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Procedimentos Didácticos Antes de se mergulhar directamente na metodologia de investigação científica, vale pena iniciar por alguma síntese acerca da leitura e citações como uma introdução a alguns postulados didácticos na ordem que se segue. Leitura ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte dos conhecimentos é obtida através de leitura, que possibilita não a 1

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Procedimentos Didácticos

Antes de se mergulhar directamente na metodologia de investigação científica, vale pena iniciar por alguma síntese acerca da leitura e citações como uma introdução a alguns postulados didácticos na ordem que se segue.

 Leituraler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte dos conhecimentos é obtida através de leitura, que possibilita não só a ampliação, como também o aprofundamento do saber em determinado campo sociocultural ou científico

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Ler significa igualmente eleger, escolher, ou seja, “distinguir os elementos mais importantes daqueles que não são e, depois optar pelos mais representativo e mais sugestivo” SALVADOR, (1980:100) Apoud, LAKATOS e MARCONI (1992;15).

Sendo os textos uma fonte inesgotável de ideias e conhecimentos, deve-se ler muito e continuamente. Porém, não basta ler indiscriminadamente, é preciso pois saber ler. A leitura é válida somente quando bem assimilada. Tanto o estudante quanto o intelectual precisam ler constantemente

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Importância da leitura

• A leitura constitui-se como um dos factores decisivos do estudo e imprescindível em qualquer tipo de investigação científica. Favorece a obtenção de informações já existentes, poupando de certo modo o trabalho da pesquisa de campo ou experimental.

• A leitura propicia a ampliação de conhecimentos, abre horizontes na mente de quem a exercita, aumenta o vocabulário, permitindo melhor entendimento do conteúdo das obras. Através dela pode-se obter informações básicas e/ou específicas.

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Pode-se dizer que a leitura tem dois objectivos principais:

• Serve como meio eficaz para o aprimoramento e aprofundamento dos estudos e aquisições de cultura geral. Todavia, impõe-se uma selecção para a leitura, em razão da quantidade e qualidade dos livros e outros materiais em circulação

• Não se tem condições físicas e tempo para se ler tudo, logo, nem tudo que há merece ser lido.

Gagliano ( 1979:85) Apoud LAKATOS e MARCONI (1992;15) afirma que “ toda leitura tem sempre um destino, não caminha a esmo. Esse destino pode ser a busca, a assimilação, a retenção, a crítica, a comparação, a verificação e a integração de conhecimento”.

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Natureza da Leitura

LAKATOS e MARCONI (1992;16) destacam três espécies de leitura : para entretenimento ou distracção ( visando apenas ao divertimento, passatempo, lazer, sem maiores preocupações com o aspecto do saber); para aquisição de cultura geral- erudição- informativa (tomar conhecimento de modo geral do que ocorre no mundo, mas sem grande profundidade – engloba livros, revistas e jornais, as notícias e outras fontes) ; para ampliação de conhecimento em determinado campo do saber- aproveitamento ou formativa ( finalidade é aprender algo de novo ou aprofundar conhecimentos anteriores) Exige do leitor atenção e concentração. Essa espécie de leitura deve ser efectuada em livros e revistas especializados.

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Como se pode depreender, as duas primeiras não exigem praticamente um grande esforço intelectual, ao passo que a última requer atenção especial e concentração

IdentificaçãoPara uma busca de material para leitura, comum a todos os

leitores deve-se ler:

• o título – porque o título estabelece o assunto e, às vezes a intenção do autor,

• a data da publicação – para certificar-se de sua actualização ou aceitação e/ou pelo número de edições,

• a ficha catalográfica – a fim de verificar as credenciais ou qualificações do autor,

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• a “orelha”- onde geralmente se encontra uma apreciação da obra

• o índice ou sumário – para se ter uma ideia da divisão e tópicos abordados,

• a introdução ou prefácio – procurando encontrar indícios da metodologia e objectivos do autor

• a bibliografia – final e as citações de rodapé – tendo em vista as obras consultadas.

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Procedimento para uma leitura proveitosa

Tendo sido seleccionada a obra e/ou texto, procede-se à sua leitura integral do mesmo, para se ter uma visão do todo,

Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou expressões desconhecidas, valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados,

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Tiradas as dúvidas, fazer nova leitura, visando à compreensão do todo. Se necessário, consultar fontes secundárias,

Tornar a ler, procurando a ideia principal ou palavra-chave, que tanto pode estar explícita quanto implícita no texto, às vezes, confundida com aspectos secundário s ou acessórios

Localizar acontecimentos ou ideias, comparando-os entre si e procurando semelhanças e diferenças existentes,

Agrupá-los pelo menos por uma semelhança importante e organizá-los em ordem hierárquica de importância,

Interpretar as ideias e/ou fenómenos, tentando descobrir conclusões a que o autor chegou e depreender possíveis ilações.

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Ler significa

conhecer, interpretar, decifrar, eleger, escolher

Portanto, distinguir os elementos mais importantes daqueles que não são e, depois optar pelos mais representativo.

 

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1. Metodologia de Investigação (Pesquisa) Científica

1.1 O que é Pesquisa Científica ?

São inúmeros os conceitos sobre pesquisa, pois os estudiosos ainda não chegaram a um consenso sobre o assunto.Entretanto, há uma tentativa de dar o significado desta palavra de acordo com o pensamento destes autores:

Gil (2007:17) entende por Pesquisa científica "o procedimento racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos ".

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Ander-Egg (1978:28) apud MARCONI e LAKATOS (2002:17) “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos factos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de conhecimento” (Ander-Egg,1978:28).

Portanto, a pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui o caminho para se conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais.

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1.2 Porque se faz pesquisa ?

A maioria das pesquisas podem ter seguintes objectivos:

resolver problemas específicos ( razoes de ordem pratica - pesquisa aplicada), gerar teorias e/ou avaliar teorias existentes e razões de ordem intelectual (pesquisas puras).

1.2.1 Razões de ordem prática• Pesquisa para resolver problemas

Esse tipo de pesquisa está dirigido para resolver problemas práticos. Por exemplo:

- Na educação - detectar a eficiência de diversos métodos de ensino

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-No campo militar - detectar a eficiência das diferentes estratégias e tácticas utilizadas pelas subunidadse e/ou unidades militares em diferentes tipos de combate;

- No campo da saúde – identificar as causas de tipos de epidemologias existentes na comunidade e procurar a sua solução

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1.2.2 Razões de ordem intelectual

As razões de ordem intelectual decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer.

A pesquisa académica assim como a aplicada exigem o mesmo cuidado, tanto no uso das estratégias e tácticas como no preparo da pessoa do pesquisador.

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• Pesquisas para formular teorias

Os pesquisadores estudam um problema cujo supostos teóricos não estão claros ou são difíceis encontrar.

• Pesquisas para testar teorias

Não existe grande diferença entre pesquisas para formular teorias e pesquisas para testar teorias, estas últimas exigem formulação precisa.

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1.3 Qualidades pessoais do PesquisadorO êxito de uma pesquisa depende fundamentalmente de certas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, de entre as quais podem ser:

a) conhecimento do assunto a ser pesquisado;

b)curiosidade;

c) criatividade;

d) integridade intelectual;

e) atitude autocorrectiva;

f) sensibilidade social;

g) imaginação disciplinada;

h) perseverança e paciência;

i) confiança na experiência

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1.4 Os elementos de um projecto de Pesquisa

Não há, evidentemente, regras fixas acerca da elaboração de um projecto de pesquisa. Sua estrutura determinada pelo tipo de problema a ser pesquisado e também pelo estilo de seus autores. É necessário que o projecto esclareça como se processará a pesquisa, quais as etapas que serão desenvolvidas e quais os recursos que devem ser alocados para atingir seus objectivos. É necessário também, que o projecto seja suficientemente detalhado para proporcionar a avaliação do processo de pesquisa.

Os elementos habitualmente requeridos num projecto podem ser os seguintes:

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I. Introdução

a) Tema

b) Formulação do Problema/

c) justificativa

d) Especificação dos objectivos;

b) Construção de hipóteses;

II. Estado de arte o que sabe sobre o assunto Que autores abordam esse fenomeno que correntes, perspectivas e teorias

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III. Procedimentos Metodologicos Identificação do tipo de pesquisa

Métodos / abordagens / procedimentos Universo populacao amostra Elaboração dos instrumentos e determinação da

estratégia de colecta de dados;

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Determinação do plano de análise dos dados

Previsão da forma de apresentação dos resultados

Orçamento e Cronograma da execução da pesquisa

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Há muitos factores que concorrem para que o projecto de uma pesquisa seja simples e / ou complexo. Portanto, depende de objectivos, custos, nível de participação da população e outros.

Rigorosamente, um projecto só pode ser definitivamente elaborado quando se tem o problema claramente formulado, os objectivos bem determinados, assim como o plano de colecta e análise de dados.

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1.5 Roteiro de uma Pesquisa

Formulação. de problema

hipóteses Plano da

Pesquisa Técnicas da Pesquisa

Pré-testes dos Instrumentos

Selecção das Amostras

Colectas de Dados

Análise e Interpretação dos Dados

Teoria de Base

Generalização

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2. Tipos ou níveis de Pesquisa

Pesquisas Exploratórias. Estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. O objectivo principal é o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

O levantamento bibliográfico, entrevistas a pessoas experimentadas no caso, análise de exemplos constituem aspectos fundamentais deste tipo de pesquisa.

Pesquisa Bibliográfica. É desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos

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Colecta Documental - colecta de dados restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em que o facto ou fenómeno ocorre, ou depois.

Fontes de Documentos:

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a) Arquivos Públicos (Municipais, Provinciais,

Nacionais), que

contêm:documentos oficiais, publicações parlamentares, documentos jurídicos, e outros.

b) Arquivos Particulares (domicílios particulares, instituições de ordem pública e/ou privada)

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c) Fontes Estatísticos

• característica da população( idade, sexo, raça, escolaridade, profissão, religião, estado civil, renda etc)

• Factores que influenciam o tamanho da população ( fertilidade, nascimentos, mortes, doenças, suicídios, emigração, imigração, etc

• Distribuição da população ( habitat rural e urbano, densidade demográfica e outros)• Factores económicos, Moradia, Meios de comunicação etc.

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Pesquisas Descritivas. Têm como objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis; exemplo: estudar as características de um grupo ; sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental e outros aspectos.

.Pesquisas Explicativas. O fundamental deste tipo de pesquisa é identificar os factores que condicionam a ocorrência dos fenómenos e explicar as razões, o porquê das coisas.

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Tema de Pesquisa

Um dos critérios na escolha de um tema de pesquisa, é unir uma grande motivação com uma certa familiaridade.

Tema: proposição que vai ser tratada ou demonstrada; o assunto.

O que pesquisar ? É momento de seleccionar o tema.

Critérios a serem observados na selecção de um objecto de estudo

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1. Se o tema tem relação `a sua vida profissional;

2. contacto com especialistas;

3. se existe bibliografia, ou seja existência de obras pertinentes;

4. Afinidade com tema, interesse;

5. Criativide;

6. Benefícios que serão coletados ao final da pesquisa

7. Disponibilidade do tempo.

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Delimitação do TemaQuanto mais específico o tema, maior as

possibilidades de inovação, de contribuição e sucessos de defesa.

Após escolher o tema: faça o levantamento bibliográfico preliminar estudo e/ou leitura exploratóriaescreva no papel chuva de ideias que se

relacionam com o tema;• Tudo isso facilita a formulação do problema

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3. Formulação de um problema de Pesquisa

3.1 Definição do Problema

A conceituação adequada de problema não constitui tarefa fácil, em virtude das diferentes acepções que envolvem este termo. Segundo o novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa o problema é:

• Questão não solvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento;• Questão matemática proposta para que se dê a solução;• Proposição que vai ser tratada ou demonstrada;

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Que fique claro que nem todo problema é passível de tratamento científico. Isto significa que para se realizar uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria de científico.Segundo Kerlinger (1980:33) citado por GIL (1991:26) a maneira mais prática para entender o que é um problema científico consiste em considerar primeiramente aquilo que não é problema científico. Exemplos:

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a) Problemas de Engenharia

-" Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”;

-" O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda" ;

- " Como aumentar a produtividade no trabalho?" .

Nenhum destes constitui rigorosamente um problema científico, pois, sob forma em que são propostos, não possibilitam a investigação segundo os métodos próprios da ciência. Referem-se como fazer algo de maneira eficiente. A ciência pode fornecer sugestões e inferência acerca de possíveis respostas, mas não responder directamente a esses problemas. Eles não indagam as causas e consequências, mas indagam acerca de como fazer as coisas.

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b) Problemas de Valor

- “Os pais devem dar palmadas nos filhos?”;

- “Filhos de camponeses são melhores que os de operários”;

- “Qual a melhor Técnicas para punir os presos”.

Não são científicos os problemas que indagam se uma coisa é boa, má, desejável, indesejável, certa ou errada, melhor ou pior que outra, se deve ou deveria ser feito etc.

Embora não se possa afirmar que o cientista nada tenha a ver com estes problemas, o certo é que a pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia e de valor porque sua correcção ou incorrecção não é passível de verificação empírica.

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3.2 Como Formular um Problema ?

Formular um problema científico não constitui tarefa fácil. Todavia, não há como deixar de reconhecer que o treinamento desempenha papel fundamental nesse processo.

Formulação de problema não se faz mediante a observação de procedimentos rígidos e sistemáticos. No entanto, existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais como: estudo da literatura existente, discussão com pessoas que acumulam muita experiência prática no campo de estudo e o exercício sistemático de pesquisa científica.

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A experiência acumulada dos pesquisadores possibilita ainda o desenvolvimento de certas regras práticas para a formulação de problemas científicos, tais como:

a) o problema deve ser formulado como pergunta;

b) o problema deve ser claro e preciso;

c) o problema deve ser empírico

d) o problema deve ser susceptível de solução;

e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável.

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3.2 Justificativa / Problematização

a) Porque escolhi esse tema ?

b) O tema que escolhi é importante ?

c) Qual é a relação do tema e/ou do problema

formulado com o contexto social?

d) Que contribuição posso oferecer com esse estudo,

se for o acaso, quais os aspectos inovadores do

trabalho ?

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e) No estagio actual, quais informações ou

referências que justificam o desenvolvimento do trabalho ?

f) De que maneira você irá contribuir para o avanço do conhecimento e o desenvolvimento no trabalho ?

g) Sob o ponto de vista cientifico, teorico, da sociedade, a quem se destina o trabalho ?

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Portanto, justificativa é considerar o seguinte: Modo como foi escolhido o tema para ser

pesquisado e como surgiu o problema. Apresentação das razões em defesa do estudo

realizado. Relação do tema e problema estudado com o

contexto social. Fundamentação da viabilidade da execução

proposta de estudo.Considerações sobre a escolha do(s) local(s) que

será (ão) pesquisado(s).40

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MARTINS (2006:2) apoud PEREIRA Elisa “justificar um tema é evidenciar razões suficientes para que haja o desenvolvimento da pesquisa. Isto significa que você deve apresentar bons e convenientes motivos para empreender o seu esforço de investigação.

A justificatica num projecto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efectivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada são de suma impotância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, a ser comprovada.

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A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento

No entanto, não existe nenhuma regra rígida quanto a sua sequência, exclusão ou inclusão de itens ao conteúdo da justificativa.

Conforme RICHARDSON(1999:57) em geral, a justificativa deveria ter, no máximo, duas páginas e não inclui citações. A justificativa é pessoal.

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3.4 Formulação de Objectivos da Pesquisa

Toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.

Respondem às perguntas: por quê ? Para quê ? Para quem ?

O objectivo torna explícito o problema, aumentando os conhecimentos sobre determinado assunto.

Nessa etapa, explicam-se os objectivos gerais e específicos a serem utilizados durante a investigação. Esses deverão ser extraídos directamente dos problemas levantados na pesquisa.

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3.4.1 Objectivos Gerais

Definem, de modo geral, o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa.

Exemplo 1: estudo sobre “ os factores que contribuem para o êxodo rural” (cidade de Nampula).

Objectivo geral: identificar os factores que contribuem para o êxodo rural (cidade de Nampula).

Exemplo2: Desistência massiva da rapariga no EP2 no Distrito de Gorongosa.

Objectivo Geral: Analisar a concepção cultural do género pela comunidade do distrito.

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RICHARDSO ( 1999: 63) diz que usualmente, em uma pesquisa exploratória o objectivo geral começa pelos verbos: conhecer, identificar, levantar, e descobrir; em uma pesquisa descritiva, inicia com os verbos: caracterizar, descrever e traçar; e em uma pesquisa explicativa começa pelos verbos: analisar, avaliar, verificar, explicar etc.

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3.4.2 Objectivos específicos

Definem etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objectivo geral.

Exemplo1:

- levantar informações sobre o êxodo rural (cidade de Nampula);

- Analisar os factores que contribuem para o êxodo rural

(cidade de Nampula)

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Exemplo2

- Levantar informações sobre a cultura da comunidade quanto ao género;

- Explicar a concepção cultural da comunidade acerca da mulher.

Na formulação de objectivos deve-se ter em conta o seguinte:

a) O objectivo deve ser claro, preciso e conciso.

b) O objectivo deve expressar apenas uma ideia.

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4. Construção de Hipóteses

4.1 O que são hipóteses ?

- São as proposições testáveis que podem vir a ser a solução do problema;

- São respostas antecipadas a solução do problema.-Soluções tentativas, previamente seleccionadas do problema de pesquisa.-“ Em muitos casos, as hipóteses são palpites que o investigador possui sobre a existência de relaçoes entre variáveis”( VERMA e BESRD, (1981:184) Apoud BELL ( 1997:35).

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4.2 Requisitos básicos para formulação das hipóteses

As hipóteses devem ser conceitualmente claras, específicas, empíricas e compreensíveis, isto é, não devem incluir conceitos complexos que dificultem a compreensão. Além disso, os conceitos empregados devem ser precisos, rigorosos e previamente definidos para evitar ambiguidades:

Exemplo de hipótese ambígua:• O desaquecimento da economia leva as empresas a desenvolverem políticas de contenção de pessoal.

Exemplo de hipótese clara• A queda da produção industrial contribui para o desemprego.

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4.3 As hipótese são necessárias em todas as pesquisa ?

Rigorosamente, todo procedimento de colecta de dados depende da formulação prévia de uma hipótese.

Ocorre que em muitas pesquisas as hipóteses não são explícitas. Todavia, nestes casos, é possível determinar as hipóteses subjacentes, mediante a análise dos instrumentos adoptados para a colecta dos dados.

Por exemplo, de uma pesquisa em que tenha sido formulada a seguinte questão: “Onde você compra suas roupas ?” Está implícita a hipótese de que a pessoa compra suas roupas, não as confeccionando em sua própria casa.

Portanto, em algumas pesquisas as hipóteses são implícitas e em outras são formalmente expressas.

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Variáveis

Variáveis são características mensuráveis de um fenômeno, que podem apresentar diferentes valores ou serem agrupadas em categorias.

O termo Variável refere-se um substantivo que representa classes de objectos, como por exemplo: sexo, escolaridade, renda mensal, participação política, idade, estado civil,

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4.2.1 As hipóteses segundo o número de variáveis e a relação entre elas podem ser:

- hipótese com uma variável;

- hipótese com duas ou mais variáveis e uma relação de associação;

- hipótese com duas ou mais variáveis e uma relação de dependência.

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4.2.1.1 hipótese com uma variável

a). Os camponeses não se interessam pela política

Variável: interesse pela política.

Indicadores ( não vão ao voto, recenceamento, negam os cargos políticos)b). Menos de 30% das raparigas concluem o EP2 no campo

Variável: Conclusão de estudos.

Indicador: efectivos das turmas, desistências, casamentos prematuros e outros)

c). A renda mensal dos trabalhadores domésticos em Moçambique é de três vezes inferior que salário mínimo.

Variável: renda mensal; Indicadores ( despesas mensais, oferta e procura).

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4.2.1.2. hipótese com duas ou mais variáveis e uma

relação de associaçãoAs mulheres são mais conservadores que os homens

Variáveis: sexo e conservadorismo

Tipo de relação: superioridade

Indicadores : ( fidelidade, moralidade, obediência a educação tradicional)

Os alunos que apresentam bom aproveitamento em Matemática também os apresentam na Física.

Variáveis: aproveitamento escolar em matemática e física

Tipo relação: igualdade

Indicadores: ( boas notas, despensas aos exames etc)

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a participação política dos idosos é menor que a participação dos jovens

Variáveis: idade e participação política

Tipo de relação: inferioridade

Indicadores:( não votam, não-se recenseam, e outros factos)

4.2.1.3 hipótese com duas ou mais variáveis e uma relação de dependênciaa) O êxodo rural é influenciado pelas condições da urbe

Variável dependente: O êxodo rural

Variável independente: condições da urbe.

Indicadores: (muita mão de obra activa na zona de imigração, prostituição infantil, banditismo, furmigueiro juvenil etc)

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Revisão da bibliografia ( Revisão da Literatura)

Não existe hoje em dia pesquisa que começa da

estaca zero. É recomendável , e é imprescindível

procurar fontes documentais ou bibliográficas sob

o risco de despender esforços em ideias ou

trabalhos já pesquisados. 

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A citação das principais conclusões a que outros

autores chegaram permite salientar a contribuição

da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou

reafirmar comportamentos e atitudes.

Portanto, a revisão da bibliografia familiariza o

pesquisador com o tema, evita a repetição de

estudos e enquadra o estudo num modelo ou

teoria

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Citações

Conforme AMARAL (1994:45) as citações são textos transcritos ou informações retiradas das publicações consultadas para a realização do trabalho. São introduzidas no texto com o propósito de esclarecer ou complementar as ideias do autor. A fonte de onde foi extraída deve ser citada obrigatoriamente, respeitando-se desta forma os direitos do autor.

Segundo ele, as citações bibliográficas podem ser livres ou textuais.

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Citação Livre

É a reprodução de ideias e informações do documento, sem, contudo, se transcrever as própria palavras do autor. Há várias forma de se fazer este tipo de citação:

 

quando o nome (s) do (s) autor (es) faz parte integrante do texto, menciona-se a (s) data (s) da (s) publicação (ões) citada (s) , entre parênteses, logo após o nome do autor.

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Ex:

Como lembra Martins (1984), o futuro desenvolvimento da informação está cada dia mais dependente de um plano unificado de normalização. 

Borko & Bernick (1962( realizaram também experiências similares mas alargaram o emprego do computador até formulação das categorias.

Uma descoberta chave de Zetter et al. (1992) foi que os programas dos ONGs do norte criaram um outro equilíbrio na distribuição de recursos do programa de refugiado

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a indicação da fonte, entre parênteses, pode ser registada no fim da citação, para evitar a interrupção na sequência do texto;

Ex:

Após esse primeiro isolamento, na Inglaterra, vários casos têm sido descritos em países como Canadá, Noruega e Finlândia ( Glazer-Brook et al., 1973; Jones., 1981)

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c) quando se trata de entidades colectivas conhecidas por sigla, deve citar-se o nome por extenso acompanhado da sigla na primeira citação e, a partir daí, usar apenas a sigla;

 Ex:

A Tab. 2 confirma os dados apresentados anteriormente ( Instituto Nacional de Investigação Agrária – INIA, 1975

Nas citações seguintes deve usar –se apenas a sigla: INIA ( 1975) ou (INIA, 1975)

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Citação Textual

É a transcrição literal de textos de outros autores. É reproduzida entre aspas ou destacada tipograficamente, exactamente como consta do original, acompanhada de informações sobre a fonte.

 

a) as citações curtas são inseridas no texto.

Ex:

Onomasiologia é o “ramo da semântica que parte do sentido e procura identificar o nome ou nomes que lhe estão ligados” ( Ullman, 1967:130)

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as citações longas (mais de três linhas) devem constituir um parágrafo independente, recuado e com espaço de entrelinha menor do que aquele que está a ser utilizado no trabalho;

 

Ex: Quando falamos, estamos sujeitos a muitas limitaçòes que não

existem no caso da escrita ; precisamos manter a atenção do interlocutor ; não podemos sobrecarregar a sua memória; não podemos voltar a apagar o que acabamos de dizer . ( Perini, 1980)

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Citação de citação

Deve ser feito todo o esforço para se consultar o documento original. No entanto, nem sempre é possível o acesso a certos textos. Nesse caso, pode reproduzir-se informação já citada por outros autores que tenham efectivamente consultado o documento. Para isso deve-se proceder da seguinte forma:

no texto, citar o apelido do autor do documento não consultado, seguido das expressões: apoud “citado por”, “conforme” ou “segundo” e o apelido do autor do documento efectivamente consultado.

NB. Na listagem bibliográfica deve incluir-se os dados completos do documento efectivamente consultado

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Ex:

Marinho, citado por MARCONI & LAKATOS (1982), apresenta a formulação do problema como uma fase de pesquisa, que, sendo bem definido, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigação.

 

 

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RECOMENDAÇÕES

Pode citar-se, após a data ou número da referência, a página de onde se transcreveu o trecho. O número de página ou é precedido pela abreviatura de página ou é precedido pelo sinal de dois pontos;

Ex: ULLman (1967, p. 100) considera que palavra não existe senão pelo contexto.

Ou ULLman (1967: 100) considera que palavra não existe senão pelo contexto

O problema da selecção de livros é fornecer ao leitor, cujos interesses e capacidades são conhecidos, o livro que se ajusta àqueles interesses e

capacidades melhor do que qualquer outro livro (Wellard, 1937, p. 98)

Ou O problema da selecção de livros é fornecer ao leitor, cujos interesses e capacidades são conhecidos, o livro que se ajusta àqueles interesses e

capacidades melhor do que qualquer outro livro (Wellard, 1937: 98)

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quando houver coincidência de apelidos de autores, acrescenta-se as iniciais dos seus nomes próprios;

Ex:

Azevedo, C. ( 1957)

Azevedo, M. ( 1957)

 

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Referências Bibliográficas

Na referência bibliográfica não inclui apenas as publicações ou a literatura citada no texto ou que conste nas notas de rodapé, mas também toda aquela que tenha servido de suporte ao trabalho.

Existem vários sistemas de referência bibliográfica. É importante que qualquer, sistema escolhido seja mantido em toda a referência bibliográfica

A) ESQUEMA

Conforme MARCONI e LAKATOS (2002: 239) e AMARAL, Wanda do (1994:63) sobre apresentação de referências bibliográficas relativo a livros.

Autor / Título / Subtítulo / Edição / Cidade onde foi publicada / Editora / Ano de publicação / Número de volumes ( indicação de tese ou nota de série). Os elementos devem ser separados apenas por um espaço

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FRADA, João José Cúcio. Guia prático para elaboração e apresentação de trabalhos científicos. 2..ed. Lisboa: Edições Cosmos, 1991. 111 p.

LIVROS

Autor: pelo último sobrenome, com excepção dos nomes eapanhoís, que entram pelo penúltimo, e dois sobrenomes.

 

ELEMENTOS ESSENCIAIS

Título: em negrito, sublinhado ou itálico

Subtítulo: se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.

Ex:

REHFELDT, Gládis Knak. Monografia e tese: guia prático. Porto Alegre: Sulina, 1980

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5. Procedimentos Metodológicos

Antes de abordarmos este capítulo, é de importância capital aclarar-se alguns conceitos como: Métodos, técnicas e instrumentos de pesquisa, pois para os novos pesquisadores estes aspectos têm-lhes criado algum embaraço.

Método

“Sentido etimológico – do grego méthodos ( meta = além de, após de + ódos = caminho ).

Portanto, seguindo a sua origem, método é o caminho ou a maneira para chegar determinado fim ou objectivo” ( RICHARDSON, 1999:22)

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RODRÍGUEZ (1996: 12) o método científico é a cadeia ordenada de passos (acções) baseada em um aparelho conceptual determinado e em regras que permitem avançar no processo de conhecimento, desde o conhecido ao desconhecido.

NÉRICI (1980:15) citado por LAKATOS e MARCONI (1991:40) “método é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático-racionais que orienta o pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos”.

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Portanto, método refere-se o caminho pelo qual se chega a determinado resultado; a forma de proceder ao longo de um caminho; um procedimento regular, explícito e possível de ser repetido para conseguir-se alguma coisa, seja material ou conceptual.

A característica distintiva do método é a de ajudar a compreender, no sentido mais amplo, não os resultados da investigação científica, mas o próprio processo de investigação.

Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente.

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Técnica

Técnica é um conjunto de preceito ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática.

Pormenorizadamente serão vista apartir do (5.3 ).

InstrumentoOs instrumentos da pesquisa constituem os materiais ao serviço das técnicas de pesquisa. Eles são organizados de acordo com a técnica a aplicar. Na colecta de dados serão mencionados com mais clareza.

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Tipo de Pesquisa

Deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza

exploratória, descritiva, ou explicativa.

Convém, ainda, esclarecer acerca do tipo de

delineamento a ser adotado ( pesquisa

experimental,levantamento, estudo de caso,

pesquisa bibliográfica etc.) GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa.4.ed. SP.: ATLAS, 2007 pg.162

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População / Universo ( População estudada)

Usualmente, fala-se de população ao se referir todos os habitantes de determinado lugar. Em termos estatísticos, população pode ser o conjunto de indivíduos que trabalham e/ou habitam em um mesmo lugar, os estudantes em uma mesma universidade, toda a população de refrigerantes de uma fábrica, todos os cabritos de determinada região do país, os empregados de uma fábrica etc.

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Cada unidade ou membro de uma

população, ou universo, denomina-se

elemento, e que quando se toma certo

número de elementos para averiguar algo

sobre a população a que pertence, fala-se de

amostra, isto é, (população interrogada).

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5.2 AmostragemDenomina-se amostragem o processo de selecção e escolha dos elementos de uma população para constituir uma amostra. Por amostra entende-se um subconjunto da população por meio do qual é possível estimar as características dessa população.

5.2.1 Vantagens da amostragem na pesquisa científica:

5.2.1.1.Custo reduzidoComo Os dados de um levantamento por amostragem são obtidos de uma fracção da população, os custos são bem

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menores que os de um censo integral

5.2.1.2. RapidezNas pesquisa por amostragem os dados podem ser colectados, tabulados e analisados com rapidez muito maior que nos censos completos.Este aspecto é fundamental, quando se tem urgência nas informações. Mesmo admitindo-se que os dados obtidos a partir da totalidade da população sejam mais precisos, é possível que percam parte de seu valor em função do tempo decorrido entre a colecta e a análise dos dados.

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5.2.1.3 ExactidãoNos levantamentos por amostragem torna-se possível utilizar pessoal com melhor qualificação e treinamento, bem como exercer maior controle na supervisão dos trabalhos de colecta e tabulação dos dados. Em virtude da consequente redução do volume de trabalho, a amostragem pode proporcionar resultados mais exactos que a contagem total.

.

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5.2.2 Tipos de AmostragemExistem diversos critérios de classificação de amostras, mas, em geral, dividem-se em dois grandes grupos: amostras probabilísticas e não probabilísticas

Os tipos de Amostragem probabilísticas mais usuais são: aleatória simples, sistemática, estratificada, por conglomerado e por etapas. Dentre os tipos de amostragem não probabilística, os mais conhecidos São: Acidentais, Intencionais ou de Selecção Racional.

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5.2.2.1 Amostragem Aleatória SimplesA amostragem aleatória simples também conhecida por amostragem casual, é o procedimento básico da amostragem científica. Pode-se dizer mesmo que todos os outros procedimentos adoptados para compor amostras constituem variações deste.

A amostragem aleatória simples consiste em atribuir a cada elemento da população um número único para depois seleccionar alguns desses elementos de forma casual.

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Para que uma amostra seja aleatória, os elementos da população devem ter uma probabilidade igual ou conhecida, distinta de zero, de ser seleccionados para formar parte da amostra.

Para cumprir esse princípio, é necessário possuir uma lista completa dos elementos que formam parte da população, de tal maneira que por meio de um método apropriado se possa seleccionar ao acaso aqueles elementos que constituirão a amostra. Os métodos utilizados podem ir desde o uso de simples dados para sorteio até as tabelas de números aleatórios criados cientificamente que aparecem em alguns livros de estatística.

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5.2.2.1.1 Vantagens da amostra aleatória simples:

-requer mínimo conhecimento da população;- é simples de calcular- facilita análise

5.2.2.1.2 Desvantagens:Não garante inclusão de casos minoritários em populações muito grande.

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5.2.2.2 Amostra Acidental

Amostra acidental é um subconjunto da população formado pelos elementos que se pode obter, porém, sem nenhuma segurança de que constituam uma amostra exaustiva de todos os possíveis subconjuntos do universo.

Com base em uma amostra acidental, não é possível generalizar em termos da população, visto que não se pode ter nenhuma certeza de que ela seja representativa do universo a que pertence.

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Uma amostra acidental pode ser de utilidade em um primeiro contacto com um problema de investigação, quando o pesquisador ainda não tem suficiente clareza sobre as variáveis a considerar.

As conclusões a que chegar com uma amostra acidental poderão levá-lo a estabelecer hipóteses susceptíveis serem contrastadas em trabalhos futuros.

Na elaboração de itens de questionários, entrevistas ou testes, é conveniente utilizar, antes de sua aplicação definitiva, amostras acidentais para comprovar a validez de linguagem ou de problemas relacionados com os objectivos do instrumento.

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Exemplos desse tipo de amostra:

- Os pacientes que têm sido atendidos em um determinado hospital;- Opinião dos líderes sobre a sua comunidade- As crianças disléxicas de um estabelecimento educacional

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5.3 COLECTA de DADOS

Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas seleccionadas, a fim de se efectuar a colecta dos dados previstos.

É tarefa cansativa e toma, quase sempre, mais tempo do que se espera. Exige do pesquisador paciência, perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registo dos dados e de um bom preparo anterior.

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“O rigoroso controle na aplicação dos instrumentos de pesquisa é factor fundamental para evitar erros e defeitos resultantes de entrevistadores inexperientes ou de informantes tendenciosos”( MARCONI E LAKATOS, 2002:31/32).

São vários os procedimentos para a realização da colecta de dados, que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. Em linhas gerais, as técnicas de pesquisa são:

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•Colecta documental•Observação•Entrevista•Questionário•Formulário•Sociometria•Análise de conteúdo•História de vida e outras•Pesquisa Bibliográfica

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Colecta Documental - colecta de dados restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em que o facto ou fenómeno ocorre, ou depois.

Fontes de Documentos:

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a) Arquivos Públicos (Municipais, Provinciais,

Nacionais), que

contêm:documentos oficiais, publicações parlamentares, documentos jurídicos, e outros.

b)Arquivos Particulares (domicílios particulares, instituições de ordem pública e/ou privada)

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c) Fontes Estatísticos

• característica da população( idade, sexo, raça, escolaridade, profissão, religião, estado civil, renda etc.)

• Factores que influenciam o tamanho da população ( fertilidade, nascimentos, mortes, doenças, suicídios, emigração, imigração,etc)

• Distribuição da população ( habitat rural e urbano, densidade demográfica e outros)• Factores económicos, Moradia, Meios de comunicação etc.

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Observação - Técnica que para a obtenção de informações utiliza os sentidos.

Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos au fenómenos que se deseja estudar.

É um elemento básico de investigação de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo e se constitui na técnica fundamental da antropologia

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Entrevista - de acordo com o Goode e Hatt “consiste no desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de um certo acto social como a conversação”. É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema social.

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Questionário - é um instrumento de colecta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisador devolve-o do mesmo modo.

Esta técnica tem suas vantagens e desvantagens como em todas técnicas de colectas de dados.

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Formulário - é um dos instrumentos essenciais para a investigação social cujo sistema de colecta de dados consiste em obter informações directamente do entrevistado. Conforme Nogueira (1968;129) citado por MARCONI e LAKATOS (2002: 112)

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“é uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à colecta de dados resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação”.

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•Sociometria - é uma técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um determinado grupo.• Análise de Conteúdo - tem como finalidade descrever, sistematicamente, o conteúdo das comunicações

• História de Vida - é um técnica de pesquisa social utilizada pelos antropólogos, sociólogos, psicólogos e outros estudiosos, para obter dados

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relativos à “experiência íntima”de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objecto em estudo. Por meio dessa técnica, procuram-se captar as reacções espontâneas do entrevistado, em face de certos acontecimentos fundamentais de sua vida.

Não existe um instrumento padrão que deve ser aplicado em cada trabalho de pesquisa, a sua utilização depende por um lado dos objectivos que se pretende obter em cada pesquisa e, por outro, da experiência de cada pesquisador.

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Pesquisa Bibliográfico - A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais, como: rádio, gravações em fitas magnética e audiovisuais, filmes e televisão.

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Finalidade: colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas quer gravadas.

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5.4 Elaboração dos dados

Após a colecta dos dados, realizada de acordo com os procedimentos estabelecidos, eles são elaborados e classificados de sistemática.

Antes da análise e interpretação, os dados devem seguir os seguintes passos:

1. Codificação

É a técnica operacional utilizada para categorizar aos dados que se relacionam a codificação, os dados são transformados em símbolos, podendo ser tabelados e contados.

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A codificação divide-se em duas partes ;

-classificação dos dados, agrupando-os sob determinadas categorias;

- atribuição de um código, número ou letra, tendo cada um deles significado. Codificar quer dizer transformar o que é qualitativo em quantitativo, para facilitar não só a tabulação dos dados, mas também sua comunicação.

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2. Tabulação

Disposição dos dados em tabelas, possibilitando assim maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles. É uma parte do processo técnico de análise estatística, que permite sintetizar os dados de observação conseguidos pelas diferentes categorias e representá-los graficamente.Dessa forma, os dados poderão ser melhor compreendidos e interpretados com maior rapidez.

Os dados são reunidos de modo que as hipóteses possam ser comprovadas ou refutadas.

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6. Análise e Interpretação dos Dados

Uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, o passo seguinte é análise e interpretação destes, constituindo-se ambas no núcleo central da pesquisa.

Para Best (1972:152) citado por MARCONI e LAKATOS (2002:34 ) “representa a aplicação lógica dedutiva e indutiva do processo de investigação”.

A importância dos dados está não neles mesmos, mas no facto de proporcionarem respostas às investigações.

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Análise e interpretação são duas actividades distintas mas estreitamente relacionadas e, como processo, envolvem duas operações importantes que se intendem da seguinte modo:

6.1 AnáliseNa análise o pesquisador entra em mais detalhes sobre os dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir respostas às suas indagações, e procura estabelecer as relações necessárias entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas. Estas são comprovadas ou refutadas, mediante a análise.

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6.2 Interpretação

É a actividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Em geral, a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objectivos propostos e ao tema. Esclarece não só o significado do material, mas também faz ilações mais amplas dos dados discutidos.

Na interpretação dos dados da pesquisa é importante que eles sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível.

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6.3 Conclusões

Última fase da planificação e organização do projecto de pesquisa, que explicita os resultados finais considerados relevantes.

As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou refutado.

Em termos formais, é uma exposição factual sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; é uma síntese comentada das ideias essenciais e dos principais resultados obtidos, explicitados com precisão e clareza.

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Ao se redigirem as conclusões, os problemas que ficaram sem solução serão apontados, a fim de que no futuro possam ser estudados pelo próprio autor ou por outros.

Em geral, não se restringem a simples conceitos pessoais, mas apresentam inferência sobre os resultados, evidenciando aspectos válidos e aplicáveis a outros fenómenos, indo além dos objectivos imediatos.

Uma conclusão pode ser uma repetição de um trecho do relatório que conclua por alguma coisa, pode ser esse mesmo trecho parafraseado ou pode ser a conjunção particular tirada ao longo do texto.

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Jamais, entretanto, é permitido concluir por algo que, implícita ou explicitamente, não se encontre, por sua vez, no corpo do relatório – texto e/ou ilustrações.

Sem a conclusão, o trabalho parece não estar terminado. A introdução e a conclusão de qualquer trabalho científico, via de regra, são as últimas partes a serem redigidas.

Para dar às conclusões o destaque que merecem, elas devem figurar, quando em final de capítulo, em item próprio, e em capítulo especial e final quando disserem respeito a todo o conteúdo do relatório.

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6.4 Recomendações

Em se tratando de pesquisa aplicada, devem-se fazer recomendações para que outros interessados possam valer-se das informações ou repetir as experiências e observações.

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7. Relatório

7.1 Estrutura de um relatório de pesquisa

científica.

* Marconi e Lakatos. Técnicas de pesquisa.5ed.SP:Atlas,2002; págs: (220-224).

7.2 Citações Bibliográficas

Idem págs (238-25

7.3 Redacção

Idem pág.225

220-224

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Bibliografia

GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de

pesquisa. 3ed.SP:Atlas,199

GIL, António Carlos. MÉTODOS E TÉCNICAS DE

PESQUISA SOCIAL5.ed. S.P. :ATLAS,1999

MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS Eva

Maria. Técnicas de Pesquisa. 5.ed.SP:Atlas, 2002

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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Ciência e conhecimento científico: métodos científicos. Teorias, hipóteses e variáveis. 2.ed. S.P.:Atlas 1991

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. S.P.: Atlas, 1999