Amar Verbo

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7/26/2019 Amar Verbo http://slidepdf.com/reader/full/amar-verbo 1/25 METONÍMIAS:  jurando não falar nada à mulher, prometeu. elza vu ele a!rr a porta da pen"ão, p#am.., entrou de novo no $uartnho anda a%tado pela pre"en&a do e"tranho. lhe deu,um olhar de 'onfan&a. tudo fo "o""e%ando pou'o a pou'o. pen'a de lvro" "o!re a e"'rvannha, um  pano. o retrato de (a%ner. o retrato de !"mar'). *. +. -  NA//A0O/ 0E +E/S+E1TI2A IN1E/TA 3 ONIS1I4N1IA +/O56EMATI7A0A da prmero ou do" de "etem!ro, não lem!ro ma". por8m 8 f9'l de "a!er por 'au"a da ter&afera. *. +. /A;A< TEM+E/AMENTO, 6=>A/ES1OM=NS *O NA//A0O/: elza 'on"olava a pe'urru'ha, 'om mer%u'e empre"tada não "a!a ter me%u'e. ma" $ue"tão de temperamento $ue de ra&a, não me venham dzer $ue o" alemãe" "ão r?"pdo". tol'e@ 'onhe'. *+. /A;A *NA//A0O/ IN2ESTI>ATI2O: elza  por8m de"de o prmero n"tante "e apre"entara tão 'onhe'da, tão trlhada e de ontem@ o de"em!ara&o era premedtado não tem dBvda, ma" lhe "a?a natural e d"'reto. "to "e de"'ontara dentre a" fa'ldade" da" ra&a" "uperore"... por8m tal razão 8 a""untar apena" a epderme da eCperDn'a. ante", e"tou d"po"to a re'onhe'er nela e""a fa'uldade pr9t'a de adapta&ão do" alemãe" em terra e"tranha. * A 0ISSI+;FO 0O MISTG/IO *ATENTESE HS IMA>ENS 6O/AIS E MOS1A A7=6: JfrKulenJ era pra" pe$uena" a defn&ão da$uela mo&a... antp9t'aL não. nem antp9t'a nem "mp9t'a: elemento. me'an"mo novo da 'a"a. mal ma%nam por en$uanto $ue "er9 o pontero do rel%o famlar. frKulen... nome e"$u"to@ nun'a v@ $ue !onta" a""om!ra&e" hava de %erar na ma%na&ão da" 'ran&a"@ era " deCar ele de"'an"ar um pou'o na ramara !aralhada, me"mo nda 'om pou'a" folha", da" a""o'a&e" nfant", $ue nem "emente $ue dorme o" prmero" tempo" e e"pera. então e"p%ara em !roto" fant9"t'o", florada" maravlho"a" 'omo nun'a nn%u8m vu.  por8m a" 'ran&a" nada ma" enCer%aram entre a" a"a" da$uela mo"'a azul... elza lhe" fzera repetr muta" veze", veze" por dema" a palavra@ metod'amente a d""e'ara. JfrKulenJ "%nf'ava " "to e não outra 'o"a. e ela" perderam todo %o"to 'om a repet&ão. a mo"'a "u'um!ra, rota, nojenta, vl. e !a&a.

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METONÍMIAS:

 jurando não falar nada à mulher, prometeu.elza vu ele a!rr a porta da pen"ão, p#am.., entrou de novo no $uartnhoanda a%tado pela pre"en&a do e"tranho. lhe deu,um olhar de 'onfan&a. tudo

fo "o""e%ando pou'o a pou'o. pen'a de lvro" "o!re a e"'rvannha, um pano. o retrato de (a%ner. o retrato de !"mar').*. +. -

 NA//A0O/ 0E +E/S+E1TI2A IN1E/TA 3 ONIS1I4N1IA +/O56EMATI7A0A

da prmero ou do" de "etem!ro, não lem!ro ma". por8m 8 f9'l de"a!er por 'au"a da ter&afera.*. +.

/A;A< TEM+E/AMENTO, 6=>A/ES1OM=NS *O NA//A0O/:

elza 'on"olava a pe'urru'ha, 'om mer%u'e empre"tada não "a!a ter me%u'e. ma" $ue"tão de temperamento $ue de ra&a, não me venham dzer $ue o" alemãe" "ão r?"pdo". tol'e@ 'onhe'.

*+.

/A;A *NA//A0O/ IN2ESTI>ATI2O:elza

 por8m de"de o prmero n"tante "e apre"entara tão 'onhe'da, tão trlhada ede ontem@ o de"em!ara&o era premedtado não tem dBvda, ma" lhe "a?anatural e d"'reto. "to "e de"'ontara dentre a" fa'ldade" da" ra&a""uperore"... por8m tal razão 8 a""untar apena" a epderme da eCperDn'a.ante", e"tou d"po"to a re'onhe'er nela e""a fa'uldade pr9t'a de adapta&ãodo" alemãe" em terra e"tranha.*

A 0ISSI+;FO 0O MISTG/IO *ATENTESE HS IMA>ENS 6O/AIS E MOS1AA7=6:

JfrKulenJ era pra" pe$uena" a defn&ão da$uela mo&a... antp9t'aL não.

nem antp9t'a nem "mp9t'a: elemento. me'an"mo novo da 'a"a. malma%nam por en$uanto $ue "er9 o pontero do rel%o famlar.frKulen... nome e"$u"to@ nun'a v@ $ue !onta" a""om!ra&e" hava de%erar na ma%na&ão da" 'ran&a"@ era " deCar ele de"'an"ar um pou'o naramara !aralhada, me"mo nda 'om pou'a" folha", da" a""o'a&e" nfant",$ue nem "emente $ue dorme o" prmero" tempo" e e"pera. então e"p%araem !roto" fant9"t'o", florada" maravlho"a" 'omo nun'a nn%u8m vu.

 por8m a" 'ran&a" nada ma" enCer%aram entre a" a"a" da$uela mo"'a azul...elza lhe" fzera repetr muta" veze", veze" por dema" a palavra@metod'amente a d""e'ara. JfrKulenJ "%nf'ava " "to e não outra 'o"a. eela" perderam todo %o"to 'om a repet&ão. a mo"'a "u'um!ra, rota, nojenta,

vl. e !a&a.

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*+.

IM 0O MISTG/IO +E/O/MAN1E:

tal$ual o "u!"tantvo, elza "e mo"trara no "eu eu v"?vel e po""?vel. no

"eu eu pa""?vel de entendmento nfantl. $ue nfantl@ humano unver"aldevo e"'rever. malvada@ 'er'eara o" %alope" da 'ra&ão ma%natva,lumnara de "ol 'ru a" "om!ra" do m"t8ro. $uedD o" elfo" da flore"tane%raL a" ondna" "onoro"a" do vater rhenL a %ente per'e!a muto !em a"'orda" $ue elevavam a prota%on"ta no ar. o pB!l'o não aplaudu.a" 'ran&a" lhe 'hamaram "empre frKulen... frKulen $uera dzer mo&aL$ual mo&a nem vr%em@ frKulen era elza. elza era a %overnanta profe""ora.*. +. P

5ONITA /E6EQFO SO5/E A 6IN>=A>EM:

ma" não tem dBvda: "to da vda 'ontnuar %ualznha, em!ora nova edver"a, 8 um mal. mal de alemãe". o alemão não tem e"'apada" nemmprev"to". a "urpre"a, o n8dto da vda 8 pra ele uma 'ontnudade a'ontnuar. dante da natureza não 8 a""m. dante da vda 8 a""m. de'"ão.vajaremo" hoje. o latno falar9: vajaremo" hoje@ o alemão fala: vajaremo"hoje. ponto fnal. ponto"deeC'lama&ão... G pre'"o eC'lamar pra $ue arealdade não 'an"e...

*+. P

/A;A: +AI 0ES1EN0ENTE 0E +O/T=>=4S E A MFE MESTI;A*0E O/I>EM NE>/A RON0=6A;FO S=S+EITA 0OS 1A5E6OS

"ou"a 'o"ta u"ava !%ode" onde a !rlhantna nd"'reta "uava ne%rore"n?tdo". al9" todo ele era um 'ut8 de !rlhantna" "m!l'a", uma %raCamnada "en"tva e 'udado"o de "ua pe""oa. não e"$ue'a nun'a o 'hero nolen&o. vnha de portu%ue"e". perfetamente. e de 'ame" herdara "er femeero rredut?vel.em tempo" de 'alorão "ur%am no" 'a!elo" ne%ro" de dona laura uma<ondula&e" "u"peta". u"ava penteadore" e ve"tdo" de "eda muto lar%o"apena" um %e"to e a$uele" pano" e renda" e vdrlho" de"pen'avam pra uma

 !anda afl%ndo a %ente. mea mala'a!ada. era maor $ue o mardo, era. lhe permtra aumentar a" fa!r'a" de te'do" no !r9" e "e ded'ar por de"fa"to à'ra&ão do %ado 'ara'u.

*+. P

META6IN>=A>EM 0E SA5O/ MA1UA0IANO:

não vejo razão pra me 'hamarem vado"o "e ma%no $ue o meu lvrotem ne"te momento 'n$Venta letore". 'om%o W. nn%u8m duvde: e""e um$ue lD 'om ma" 'ompreen"ão e entu"a"mo um e"'rto 8 autor dele. $uem

'ra, vD "empre uma lnda na 'ratura, em!ora a" ?nda" "ejam pan&uda" eramelenta". volto a afrmar $ue o meu lvro tem X letore". 'om%o W. não 8

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muto não. 'n$Venta eCemplare" d"tr!u? 'om ded'atra" %entl?""ma".ora dentre 'n$Venta pre"enteado", não tem eCa%ero al%um "upor $ue aomeno" hão de ler o lvro. 'n'o letore". tenho, "alvo om""ão, nm%o".e""e" lerão meu lvro, juro. e a lota&ão do !onde "e 'ompleta. po" to$uemo"

 para avenda h%enpol"@

*+. Y

5ETSA5Z /EM5/AN0T G E67A:

"e não fo""e a luz eC'e""va, dr?amo" a !et"a!D, de rem!randt. não a do !anho $ue traz !ra'elete e 'olar, a outra, a da tolette, ma" ma%rnha, tra&o"ma" re%ulare".não 8 'l9""'o nem perfeto o 'orpo da mnha frKulen. pou'o maor $uea m8da do" 'orpo" de mulher. e 'heo na" "ua" parte". ""o o torna pe"ado e

 !a"tante "en"ual. lon%e por8m da$uele pe"o dvno do" nu" rena"'ente"

talano" ou da$uela "en"ualdade da" f%ura" de "'opa" e leu'po. ""o:rem!randt $ua"e 'rana'h. nenhuma e"prtualdade. ndferente !ur%ue"'e.

*+. X

AT/A;FO

 [ frKulen, "eu %rampo 'a.o %e"to dela fo natural por$ue o de"peto "e d"far&ou. por8m frKulen "efe'ha duma vez. $unze da" j9 e nem mo"tra" do ma" leve ntere""e, arre@"er9 $ue não 'on"e%ue nada@... ""o lhe pare'e mpo""?vel, e"tavatra!alhando !em... $ue nem da" outra" veze". at8 melhor, por$ue o mennolhe ntere""ava, era muto... muto... "mpataL a no'Dn'a verdaderamentee"portvaL talvez a n%enudade... a "erena for&a... und "o enfa'hW, nemvadade" nem 'ompl'a&e"... atraente. frKulen prn'para 'om ma"entu"a"mo $ue da" outra" veze". e nada. veremo", %anhava pra ""o e

 pa'Dn'a não falta a alemão. a%ora por8m e"t9 fe'hada por de"peto, dentrodela não penetra ma" nn%u8m.W. e tão "mple".rKulen

*. + X

2I0A INTE6E1T=A6 EQÍ>=A 0E 0ONA 6A=/A

dona laura f'ava al, mazonza, numa $ue!rera %o"to"a, $ua"e detada na poltrona de vme, !alan'eando man"o uma perna "o!re a outra. ""o $uandonão tnham fr"a, "e%unda" e $unta" no 'ne repB!l'a. folheava o jornal. o"olho" dela, de"'endo pela 'oluna termom8tr'a do" fale'mento" e natal?'o",vnham de"'an"ar no 'lma temperado do folhetm. H" veze" ela a'ordavaum roman'e da !!lote'a morta, ma" o" lvro" tDm tanta" p9%na"... folhetm

a %ente a'a!a "em "entr, nem 'an"a a v"ta. 'omo frKulen lD@... a" 'ran&a"foram dormr. vda p9ra. o" e"tralo" e"pa&ado" do" vme" a""om!ram o

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o apelo da natureza na poesia dosminnesänger..

 IDÍLIO "e%freddll e %]tterdãmmerun%."e%freddllL "e%freddll.

 !.""

 DI#$%&'()I*+ (*%%*DO% $ !$%+O(*&$

G 'o"a $ue "e en"ne o amorL 'reo $ue não. ela 'rD $ue "m. por ""onão fo no jardm, deve "e %uardar. $uer mo"trar $ue o dever "upera o"

 prazere" da 'arne, "upera. 'arlo" de"folha uma ro"a. "o! a" %l'?na" da p8r%ola !ra'eja de tal jeto $ue o 'hão todo "e pontlha de ll9.

*+. P

2E/SFO

O MOMENTO 0O AMO/ 3 4QTASE S=56IMA;FO *AS SENSA;^ES 0E1A/6OS

"orr !o!o no ar. pra não e"tar ma" a""m e"fre%ando lentamente, fortemente, a" palma" da" mão", uma na outra, aperta o" !ra&o" entre a" perna" en'olhda",mu"'ulo"a". não pode ma", faltoulhe o ar. todo o 'orpo "e rete"ou numaeCplo"ão e pen"ou $ue morra. pra "e "alvar murmura:

 [ frKulen@ 5aCam r9pdo" do Emp?reo o" anjo" do Senhor, a"a", muta" a"a". Tatalam produzndo !r"a fra $ue refr%era a" 'arne" eCa"perada" do menno. A" ma""a%en" da" mão"an%8l'a" pou'o a pou'o lhe relaCam o" mB"'ulo" e"petado", 1arlo" "e lar%a todo em

 !eata pro"tra&ão. O" anjo" ro&am pela epderme dele e"ponja" 'ele"ta". E""a" e"ponja"apa%am tudo, "en"a&e" e"tranha", ardDn'a" e me"mo $ual$uer prova de delto. Naalmae no 'orpo. Ele não faz por mal@ "ão 'o"a" $ue a'onte'em. +or8m, ape"ar de "oznho,

1arlo" en'affou.*..."ão rafael no" '8u" e"'reve:n_ Y.`PP.-.Y.XP:'arlo" al!erto "ou"a 'o"ta.na'onaldade: brasileiro.e"tado "o'al: solteiro.dade: -uinze /"0 anos.

 prof""ão: um tracin1o0.nten&e": *um tracin1o0.o!"erva&e" eCtraordn9ra": um tracin1o0.

Jre%"tro do amor "n'eroJ.*+. XW

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EQ+/ESSIONISMO:outro da frKulen voltou duma de""a" reune" na 'a"a da am%a, 'omum ma&o de rev"ta" e al%un" lvro". um m8d'o re'8m'he%ado da alemanha'onv'to de eCpre""on"mo, lhe empre"tara uma 'ole&ão de der sturm e o!ra

de "'h)ele, franz (erfel e 'a"mro ed"'hmd.

*+. W

AS IM+/ESS^ES 0E E67A SO5/E O IM+/ESSIONISMO:frKulen $ua"e nada "a!a do eCpre""on"mo nem de modern"ta". l<%oethe, "empre "'hller e o" poema" de (a%ner. prn'palmente. la tam!8m

 !a"tante "ha)e"peare traduzdo. hene. por8m hene 'a&oara da alemanha, lhede"a%radava $ue nem "'hopenhauer, " a" 'an&e". prefera netz"'he ma"um pou$unho ", era malu'o, dzam. em todo 'a"o frKulen a'redtava emnetz"'he. do" fran'e"e", admta ra'ne e roman rolland. ldo" no or%nal

"e%uu p9%na por p9%na lvro" e rev"ta" %norado". 'ompreendeu ea'etou o eCpre""on"mo, $ue nem alemão med?o're a'eta prmero edepo" 'ompreende. o $ue eC"te deve "er tomado a "8ro. por$ue eC"te.a$uela pro'""ão de ma%en" afa"tad?""ma", e 'ont?nuo adejar por altura"flo"f'a" metaf?"'a", a$uela eterna %randlo$VDn'a "entmental... e a"?nte"e, a palavra "olta de"vrtuando o arra"tar natural da ln%ua%em... derepente a man'ha real"ta, ver um !om!o pam@ de 'hofre... eram a""m. leutudo. e voltou ao "eu %oethe e "empre "'hller."e lhe de""em nova 'ole&ão de al%um men"9ro novador, ma" lvro",lera tudo p9%na por p9%na. a'etara tudo. 'ompreendera tudoL a'etaratudo. para voltar de novo a %oethe. e "empre "'hller.

*+. -

INTE/ESSES 0E MZ/IO: A MSI1A. [ vo'D 8 mpo""?vel, 'arlo".a pro pano. folheava o" 'aderno" "onoro". ata'ava, "uponhamo", a op.`W ou o" ep"oden, de maC re%er. to'ava apl'adamente, não errava nota. nãomudava uma " nd'a&ão dn#m'a. por8m faza melhor o dmnuendo $ue o're"'endo...*+.

SE/IA =M /OMAN1E 1OM INSIN=A;^ES 0E /E6EQ^ES ESTGTI1ASL*I1;FO b=E ENEIQA TESES A/TÍSTI1ASL 1OMO /ET/ATO 0E 0O/IAN>/EcL

MOMENTO S=56IME: S1UO+ENUA=E/:'arlo" muto atento, de!ru&ado "o!re o pano. na verdade ele nãoe"'utava nada, todo olho" para a pan"ta, e"perando o a'eno dela pra vrar a

 p9%na. pou'o a pou'o [ não ouva ma" a mB"'a penetrava nele [ pou'o a pou'o "enta paze" m!er!e". o" an"eo" ad$uram per"pe'tva". na"'ame"pa&o, d"t#n'a", plano", 'alma"... pla'dez.

*+.

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*... [ 'onto pra mamãe, !ruto@... v9 !ulr 'om frKulen@ele apena" "orr, na ndferen&a. não $uer a%r, não "ente o %o"to de vver.fo""e noutro momento, mara lu?"a não "a?a dal "em 'horar. por8m 'arlo"

a%ora 'omo $ue apena" "e deCa eC"tr. eC"tr9La$ulo dura tempo, !a"tante tempo.h9 todo um e"tudo 'omparatvo a fazer entre a naftalna maC re%er e o"

 !rometo" SE0ATI2O em %eral.O A/0IM, /EIN1I04N1IA 0O MOTI2O 0O A/0IM, MSI1A, ATMOSE/A0E I0Í6IO*+.

5ONITO: O 2O1ATI2O E O AMO/ 1I/1=NSTgN1IA 0A 6EIT=/A 0O+OEMA 0E UEINE:

ela repeta "empre J'arlo"J, era a "en"ualdade dela. talvez de todo"... "evo'D ama, ou por outra "e j9 de"eja no amor, pronun'e !aCnho o nomede"ejado. veja 'omo ele "e moja em forma" tran"m""ora" do en'o"to $ueenlan%ue"'e. e""e ou e""a $ue vo'D ama, "e torna a""m maor, ma"

 podero"o. e "e apodera de vo'D. homen", mulhere", forte", fra'o"... "eapodera.e pronun'ado, a""m 'omo ela faz, em frente do outro, "a e "e en'o"tano dono, 8 !ejo. por ""o ela repete "empre, 'omo dej9hoje, nutlmente:[ entendeu,'arlo"L*+.

/E2E6A;FO 0A =N;FO 0E E67A, 1ONT/ASTE >E/MgNI1O 6ATINO,/EE/4N1IA AO EQ+/ESSIONISMO:

 [ j9 vejo $ue o "enhor "eu mardo não lhe d""e o $ue vm fazer a$u.dona laura teve uma tontona, e"'an'arou olho" parado":

 [ não@ [ G lament9vel, mnha "enhora, o pro'edmento do "enhor "eu mardo,evtara e"ta eCpl'a&ão de"a%rad9vel. pra mm. 'reo $ue pra "enhoratam!8m. ma" 8 melhor 'hamar o "eu mardo. ou $uer $ue de"&amo" pro holLforam en'ontrar "ou"a 'o"ta na !!lote'a. ele trou o" olho" da 'arta,

er%ueu a 'aneta, vendo ela" entrarem. [ o "enhor me prometeu 'ontar a "ua e"po"a a razão da mnha pre"en&aa$u. lamento profundamente $ue o não tenha feto, "enhor "ou"a 'o"ta."ou"a 'o"ta en'affou, de"a'o'hado por "e ver 'olhdo em falta. r"'ouuma de"'ulpa "em ntel%Dn'a:

 [ $uera de"'ulpar, frKulen. vvo tão atr!ulado 'om o" meu" ne%'o"@dema": ""o 8 uma 'o"a de tão pou'a mport#n'a@... laura, frKulen tem omeu 'on"entmento. vo'D "a!e: hoje e""e" mo'nho"... 8 tão per%o"o@ podem'ar na" mão" de al%uma eCploradora@ a 'dade... 8 uma nva"ão deaventurera" a%ora@ 'omo nun'a teve@. 'omo nun'a teve, laura... depo" ""ode prn'par... 8 tão per%o"o@ vo'D 'ompreende: uma pe""oa e"pe'al evta

muta" 'o"a". e v'ada"@ não 8 " !e!da não@ hoje não tem mulherdavda$ue não "eja etermana, u"am morfna... e o" mo&o" mtam@ depo" a"

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doen&a"@... vo'D vve na "ua 'a"a, não "a!e... 8 um horror@ em pou'o tempo'arlo" e"tava "fl?t'o e outra" 'o"a" horr?ve", um perddo@ G o $ue eu ted%o, laura, um perddo@ vo'D 'ompreende... meu dever 8 "alvar o no""oflho... por ""o@ frKulen prepara o rapaz. e evtamo" $uem "a!eL at8 umde"a"tre@... um de"a"tre@

repeta o Jde"a"treJ "at"feto por ter 'he%ado ao fm da eCpl'a&ão. pa""eava de 'anto a 'anto. a""m "e fn%em a" 'lera", e o" ma'ho" "empem, en%anando a prpra ver%onha. dona laura "entara numa poltrona,maravlhada. 'ompreenda@ por8m não juro $ue 'ompreende""e tudo não.al9" ""o nem 'onvnha pra $ue pude""e 'eder lo%o. frKulen 8 $ue e"tavand%nada. $ue da!o@ ato" da vda não 8 arte eCpre""on"ta, $ue pode "er ne!ulo"a ou "nt8t'a. não per'e!era !em a 'lardade latna da$uelaeCpl'a&ão. o m8todo %erman'amente dela e dd9t'a ha!ldade no a%r, nãoadmtam tal fumarada de palavra" de"'oneCa". a$uela" fra"e" "em d'on9ronem %ram9t'a rrtaramna nda ma". $uera, eC%a "ujeto ver!o e'omplemento. " uma 'o"a jul%ara per'e!er na$uele n%ranz8u, e,

en%ra&ado@ ju"tamente o $ue "ou"a 'o"ta pen"ava, ma" não tvera a nten&ãode falar: pa%avam " pra $ue ela "e "ujeta""e à" prmera" fome" amoro"a"do rapaz.*p.P`

EQ+6I1A;FO 0E S=A +/OISSFO 3 /=6EIN, +/OESSO/A 0E AMO/:tam!8m não "ou... não "ou nenhuma perdda.lhe n'havam o" olho" dua" l9%rma" de verdade. não rolavam anda e j9lhe molhavam a fala:

 [... e o amor não 8 " o $ue o "enhor "ou"a 'o"ta pen"a. vm en"nar oamor 'omo deve "er. ""o 8 $ue eu pretendo, pretendia en"nar pra 'arlo". oamor "n'ero, elevado, 'heo de "en"o pr9t'o, "em lou'ura". hoje, mnha"enhora, ""o e"t9 "e tornando uma ne'e""dade de"de $ue a flo"ofa nvaduo terreno do amor@ tudo o $ue h9 de pe""m"mo pela "o'edade de a%ora@e"tão "e anmalzando 'ada vez ma". pela nfluDn'a à" veze" at8 ndreta de"'hopenhauer, de netz"'he... em!ora "ejam alemãe". amor puro, "n'ero,unão ntel%ente de dua" pe""oa", 'ompreen"ão mBtua. e um futuro de paz'on"e%udo pela 'ora%em de a'etar o pre"ente.

 *+. `

SO=SA 1OSTA +AI, NA S=A I>NO/gN1IA, 0E2E TE/ TOMA0O A 1OISA 0E6I;FO 0E AMO/ 1OMO E=EMISMO +A/A +/OSTIT=I;FO

O NA//A0O/ TESTEM=NUA A 1/IA;FO 0A +E/SONA>EM 6EM5/A16A/I1E EM A UO/A 0A EST/E6A

 prmero: $ue mentra, meu deu"@ dzerem frKulen, per"ona%emnventado por mm e por mm 'on"tru?do@ não 'on"tru? 'o"a nenhuma. umda elza me apare'eu, era uma $uartafera, "em $ue eu a pro'ura""e. nem

nvo'a""e, po" "ou n'r8u de me"a" volante" e de m8dun" d'aze". a$uela"não valem um tan%ar9. $uanto a m8dun" d'aze" adjetvo !onto@ [ 8

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"a!do $ue e"'revem "oneto" de !la' ma" pore" $ue um d?"t'o dever"ejadore" de ter'era plana. ora "e o" vate" de "e%undo %rau j9 "ão 'a'ete","e ma%ne o $ue não en%endra a fa'Bnda "on#m!ula do" m8dun" e do"e"prt"ta" em %eral@ d'aze".*...

/E6EQFO SO5/E +/O1ESSO 1/IATI2O, 2E/OSSIMI6UAN;A EIN1OE/4N1IA U=MANA

" $uera "a!er ne"te mundo m"turado $uem 'on'orda 'on"%o me"mo@"omo" m"tura" n'ompleta", a""u"tadora" n'oerDn'a", metade", trD"$uarto"e $uando muto noved8'mo". at8 afrmo não eC"tr uma " pe""oa

 perfeta, de "ão paulo a "ão paulo, a %ente fazendo toda a volta de"te %lo!o,'om eCpre""va ju"teza adjetvadora, 'hamado de terr9$ueo.*+. YPX

/EE/4N1IA A /E=0

'omo de""e em "e%uda pra e"'rever 'o"a" e"panto"a", o" alemãe" prn'param lhe 'hamando herr profe""or freud. po" não 8 $ue e""a'ran'nha anda veo fortf'ar ma" a" e"'rtura" de fle"", de )raffe!!n%,"o!re a no""a mperfeta !zarra@ afrmou $ue uma 'erta por&ão dehermafrodt"mo anatm'o 8 anda normal na %ente@ n'r?vel@ n'r?vel ede"a%rad9vel.

+. PX

O AN0/i>INO +/IMO/0IA6< O AMO/:

 padre pernett: Jle" femme" "ont plu" de ptute et le" homme" plu" de !le...'ertan" phlo"ophe" ne 'randraent pa" dkafrmer $ue le" femme" ne "ontfemme" $ue par un d8faut de 'haleurJ. e "e $u"erem 'o"a anda ma" %rata,8 lem!rar a f9!ula d"'reta 'ontada por platão no ban-uete... por8m o $uemporta "ão a" afrmatva" da$uele" alemãe" "apent?""mo", a$u evo'ado"

 para valdar a mnha a""er&ão e lhe dar 'arran'a 'ent?f'oeCpermental: nFo eC"tema" uma n'a pe""oa ntera ne"te mundo e nada ma""omo" $ue d"'irda e 'ompl'a;Fo.

+. PX+O6OS O+OSTOS 0IANTE 0A /EA;FO 0E E6IS5E/TO SO=SA 1OSTA E 0.6A=/A HS +A6A2/AS 0E /=6EIN:

eu "empre verf$ue $ue n" todo", o" do eC'elente mundo e o" daf'&ão $uando eC'elente, temo" o" no""o" %e"to" e d8a" %ena"... po"tomemo" e""a fra"e de frKulen por uma d8a %enal $ue ela teve. e tantoa""m $ue produzu uma "urpre"a no" letore" e outra em "ou"a 'o"ta e donalaura. de tal for&a $ue o" a!ateu. e"tão, faz $ua"e um mnuto, mudo" e

 parado". "ou"a 'o"ta olha o 'hão. dona laura olha o teto. ah@ 'ratura",

'ratura" de deu", $uão d?"pare" "o"@ a" laura" olharão "empre o '8u. o"fel"!erto" "empre o 'hão. alma femnna a"'en"onal... e o ma'ho ape%ado

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à" mund?'e" terrena". ponhamo" mund?'e" terr9$uea".

+. PW

 NA//A0O/ 5IS5I6UOTEI/O

dua" hora" da manhã. vejo e"ta 'ena.*+. P

0ES0O5/AMENTOS 0A +E/SONA6I0A0E: E67A E /=6EIN:

e"tava muto pou'o frKulen no momento. por$ue frKulen, a elza $ue prn'pou e"te d?lo era uma mulher feta $ue não e"tava d"po"ta a "ofrer. ea frKulen de"te mnuto 8 uma mulher de"feta, uma frKulen $ue "ofre.frKulen "ofre. e por$ue "ofre, e"t9 al8m de frKulen, al8m de alemã: 8 um

 pe$uenno "er humano.*+. P

=NUEIM6I1UEL

"to 8, prelBdo" de d8a". uma"doloro"a", outra" dolente", outra" ma'a!ra". at8L at8 ma'a!ra", zum hen)er@Wum 'ha'oalhar de o""o" mal pre"o", anun'a $ue por detr9" a morte pa""a'al&uda e ma"'ulna pr" $ue pen"am em alemão, der tod...

W. e$uvalente a J'o" da!o"@J, Jpr" demno"@J*+. PP

SENTIMENTO 0E EQÍ6IO:

e deva "e 'alar. "e a'a"o "e propunha a al%um 'hefe de fam?la a re'u"avnha lo%o... r?"pda. falta de entendmento e de pr9t'a... de"te povo ntero.e era "empre a$ulo: no outro da a dona da 'a"a vnha muto "9Cea e..., ma"me"mo po""?vel $ue uma pe""oa olhe pr" outro" de 'ma, altvamenteL...

" por$ue tnha dnheroL... lhe entre%ava o envelope 'om a men"aldade*+. P

MOMENTO 0O +/IMEI/O 5EIO3 l&ão 'om a palavra SEUNS=1UT:Saudade.voltaram pras cadeiras. muito unidos agora. de propósito. sabiam que

estavam unidos de propósito. amantes e confessados. sehnsucht tinhaagá.(p. 80)

IROI! " #I#$IO%&'! & $IRO* +O $IO*, & ! R&-&R'I! ! /!$O &IR12I!

das lombadas de couro3 os grandes amorosos espiavam3 dante3 cam4es3dirceu. n5o digo que pro momento f6lmico do caso3 estes se7am livroseemplares3 por9m asseguro que eram eemplares virgens. nem cortados

alguns.n5o adiantavam nada3 pois.

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: olha3 magalh5es3 ve7a se me arran7a uns desses pra minha biblioteca.por isso 9 que possu6a aquele cam4es t5o grande3 aquela vita nuova empergaminho3 um barlaeus e um rugendas bom pra distrair as crian;as3 diadechuva.ahn... ia me esquecendo de avisar que este id6lio 9 imitado do franc<s de

bernardin de saint=pierre. do franc<s. de bernardin de saint=pierre.(/. 80)

A E6I1I0A0E 0O AMO/ 3 A S=S+ENSFO 0O TEM+O, 0A 2I0A:

etasiar=se a63 e sentir que ela3 apesar de superlativa3 inda cresce3 e repararque inda pode crescer mais... isso 9 viver> a felicidade 9 t5o oposta ? vidaque3 estando nela3 a gente esquece que vive. depois quando acaba3 durepouco3 dure muito3 @ca apenas aquela impress5o do segundo. nem isso3

impress5o de hiato3 de defeito de sintae logo corrigido3 vertigem em queningu9m dá tento de si. e @ca mais essa id9ia que retomasse de novo avida3que das portas do para6so terrestre em diante 9 sofrer e impedimento só.

estou convencido, carlos n5o viveu esses tr<s dias.(/. 8A)

+. ̀ 3 A6ASE 0E 5OI +A/A A5O/0A/ A /A;A 0E 1A/6OS 3 SE= +AI1/IA 5OIS, 1=/IOSAMENTE. SINTONIA 0O EN/E0O, EQ+6O/A;FO 0E1AM+OS SEMgNTI1OS AINS.

+. ` 3 O 1/IA0O A+ON4S E /=6EIN 3ENT/EME77O +A/A 1ONE/I/ +/I2A1I0A0E A /=6EIN E 1A/6OS

a posi;5o incBmoda acordou carlos. espregui;ou3 empurrando com asm5os a dor do corpo3 sentado por que> ahC lembran;a viva enota qualquersono. hora e meiaC dese7o furioso subiu. sem reDe5o3 sem vergonha hfraqueEa3 corre pra porta de frFulein. fechadaC bate. bate forte com risco deacordar os outros3 bate at9 a porta se abrir3 entra... aqui devem se trocarnaturalmente umas primeiras frases de eplica;5o: se ele der espa;o para tanto entre os doisC : por9m obede;o a váriasraE4es que obrigam=me a n5o contar a cena do quarto. mas como nos seráimposs6vel dormir3 ao leitor e a mim3 ambos naquela torcida pelo triunfo decarlos3 vamos gastar este resto de noite resolvendo uma quest5o pan;uda,quais eram de fato as rela;4es entre frFulein e o criado 7apon<s> inimigos>quem me falou que ele se entendem>...

aqui (/. 8G)

/EE/4N1IAS A >/A2=/ISTAS +A/A 0ETE/MINA/ OS 1ONT/ASTESENT/E /=6EIN E TANAA:

batia sobre eles o luar3 e os santos óleos da lua como que lhes redimiamas maldades pequeninas. se olhavam comovidos. o tigre alem5o3 longo3desgracioso3 espiritual3 ver um schongauer. o tigre 7apon<s3 chato3

contorcido3 ver um chuntai./. 8H

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(/!R&I ! /1I! 8J)/!**!1&K *!#ORO*! L& %R!%! ! I*%M'I! &%R& R&!$I!& &!R%I-2'IO $I%&RRIO,

a aurora entrecortada lan;a um primeiro suspiro nos c9us noct6vagos.dois ou tr<s galos madrugas3 galos em higienópolis n5o tem3 uns galosmadrugas... 9 uma pena estes verdes amáveis do brasil n5o ocultaremrouinol nem cotovia3 aliás estamos na cidade e creio nem na umidade deNhite=chapel a cotovia librará o vBo pesado dela3 (será pesado o vBo dacotovia>) nem sobre a cspide da cleopatraPs needle o rouinol cantará3por9m estou me enganando3 pois romeu e julieta passa=se na itália3 nemshaQespeare 9 londrino... resumindo, vários galos madrugas3 amidam nopacaembu. pois agora que bateram as tr<s e trinta3 o leitor pode retomar o

caso e espiar o corredor. o id6lio continua.(/. 8J)

O ROK!'& %&*%&K! O *& /RO'&**O & 'O*%RS+O &K K

KOIK&%O & 'O&*!S+O O I2$IO & I1R&**T&* O!RR!OR. &K RIO* KOK&%O* O !RR!OR '!K! ! !%&S+O U'O%I2!& O I2$IO.

!$VK &**! '!R!'%&R2*%I'! ! OW&RI*KO ! O#R! " O !RR!OR&*/IO! ! '!*!3 &!**! ! I%IKI!&.

/$! !R%I'$!S+O O !RR!OR, &KIR1OX 'RI!OR& OW&R

OW&RI*KO, '!R$O* O #!OX

id9iaC interrompeu a luE. mas havia de tirar a limpo aquilo. pegou no sono.carlos se levantou tarde. desapontado> V certo que3 descendo pro caf93deu gra;as a deus de n5o encontrar frFulein3 bebeu3 subiu escorra;adopelossustos. tomou o banho frio quotidiano3 e cantava3 distendendo os msculosmorenos diante do espelho3 nu. coroava os olhos dele essa quebra depálpebras3 voc<s sabem... como brilham as pupilasC V sono. mas em volta

delas3 sombria3 negre7ante3 a alian;a matrimonial. de saturno.

(/. 8J)

IK/R&**T&* !/O%&Y%I'!*,: dona frFulein manda diEer pra senhor que 9 hora de li;5o.nuncaC n5o possoC como seráC... andou. se riu de aDito3 abrindo a porta.fataliEado. caminhar pro supl6cio. mais hesita;4es que degraus. ela nocentro

do hol. a casa desabou.pra frFulein tamb9m. : ora essaC : n5o me amolem com histórias deconcordZncia psicológica. voc<s se esquecem do deus encarcerado> a casadesabou pra ela tamb9m. só que pBde disfar;ar,

: voc< se esqueceu da li;5o... carlos>(/. J0)

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! $IS+O O 'I[K&* ! K$&R, -R\$&I /&R1%! *O#R& !*O%R!* &]/&RI'I!* *&]!I* & '!R$O*,

que diaboC n5o acha muito cedo pra ensinar o cime da mulher3 frFulein>por9m a professora n5o se vence mais. curiosidade> antes aDi;5o. por issoela se fala, chegou o momento de ensinar o cime da mulher. e porque

chegou3 lhe sobra ocasi5o pra se certi@car de. arranca desabrida,(...)

frFulein3 em veE deensinar3 insiste. faE perguntas3 @ngindo um cime aliás muito verdadeiro.

carlos3 refugando sempre3 eno7ado3 desembucha tudo a@nal.(...)

o fato de carlos n5o lhe ter dado a inoc<ncia3 preocupava=a.se7amos sinceros, aquilo machucou=lhe o orgulho pro@ssional.

(/. JA=J^)

KI*%VRIO* ! !$K! !$VK ! KIR!! O I*'R*O IIR&%O=$IR&,e porque chorouC ningu9m o saberá 7amais3 chorou sinceramente. aproveitou as lágrimas pra continuar ali;5o.(/. J^)

1A/6OS 1O6O1A EM QEb=E AS 6I;^ES 0E /=6EIN +O/ Z TE/ AEQ+E/I4N1IA SEQ=A6 +A/A A b=A6 E6A +/ETEN0IA +/E+A/Z6O.

pra isso tamb9m inconscientemente frFulein dirigia os alunos. sem inve7aacreditava que os 7á ensinados reproduEiam3 breve reproduEiriam a visagemgostosa. agora dirigia carlos para o mesmo @m. por9m que uma outrativessemovido o menino a primeira veE... lhe desagradava. conservaria semprepelos anos a sensa;5o logo vencida mas imortal de que tinham lhe passadoa

perna.

(/. J_)

/EE/4N1IA A UANS SA1US, +OETA A6EMFO 0O SG1=6O Q2I, AMI>O

0E 0/E/, A=TO/ 0E +OEMAS b=E SE 1ON2E/TE/AM EM UINOS/E6I>IOSOS *+. Y-: G INSIN=A0O b=E /=6EIN G S=A 0IS1Í+=6A,M=ITO +/O2A2E6MENTE 0O b=E TAN>E AO AMO/.

1OIN1I04N1IA< /=6EIN NO ANTA/ 3 EQ5O;A NFO SA5E/ OSENTI0O 0A +A6A2/A >EUEIMNIS *SE>/E0O, =STO 0E+OIS 0E E6AE 1A/6OS TE/EM TI0O S=AS /E6A;^ES SEQ=AIS.

(/. JH)

!%KO*-&R! -$OR!$,

ia me esquecendo... a m5o de carlos ro;a pelas faEendas de frFulein3al9m. pois o passeio foi lindo3 apesar da friagem. o chacreiro gostava de

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rosas. tanta Dor 7áC o buqu< oferecido ? patroa 9 sensacional.(/. JH)

````*1&RIR3 *& +O O&R3 ! $&I%R! O !R% O&!3 K& /!R&'&!LI K RO'O'Y #R1*... -$OR&*3 /R!&R&*... &%'.

0ESA+ONTAMENTO 0E 1A/6OS, +E6AS I/MFS TE/EM IN0O =NTO 0E/=6EIN AO 1A/AMANUFO, ON0E ES+E/A2A ESTA/ A SiS 1OM E6A: O2OO 0E A6>O INEQISTENTE:

rosto de sopet5o. e cada veE mais bonitaC... como a dese7aC e n5o pode ser,abra;ados ambos3 entregues3 esquecidos... aquilo vai acabar3 tem certeEadisso. pra esconder as duas lágrimas3 curvou o rosto pro peito3 dando ascostas. duas lágrimas de raiva. mente mal,: voou.

(/. JJ)

/EE/4N1IA 6ITE/Z/IA: UE/MANN E 0O/OTEIA, 0E >OETUE*+. WX, /=6EIN /E1O//E A O5/A 1OMO 6EM5/AN;A 0E b=E G

 NE1ESSZ/IA A 6I;FO 0E b=E AMO/ IM+6I1A SA1/IÍ1IO MT=O.

=TI6ITA/ISMO M=N0ANO 0E 1A/6OS:ponhamos carlos de lado3 o caso dele 9 mais particular. está contente

porque frFulein está contente. 0 alegra estar 7unto da amante3 só isso. eamorsatisfeito3 entenda=se3 sen5o dava em poeta brasileiro. carlos desconhece ati7uca. depois do passeio continuará desconhecendo a ti7uca. em ltimaanálise pra carlos como pra esses mo;os brasileiros em geral, a ti7uca só 9passeável com mulheres. se n5o, pernada besta. ora pinh4esC ver árvores e

terras... se ao menos fossem minhas... cafeEal...(/. A0)

*#$IK& " /!**&IO ! %I'!,

frFulein estacara devorando pela moldura das arcadas o mar. a tarde ca6arápida. a eala;5o acre da maresia3 o cheiro dos vegetais.. oprimem agente.e os mist9rios frios da gruta... tanta sensa;5o forte ignorada.3 a impon<nciados c9us imensos... o apelo dos horiEontes invis6veis... abriu os bra;os.enervada3 ainda pretendeu sorrir. n5o pBde mais. o corpo arrebentou.frFulein

deu um grito.

(/. A0J)

! 'KI'! I!1&K & %R&K,

dona laura3 frFulein se sentiram morrer. mas desta veE sousa costaperdido por completo o controle3 se ergueu3 iria bater na @lha. frFulein meio

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se levantou pra salvar o decoro3 buscando evitar a palmada. o trem parounum tranco e os dois3 frFulein com sousa costa abra;ados3 afundaram nospeitos de dona laura. sousa costa eno7ado se desvencilhou num tempodeiando frFulein lá. ia... o vag5o todo se escangalhava de rir3 at9 anorueguesa. de repente sousa costa n5o soube mais o que ia faEer. ingar acentral do brasil> 7urar que nunca mais via7ava de trem> dona laura com arde muito machucada3 arran7ava o decote. pedir desculpas> bater na @lha3issonuncaC 7amais sousa costa havia de por a m5o num @lho. e como um bólide

tenebroso veio surgindo dentro dele3 veio engrossando3 laurita era @lhadeleC(/. AA)'!R$O* !%I=I&!$ & #RI'!&IR! 'OK O 1&RO O I2$IO,

na volta do rio recome;aram os encontros noturnos que bomC carlosevolu6a rápido. frFulein tinha 7á seus despeitos e pequenas desilus4es. poreemplo, ele demonstrava 7á de quando em quando prefer<ncias brasileirase

outras individuais que contrastavam com a honestidade clássica do amortese. tese de frFulein. se eu contasse tudo3 a verdade3 mesmo dosada3 viriacatalogar este id6lio entre os descaramentos naturalistas3 isso 9 imposs6vel3

n5o quero.(/. AAH)

'RIO*!K&%&3 O I2$IO !*'& ! KIR!! *&$&%I! & IRI'! O!RR!OR L& *& *I%OI! 'OK ! I1I!& & -R\$&I "!-I!$3 '!R$O* V K R!/! &&R!* $1!R.

KI%I-I'!S+O ! R!S! #R!*I$&IR!, O /RO&%O !'IO!$I*%! &KRIO &I]! K!R'!* *O#R& O ROK!'&,

(...)de primeiro surgiram teogonias fantasiosas3 produto das multiplica;4espelo deus inicial. depois fantasmas3 lendas. destas lendas provieramprimeiroos animais3 as plantas3 as linfas3 todos munidos dum poder de al9m3 sacro3quase imposs6vel. a imaginativa tinha aonde manobrar ? larga3 o desertoeraimenso3 o deserto das areias3 das Dorestas e das águas. quando tudo sepovoou de milagres as lendas pariram a casta dos homens ruins e a castadoshomens bons3 coisas imposs6veis ainda. dessas divis4es vieram as guerras.

guerra ou paE. tudo preteto pra cantigas3 esculturas3 dan;as. tinemcolares3chacoalham cores vivas3 deuses3 lendas3 artes...(/. /. AAH = AA8)

KI%I-I'!S+O,

o brasileiro misturado n5o carece mais de criar teogonias transandinas3nem imagina descender dum 7abuti notável3 nem cr< nas castas dos homensruins e dos homens bons3 nem nas oferendas votivas3 nem na estiliEa;5oduma ef6gie divina3 nem por enquanto se preocupa com cafeEais por

plantar3nem mesmo sonha com a roupa nova que o pai lhe dará3 pela primeira veE

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feita no alfaiate c9lebre da rua quinEe. tem=se deEesseis anos e um amorfácil. a gente se levanta. p9 por p9. chega na porta de frFulein. tantam...dormia3 frFulein> estou sem sono3 vim pra cá.por9m a imaginativa n5o abandonou as abundZncias dela3 n5o pense3quer se gastar e faE muito bem. pra que mais anhangás3 7anana6ras ebatat4es> rudá protege bem os namorados. e estamos na rua do recife3 n5otem perigo nenhum3 medo pra queC o velho deve de estar dormindo. risinho.at9 parece que o outro 9 bobo. dormir> t5o gostoso amarC suspiro. e umaboquinha na orelha esquerda de frFulein. n5o. se prefere a direita3 n5o 9 amesma coisa. porque meu deusC por amor da inven;5o3 prefer<ncia3livrearb6trio.aqui a latinidade se confunde com os 6ndios songamongas e anegralhada relumeante. deu=se um @at3 rapaEesC foi criado o mito da

orelhinha direita.está claro que carlos n5o imaginou nada disso. por9m o bei7o eiste. epra provar que eiste de fato com eist<ncia real e n5o como fantasialiterária do escritor me vi obrigado a ir incomodar os coitados dos negros

dan;ando no fundo do mato ao tanta. agora todos escutaram o bei7o.(/. AA8)

``` 'RIO*O, O ROK!'& /!R&'& !O%!R ! *&*I#I$I!&&*%R!1&IR! & -R\$&I3 *& &*%R!!K&%O I!%& & O**O*'O*%K&* & *!* /!R%I'$!RI!&* '$%R!I*3 'OKO K&'!I*KO& *O!1&K & O**! /RY/RI! I&%I!& L& *R1& O'O%R!*%& O-&R&'IO /&$! *&*I#I$I!& 1&RKMI'!. /OR &*%!&*%! [$%IK!3 !/!R&%&K&%& *Y$I! & /OR ! O**! *&R -$I!3IK/T&K L& ! I&%I!& #R!*I$&IR! *& 'O*%R! &K &1!%IO.(/&*O O &/OI* &RYI *&K &K '!R%&R O K!'!2K!,#R!*I$&IRO, '!R%&R &K &1!%IO)

ANTASIA *+OESIA< 5/ASI6I0A0E E /A7FO *1I4N1IA<>E/MANI1I0A0E3 0IA6GTI1A:

frFulein 9 que n5o compreende esse divagar sublimado. corrosivo elapensa. no dia seguinte principia matutando com o desfecho3 vem vindo ahora de acabar. cumpriu a miss5o dela3 o que sabia ensinou. o homem=davidae o homem=do=sonho passeiam bra;os dados. quatro contos pra cadaum. vamos tomar um chope. frFulein sente uma fraqueEa3 sorri de amorosa.pobre carlos vai sofrer. vem uma revolta, que sofra e ela ent5o> grande

alemanha sem recursos3 desmantelada. tudo rapidamente. por9mpermaneceum dese7o mole pelo rapaE. talveE a ensombre um arrependimento. ohomem=da=vida a@rma, n5o. e vira o chope.mas agora se fala tanto nos sentimentos seqestrados... 0 subconscientese presta a essas teogonias novas. fantasia> ningu9m o saberá 7amais.minhavingan;a 9 que freud n5o pode ter sensa;4es de tantas no fundo do mato.nem pode sentir 6ndios pesados3 com dinamismos de ritual dentro dasgZmbias. aliás nem frFulein. por isso 9 que falando de carlos fui poeta3inventei. falando agora de frFulein3 de freud3 de friedrich3 pra usarunicamente efes3 endurece=me a pena um decreto de ci<ncia alem5. de

ci<ncia alem5. mas o homem=do=sonho dá um urro, n5oC e vira o chope.(/. AA8=AAJ)

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1&RK!I'I!&, O #R1* & O %R1I'O (O OK&K O KOX/R%I'O & O OK&K O *OOX I&!$) &K -R\$&I,por9m frFulein 7á sabe que sousa costa promete e n5o cumpre3 insistiu.de mais a mais assim3 violentamente3 a li;5o @cava mais viva no esp6rito3isto 93 no corpo de carlos. o corpo tem muito mais memória que o esp6rito3n5o 9> V. al9m disso3 por mais burgu<s e vulgar que se7a um alem5o3semprede quando em quando lhe rebrota no deus encarcerado um dese7o detrag9diaintil3 esse mesmo que feE a renncia de Nerther e o mais intil aindasacrif6cio de franE von moor. sem confessar isso3 frFulein dese7ava atrag9dia3 mesmo com o sacrif6cio da memória dela na recorda;5o de carlos.

(/. AAJ)

K&O & '!R$O* *&R /!I, 'R&*'&R>

saiu.um @lho...um @lho.um @lho...um... @lho>meu deusC um @lho.se atira na cama.... um @lho...horrorosoC n5o raciocinava3 n5o pensava.... um @lho...nem assombra;4es amedrontam assimC e carlos n5o acredita emassombra;4es. carlos espaventado3 eausto3 antes morrerC...

(/. A^A=A^^)

! K!R'! -R&I!!, ILI&%!ST&* *#'O*'I&%&*,nem assombra;4es amedrontam assimC e carlos n5o acredita emassombra;4es. carlos espaventado3 eausto3 antes morrerC... mas a no;5odamorte o acalma e retempera. carlos principia se defendendo3 pois n5o tem amenor inten;5o de morrer. um @lho>C mas viria mesmo um @lho>... frFuleinteria um @... frFulein partia... vem a @gura de frFulein. mata o @lho. que @lhonem nadaC frFuleinC o dese7o de frFulein. 0 desespero por elaC n5o temnada3

tem frFuleinC o corpo dela3 o calor dela... carlos vai. pra que precau;4es>virao trinco. porta fechada3 naturalmente. empurra=a. sacode=a com for;a. selembra de bater e bate.(/. A^^)

'RIO*O*, %&K!* /*I'!!$2%I'O*, 'O*'I&%& ] *#'O*'I&%&X I ]*/&R&1OX $I#IOX !R'I*I*KO... 'I*+O O &.... %O O ROK!'&$I1!=*& ! -R&.

/EE/EN1IA AO 1INEMA:

glória sNanson. (/. A^_)

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-R\$&I *&%& %&RR! " *& !/!I]O! /OR '!R$O*,

o trem partia ?s seis e trinta3 escolhera santos. bem que podia @car ems5o paulo3 a cidade era bastante grande prós dois3 por9m o acaso dumencontro poss6vel3 só pensar nisso lhe prolongaria aquela ternura por carlos.o irremediável consola mais depressa.(/. A^_)

! *&/!R!S+O,

os bra;os dele foram @cando vaEios. os bra;os dele @caram compridosno ar. @caram comprid6ssimos. foram descendo cansad6ssimos. teve umavaga lembran;a de que nem a bei7ara. n5o3 só um verbo naturalista, n5oaproveitara. e agora nunca mais. porta que fecha. sonol<ncia. n5o chorava.foi andando. parou cal;ando o chinelo. subia os degraus.(/. A^)

*1&*%+O &2/%I'!>

os raros transeuntes da aurora viam na 7anela um mocinhochorachorando3 coitadoC decerto perdeu a m5e...(/. A^G)

K&I! %RI*%& " #!R#!RI*KO /RO/O*I%!$ & KRIO,

eausta3 meia triste ela olhava sem reparar a carreira das campinas.esta;5o de s5o bernardo>(/.A^G)

-IK !%&* O -IK, -IK O I2$IOX K!* +O O $IRO,eausta3 meia triste ela olhava sem reparar a carreira das campinas.esta;5o de s5o bernardo> pensava. quase sofria. carlos. era muito sincero3cora7oso. oraC e a raiva contra todos os homens quase que feE ela se rir3prevendo o desastre. afastou com energia o ódio intil. se protegeu contra aimagina;5o3 pensando no dinheiro. assegurou=se de que a maleta estava ali3estava. oito contos. mais dois ou tr<s servi;os e descansava. apesar detudo3carlos... que alma bonita3 um homem. tomou=a novo relaamento devontades. do6a. talveE o amasse> frFulein murmurou severamente o n5o3quase que os outros escutaram. sorriu. uma ternurinha só. muito natural,

eraum bom menino3 e n5o pensemos mais nisso. estava muito calma.e o id6lio de frFulein realmente acaba aqui. o id6lio dos dois. o livro estáacabado.-im(/. A^G)

ROK!%I!ST&* " II$I!ST&*>

frFulein n5o age mais e n5o sentirá mais. quando muito uma recorda;5ocada veE mais espa;ada3 o pensamento cada veE mais sint9tico lhe dirá queviveu ano e pico na casa da fam6lia sousa costa. n5o3 isso n5o lhe dirá. dirá

que teve um carlos alberto sousa costa em sua vida3 rapaEola forte3simpático3 que se aproima dela sob a p9rgola do 7ardim. depois se afasta

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com a cabe;a bem plantada na gola do su9ter3 vitorioso3 sereno3 como um 7ovem siegfried. e só isso. 7á tomou posse de si mesma. as cita;4es lhevoltam ? memória. mais oito contos por colocar. e havia de vencer. pra issotrabalhava sem f9rias3 basta de reDe4es. Ner Euviel bedenQt3 Nird Nenigleisten (quem pensa3 n5o casa)3 n5o dissera schiller no guilherme tell?

(/. A^G)

-$]O & 'O*'I'I!3 *IK$%!&2*KO & /$!O*3 'OK/O*IS+O'#I*%!>

dissera. pois ent5o> de que vale agora pensar em carlos>... ah... boce7ava. apaisagem se esfriava3 resvalando entre morros infantis. a chapadacome;avase arripiando 7á. os primeiros cortes escureciam o ambiente do trem. davamimpress5o de crepsculos intermitentes... numa cidade escura na alemanha.mo;o magro3 pálido3 acurvado pelo trato quotidiano dos manuscritos... m<s

de outubro 7á frio. ainda frio aqui. frFulein veste o 79rsei verde. ele voltavada... do estudo. 7antariam... alto da serra. foi tomar caf9. sentou=se de novo.estava tudo arrumado... guardara a lou;a... pusera a toalha... a maleta>estavaali. frases espa;adas no vag5o. algu9m tosse. tossia sempre... resguarde=se3que esta neblina daqui 9 perigosa. iremos passar uns dias de f9rias numapraia... volta da ti7uca. o guarda vem pedir a passagem. ela guardava osbilhetes pro concerto do dia seguinte... iria enugar a lou;a... punha atoalhana mesa... cantarolou.j& '!%!RO$! K I2$IOkam holderstrauch3 am holderstrauch

Nir sassen hand in hand,Nir Naren in der mainEeit...boce7a. aterro n A^. talveE vá pro rio. estas montanhas s5o admiráveis.... maienEeit3die glcQdichsten im land.a sombra do sabugueirosentávamos de m5os dadas3Vramos no m<s de maioas criaturas mais feliEes deste mundo.

(/. A^)! %R!*-ORK!S+O & '!R$O* O OK&K $1!R L& *&RI! K!I*

 %!R&3 *& +O -O**& -R\$&I, -R\$&I3 RI%O & /!**!1&K.U noitinha apareceu na mesa da 7anta3 que decep;5o pras meninasC n5ose via nadaC comeu pouco 9 verdade3 muito digno3 sem fraqueEa3 semfeminilidade. n5o se via nada3 por9m se percebia que estava outro3 estavahomem. o3 bom homem que tinha de ser3 honesto3 forte3 vulgar. que seriamesmo sem frFulein3 só que um pouco mais tarde. secundava com calma aoque lhe perguntavam os outros meio com medo. lhe espa;ava a fala aqueleondular dos vácuos interiores. num dado momento maria lu6sa distra6dabotou o cotovelo sobre a toalha. carlos corrigiu o gesto dela3 sem irrita;5omas com 7usti;a. maria lu6sa voltou=se pra ele assanhada3 por9m aquelesolhos t5o de quem sabe as coisas3 serenos. maria lu6sa obedeceu. que lindoC

acabada a 7anta3 ele foi buscar o chap9u.

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(/.A^H)

 %R!*-I1R!S+O K&$!'Y$I'! O &*/!SO,

o diabo era aquele @m das águas t5o chuvoso... colheita acabada... n5otinha nada que faEer lá. a chacra n5o dera nenhum resultado. foram deautomóvel3 o caminho era quase que um lamedo só. nem guiando o carro3carlos teve a apar<ncia de quem se divertia. su7aram o automóvel3 sesu7aram... um desastreC e inda por cima a chuvarada na voltaC V, só faEendamesmo3 largueEa3 cavalos3 o rio3 as cria;4es... diverte os rapaEes. mas afaEenda... n5o tinha nada que faEer lá. deiemos de precipita;4esC melhoresperar mais um bocadinho3 se n5o mudar mesmo3 ent5o vamos todos prafaEenda... paci<ncia.

(/. A^H)

R&-&R'I! ! /IO$I3 O /!$!SO R&*/&I%!O /&$O* KO&RI*%!* &

AJ^^.

n5o 9 palha;o3 aldinhaC 9 piolimC(/. A^J) #OI%!* /1I!* *O#R& ! *!!& I*%!R!! &K K 'OR!S+O O&K,quando aquilo acaba3 carlos se ressente. o Dautim3 o reconto3 a anedotaisso afasta. afasta o que> n5o sei. carlos n5o quer afastar coisa nenhuma.aceita cora7oso toda dor. por9m que pena a pararaca ter parado de falarC... oDautim o reconto3 a anedota... n5o tem dvida, isso afasta. as imagens dasaudade entulham tanto o caminhoC... varra isso da6C tenho pressa e a vidainteira ainda por viver...

(/. A_0)

-IK O $%O & ! IK/O**I#I$I!& & '!R$O* j&*/2RI%O $1!R3 I1O&k &K I&!$I!R,

carlos sentiu que 7á estava de luto aliviado. ao abatimento surdo edesespero dos primeiros dias3 continuara uma tristeEa cheia de imagem defrFulein. quer diEer que a amante principiava a ser idealiEada. breve sechamaria niEe3 marila3 salutáris porta e outros nomes complicados. n5o3 issopra carlos 9 imposs6vel. breve frFulein irá pra esse sót5o da vida3 quartinho

empoeirado3 aonde a gente 7oga os trastes inteis. at9 desagradáveis. masporagora ela apenas fora viver num quarto andar. sem elevador. carlos 7ácareciade procurar a imagem dela muito alto.vinha sempre acompanhada de qualquer coisa cacete, o horror do @lho3a mesquinheE dela3 a eig<ncia de casamento3 do que escapeiC teria mesmorecebido dinheiro>... n5o recebeu. ent5o a imagem long6nqua se aproimavaapressada. adquiria mais tra;os3 se corporiEava em representa;5o n6tida.bel6ssima3 enriquecida3 ai dese7oC e n5o desagradava mais. frFulein3 meueterno amorC...talveE mesmo at9 nesses momentos ele intransitivamente pedisse

qualquer corpo... por9m só tinha prática dum3 n5o amarei mais ningu9mC eo

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corpo de frFulein vinha3 sem atributos morais3 sem eig<ncia de casamento3sem @lhos3 sublime. carlos aos poucos se ealtava. o ofego doloridochamava=o ? realidade. severamente reprimia envergonhado a tend<nciaparaas torpeEas e procurava de novo a própria tristura3 buscando outra veE noquarto andar aquela frFulein que... 7á muita coisa de convencional nessatristura.(/. A_0=A_A)

O &-&I%O & +O '!IR &K !RK!I$!* !KORO*!* &K '!R$O*.!/R&I!O O !KOR>

e ele sentiu sem se confessar a si mesmo3 que chegara o momento deprincipiar esquecendo. meteu=se na manh53 procurou companheiro deesporte foram treinar futebol. na avenida higienópolis o telefonema avisouque ele almo;ava com o roberto. mais um companheiro se 7untara a eles.passaram a tarde no cinema. carlos fumou3 pagou o chope3 sorriu. quase riu.

de sopet5o falou alto. os amigos namoravam. carlos por dentro se riu dosplatBnicos tolosC grelar assim e mais nadaC... tolos. carlos n5o namorará.

(/.A_A)

``` /&*O, ! $IS+O O !KOR & K! $IS+O & &*&'!%!K&%O & &-IK O !KOR> ! /RO-&**OR! & !KOR &*I! ! OR & !KOR & !&*!K!R> & V '!R$O* L& *& /OR%! !**IK I!%& ! &]/&RI'I!> OL& *& &*I! V O !KOR &K *! /$&I%&3 I'$*I& -R*%R!S+O3 K&/!R&'&.

O '!R!!$, -R\$&I V I*%! %O & O%R! -!K2$I!,

o corso da avenida paulista se esparramava no auge. as quatro @las deautomóveis se entrecruEavam de manso3 espirravam na tardinha asserpentinas. lu6s 7á abandonara outra veE o lugar 7unto do motorista.(...): por que voc< saiu de 7unto do chaueur> voc< tem alguma coisa> :...tenho nada3 mam5eC voc< sempre pensa que estou doenteC... estava bem.benE6ssimo. frFulein entre os dois irm5os3 na capota descida da marmon3recebeu nos olhos a cara cheia de con@ss4es medrosas do lu6s. abaiourecatada o olhar.

: mais uma3 lu6sC lu6s3 mais umaC que lerdeEa. me d< um ma;o logoC: tamb9m n5o brinca3 frFulein>(/. A_A)

 O1O & *&S+O 'OK O O%RO R!/!IO, = K 2I$IO *& !'I!I*%O !1OR! & $O1&> '2'$I'O... I%&R&**!%& O%RO !*/&'%O,

 %OK!!* IMKI'!* " 'I&K!%O1R-I'!*>

olhou=o sorrindo. por9m como pintara no sorriso quase a máscara dodese7o3 tornou a baiar as pálpebras serenas. varreu com elas o impudor e@cou inocente. lu6s se chegara um bocadinho mais ou teve a inten;5o de.muito feliE por descobrir essa correspond<ncia. tamb9m n5o gosta desses

brinquedos3 ásperos3 faEem cansa;o na gente. V tantas pessoasdesconhecidas. e t5o melhor dentro de casa3 onde a gente se conhece bem.

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tamb9m preferia conversar. com ela. por9m como n5o tinha nada que falar3desenrolava envergonhadamente uma serpentina.

(/. A_A)

-R\$&I 'OK/!R! O* #R!*I$&IRO* (L& ! &*!1R!!K) ! *& !KORI&!$,frFulein pensava3 relando a vista pela multid5o. lu6s lhe desagradava. n5oera o tipo dela. nenhum desses brasileiros3 aliás... queria algu9m de puro3dehumilde3 paciente3 estudioso3 pesquisador. chegaria da biblioteca3 dauniversidade... qualquer edif6cio grande de pensamento3 cheio de deusesdispon6veis. deporia os livros... cadernos de notas> sobre a toalha deriscado... lhe dava o bei7o na testa... todo de preto3 al@nete de ouro nagravata... nariE longo3 muito @no e bem ra;ado. aliás todo ele dumabrancuratransparente... e a mancha irregular do sangue nas ma;5s... tossiria

arran7ando os óculos sem aro... tossia sempre... 7antariam quase sem falarnada.... serpentinas paulistas a dois e quinhentosC dois e quinhentosC a pastoral iriam no dia seguinte ouvir a pastoral... ele se punha no estudo...elaarran7ava de novo a... algu9m lhe chamou os olhos3 conhecido3 carlos> eracarlos com as irm5s na @at. instintivamente ela atirou uma serpentina. a @tarebentou.deu um gritinho horroriEada3 acertar.

(/. A_^)

O* 'I[K&* R&!I* & -R\$&I,

deu um gritinho horroriEada3 acertara na testa dele3 podia t<=lo ferido...carlos olhou. mandou=lhe um gesto rápido de cabe;a3 quase sauda;5o. econtinuou brincando com a holandesa. frFulein se doeu3 tomou com o baqueseco nas entranhas. o deus soltou um gemido que nem urro. esses deusesdonorte s5o muito cheios de eageros. carlos n5o feE por malC foi mostrar quereconhecia e machucou. frFulein virando o rosto pra trás3 seguiu=o com osolhos3 quase amorosa mas 7á por9m reposta no dom6nio de si mesma.estavamuito direito assimC e se venceu completamente com o racioc6nio3 numa

esp9cie de felicidade. estava muito certo assim. ele amaria muito aquelamo;a. era bonita. rica3 se via. carlos casaria bem3 na mesma classe. osversosde hermann e dorotéia lhe con@rmaram o pensamento,

(/. A_^)

-R\$&I " K+& O !KOR,e uma como;5o materna se desencadeou no corpo dela3 nem via maiscarlos3 os olhos batendo de auto em auto pela gente colorida3 carlos... 7os9...alfredo 7á casado... antoninho tamb9m 7á casado... e3 mein gott3 tantosC...tomou=a maravilhosa alucina;5o. estavam todos por ali amando. feliEes.

habil6ssimos. familiares. ela era m5e de amorC estava at9 bonita. m5e deamorC m5e...

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(/. A__)

-R\$&I %I$I! ! $IS+O 'OKO !K/!RO ! *I,

... de amorC... ela abriu os olhos da vida pra aquele. ininteligente.saramb9. batido3 sem mesmo vivacidade interior. decididamente lu6s lhedesagradava3 e frFulein n5o sentiu nenhuma vontade de continuar. por9mcomo ele apenas esperasse um gesto dela pra recome;ar o aprendiEado3frFulein molemente buscou entre as m5os dele a @ta da serpentina. o gestopreparado aproimara os corpos. ondula;5o macia de auto 9 preteto queamantes n5o devem perder. descansando um pouco mais pesadamente oombro no peito dele3 frFulein se deiou amparar. ensinava assim o maisdoce3 mais suave dos gestos de prote;5o.

KRIO *O#R& O* #R!*I$&IRI*KO O $IRO (O /O*-'IO),

necessidade de empregar os brasileirismosvocabulares n5o só no seu eato sentido por9m 7á no sentido translato3metafórico3 talqual eu @E. a apropria;5o subconsciente das palavras3 praqueelas tenham realmente uma fun;5o epressiva caracteristicamentenacional.

(/. A_)

$['I! &]/O*IS+O O 'RI%VRIO & K! $I%&R!%R! !'IO!$ & *!R&$!S+O 'OK ! $21! (KRIO !I! O /O*-'IO),

falam que pra que tenham literaturadiferente carece que tenha l6ngua diferente...V uma semiverdade. pra quetenha literatura diferente 9 so preciso que ela se7a lógica e concordante comterra e povo diferente. o resto sim 9 literatura importada só com certasvariantes fatais. V literatura morta ou pelo menos indiferente pro povo queela pretendeu representar.(/. A_H)

$1!R&*='OK*,

problema sobre o lugar=comum praestabelecer formas @as. empreguei lugares=comuns propositadamente.bementendido, se trata de lugares=comuns modismos brasileiros epressionais3en5o lugares=comuns universais3 frios polares3 amores ardentes e por a6.(/. A_H)

!%ORI!& & KRIO ! $&I%R! !#&R%! O 'R2%I'O ('!R%! !OR&!%OR & !K!R3 &R#O I%R!*I%IO)

por9m o que acabou me desgostando mesmo dos prefácios foi o caso do

losango caqui. escrevi aquela advert<ncia e em geral os que falaram dolivro

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se limitaram a glosar o que eu falara3 quando 7ustamente o papel do cr6tico9tamb9m determinar quanto o artista n5o feE aquilo que pretendeu e oquantoele n5o 9 aquilo que 7ulga ser. en@m, o melhor papel do cr6tico3 desde que oartista se7a digno deste nome3 9 repor o pobre do sonhador na consci<nciadesi3 mesmo.

(/.A_8)

R&'O&'IK&%O O -R&I*KO,

livro está gordo de freudismo3 n5o tem dvida. e 9 uma lástima oscr6ticos terem acentuado isso3 quando era uma cousa 7á estigmatiEada pormim dentro do próprio livro. agora o interessante seria estudar a maneiracom que transformei em lirismo dramático a máquina fria de um

racionalismo cient6@co. esse 7ogo est9tico assume ent5o particularimportZncia na página em que inventei o crescimento de carlos3 seguindopasso a passo a doutrina freudiana.(/.A_8)

!!!, & ICCCC &O=I%!$I*KO (I&%*'& & O '!'&%&>>>>CCC),mas isso inda n5o 9 nada. o que eu lastimo de deveras 9 que pelo menosde igual importZncia ao freudismo do livro s5o as doutrinas de neo=vitalismoque est5o nele. pois isso ningu9m n5o viu.(....)carlos carece de espelho e tem vergonha de se olhar nele falo eu no meu

 7ogo de imagens3 depois de qualquer a;5o desonesta. por isso3 se conserva

honesto para poder olhar no espelho. honesto por rea;5o capilar.o fenBmeno biológico provocando a individualidade psicológica decarlos 9 a própria ess<ncia do livro.tanto assim que eu constato dentro do próprio livro que todo o sucedidopara o menino foi absolutamente intil e que carlos seria o que vai ser3sucedesse o que sucedesse. simplesmente porque 9 um indiv6duo normalque nem am6dalas inchadas n5o teve em piá.(...)por9m n5o me conservei apenas nesse naturalismo que repudio3 n5o.embora n5o tenha acentuado o problema da perman<ncia etra=biológicadas

id9ias coordenadoras do fenBmeno humano3 creio que n5o 9 imposs6velperceber que carlos se rege por ideais de 7usti;a3 de religi5o3 desociabilidade3 de verdade3 etc. que n5o s5o simples fenomenologia biológicamas transcendem desta. tanto assim que na conviv<ncia de carlos=corpocomcarlos=esp6rito3 este ensina para o outro conceito permanente de deus3 de

 7usti;a3 de ci<ncia e de sociedade.(/. A_8)

!!!C/RO#$&K!%I!S+O O I%!$I*KO &K O1! & O -!%!$I*KO&%&RKII*%!, '!R$O* V O K&*KO L& *&RI! *&K -R\$&I3 K!* -OI

&'&**RIO -R\$&I /!R! L& &$& -O**& O K&*KO,

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e ainda estava nas minhas inten;4es faEer uma sátira dolorosa para mime para todos os @lhos do tempo3 a essa profundeEa e agudeEa deobserva;5opsicológica dos dias de agora. aqueles que est5o magnetiEados pelosentimento trágico da vida e percebem for;as eteriores3 aqueles queest5orepresentados pelo fatalismo mecZnico maquinai do indiv6duo moderno3 talcomo charles chaplin3 o realiEaX aqueles que atravessaram o escalpelo defreud e se su7eitaram a essa forma dubitativa de auto=analise de proustXaqueles que por tanta @neEa3 tanta sutileEa3 tanta in@nidade de rea;4espsicológicas contraditória> n5o conseguem mais perceber a verdade de simesmos. todos esses caem na gargalhada horr6vel destes dias3 caem nodiletantismo e nem indagam de mais nada porque ningu9m o saberá

 7amais. pois ent5o, sátira pra esses e aquelesC e dando como protótipo debeleEa humana o meu inventado carlos3 indiv6duo puro3 indiv6duo que sesu7eita ?s grande normas3 eu creio que pude coroar a sátira com umaevoca;5o que vai al9m dos simples valores hedon6sticos.

(/. A_J)

Y%IKO '!R$O* V '!%O,em parte enorme, má educa;5o e mais modos. carlos está entre nós peloincomparavelmente mais numeroso que inda tem no brasil detradicionalismo cultural brasileiro burgu<s octocentista. ele n5o chega amanifestar o estado bio=ps6quico do indiv6duo que se pode chamar demoderno. carlos 9 apenas uma apresenta;5o3 uma constata;5o daconstZnciacultural brasileira. e se n5o dei solu;5o 9 porque meus livros n5o sabem sertese. n5o se consegue tirar do amar, verbo intransitivo, mais que aconstata;5o de uma infelicidade que independe dos homens.

(/. A0)

nota da edição: teto publicado por mário de andrade no diário nacional. s5o paulo3 deE.3 AJ^H.(recortes : arquivo mário de andrade : ieb=usp).