alternativa maio 2011

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Órgão oficial Juventude Popular de Gondomar [email protected] jpgondomar.com nº 11 / ano 2 / maio 2011 As eleições legislativas de 5 de Junho são extraordinárias. E aplica-se aqui este adjectivo, em oposição ao seu oposto - o ordinário -, não porque são umas eleições fantásticas mas porque decorrem numa situação que poucos de nós se lembrarão. São, portanto, várias as razões que distinguem este sufrágio dos outros. I. A primeira prende-se com a situação económica. Portugal, enquanto nação e economia, vive e convive de perto com o eminente colapso. As finanças e economia nacionais estão perto da ruptura. E se isto, para os comuns dos leigos, parece assunto de bolsa nova- iorquina, para os milhares de desempregados e para os milhões de portugueses que vivem mal, é um assunto sério que expropria e condena o futuro. A campanha não pode, tendo em conta esta situação, ser um espaço de desperdício. O CDS, por exemplo, adaptou a sua campanha aos tempos de crise e não usou os tradicionais outdoors que são extremamente caros. II. A segunda razão explica-se em 3 siglas: FMI. Esta instituição, em conjunto com o Banco Central Europeu (BCE) e a União Europeia (UE) intervieram em Portugal estabelecendo um acordo celebrado com alguns partidos da oposição que visa estabelecer um pacote alargado de medidas - económicas e não só - para restaurar a solvência da economia portuguesa. Esse acordo terá, inevitavelmente, de ser cumprido por qualquer ou quaisquer partidos que componham o próximo governo. Há, por isso, uma restrição maior nos programas dos partidos que agora se apresentam a eleições. Fica por demais evidente que este é um tempo extraordinário que requer líderes e partidos extraordinários, íntegros e competentes. O Alternativa deste mês, querendo afirmar-se como um jornal também ele extraordinário, mostra-te através da coluna “Caras JP” o nosso presidente. João Tomás é um rapaz irreverente, inconformado, que acredita no futuro de Portugal. Ainda este mês, trazemos-te um artigo do Luís Pedro Mateus, estudante de Engenharia Electrotécnica da FEUP e Secretário da Mesa de Plenário Concelhio da JP Gondomar. Esperamos por ti todos os meses. Esperamos também que, tal como nós, possas dar um contributo ao país que vive um momento difícil. Editorial

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Edição de maio de 2011 do jornal alternativa

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Órgão oficialJuventude Popular de Gondomar

[email protected]

nº 11 / ano 2 / maio 2011

As eleições legislativas de 5 de Junhosão extraordinárias. E aplica-se aquieste adjectivo, em oposição ao seuoposto - o ordinário -, não porque sãoumas eleições fantásticas mas porquedecorrem numa situação que poucosde nós se lembrarão. São, portanto,várias as razões que distinguem estesufrágio dos outros.I. A primeira prende-se com a situaçãoeconómica. Portugal, enquanto naçãoe economia, vive e convive de pertocom o eminente colapso. As finanças eeconomia nacionais estão perto daruptura. E se isto, para os comuns dosleigos, parece assunto de bolsa nova-iorquina, para os milhares dedesempregados e para os milhões deportugueses que vivem mal, é umassunto sério que expropria e condenao futuro. A campanha não pode, tendoem conta esta situação, ser um espaço

de desperdício.O CDS, por exemplo, adaptou a suacampanha aos tempos de crise e nãousou os tradicionais outdoors que sãoextremamente caros.II. A segunda razão explica-se em 3siglas: FMI. Esta instituição, emconjunto com o Banco CentralEuropeu (BCE) e a União Europeia (UE)intervieram em Portugalestabelecendo um acordo celebradocom alguns partidos da oposição quevisa estabelecer um pacote alargadode medidas - económicas e não só -para restaurar a solvência daeconomia portuguesa. Esse acordoterá, inevitavelmente, de ser cumpridopor qualquer ou quaisquer partidosque componham o próximo governo.Há, por isso, uma restrição maior nosprogramas dos partidos que agora seapresentam a eleições.

Fica por demais evidente que este éum tempo extraordinário que requerlíderes e partidos extraordinários,íntegros e competentes.O Alternativa deste mês, querendoafirmar-se como um jornal tambémele extraordinário, mostra-te atravésda coluna “Caras JP” o nossopresidente. João Tomás é um rapazirreverente, inconformado, queacredita no futuro de Portugal.Ainda este mês, trazemos-te um artigodo Luís Pedro Mateus, estudante deEngenharia Electrotécnica da FEUP eSecretário da Mesa de PlenárioConcelhio da JP Gondomar.Esperamos por ti todos os meses.Esperamos também que, tal como nós,possas dar um contributo ao país quevive um momento difícil.

Editorial

Edição do “alternativa”

Nuno SantosLuís Alves

alternativa.jpgondomar.com

O título parece assumir um poder e uma força merecedora damaior eloquência filosófica na abordagem à problemática.Aviso já que defraudarei expectativas.Limitar-me-ei a constatar essa evidência categoricamenteafirmada no título do post.O facto, a evidência que habita, em surdina, o senso comum domais comum dos cidadãos, é que as palavras “verdade” e“política” são antónimos. E porquê? Porque razão a política nãose parece coadunar com a verdade, no entender dos cidadãos?A resposta é simples. Os políticos, pelas acções, pelos discursos,têm defraudado constantemente as expectativas da população.Uns mais que outros, outros com mais habilidade do que uns.Mas a norma é que, normalmente, a “verdade” política serveuma agenda e é normalmente um engodo, um sofisma: umameia verdade que esconde os factos que podem eles próprios,em parte e se usados como meia verdade, rebater uma partedessa “verdade”.São as "verdades" circunstanciais - as mais passíveis de seremtratadas na esfera de um maior pragmatismo e algumarelatividade - que catalizam todo este processo de praxis políticaque é a mais familiar ao cidadão. São os dados que,cirurgicamente, são escolhidos em detrimento de outros quepoderiam fragilizar a conclusão ensaiada pelo memorizado guião.São as falsidades, puras e cruas que, repetidas até à exaustão einseridas nesse mesmo guião, fazem a conclusão parecer maisverosímil e credível.As verdades ideológicas não são tão fáceis de explorar neste tipode exercício de relativização. Além de que estas, por norma, sãoabafadas da generalidade do debate político pela sua ineficáciaem "atingir" a maioria do público. A "verdade" circunstancial, averdade relativa, se bem usada, é mil vezes mais eficaz que milverdades ideológicas porque mais facilmente apreensível edecorada.Do uso e abuso desta praxis, os partidos acabam-se isolando emsi próprios ao invés de dialogarem e debaterem uma Ideia depaís, honestamente, como duas pessoas civilizadas o fariam nodia-a-dia. Cai-se recorrentemente nesse ciclo que é o “jogo” -daqueles em que todos perdem - da política.A gravidade da situação, por se tornar senso comum que “eles

não fazem nada” e que “são todos iguais”, é que esta ameaça

Caras JPJoão Tomás

Presidente da JP Gondomar

1. Decidi juntar-me à Juventude Popular porque…havia ligaçõesde familiares próximos com o CDS e isso alimentou o meuinteresse pelo partido; também sempre me revi nos valores eideais do CDS e da JP; também percebi que entre a falta de ideiase perspectivas diferentes entre a JSD e a JS e o falhanço docomunismo e da esquerda revolucionária da superioridadeintelectual e moral a JP era alternativa; e claro está a admiraçãoque tinha e ainda tenho por Adriano Moreira, Lucas Pires, NaranaCoissoró, Nogueira de Brito e muitos mais…

2. A JP Gondomar é…a melhor jota do mundo (claro que sendoseu presidente só tinha que responder isto); mas agora mais asério: a JP Gondomar é a independência, é irreverência, é lutapelo bem de todos, é diálogo, é resiliência, é persistência num

futuro melhor encarnada numa juventude partidária; mastambém não me podia esquecer da inconveniência, porque comodizia António Nobre: “O conveniente…mente!”. A inconveniênciaé a “marca registada” da JP Gondomar.

3. Os meus passatempos são…ler, escrever, ver tv, sair e tenhoum enorme prazer em aprender coisas novas.

4. A minha perspectiva para o futuro de Portugal é…que osportugueses percebam que há alternativa ao PS e ao PSD; quenão podemos saltar de crise em crise com a mesma leviandade;que têm um enorme poder nas mãos que é o poder do voto; quenão é de braços cruzados e sentados no sofá que se muda omundo. A minha grande esperança para o futuro é que osportugueses deixem de ser um povo de “bananas” governadospor um bando de sacanas. Nós já soubemos ser grandes ehavemos de voltar a ser grandes. Viva Portugal!

A Revitalização da Verdade por Luís Pedro Mateus caminhar numa direcção explosiva – uma total descrença nosistema democrático, já bem patente nos níveis de abstenção -que acarreta uma factura que a História ainda hoje paga.Cabe à sociedade civil consciente e informada, mobilizar-se epressionar por mudança. Falhados os movimentos de cidadãostornados partidos, a mudança passará, quer-me parecer, pelospartidos políticos.Enquanto a sociedade civil capaz e dinamizadora, ainda a maioriasilenciosa, não se aperceber que a solução está em aproximar-sedos partidos para os mudar e não em afastar-se e deixá-los decairnos seus vícios, esta situação de divórcio entre cidadãos e políticadificilmente será invertida.Parece-me, numa análise nada relativista, que o CDS temcondições excepcionais para poder fazer parte deste modelomais "aberto" e mais verdadeiro de democracia. Para além de serum partido com um grande enraizamento ideológico e menosdado a deambulações relativistas reféns de tempo e espaço, éum partido desprendido da maior parte dos vícios que fazem osgrandes partidos do poder isolarem-se do país real: o país dosabstencionistas, o país dos que votam em branco ou nulo, o paísdaqueles que votam a contragosto, em exercício negativo, paraexpulsar governante X.Por esses grandes partidos do poder habitarem a lógica dapolítica como ciência de obter o poder ou ciência de manter opoder, o CDS tem condições mais favoráveis para encetar umacampanha, um debate, um programa, um caminho maisesclarecido.A distância dos vícios, o enraizamento ideológico que alicerça osonho de servir e de fazer diferente e melhor aproximam o CDSda visão aristotélica da política como práctica do bem comum ediferem-no da mera definição maquiavélica da política comociência do Poder. Imprimem no discurso e no percurso umanoção de que a Ética deve ser um desdobramento natural daPolítica e, mesmo que com deslizes ocasionais (que têm de fazerjuz à máxima de que nada é perfeito) tal noção é omnipresenteno enraizamento ideológico do CDS.Essa mesma diferença, não duvidemos, é um charme irresistívelque tem marcado a diferença numa campanha embriagada de"verdades" para sempre condenadas a serem implacavelmentevergadas à tentação de relativismos.É por aqui que o CDS tem de ir. Não poderá ser de outra maneira.