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    BASES PARA O ESTUDO DO S ECOSSISTEMAS DAAMAZNIA BRASILEIRA

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    Amaznia brasileira

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    MAREFLEXO mais demorada sobre os ecossistemas ocorrentes no do-mnio morfoclimtico e fitogeogrfico da Amaznia brasileira guardaum interesse cientfico e didtico. O fato de a regio ter sido apresentada

    sempre como o imprio das florestas equatoriais, de disposio zonal, acarretoudistores srias nos estudos dos ecossistemas regionais. certo que, em termosdo espao total amaznico, predominam esmagadoramente os ecossistemas deflorestas dotadas de alta biodiversidade. Entretanto, se levarmos em conta o concei-to original de ecossistema, independentemente das disparidades espaciais de suaocorrncia, chegaremos a um nmero bem maior de padres ecolgicos locais ousub-regionais.

    Antevistos pelo critrio de sua especificidade suporte ecolgico e padro debiodiversidade pode-se agrupar os ecossistemas ocorrentes em trs categorias:

    Ecossistemas contrastados de terras firmes (tipo enclaves de cerrados, ilhadosno meio das grandes matas), somente explicveis pela Teoria dos Refgios;

    Diferenciaes intra-florestais, pela presena de manchas de areia brancaem terraos, vrzeas e interflvios arenosos, ou pela demorada presena degua de transborde em plancies de rios sujeitos a fortes oscilaes de nvel(respectivamente, tipos campinaranae campinas, e tipo igap);

    Ecossistemas extremantes localizados, originados por mini-refgios nasparedes de pes-de-acar e lajedos, ou seu entorno; ou ocorrentes em in-gremes barrancas de abraso fluvial, atualmente sujeitas a (re)florestamento(tipo pontes rochosos de Roraima, em Mucaga; ou altas barrancas do

    Amazonas, em Monte Alegre). Evidentemente, no fossem os estudos apro-ximativos sobre a histria vegetacional da Amaznia brasileira, realizadosno ensejo dos trabalhos que deram respaldo Teoria dos Refgios, seriadifcil ou quase impossvel explicar as manchas de cerrados e campestresregionais, ou a ocorrncia de cactos nos pedres de Roraima ou nasbarrancas de Monte Alegre.

    No que se refere s plancies aluviais, a variedade dos ecossistemas muitogrande, tal o ddalo do mosaico terra-gua, sobretudo no caso do mdio e bai-xo Amazonas. Na larga plancie de 14 a 35 quilmetros de largura, sucedem-se e

    Bases para o estudo dosecossistemas da Amazniabrasileira

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    se repetem faixas anastomosadas de ecossistemas no meio dos numerosos setoresdeprimidos ou ligeiramente altos da rasa plancie. Pouca gente sabe que o rio

    Amazonas, nos setores considerados, um dos cursos dgua que transporta amaior carga de sedimentos finos em soluo, acrescidos de minitouceiras de ve-getao flutuante, na face da Terra. O contraste entre as guas escuras do rio Ne-gro face as guas amarelo-pardacentas do Solimes/Amazonas indica atributoshidrobioqumicos e hidrogeomorfolgicos.

    Para quem faz pesquisas nos confins de Mato Grosso, no extremo norte deTocantins ou no centro do Maranho fcil saber onde comea a Amaznia.Quando as florestas deixam de ser apenas galerias amarradas ao fundo aluvial dos

    vales; quando as matas sobem e fecham as vertentes e interflvios das colinasonduladas, onde antes, para o sul, o sudeste e o leste existiam extensos cerrados;ou, ainda, quando cerrados e matas secas cedem lugar para interminveis flores-tas de terra firme: a comea a Amaznia. Em vrias faixas de contato entrecerrados e matas na periferia da Amaznia ocorrem mosaicos complexos de pai-sagens de retalhos de chapades ou baixo plats com cerrados, e colinas ondula-das e serrinhas com matas de terra firme ou orogrfica. Maior complexidadeainda ocorre quando existem campestres pontilhados de arboretos dos cerrados(Roraima), passando gradualmente para matas de terra firme (Mucapai, Caracas)ou campos cerrados transicionando para matas orogrficas (centro-oeste deRoraima, centro-sul do Amap). A rigor, em todas as grandes manchas de cam-pestres ou cerrados que se estendem ao norte do rio Amazonas a saber, camposde Boa Vista, cerrados de Monte Alegre, cerrados naturalmente degradados do

    Amap ocorrem contatos complicados entre as formaes abertas e o incio dasgrandes matas que as envolvem.O Negro praticamente no tem plancies aluviais: estende-se de barreira a

    barreira, ou de talude de terrao at as barrancas da outra banda. Em frente deManaus, o rio chega a atingir 22 quilmetros de largura. Mas, em compensao,apresenta dois notveis setores de restingas fluviais sltico-argilosas centrais, fixa-das por um ecossistema de florestas baixas, pouco diversificadas. Dir-se-ia queexistem dois arquiplagos fluviais tipo anavilhanas no rio Negro: um, a mon-tante de Manaus, outro a montante da barra do rio Branco com o Negro, con-forme foi detectado no Projeto RADAM. Uma das poucas hipteses razoveis

    para ex-plicar a gnese dessas duas anavilhanas que, durante o tempo de guasbaixas e muito menos volumosas do Pleistoceno terminal (entre 23 e 13 mil anosA.P. antes do presente), o rio teria tido dois canais laterais locais e um espciede plataforma provisria e exposta, reinvadida pelas guas durante os ltimos12.700 anos, ao ensejo da densificao das florestas devido o gradual e quasecontnuo aumento das precipitaes pluviais na alta bacia do Negro/Vaups. Afmbria estreita de terraos arenosos eventualmente existente na beira do tabulei-ro de Manaus talvez tenha se formado durante os impactos pedolgicos e clim-ticos do otimo climaticum. Mesmo que no existam largas e continuas plancies

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    aluviais no baixo rio Negro, ocorrem diversos ecossistemas diferenciados na re-gio de Manaus: matas baixas, das anavilhanas; igapsa partir dos diques margi-

    nais engastados na beira alteada rio Negro; buritizais e buritiramas e outraspalmceas em faixas deprimidas dos tabuleiros regionais; campinase campivaranasem terraos de areia branca ou manchas arenosas mal pedogenizadas de inter-flvios; e, por fim extensasflorestas biodiversasde terra firme.

    No caso particular da larga e longa plancie amaznica, desde a barra do rioNegro at as proximidades do golfo Marajoara, o desdobramento dos ecossis-temas da prpria faixa de aluviao extraordinrio. O Amazonas permanececentralizado no meio da grande plancie que construiu ou (re)elaborou no de-correr do Holoceno. O rio se destaca bem no meio das terras baixas, parcialmen-te submersveis, embutidas entre tabuleiros. Aqui no o rio que se estende debarreira a barreira da outra margem. Sem a sua plancie aluvial, o rio tem dequatro a seis quilmetros de largura; a plancie que ele elaborou por processos hi-drogeomorfolgicos possui de 14 a 35 quilmetros de extenso lateral. Trata-sede um mosaico terra-gua labirntico, extremamente diversificado: diques mar-ginais baixos outrora florestados, ultrapassados pelas guas durante as grandescheias; florestas de vrzeas altas em alguns setores em que a plancie encosta-sena base dos tabuleiros; rstias de florestas biodiversas em diques marginaisinteriorizados; campinas em volutas de areia branca de riachos mendricos jdesaparecidos; vegetao herbcea ou campestre em leitos abandonados; capinsnativos nas bordas de lagos de vrzea, expostos ou submersos, em funo daretrao ou re-expanso das guas. E, por fim, uma assimetria berrante de

    ecossistemas nas margens dos parans, em um caso em que florestas de terrafirme recobrem tabuleiros, barrancas altas ou taludes de terraos da banda inter-na dos aludidos canais laterais descontnuos (osfalsosrios dos franceses; oyazooriverdos norte-americanos), enquanto da outra banda estende-se uma multidode ecossistemas terrestres, aquticos e subaquticos das plancies aluviaislabirnticas. Na faixa desse verdadeiro mosaico terra/guas, interposta entre oParan e o rio Amazonas propriamente dito, ocorrem ecossistemas muito dife-renciados entre si, ainda que pertencentes a uma s famlia do ponto de vistahidrogeomorfolgico.

    Somente quem viajou por esses canais laterais naturais designadosparans

    pode avaliar a sua largura e profundidade relativa. Da porque navios de certoporte podem navegar nas tranqilas guas dos parans. Alguns dentre eles como o caso do agigantado paran do Ramos estendem-se por dezenas acentenas de quilmetros. Muitos dos afluentes da margem direita ou esquerdado Amazonas, antes de lanarem suas guas no grande rio, desguam em setoresdos parans ou embaiamentos dgua similares, devido ao bloqueio feito porrestingas fluviais. Disso resulta que as prprias guas dos parans sejam diferentesque as do Amazonas, rio de longo curso, acumulador progressivo de sedimentosargilosos e slticos.

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    Carvoarias, Paragominas, Par,1986. Foto:Paula Sampaio/Kamara-K.

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    Variaes internas na composio dos ecossistemas

    florestais amaznicos: laterais e altitudinais

    Alm dos padres mais contrastados de ecossistemas encontrados na Ama-znia brasileira (matas, cerrados, campinas, mini-reliatos de cactceas), ocorremdiversificaes sutis na composio bitica do grande contnuo florestal regional.Trata-se de transies complexas, compreensveis quando ocorrentes do centro paraas periferias extremas, porm mais difcil de serem entendidas quando incidentesnas prprias reas centrais do domnio morfoclimtico e fitogeogrfico da Amaz-nia. No que tange s variaes altitudinais, tnhamos melhores parmetros paraentend-las devido as variaes sutis entre a flora das matas de sops e grotes e aque-

    la dos altos, localizadas nos trechos planlticos do reverso continental da serrania.Em termos puramente fitogeogrficos genricos, e no especificamente

    botnicos, existem diversas estratgias para se perceber as diversificaes interna-lizadas no grande contnuo das matas amaznicas. O primeiro desses critriosdiz respeito identificao da biodiversidade regional, que pan-amaznica, emface das espcies que so especficas de um s quadrante ou de poucas sub-regiesmuito separadas entre si na bastido das terras florestadas da Amaznia. Outrocritrio importante est relacionado com a observao das espcies dominantesno sub-bosque de certos e determinados trechos das florestas. Um terceiro crit-rio diz respeito identidade e cartografao de faixas de matas de cip, queenvolvem trechos de matas densas, em forma linear ou semi-circular. Em umestudo geomorfolgico sobre a serra dos Carajs, identificamos, de passagem,uma chave inusitada para detectar rapidamente diferenas de composio daspores basais e de cimeira das reas de florestas arogrficas: atravs da observa-o de espcies que crescem nas capoeiras pioneiras de pequenas reas devastadas ainda que nos altos da serra dos Carajs existam ecossistemas relutais, berrante-mente contrastados, constitudos por cactos e orqudeas arcaicas, fixadas em bor-das de cangas ferrferas, alm de clareiras arbustivas de espcies relativamente ho-mogneas, em vertentes de colinas dotadas de solos rasos, extremamente pobres.Para no falar das veredas que envolvem o trecho montante terminal de florestasde galerias, de exceo, existentes nas cimeiras relativamente planas da serra.

    Municiados por tais estratgias metodolgicas, alm de outras que a elasvenham se acrescentar, pode-se chegar a uma aproximao mais lgica do extraor-

    dinrio mosaico de ecossistemas da Amaznia, sendo que o conjunto desses cri-trios-chave tem condies de aplicabilidade garantida para outros setores da

    Amaznia, vistos como macro-espaos no interior da Amrica tropical. Ou seja,so aplicveis com modificaes e acrscimos s terras amaznicas, em nvel sul-americano.

    Diversificao sub-regional de ecossistemas naAmaznia brasileira

    Do que se conhece das margens e terminaes das florestas amaznicas,pode-se afianar que as maiores diversificaes ecossistmicas so encontradas

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    entre os Parecis e o Grande Pantanal Mato-grossense, na faixa oeste-leste do Ma-ranho, e, sobretudo, em diferentes quadrantes do estado da Roraima. Em todos

    esses casos, as baixas de transio e contato dependeram da compartimentaotopogrfica regional e das flutuaes climticas quaternrias sofridas por essasreas, to distantes entre si.

    Num transecto norte-sul, desde o alto e mdio rio Arinos at o Pantanal passando pela chapada dos Parecis e a depresso intermontana colinosa de Cuiab encontra-se um tipo de terminao dos mais complexos de todo o mundotropical brasileiro. Os depsitos retidos na bacia do Pantanal possibilitam umaboa compreenso dos acontecimentos palioclimticos e paleoecolgicos, assimcomo de fatos relativos neotectnica, que se sucedem na depresso do altoParaguai, no decorrer do Quaternrio (AbSaber, 1988).

    As modificaes paisagsticas, ecolgicas e de zoneamento climticoocorrentes ao longo do Maranho ocidental, Piau e Cear constituem, por sua

    vez, todo um esquema de faixas de transio e contatos, incluindo faixas de ectonosna periferia das florestas amaznicas (sem soluo de continuidade) transio econtato brusco entre as florestas do planalto Maranhense com a zona dos Cocaisda baixada costeira regional. E, ao leste do planalto desde as proximidades deBarra do Corda at o vale do Parnaba, com suas extensas matas de galerias coa-lhadas de babau estendem-se campos cerrados, os quais, aps pequenos enclavesde semi-aridez (Campo Maior), sobem pelas rampas do reversos de cuestas doPiau, sob a forma entreverada de cerrados/caatingas, constituindo-se em umdos ectonosmais rusticamente expressivos do pas. No preciso destacar a imensa

    variedade de ecossistemas existentes entre as florestas do Maranho centro-oci-dental (matas dos avanrandados) e os sertes colinosos e rebaixados do Cear,a leste da serra Grande do Ibiapaba.

    No momento, porm, interessa-nos elaborar uma sntese dos conhecimen-tos palioclimticos e paleo-ecolgicos de Roraima, em um momento em que seconhece melhor a compartimentao topogrfica e as formaes detrticas de seuespao fisiogrfico total.

    No espao fisiogrfico do estado de Roraima, ocorre a nordeste uma pe-quena bacia sedimentar arenosa do Quaternrio mdio ou inferior, embutida emuma rea deprimida originada por uma neotectnica ps-pliocnica. Os sedi-

    mentos da bacia de Boa Vista so fluviais ou flvio-lacustres rasos, expostos aalgumas dezenas de metros acima do nvel das guas do rio Branco. No conhe-cemos muita coisa da espessura mdia dos seus depsitos, mas podemos adiantarque sua base deve ser relativamente irregular no contato com rochas pr-cambrianas ou vulcnicas modernas. Em termos de ecossistemas at onde seestendem os campos do rio Branco, pontilhados por espcies no muitodiversificadas de cerrados predominam padres de campestres, florestas de ga-lerias marcadas por notveis rengues de buritis e alguns raros relictos de cerradosem franco processo de degradao. No entorno da bacia de Boa Vista, em reasfortemente compartimentadas, ocorrem alternncias de campos com florestas

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    submontanas, eventuais pontes ou padres rochosos comportando mini-relictos de cactceas. A oeste , noroeste e norte-nordeste, estendem-se continua-

    mente florestas orogrficas e alta-montanas at a larga faixa de fronteiras com aVenezuela. Ao norte, aps transpor frgeis florestas orogrficas, atinge-se os cam-pestres de cimeira do planalto das Guianas, conhecidos porgran sabana(entreBV 8, Brasil, e Santa Helena de Ouraen, Venezuela). Em prosseguimento, empleno territrio venezuelano, ocorrem os montes testemunhos ruineformes dostepuis, os quais quebram a monotonia dos espaos campestres da gran sabana.Na fronteira trplice do Brasil, Venezuela e Repblica Comunitria da Guiana, ospicos da Roraima e do Cabura, com altitudes tangentes a 2.900 metros, apresen-tam cabeas rochosos emergindo acima das florestas orogrficas, expondo pare-des rochosas, lajedos e blocos das mais variadas formas, constituindo-se emecossistemas rupestres locais (rupestres-biomas).

    Nas terras baixas, ao sul dos campos de Boa Vista, na rea drenada pelobaixo Rio Branco e alguns de seus afluentes meridionais (Juaperi e Catrimani),existe um mosaico complicado de matas de galerias, campos varzeanos e inespe-rados campos de dunas (Schneider, 1994). O mosaico matas/campos inicia-seaproximadamente na regio de Mucaja e consolida-se nas terras firmes existen-tes ao sul de Caracara. Mas, logo, quando o rio Branco se aproxima de sua barrano rio Negro, encontra a depresso mais pronunciada de toda a Roraima, envol-

    vendo diques marginais florestados, vrzeas submersveis e os subconjuntosdunosos de areia branca elaborados em algum estgio do Pleistoceno terminal,ou, at mesmo do Holoceno, a partir do retrabalhamento de reas retiradas de

    rio acima, sobretudo da formao Boa Vista, segundo tudo leva a crer.Referimos tais condies de sedimentao, ocorrentes na bacia do baixorio Branco e nas plancies coalescentes de seus afluentes meridionais, porque setrata nitidamente de uma outra assemblia de ecossistemas locais da Amaznia,devido a presena de suportes ecolgicos bizarros inclusive com a presena dedunas, conforme os estudos pioneiros de Schneider e seus companheiros de pes-quisas. Na realidade, o baixo rio Branco uma das duas regies deprimidas exis-tentes no espao geomorfolgico total do estado de Roraima. A primeira dessasdepresses situa-se a nordeste do estado, expressando-se por um relevo colinosoe solos predominantemente arenosos.

    Ela foi gerada ao norte do baixo plat tercirio de Manaus, em um paleo-espao de desnudao marginal acompanhado de ligeira eversoe sujeito a umasubsidncia bastante moderada, porm suficiente para dar origem pequena ba-cia sedimentar designada formao Boa Vista. A segunda regio deprimida estbem longe das colinas e campos de Boa Vista, ampliando-se na rea do baixo rioBranco. uma legtima plancie de coglescncia aluvial dos diversos rios afluen-tes que ali se concentram, j muito prximo da barra do rio Branco sobre o rioNegro. Estreitos diques marginais florestados, plancies de inundao sincopadasdotadas de campos de vrzeas e conjuntos de dunas de areia branca, semi-fixadosou semi-ativos, amontoam nessa plancie, dando origem ocasional a psamo-biomas.

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    Aplicao do conceito de ecossistema Amaznia pan-americana

    A Amaznia a regio ideal para o reconhecimento de ecossistemas, nos

    termos que Tansley(1935) props para a identificao dos tipos de sistemasecolgicos naturais existentes em um determinado territrio. O criador dessaexpresso era botnico de origem, mas ao rever a histria das cincias ecolgicasatingiu um noo interdisciplinria, fora do comum, em relao aos cientistas pordemais atrelados aos mtodos e objetivos de uma s e mesma disciplina. Tansley,ao contrrio, propugnou pelo estudo integrado de todos os fatos que criam su-porte para o desenvolvimento de biotas adaptadas a viver em determinados lo-cais. Portanto, considerava a trama local dos fatos abiticos pedolgicos, h-dricos e climticos que servem de suporte ecolgicopara a existncia de umdeterminado contigente de vida vegetal e animal observvel em um pequeno es-pao, independente de sua rea de extenso total e dos ecossistemas de seu en-torno. Para efetivar tal estado na prtica, indica-se sempre o mtodo dos qua-drantes.

    Na histria da difuso do conceito entre comunidades cientficas do mun-do inteiro, aconteceram retardos lamentveis, acrescidos de interpretaes alea-trias, distores e reducionismos perigosos. A frase que mais comumente sedizia um ecossistema o conjunto de fatos abiticos e biticos de um deter-minado local era por demais sinttica e didaticamente impotente. Sobretudoporque um dos fatos tidos como abiticos est profundamente entranhado demicroorganismos, elementos graxos, razes decompostas, materiais biognicosprovindos da serrapilheira e colides: referimo-nos, evidentemente, aos solos de

    cada ponto, sub-rea ou regio natural da superfcie terrestre. Na realidade, ossolos constituem tipos de tecidos, formados pela decomposio ou alterao su-perficial de rochas de cada rea ou regio. So, na maior parte das vezes, re-elaborados pela coluviao, aluviao sazonal, infiltrao e evaporao estacionalde guas, e pela presena de microorganismos, nutrientes minerais, animaisfuadores, colides de componentes graxos e matria orgnica oriunda da dete-riorao das razes e da poro basal do folhedo (horizonte A).

    Outro fator de apoio para o desenvolvimento e permanncia da vida vege-tal em um certo espao, onde foi ou est sendo fabricado um tipo de solo, adinmica climtica regional e local. Na realidade, os processos de fotossntese

    auto-sustentadores da vida vegetal, assim como o fornecimento de guas para ahidratao dos solos e das plantas, dependem da associao entre o calor, a umi-dade e as chuvas, entrosados com a luminosidade e a energia solar, em seus cur-sos de atuao diria e estacional. uma histria vegetacional que remonta aosfins do Cenozico, sensu stricto, e que envolveu a multiplicao da biodiversidadeno decorrer do Quaternrio, incluindo retraes e re-expanses dos diferentestipos de vegetao, sob uma constante competio pela luminosidade e pelainterao entre calor e umidade. Esses so os fatores bsicos que explicam ocomplexo quadro dos ecossistemas amaznicos.

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    Por uma tendncia de simplificao didtica errada, muitos autores prefe-rem filiar-se idia de que um ecossistema tem que ser conhecido em sua estru-

    turae em suafuncionalidade. A despeito de seu grande interesse biogeogrfico,tal enfoque, quando se pretende espacializar os ecossistemas predominantes emum certo territrio, vale muito pouco para se entender a totalidade de umecossistema. Isso porque, entre o estudo prvio da estrutura e a tentativa de com-preender a funcionalidade em nvel sinecolgico, resta a imensa tarefa de identi-ficar a composio bitica do sistema ecolgico em nvel de um pequeno espaorepresentativo. Dessa forma, o estudo integrado verdadeiro de um ecossistemaintertropical, por exemplo, no se esgota nunca, devido dificuldade de encon-trar equipes polivalentes, capazes de identificar o complexo mundo bitico re-presentado pela vegetao, fauna e estoque microorgnico ativo dos solos e dasserrapilheiras. Mas nem por isso os pesquisadores interessados no estudo dos

    ecossistemas de uma regio qualquer devem desanimar, sobretudo quando setrata da enorme complexidade dos sistemas ecolgicos do mundo tropical. To-dos podem colaborar, dentro de sua especialidade, para se compreender uma dasfaces de um ecossistema, visto na escala de um pequeno espao representativo.E, nesse sentido pelas razes expostas na presente contribuio a Amaznia a regio do mundo que apresenta o maior nmero de espaos ecolgicos repre-sentativos, dispostos desde as vertentes cisandinas at as interminveis colinas etabuleiros florestados, grandes plancies aluviais e serranias intra-amaznicas deRoraima ocidental e dos Carajs. Enfim, desde as altas encostas chuvosas dos

    Andes peruanos e colombianos at os manguezais, furos e gamboas do litoral do

    Amap, Par e noroeste do Maranho.Os ecossistemas da fachada atlntica da Amaznia brasileira:

    a multiplicao de suportes ecolgicos

    O estudo do feixe de ecossistemas que marcam a originalidade da fachadaatlntica da Amaznia brasileira constitui-se em uma tarefa parte nos estudossobre a zona equatorial de nosso pas. O fator nmero um responsvel pela cons-tituio do suporte ecolgico da faixa litornea do Amap, de Maraj (Par) e donordeste paraense e maranhense est relacionado com o extraordinrio volumede sedimentos finos que o rio Amazonas descarrega nas guas do golfo Marajoara:o mar Dulcedos antigos cronistas. Na realidade, porm, uma parte importantedesses sedimentos argilosos devolvida para a beira dos esturios e margens ter-minais de alguns rios de maior porte. O leque de lamas que se forma em frentede Maraj graas juno do material fino descartado pelas boca norte do Ama-zonas e a boca do rio Par (Tocantins, estreitos de Breves, rio Guam) ficoudisponvel para a ao das mars, em uma costa marcada por uma tropicalidadeberrante. Da decorre as duas modalidades de manguesda costa do Amap e dolitoral do Par-Maranho. Trata-se de manguezais frontais, fisiograficamente muitodiferentes entre si: retilinizados no Amap, aps o delta do Araguar, etrombetiformes na zona costeira do nordeste paraense e noroeste do Maranho,

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    no existindo nada igual no restante da costa tropical e subtropical atlntica doBrasil.

    Para se entender corretamente a gnese da zona costeira amaznica, neces-srio recorrer aos conhecimentos sobre o sobe e desce do nvel do oceano e suasconseqncias regionais. Sabe-se que entre 23 e 13 mil anosA.P., o nvel dos ma-res baixou para aproximadamente 100 metros. Nesse perodo de tempo, os cli-mas da Amaznia comportavam precipitaes menores do que as atuais e umasazonalidade pronunciada, enquanto o rio, por razes bvias, era ele prpriomenos volumoso. Foi esse rio ligeiramente emagrecido que se estendeu gradual-mente at a linha da costa rebaixada e recuada. Devido mudana do nvel da ba-se e atuao forte da eroso regressiva, formaram-se canyonsna plataforma con-tinental, secionando os terraos elaborados em perodos mais antigos (Pleistocenomdio e pro-parte Superior). Vale dizer que a eroso regressiva de grandeextensividade no interior do eixo principal do Amazonas e baixos vales de seusafluentes secionou os terraos baixos mantidos por cascalhos (terraos de Icoaraci,Macap) e o desvo de revelo onde hoje se localiza o delta interno de Breves.

    Quando o mar subiu, a partir de 12.700 anos A.P., atingindo um nvelaproximado de 3 metros acima da atual, provocou um extraordinrio afogamentoao longo dos emboques norte e sul do Amazonas, dando origem a um largo canalna retro-terra de Maraj (paleo-canal de Breves, segundo propomos). Durantesua ascenso, o mar frente da terra firme marajoara executou um processo abra-sivo fundo, que hoje est muito bem marcado, em uma linha norte-sul, na por-o centro-oriental da ilha. At aquele momento inexistiam as plancies costeiras

    que hoje aparecem no Amap, no leste-nordeste do Maraj, no nordeste do Pare no noroeste do Maranho. Em um desce e sobe de baixa amplitude mensu-rvel em metros o mar recuou de sua linha de costa paleo-marajoara, iniciandoos processos de sedimentao que criaram suportes ecolgicos para os atuaiscampos inundveis de Maraj. Tais acontecimentos proporcionaram sedimenta-o argilosa, que se tornou frontal alm da delta do Araguar, na direo do pon-tal do Oiapoque, e trombetiforme frente e nos bordos das rias sucessivas.

    Quando o nvel do mar atingiu 3 metros acima do nvel do mar, entre 6 ecinco milA.P., por ocasio do optimum climtico, as guas marinhas, com salinidadeatenuada, envolveram a poro ocidental da terra firma marajoara, fazendo recuar

    a condio de esturios para o baixo Tocantins e o baixo Amazonas. O cenriodessa poca pressupunha largos canais semi-marinhos e embaiamentos atravsdas duas bocas encurtadas j estabelecidas ao norte e ao sul da terra firme centro-ocidental de Maraj. Entretanto, a poro oriental da ilha estava submetida auma ingresso rasa, de forte atuao abrasiva, preparando assim a plataformabaixa que viria a receber a sedimentao mais recente que caracteriza a complica-da regio dos campos submersveis de Maraj. E incluindo ainda, mascarada-mente, a linha de costa interiorizada da paleo-enseada do bordo oeste do lago

    Arar. O recuo do mar por meio de irregularidades (pequenos avanos e ligeiros

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    recuos), foi realizado sobre o imprio de sedimentos finos, de tal modo que ochamado processo de progradao no pde ficar registrado por feixes de

    restingas arenosas costeiras. Mesmo assim, os campos submersveis, o lago Arar,os igaraps e gamboas, com seus diferentes tipos de cobertura vegetal e hidro-ecossistemas, apresentam-se sob a forma de um mosaico complexo, sob condi-es climticas quentes e muitos chuvosas. Fato que se repete, talvez com menorcomplexidade, nos espaos ecolgicos diferenciados do delta do Araguar.Identicamente, os deltas de fundo de esturio do baixo Tocantins, frente baadas Bocas, e o tampo deltaico interno de Breves incluem sedimentos fluviais ealuviais mltiplos, responsveis por suportes geo-ecolgicos diferenciados.

    Disponibilidades bibliogrficas e recuperao de conhecimentos

    Na imensa bibliografia referente ao domnio fitogeogrfico amaznico,

    pode-se obter informes genricos em geral taxionmicos de interesse indiretopara a caracterizao dos ecossistemas regionais. Entretanto, para quem preten-da recuperar conhecimentos preexistentes, a favor da temtica dos mosaicos deecossistemas ocorrentes em uma rea de 4,2 milhes de quilmetros quadrados,o acervo bibliogrfico se apresenta como um cipoal, tal a sua fragmentaridadee amarrao a ticas exclusivamente florsticas ou fito-fisionmicas. Falta, sobre-tudo, na maior parte das vezes, aquela interdisciplinaridade exigida pelo concei-to de ecossistema no que tange ao suporte ecolgico representado pelos solos,hidrologia e dinmica climtica. Por outro lado, a lista de espcies registradas dizrespeito a espaos ecolgicos muito amplos, sendo muito raras as tentativas de

    levantamentos da composio fito-bitica pelo mtodo dos quadrantes. At mes-mo em casos flagrantes de vegetao relicto ou mini-refgios, existe uma grandemngua de pesquisas detalhadas que atendam s exigncias do tratamentoecossistmico trate-se das cactceas existentes nas encostas rochosas dos morrotesde Mucaja, da vegetao hbrida das ngremes barrancas de abraso fluvial deMonte Alegre ou das diferentes floras, ora arbustivas, ora composta de mini-refgios de cactceas, existentes em suportes ecolgicos de solos metalognicos.Tendo em vista, sempre, que o tamanho do espao no elimina a individualidadedos ecossistemas.

    De qualquer forma, extremamente til rever o estoque bibliogrfico dis-ponvel sobre a florstica regional ou sub-regional da Amaznia vista em seutodo sul-americano. Nesse sentido, a bibliografia que acompanha a presente co-municao constitui um esforo seletivo, vrias vezes apurado, para registro dostrabalhos taxionmicos essenciais sobre a Hyloeade Humboldt ou a NaiadesdeMartius.

    A Alexander von Humboldt devemos a noo de zonao altitudinal davegetao, que continua sendo bsica para o entendimento das variaes sofridaspela composio florstica dos ecossistemas amaznicos, quer se considere a re-gio cisandina, a serra dos Carajs ou as serranias florestadas orientais de Roraimae seus prolongamentos ao norte do Amazonas. Mas, em termos da Amaznia

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    brasileira, tudo comeou com o extraordinrio e prolongado esforo de CarlFriedrich Philipp von Martius, em sua Flora Brasiliensis, dirigida sucessivamente

    por ele prprio (1840-1868), em colaborao com Endlicher (1840-1849), Eichler(1949-1887) e Urban (1887-1906), envolvendo contribuies de mais 65 bot-nicos. Como no podia deixar de ser, a Amaznia ficou muito bem representadanessa monumental obra, de iniciativa de Martius, considerada esteio de toda abotnica sistemtica brasileira, no dizer de Mrio Guimares Ferri (1979-80).

    Entrementes, h que registrar o fato de que a primeira fase de identificaode componentes da vegetao amaznica, em territrio brasileiro, uma herana de uma muito longa histria de observaes empricas dos povos indgenas,que habitaram a regio por alguns milhares de anos. Nesse sentido, a preponde-rncia dos termos de origem tupi-guarani esmagadora. Trata-se da lngua maisabrangente no reconhecimento das plantas que compem a flora geral da Ama-znia e, ao mesmo tempo, aquela que ocupa o maior e mais contnuo espaonas terras amaznicas, onde ocorrem as mais diferentes combinaes de espciesnativas. Alm do que, a toponmia que passou o maior nmero de informesgenricos ou pragmticos para a cultura popular da populao cabocla da Ama-znia, representando assim um importante legado da medicina indgena para oshomens isolados e marginalizados nas solides territoriais da Hyloea.

    O certo que, nos dias de hoje, quando o ndio ou caboclo vivente nabeira de rios, riozinhos ou igaraps, borda de lagos, igaps ou furos serve deguia para pesquisadores de botnica ou zoologia, ele transmite informes e termi-nologia amerndia, elaborada ao longo de milnios. De tal maneira, o conheci-

    mento acumulado foi basicamente experimental, em termos de aplicaes e des-coberta de princpios ativos de diferentes validades. Algumas experincias com ouso de certas plantas foram letais ou incomodantes; outras vezes, porm, bem-sucedidas ou salvadoras.

    Os estudos de etno-cincias aplicados Amaznia brasileira possibilitarama identificao de um valor nitidamente ecolgico em muitos termos de origemtupi. A expresso caatinga, por exemplo (hoje abandonada para evitar confusescom o ambiente de grande domnio semi-rido do Nordeste seco), alude s fai-xas de vegetao arbustiva ou sub-arbustiva esparsa, estabelecidas em manchasou corredores de areia branca, estril para suporte ecolgico de matas. E, graas

    a um excelente estudo de Darrel Posey, pode-se saber que indgenas do Brasiltinham uma noo emprica, porm integrada, de todos os compartimentos ra-sos de uma plancie de inundaes, at os setores brejosos da vrzea dominadopor gramneas, caracterizando a sua rampa ascendente florestada, at passar aobaixo terrao ou base das vertentes de florestas de terra firme.

    Em funo dos conhecimentos obtidos pelos estudos etno-botnicos, possvel rever a seqncia das fases de pesquisas e observaes cientficas ouempricas, de interesse para aplicao do conceito de ecossistemas, ao vasto terri-trio amaznico, visto no seu todo espacial e altitudinal. Numa primeira aproxi-

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    mao, com base em uma exaustiva reviso das bibliografias disponveis, identifi-camos a seguinte sucesso de fases, as quais se iniciam por um longo perodo

    emprico e pragmtico de observaes, passando a diferentes perodos racionais,ainda uma vez entranhados de grande pragmatismo.

    Fase indgena, predominantemente tupi, parcialmente aruaque. Desenvol-vimento lento e prolongado: alguns milnios. Identificao emprica e prag-mtica da maior parte do universo florstico da Amaznia: vegetao arbreae arbustiva, cips e ervas. Seleo de plantas medicinais que at hoje soutilizadas parcialmente pela medicina popular amaznica e brasileira. Iden-tificao de madeiras e palmas para construes rsticas e ecolgicas. Grandeacuidade no reconhecimento de alguns padres ecolgicos integrados, so-bretudo nas plancies aluviais e eventuais formaes abertas, do tipopsamo-biomas.

    Fase da conquista lusitana da Amaznia, com forte arrasamento fsico ecultural de populaes beiradeiras do vale, desde Maraj at o rio Negro eSolimes (sculos XVII e XVIII). Paradoxalmente, por iniciativa de mis-ses religiosas, houve um sensvel processo de atenuao das investidasblicas contra as populaes indgenas regionais, acompanhado de umarecuperao parcial dos conhecimentos indgenas regionais.

    Em uma segunda fase, que se estendeu pela segunda metade do sculoXVII e pelo sculo XVIII, registram-se as observaes do padre Cristobal de

    Acua no retorno da grande viagem pioneira de Pedro Teixeira de Belm a Qui-

    to, publicadas em Madri (1641), e as anotaes de viagem de Charles Marie deLa Condamine (1743), o qual, como subproduto de suas pesquisas astronmicas,narrou os percalos de sua grande viagem oeste-leste, incluindo fatos da conjun-tura fsica, bitica e humana da Amaznia brasileira, nos meados dos anos 1700.Esse perodo termina bruscamente, em uma transio complexa, com as viagense investigaes cientficas de Alexandre Rodrigues Ferreira.

    A prxima fase envolve as viagens e pesquisas botnicas de Karl FrederichPhilipp von Martius (1817-1820), que, aps entrar em contato com as selvasequatoriais da Amaznia, tomou a deciso de estudar as palmeiras do Brasil e asplantas criptogmicas, para depois iniciar sua contribuio mxima botnica

    brasileira, em um admirvel trabalho coletivo, que no se interrompeu com a suamorte: a Flora Brasiliensis(1829-1906). Trata-se de uma empreitada cientficadestituda de personalismos, sucessivamente dirigida pelo prprio Martius, porEichler e por Urban, e envolvendo a colaborao de 65 pesquisadores da rea debotnica. Tendo feito itinerrios de pesquisa e coleta em quase todo o Brasil,Martius adquiriu um excelente esprito comparativo, que lhe possibilitou a iden-tificao pioneira da maior parte dos grandes domnios fito-geogrficos do pas.No que se refere especificamente Amaznia a Hyloeade Humboldt, a Naiadesde Martius outros grandes cientistas acrescentaram observaes ao longo do

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    sculo XIX: Bates, Walace, Henri, Olga Coudreau, Chermon de Miranda, Bar-bosa Rodrigues, Joo Alberto Maso, Stradelli, Bus-calioni e, sobretudo, Richard

    Spruce.Aps esse perodo marcado pela contribuio dos viajantes naturalistas epor algumas contribuies isoladas, segue-se a brilhante fase de pesquisas botni-cas desenvolvidas pelo Museu Paraense Emlio Goeldi, por meio dos trabalhosde Jacques Huber, Adolpho Ducke, Joo Mura Pires e William AntnioRodrigues. Antecedendo-se a qualquer universidade brasileira, o Museu Goeldifuncionou efetivamente como um centro de pesquisas e formao de pessoal nasreas de histria natural e etnografia, servindo de base e apoio para numerosospesquisadores provenientes do exterior ou do prprio pas. De sua atuao e

    performance nos campos da botnica, zoologia e etnologia, e de seu exemploinstitucional, desdobraram-se outras instituies especializadas em Belm e

    Manaus, tais como o antigo Instituto Agronmico do Norte, o Instituto EvandroChagas, a Embrapa/CPATU, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amaznia e,mais recentemente, a Universidade Federal do Par, a Fundao Universidadedo Amazonas e a FioCruz da Amaznia (Manaus). O acervo de documentos,informes e exemplares de coleta acumulados no Goeldi representa uma das maissignificativas contribuies para o estudo da composio dos ecossistemas natu-rais da Amaznia do grupo Vegetao no Projeto RADAM e RADAM-BRA-SIL a frmula encontrada para separar cincia bsica de cincia aplicvel, extre-mamente inteligente, porm de muito trabalho. Isso porque alm de elaborar asua parte para ser includa junto com os captulos de geologia, geomorfologia,

    solos e uso potencial do solo, os membros da equipe realizaram, em anexos,livros inteiros sobre anlise estatstica de dados por processos computacionais.Nesses anexos documentrios, fizeram-se anlises qualitativas e quantitativas dopotencial madeireiro ofertado pelas florestas amaznicas, em termos das espciescaractersticas de cada sub-regio estudada. Tratava-se de uma encomenda oficialque no podia ser negligenciada. Nos objetivos definidos para os anexos, falava-se pragmaticamente no potencial madeireiro, nos fundamentos de uma polticaflorestal em busca de um zoneamento dos tipos florestais sub-regionais e naavaliao bsica para um plano de economia florestal. Tratava-se, enfim, de umaperigosa rede de objetivos econmicos, pois desacompanhada de um conjuntoestratgico de medidas de proteo biodiversidade e gerenciamento das atividades

    madeireiras. Nem todos os pesquisadores dos estudos bsicos do Projeto RADAM/RADAMBRASILeram botnicos e taxionomistas. Nesse sentido, foi decisiva acolaborao dos especialistas do Museu Goeldi (Joo Mura Pires e William A.Rodrigues).

    Um perodo parte na histria das pesquisas sobre a vegetao da Amaz-nia brasileira ficou vinculado ao Levantamento de Recursos Naturais do Proje-to RADAM e prosseguido pelo Projeto RADAMBRASIL. Pelo fato de ter sidoelaborado em um intervalo de tempo relativamente pequeno (1973-1983), noque se refere aos levantamentos fito-geogrficos do universo espacial amaznico,

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    a contribuio das pesquisas realizadas pelo RADAM e RADAMBRASILtem umnvel de abrangncia excepcional. Nos primeiros 22 volumes do Projeto, existem

    informes que interessam s variaes fitoecolgicas, composio botnica dosdiferentes tipos de vegetao distribudos pelo espao total amaznico, alm dasprimeiras abordagens sobre os ecossistemas regionais da regio. No se utilizouo conceito de ecossistema de Tansley(1935), mas se realizou em esforo vlidopara deslanchar pesquisas nessa direo. Dirigido desde o incio por HenriquePimenta Veloso e Luiz Ges Filho, envolveu uma numerosa equipe de engenhei-ros florestais, naturalistas, botnicos especializados e gegrafos, constituindo-seem uma oportunidade nica para um aprendizado dirigido para jovens pesquisa-dores e para auto-reviso de cientistas experientes.

    Independentemente da epopia de pesquisas vinculadas ao uso de imagensde radar sob controle de campo (1973 a 1983), houve uma fase ininterrupta deestudos temticos e pesquisas sobre o terreno, de importncia para o reconheci-mento dos ecossistemas naturais amaznicos. Foram cinqenta anos de publica-es, conduzidas por variadas ticas e tcnicas complementares de trabalho. Nessafase, sucederam-se trabalhos elaborados por Black, Tacheuchi, Prance, Sioli, Junk,

    Adis e Loureira. Tiveram continuidade com algumas novas contribuies de JooMura Pires, William Antnio Rodrigues e Paulo Cavalcanti, sobre frutos da

    Amaznia. Um grupo de botnicos, liderados por Manoela Silva, integrou-se aoestudo da serra dos Carajs, com nfase na vegetao de solos litlicos e enclavesrupestres das cangas hematticas (Rosa, Seco, Lobo, Liboa, Mesquita). umanova gerao que desponta no Museu Goeldi e no INPA, descobrindo novos

    temas para a botnica amaznica.Paralelamente a tudo isso, desenvolveram-se pesquisas modernas de solos,

    limnologia, correlaes responsveis por psamo-biomas, helo-biomas e rupestresbiomas, e variaes climticas sub-regionais. As idias novas introduzidas sobre ahistria vegetacional e as razes das aparentes anomalias na distribuio das es-pcies ou conjuntos de espcies e subespcies, explicadas pela Teoria dos Refgios,contriburam para reorientar e esclarecer diversas questes enigmticas.

    O aprimoramento dos estudos fito-fisionmicos, da lavra de botnicos egegrafos, contribuiu para orientar futuros trabalhos interdisciplinares sobre aestrutura, composio e funcionalidade de ecossistemas. Ficou claro, sobretudo,

    que para a realizao correta de tais pesquisas no possvel continuar fazendomonografias em separado de ordem geolgica, geomorfolgica, pedolgica,hidrolgica e climtica. Nesse sentido, as excelentes contribuies especializadassobre solos perderam muito de sua fora devido ao peso metodolgico ortodoxoe ausncia de uma percepo dos solos como tecidos ecolgicos e suportebsico de ecossistemas.

    A despeito de tais consideraes, convm lembrar que a Amaznia brasilei-ra recebeu bons estudos de solos desde Marbut e Manifold, Bramo, Day,Sakamoto, Klinge, Stumlelr Sombroek, Benema, Lcio Salgado Vieira e talo

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    Cludio Falesi, entre outros, por meio de trabalhos que vm desde 1925 at1964, culminando pela campanha dos pedlogos que trabalharam no RADAM e

    RADAMBRASIL(1973-1989).Por ltimo, convm assinalar que o advento de uma correta aplicao doconceito de ecossistema Amaznia possibilitar um aprofundamento da abor-dagem integrada dos fatos fisiogrficos e biticos, ao par com uma nova formade ver os diferentes tipos de interferncia dos processos antrpicos sobre os siste-mas ecolgicos herdados da natureza. Trata-se de uma temtica de grande valorpara prever impactos provocados por leis inconseqentes ou por aes crimino-sas de pessoas ou grupos autoritrios e insensveis.

    Bibliografia

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    Aziz N. AbSaber, gegrafo, e professor honorrio do Instituto de Estudos Avanadosda USP.

    Texto publicado originalmente em ingls emAmazonia - Heaven of a New World(Riode Janeiro: Editora Campus, 1998), coordenado por Maria de Lourdes Davies de Freitas,a quem a revista agradece ter autorizado a publicao da verso em portugus.