Amar

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Atentado a França(Paris) 08-01-2015 Pelo segundo dia consecutivo os parisienses voltaram a concentrar-se na Praça da República para manifestar a sua indignação contra o atentado de quarta-feira contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo, que provocou 12 mortos. Desta vez, o trânsito não foi cortado e, apesar de estar programada uma marcha na capital francesa no próximo domingo, centenas de pessoas voltaram a concentrar-se junto à monumental estátua que simboliza a República Francesa. Em 24 horas, a Praça da República, em pleno centro de Paris e perto do local do ataque, transformou-se na "Praça Charlie" e no "símbolo da luta pela liberdade de expressão", disse à Lusa Zoé Tavares, estagiária numa creche e que passou o dia a explicar às crianças o ataque contra o jornal. "Somos todos Charlie porque é algo que diz respeito a toda a gente já que a liberdade de expressão é para todos. Fiquei muito chocada com este ato de uma barbárie extrema", explica a francesa, filha de pais portugueses e que exibe um cartaz onde se lê: "Eu sou Charlie, Tu és Charlie, Ele/Ela é Charlie, Nós somos Charlie, Eles são Charlie". Jules Mas, de 11 anos, também é "Charlie" porque veio colocar uma vela na estátua da República em memória de todas as vítimas do atentado. "No colégio explicaram-nos durante uma hora o que se passou. Eles vingaram-se das caricaturas do jornal. A França também foi vítima por causa da intervenção militar em países como o Mali", descreve o jovem estudante à Lusa, acrescentando que trouxe uma vela porque "é importante ser solidário em momentos tão trágicos". À volta da estátua, há centenas de velas, mensagens, flores e cartazes como os que repetem a frase de um dos cartoonistas assassinados, Charb, - "Não tenho medo de represálias. Não tenho filhos, não tenho mulher, não tenho carro, não tenho créditos. Talvez seja um pouco pomposo, mas prefiro ficar de pé do que prostrar-me". Os 'slogans' entoados pela multidão são os mesmos que no primeiro dia de manifestação, nomeadamente "Charlie não morreu", "Homenagem aos nossos artistas", "Liberdade de expressão" e "A França mais forte que nunca", alternados com o hino de França e vagas de aplausos. Xavier Declerck está a distribuir panfletos da associação SOS Racismo para "motivar as pessoas a participarem na marcha de domingo", explica à Lusa o jovem de 18 anos.

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Atentado a França(Paris)

08-01-2015

Pelo segundo dia consecutivo os parisienses voltaram a concentrar-se na Praça da República para manifestar a sua indignação contra o atentado de quarta-feira contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo, que provocou 12 mortos. Desta vez, o trânsito não foi cortado e, apesar de estar programada uma marcha na capital francesa no próximo domingo, centenas de pessoas voltaram a concentrar-se junto à monumental estátua que simboliza a República Francesa.Em 24 horas, a Praça da República, em pleno centro de Paris e perto do local do ataque, transformou-se na "Praça Charlie" e no "símbolo da luta pela liberdade de expressão", disse à Lusa Zoé Tavares, estagiária numa creche e que passou o dia a explicar às crianças o ataque contra o jornal."Somos todos Charlie porque é algo que diz respeito a toda a gente já que a liberdade de expressão é para todos. Fiquei muito chocada com este ato de uma barbárie extrema", explica a francesa, filha de pais portugueses e que exibe um cartaz onde se lê: "Eu sou Charlie, Tu és Charlie, Ele/Ela é Charlie, Nós somos Charlie, Eles são Charlie".Jules Mas, de 11 anos, também é "Charlie" porque veio colocar uma vela na estátua da República em memória de todas as vítimas do atentado."No colégio explicaram-nos durante uma hora o que se passou. Eles vingaram-se das caricaturas do jornal. A França também foi vítima por causa da intervenção militar em países como o Mali", descreve o jovem estudante à Lusa, acrescentando que trouxe uma vela porque "é importante ser solidário em momentos tão trágicos".À volta da estátua, há centenas de velas, mensagens, flores e cartazes como os que repetem a frase de um dos cartoonistas assassinados, Charb, - "Não tenho medo de represálias. Não tenho filhos, não tenho mulher, não tenho carro, não tenho créditos. Talvez seja um pouco pomposo, mas prefiro ficar de pé do que prostrar-me".Os 'slogans' entoados pela multidão são os mesmos que no primeiro dia de manifestação, nomeadamente "Charlie não morreu", "Homenagem aos nossos artistas", "Liberdade de expressão" e "A França mais forte que nunca", alternados com o hino de França e vagas de aplausos.Xavier Declerck está a distribuir panfletos da associação SOS Racismo para "motivar as pessoas a participarem na marcha de domingo", explica à Lusa o jovem de 18 anos."A associação quer que se evite a confusão entre terroristas e toda a comunidade muçulmana francesa. O atentado pode ser uma porta de entrada para todos os partidos extremistas e é

preciso que as pessoas pensem com a cabeça para perceberem que os que cometeram o ataque eram assassinos antes de serem muçulmanos", diz.Perto dele, várias pessoas com cartazes onde se lê a mesma mensagem: "A barbárie em Paris como em Kobane", em referência à cidade síria cercada há meses pelo grupo radical islâmico Estado Islâmico.

A minha opinião:O atentado a Paris não deveria ter acontecindo. Apenas porque os militares de França intervieram no Mali e falaram deles nos jornais de França, o estado islâmico não deveria ter feito o atentado em Paris. Deviam sim, ter falado com os responsáveis por terem posto “coisas” sobre estado islâmico nos jornais.