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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? AM Ben Noach– Português Redação para Concursos Públicos ESTRUTURA DISSERTATIVA O PARÁGRAFO É o ponto de partida do texto. Os textos descritivos, narrativos ou dissertativos são estruturados em parágrafos, que podem ser identificados por um pequeno afastamento da margem esquerda da folha, possuem extensão variada e têm o objetivo de desenvolver uma ideia. As bancas corretoras de provas discursivas e/ou de redação de qualquer concurso público, meu camarada, não havendo nenhuma exceção, EXIGEM uma estrutura formal rígida: “CUMPRIMENTO DA NORMA CULTA DA LÍNGUA”, é o que geralmente aparece nos editais. Recomendo que a estrutura do seu parágrafo dissertativo seja essa: Tópico frasal – apresenta a ideia-núcleo que será desenvolvida ao longo do parágrafo. Desenvolvimento – contém a explicação ou ideias complementares, com o objetivo de esclarecerem e fundamentarem o tópico frasal. Conclusão – parte que consolida, une a mensagem do tópico e a das informações complementares. Leia este parágrafo: A leitura é considerada essencial para todos que desejam ter uma visão mais abrangente sobre o mundo. Por meio dela, pode-se, por um lado, ter acesso à herança cultural, registrada através da escrita. Por outro, há possibilidade de, a partir de experiências e situações textuais, o ser humano refletir e aumentar sua experiência pessoal. Portanto, não ler é perder a oportunidade de compreender melhor a realidade, seja ela coletiva ou individual. Tópico frasal: A leitura é considerada essencial para todos que desejam ter uma visão mais abrangente sobre o mundo. Desenvolvimento: Primeira ideia complementar: Acesso à herança cultural, através de textos escritos. Segunda ideia complementar: A partir de situações lidas, o ser humano pode enriquecer sua experiência pessoal.

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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

AM Ben Noach– Português Redação para Concursos Públicos

ESTRUTURA DISSERTATIVA

O PARÁGRAFO

É o ponto de partida do texto. Os textos descritivos, narrativos ou dissertativos são estruturados em parágrafos, que podem ser identificados por um pequeno afastamento da margem esquerda da folha, possuem extensão variada e têm o objetivo de desenvolver uma ideia. As bancas corretoras de provas discursivas e/ou de redação de qualquer concurso público, meu camarada, não havendo nenhuma exceção, EXIGEM uma estrutura formal rígida: “CUMPRIMENTO DA NORMA CULTA DA LÍNGUA”, é o que geralmente aparece nos editais. Recomendo que a estrutura do seu parágrafo dissertativo seja essa: Tópico frasal – apresenta a ideia-núcleo que será desenvolvida ao longo do parágrafo. Desenvolvimento – contém a explicação ou ideias complementares, com o objetivo de esclarecerem e fundamentarem o tópico frasal. Conclusão – parte que consolida, une a mensagem do tópico e a das informações complementares. Leia este parágrafo:

A leitura é considerada essencial para todos que desejam ter uma visão mais abrangente sobre o mundo. Por meio dela, pode-se, por um lado, ter acesso à herança cultural, registrada através da escrita. Por outro, há possibilidade de, a partir de experiências e situações textuais, o ser humano refletir e aumentar sua experiência pessoal. Portanto, não ler é perder a oportunidade de compreender melhor a realidade, seja ela coletiva ou individual.

Tópico frasal:

A leitura é considerada essencial para todos que desejam ter uma visão mais abrangente sobre o mundo.

Desenvolvimento: Primeira ideia complementar: Acesso à herança cultural, através de textos escritos. Segunda ideia complementar: A partir de situações lidas, o ser humano pode enriquecer sua experiência pessoal.

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Conclusão: Não ler é perder a oportunidade de compreender melhor a realidade coletiva e individual. Pensada a estrutura do parágrafo, vamos agora ver a questão do vocabulário, essencial para a construção de qualquer bom parágrafo. As bancas corretoras avaliarão cada parágrafo, buscando encontrar: • Adequação: nunca se esqueça de que a redação é uma situação formal de comunicação. Como tal,

a linguagem deve ser selecionada para se adequar ao padrão culto da língua, no qual se busca a ausência de gírias ou expressões coloquiais;

• Correção gramatical: as palavras devem ser usadas de acordo com as regras gramaticais; (vamos revisar as principais! ;-) )

• Repetição de palavras: não só relembrar o uso de sinônimos, hiperônimos e hipônimos mas também estudar coesão referencial são fatores essenciais para superar as dificuldades deste item. Não se aflija, vamos falar sobre isso!

• Eis alguns elementos que você deve evitar em sua redação: a) jargões populares de personagens de novelas, filmes, programas humorísticos etc (Todos os

exemplos foram retirados de redações de alunos): “Distanciar o país da ética... Não pode!” “Todos ficaram roxo berinjela devido aos últimos escândalos políticos na administração do Distrito Federal” “O homem não deve ajudar mulher em casa. Esse negócio de marido lavar pratos é coisa de boiola.”

b) as gírias e o discurso coloquial:

“Os governantes dos outros países são cheios de marra e não criaram leis que resolvem a parada do meio ambiente.”

c) O uso dos prefixos “hiper”, “super”, “mega” e “ultra” como advérbios de intensidade, ou como

adjetivos, embora aceito na linguagem coloquial, é inadequado quando se escreve em linguagem culta, em especial em provas militares; portanto, não utilize em sua redação: “É super necessário valorizar a ética na vida moderna.” “Foi hiper interessante a atitude daquele servente do aeroporto que devolveu o dinheiro que achou no aeroporto para o dono. Pena que ele continuou mega pobre depois disso.“

d) as palavras que evidenciam a pessoalidade das ideias:

“Esta sociedade, infelizmente, exclui os pobres. Os ricos estão cada vez mais ricos... E os pobres, coitadinhos? Estes não deveriam nem existir.”

e) os clichês:

“Embora se pense que o amor é o maior dos sentimentos, podemos ver que ele é irmão do ódio. Se ele passa, a doce ilusão vira doce vingança.” “É um mundo cão: os brancos azedos não respeitam mais o preto joia.”

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f) os adjetivos que, junto a substantivos, tornam a ideia, redundante: “O homem é um animal racional que pensa.” “Todos somos vítimas do racismo racial.” “Esta podre podridão que nos cerca só acabará no dia em que nos conscientizarmos que depende de nós corrigirmos todos os erros da sociedade.”

g) as expressões perifrásticas e expressões de realce desnecessárias:

“Os brasileiros ficam dependendo do fim de uma briga: o governo atual põe a culpa no governo anterior por causa da péssima educação das escolas; por outro lado, o governo anterior é que põe a culpa no governo atual por tudo isso. Eles, portanto, nunca darão solução a essa briga.”

ARGUMENTAÇÃO I

TESTE DIAGNÓSTICO – COMO ESTOU ESCREVENDO? Valendo-se de seus conhecimentos gerais, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão escrita da língua portuguesa, posicionando-se criticamente em relação ao tema: “As redes sociais ajudam ou atrapalham a construção de uma sociedade mais justa?” OBSERVAÇÕES:

1. Seu texto deve ter, obrigatoriamente, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas. 2. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa. 3. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista. 4. Não se esqueça de atribuir um título ao texto. 5. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos: – texto com qualquer marca

que possa identificar o candidato; – modalidade diferente da dissertativa; – insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais; – constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos; – fuga ao tema proposto; – texto ilegível; – em forma de poema ou outra que não em prosa; – linguagem incompreensível ou vulgar; e – texto em branco ou com menos de 13 (treze) ou mais de 33 (trinta e três) linhas.

CHEGANDO AOS ARGUMENTOS

DEFINIÇÃO: argumento é “raciocínio por meio do qual se prova, refuta ou justifica algo”. O objetivo do argumento no texto argumentativo é convencer, seduzir e levar o corretor a acreditar na validade daquilo que foi dito ou lido. É fundamental para que sua ideia seja aceita.

O QUE É ARGUMENTAR? - Na elaboração de textos argumentativos, há uma necessária fundamentação do que se pretende defender. Existe, entretanto, uma condição necessária para que seu argumento não seja inútil: você precisa buscar, antes do momento de produção, informações sobre o mundo que o cerca e, principalmente, refletir sobre elas, com o fim de adquirir posicionamentos críticos. Essa atitude reflexiva – produto da leitura, da pesquisa e do questionamento - é fundamental para que a redação esteja de acordo com o padrão exigido por qualquer banca.

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VALORES DOS TEXTOS ARGUMENTATIVOS Qualquer texto dissertativo-argumentativo pressupõe, em tese, a defesa de um ponto de vista principal seguido pelas ideias-força ou argumentos de apoio. Neles, o candidato aponta a validade de seu trabalho a partir da exposição clara de evidências que sustentem a tese. Para que um argumento seja considerado válido, ele precisa refletir certos valores. Os mais apreciados pelas bancas militares são: valor ético, valor pragmático, valor estético e valor hedonístico. Vale ressaltar que falaremos sobre o valor alético também, embora ele não faça parte dos valores dos textos argumentativos.

VALOR ÉTICO Atribuir um valor ético ao argumento que será utilizado é uma estratégia de sucesso em qualquer prova de redação. Ética, em última análise, é o valor que lida com a CORREÇÃO ou INCORREÇÃO de um fato. Assim, quando se diz que algo está certo ou errado, obviamente há de se conseguir COMPROVAR a afirmação.

Veja o exemplo a seguir e observe a atribuição do valor ético: “Não é possível controlar a violência nos estádios de futebol do Brasil enquanto não houver uma verdadeira interação entre os clubes de futebol, os veículos de imprensa e os órgãos de segurança pública. Isso fica evidente quando se percebe que torcedores que perpetraram atos de violência num jogo em determinado estádio, apenas uma semana depois, são vistos entrando livremente em outro estádio, muitas vezes na mesma cidade ou estado do anterior.” Veja que o que se diz no parágrafo transcrito é que a atual forma de acesso de torcedores aos estádios está ERRADA, uma vez que não é possível saber se os que ali adentram são os mesmos que praticaram atos de violência em outros locais; o parágrafo afirma ainda que há uma possível solução para tal problema: a integração entre os clubes (donos do “espetáculo”), imprensa (em função da produção de imagens) e a segurança pública – por motivos óbvios.

VALOR PRAGMÁTICO Atribuir um valor pragmático significa que os conceitos de UTILIDADE x INUTILIDADE serão trabalhados no argumento. Os valores ético e pragmático podem ser apontados em praticamente TODOS os temas propostos pelas bancas.

Veja o exemplo a seguir:

A construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2014 se provou ser cara, é verdade. Entretanto, cada uma das novas arenas tem sido palco de não só de jogos de futebol, como de atividades importantes para a sociedade. Em janeiro de 2015, a Arena da Baixada, em Curitiba, recebeu uma belíssima homenagem póstuma à médica missionária Zilda Arns – bem como mais de 20000 pessoas que assinaram a moção que pede o início do processo de beatificação da ex-coordenadora da Pastoral Internacional da Criança, falecida em 2010.

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ARGUMENTAÇÃO II

VALOR ESTÉTICO Atribui-se valor estético quando se trabalha com os conceitos relativos à beleza. Há diversos temas que comportam argumentos com fundamentação estética. Observe: “A cidade de Brasília, fundada em 1960, foi construída com o status de “bela cidade do futuro”; isso, porém, pode não ser a expressão da realidade hoje. Conquanto admirada por arquitetos e urbanistas mais saudosistas, suas linhas retas e seus prédios geométricos já não causam a impressão futurística de outrora. Com suas linhas mais ousadas e assimétricas, a arquitetura da nova geração olha para as formas do passado de uma maneira um tanto indulgente, sem, no entanto, querer copiar-lhe as feições.”

VALOR HEDONÍSTICO Atribui conceitos de SATISFAÇÃO (ou INSATISFAÇÃO) ao argumento utilizado. Muito comum em artigos de opinião ou editoriais (textos em que se verifica um tom mais pessoal). Veja o exemplo: “As medidas de austeridade fiscal propostas pelo Governo Federal causaram impacto em diversos setores da sociedade civil. Professores, médicos, policiais, bombeiros, motoristas de ônibus e diversas outras categorias têm organizado manifestações e greves que se alastram por todo país desde o início de 2015. Caso a situação não se normalize em pouco tempo – subentenda-se um acordo que seja satisfatório para todos os envolvidos –, há um grave risco de se instalar uma crise institucional no Brasil.”

VALOR ALÉTICO

O valor em questão deve ser utilizado com o máximo de cautela, pois costuma ser associado aos textos expositivos. Ele lida com os o conceito de VERDADE ou FALSIDADE, o que faz com que tenha de, necessariamente, ser trabalhado em textos que abordem temas sobre os quais não restem controvérsias. O exemplo a seguir deixa bem claro este conceito: “A recente crise hídrica na região sudeste do país, mais evidente no estado de São Paulo, mostrou uma verdade insofismável: o contínuo processo de desperdício de água potável pela população, bem como o pouco caso com que as autoridades lidaram, ao longo de décadas, com a destruição sistemática e endêmica de rios e mananciais, resultou no colapso do sistema de abastecimento da maior e mais importante cidade do Brasil. Como é recorrente na história recente do homem, são suas próprias atitudes nocivas ao ecossistema que trazem amargas consequências para si e para os seres vivos que com ele dividem o planeta.”

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TIPOS DE ARGUMENTOS É possível construir diversos argumentos consistentes aceitos pelas bancas, mesmo as mais rigorosas. Isso, candidato, é de VITAL importância: a solidez e validade de seus argumentos. Os principais tipos de argumentos são:

1. ARGUMENTO HISTÓRICO / POR ANALOGIA Com fundamentos em fatos históricos, constrói-se uma argumentação que pode incluir comparações entre épocas distintas. Veja o exemplo: “A partir do século XIX, a visão de mundo do homem sofreu uma mudança substancial. A Terra, antes observada com olhos místicos e supersticiosos de uma herança medieval, sofria grandes modificações econômicas, sociais, políticas e culturais, já que a Revolução Industrial havia mudado as relações de trabalho, de produção, da utilização da tecnologia. Obviamente essas mudanças todas influenciaram na visão que esse homem tinha tanto de si mesmo, como da Terra.”

2. ARGUMENTO POR FATO-EXEMPLO A argumentação é construída a partir da exposição de fatos públicos e notórios – de conhecimento geral na sociedade –, veiculados pelos meios de comunicação. “Numa ‘guerra cambial’, os países fazem ‘desvalorizações competitivas’ de suas moedas com o claro objetivo de obter uma vantagem comercial qualquer. Há políticas econômicas que são, fundamentalmente, baseadas nesse tipo de ‘relação beligerante’, como é o caso de potências como EUA e China que, sendo gigantes, acabam por afetar as moedas de países do mundo inteiro.”

ARGUMENTAÇÃO III

3. ARGUMENTO POR RETÓRICA A argumentação é construída a partir de uma pergunta de retórica, ou seja, uma pergunta que é feita pelo articulista com a clara intenção de chamara a atenção do corretor para um determinado aspecto do tema que será abordado ao longo do parágrafo. A resposta deve ser SEMPRE apontada na sequência, isto é, ainda no MESMO §. É uma estratégia muito apreciada, uma vez que demonstra que o candidato mantém o foco do corretor na argumentação que está sendo elaborada. Confira no exemplo: “Por que muita gente odeia os Estados Unidos? Essa pergunta, feita recentemente por um repórter de televisão num outro contexto, não é tão difícil assim de ser respondida e explica muita coisa quanto ao ódio que é dirigido aos americanos e aos que adotam seu principal produto de exportação: o “american way life”. Entre tantos fatos, pode-se citar que os EUA foram o único país do mundo a jogar bombas atômicas sobre outro país; a CIA assassinou diversos dirigentes legítimos de outros países como Salvador Allende, Patrice Lumumba e muitos mais mundo afora. A lista de golpes preparados pela CIA é extensa; por incrível que pareça, em 1987, os Estados Unidos foram o único país ocidental a votar contra uma moção internacional de condenação ao terrorismo, quando mais de 150 países o fizeram; mais de meio milhão de crianças nasceram deformadas graças à indiscriminada guerra química empreendida pelas forças norte-americanas no Vietnã. Enfim, há um sem-número de respostas disponíveis.”

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4. ARGUMENTO POR RACIOCÍNIO LÓGICO/CONSTATAÇÃO A argumentação é construída com o auxílio do estabelecimento de relações de causa e consequência. Com essa estratégia, o candidato demonstra para o corretor que a conclusão apresentada é válida e necessária, e não apenas uma ilação pessoal facilmente contestável e inconsistente. Observe o exemplo: “Chamar os moradores dos morros e favelas cariocas de “excluídos” é um erro calamitoso, conforme já nos escreveu Ferreira Gullar. Isso porque há mais de dois milhões de pessoas nessas áreas, que têm uma vida socialmente ativa, pois trabalham, estudam ou levam seus filhos à escola, participam de sindicatos e/ou organizações comunitárias, vão à igreja, etc. A maior parte delas trabalha longe de sua comunidade, nos setores comercial, industrial ou de serviços; alguns são funcionários públicos ou militam no que se chama Terceiro Setor. Se tal parcela da população participa ativamente da vida social, econômica, cultural, religiosa e esportiva da cidade, não pode, portanto ser considerada excluída.” IPC.: Não confunda argumento por raciocínio lógico com truísmo! Truísmo é uma verdade tida como irrefutável (portanto pertencente ao valor alético), isto é, trata-se de algo de tal forma EVIDENTE que não é necessário que seja enunciado. Ex.: “As plantas, ao fazerem a fotossíntese, liberam gás carbônico”.

5. ARGUMENTO POR CITAÇÃO A argumentação demonstra uma perspectiva analítica. O articulista se utiliza de um “testemunho de autoridade”, geralmente uma pessoa que seja reconhecida e consagrada pela sociedade como tendo um notório saber. O objetivo desse tipo de argumento é dar ao texto uma confiabilidade tão expressiva como aquela de que desfruta o autor citado. “Promover a ascensão social dos menos favorecidos está a serviço do sistema capitalista. Apesar da resistência de um empresariado ainda fincado em arcaísmos que dizem, por exemplo, que uma massa de desempregados é importante “ferramenta” de pressão – pois serve para mostrar ao empregado “o que o aguarda” caso não se submeta às condições de trabalho propostas –, a cada dia fica mais evidente que a eliminação da miséria beneficia o sistema uma vez que aumenta o mercado consumidor. O patrão pode, como qualquer pessoa, ser bom ou mau, generoso ou avaro, mas, como diria Karl Marx em seu famoso manifesto, “o capital governa o capitalista.” 6. ARGUMENTO POR DADOS ESTATÍSTICOS É o campeão na preferência dos corretores das bancas. Isso porque demonstra que o candidato tem um conhecimento de mundo razoável e boa cultura geral, evidenciando que sua prática de leitura está em dia. Só consegue estabelecer um bom e consistente argumento por estatística quem tem conhecimentos mínimos de atualidades. Observe o parágrafo a seguir: “A mídia tem uma forma perversa de apresentar o modelo feminino de beleza. Isso se evidencia quando se verifica que no imaginário das adolescentes o padrão “socialmente aceitável” de aparência é o da magreza excessiva. Em recente pesquisa, dados da ONU apontam que entre 40 e 60% das alunas de ensino médio da Austrália fazem algum tipo de dieta para perder peso, mesmo aquelas que se encontram dentro do IMC correto apontado pela OMS.

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O mesmo estudo mostrou que 55% das meninas que cursam o ensino médio nos Estados Unidos declararam que estavam em dieta para perder peso e tinham verdadeiro pavor de engordar. O resultado desse estereótipo imposto pela mídia é a quantidade de jovens e adolescentes em tratamento por conta de doenças de distúrbios alimentares.” Observe este trecho: “Os grandes centros urbanos cobram um preço alto da saúde de seus cidadãos. A cidade tem muitos habitantes e isso faz com que as pessoas adoeçam. Muita gente que nunca teve crise de renite, por exemplo, passa a ter quando vai morar numa cidade grande, quando estava acostumada a respirar melhores ares. É por isso que quanto mais uma cidade incha, mais gente doente aparece.”

REVISANDO:

• O TEXTO ARGUMENTATIVO DEVE SER SÓLIDO E VÁLIDO. • OS VALORES ATRIBUÍDOS AO ARGUMENTO PODEM SER: ÉTICO, PRAGMÁTICO, ESTÉTICO E

HEDONÍSTICO; SÓ USE O VALOR ALÉTICO SE TIVER CERTEZA DE QUE ELE É CABÍVEL. • O ARGUMENTO SÓ SERÁ CONSISTENTE SE CONTIVER EVIDÊNCIAS, ISTO É, SE ESTIVER

COMPROVADO. PARA COMPROVAR UM ARGUMENTO VOCÊ PODERÁ UTILIZAR FATOS HISTÓRICOS, ANALOGIAS, FATOS-EXEMPLOS, RETÓRICA, RACIOCÍNIO LÓGICO, CITAÇÕES E DADOS ESTATÍSTICOS.

PRÁTICA DE REDAÇÃO I

TEMA

• Leia o tema que vai desenvolver com atenção, analisando com profundidade as idéias nele

contidas. • Fácil ou difícil, agradável ou não, o tema terá que ser enfrentado. A melhor atitude será recebê-

lo com simpatia, disposição e otimismo. • Redija usando argumentos fortes e consistentes. O floreio e o enche linguiça nada acrescentam

à qualidade do texto de uma redação. • O tema é o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a idéia que será defendida ao longo da

dissertação. Deve tê-lo como um elemento abstrato. Nunca se refira a ele como parte do texto. • Não fuja ao tema proposto, nem invente títulos, escolhendo outro argumento com o qual

tenha maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação da redação.

• Não fugir ao tema significa abordá-lo da maneira como foi proposto, isto é, nem restringindo demais a abordagem nem extrapolando para assuntos que não tenham relação direta com ele.

• Se o seu objetivo é ser favorável à privatização das estradas, use argumentos sólidos que justifiquem o porquê de sua posição. Tente convencer o leitor e mantenha clara a sua opção.

• Se o tema for “O clima do Brasil”, não adiantará fazer uma obra-prima versando sobre “O clima de Minas Gerais”, porquanto o seu trabalho resultará inútil. Os corretores vão considerar que houve fuga ao tema proposto. Sabe qual a nota que terá nesse caso? ZERO!

• Quais os temas que podem cair nas provas de Redação? A tendência das bancas examinadoras tem sido solicitar dois tipos de temas: objetivos, os relacionados aos problemas atuais, presentes na mídia (sociais, tecnológicos, econômicos, etc.); subjetivos, os que envolvem o comportamento e o sentimento das pessoas.

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ESQUEMA Antes de iniciar a redação (antes mesmo do rascunho), faça um esquema de um roteiro de idéias. O esquema é um mapa e um guia, que evitará desvios ou retrocessos quando da elaboração do texto. Esquematizar é planejar. É caminhar com os olhos abertos. É saber o terreno onde pisa. É dar à redação um destino, um sentido, um fim.

RASCUNHO

Jamais deixe de fazer o rascunho. Ele é a primeira versão do texto. Os escritores fazem várias versões de seus livros antes de publicá-los. Não seja você, um iniciante, a querer dispensá-lo. Nele há a possibilidade de melhorar sua redação, alterar palavras, construir melhor os períodos, mudar a posição dos parágrafos, etc.

Para evitar rasuras no texto definitivo, releia o rascunho com muita atenção. Não tenha preguiça nem pressa em passá-lo a limpo. O sucesso do seu texto depende, muitas vezes, de uma leitura atenta e cuidadosa do rascunho.

Ao reler o rascunho, você se torna um leitor crítico do próprio texto. Revise-o com muita atenção: elimine, acrescente, substitua. Questione o seu texto. Esse trabalho irá, certamente, contribuir para a qualidade de seu texto definitivo.

PRÁTICA DE REDAÇÃO II

GENERALIZAR

• Evite empregar os seguintes vocábulos genéricos: coisa, dar, fazer, ninguém, nunca, sempre,

ser, ter, todo mundo, etc. • Em se tratando de dissertação, é sempre pecado mortal generalizar conceitos, pois acabam

soando como preconceitos. Idéias muito ampliadas nada significam. • Não generalize. Seja específico, utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação

cheia de generalizações demonstra falta de cultura e de conhecimentos gerais de seu autor. Uma maneira prática para solucionar o problema é a leitura de qualquer gênero, como jornais, revistas e livros. Assista a programas de reportagens, a filmes, a documentários. Interesse-se pela cultura. Alimente sua inteligência.

GENERALIZAÇÕES QUE PECAM PELA IMPRECISÃO:

As crianças são inocentes. Os homens batem nas mulheres com frequência. Os homossexuais são desavergonhados. Todo político é ladrão. Os velhos são sábios.

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PARÁGRAFOS

Use parágrafos diferentes para idéias (assuntos) diferentes. Uma redação sobre o carnaval, por exemplo, pode conter três parágrafos de desenvolvimento, a saber:

• O texto deve ter parágrafos bem distribuídos, articulados e interligados um ao outro coerentemente.

• Não construa parágrafos longos, constituídos de um só período composto, recheado de orações e de relações sintáticas.

• Não faça parágrafos muito curtos nem muito longos. O ideal seria que contivessem, no mínimo, 4 linhas e, no máximo, 8 linhas.

• Não deixe parágrafos soltos. Faça uma ligação entre eles, pois a ausência de elementos coesivos entre orações, períodos e parágrafos é erro grave.

• Obedeça ao parágrafo ao iniciar a redação, isto é, não comece a escrever logo no início da linha. O parágrafo é marcado por um ligeiro afastamento com relação à margem esquerda da folha (três centímetros aproximadamente). E sempre que houver outros parágrafos no decorrer da redação, siga o alinhamento do parágrafo inicial.

ETC

Evite escrever o termo “etc”, por ser incompleto, a não ser em casos especiais, para determinadas sugestões.

GRAFIA

Prefira as palavras de grafias fáceis (mais fáceis de serem escritas). Lembre-se de que a língua portuguesa é muito rica em sinônimos.

Tome cuidado com a grafia de palavras que não conheça. Quando tiver dúvidas, consulte o dicionário. Se não for possível, substitua a palavra por outra cuja grafia você conheça bem. Portanto, descarte palavras de grafia duvidosa.

LETRAS DE FORMA OU DE IMPRENSA

A letra de forma dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia - legível e sem floreios - e limpeza são fundamentais. Não se esqueça dos pingos (e não bolinhas) nos "i".

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LINHAS

Não exceda o número de linhas pedidas como limites máximos e mínimos. A tolerância máxima é de aproximadamente dez por cento dos limites.

NEOLOGISMOS

• A pessoa que pretende passar em um concurso público, qualquer que seja, precisa usar a língua portuguesa de maneira adequada e se utilizar de termos semanticamente precisos e corretos. Jamais escreva uma palavra cujo sentido real não conhece.

• Norma culta não quer dizer termos sofisticados, mas palavras simples e precisas no contexto da redação. Preciosismos (palavras complicadas)? Nem pensar!

• Portanto, nunca use os neologismos incultos do tipo “imexível”, “windsurfar”, “inconstitucionalizável”, etc.

PROVÉRBIO OU DITO POPULAR

• Não utilize provérbios, ditos populares, frases feitas, pois eles empobrecem a redação. Faz

parecer que seu autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.

• Portanto, nada de ficar usando:

A palavra é de prata e o silêncio de ouro.

Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido.

Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. O gato escaldado tem medo de água fria.

PRÁTICA DE REDAÇÃO III

PRIMEIRA PESSOA

• A redação deve ter o caráter impessoal (3ª pessoa), evitando-se a 1ª pessoa, principalmente a

do singular, salvo em citações. • Não utilize a primeira pessoa em sua redação, principalmente quando for determinado texto

objetivo. As bancas militares tiram pontos caso seja usada. Sua opinião deverá ser dada por um sujeito indeterminado.

• Evite expressões do tipo: “Na minha opinião”, “Ao meu ver”, etc. • Em vez de: “Eu acho que a privatização deve acontecer...”, escreva: “A privatização deve

acontecer...”; Em vez de: “Quando observo o cenário político...”, escreva: “Observando-se o cenário político...”

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RADICALISMO

• Não afirme o que não pode provar. • Evite análises radicais e posições extremistas, injustas e levianas. • Nada como um texto equilibrado. Posicione-se, mas sem exagero.

Todos os deputados são corruptos. A bem da verdade, nem todos o são, não é mesmo?

Esse tipo de gente merece ser exterminado. Radical demais, não lhe parece? E até grosseiro!

RASURAS, BORRÕES

• Não use borracha. • Jogue o corretivo na lata do lixo. • Não apresente as questões desarrumadas e riscadas. • Não faça rasuras, marcas, sinais e borrões no corpo da redação. • Em caso de erro na redação já passada a limpo, risque o que estiver errado e escreva adiante

de modo correto.

RETICÊNCIAS

• Nas dissertações objetivas, evite as reticências. A clareza na exposição é preferível a esperar que o leitor adivinhe o que você quis dizer.

• As reticências marcam uma interrupção da sequência lógica do enunciado, com a consequente suspensão do pensamento. Como é utilizada para permitir que o leitor complemente o pensamento do autor, deve ser evitada na dissertação argumentativa.

TÍTULO

• Evite o uso das aspas no título. • Evite iniciar a redação com as mesmas palavras do título. • Não há pontuação após o título, a não ser que seja frase ou citação. • Coloque o título na linha própria para tal. • É uma expressão, geralmente curta, colocada antes da dissertação. • Em títulos de redação, por questão de ênfase, usam-se iniciais maiúsculas: • Os Párias da Pátria. Inflação Vai a Patamar Mais Alto em Dez Anos. • Não coloque a palavra título antes do TÍTULO nem o termo FIM ao terminar a redação.

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QUEÍSMO

É o uso excessivo do “que”, cuja consequência é produzir períodos longos. Evite-o.

PONTUAÇÃO

• Uma pontuação errada pode comprometer toda a assimilação do conteúdo textual. • A pontuação existe para facilitar a leitura do texto. O seu texto está bem pontuado? • Distribua harmoniosa e adequadamente as pausas ao longo da frase, pontuando-a

devidamente. • Empregue a pontuação corretamente, pois uma simples vírgula, fora do lugar adequado, pode

mudar profundamente o sentido da frase. • A pontuação deve obedecer às paradas respiratórias e, também, à entonação que queiramos

dar a cada frase. Uma parada breve na respiração significa a colocação de uma vírgula, enquanto uma respiração longa pedirá a colocação de um ponto na frase.

VÍRGULA

• Vêm, geralmente, entre vírgulas: isto é, ou seja, a saber, etc. Leia os bons autores e faça como

eles: trate a vírgula com bons modos e carinho. • Nunca coloque vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e o seu complemento,

complemento e adjuntos, etc. • Só com a leitura intensiva se aprende a usar vírgulas corretamente. As regras sobre o assunto

são importantes, mas só a prática, leitura e escrita, fará que você tenha fluência no uso não só da vírgula, mas da pontuação de um modo geral.

• É o sinal de pontuação mais importante e que tem maior variedade de uso. Por essa razão, é o que também oferece mais oportunidade de erro.

• Coloque a vírgula com clareza, a saber, um pontinho com uma perninha levemente voltada para a esquerda, e não um tracinho ou um risquinho qualquer.

• As vírgulas, quando bem empregadas, contribuem para dar clareza, precisão e elegância às frases. Em excesso, provocam confusão e cansaço. Frase cheia de vírgulas está pedindo um ponto.

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TEXTO I: A MOÇA E A CALÇA Foi no Cinema Pax, em Ipanema. O filme em exibição é ruim: “O menino mágico”. Se mágico adulto geralmente é chato, imaginem menino. Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é a mocinha muito da redondinha, condição que seu traje apertadinho deixava sobejamente clara. A mocinha chegou, comprou a entrada, apanhou, foi até a porta, mas aí o porteiro olhou pra ela e disse que ela não podia entrar: _ Não posso por quê? _ A senhora está de “Saint-Tropez”. _ E daí? Daí o porteiro olhou pras exuberâncias físicas dela, sorriu e foi um bocado sincero: _ Por mim a senhora entrava. (Provavelmente completou baixinho... e entrava bem.) Mas o gerente tinha dado ordem de que não podia com aquela calça bossa-nova e, sabe como é... ele tinha que obedecer, de maneira que sentia muito, mas com aquela calça não. _ O senhor não vai querer que eu tire a calça. Nós, que estávamos perto, quase respondemos por ele: _ Como não, dona! _ Mas ela não queria resposta. Queria era discutir a legitimidade de suas apertadas calças “Saint-Tropez”. Disse então que suas calças eram tão compridas como outras quaisquer. O cinema Pax é dos padres e talvez por causa desse detalhe é que não pode “Saint-Tropez”. A calça, de fato, era comprida como as outras, mas embaixo. Em cima era curta demais. O umbigo ficava ali, isolado, parecendo até o representante de Cuba em conferências panamericanas. _ Quer dizer que com minhas calças eu não entro? _ Quis ela saber ainda mais uma vez. E vendo o porteiro balançar a cabeça em sinal negativo, tornou a perguntar: _ E de saia? De saia podia. Ela então abriu a bolsa, tirou uma saia que estava dentro, toda embrulhadinha (devia ser pra presente). Desembrulhou e vestiu ali mesmo, por cima do pomo da discórdia. No caso, a calça “SaintTropez”. Depois, calmamente, afrouxou a calça e deixou que a dita escorresse saia abaixo. Apanhou, guardou na bolsa e entrou com uma altivez que só vendo. Enquanto rasgava o bilhete, o porteiro comentou: _ Faço votos que ela tenha outra por baixo. Outra calça, naturalmente.

(Stanislaw Ponte Preta)

TEXTO II: A FAVOR DA DIFERENÇA, CONTRA TODA DESIGUALDADE

A maioria das pessoas acredita que está isenta de preconceitos. No entanto até sua linguagem contradiz esta crença. De modo especial, o corpo, que deveria ser um elemento de agregação e de comunicação, se torna elemento de discriminação. Coube-me fazer uma pesquisa com dez adolescentes sobre a presença da violência na escola através da palavra. Todos afirmaram que já agrediram e foram agredidos com palavras. Surpreende que os adolescentes veem no corpo um elemento de discriminação. A obesidade, a altura, pequenos defeitos físicos são motivos de preconceito. Acontece que nossa sociedade seleciona um determinado corpo como modelo e quem não obedece a este padrão está fora de cogitação. Num país de pobres que não conseguem ter uma alimentação equilibrada e nem os cuidados mínimos com a saúde, a consequência é a marginalização.

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As pessoas com necessidades especiais também são consideradas anormais. É muito comum agredir verbalmente as pessoas chamando-as de retardadas. Até os pobres entram na dança da agressão. Um xingamento comum é o de vileiro ou favelado. E o que dizer dos adolescentes homossexuais?

Diferença x desigualdade

Existe a visão de que a diferença se identifica com a desigualdade. Há um padrão de ser humano estandardizado e único que deve servir de metro para o julgamento das pessoas. O grande desafio para a educação é descobrir este currículo oculto verdadeiro e forte para enfrentá-lo adequadamente. Há pessoas que dizem que só a educação é capaz de salvar e desenvolver um país. Até aqui todos estão de acordo. Contudo é importante se perguntar qual é o tipo de educação necessária para um país como o Brasil, que tem uma das maiores concentrações de renda do mundo. Há pessoas que tiveram acesso a todos os estudos possíveis e, no entanto, continuam defendendo uma sociedade livre sem ser justa, o que, convenhamos é uma grande possibilidade. Pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do MEC, demonstrou que quanto mais preconceito e práticas discriminatórias existem numa escola, pior é o desempenho de seus estudantes. Foram entrevistadas 18.500 pessoas entre alunos, pais, diretores, professores e funcionários de 501 escolas de todo o Brasil. Do total de estudantes entrevistados, 70% têm menos de 20 anos. Esta pesquisa revela que praticamente todos os entrevistados (99,3%) têm preconceito em algum nível. Sobre contra quem eles admitem ter preconceito, revelaram: homossexual, deficiente mental, cigano, deficiente físico. Enquanto a educação não enfrentar essas questões, o que está acontecendo em nossas escolas é apenas uma transmissão de conteúdos, um verniz colorido que não penetra o profundo, a consciência e o coração das pessoas. (...) SANDRINI, Marcos. Mundo jovem. Realidade brasileira Fevereiro de 2013.

TEXTO III: SOMOS SÓ PARTE DA IMENSA DIVERSIDADE

Protagonista do filme “Colegas”, que estreou sexta, fala da vida com a síndrome de Down e de como se sente igual a todos.

Protagonista do filme “Colegas”, do diretor Marcelo Galvão, o ator Ariel Goldenberg, 32, se define como um “guerreiro”. E ele é. Guerreiro down, diga-se. Down de síndrome de Down mesmo.(...) O sonho do guerreiro, agora é se firmar na carreira de ator (pensa em atuar em uma novela) e estudar para se tornar diretor também. Abaixo, entrevista de Goldenberg, em que revela o segredo de seu sucesso e dá dicas sobre como os pais de crianças com Down podem ajudar seus filhos.

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Como você avalia o seu desempenho no filme? Eu dei a minha alma para que o Stallone expressasse a realidade de um down que luta para materializar seus sonhos. Stallone sou eu. Tenho orgulho de dizer que fizemos o filme todo em um take só. Gravamos direto, não houve a necessidade de refazer cenas porque os atores se esqueceram do texto, ou porque não colocaram verdade nos personagens. Você alguma vez se sentiu discriminado por ser down? Uma vez. E foi, por coincidência, em um cinema. Eu e a Rita estamos acostumados a ir ao cinema toda sexta-feira. Sempre fomos tratados com respeito, mas, naquele dia, o gerente se recusou a aceitar que pagássemos meia-entrada, que é um direito assegurado aos downs. Ficou claro que ele não nos queria lá. Me subiu o sangue na hora. Como você conheceu a Rita? Entrei no site “Grandes encontros”, que é uma sala de bate-papo para pessoas com deficiência, e a encontrei. O que ela tem de mais? Nada. Apenas uma alma pura e os olhos azuis bonitos. Casamos nos rituais judaico, religião da minha família, e no católico, da família da Rita. Você se sente um cara diferente das pessoas comuns? Não. Eu me sinto igual a todo mundo. Nós downs perante a sociedade somos downs, mas, perante Deus, somos normais. É claro que eu sei que temos uma cópia a mais do cromossomo 21. Mas todo dia nasce um bebê torto, ou loiro, ou moreno, ou mais inteligente ou menos. Nós somos apenas parte da imensa diversidade dos seres humanos. Por isso, somos normais. E ter filhos, você e a Rita não planejam? Não. Porque dá muito trabalho formar um filho com a síndrome. E há a probabilidade muito grande de termos um filho com a síndrome. Eu não quero arriscar. (CAPRIGLIONE, Laura. Folha de São Paulo. 04 de março de 2013. )

TEXTO IV: SER DIFERENTE É NORMAL Todo mundo tem seu jeito singular de ser feliz, de viver e de enxergar se os olhos são maiores ou são orientais e daí, que diferença faz? Todo mundo tem que ser especial em oportunidades, em direitos, coisa e tal seja branco, preto, verde, azul ou lilás e daí, que diferença faz? Já pensou, tudo sempre igual? Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal

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Já pensou, sempre tão igual? Tá na hora de ir em frente: ser diferente é normal! Todo mundo tem seu jeito singular de crescer, aparecer e se manifestar se o peso na balança é de uns quilinhos a mais e daí, que diferença faz? Todo mundo tem que ser especial em seu sorriso, sua fé e no seu visual se curte tatuagens ou pinturas naturais e daí, que diferença faz? Já pensou, tudo sempre igual? Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal já pensou, sempre tão igual? Tá na hora de ir em frente: Ser diferente é normal! (Adilson Xavier/ Vinícius Castro)

TEXTO V:

PROPOSTA DE TRABALHO

A partir da leitura dos textos desta prova, da charge apresentada e de seus conhecimentos prévios, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão escrita da língua portuguesa, posicionando-se criticamente em relação ao tema:

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“O combate aos preconceitos na atualidade.”

OBSERVAÇÕES:

1. Seu texto deve ter, obrigatoriamente, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas. 2. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa. 3. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista. 4. Não se esqueça de atribuir um título ao texto. 5. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos: – modalidade diferente da

dissertativa; – insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais; – constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos; – fuga ao tema proposto; – texto ilegível; – em forma de poema ou outra que não em prosa; – linguagem incompreensível ou vulgar; e – texto em branco ou com menos de 13 (treze) ou mais de 33 (trinta e três) linhas.

ASPECTOS GRAMATICAIS I

COESÃO TEXTUAL DEFINIÇÃO

A COESÃO TEXTUAL, a partir dos elementos componentes do texto (e do encadeamento entre eles), analisa e comenta aspectos relacionados a:

I. Seleção e combinação lexical; II. Conectivos e seus efeitos;

III. Elementos de referência interna e externa.

DEFINIÇÃO

São as existentes entre palavras, orações, frases, corretas conexões gramaticaisparágrafos e partes maiores de qualquer texto.

OBSERVAÇÃO

Enquanto na COESÃO, o avaliador observará a superfície textual (FORMA), quanto à COERÊNCIA, serão observados os significados expressos pelo texto (CONTEÚDO). Fique ligado que um texto coeso não é necessariamente coerente e vice-versa. No entanto, avaliadores de diversas bancas ligam estes dois aspectos. • “A situação da aplicação da justiça no país remonta à época da colônia e seguia o

carcomido esquema do “vale para quem não tem”, já que, no tempo atual, vemos – mesmo que timidamente – uma necessária guinada nesse tipo de absurdo: alguns dos homens mais ricos e outrora poderosos têm tido de amargar dias na prisão.”

• “Bom dia! Futebol e cerveja com os amigos. Tarde no jogo do Flamengo. Voltarei tarde. Não espere acordada. Bjo.”

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Marcadores de Coesão 1.ANÁFORA

→ Elementos de substituição que remetem a um termo já mencionado (remissão para

trás).

“A advogada estava certa da culpa de sua cliente. Apesar disso, esta tinha direito a defesa, e aquela faria de tudo para garanti-lo”.

• ISSO retoma o predicado anterior: “estava certa da...”. • ESTA retoma “cliente”. • AQUELA retoma “advogada”. • O retoma “direito a defesa”.

Marcadores de Coesão

2.CATÁFORA

→ Elementos de substituição que remetem a um termo que ainda será mencionado (remissão para frente).

“Embora ele não tivesse recursos disponíveis, o político mantinha firme seu propósito: aumentar a qualidade de vida de todos, pobres e ricos, negros e brancos, alfabetizados e iletrados”.

• ELE antecipa “político”. • PROPÓSITO antecipa a oração seguinte “aumentar a...”. • TODOS antecipa a enumeração que o segue “pobres e ricos, negros...”.

Marcadores de Coesão

3.SINONÍMIA

→ Elementos de substituição que guardam traços semânticos comuns com o referente.

“O mercado de trabalho exige mais que um simples curso superior, em função de uma necessidade cada vez maior de mão-de-obra especializada. A formação acadêmica continuada deve, portanto, ser ainda mais incentivada, caso se queira sucesso no cada vez mais seletivo universo profissional.”

• formação acadêmica substitui “curso superior”

• universo profissional substitui “mercado de trabalho”

SINONÍMIA por HIPERONÍMIA

Substituição pelo nome de um grupo ao qual o referente pertença (troca por um elemento mais amplo).

“Vale o ressalto de que a antipatia que Tom Jobim nutria por Manuel Bandeira era notória. O que sequer podia-se imaginar é o que o poeta teria feito ao músico, para que a situação chegasse a esse nível”.

• POETA é hiperônimo de Manuel Bandeira. • MÚSICO é hiperônimo de Tom Jobim.

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SINONÍMIA por HIPONÍMIA

→ Substituição por um elemento do grupo designado pelo referente (troca por um elemento mais restrito).

“O ex-boxeador desceu do carro afirmando que não falaria de religião. Desde que Mike Tyson se converteu ao islamismo, o esporte passou a ficar em segundo plano nas coletivas de imprensa”

→ MIKE TYSON é hipônimo de “ex-boxeador”. → ISLAMISMO é hipônimo de “Religião”.

SINONÍMIA com PESO ARGUMENTATIVO

→ Por vezes, a sinonímia, além de funcionar como mecanismo de coesão, pode ser usado

como forma de o emissor expressar sua opinião sobre o referente.

“Lula, assim como Vinícius de Moraes, bebe além da conta. A diferença é que o gênio, quando bebia, criava poemas imortais. Já o analfabeto...”

Marcadores de Coesão

4.CONECTIVOS

→ A presença de elementos conectores tende a esclarecer relações semânticas implícitas entre as partes do texto.

I. O time jogou com rapidez e inteligência. Não conseguiu o resultado. O goleiro adversário

estava inspirado.

II. O time jogou com rapidez e inteligência, MAS não conseguiu o resultado, PORQUE o goleiro adversário estava inspirado.

CONECTIVOS com PESO ARGUMENTATIVO

→ A escolha por determinados conetivos é decisivas para indicar a linha argumentativa do enunciador.

I. A festa tem tudo para ser maravilhosa, MAS Joana vai estar lá.

II. A festa tem tudo para ser maravilhosa, POIS Joana vai estar lá.

Marcadores de Coesão

5.ELIPSE

→ Omissão de um elemento que repetiria o referente (troquei pelo sinal de conjunto vazio - Ø).

“Os convidados chegaram atrasados para o jantar, porque Ø não foram avisados de que os noivos resolveram antecipar Ø para as 18 horas.”

As ELIPSES substituem “os convidados” e “o jantar”

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Marcadores de Coesão 6.PARALELISMO SINTÁTICO

→ Trata-se de uma espécie de coesão estrutural (repetição de estrutura sintática) com

alguma finalidade argumentativa ou estilística.

ASPECTOS GRAMATICAIS II

Sintaxe de Colocação Pronominal

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ASPECTOS GRAMATICAIS III

Concordância Nominal e Verbal I

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ASPECTOS GRAMATICAIS IV

Concordância Nominal e Verbal II

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ASPECTOS GRAMATICAIS V

Regência Verbal e Nominal

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ASPECTOS GRAMATICAIS VI

CRASE

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PROPOSTA DE TRABALHO TERRA DE CEGOS

Há um conto de H. G. Wells, chamado A terra dos cegos, que narra o esforço de um homem com visão normal para persuadir uma população cega de que ele possui um sentido do qual ela é destituída; fracassa, e afinal a população decide arrancar-lhe os olhos para curá-lo de sua ilusão.

Discuta a ideia central do conto, comparando-a com a do ditado popular “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Em sua opinião essas ideias são antagônicas ou há um modo de conciliá-las? 1. Introdução - Roteiro: 1. Roteiro: Como em toda introdução, o tema deve estar presente. Além disso, neste tipo é apresentado ao leitor o roteiro de discussão que será seguido durante o desenvolvimento. Uma possível introdução seria:

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REVISANDO

Introdução - Roteiro:

1. Roteiro: Como em toda introdução, o tema deve estar presente. Além disso, neste tipo é apresentado ao leitor o roteiro de discussão que será seguido durante o desenvolvimento.

• Uma possível introdução seria: • Por tratar-se um assunto relativamente recente e complexo, a Engenharia Genética ainda não foi

discutida de forma abrangente e conclusiva. Para compreendê-la melhor, deve-se, primeiramente, entender como se dá o processo de evolução da ciência, à luz de inúmeros exemplos históricos. Depois, é necessário analisar o que já se sabe sobre essa técnica e, só então, tecer comentários sobre suas possíveis implicações.

2. Introdução tipo Tese:

• (Hipo)Tese: Este tipo de introdução traz o ponto de vista a ser defendido, ou seja, a tese que se

pretende provar durante o desenvolvimento. Na conclusão, a tese será retomada e não copiada. • Vejamos um exemplo: • Classificar a Engenharia Genética como uma técnica benéfica ou maléfica é de uma ingenuidade

pueril. É sempre de grande superficialidade tratar uma técnica científica como algo bom ou ruim. Afinal, pode-se dizer que a energia nuclear, a televisão, os aviões ou serras elétricas são “do bem” ou “do mal”? Obviamente não. Toda técnica, em princípio é neutra. O que se deve observar atentamente são os fins para as quais tais artifícios são utilizados.

3. Introdução por Definição:

• 3. Definição: Parte da definição do significado do tema, ou de uma parte dele. • • Engenharia Genética é o conjunto das técnicas através das quais é possível alterar a carga genética

de um ser vivo, atribuindo-lhe novas características. Estas podem variar da maior resistência de vegetais ao ataque de predadores, até a possibilidade de tornar real o sonho nazista da eugenia.

4. Introdução por Analogia • 4. Analogia - por semelhança ou oposição: Procura-se neste tipo de introdução mostrar como o

tema, ou aspectos dele, se assemelham - ou se opõem - a outros. • A Sísifo coube a penosa missão de levar uma grande pedra até o distante topo de uma montanha.

Passava o dia todo executando essa árdua tarefa que, quando vinha a noite, era inutilizada pois a pedra caía e seus esforços tornavam-se em vão. A angústia e a desesperança passaram, então, a governar o pobre mortal.Igualmente ao castigado Sísifo, o cidadão brasileiro sofre ao se deparar com o cenário social do país. Com o lema capitalista “trabalhar é preciso, viver bem não é preciso” imbuído nas entranhas de sua essência, transmite um legado de ignorância e infelicidade às futuras gerações. Estas são violentadas psicológica e fisicamente ao terem sua infância arrancada e substituída por um instrumento de trabalho.

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4. Introdução por ressalva

• 5. Ressalva: Contesta uma ideia ou uma citação conhecida. • Ao contrário do que muitos afirmam, o vestibular não é o melhor método de seleção de estudantes

para o ensino superior. E, muito menos, é o mais justo. Esse posicionamento é próprio daqueles que se contentam com o acúmulo de conhecimento e disseminam o ranço positivista nos círculos acadêmicos. Aqueles que não ouviram as sábias palavras do educador Paulo Freire, que defendia a educação como “exercício de liberdade e processo de libertação dos oprimidos”

6. Introdução estatística 6. Estatística: Consiste em se apresentar dados estatísticos relativos à questão a ser tratada. • Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças comuns combinadas com a

desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas crianças.

7. Introdução Mista

• 7. Mista: Procura fundir várias formas de introdução em uma só. • Qual é o melhor método de seleção de candidatos para o ingresso no ensino superior? O vestibular,

apesar das críticas constantes dos estudantes e especialistas, ainda é o método mais utilizado pelas universidades brasileiras. Assim, perpetua-se, de uma forma maquiada, o uso da sabatinas que horrorizavam alunos no início do século passado.

Desenvolvimento: Situe a problemática no tempo e espaço; questione-a com argumentos; comprove as verdades envolvidas; convença o avaliador do ponto de vista por você abordado a respeito da tese; prepare as ideias para concluir seu texto. Não radicalize! Tema: “Valorização da Terceira Idade” Ø Responsabilidades familiares com o bem-estar dos idosos; Ø A realidade atual e as condições ideais para a terceira idade (saúde, cultura, alimentação...) – o

que falta para alcançá-las? Ø A urgência na atenção ao idoso, uma vez que a população está envelhecendo. Ø Passado e presente: a importância do ancião no passado (a experiência) – hoje a desvalorização –

que mecanismos podem propiciar a inserção? Ø As diferenças entre o estereótipo do “velho” e a jovialidade na terceira idade (a melhor idade). Ø A importância e a finalidade do estatuto do idoso – destacar o preconceito e a necessidade de

aplicar a lei.

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CONCLUSÃO NO TEXTO DISSERTATIVO.

• Síntese da discussão – apropriada para textos expositivos, limita-se a condensar as idéias

defendidas ao longo da explanação. • Retomada da tese – é a confirmação da idéia central. Reforça a posição apresentada no início do

texto. Deve-se, contudo, evitar a redundância ou mera repetição da tese. • Proposta(s) de solução – partindo de questões levantadas na argumentação, consiste na sugestão

de possíveis soluções para os problemas discutidos.

No fim das contas, a conclusão deve:

• Avaliar a problemática da tese, analisando os caminhos percorridos pelos argumentos do desenvolvimento; apresentar possibilidades de solução; caso não seja mais cabível, fazer um fechamento, uma observação final.

• Cuidado para a conclusão não ficar maior que o desenvolvimento.

• Cuidado com propostas vazias de possibilidades. Não “viaje”.

Conclusão – possíveis abordagens para o tema “Valorização da Terceira Idade” Ø aplicação das punições propostas no Estatuto do Idoso; Ø divulgação pública do Estatuto como forma de obrigar as instituições e as pessoas a adotarem

comportamentos de respeito ao idoso (de que é exemplo a reserva de assentos, no metrô); Ø formação de associações públicas de idosos, as quais poderiam dar mais visibilidade a essa

parcela da população e fazer valer seus direitos; Ø adoção de políticas públicas voltadas unicamente para os idosos, como centros de saúde e de

cultura especializados; Ø transformação de comportamentos individuais, baseada numa mudança de perspectiva em

relação ao idoso:muitas vezes realmente não é fácil conviver com alguém que se torna inflexível em suas posições, mas caberia aos familiares e pessoas próximas ajudar o idoso a resgatar a capacidade de sonhar e fazer projetos.

PROPOSTA DE TRABALHO:

Ø Escreva um texto dissertativo-argumentativo, problematizando a questão da liberdade de imprensa e abuso do poder da mídia.