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RECRIANDO A AMAZÔNIA NO SÉCULO XXI

Araújo, André Luiz Ferreira¹Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal

Silva, Luiz Antonio Fernandes²Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal

RESUMO

Através da análise de quatro textos inter-relacionados à este trabalho, objetiva-se traçar e

promover um mix existente entre os relatores e o conjunto de assuntos sobre a exploração dos

recursos naturais e humanos, no contexto histórico nacional e internacional no interesse

comum da Amazônia. Essas relações, mostram as características e tendência tanto da

recuperação das áreas degradadas, da preservação sustentável com a manutenção dos

ecossistemas vitais para conservação da biodiversidade, e as atividades produtivas da região,

ajustando o viés da aplicação do capital social e ambiental para seu desenvolvimento no

contexto nacional e regional, trazendo as modernidades necessárias para esse

desenvolvimento, assim como a melhoria na qualidade de vida aos seus habitantes.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Recursos naturais. Sustentabilidade. Social.

ABSTRACT

Through the analysis of four texts interrelated to the present work, objective to trace and to

promote one mix between the reporters and set of subjects existing on the exploration of the

natural resources and human, in the national and international historical context in the

common interest of the Amazônia. These relations, in such a way show to the characteristics

and trend of the recovery of the degraded areas, the sustainable preservation with the

maintenance of vital ecosystems for conservation of biodiversity, and the productive activities

of the region, adjusting the bias of the application of the capital stock and ambient for its

development in the national and regional context, bringing necessary modernity's for this

development, as well as the improvement in the quality of life to its inhabitants.

KEY WORDS: Amazônia. Natural resources. Sustentabilidade. Social.

1 - [email protected] - [email protected].

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INTRODUÇÃO

A Amazônia sempre foi vista como sendo um El Dorado, atraindo aventureiros,

capital e políticas integradoras e expansionista. Com base nesse cenário e tendo em vista base

o capítulo "Amazônia: Transformando a segunda natureza degradada para uma terceira

natureza mais sustentável" do livro "Desafios e potencialidade para a Amazônia do século

XXI", de Marcelo Bentes Diniz, baseado no trabalho de Alfredo Kingo Oyama Homma,

referente a apresentação do grupo de número dez da disciplina Formação Histórica e Social da

Amazônia, ministrada pelo Prof. Mário Médice e, conjuntamente com os textos dos grupos

hum, dois, três e quatro, aos assuntos tabulados com o grupo dez: Limitações da opção

extrativista-floresta em pé; A domesticação dos recursos extrativitas; A solução via sistemas

agroflorestais; Dar atenção para a pecuária e o reflorestamento; Piscicultura para substituir a

carne bovina; Recuperar áreas que não deveriam ter sido desmatadas; Constante perda de

oportunidades; Mecanismos de controle sobre a Amazônia (nacionais e externos);

Aumentando a produtividade da terra e da mão de obra e melhoria da infraestrutura

produtiva. Esses temas abordam os três desafios principais que englobam a conservação e

preservação da Amazônia, tanto do passado presente como para o futuro. Permeando esses

temas principais, e conjuntamente com outros quatros conteúdo de texto sobre a Amazônia,

sendo o primeiro de autoria de Edna Castro(grupo hum), que titula como: "Política de Estado

e atores sociais na Amazônia Contemporânea" que são: O mito do El Dorado; Invenção da

Amazônia contemporânea e neocolonialismo; O Estado Nacional entre o mito e a realidade;

Dinâmica de fronteiras do agronegócio; Integração continental e civilização ocidental;

Fronteiras políticas e estratégia empresarias de integração Sul-Americana. O grupo dois

contempla assuntos referente ao título "Imagens Amazônica", sendo assim distribuídos: A

invenção da Amazônia; A Amazônia como natureza imaginária; A Amazônia como região

periférica; A Amazônia como questão nacional; A Amazônia como reserva de recursos: "As

florestas e os campos", "Águas, Vidas" e "Os solos nem ricos nem pobres". O outro conjunto

de assuntos(grupo três) são: As energias e as minerações; Tanta terra, tantos conflitos; A

Amazônia: reserva ecológica do planeta; A Amazônia como região atrasada e Amazônia: Os

índios e a integralidade de território nacional. O Conteúdo do grupo quatro rotulado de: A

organização do espaço Amazônico, contradições e conflitos, é subdivido em: O padrão de

organização do espaço rio-varzea-floresta: "A Amazônia entre a cruz e a espada", "As drogas

do sertão e os descimentos dos índios, e "No lugar da cruz o dinheiro: a espada continua"; A

borracha: conflito entre a agricultura e o extrativismo; A borracha, outro lado da revolução

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industrial; Crise do seringalismo, vive-se melhor na Amazônia; A organização do espaço

estrada terra firme subsolo: "Os novos colonizadores" e "Uma geografia econômica de

exclusão; Estrada e hidrelétrica, a construção (cível) do Brasil - grandes dos militares:"Uma

geografia de conflitos", "Uma geografia socialmente seletiva" e " Uma urbanização sem

cidadania"; A Amazônia: entre a ordem e o caos; A Amazônia diante da nova estratégica

geopolítica, o "Avança Brasil", um novo(novo?) padrão de organização do espaço.

Nesse contexto, é que a interseção dos assuntos ligados ao grupo dez e aos grupo

hum, dois, três e quatro, objetivam esse trabalho, delineando os meandros relacionados e suas

implicações relevantes, tendo como cenário seus habitantes à biodiversidade e atores externos

a este palco Amazônico.

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DESENVOLVIMENTO

Os três desafios estipulados (por quem?) para conservação e manutenção da

Amazônia parecem conflitar com interesses políticos, ambientais, sociais e econômicos, tanto

no Brasil como em outros países. Esses desafios contemplam a floresta nativa, a recuperação

do que foi desmatado e, terceiro o de valor vital para o futuro da região, recuperar os

ecossistemas que não deveriam ter sido destruídos e consequentemente preservá-los.

O mito do El Dorado permanece desde os primórdios do Tratado de Tordesilhas

entre Espanha e Portugal, em que a Amazônia é disputada pela busca de um novo mundo

cheio de riquezas e seres imaginários com sua inesgotabilidade de recursos. No contexto

dessa colonização, a borracha a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, a compra do

Acre pelo Brasil junto ao Bolívia e o controle fronteiriço com os demais países, teve um

papel fundamental na colonização com sua identidade original, e a intervenção colonialista

opressora e a natureza de independência, pois suas raízes estão caracterizadas pelos índios,

negros e brancos, quando da Revolução dos Cabanos em 1835 e nas políticas governamentais

deste a época das entradas e bandeiras até os dias atuais.

O progresso e a modernização do Estado Novo através de Vargas até Juscelino dos

anos de 1930 a 1960, provocou uma verdadeira corrida para o Oeste, tanto Vargas em 1937

como Juscelino com a Belém Brasília em 1960. Essas dinâmicas ocupacionais, pressionadas

pelo controle fronteiriço e a movimentação de imigrantes e migrantes e os incentivos fiscais,

serviram para o verdadeiro boom, e estimulou o crescimento do agronegócio.

A política ocupacional da região com intervenção do Governo Federal, através do

Instituto de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, focavam os grandes latifúndios, e

concomitante com as disputas de terra nas regiões Sul e Nordeste, desenvolveram através de

políticas de assentamento, o movimento de famílias dos sem terra para a Amazônia, motivo

este, que leva a crer que os conflitos de terras existente são relativos aos interesses dos

latifundiários e os pequenos produtores.

Com a expansão do território, diversos tipo de atividades tiveram progresso e uma

delas foi a mineração, com o manganês na Amapá e em 1970 do Projeto Radam, identificou

na Pará um grande potencial para exploração de ferro, cobre, ouro, caulim e a bauxita. Além

dessas descobertas a Petrobrás com petróleo e gás. O que mais chama atenção nesse cenário,

são os atores contracenado com os seus habitantes tanto os nativos como os imigrantes e

migrantes, e que a visão de que se têm dessa paisagem é "que o maior problema da Amazônia

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é que o país mais próximo é o Brasil. E, o pior, é que fala a mesma língua" (Lúcio Flávio

Pinto). Esses novo momento trás para à Amazônia um novo perfil nacional e mundial, sendo

considerada uma fronteira das commodities.

A necessidade de fazer com que esse progresso continue, exige energia e capital, e

esse interesse é realizado com os adventos das construções das hidrelétricas através do

Ministério das Minas e Energia, Eletrobrás e Eletronorte, além de empresas internacionais que

têm visíveis interesses no potencial hídrico da Amazônia. Nesse sentido, os olhos

internacionais passam a observar os outros potencias existente na biodiversidade Amazônica,

e é aí que os padrões socioculturais que sempre são dominantes pela sua universalidade

nativa predomina, é a nossa "amazonês", que deve predominar, principalmente pelos

amazônidas.

A preocupação é constante, pois a visão que se têm da Amazônia é que parece de

um Brasil frágil aos interesses contrário ao do próprio Estado, e as prioridades não são dos

seus habitantes naturais e sim de um poder articulado por uma minoria.

Por não ser homogênea, a Amazônia, interligada ao comercio do MERCOSUL e com

uma porta para o Pacífico, outra para o Atlântico e através das eclusas de Tucurui para toda

região navegável do Brasil, torna-se uma verdadeiro pais no contexto regional e nacional,

pois nada mais nada mesmos é composta por nove estados, e faz fronteira com oito países Sul

Americanos. Há crescente interesse pela Amazônia como sendo um celeiro, países como a

China observam sua produção de grãos e acenam com capital, com a instituição da Integração

da Infraestrutura Regional Sul-Americana(IIRSA) em 1999. Seu conceito é que "America do

Sul só poderá crescer de forma sustentável se ampliar sua competitividade". Os Planos Brasil

em Ação e Avança Brasil de 1994, contempla a integração geográfica tanto para o

MERCOSUL como o resto do mundo.

A participação de organizações não governamentais no processo de preservação do

espaço e na manutenção da territorialidade, é muito delicada, pois com a retórica do

assistencialismo ambiental e do esverdeamento da região, passam a ter interesses com

comercializações de madeiras certificadas e créditos de carbono. Muitas dessas ONG's estão

ligadas a entidades que observam a Amazônia como sendo patrimônio mundial e não como

uma região de domínio da Bandeira Nacional do Brasil.

Para que não ocorra somente a extração da madeira, o Estado deverá incentivar a

agricultura familiar, através de uma reforma agraria, para que a “floresta fique em pé”. O

reflorestamento seria uma alternativa viável, como a plantação da seringueira (Hevea

brasiliensis) para a produção da borracha.

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A plantação de seringueiras iria suprir a necessidade de importação e poderia ocorrer

o inverso, o Brasil passaria a ser exportador do látex. Sendo assim poderíamos voltar ao auge

da borracha (Belle Époque).

Carlos Walter Porto Gonçalves dizia que: A Amazônia pelos idos de 30 já exportava

sapatos e tecidos emborrachados principalmente para os Estados Unidos. Com a descoberta

do processo de vulcanização, em 1839, a goma elástica deixa de ser produto marginal e se

inscreve no cerne de novos procedimentos técnicos da Revolução Industrial.

“Levantar a floresta” traria benefício para o meio ambiente assim como para o

capital, deixaríamos de comprar e passaríamos a vender.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existe diversas formas de resgatar e preservar a Amazônia, dentre ela, o principal é o

capital humano e a academia. Diversas práticas disponível pela EMBRAPA para serem

aplicadas na agricultura, fontes de energia renovável, manejos e controle das explotações

extrativistas e programas aplicados nas instituições de ensino, na conscientização das

crianças, na visão que o povo Amazônico têm pela sua região, o Projeto ProVárzea o Código

Florestal, as legislações ambientais através do Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, a

preservação das reservas de mangues, florestas, nascentes, as reservas indígenas.

Vivemos no século XXI, mas parece que o conflito por terras, por riqueza ainda vive

os idos dos Bandeirantes, das fábulas, lendas, a busca pelo elo perdido. Parece que estamos

além de enxergar a verdadeira necessidade humana, do direito de respirar, de beber água

potável, de nos alimentar, vestir. As caravelas são outras, navegamos nos mares do espaço

virtual, mas continuamos de olho no vil metal, e a ganância de sempre querer mais e mais,

sendo escravo de seu próprio trabalho, não tendo tempo para poder contemplar a necessidade

comum, e estar num estado de viver, e não de sobreviver, uma competição acirrada pela posse

e pelo poder, esquecendo das origens, das naturezas culturais e do meio em que se vive, de

respeitarmos a nossa "Gaia", do nosso habitat, dos nossos animais, da água, do ar, das

florestas, o nosso lar.

São esses os desafio que temos, para que possamos fazer com que a recuperação do

passivo ecológico seja realizado, pois se não existir integração associada as políticas sociais,

econômicas, culturais e produtivas, com participação efetiva dos meios de sustentabilidade,

cada vez mais, estaremos empurrando a Amazônia para um abismo ou a um delineando de um

cataclisma ambiental.

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REFERÊNCIAS

DANTAS, Humberto Dantas. Amazônia Caminho Para o Futuro, 1966.

DINIZ, Marcelo Bentes. Desafio e Potencialidade Para Amazônia Do Século XXI.

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. A Organização Do Espaço Amazônico: Contradições

e Conflitos.

HOMMA, Alfredo Kingo Oyama. Amazônia, 1998.