Ambientes Topos e Microclimáticos Urbanos Em Rondonópolis (2)

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1 AMBIENTES TOPOS E MICROCLIMÁTICOS URBANOS EM RONDONÓPOLIS (MT) 1-INTRODUÇÃO O presente artigo tem o objetivo de descrever o clima local e o clima urbano em Rondonópolis, considerando as unidades climáticas de topo e microclimas, e suas variações conforme a altitude, o relevo e a demografia. O clima é composto por atributos e fatores que devem ser analisados em conjuntos, com a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica, que são elementos fundamentais para definir o tipo de clima de uma região. Segundo Nunes (2002) “o clima vem sendo influenciado cada vez mais pela ação antrópica principalmente nas escalas locais, como por exemplo, a ilha de calor humano.” O ser humano altera o meio ambiente numa velocidade maior do que qualquer outro processo natural, não existindo sincronia entre as escalas que governam os fenômenos naturais e as atividades humanas. O referido artigo está dividido em quatro momentos. No primeiro momento serão comentadas as observações sensíveis do tempo meteorológico em Rondonópolis, em seguida o experimento de campo: ambiente microclimático no campus universitário de Rondonópolis. O terceiro discorre sobre a viagem de campo realizada no dia treze de agosto ao município de Campo Verde, esse em escala regional e por último a aula de observação

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AMBIENTES TOPOS E MICROCLIMÁTICOS URBANOS EM RONDONÓPOLIS (MT)

1-INTRODUÇÃO

O presente artigo tem o objetivo de descrever o clima local e o clima urbano

em Rondonópolis, considerando as unidades climáticas de topo e microclimas, e

suas variações conforme a altitude, o relevo e a demografia. O clima é composto por

atributos e fatores que devem ser analisados em conjuntos, com a temperatura, a

umidade e a pressão atmosférica, que são elementos fundamentais para definir o

tipo de clima de uma região.

Segundo Nunes (2002) “o clima vem sendo influenciado cada vez mais pela

ação antrópica principalmente nas escalas locais, como por exemplo, a ilha de calor

humano.” O ser humano altera o meio ambiente numa velocidade maior do que

qualquer outro processo natural, não existindo sincronia entre as escalas que

governam os fenômenos naturais e as atividades humanas.

O referido artigo está dividido em quatro momentos. No primeiro momento

serão comentadas as observações sensíveis do tempo meteorológico em

Rondonópolis, em seguida o experimento de campo: ambiente microclimático no

campus universitário de Rondonópolis. O terceiro discorre sobre a viagem de campo

realizada no dia treze de agosto ao município de Campo Verde, esse em escala

regional e por último a aula de observação noturna no perímetro urbano de

Rondonópolis, onde já se pode observar as mudanças no ritmo e as desigualdades

sociais.

1-Objetivos

O trabalho teve o objetivo de descrever as totalidades dos ritmos de cada

lugar, ou seja, o topo clima e o micro clima em Rondonópolis-MT. E também o

entendimento do clima por meio dos seus atributos e controles climáticos. Assim

sendo o topo clima refere-se aos fenômenos em escala local. O microclima se refere

a variações devidas à proximidade da superfície do solo.

1-2-Importância do Tema

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A importância deste tipo de assunto serviu para nos ajudar a identificar os

ritmos, as variações temporais, e as regiões topos e microclimáticas.

1-3-Porque fiz? Para que fiz? Para quem?

As pesquisas foram realizadas conforme orientação e pedido do professor.

Para entender os critérios de clima local e regional, ampliando nossos horizontes em

relação à climatologia regional. E aprender a perceber as diferenças dos climas, nos

vales, nas chapadas e no meio urbano. Essas pesquisas foram realizadas conforme

orientação do professor José Roberto Tarifa, para obtenção de notas da disciplina

de climatologia levando em consideração que o maior ganho do aluno é o

conhecimento.

1-4-Conceito de Ambiente

Segundo Rapoport, o ambiente pode ser definido como “qualquer condição ou

influência situada fora do organismo, grupo ou sistema que se estuda” (RAPOPORT,

1978,25). Tuan o define como: “As condições sob as quais qualquer pessoa ou coisa

vive ou se desenvolve; a soma total de influências que modificam ou determinam o

desenvolvimento da vida ou do caráter” (TUAN, 1965,6).

O que pode se entender por conceito de ambiente segundo (Rapoport e

Tuan) é que o ambiente pode ser analisado pelas condições do clima e pelas ações

antropicas e principalmente pela maneira de como se usa e se modifica um

determinado ambiente.

2- Áreas de Estudo

Duas das áreas de estudo foram delimitadas na cidade de Rondonópolis

(MT), que está localizada entre as coordenadas de 15º25” e 16º30”S e 54º33’ e

54º39”W, distante aproximadamente a 1440 km (em linha reta) a oeste da costa do

Oceano Atlântico, com altitudes que variam de 200 a 300 metros. Dentro do

município de Rondonópolis foram estudadas áreas urbanas, e o campus

universitário.

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2-1- A primeira área estudada foi no bairro Jardim Atlântico, na Rua Julio Ribeiro, Q7

num: 18, altitude de 285m, latitude 16º 28’10,39” S, longitude 54º 34’,35 87” O,

(dados tirados do Google Earth), próximo ao Campus Universitário que onde por 30

dias fiz as observações sensíveis. A próxima área se trata de um local institucional,

Campus Universitário de Rondonópolis. E ainda em Rondonópolis foi estudada a

área urbana passando pelo bairro Jardim Atlântico, shopping Center, vila aurora,

centro e distrito industrial.

2-2- A segunda área de estudo foi realizada no Campus da Universidade Federal de

Rondonópolis (UFMT), que se encontra localizada na Rodovia Rondonópolis-

Guiratinga, Km 06 (MT-270)- Bairro Sagrada Família.

2-3- A próxima área de estudo é no município de Campo Verde, localizado no

sudeste mato-grossense a 127 km de Cuiabá. Faz limites a leste com Primavera do

Leste, ao sul – Dom Aquino, Jaciara, Santo Antonio do Leveger, ao oeste Cuiabá e

Chapada dos Guimarães e ao norte – Nova Brasilândia. Possui 745 metros de

altitude, clima tropical, coordenadas geográficas 15º33’713” S e 55º09’919” W.

2-4- A última área de estudo foi na zona urbana de Rondonópolis, a cidade

localizada na região Centro-Oeste no estado do Mato Grosso, entre as coordenadas

16º25” e 16º30” S e 54º33’ e 54º39’ O, estando a uma altitude de 227 metros. Sua

população em 2011 é estimada em aproximadamente 200 mil habitantes. Possui

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uma área de 4.165km². O município é cortado pelas rodovias federal BR 364, que

liga Rondonópolis a Cuiabá e BR -163, que liga o Centro Norte do Brasil ao centro

Oeste e Sul do Brasil. Na região urbana de Rondonópolis, estivemos em seis

diferentes pontos da cidade, onde podemos observar diferenças na altitude e no uso

do solo.

Mapa da Área Urbana de Rondonópolis

Sturza, José Adolfo Iriam (2005)

3- O sitio urbano

Rondonópolis encontra-se localizada, numa área de clima tropical continental,

com períodos secos de (maio a junho) e a estação chuvosa (outubro a abril). O sitio

urbano, com altitudes que variam de 200metros a 300metros, ocupa

topograficamente a maior parte do vale e baixas colinas do Rio Vermelho, o quadro

físico da cidade estende-se num sitio convergente, de topografia plana a levemente

ondulada da confluência dos Rios Arareau e Rio Vermelho. O entorno próximo é

constituído por um anfiteatro de terras altas (chapadas e serras) cujos topos variam

entre 700 a 800 metros. As mais importantes encontram-se a sudeste da Serra da

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Petrovina, a noroeste a Serra de São Vicente, ao norte planalto de Campo Verde-

Primavera do Leste, e ao sul a Serra da Onça.

4-Área- População urbana e Rural

Rondonópolis possui pelos dados do IBGE de 2010 uma população de

195.476, densidade demográfica de 47.00 hab/km² e uma área de 4.195,122 km².

6- Vegetação

A vegetação é dividida em regiões de mata e cerrado, sendo que a área com

vegetação nativa corresponde a cerca de 30% do total do município, e a maior parte

da mata pertence a reserva indígena Tadarimana.

7-Metodologia

Para dar embasamento e consistência ao propósito deste artigo, foram

realizados levantamentos e dados em quatro locais diferentes no município de

Rondonópolis. MT. (1) Bairro Jardim Atlântico: Observações Sensíveis do Tempo

Meteorológico em Rondonópolis, durante o período de 23/03 a 23/04/11. O qual se

deu da seguinte maneira, durante os trinta dias observar nos períodos da manhã,

tarde e noite, a cobertura do céu, nuvens, vento, temperatura, umidade e chuva. As

técnicas usadas para o referido trabalho foram os órgãos sensoriais (órgão do

sentido) e a percepção, o que foi acompanhado por uma caderneta para as

anotações.

O segundo trabalho foi realizado no Campus Universitário de Rondonópolis

no período noturno, no dia 26/04/2011 foram estudados oito pontos, verificando

temperatura do solo, temperatura da água, o estacionamento, ambientes fechados.

As técnicas usadas nessa pesquisa foram o psicometro, o termômetro seco, o

termômetro úmido, a lanterna, a maquina fotográfica, caderno de anotações.

O terceiro trabalho, a viagem de campo ao município de campo verde,

realizado no dia 13/08/2011, foi direcionado para entender o clima local de cada um

dos municípios, com relação à altitude, relevo, vegetação, nuvens e espaço

ocupado. E entender o clima em escala regional. Para esse trabalho de campo além

da percepção, do companheirismo dos colegas foi utilizado o altímetro, termômetro

de solo, caderneta para as anotações e a maquina fotográfica para registrar.

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O último trabalho foi no perímetro urbano de Rondonópolis, (avenida limítrofe

do centro aos bairros) começando pelo ponto de ônibus da UFMT, passando pelo

Jardim Atlântico, shopping, Vila Aurora, Praça dos Carreiros e Distrito Industrial.

Onde se podem perceber nitidamente as ações antrópica, e o uso do solo mudam a

qualidade do ar e do clima. Para esse trabalho foi usado, o termômetro seco,

termômetro úmido, lanterna e a caderneta para as anotações.

No final, os dados coletados foram quantificados em tabelas e gráficos. Os

gráficos foram comparados com os dados do IBGE.

Considerações finais

Esse trabalho foi um estudo que trouxe uma compreensão para a

determinação de um ritmo climático, uma vez que as coletas de dados deram-se de

forma natural, sendo o próprio aluno instrumento climatológico, que registrara a

temperatura do ar, a nebulosidade, a direção e a velocidade do vento, por meio de

suas sensações; ou seja, com a ajuda dos órgãos do sentido e a percepção.

Também destacamos o período de outono austral, estação climática que começa no

dia 21 de março, uma transição de uma estação quente para uma estação seca.

Assim as observações do tempo sensível em Rondonópolis buscam acompanhar a

evolução da sazonalidade, da passagem do verão para outono e do outono para o

inverno, registrando o fim da estação chuvosa para o início da estação seca.

Dentro dos objetivos propostos para o trabalho de observações sensíveis

realizados durante o período de trinta de dias, onde buscamos entender as

diferenças entre o tempo e o clima, sendo que o tempo é uma combinação

passageira dos elementos do clima. E o clima é a sucessão habitual dos tipos de

tempo. Dentro dos ritmos climáticos procuramos entender as interações entre os

fenômenos, TARIFA, diz que “O ritmo é um dos caminhos possíveis para

compreender a interação dialética entre os fenômenos físicos, biológicos, humanos

e sociais no espaço de um determinado lugar da superfície da Terra.” (TARIFA, J.R.

2001, pag.29), assim acreditamos que cada lugar tem um ritmo e que nos

modificamos esse ritmo conforme interagimos com ele.

Nesse trabalho também buscamos conhecer um pouco das nuvens, como se

formam e como diferenciá-las. As nuvens são constituídas por gotículas ou cristais

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de gelo que se forma em torno de núcleos microscópicos na atmosfera. Há vários

processos de formação das nuvens e das suas conseqüentes formas e dimensões.

Todos os resultados obtidos contaram com dados meteorológicos e os estudos da

climatologia e estão contidos na tabela abaixo.

TABELA 01: O TEMPO METEOROLÓGICO EM RONDONÓPOLIS NO OUTONO DE

2011

Dia Hora Temp. Umid Ventos Direção

Do Vento

Chuva Nuvens

23/03

06:40 Amena 80% Fracos SO/NE Ausente Cúmulus

14:30 Agradável 75% Leves SO/NE Pancadas

pesadas

Cumulosnim

bus

20:55 Agradável 80% Leves SO/NE Continua Sem

visibilidade

24/03

07:00 Fresquinha 80% Fracos SO/NE Garoa Carregadas

13:45 Agradável 60% Moderados SO/NE Forte Carregadas

21:05 Fresquinha 80% Fracos SO/NE Impertinent

es

Nuvens

baixas

25/03

07:00 Amena 75% Sem

ventos

Ausente Finas e

trans

parentes

14:00 Quente 60% Leves SO/NE Ausente Cúmulus

21:05 Agradável 80% Brisa

suave

SO/NE Ausente Sem

visibilidade

26/03

06/50 Fresquinha 80/% Suaves SO/NE Garoa fina Cúmulus

14:05 Calor 68% Suaves SO/NE Ausente Cúmulus

21:05 Agradável 75% Fracos SO/NE Chuva forte Sem

visibilidade

27/03

07:00 Fresquinha 75% Ausente Ausente Transpa-

parentes

14:10 Calor 65% Moderados SO/NE Ausente Cúmulus

21:00 Agradável 50% Suaves SO/NE Chuva forte

e

persistente

Nuvens

baixas

06:45 Calor 60% Ausente Ausente Nuvens

claras

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28/03 14:05 Calor 58% Ausente Ausente Cúmulos

21/05 Agradável 75% Moderados SO/NE Chuva forte Cumulosnim

bus

29/03

07:00 Fresquinha 80% Fracos SO/NE Ausente Cumulus

14:05 Calor 50% Fracos SO/NE Ausente Cumulus

21:05 Suave 75% Calmo SO/NE Névoa fina Nuvens

altas

30/03

07:00 Abafado 70% Moderados SO/NE Ausente Cumulus

14:30 Calor 60% Leves SO/NE Ausente Cumulus

21:05 Fresquinho 60% Calmos SO/NE Névoa fina Nuvens

altas

31/03

07:00 Calor 80% Suaves SO/NE Ausente Cumulus

14: 30 Calor 70% Leve SO/NE Ausente Alto

Cumulus

21:05 Calor 60% Calmos SO/NE Ausente Nuvens

altas

01/04

07:00 Agradável 70% Brisa

suave

SO/NE Ausente Cumulus de

bom tempo

14:30 Calor 70% Fraco SO/NE Ausente Céu

encarneirad

o

21:15 Calor 60% Moderados SO/NE Ausente Nuvens

altas

O2/04

07/15 Agradável 70% Brisa Ausente Nuvens

baixas

14/15 Calor 58% Moderados SO/NE Ausente Nuvens

escuras

21/15 Agradável 80% Brisa SO/NE Nevoeiro Sem

visibilidade

03/04

08/00 Abafado 80% Moderados SO/NE Ausente Cumulus

14/12 Abafado 80% Fracos SO/NE Leves e

continua

Cumulus

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21/38 Fresca 80% Fracos SO/NE Ausente Nuvens

altas

04/04

06/45 Fresquinha 80% Fracos SO/NE Neblina Baixas

14/30 Calor 60% Ausente Ausente Dispersa

21/05 Fresquinha 75% Calmos SO/NE Ausente Nuvens

Brancas

05/04

07/00 Fresquinha 80% Leve Cumulus

14/04 Calor 58% Suaves Ausente Cumulus

21/00 Agradável 58% Fracos Ausente Sem

visibilidades

06/04

07/00

Fresquinha 65% Calmo SO/NE Ausente Cumulus

21/45 Calor Seco Fracos SO/NE Ausente Sem

visibilidade

07/04

07/15 Agradável 58% Brisa SO/NE Ausente Cumulus

14/05 Pesado 58% Leves Ausente Muitos

Cumulus

21/15 Fresquinho 75% Suaves SO/NE Ausente Sem

visibilidade

08/04

05/45 Fresquinha 80% Muito leve Nevoa fina

14/10 Calor 70% Ausente Ausente Cumulus

21/05 Fresquinha 75% Fracos Ausente Céu limpo

09/0408:00 Calor 80% Leves SO/NE Ausente Cumulus

14/35 Calor 60% Ausente Ausente Cumulus

21/15 Calor 58% Moderados Ausente Cumulus

05/00 Fresquinha 75% Suaves Ausente Nuvens

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10/04

escuras

14/00 Abafado 70% Chuvas

fracas

Nuvens

médias

21/00 Fresquinho 70% Fracos SO/NE Ausente Sem

visibilidades

11/04

05/00 Fresquinha 75% Suave SO/NE Ausente Cumulus

14/00 Calor 58% Ausente Ausente Céu limpo

21/05 Fresquinho 65% Suave Ausente Presença de

cumulus

12/04

05/10 Fresquinha 80% Brisa Ausente Nuvens

baixas

14/05 Calor 60% Ausente Ausente Cumulus de

bom tempo

21/15 Fresquinha 75% Leves Ausente Céu limpo

13/04

05/30 Fresquinha 80% Brisa Ausente Céu com

nevoeiro

Como podem ser observadas na tabela as manhãs possuem características

por serem fresquinhas nas primeiras horas do dia, depois vão aquecendo e

normalmente as tardes são quentes e abafadas com pouca umidade no ar. À noite o

solo começa a resfriar e o calor é facilmente liberado, tornando as noites com

temperaturas agradáveis.

Durante os períodos de março a abril podemos perceber mudanças no

comportamento meteorológico, durante os períodos da manhã, tarde e noite, devido

à entrada da estiagem, o clima se tornou mais seco com o final da estação das

chuvas.

No segundo trabalho realizado no Campus da UFMT no período noturno, foi

avaliada a temperatura seca, úmida, temperatura do solo, da água e a umidade do

ar em oitos pontos dos diferentes microclimas, como podemos observar na tabela.

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Tabela: 02 OS AMBIENTES MICROCLIMÁTICOS NO CAMPUS (UFMT)

Pontos Hora Temp.

Seca

Temp.Ùmida Umidade

Relativa

Temp.

Solo

Temp.Àgua

01 19h15min 28.8º 24.8º 71%

02 21; 09 26.0º 23.4º 79%

03 21h18min 23.8º 21.8º 67%

04 21h20min 23.2º 21.2º 82% 24.4º

05 21h30min 24.2º 21.6º 79%

06 21h35min 27.2º 22.6º 66%

07 21h41min 23.8º 21.4º 80% 25.7º

08 21h50min 24.0º 21.6º 80% 28.0º

26.2º

25.7º

Média 25.1º 22.3º 75% 25.9º 25.7º

Max 28.0º 24.0º 80% 28.0º 25.7º

Min. 23.2º 21.2 66% 24.4º

Como podemos observar na tabela as temperaturas tiradas no laboratório de

climatologia, (ponto 01 e 02) com as janelas e portas fechadas ficaram mais

elevadas do que as tiradas com portas e janelas aberta. Isso por que o ar contido na

sala ficou mais quente. No ponto (03) na grama, um oitavo do céu limpo com

estrelas, podemos observar que as temperaturas tanto a seca como a úmida caíram

bastante por que a noite temos o resfriamento noturno.No ponto (04) a mensuração

da temperatura foi feita em cima de um morrinho de cascalhos, no qual pode-se

avaliar que solo havia absorvido mais calor e ainda emitia radiação.No ponto (05)

devido o estacionamento ser de asfalto e por causa dos carros o solo deveria estar

com temperaturas mais elevadas, mas como a área tem bastante árvores que

servem como isolantes , fazem sombra e reduzem a emissão dos raios solares no

local as temperaturas úmidas e secas não tiveram muita diferença dos outros

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pontos. No ponto (06) podemos observar que uma das maiores temperaturas seca

foi na sala de aula, devido o ambiente estar fechado e as paredes da sala terem

recebido durante o dia muita emissão de calor, custa o resfriamento. Já no ponto

(07) um local de grama e arvores podemos sentir até uma brisa suave e os

termômetros obtiveram resultados satisfatórios. No ultimo ponto analisado a piscina

do Neat, a temperatura da água estava mais elevada pelo fato da condutibilidade

térmica da água, ser menor do que a do ar. A água pela sua transparência a

radiação solar aquece devagar de cima para baixo e também esfria devagar. No

mesmo local em um ponto onde não havia grama, podemos observar que o solo nu

reteve mais temperatura do que o solo com grama que fica mais protegido da

radiação.

O que podemos perceber nesse estudo, foi que as temperaturas variam

conforme as superfícies são atingidas pela radiação solar, que absorvem e refletem

radiações diferentes, e que em lugares fechados o ar aquece e fica sem umidade.

Assim pode-se analisar a variação dos atributos climáticos, conforme cada ponto

percorrido.

No terceiro trabalho a viagem de campo a Campo Verde, foi feita a descrição

dos ambientes topos e micro climáticos, começando pelo ponto de ônibus da UFMT,

que se trata de um lugar plano, solo coberto por asfalto, alta pressão no inverno

tropical. O ponto (02) Inversão térmica, típica das manhas de Rondonópolis, quanto

mais baixa for à inversão pior fica a qualidade do ar. Ponto (03) Sítio urbano de

Rondonópolis, clima local é uma área onde a rarefação, e o ar têm propriedades

homogêneas por que o vale do Rio acumula frio e névoa úmida, no chão pressão

baixa devido ao aquecimento do sol.

No ponto (04), nuvens finas no céu, vento leve. Inversão superior (2000- 3000

metros). Ponto (05), parada para observar a temperatura do chão com a temperatura

do ar, como se pode ver existe bastantes diferenças entre as áreas de plantação

com as outras áreas observadas. No ponto (06) no vale do Rio São Lourenço o solo

fica mais úmido na sombra. Ponto (07) Bosque homogêneo, as seringueiras

plantadas simetricamente para extração da borracha, solo coberto por folhas secas,

latossolo vermelho- amarelo. Ponto (08) na encosta do chapadão a nebulosidade é

maior, baixa pressão devido à altitude ser maior. Ponto (09) área urbano de Campo

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Verde, ventilação maior, temperatura mais agradável. No ponto (10) Recanto do Sol

a unidade típica de paisagem é de serrado com mata ciliar. A região é margeada por

bairros e está dentro da unidade urbana, sendo utilizada como atrativo para área de

recreativa e banhista. Dessa forma é muito influente a antropização. A cachoeira da

Martinha, serrado fino rio que forma a represa do manso. Ultimo ponto o que será

mostrado na tabela e nos gráficos, comparando as anotações com os dados do

INMET.

Tabela: 03 O ENQUADRAMENTO REGIONAL RONDONÓPOLIS: CAMPO VERDE

13/08/1

1

Hora Lat Long Alt T.seca T.úmid

a

Solo Água Umidade

P: 01 07:03 16º29’ 54º36’ 280 23,2 18,1 59%

P: 02 O7:20 16º26’ 240 22,0 18,8 72%

P: 03 07:57 16º26’ 54º39’ 340 25,2 18,2 48%

P: 04 08:28 16º22’ 54º54’ 390 27,8 19,6 43%

P: 05 09:23 16º51’ 54º54’ 300 28,6 19,6 30,0 40%

P: 06 9:48 16º57’ 54º55’ 270 29,2 21,2 19,2 23º 46%

P: 07 10:07 16º56’ 54º55’ 330 32,2 20,4 28,0 30%

P: 08 10:45 15º36’ 54º50’ 490 32,2 24,2 49%

P: 09 11:30 15º32’ 55º10’ 760 28,4 19,0 23º 37%

P: 10 12:40 15º33’ 55º09’ 720 31,4 19,2 21º 27%

P: 11 14:08 15º30’ 55º24’ 650 32,2 21,2 34%

454 28,4 19,9 44%

Como se pode observar na tabela a menor temperatura seca se deu próximo

a MT: 270 ocorrência de inversão térmica. E as mais altas ocorreram entre os

pontos (07,08, 10, 11) devido a estarem relacionados com o entorno da área urbana.

Nosso último trabalho foi na área urbana de Rondonópolis, onde podemos

visivelmente perceber as ocorrências causadas pelas ações do homem, onde o

ritmo não é dado pela natureza, estações do ano, nem pelo clima. A vida é

normatizada pelo uso do relógio e as atividades na e da cidade se desenvolvem no

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período de 24 horas, independente do clima, das condições físicas ou mesmo

biológicas: As cenas se sucedem em ritmo intenso e desumano. (CARLOS, 1994).

Assim para conhecer e entender os ritmos das áreas urbanas começamos

nossa pesquisa no campus (UFMT), local plano, com uma sensação térmica fresca,

logo a seguir entramos no bairro Jardim Atlântico, onde já sentimos a diferença, ruas

estreitas, pessoas andando e muitos carros em movimentos, tudo isso altera a

emissão de calor e por conseqüência altera as condições do ar, quanto mais

pessoas mais o calor aumenta, o calor latente se transforma em calor sensível.

Na Avenida Lions, no estacionamento do shopping, podemos notar que os

veículos e o asfalto influenciam na temperatura, o ritmo é acelerado. Os prédios

altos formam ilhas de calor que reduzem a velocidade dos ventos, e deixam o lugar

mais quente. Maior concentração de pessoas, de atividades de calor antropogênico,

os postos de gasolina são fontes de poluição do ar.

Na vila Aurora já se percebe a presença de prédios bem amplos e planejados,

casa de classe média alta, com grandes jardins gramados e quintais, áreas

arborizadas o que faz a temperatura no local ser fresquinha. Na praça do carreiros

as arvores impedem a entrada livre do sol, o que faz as manhãs serem fresquinhas.

Observa-se na Dom.Pedro a presença de nevoa seca, por causa da poluição dos

carros, a rua inclinada, o local é mais quente, trecho transversal da rua concentra

poluição, liberação de calor, e as veze acaba influenciando nas chuvas, por que

funciona como uma serra, verdadeiro Quênio urbano.

O ultimo ponto a ser visitado foi no Distrito Industrial, onde nos deparamos com

outra realidade, as indústrias e o grande movimento de caminhões pesados, as ruas

não possuem nenhuma infra estrutura cheias de buracos e a noite a emissão dos

gases poluentes a tendência é que partículas dessa poluição se espalhem pela

cidade durante a noite, provocando nuvens de gases poluentes e nuvens de

fumaças. O que provoca muitas doenças respiratórias em pessoas idosas e

crianças.

Tabela: 04 OS AMBIENTES TOPOS E MICROCIMÁTICOS

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Hora Alt Temp. seca Temp. úmida

P: 01 19:20 300m 23,6 26,3

P: 02 19:40 265m 23,6 26,6

P: 03 27,6 24

P: 04 20:35 27,7 23,6

P: 05 20:55 250m 28,6 23,8

P: 06 21:00 300m 26,2 24,2

Como podemos perceber na tabela as diferenças de temperaturas e umidade entre

as áreas urbanas são determinadas pelo próprio microclimas. O intenso fluxo de

pessoas e veículos, assim como do concreto dos prédios , do asfalto entre outros

materiais de construção, esse calor é liberado durante a noite.

CONCLUSÃO

Como podemos perceber o clima é um fator importante, e está presente no cotidiano

da sociedade, influenciando na vida dos seres humanos. Portanto cada ambiente

funciona de uma maneira diferente, como podemos observar devido às construções,

o asfalto e o uso do solo o clima urbano se torna quente, enquanto que nos locais

arborizados o clima é agradável.

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REFERÊNCIAS

NUNES, L. H. Discussão acerca de mudanças climáticas (notas). Terra Livre, São Paulo, n. 18, p.179-184.2002.http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/03_6_holzer.pdf Acesso em 16/11/2011.

CARLOS, Ana Fani A. A Cidade. 2. Ed. São Paulo: contexto, 1994.

DOSSIÊ RONDONÒPOLIS. Geografia- Demografia- Economia. 2010. 4 ed. Acir- Rondonópolis.

SETTE, Denise Maria; TARIFA, José R. Clima e Ambiente Tropical: O caso de Rondonópolis. MT. Intergeo nº–. Revista do Departamento de Geografia. Rondonópolis. 2001

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REFERÊNCIAS

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