgia

cardíaca, função pulmonar e fisioterapia que constituíram um filtro de alta

sensibilidade e baixa especificidade. Não foram impostas limitações de data e

pais de origem para os artigos publicados, reduzindo o viés de publicação. Os

artigos selecionados para revisão foram aqueles considerados pelos autores

como significativos e com constantes citações quanto ao tema abordado.

Estrutura do Trabalho Este trabalho está constituído de quatro momentos. No primeiro momento será

discutido sobre a cirurgia cardíaca, definindo as doenças arteriais coronarianas

(DAC) e as suas principais formas de tratamento. No segundo momento será

discutido sobre as disfunções causadas pelo procedimento cirúrgico no sistema

respiratório apresentando como os fatores intrínsecos ao ato cirúrgico levam a

complicações pulmonares pós operatórias. No terceiro momento será discutido

sobre a função pulmonar apresentando de que forma os volumes e pressões

pulmonares são mesurados e suas definições. No quarto e último momento

aborda sobre a reabilitação na fase I da cirurgia cardíaca tratando de forma

objetiva sobre o tratamento fisioterapêutico nesta fase suas repercussões no

sistema respiratório.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA

2.1.1 Musculatura respiratória: Anatomia e Fisiologia

Os órgãos do sistema respiratório incluem o nariz, a cavidade nasal, a faringe,

a traquéia, a árvore brônquica e os pulmões (POWERS e HOWLEY, 2000).

O tórax é um arcabouço esquelético que envolve e protege o coração e os

pulmões e alguns dos órgãos abdominais. Constituído de vértebras torácicas,

discos intervertebrais, costelas, cartilagens costais e esterno. Os pulmões são

órgãos brilhantes, moles, esponjosos e elásticos. A superfície de um pulmão

adulto é usualmente malhada e apresenta porções cinzentas ou azuladas,

escuras, sobre um fundo azulado. O aumento da coloração com a idade deve-

se a impregnação de poeira atmosférica inalada (GARDNER, GRAY e

O’RAHILLY, 1988).

Os músculos da respiração podem ser classificados em duas categorias. Por

um lado, os músculos da inspiração, que elevam as costelas e o esterno e, por

outro, os músculos da expiração, que fazem baixar as costelas. Além disso,

nestas duas categorias se distinguem dois grupos, os músculos principais e os

músculos acessórios, embora estes últimos só ajam durante movimentos

anormalmente amplos ou potentes. Os músculos principais da inspiração são

os intercostais externos e os supracostais e, especialmente o diafragma. Os

músculos acessórios da inspiração são os esternocleidomastóideos (ECM); os

escalenos anteriores, médio e posteriores; o peitoral maior e menor; os feixes

inferiores do serrátil anterior e do grande dorsal; o serrátil menor posterior e

superior; as fibras superiores do sacrolombar (KAPANDJI, 2000).

Cuello (1987), explica que, os pulmões com elasticidade normal são

expandidos pela ação dos músculos respiratórios, que produzem uma pressão

negativa intrapleural de 15 mm na inspiração total.

A inspiração, segundo Cuello (1987), deve ser lenta, sem violência e sem

aumentar o fluxo, quer dizer suficiente, pois está comprovado que parte do ar

inspirado chega ao alvéolo embora o volume corrente seja menor que o espaço

morto. Tem sido demonstrado que uns poucos centímetros de gás inspirado

alcançam o alvéolo, mesmo quando o volume corrente é somente de 60-70 ml

e o espaço morto de 150 ml.

O diafragma é um músculo essencialmente inspirador, constituído de duas

cúpulas de ventre muscular (direita e esquerda) e um centro frênico constituído

por uma aponeurose central. Esse músculo é do tipo plano e está localizado

entre o tórax e o abdome (COSTA, 2004).

Contudo para Kisner e Colby (1998), o diafragma é o principal músculo da

inspiração. Durante a inspiração relaxada, é o principal músculo responsável

pelo movimento do ar. À medida que se contrai, o diafragma move-se

caudalmente para aumentar a capacidade da caixa torácica. Suprimento

nervoso: nervo frênico (C-3, C-4, C-5).

Para Kisner e Colby (1998,), os intercostais externos atuam na inspiração. Os

intercostais internos e transversos participam muito pouco. A sua função é

manter o espaço entre as costelas e prover o tônus entre as costelas com

alterações na pressão intratorácica. Durante a inspiração, os intercostais

externos também levantam as costelas e aumentam as dimensões da cavidade

torácica nas direções antero-posterior e transversa.

Segundo Matsumoto et al (1997), independente da produção dos movimentos

das costelas, a contração dos músculos intercostais aumenta a tensão nos

espaços intercostais e previne que eles sejam succionados ou que abaúlem

sob a influência das variadas pressões intratorácicas. Além disso, a sua

contração provavelmente facilita a ação dos outros músculos do gradeado

costal.

No entendimento de Costa (2004), na inspiração esternoclidomastóideo,

escalenos, peitoral menor, serrátil anterior e outros com menor intensidade ou

em circunstâncias e posições especiais, como é o caso do peitoral maior,

quando o braço está em abdução e rotação externa.

Segundo Costa (2004), na expiração, oblíquos internos e externos do abdome,

reto abdominal, transverso do abdome, intercostais paravertebrais e triangular

do esterno (transverso do tórax). Esses músculos, considerados acessórios da

respiração, são assim chamados por entrarem em ação somente quando

requisitados e quando há maior demanda ventilatória.

Para Kisner e Colby (1998), os músculos esternoclidomastóideo elevam o

esterno para aumentar o diâmetro ântero posterior (AP) do tórax. Em pacientes

com fraqueza do diafragma, os músculos ECM agem como músculos primários

da inspiração. O suprimento nervoso é nervo craniano XI e C-2 a C-3.

Os músculos trapézio superior elevam os ombros e, indiretamente, a caixa

costal durante uma inspiração de esforço. Eles também fixam o pescoço de

modo que os escalenos tenham uma inserção estável. Seu suprimento nervoso

é do nervo craniano XI (KISNER e COLBY, 1998).

Para Kisner e Colby (1998), os escalenos participam minimamente na

inspiração normal em repouso para estabilizar a primeira costela. Durante uma

respiração profunda ou patológica, os escalenos elevam as primeiras duas

costelas e aumentam o tamanho da cavidade torácica se suas inserções

superiores no pescoço estiverem fixas.

No entendimento de Matsumoto et al (1997), os escalenos são inervados pelos

nervos cervicais (C3 a C7), e os esternocleidomastóideos pelos nervos

espinhal acessório e segundo cervical.

Nesse sentido Kisner e Colby (1998), salientam que durante a respiração

profunda, outros músculos, como o serrátil anterior e o peitoral maior e menor,

também agem como músculos da inspiração elevando as costelas ou

tracionando-se em direção aos braços através de ação muscular reversa

quando os membros superiores estão fixos.

Para Cuello (1987), ao final da expiração, a elasticidade pulmonar normal,

mantém uma pressão intra-pleural negativa que ajuda a manter a integridade

luminar bronquiolar.

Costa (2004), diz que, na expiração normal, basta o relaxamento desses

músculos, pois a própria elasticidade do parênquima, somada aos gradientes

intratorácico e intrapulmonar, é suficiente para produzir o mecanismo da

expiração.

No entendimento de Cuello (1987), ao cessar a força muscular inspiratória, o

tecido elástico-pulmonar tende a se retrair às custas da distensibilidade

individual do sistema toraco-pulmonar e do volume final da inspiração. Nesse

caso, a pressão intrapulmonar se faz maior que a atmosférica e o fluxo se

inverte, dirigindo-se no sentido pulmão-vias superiores (nariz-boca).

Segundo Kisner e Colby (1998), a expiração pode ser:

a) Expiração relaxada

Kisner e Colby (1998), entendem que a expiração é um processo passivo

quando uma pessoa está em repouso. Quando o diafragma relaxa após uma

contração, o diafragma levanta e as costelas descem. O recuo elástico dos

tecidos diminui a área e aumenta a pressão intratorácica, o que provoca a

expiração.

b) Expiração ativa (controlada, forçada, prolongada)

Para Kisner e Colby (1998), a contração dos músculos, especificamente os

abdominais e intercostais internos, provoca a expiração ativa.

Segundo Matsumoto et al (1997), os músculos abdominais que podem

participar da respiração são os oblíquos interno e externo, transverso e

retoabdominal.Os músculos da parede abdominal são os músculos expiratórios

mais poderosos.

O reto abdominal, oblíquo interno e externo e transverso abdominal contraem-

se para forçar para baixo a caixa torácica e forçar os conteúdos abdominais

superiormente para dentro do diafragma. Quando os abdominais se contraem,

a pressão intratorácica aumenta e o ar é forçado para fora dos pulmões

(KISNER e COLBY, 1998).

2.1.2 Mecânica respiratória

Para Costa (2004), a ventilação pulmonar é medida pela quantidade de ar que

entra e sai dos pulmões num minuto. Para obter o volume-minuto, mede-se o

volume corrente durante um minuto.

A ventilação dos pulmões consiste em apenas uma das três condições básicas

da respiração (ventilação, perfusão e difusão). A respiração propriamente dita

ocorre num processo posterior, quando o O2 captado na atmosfera, após ter

sido conduzido pela corrente sangüínea, atinge o meio celular (COSTA, 2004).

Segundo Costa (2004), para que o ar entre nos pulmões é necessária uma

pressão intrapulmonar mais negativa ou menos positiva que a pressão

atmosférica (pressão pulmonar subatmosférica). Isso confere ao sistema

respiratório um gradiente pressórico que deverá ser constantemente alterado a

cada fase da respiração (inspiração e expiração).

A força muscular inspiratória gera uma energia que favorece a entrada do ar

nos pulmões, e a força elástica do tecido pulmonar gera uma energia no

sentido contrário. Em ambos os casos, há um controle refinado que determina

o grau máximo de expansão e de retração toracopulmonar (COSTA, 2004).

2.2 VOLUMES PULMONARES

Segundo Costa (2004), os volumes pulmonares considerados fundamentais

(medidos em libras ou em mililitros) compreendem os seguintes:

1. volume corrente (VC) é o volume inspirado ou expirado a cada ciclo

respiratório;

Para Cuello (1987), volume corrente, é o volume gasoso que entra ou sai do

trato respiratório em cada movimento respiratório.

Rozov (1999), explica que, volume corrente (VC) é a quantidade de ar

movimentada pelos pulmões durante um ciclo respiratório.

2. volume de reserva inspiratória (VRI) é a quantidade máxima de ar que

pode ser inspirada além de uma inspiração normal;

Cuello (1987), salienta que, volume de reserva inspiratória é a quantidade

máxima de gás que pode ser inspirado a partir da posição final de uma

inspiração tranqüila.

Nesse sentido, para Rozov (1999), volume de reserva inspiratório (VRI): é o

máximo volume de ar que pode ser inspirado após o término de uma inspiração

normal.

3. volume de reserva expiratória (VRE), para Costa (2004), é o volume máximo

de ar que pode ser expirado além de uma expiração normal. É a medida que

melhor representa volumétricamente o espaço morto anatômica;

Volume de reserva expiratória é o volume gasoso máximo que pode ser

expirado a partir do ponto correspondente ao fim de uma expiração tranqüila. O

volume de reserva expiratória constitui 25% da capacidade vital (CUELLO,

1987).

4. volume residual (VR), para Costa (2004), é o volume de ar que permanece

nos pulmões mesmo após uma expiração forçada e que só pode ser obtido por

meio de equipamento com circuito fechado e com o conhecimento prévio da

quantidade e da porcentagem dos gases nele contidos. Não é possível obter

este volume por meio da espirometria simples.

Cuello (1987) explica que volume residual é o volume de gás que permanece

no pulmão no final de uma expiração máxima. É a diferença entre a capacidade

residual funcional e o volume de reserva expiratória.

2.2.1 Capacidades pulmonares

Capacidade pulmonar total é a maior quantidade de gás que pode conter os

pulmões, quando eles estão completamente expandidos, após uma inspiração

máxima (CUELLO, 1987).

Segundo Rozov (1999), capacidade pulmonar total (CPT): é o volume gasoso

contido nos pulmões ao final de uma inspiração máxima: a CPT é a soma dos

quatro volumes pulmonares.

A capacidade pulmonar total diminui em: enfermidades pulmonares extensas

(fibrose, edema, atelectasia); tecido pulmonar comprimido (congestão-

pneumotórax), sem distensão compensatória em outras regiões, e limitação à

expansão completa do tórax (poliomielite).

No entendimento de Costa (2004), as capacidades pulmonares são virtuais,

isto é, não são medidas, e sim estimadas por meio de valores dos volumes, já

descritos. Derivadas desses volumes ou fundamentadas na combinação deles,

existem as capacidades pulmonares (capacidades virtuais).

A capacidade inspiratória (CI), segundo Costa (2004), é o volume máximo que

pode ser inspirado após uma expiração normal: é composta pela soma do VC

com o VRI.

Para Cuello (1987), capacidade inspiratória (CI), é o volume gasoso máximo

que se inspira a partir do ponto expiratório de repouso.

Capacidade inspiratória (CI): é o volume máximo de gás que pode ser inspirado

a partir da posição de repouso dos pulmões: a CI é a soma dos volumes

corrente e de reserva inspiratório (ROZOV, 1999).

Constitui normalmente 75% da capacidade vital e representa, de certa forma, a

força dos músculos inspiratórios.

A capacidade residual funcional (CRF), segundo Costa (2004), é o volume de

ar remanescente nos pulmões após uma expiração normal; é composta pela

soma do VRE, com o VR. A CRF também não pode ser obtida por meio de

uma espirometria simples.

No entendimento de Cuello (1987), capacidade residual funcional (CRF), é a

quantidade de gás contido no pulmão no final de uma expiração normal ou

posição de repouso expiratório. A posição de repouso dos pulmões e do tórax,

unidos normalmente pelas superfícies pleurais, é equilibrada pelo retrocesso

elástico pulmonar que neutraliza a distensão torácica.

Capacidade residual funcional (CRF): é o volume de ar que permanece nos

pulmões ao final de uma expiração normal: a CRF é a soma dos volumes

residual e de reserva expiratório (ROZOV, 1999).

A capacidade vital (CV): é o volume máximo de ar que pode ser expirado após

uma inspiração máxima; pode ser entendida como a soma dos quatro volumes

(VRI, VRE, VC e VR).

Capacidade vital (CV): é o volume máximo de ar expirado após uma inspiração

máxima: a CV é a soma dos volumes corrente, de reserva inspiratório e de

reserva expiratório (ROZOV, 1999).

Cuello (1987), explica que, capacidade vital (CV), é o volume de ar máximo que

se expulsa do pulmão, graças a um esforço máximo, subseqüente a uma

inspiração forçada.

Segundo Kisner e Colby (1998), são realizados testes de função pulmonar

medindo os volumes e capacidades para avaliar a função mecânica dos

pulmões.

Os volumes e capacidades pulmonares estão relacionados com a idade, peso,

tipo físico e posição corporal da pessoa. Um conhecimento básico desses

testes será útil para o terapeuta que está tratando de um paciente com

disfunção pulmonar.

2.2.2 Complacência pulmonar e torácica

Costa (2004), explica que, a complacência pulmonar pode ser definida como o

poder de distensibilidade dos tecidos dos pulmões. O mesmo se aplica ao

tórax, portanto, aplica-se o termo complacência torácica à expansibilidade do

tórax. No indivíduo vivo, a expansão dos pulmões ocorre conjuntamente com a

expansão do tórax, que se considera a complacência toracopulmonar.

Para Costa (2004), a complacência é diferente entre as fases da respiração,

pois a pressão gerada para a entrada de uma certa quantidade de ar nos

pulmões difere da pressão gerada para a saída dessa mesma quantidade de

ar, sobretudo na parte mais central dessas fases. Em condições de

normalidade e estando o indivíduo em repouso, é necessária, na fase

inspiratória, uma pressão maior que na fase expiratória.

2.3 CIRURGIA CARDIACA A correção cirúrgica é uma alternativa para muitas doenças do sistema

cardiovascular (HIROTA, BUENO & FERREIRA, 2005). A história da cirurgia

cardíaca iniciou-se com o avanço científico do século XX que desmistificou o

coração como sede da alma e o colocaram em um patamar hierárquico não

muito distante dos demais órgãos do corpo. A primeira cirurgia cardíaca a céu

aberto realizada com sucesso foi no início dos anos 50 nos EUA, desde então,

o progresso tem sido vertiginoso. No Brasil a cirurgia cardíaca difundiu-se

rapidamente e se encontra hoje em nível equivalente dos grandes centros

mundiais, com vários pólos de destaque ao longo do território nacional

(BRAILE & GODOY, 1996).

O Brasil realiza aproximadamente 350 cirurgias cardíacas/1.000.000

habitantes/ano, incluindo marcapassos e desfibriladores, enquanto no Reino

Unido e Europa são 900 cirurgias cardíacas/1.000.000 habitantes/ano e nos

EUA esses números chegam a EUA 2.000 (GOMES, MENDONÇA & BRAILE,

2007).

A doença arterial coronariana (DAC), também denominada doença

aterosclerótica das artérias coronárias epicárdicas, causa mais comum de

isquemia miocárdica, ao reduzir a luz arterial, provoca diminuição do fluxo

sangüíneo coronário, restringindo a perfusão e levando a um desequilíbrio

entre a oferta e a demanda de oxigênio ao miocárdio. A introdução da cirurgia

de revascularização do miocárdio há mais de três décadas, possibilitou nova e

eficaz terapêutica a pacientes com DAC avançada (IGLÉZIAS e cols., 2001).

A revascularização do miocárdio (RM) é uma das mais freqüentes cirurgias

realizadas em todo o mundo e visa aliviar os sintomas, proteger o miocárdio,

recuperar o paciente físico, psíquica e socialmente, prolongar a vida e a sua

qualidade (Lima & Kubrusly, 2004). A cirurgia de RM é comumente realizada

utilizando enxertos venosos - veia safena invertida - e/ou arteriais - artéria

mamária interna ou artéria radial (BOTELHO & LIMA, 2005).

Pacientes submetidos à cirurgia de RM são mais idosos e em pior condição

clínica (tanto cardíaca quanto sistêmica) que os operados há 10 anos atrás,

embora uma redução da mortalidade cirúrgica tenha sido observada

recentemente, provavelmente devido ao menor número de intervenções de

urgência e evolução no manejo pré e pós-operatório (FEIER e cols., 2006).

A via de acesso cirúrgico mais utilizada em cirurgia cardíaca é a esternotomia

mediana longitudinal, que foi realizada pela primeira vez em 1958 (ANGER,

FARSKY, AMATO, 2004). A cirurgia cardíaca convencional – esternotomia

mediana, circulação extracorpórea, depressão da função cardíaca e

manipulação do conteúdo torácico – resulta em alteração dos mecanismos

cardíaco e pulmonar. (WEISSMAN, 2000).

Azeredo (2000), salienta que, o trauma cirúrgico pode afetar a mecânica

respiratória e gerar alterações restritivas da função pulmonar. A esternotomia

usada na cirurgia cardíaca não provoca grandes disfunções respiratórias no

pós-operatório. Infecção esternal pode ocorrer em um pequeno número de

pacientes.

A cirurgia minimamente invasiva possui a capacidade de eliminar as três

maiores causas de morbimortalidade decorrentes do método convencional:

manipulação da aorta, utilização da circulação extracorpórea (CEC) e

esternotomia mediana. (BOTELHO & LIMA, 2005). No entanto, apesar do

crescente número de pesquisas sobre técnicas minimamente invasivas ainda

não são a maioria das cirurgias no nosso dia-dia.

2.3.1 Circulação extracorpórea

Para Irwin e Tecklin (1994), a circulação extracorpórea é o meio, durante à

cirurgia cardíaca, pelo qual o sangue é oxigenado, filtrado e aquecido ou

esfriado por um sistema externo. A bomba coração-pulmão necessário para a

cirurgia cardíaca permite que os cirurgiões trabalhem em um coração sem

sangue por um período maior de tempo.

O sangue venoso é retirado das veias cavas superior e inferior através de um

cateter, passa pela bomba e retorna para a artéria aorta ou femoral. A

circulação coronária precisa ser mantida se o tempo de circulação

extracorpórea exceder minutos. Isso é feito com o uso de cateteres inseridos

nas artérias coronárias principais através das quais o miocárdio é suprido

(IRWIN e TECKLIN, 1994).

2.4 DISFUNÇÃO E COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-

OPERATÓRIAS

2.4 .1 Manipulação cirúrgica e o sistema respiratório

A patogênese da disfunção pulmonar após cirurgia cardíaca é multifatorial e

complexa. Exclusivos para cirurgia cardíaca são: os efeitos da incisão

esternotomia mediana, do resfriamento tópico para proteção do miocárdio, da

dissecção da artéria mamária interna e do uso de circulação extracorpórea

(WYNNE & BOTTI, 2004). A disfunção respiratória conceitualmente é uma

condição puramente médica, resultante de uma anormalidade funcional,

podendo ser estável ou não, temporária ou permanente. A disfunção

respiratória pode ter graduação variável e é habitualmente avaliada por testes

de função pulmonar (NEDER, BAGATIN, NERY, 2006).

O sistema respiratório é muito afetado pela anestesia. A anestesia geral induz

maior incidência de complicação pulmonar pós-operatória e mortalidade

quando comparada a anestesia local (FARESIN, 2005). Os agentes

anestésicos utilizados nas anestesias gerais deprimem o sistema respiratório, e

o principal efeito é a hipoxemia durante a cirurgia, que pode estar relacionada a

alterações na distribuição dos gases, dos volumes pulmonares e também das

propriedades mecânicas do sistema respiratório. A parede torácica sofre

modificações estruturais, com redução do diâmetro transverso do tórax e

deslocamento cefálico do diafragma, (HIROTA, BUENO, FERREIRA, 2005),

levando a redução da capacidade residual funcional em torno de 16%, o que é

suficiente para a formação de atelectasias (FARESIN, 2005). As áreas de

atelectasias promovem shunt e/ou efeito shunt, resultando em hipoxemia. A

qual pode ser piorada em virtude da inibição do reflexo de vasoconstrição

hipóxica induzida pela anestesia. O fenômeno pode causar maior desequilíbrio

na relação ventilação/perfusão devido ao aumento de fluxo sanguíneo para

regiões colapsadas (HIROTA, BUENO, FERREIRA, 2005). A diminuição do

movimento mucociliar apresenta mecanismo controverso, mas ela ocorre até o

segundo a sexto dia após a anestesia geral, com um aumento na viscosidade

do muco (FARESIN, 2005).

A duração do ato cirúrgico é um fator de risco importante para o

desenvolvimento de complicação pós-operatoria. Há evidencia na literatura

que existe uma maior incidência de complicações pós-operatoias nos

procedimentos acima de 210 minutos (FARESIN, 2005). A esternotomia

mediana longitudinal altera o padrão respiratório pela perda da mobilidade do

tórax superior em mais de 80% em até 7 dias do pós-operatório, e está

associada com redução da função pulmonar (RAGNARSDÓTTIR,

KRISTJANDSDÓTTIR, INGVARSDÓTTIR, HANNESSON, 2004). As alterações

mecânicas da caixa torácica, nos ângulos costovertebrais e inibição reflexa do

diafragma, promovem redução da capacidade vital, da capacidade residual

funcional e do volume expiratório final no primeiro minuto (VEF1), além de

predispor ao acúmulo de secreções pulmonares (HIROTA, BUENO,

FERREIRA, 2005).

O decréscimo na função pulmonar após a cirurgia de RM devido a

esternotomia mediana pode ser ainda maior quando utilizado o enxerto da

artéria mamária interna e pleurotomia. A esternotomia e artéria mamária interna

como enxerto podem afetar severamente a função respiratória pós-operatória,

pelas perturbações à estabilidade da parede torácica, e à diminuição no

suprimento sanguíneo aos músculos intercostais após a remoção da artéria

mamária interna que pode reduzir a força muscular respiratória

(BERRIZBEITIA, TESSLER, JACOBOWITZ , KAPLAN et al., 1989). O uso da

artéria mamária interna como enxerto na cirurgia de RM, principalmente

quando há pleurotomia, (WYNNE & BOTTI, 2004; GUIZILLINI, GOMES,

FARESIN e cols, 2007) e a colocação de drenos intercostais também

contribuem para a disfunção pulmonar pós-operatória (GUIZILINI, GOMES,

FARESIN, 2004).

Uma abordagem menos invasiva com miniesternotomia (esternotomia parcial

inferior) não é capaz de melhorar a função pulmonar precoce após a cirurgia

cardíaca quando comparada com a esternotomia total convencional (Bauer,

Pasic & Ewert e cols, 2001). A CEC é um sistema amplamente utilizado nas

cirurgias cardíacas de grande porte, uma vez que substitui a função do coração

e pulmões facilitando a técnica operatória. O seu uso geralmente produz algum

grau de disfunção orgânica como resultado da passagem do sangue por um

circuito artificial e o desencadeamento de uma resposta inflamatória sistêmica

(HIROTA, BUENO, FERREIRA, 2005; ARCÊNCIO, SOUZA, BORTOLIN,

2008). Com a conseqüentemente alteração da permeabilidade da membrana

alvéolo-capilar e depleção do surfactante após a CEC, os pulmões são muito

mais sujeitos a disfunção que outros órgãos (HIROTA, BUENO, FERREIRA,

2005) com colabamento de algumas áreas, diminuindo a sua complacência e

aumentando o trabalho respiratório (BOTELHO & LIMA, 2005).

Procedimentos cirúrgicos com um tempo de CEC igual ou superior a 100

minutos são considerados fatores agravantes no pós-operatório (HIROTA,

BUENO, FERREIRA, 2005). Comparando o uso de CEC ou não, observou-se

que a cirurgia de RM sem CEC foi associada a uma melhor troca gasosa e

extubação precoce, mas não houve diferença significativa nas radiografias de

tórax, espirometria, mortalidade, pneumonia, derrame pleural ou edema

pulmonar. (Staton, Willians, Mahoney Hu, 2005). Pacientes submetidos a

cirurgia de RM, independente do uso de CEC, apresentam comprometimento

da função pulmonar. Entretanto os pacientes operados sem CEC tiveram

melhor preservação da função pulmonar quando comparados àqueles

operados com CEC (Guizilini, Gomes, Faresin e cols, 2005).

O resfriamento tópico do coração, uma das estratégias para a proteção do

miocárdio em cirurgia cardíaca, provoca uma profunda hipotermia miocárdica

que pode lesionar o nervo frênico com conseqüente disfunção/paralisia

diafragmática (BOTELHO & LIMA, 2005; WYNNE & BOTTI, 2004).

2.4.2 Função pulmonar e complicações pulmonares pós-operatórias

O prejuízo da função muscular respiratória após a cirurgia pode levar a

comprometimentos pulmonares como hipoventilação, hipóxia, atelectasias e

infecções, as quais podem ser uma ameaça a vida (SIAFAKAS e cols, 1999).

Alterações pulmonares pós-operatórias podem levar a complicações

pulmonares pós-operatórias (CPP), as quais são importantes causas de

morbimortalidade, aumento do tempo de internação hospitalar e dos custos

hospitalares (PASQUINA, TRAMÈR, WALDER, 2003; SCHULLER &

MORROW, 2000; CALVIN & ANTHONY, 2002). Estas complicações ocorrem

freqüentemente entre os pacientes que já tem uma disfunção pulmonar

preexistente e causa aumento significativo da permanência hospitalar

(WEISSMAN, 2000).

A incidência de complicações pulmonares no pós-operatório varia muito na

literatura em virtude de uma falta de definição consensual. Os termos disfunção

pulmonar e complicação pulmonar são muitas vezes utilizados alternadamente,

porém a distinção entre ambos é necessária. Para alguns autores algum grau

de disfunção pulmonar é inevitável em cirurgia cardíaca, como aumento do

trabalho respiratório, respiração superficial, tosse ineficaz e hipoxemia (Wynne

& Botti, 2004). Contudo, o momento em que essa disfunção torna-se uma

complicação muitas vezes é difícil de se estabelecer. Recentes estudos tem

incluído apenas as complicações pulmonares clinicamente significativas, as

que levam ao prolongamento da permanência hospitalar ou contribuem para a

morbidade e mortalidade, as quais são as mais comuns complicações após a

cirurgia cardíaca (Smetana,1999)

Uma complicação pós-operatória deve ser distinguida de uma alteração ou

achado pós-operatório, que consiste em uma anormalidade assintomática que

resulta de uma investigação complementar. Mais precisamente, a complicação

trata-se de uma segunda doença inesperada que ocorre até 30 dias de um

procedimento cirúrgico, alterando o quadro clínico do paciente que por sua vez

necessita de intervenção terapêutica (FARESIN, 2005).

Pacientes com atelectasia no 6° PO tem um maior decréscimo na função

pulmonar (CVF e VEF1) após cirurgia de RM que os pacientes que tem

radiografia de tórax normal, e esta redução reflete um maior grau de trauma

torácico (VARGAS, CUCKIER, TERRA-FILHO et al. 1993). Há evidencias na

literatura que as maiores complicações pleuropulmonares no pós-operatório de

RM são atelectasia e derrame pleural. Em um estudo sobre o comportamento

dessas alterações através de tomografia computadorizada de tórax. Todos os

pacientes apresentaram atelectasia e derrame pleural, que se reduziu à direita

no 7° dia PO. A persistência das alterações à esquerda pode estar associada

ao maior trauma torácico, ressaltando-se a drenagem pleural e a presença de

derrame pericárdico (Vargas, Uezumi, Janete e cols, 2002)

Conforme Hulzebos e cols. (2003) seis fatores podem ser facilmente avaliados

por fisioterapeutas antes da cirurgia, podendo fornecer um modelo para

identificar pacientes com risco aumentado de desenvolver CPP: os fatores de

risco – idade 70 anos, tosse produtiva, diabetes mellitus e história de

tabagismo (nas últimas 8 semanas) – e os fatores de proteção para CPP – CVF

75% do predito assim como uma PEmax 75%.

A função pulmonar e a relação com as complicações pulmonares pós-

operatórias também são alvo de pesquisa em outros tipos de cirurgias. A

função muscular respiratória pré-operatória abaixo do valor previsto

(PImax<75%) esteve associada a um risco relativo maior de CPP (aumentando

o tempo de permanência hospitalar) nas toracotomias (não cardíacas) e

laparotomias superiores eletivas. Recomenda-se que o fisioterapeuta, fazendo

essa detecção, possa auxiliar na estratificação do risco cirúrgico do seu

paciente (Bellinetti & Thomson, 2006). Em um estudo sobre pós-operatório de

gastroplastia para tratamento da obesidade mórbida, ocorreu diminuição dos

volumes e capacidades pulmonares, além da força muscular respiratória,

semelhante as descrito na literatura para não obesos submetidos a cirurgia do

andar superior do abdome, e que a incidência de CPP foi baixa nessa amostra

populacional, uma vez que realizaram pré e pós-operatória (Paisani,

Chiavegato & Faresin,2005).

2.5 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR

A avaliação pré-operatória é importante e tem como objetivo minimizar os

riscos cirúrgicos e, também, prevenir as complicações pós-operatórias (Lima &

Kubrusly, 2004).

A fraqueza dos músculos respiratórios tem conseqüências clínicas sérias. A

avaliação muscular respiratória tornou-se rotineira em muitos laboratórios de

função pulmonar (TROOSTERS, GOSSELINK, DECRAMER, 2005). Essa

mensuração pode ser determinada pela mensuração das pressões

respiratórias máximas com a utilização do manovacuômetro (TANIGUCHI &

PINHEIRO, 2000). Trata-se de um método simples, rápido e que pode ser

realizado a beira do leito.

A pressão inspiratória máxima (PImax) é a maior pressão subatmosférica que

se pode gerar durante uma inspiração forçada contra uma via aérea ocluída,

enquanto a pressão expiratória máxima (PEmax) é a maior pressão que se

pode desenvolver durante uma expiração forçada contra uma via aérea

ocluída. Equações preditivas para PImax e PEmax para a população adulta

brasileira estão descritas de acordo com sexo e idade (NEDER & cols, 1999).

A espirometria constitui o teste de maior importância prática para o estudo do

desempenho ventilatório toracopulmonar. Mas a obtenção de uma história

clínica detalhada e completa, assim como o exame físico sempre deve

preceder a investigação laboratorial (NEDER, BAGATIN, NERY, 2006). É um

teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos

distúrbios ventilatórios. Permite medir volumes e fluxos respiratórios, sendo

especialmente útil a análise dos dados derivados da manobra expiratória

forçada. (PEREIRA, 2002).

A capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado em um segundo

(VEF1), o pico de fluxo expiratório (PFE) ou fluxo máximo expiratório, são

alguns dos mais freqüentes índices espirométricos avaliados. O PFE é o valor

máximo de fluxo detectado em uma expiração forçada a partir de uma

inspiração completa (ou seja, da capacidade pulmonar total – CPT). A CVF é o

volume de ar eliminado em uma manobra expiratória forçada a partir da CPT

até o volume residual (quantidade de ar que permanece nos pulmões após

uma exalação máxima). O VEF1 é o volume de ar expirado no primeiro

segundo da manobra expiratória forçada, constitui a medida de função

pulmonar mais útil clinicamente e tem maior reprodutibilidade já que é esforço-

independente. Já o PFE é um bom indicador da colaboração na fase inicial da

expiração (PEREIRA, 2002).

O valor de testes de função pulmonar na avaliação pré-operatória permanece

controverso (SMETANA, 1999; FARESIN, 2005), além de divergirem quanto

aos dias de mensuração e sua associação com os procedimentos.

Alguns autores identificaram que os pacientes apresentavam debilidade

muscular respiratória no pré-operatório de cirurgia cardíaca, se acentuaram

após o procedimento cirúrgico. E ainda recomendaram, quando não se dispõe

de recursos específicos para avaliar detalhadamente a função pulmonar (FP),

que a realização isolada de mensurações das pressões respiratórias máximas

resulta em benefícios significativos na avaliação e delineamento do tratamento

desses pacientes (Carvalho, Ferreira, Antunes e cols, 2003). Em outro estudo

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca apresentavam alterações pulmonares

pré-operatórias (redução dos valores da força muscular respiratória e da função

pulmonar), com piora acentuada no pós-operatório, as quais não eram

revertidas completamente aos níveis pré-operatórios até a alta hospitalar.

Entretanto, apesar a alta prevalência de alterações da FP no pré-operatório,

eles constataram baixas taxas de complicações pós-operatórias, uma vez que

os pacientes receberam intervenção fisioterapêutica pós-operatória (Borghi e

Silva e col, 2004). Outro estudo observou uma alta prevalência de disfunção

muscular no pré-operatório de RM observando que metade dos pacientes

apresentava baixa PImax, e cerca de 19% apresentavam também baixa

PEmax (<80cmH2O) (Saglan, 2008).

Um VEF1 ou CVF menor que 70% do previsto ou a relação VEF1/CVF menor

que 65% está associado com maior risco de CPP (Smetana,1999). Enquanto

para outros autores os fatores de risco pré-operatórios para CPP em pacientes

submetidos a cirurgia de RM são: idade 70 anos, tosse produtiva, diabetes

mellitus e história de tabagismo. Os fatores de proteção para CPP encontrados

foram: CVF 75% do predito assim como PEmax 75%. Esses seis fatores

podem ser facilmente avaliados, com necessidade apenas de testes simples

antes da cirurgia, podendo fornecer um modelo para identificar pacientes com

risco aumentado de desenvolver CPP após RM (Hulzebos e cols, 2003).

2.6. Cirurgia cardíaca fase I

2.6.1Fisioterapia em cirurgia cardíaca

A Fase 1 da reabilitação cardiopulmonar e metabólica, que se aplica ao

paciente internado, é o passo inicial em direção a uma vida ativa e produtiva.

Nos primórdios foi destinada à recuperação após infarto agudo do miocárdio e

cirurgia de RM, atualmente deve incluir os pacientes submetidos às

intervenções coronárias percutâneas, cirurgias para valvopatia, transplante

cardíaco (CARVALHO, 2006). Nas décadas de 60 e 70, recomendava-se que

pacientes em recuperação permanecessem em repouso por três semanas,

baseando-se no pressuposto de que o repouso facilitaria o processo de

cicatrização do miocárdio (Everrill et al., 1992; Piegas, 2004). Entretanto,

observou-se que o repouso prolongado no leito resultava em efeitos deletérios,

como a redução da capacidade funcional, da volemia, do rendimento cardíaco

e da massa muscular, além da predisposição ao tromboembolismo pulmonar,

do favorecimento de complicações pulmonares, como diminuição dos volumes

e capacidades, e risco de infecção (Delisa, 1992). O ideal é que a equipe seja

composta por médico, fisioterapeuta, enfermeiro, nutricionista e psicólogo,

abrangendo uma combinação de exercício físico de baixa intensidade, técnicas

para o controle do estresse e educação em relação aos fatores de risco. O

objetivo é que o paciente tenha alta hospitalar nas melhores condições, física e

psicológica, possíveis (CARVALHO, 2006).

Todos os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca apresentam algum grau de

disfunção pulmonar e ainda contribuem para o aumento dessa disfunção as

condições prévias dos pacientes. A correta preparação pré-operatória é

fundamental para o sucesso no tratamento cirúrgico, e tem-se como co-

responsável pelo melhor resultado a equipe paramédica, como o fisioterapeuta

(SENRA, IASBECH & OLIVEIRA, 1998). O procedimento cirúrgico pode afetar

os músculos respiratórios por vários mecanismos, levando a redução da força

muscular respiratória contribuindo para a queda de volumes e capacidade

pulmonares e para uma tosse ineficaz, o que predispõe as complicações

pulmonares pós-operatórias (SIAFAKAS, 1999).

Em um artigo de revisão publicado na Revista Brasileira de Cirurgia

Cardiovascular, sobre cuidados fisioterapêuticos pré e pós-operatórios em

cirurgia cardíaca, salientou a importância da avaliação e monitorização da

função pulmonar e atuação diante de alterações, uma vez que complicações

pulmonares são causa freqüente de óbito em pacientes operados (ARCÊNCIO,

SOUZA, BORTOLIN e cols. 2008).

Nos primeiros dias após a cirurgia cardíaca, a atenção fisioterapêutica de maior

importância reside sobre o sistema respiratório, com programa direcionado

principalmente para a prevenção e tratamento de complicações pulmonares.

(TANIGUCHI, PINHEIRO, 2000; HIROTA, BUENO & FERREIRA, 2005).

Uma revisão sistemática da literatura sobre a fisioterapia profilática no pós-

operatório de cirurgia cardíaca e a prevenção das complicações pulmonares.

Concluiu que não existem evidências científicas, devido a falta de pesquisas

bem delineadas (Pasquina, Tramèr & Walder, 2003). Em um estudo divido em

2 grupos um controle e outro intervenção; o grupo intervenção mostrou

significante diminuição de atelectasias e tiveram menor redução na CVF e

VEF1 no 4o dia do PO que o grupo controle (sem intervenção fisioterapêutica),

concluindo que o emprego de exercícios respiratórios no PO de cirurgia de RM

reduz atelectasia e melhora a função pulmonar (Westerdahl e cols, 2005).

Há evidencias na literatura que quando comparado a fisioterapia convencional

com a fisioterapia associada à pressão positiva expiratória nas vias aéreas no

pós-operatório de cirurgia cardíaca. A conclusão é que a cirurgia cardíaca

produz reduções da força muscular inspiratória, dos volumes e fluxos

pulmonares e que a fisioterapia associada à pressão positiva foi mais eficiente

em minimizar as alterações do que a fisioterapia isolada. Os volumes

pulmonares não foram restabelecidos até 5° DPO em ambos os grupos, sendo

necessária a continuidade dos tratamentos após a convalescença hospitalar

(Borghi-Silva e cols, 2005).

Pesquisas mostrando a importância atuação do fisioterapeuta no pré-operatório

parece estar crescendo. No sistema público de saúde, um período de espera

para serviço como a cirurgia de revascularização do miocárdio é comum, e a

possibilidade de usar esse período de espera para melhorar os resultados pós-

operatórios deve ser investigada. O estado psicológico e o descondicionamento

físico que ocorre nesse período de espera afetam negativamente o curso dos

pacientes, podendo aumentar o período de internação hospitalar (Arhtur e cols,

2000).

Em uma proposta incluindo exercícios ventilatórios por 15 dias antes da

cirurgia, orientações quanto ao procedimento cirúrgico e quanto o curso de

tratamento no pós-operatório, os pacientes estarão melhores preparados para

colaborar com as necessidades do tratamento PO e assim poderão diminuir o

tempo de internação e os custos hospitalares (Leguisamo e cols, 2005).

Pacientes com debilidade muscular respiratória tem um alto risco de ter

complicações pulmonares após cirurgia torácica e com um treinamento

muscular inspiratório no pré-operatório de cirurgia torácica pode prevenir esses

eventos (Nomori e cols, 1994). Pesquisas demonstram que um treinamento

muscular inspiratório para pacientes no pré-operatório de RM pode prevenir

maiores prejuízos na função pulmonar devido a cirurgia (Weiner, Zeidan, Zamir

e cols, 1998). Em um estudo ao aplicar um intensivo treinamento muscular

inspiratório associado a outras técnicas de fisioterapia respiratória pré-

operatórias em pacientes de alto risco para cirurgia de RM e verificou uma

redução da incidência de CPP e do tempo de permanência hospitalar. E ainda,

a importância dessa intervenção pré-cirúrgica na redução da morbidade dessa

população de alto risco (Hulzebos e cols, 2006).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar, a partir deste estudo que há um consenso entre os

autores no que diz respeito à diminuição dos volume e força muscular

respiratória em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.

De acordo com a literatura estudada, foi possível observar que a freqüência

dessas alterações contribui de maneira significativa para uma redução da

função pulmonar, tornando – se causas importantes de morbi-mortalidade no

período pós-operatório.

A literatura demonstra que os pacientes submetidos à cirúrgica cardíaca

apresentaram uma redução da força muscular respiratória e das variáveis

espirométricas no pós-operatório de cirurgia cardíaca comparando com o pré-

operatório. No entanto a cirurgia cardíaca é o método mais eficaz para

melhorar a sobrevida destes indivíduos.

Este estudo sugere a necessidade de acompanhamento fisioterapêutico no pré

e pós-operatório de cirurgia cardíaca com o objetivo de detectar possíveis

alterações da função pulmonar, contribuindo dessa forma, para um menor

tempo de internação hospitalar e melhor qualidade de vida. Entretanto, mais

estudos tornam-se necessários para identificar fatores associados à evolução

dos volumes e pressões respiratórias no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

4. REFERÊNCIAS

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