Ambientes Sedimentares

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Ambiente Desértico Esse ambiente esta caracterizado por ter pouco vegetação , taxa de evaporação maior que a taxa de precipitação, maior agente geológico e o vento e tem o intemperismo físico como o principal agente intempérico. Em ambientes desérticos não se devem esperar exclusivamente depósitos eólicos, pois localmente existem depósitos subaquosos formados por rios efêmeros e lagos de desertos associados aos sedimentos tipicamente eólicos. Porem as dunas de areia constituem as feições mais impressionantes e mais importantes entre os depósitos arenosos de um ambiente desértico. Suas formas dependem de três variáveis semiquantitativas: efetividade do vento, cobertura vegetal e suprimento de areia. As dunas podem assumir diferentes formas denominadas de barcanas, transversais, parabólicas, seif, estreladas, dômicas e reversas( figura 1). Os ambientes desérticos são economicamente importantes por vários fatores, um deles é ser depósito de evaporitos ( norte do Chile) e outro por ser um ótimo fornecedor de agua potável ( aquífero da formação Botucatu).

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Ambiente Desértico

Esse ambiente esta caracterizado por ter pouco vegetação , taxa de evaporação maior que a taxa de precipitação, maior agente geológico e o vento e tem o intemperismo físico como o principal agente intempérico.

Em ambientes desérticos não se devem esperar exclusivamente depósitos eólicos, pois localmente existem depósitos subaquosos formados por rios efêmeros e lagos de desertos associados aos sedimentos tipicamente eólicos. Porem as dunas de areia constituem as feições mais impressionantes e mais importantes entre os depósitos arenosos de um ambiente desértico. Suas formas dependem de três variáveis semiquantitativas: efetividade do vento, cobertura vegetal e suprimento de areia. As dunas podem assumir diferentes formas denominadas de barcanas, transversais, parabólicas, seif, estreladas, dômicas e reversas( figura 1).

Os ambientes desérticos são economicamente importantes por vários fatores, um deles é ser depósito de evaporitos ( norte do Chile) e outro por ser um ótimo fornecedor de agua potável ( aquífero da formação Botucatu).

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Ambiente Glacial

Esse ambiente é encontrado nos polos norte e sul, e às altas montanhas (Himalaia, Andes, Alpes, etc.).Como o nome sugere, é um ambiente de baixa temperatura, combinadas com altas taxas de precipitação e razões muito baixas de evaporação.

Grandes massas naturais de gelo ,conhecidas como geleiras ,são o agente principal nos processos geológicos que atuam nesse ambiente. Essas geleiras , quando em movimento, desenvolvem feições erosivas e deposicionais características, tais como vales em seção em forma de “U”, vales suspensos, circos glaciais, fiordes e lagos periglaciais.

O avanço das geleiras é dado devido o acumulo de material, chamado de “acumulação” e seu recuo de “ablação”. Abaixo (figura 2) mostra uma figura em corte longitudinal de um vale glacial onde demonstra as importâncias relativas de acumulação e de ablação nas varias partes de uma geleira.

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Ambiente Fluvial

Ambiente onde os rios são o principal agente de transporte dos materiais sedimentares em áreas continentais.

Algo interessante a se notar nesse ambiente é a morfologia dos canais. Onde os principais padrões são : retilíneo, meandrante , anastomosado.

O padrão retilíneo é característico de rios com baixo volume de carga de fundo, alto volume de carga suspensa e declividade baixa. Este padrão é particularmente bem desenvolvido em planícies deltaicas de deltas construtivos.

O padrão de canais anastomosados, que é Em geral, podem ser reconhecidos três estágios na evolução de um sistema fluvial: juventude, maturidade, senilidade. O estádio jovem é caracterizado por predominância de erosão e ocorre em regiões montanhosas. Um rio em estádio maturo apresenta amplas planícies de inundação e depósitos de acreção lateral (barras de meandros). O estádio senil e encontrado , por exemplo, nas planícies costeiras, onde são formadas redes de distributários sem distinção das respectivas planícies de inundação(figura 3) .Excepcionalmente bem desenvolvido em planícies de lavagem glacial, leques aluviais e leques deltaicos, é caracterizado por sucessivas divisões e reuniões de canais em torno de bancos arenosos assimétricos de sedimentos aluviais.

O padrão meandrante são de canais que possui sinuosidade maiores que 1,5. Este padrão de canal e característico de rios que transportam cargas de fundo e em suspensão em quantidades aproximadamente iguais.

Uma observação importante, é que, os padrões de canais fluviais podem estar simultaneamente presentes em uma mesma bacia de drenagens.

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Ambiente Lacustre (lagos)

Lagos são corpos de água parada constituídos em geral de água doce , embora existam lagos de água salgada, como acontece em regiões de baixa pluviosidade.

Os depósitos lacustres são relativamente fáceis de ser identificados nos registro geológico. Os critérios de identificação abrangem evidências de deposição subaquoso combinados com ausência de fosseis marinhos e eventual presença de fosseis de água doce.

Podem, haver, dois tipos de deposição de sedimentos nesse ambiente. O clástico, onde hà um zoneamento estabelecido em função da distribuição de energia hidráulica. E o químico, onde, encontra-se em regiões de playas desérticas. Possui precipitados químicos (evaporitos)-carbonatos, sulfatos, cloretos, boratos, nitratos, etc.

Os locais de depósitos lacustre possui uma divisão uniforme dos sedimentos, do mais grosso para os mais fino, sendo uma característica única desses tipo de ambiente (figura 4).

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Ambiente Deltaico

São depósitos de sedimentos contíguas, em parte subaéreos e parcialmente submersos, depositados em um corpo de água (oceano ou lago), primariamente por ação de um rio.

Os fatores que controlam os processos deposicionais de um delta, são agrupados em quatro categorias: regime fluvial, processos costeiros, comportamento tectônico e fatores climáticos.

Esse ambiente possui alta taxa de sedimentação, onde, o processo de formação do delta, depender de uma energia inicial de transporte forte, ao ponto de deslocar sedimentos, onde essa energia diminui gradativamente ao ponto de não mais transporta material.

É bom ressaltar que o conceito clássico de um delta admite sua subdivisão em três grandes províncias de sedimentação: planície ou plataforma deltaica, talude ou frente deltaica, e prodelta (figura 5).

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a)Planície deltaica-Constitui a superfície sub-horizontal adjacente á desembocadura da corrente fluvial. As diferentes unidades sedimentares dessa província, exibem relações complexas entre elas, são denominadas coletivamente depósitos de topo.

Os principais depósitos sedimentares associados a planície deltaica são: deposito de preenchimento de canais, depósitos de diques naturais, depósitos de planície interdistributária e depósitos de pântanos e lagos.

b)Frente deltaica- Esta é uma área frontal de deposição ativa de delta, que avança sobre os sedimentos do prodelta. Aqui são depositadas areias finas e siltes fornecidos pelos principais distributários deltaicos. O conjunto desses depósitos recebe o nome de depósitos frontais.

Os principais depósitos associados á frente deltaica são: depósitos de barra distal, depósitos de barra de desembocadura de distributário submerso e depósitos de diques naturais submerso.

c)Prodelta-A sedimentação prodelta é essencialmente argilosa e representa a parte mais avançada de deposição dos sedimentos carreados pelo rio para a bacia receptora.

Dois fenômenos associados diretamente á deposição argilosa prodelta são as planícies de lama e os diápiros de lama.

Ambiente Praial

Esse tipo de ambiente reflete ainda muitas das características adquiridas durante as transgressões quaternárias por estar em áreas tectonicamente estáveis.

A morfologia praial e dividida em: dunas arenosas, pós-praia, estirâncio e antepraia (figura 6).

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A ação das ondas propicia o transporte das areias para as zonas de estirâncio e pós-praia, onde elas ficam secas e se tornam suscetíveis a ação eólica, formando as dunas costeiras.

As dunas costeiras são caracterizadas por estratificações cruzadas com abundantes diastemas. As superfícies erosivas são muitas vezes encurvadas e as camadas frontais mergulham ate 30 a 40 graus.

Nem sempre a constituição das areias de dunas e quartzoso. Em climas quentes, as areias de dunas podem ser constituídas predominantemente de oólitos carbonáticos ou fragmentos calcários.

As areias de pós-praia, representadas por sedimentos da parte superior da praia que normalmente permanecem secos; nesse local embora possam aparecer laminações cruzadas de microondulações, a estrutura predominante nessas areias é a laminação horizontal.

As areias de estirâncio estão depositadas, numa praia, à zona situada entre as marés. Geralmente, o estirâncio é marcado pela presença de fragmentos de conchas que se concentram principalmente ao longo de marcas de deixa, que também podem apresentar concentrações de fragmentos de plantas e restos de animais mortos. E o tipo de estratificação predominante em seus sedimentos é a laminação cruzada.

As areias de antepraia estão depositadas em uma zona constantemente submersa na água, com a superfície caracterizada por bancos longitudinais e calhas.

Na parte superior da antepraia, são comuns as estratificações cruzadas que mostram o sentido predominante dirigido para o continente em virtude das ondas.

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Planície de Maré

Nas margens de estuários, lagunas, baias ou atrás de ilhas barreiras, desenvolvem-se os ambientes de planície de maré.

As correntes de maré desenvolvidas nos canais são tipicamente bipolares e frequentemente se manifestam na forma na forma de estratificação cruzada padrão espinha de peixe.

Argila, silte, e areia fina são os sedimentos predominantes nesse ambiente. Entretanto pelotas de argila e conchas podem estar presentes nos depósitos de canais de maré.

Os tipos de estratificação encontrados nesse ambiente , dependem muito, da natureza dos sedimentos, por isso, não se encontra um padrão especifico de estratificações. Porem, a bioturbação constitui uma característica comum nos sedimentos de planície de maré, principalmente por atividade de animais bentônicos .

Embora os depósitos de antigas planícies de maré mostrem uma certa similaridade, nem todas as características são comuns a todos eles. A própria comparação dos depósitos de planície de maré modernos mostra claramente grandes variações de detalhes entre os depósitos de diferentes regiões.

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Ambiente da Plataforma Continental

A plataforma continental é a área submarina compreendida entra a linha de costa até a profundidade de onde ocorre brusca quebra no declive. No entanto, na costa brasileira, a quebra do gradiente ocorre a uma profundidade media de 150m, e a largura da plataforma é de cerca de 50Km no nordeste, aumentando para até 250 ao longo do litoral paulista.

Para a definição dos diferentes tipos de plataformas, os fatores estruturais e isostáticos, são de grande significado. A topografia atualmente observada, em larga escala, na área da plataforma resultam da superimposição de eventos geológicos.

Um fator de terceira importância, mas de certo interesse local, é o efeito dos processos físicos e biológicos que continuam a modificar a cobertura sedimentar superficial da plataforma, erodindo e transportando os sedimentos.

Essas plataformas possuem especificas quebras , que de algum modo estão relacionadas às flutuações do nível marinho durante o Quaternário.

De um modo geral, podem ser reconhecidos os sedimentos modernos, que estão em equilíbrio com as condições atuais de sedimentação, e os sedimentos relíquias, que estão em desequilíbrio com a situação vigente.

Na plataforma continental brasileira são verificados pelo menos três regimes sedimentares principais.

a)Plataforma com intenso aporte sedimentar terrígeno associado a grandes bacias de drenagem.

b)Plataforma com reduzido aporte sedimentar terrígeno e intensa atividade organógena, com produção de fundos biogênicos e biodetríticos.

c)Plataforma com contribuição terrígena insuficiente, mesmo para cobrir áreas de sedimentação pretérita.

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Ambiente de Margem Continental

A margem continental ocupada hoje, é aproximadamente, cerca de 15 por cento da superfície terrestre. Ela é formada pela plataforma, talude e a elevação continentais.

Nas margens continentais a sedimentação é principalmente detrítica. Os canyons submarinos desempenham um importante papel no transporte de sedimentos em grandes volumes, que são depositados na forma de leques submarinos com características de depósitos conhecidos por turbiditos.

O transporte de sedimentos para as margens continentais é provavelmente ocasionado pelo fenômeno das correntes de turbidez, porem, só esse fenômeno , não explica por completo todos os produtos encontrados nesse ambiente.

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Ambiente de Recifes Orgânicos

Restringe-se o ambiente de recife, presentemente, aos sítios dos mares tropicais que oferecem condições favoráveis à vida de organismos coloniais de águas rasas, construtores de edifícios calcários com a forma de elevações mais ou menos retilíneas ou circulares, em planta, denominadas recifes.

A limpidez das águas é fator relevante, pois os sedimentos suspensos afetam o crescimento dos organismos construtores de recifes.

Do ponto de vista sedimentólogo, este ambiente é referido como complexo de recife por onde envolver, além do recife propriamente dito, as unidades de sedimentação que o cercam.

São encontrados três tipos principais de recifes: franjantes, barreiras e atóis (figura 7).

a)Recifes franjantes – Desenvolvem-se diretamente sobre o litoral(continente ou ilha).formam uma faixa que se alonga em concordância com a direção da costa.

b)Recifes-barreiras – formam, igualmente, uma faixa mais ou menos paralela à costa; mas, entre o recife e a costa ocorre uma laguna deposita-se lama muito larga. Nas parte mais profundas dessa laguna deposita-se lama calcária, e , nas suas margens, areia biodetrítica.

c)Recifes atóis – caracterizam-se pela disposição subcircular, vistos em planta, possuindo uma laguna no interior.

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Ambiente de Mar Profundo

A profundidade máxima conhecida do fundo oceânico corresponde à fossa das Marianas (11.034);contudo, as profundidades mais comuns situam-se 4000 e 5000m.

Nesse ambiente deposita-se, principalmente, sedimentos eupelágicos biogênicos. Tais sedimentos são referidos, de acordo com o tipo predominante dos restos de organismos construtivos.

Compõem-se os sedimentos eupelágicos biogênicos de esqueletos completos ou fragmentários de microorganismos planctônicos e de material inorgânico de origem, principalmente, terrígeno.

Dá-se o nome de profundidade de compensação de carbonato, ao nível abaixo do qual, nos oceanos, a taxa de deposição do carbonato de cálcio é superada pela taxa de dissolução.

As áreas de sedimentação mais intensas neste ambiente são as planícies abissais. Mas , também as dorsais e as fossas oceânicas constituem outros subambientes de deposição.

Merecem reparo a presença de indícios de bioturbação e de marcas onduladas, estas produzidas por correntes nos sedimentos do fundo oceânico

Os sedimentos eupelágicos, entretanto, são poucos porosos, ao menos primariamente, pelo que não constituem o tipo de rocha favorável ao armazenamento de hidrocarbonetos; tampouco uma rocha capaz de os gerar, devido à comum incidência da oxidação no decorrer da sua deposição.