Amadeu Zani - Dedicacao a Fundicao Artistica

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“Verdade”- Mármore 47x 35 x 26 cm - Amadeu Zani, 1923 (Col. Ricardo Von Brusky)(ARAUJO & LAUDANNA, 2009. p.134)

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Autorretrato Amadeu Zani

(1931)Pinacoteca do Estado de São Paulo

Amadeu Zani - c. 1910)

Amadeu Zani (1869-1944) – Dedicação à Fundição Artística no Brasil

Renato Araú[email protected]

Setembro/2013

O escultor Amadeu Zani nasceu em 1869, na cidade de Canda, província de Rovigo, na Itália, onde fez seus primeiros estudos de escultura. Ainda adolescente, ele se radicou no Brasil com sua família, em 1887. Já no início de sua carreira foi trabalhar no escritório Tommaso Gaudenzio Bezzi (1844-1915), arquiteto italiano que trabalhava na construção do Museu Paulista (inaugurado em 1895). Manifestando preferência pela escultura, em 1889, ele procura aprimorar seus estudos viajando para o Rio de Janeiro em busca da tutoria de Rodolfo Bernardelli (1852-1931). O mentor teve simpatia imediata com o menino italiano vindo de São Paulo que, atrevidamente, bateu à sua porta pedindo um emprego sem nenhuma carta de recomendação.

O artista voltou a São Paulo em 1898, casou-se e montou seu ateliê no “Liceu Coração de Jesus” no bairro

de Campos Elíseos, onde passou a viver de pequenas encomendas. Imbuído das diretrizes transmitidas ao longo de três anos de estudo de escultura com o grande mestre Bernardelli, Zani obteve marcantes posições no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro nos anos de 1901 (com seu “Retrato de Dom Bosco”, em gesso), 1904 (participando com dois bustos em gesso e um baixo-relevo em bronze) e por fim em 1911. A despeito de suas participações nessas exposições disputadíssimas, Zani fez questão de demarcar em suas notas autobiográficas publicadas como “O Nosso Ambiente Artístico – ou casos que não acontecem a todos, nem todos os dias e em qualquer lugar” (1930), que nunca participou de exposições por sua livre e espontânea vontade, mas sempre devido a convite de caráter irrecusável ou por pressão de amigos.

Em 1909, ele recebeu sua primeira encomenda de um monumento: era uma homenagem a João Octávio dos Santos, comerciante mestiço, abolicionista, filho da escrava liberta Dona Escolástica Rosa. Em 1908, o comerciante João dos Santos foi fundador (por doação de herança) da primeira escola profissionalizante do Brasil. A escola, que está localizada na cidade de Santos, existe até hoje e foi batizada com o nome da mãe do comerciante, seguindo as próprias determinações testamentárias dele1.

1 Para o testamento completo veja: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0260d9.htm 2

Monumento a João Octávio dos SantosAmadeu Zani

(1909)(ZANI, 1930, p.93)

Pátio da Escola Dona Escolástica RosaFoto: Leandro Amaral/2008

integra.asp?noticia=2836

Amadeu Zanic. 1930/40

(NETTO, p.30, 1945)

Para complementar seus estudos e executar alguns trabalhos, Amadeu Zani viajou à Europa em 1910, matriculando-se na Academia Colarossi, em Paris, onde estudou escultura com Jean Antoine Injalbert (1845-1933) e desenho com Joseph Blanch. Teve aulas também na Academia Rafael Sanzio, em Roma, na qual tomou como mestre de desenho Paolo Bertolini (1859-1930), então diretor da instituição.

Amadeu Zani sofreu muitos desgostos em relação ao tratamento geral conferido aos artistas no Brasil, muitas vezes mal remunerados ou mesmo não remunerados de modo algum. No ano de 1909, por exemplo, ele havia vencido o concurso para a execução da hoje famosa “Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo”, obra pública localizada no Pátio do Colégio, em São Paulo, mas que só foi inaugurada em 1925. O edital, afirmou o artista, dizia que ao vencedor do concurso seria pago um prêmio de trinta contos de réis. Eu concorri, o meu projecto foi o preferido, mas o prêmio, esse ficou pelo caminho, ainda não o vi . Houve pretextos para não pagal-o... havia um equivoco...disseram, mau grado a clareza do edital – ‘o autor do

projecto preferido receberá o premio, etc’. Este monumento deveria ser para mim a minha consagração, o começo da minha carreira artística no verdadeiro sentido da palavra, a obra que me poria ao reparo das necessidades e me proporcionaria o ensejo de dedicar-me exclusivamente á arte pela arte. Mas, assim não foi. Eu tinha um conceito errado dos homens. Com minha alma enthusiasta e singela de idealista, não podia conceber que o gênero humano concentrasse tanto veneno e tanta ausência de moralidade e dignidade... Não tinha pratica de negócios, nunca negociei em minha vida e pensava que com a arte não se pudesse negociar e os próprios comerciantes se absteriam de transacionar com Ella, como fazem com carne secca, alfafa, ou material de estradas de ferro. Tinha confiança cega na correcção alheia e, a ella me entreguei

na convicção de que ninguém seria capaz de enganar a outrem. Tinha a illusão de que a arte, que é o thermometro que mede com meticulosa precisão o grau de cultura de um povo, que o enobrece, merecia a consideração e o respeito dos próprios homens de negócios, e seria tratada com deferência senhoril, ou com justiça e cordatamente ao menos. Vã illusão. (ZANI, 1930, p.13) O já desiludido escultor fez nova

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Capela Funerária da Família do Conde Alexandre Siciliano

Amadeu Zani(1915-16 – inaugurada em 1927)

Cemitério da Consolação - São Paulo(ZANI, 1930, p.89)

Bandeirante - Amadeu ZaniSaguão do Museu Paulista

1912 (NETTO, p.60, 1945)

viagem à Europa em 1915, a fim de produzir a capela funerária do Conde Alexandre Siciliano (1860-1923), além do monumento ao engenheiro e político Alfredo Maia (1856-1915) e um monumento em homenagem ao compositor Giuseppe Verdi (1813-1901). Esse monumento a Verdi, em particular, foi fruto da vitória de Amadeu Zani num concurso presidido pelo arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), em São Paulo (com quem se desentendeu anos depois). O arquiteto o escolheu entre nove concorrentes, dentre os quais os não menos importantes Nicola Rollo (1889-1970), Lorenzo Petrucci (18... ? - 19...?) e Roque de Mingo (1890-1972), que receberam à época apenas prêmios de consolação. A execução dessas peças foi de grande prejuízo financeiro para Zani, porque os prospectos financeiros das obras tomavam o preço que tinham antes da guerra e elas foram executadas durante a guerra, ou seja, na escassez, aumentando em até seis vezes o seu preço de custo original. Isso contribuiu para levar Zani a uma grande crise financeira e quase à bancarrota, não fosse a ajuda complementar recebida do Conde Alexandre Siciliano.

O artista produziu também diversos bustos, dentre os quais se destacam o do Presidente Prudente de Moraes e do Senador Moraes e Barros (Senador M.B), ambos apresentados no Salão de Belas Artes de 1904 e elogiados na época pelo importante crítico de arte Gonzaga Duque (1863-1911). Ainda neste Salão, Amadeu Zani apresentou o baixo-relevo “Sagrada Família”. Incentivado por Ramos de Azevedo, então diretor do Liceu de Artes e Ofícios, Zani montou ali seu ateliê que ficou ativo por dez anos até 1912, momento em que realiza também algumas exposições individuais. Ao retornar da sua segunda

viagem à Europa, conseguiu uma vaga como professor na cadeira de escultura desta instituição em 1916. Uma de suas obras pessoalmente marcantes foi produzida por volta de 1910 e faz parte atualmente do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo; o Busto do seu eterno mestre e amigo Rodolfo Bernadelli (1852-1931), por quem foi grato toda a vida por tê-lo acolhido na mocidade e tendo-lhe dado os primeiros encaminhamentos artísticos de maior valia – além dessa obra, essa instituição paulistana conserva quase uma dezena das obras do escultor2.

Zani também se destacou pela produção de Hermas, que são pilares retangulares com um busto encimado. Em 1921, por exemplo, produziu a Herma do médico fundador da Escola de

Medicina da USP, o Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (1867-1920), que se encontra hoje na Santa Casa de Misericórdia. Em 1922, Zani venceu ainda um concurso no Rio de Janeiro, que homenageava ao inventor Santos Dumont (1873 – 1932); mas, para

amargura do artista, este monumento foi inaugurado somente em 1942. Em 1923, juntamente com o pintor negro João Timótheo da Costa, Zani participou do Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro, com o nu feminino em mármore intitulado “Verdade” (ver capa acima), um mármore delicioso, como afirmou na época a crítica de Ercole Cremona, da revista Illustração Brasileira.

2 Para uma listagem completa acesse: http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/default.aspx?mn=545&c=acervo&letra=A&cd=2365

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“Caramuru” - Amadeu Zani foto: Lety

www.mauxhomepage.net/piquete/turismo/caramuru.htm

Monumento a Santos Dumont - Operários da Fundição Zani, 1940 Acervo da Família Zani - Fonte: OLIVEIRA: 2012.

No início da década de 1930 Zani passou a ocupar a cadeira de escultura na Academia de Belas Artes de São Paulo, escola que ajudou a fundar. Posteriormente, teve como alunos Humberto Cozzo (1900 - 1981), Alfredo Oliani (1906-1988), Francisco Leopoldo e Silva (1879-1948), entre outros escultores posteriormente renomados. Mantendo a humildade, mesmo sem precisar, Amadeu Zani nunca se vangloriou dos prêmios que recebeu. Seja em São Paulo ou no Rio de Janeiro, o escultor acumulou títulos respeitáveis. No ano de 1911, obteve menção honrosa de 1º. Grau no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro. Além

disso, foi o primeiro artista a ser laureado com a grande medalha de ouro no inaugural I Salão Paulista de Belas artes (1933), obteve também a medalha de prata no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro, a de bronze na Exposição Universal de São Luiz e, ademais, teve seus trabalhos aceitos na Exposição Amatorie Cultori di Belle Arti de Roma.

FUNDIÇÃO ZANI - No final década de 1920, Amadeu Zani manifestou o interesse em conquistar maior independência financeira e artística e fez um grande esforço para montar sua própria fundição. Nessa época, as fundições artísticas ainda eram executadas em sua maioria por amadores, pessoas que careciam de técnica e de cujos trabalhos mecânicos pouco se podia tirar de proveitoso do ponto de vista artístico. O atraso se deve em parte pelas antigas proibições impostas pela coroa portuguesa aos artífices brasileiros quanto à fundição de metais. Havia proibições especialmente aos escravos, já que alguns possuíam a tecnologia da forja, conhecimento este desenvolvido na África antes do contato com o Europeu. As autoridades portuguesas temiam que os escravos fundissem armas e se levantassem contra a escravidão – essa proibição veio a ofuscar a tradição de fundição no Brasil, que teve o pioneirismo isolado do escultor negro Mestre Valentim, entre outros trabalhos, com seu “Narciso” e sua Ninfa “Eco”, ambas obras de bronze datadas de c. 1783.

Ainda residindo em São Paulo no final da década de 1920, Amadeu Zani instalou nos fundos de sua casa uma oficina de fundição. A partir deste momento seus filhos Curzio e Zeno passaram a integrar os esforços artísticos e empreendedores do pai. Em suas notas autobiográficas, publicadas em 1930, Zani faz um relato amargurado da grande dificuldade financeira à qual estão destinados os “verdadeiros artistas”.

De fato, a fundição artística no Brasil sempre dependeu da veleidade das pessoas de amplas posses, dos grandes mecenas da arte ou da consciência cívica e histórica de alguns poucos homens públicos que apoiavam o financiamento para construção de monumentos. Tendo a família Zani passado por enormes dificuldades e prevendo também maiores triunfos artísticos e financeiros na capital federal, eles transferiram a fundição para o Rio de Janeiro em 1934, a fim de trabalhar no monumento ao Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892). Mesmo após o falecimento de Amadeu Zani em 1944, dez anos após se instalarem na “cidade maravilhosa”, seus filhos prosseguiram os trabalhos, sedimentando a reputação que a “Zani Fundição Artística e Metalúrgica Ltda” teria para a história da fundição artística no Brasil. Hoje espalhadas Brasil afora, não só peças de cunho

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prático ou decorativo, mas obras de valor artístico inestimável foram forjadas ali: como obras de Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Bruno Giorgi (1905-1993), entre outros tantos artistas de renome ou mesmo estudantes que produziram suas primeiras obras graças ao esforço da família Zani.

Destacamos a peça “Caramuru”, executada pelos irmãos Zeno e Curzio Zani, obra localizada na cidade de Piquete/SP. Citamos ainda o famosíssimo “Monumento aos Calangos” de Bruno Giorgi, que é um marco da arte pública contemporânea brasileira, como uma das monumentais esculturas de Brasília executadas na Fundição Zani. A considerar as dificuldades enfrentadas pela família Zani no passado e compará-las com as dificuldades da manutenção da Fundição Zani nos dias atuais, lamentamos que o tratamento à arte, aos artistas e a toda possibilidade futura de continuidade da fundição artística no país depende ainda do mesmo tipo de boa vontade política do senhoril. Na atualidade, Amadeo Zani (1938), neto do grande escultor, é o herdeiro que tem tentado manter em pé, à duras penas, a antiga Fundição Zani – nascedouro inigualável de excelentes obras primas.

“Os Candangos”- Bruno Giorgi, 1968 - Coleção Leontina GiorgiFonte: http://cliomococa.blogspot.com.br/2010/10/bruno-giorgi-parte-ii.html

Obras Públicas Executadas por Amadeu Zani

Fotos da década de 1930 do Pátio do Colégio – Obra: Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo Fontes: ZANI, 1930, p. 74 e http://vovoneuza.blogspot.com.br/2009_06_01_archive.html

1901 – Homenagem ao escritor Eduardo Prado (Cemitério da Consolação/São Paulo)

1907 – Homenagem ao poeta Álvares de Azevedo (Largo São Francisco/São Paulo)

1909 – Monumento a João Otávio dos Santos (Cidade de Santos/São Paulo)

1909 – Homenagem ao médico e político republicano Cesário Motta (Praça da República/São Paulo)

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Os Zani e seus trabalhadores (o patriarca está à direita, em segundo plano, atrás de um operário)

Detalhe do monumento a Santos Dumont de Amadeu Zani. Diz-se que o próprio aviador posou de modelo para a escultura.(NETTO, 1945, p. 15)

1911/13 – Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo (Pátio do Colégio/São Paulo – 1925)

1915/16 – Monumento ao compositor Giuseppe Verdi (Vale do Anhangabaú/São Paulo – Inaugurado em

1921, em frente do Edifício do Correio e 1948 junto às escadas de acesso à Rua Libero Badaró)

Monumento a Giuseppe Verdi em duas imagens: a) edifício do Correio (ZANI, 1930, p. 87) e b) reinaugurado no Vale do Anhangabaú - São Paulo (Fonte: http://noticias.uol.com.br/album/2013/04/17/obras-de-arte-e-monumentos-degradados-em-sao-paulo.htm?app=uol-noticias&plataforma=ipad )

1915/16 – Capela funerária do conde Alexandre Siciliano (Cemitério da Consolação/ São Paulo –

inaugurada em 1927)

1915/16 – Monumento ao engenheiro e político Alfredo Maia (Praça Júlio Prestes/São Paulo – inaugurado

em 1920)

(?) – Monumento a Padre Diogo Feijó – (Largo da Liberdade/São Paulo)

1920 – Monumento às Monções (Cidade de Porto Feliz – Estado de São Paulo)

1921 – Herma do médico fundador da Escola de Medicina da USP, o Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

(Santa Casa de Misericórdia/São Paulo)

1927 (ou 1922 – ver Netto, 1945, p.15)– Monumento a Santos Dumont (inaugurado em 1942)

1930 – Homenagem ao médico e educador Caetano de Campos (Praça da República/São Paulo)

Referências 7

AYALA, W. (COORD.) Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. Brasília: Instituto Nacional do Livro,

1973. P. 530 (1980).

A. V. Salão de 1904. A Véspera. A Notícia, Rio de Janeiro, 31 ago.-1 set. 1904, p. 3.

ARAUJO, E. & LAUDANNA, M. De Valentim a Valentim – a escultura brasileira –séc. XVIII. São Paulo:

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Museu Afro Brasil, 2009.

CARBONCINI, A. A Virada do Século – a escultura em São Paulo. In: Dezenovevinte – uma virada no

século. São Paulo: Secretaria do Estado da Cultura; DEMA – Departamento de Museus e Arquivos.

PINACOTECA DO ESTADO, 1986. pp.11-15.

CREMONA, Ercole. O Salão de 1923. Illustração Brasileira, ano IV, p. 15.

DUQUE, G. Contemporâneos (pintores e esculptores). Rio de Janeiro: Typ. Benedicto de Souza, 1929. p.

113.

ESCOBAR, Miriam. Esculturas no Espaço Público em São Paulo. São Paulo: Veja Engenharia Ambiental

S/A, 1998.

NETTO, A. Garcia de Miranda. Artistas Plásticos Contemporâneos. São Paulo: Inteligência Editora,

Typografia Gutenberg, 1945.

OLIVEIRA, G.H. Fundição Artística no Brasil – Centro Cultural FIESP – São Paulo: SESI-SP Editora,

2012.

PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

RIO, João do. O Salão de 1904. Gazeta de Noticias, Rio de Janeiro, 1 set. 1904, p. 3.

SCHÜTZ, A. O Mundo Artístico do Brasil. Rio de Janeiro: Pró-Arte. p. 187, 1954.

TARASANTCHI, Ruth S. Pintores paisagistas: São Paulo, 1890 a 1920. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial, 2002. p.32.

ZANI, Amadeu. O Nosso Ambiente Artístico – ou casos que não acontecem a todos, nem todos os dias e em

qualquer lugar. [Texto autobiográfico escrito em 1927 respondendo a Renato A. Guimarães, então redator

do “Diario Popular”] São Paulo, 1930.

Páginas da Internet (acessadas em 22 de agosto de 2013)

http://www.muba.com.br/pdf/cidade-academia.pdf

http://www.revistasp.org/index.php?option=com_content&task=view&id=326&Itemid=74

http://www.monumentos.art.br

http://www.dezenovevinte.net/egba/index.php?title=Especial:P%C3%A1ginas_afluentes/Amadeu_Zani

http://www.sesisp.org.br/noticias/no-mes-de-aniversario-de-sao-paulo-principais-monumentos-da-metropole-sao-retratados-em-

mostra-na-fiesp

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/Inventario_de_Esculturas_1261586685.pdf

http://www.archipel.uqam.ca/1280/1/M10507.pdf

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http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt/default.aspx?mn=545&c=acervo&letra=A&cd=2365

http://blogs.estadao.com.br/arquivo/2012/01/

Post-scriptum

“Depois de tudo isto, ainda vou trabalhando. Sem alma, porém, machinalmente, pois que á minha alma de

artista, deram-lhe o ultimo golpe, pensando talvez que ainda não estivesse sufocada. Do movimento

artístico não me interesso. Que interesse póde ter isto para mim que passei a vida luctando para chegar e,

quando estava prestes, quando poderia produzir com consciência e segurança, com proveito meu e da arte,

fui, fria e impiedosamente, com refinado espirito malfazejo, imolado? Para ser cumplice na escolha e

preparo de outras victimas inocentes, que encontrem a mesma sore e o mesmo fim? Os mesmos ‘nobres e

generosos mecenas’ que encontrei? Oh! Não! Deixem a mocidade que nada de mal fez a ninguém, seguir

outros caminhos menos espinhosos e mais remunerativos. Não há ainda, no ambiente Paulista, logar para

viverem os artistas na devida consideração, que todos os paizes do mundo lhe consagram, e se orgulham,

remunerando-os ‘senhorilmente’ quando o merecem. (Amadeu Zani, O Nosso Ambiente Artistico, 1930,

p.14)

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