Ameaças e Oportunidades para as Argamassas Europeias. O ... · A NHL é muito diferente da Cal...

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X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 1 Carlos Duarte Presidente da APFAC, Associação Portuguesa de Argamassas e ETICS Vice-Presidente da EMO, European Mortar Industry Organisation Ameaças e Oportunidades para as Argamassas Europeias. O caso Português.

Transcript of Ameaças e Oportunidades para as Argamassas Europeias. O ... · A NHL é muito diferente da Cal...

X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 1

Carlos Duarte

Presidente da APFAC, Associação Portuguesa de Argamassas e ETICS

Vice-Presidente da EMO, European Mortar Industry Organisation

Ameaças e Oportunidades para as Argamassas Europeias.

O caso Português.

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Lisboa junto a Belém, Painel de Azulejos. Gabriel del Barco, ca. 1700.

Museu Nacional do Azulejo, http://mnazulejo.imc-ip.pt

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>>> De Goiânia a Fortaleza, 18 anos de sucesso: Parabéns SBTA!

1995, I SBTA, Goiânia

1997, II SBTA, Salvador

1999, III SBTA, Vitória

2001, IV SBTA, Brasília

2003, V SBTA, São Paulo

2005, VI SBTA, Florianópolis

2007, VII SBTA, Recife

2009, VIII SBTA, Curitiba

2011, IX SBTA, Belo Horizonte

2013, X SBTA, Fortaleza

2

6

5

10

8

93

41

2

7

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>>> Sumário

1. Construção na Europa e em Portugal: os efeitos da Crise.

2. I&D, Argamassas Técnicas:

a. O regresso da Cal Hidráulica;

b. Argamassas Térmicas

c. O uso da Cortiça em Argamassas e ETICS;

3. Renovação da EMO, European Mortar Industry Organisation:

a. O novo site;

b. EMOdico, Dicionário de Argamassas e ETICS;

c. Projecto em Curso: Let’s Take the Initiative. NOW!

d. II Cimeira de Argamassas Europeias, Barcelona, 6/7 de Junho 2013

4. Regulamento Europeu dos Produtos da Construção: uma ameaça para as Argamassas Fabris? Marcação CE e DoP, Declaração de Desempenho.

5. Argamassas de Obra na Europa: negligenciáveis ou significativas?

6. Que futuro para as Argamassas e ETICS?

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>>> Construção na Europa e em Portugal: os efeitos da Crise

Fontes: Cembureau e Ministério das Finanças de Portugal

2011/2007: queda de 59 %

230 515

193 692

121 558

101 140 94 272

50 000

100 000

150 000

200 000

250 000

2007 2008 2009 2010 2011

EU27, Cimento Portland, k t

7 341

6 850

5 791

5 388

4 548

4 000

5 000

6 000

7 000

8 000

2007 2008 2009 2010 2011

Portugal, Cimento Portland, k t

2011/2007: queda de 38 %

Cimento Portland

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>>> Construção na Europa e em Portugal: os efeitos da Crise

Fontes: EMO e APFAC

2011/2007: queda de 26 %

53 766

49 705

43 361

40 37539 773

35 000

40 000

45 000

50 000

55 000

2007 2008 2009 2010 2011

Argamassas Secas, EU, k t

1 293

1 421

1 100

960

827

620

400

600

800

1 000

1 200

1 400

1 600

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Argamassas Secas, Portugal, k t

2011/2007: queda de 52 %

Argamassas Secas (Fabris)

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>>> Argamassas em Portugal: os efeitos da Crise

Fonte: APFAC

Granel

Granel

GranelGranel

Granel

0

300 000

600 000

900 000

1 200 000

1 500 000

2008 2009 2010 2011 2012

Argamassas Fabris Secas, Saco vs. Granel, em Toneladas

38%

3%

17%

25%

1% 8%8%

Argamassas Secas, em Toneladas (2012)

Rebocos

Monomassas

Alvenarias

Cimentos-cola

Juntas

Pavimentos

Outras Argamassas

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>>> Argamassas em Portugal: os efeitos da Crise

Fonte: APFAC

1 000 000

1 314 000

2 385 662 2 409 119

2 068 158

0

1 000 000

2 000 000

3 000 000

2008 2009 2010 2011 2012

ETICS, m2

ETICS:

Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior

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Anúncio de fábrica de Cal Hidráulica Portuguesa, Maceira, Leiria (1891).A Cal era embalada em barricas de madeira. Produção anual: 3,000,000 kg!

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>>> Cal Hidráulica Natural, NHL: um ligante notável!

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>>> Cal Hidráulica Natural, NHL: um ligante híbrido!

2 comportamentos

distintos: Hidráulico e

Aéreo

A curto prazo (28 dias, com H2O):

Misturada com água (Hidratação), a NHL comporta-se como o Cimento Portland, embora desenvolva resistências inferiores à compressão/flexão.

A longo prazo (meses, com CO2):

A NHL comporta-se como a Cal Aérea: o seu CaO reage

com o CO2 atmosférico, sofrendo Carbonatação (lenta)que contribui para o aumento das resistências à compressão e à flexão.

A NHL é muito diferente da Cal Aérea que sofre apenas Carbonatação.

A Cal Aérea é conhecida desde há 10,000 anos.

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>>> Cal Hidráulica Natural, NHL: produzida desde o Séc. 18

NHL é produzida pela queima de calcários

argilosos num forno a 800 - 900 º C,

seguindo-se a extinção controlada com água.

Fábrica de NHL. Painéis de azulejo: Fornos e Moagem (ca. 1920).

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>>> Cal Hidráulica Natural, NHL: disponibilidade

Portugal

A NHL foi o ligante mais usado em Portugal no séc.

XIX, decrescendo desde os anos 1950, substituída pelo Cimento Portland.

Actualmente, existe apenas 1 empresa, centenária, localizada no centro do país (distrito de Leiria).

NHL é um ligante raro: os calcários margosos não são abundantes.

De acordo com o REACH(*), existem 12 produtores de NHL na UE

(nomeadamente em França, Alemanha, Itália, Portugal e UK).

(*) http://ec.europa.eu/environment/chemicals/reach/reach_intro.htm

Contudo, hoje abrem-se novas oportunidades para a NHL!

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>>> Norma CEN(*) Cais de Construção: EN 459 (ed. de 2010)

A EN 459 aplica-se a todas as Cais (Aéreas e Hidráulicas).

• Cal Hidráulica Natural, NHL: são proibidas adições à pedra cozida.

Ligante híbrido muito puro para a Reabilitação, Restauro e Renovação de

Edifícios Antigos e Históricos.

• Cal Hidráulica, HL: semelhantes à NHL, obtidas por mistura de Cal Aérea

com Cimento Portland, escórias de alto-forno, cinzas volantes, fillers

calcários e outros materiais adequados.

• Cal Formulada, FL: mistura de NHL (ou HL) com aditivos hidráulicos (por

exemplo, Pozzolanas).

Classificam-se de acordo com o valor da Resistência à

Compressão aos 28 dias: 5.0, 3.5 e 2.0 MPa.

(*) http://www.cen.eu/cen/pages/default.aspx

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>>> Descrição do processo de fabrico da NHL

Matéria-prima: Calcários (variedade argilosa) disponíveis em pedreira

muito próxima dos fornos (ou kilns).

Calcário margoso

800 - 900 ºC

Petcoke Gases de Combustão

Ar de Combustão Pedra cozida

Kiln

Após a ignição, inicia-se uma série de batches que se podem suceder ao

longo de meses, até que o forno é arrefecido para inspecção e manutenção.

Os fornos são cilíndricos com 10 m de

altura e 2.5 m de diâmetro interno.

A alimentação é uma mistura de pedra

moída (tamanho máx. 7 cm) e pet-coke,

carregada pelo topo.

Pela base descarrega-se a Pedra

cozida e insufla-se o ar de combustão.

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>>> Descrição do processo de fabrico da NHL

Um colector (ao longo dos fornos) recolhe e envia os gases de

combustão para a Estação de Tratamento, antes de serem

lançados pela chaminé para a atmosfera.

Fábrica de NHL na Maceira, Leiria, Portugal.As pedreiras (não visíveis na foto) localizam-se por trás dos fornos. Estação de tratamento dos gases de combustão.

Bateria de 6 fornos (kilns) e as suas chaminés originais

(actualmente inactivas).

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>>> Descrição do processo de fabrico da NHL

O tempo de residência no

forno é de cerca de 60 h.

Estabelece-se um gradiente

de temperaturas ao longo

do forno.

7 m

8 m

• A zona de temperatura mais elevada (800 - 900 º C) localiza-se numa secção entre 7 e 8 m a partir da base dos fornos.

• Em cada 2.5 horas, descarregam-se 6 t de pedra cozida pela base dos fornos, permitindo espaço para uma nova carga pelo topo.

Assim, a carga vai descendo do topo durante o ciclo de 60 h.

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>>> NHL: sequência das 4 etapas

Esta fábrica produz NHL 5 / NHL 3.5 e HL 5.

Os gases de combustão são monitorados/analisados (SO2 e outros gases).

As emissões de CO2 são calculadas por balanço material.

Anualmente, um Verificador audita a fábrica verificando os cálculos das

emissões de CO2 (todas as fontes envolvidas) para avaliar se foi respeitada

a quota de CO2 atribuída, enviando um relatório para as Autoridades.

O excesso (ou defeito) de CO2 é vendido/comprado no Mercado de CO2.

FornoPedra cozidasai do forno, sem adições.

Extinção controladacom água(Reacção

Exotérmica).

Moagem(só

adjuvantesde moagem)

Embalagem:Saco de papel ou

Granel.

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>>> Cal Hidráulica Natural: obras notáveis

John Smeaton (Inglaterra, 1724–1792) pioneiro do uso da NHL no Farol de

Eddystone (1756).

Estádio Nacional (1944), Lisboa, Portugal.

(onde se realiza a final da Taça de Portugal em Futebol).

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>>> Argamassas com Propriedades Térmicas

Duas constatações óbvias:

• A Argamassa comum não tem desempenho térmico relevante.

• Os Agregados são o componente maioritário das argamassas.

Podem-se conferir propriedades térmicas a uma

Argamassa, substituindo parte dos agregados tradicionais por

um material isolante compatível com os ligantes.

Agregados

Ligantes

Outros

Por exemplo, substituindo

parte dos agregados por EPS,

Poliestireno Expandido.

Sendo o material isolante mais leve que os agregados tradicionais, o peso da Argamassa fica reduzido.

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>>> Argamassas com Propriedades Térmicas

Argamassa projectada em paredes interiores/exteriores/tectos, sobre todos os suportes correntes (tijolo/concreto/blocos), com excelentes resultados no

Isolamento Térmico e na redução do Ruído no edifício.

Podem ser projectadas sobre paredes curvas!

EPS (agregado leve)

substituindo parte dos

agregados tradicionais.

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>>> Argamassas com Propriedades Térmicas

A aplicação de ETICS em edifícios históricos está fora de questão: as fachadas ficariam completamente descaracterizadas!

Contudo, como maioria desses edifícios são rebocados, uma Argamassa Térmica é totalmente compatível, mantendo a traça original.

ETICS, External Thermal Insulation Composite

SystemsGuimarães, cidade berço de Portugal. Património da UNESCO.

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>>> Argamassas Térmicas: as vantagens da Cortiça

Entre as aplicações, encontra-se um desenvolvimento de sucesso: o uso da Cortiça (como isolante) em Argamassas.

As rolhas de Cortiça são bem conhecidas em todo o mundo. Hoje, existe uma extensa gama de aplicações da Cortiça.

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>>> Argamassas Térmicas: as vantagens da Cortiça

A Cortiça é um verdadeiro produto

verde, muito estável ao longo de

décadas, reutilizável, compressível,

flexível, leve e resistente a gases e

líquidos.

Resiste ao fogo (sem libertar fumos

tóxicos) sendo ainda um excepcional

isolante acústico e térmico.

A Cortiça é um produto extraordinário da floresta, obtido da casca do

Sobreiro (Quercus suber L.).

Portugal produz cerca de 52% da Cortiça mundial.

A Cortiça é um material excelente para absorver vibrações.

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>>> Cortiça(*) em Argamassas&ETICS: 2 formas diferentes!

ICB,

Insulation Cork Board,

(placas de espessuras

diversas) usado em

ETICS.

A placa de ICB aplica-se em paredes usando uma

Argamassa adesiva com NHL (a Argamassa pode usar

Cortiça granular). Pode haver necessidade de fixação

mecânica.

Segue-se uma camada de reforço para garantir a

estabilidade do sistema.

Finalmente, aplica-se uma Argamassa de Acabamento

(diferentes texturas e cores disponíveis).

Granulado de Cortiça:

agregado leve para

incluir na composição

da Argamassa.

Foram desenvolvidos 3 tipos de Argamassas Secas

com Granulado de Cortiça:

1. Reboco | 2. Betonilha | 3. Assentamento.

(*) Toda a Informação em: http://apcor.pt/userfiles/File/Caderno%20Tecnico%20F%20PT.pdf

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>>> A Cortiça em ETICS (ICB, Insulation Cork Board)

1 – Suporte

2 – Argamassa à base de NHL e agregados de Cortiça

3 – ICB, Insulation Cork Board

4 – Ancoragens

5 – Argamassa à base de NHL e agregados de Cortiça

6 – Rede de Fibra de Vidro (reforço)

7 – Argamassa à base de NHL e agregados de Cortiça

8 – Camada de acabamento (argamassa à base de NHL)

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>>> Granulado de Cortiça: agregado leve para Argamassas

• Tijolos, blocos de concreto, concreto;

• Projectadas em espessuras de 2 a 6 cm, por camadas de 2 cm;

• Desempenho acústico e térmico excelente.

1. Argamassas Térmicas para rebocar paredes interiores, exteriores e

tectos, aplicadas por projecção nos suportes correntes:

O Granulado de Cortiça substitui

parte dos Agregados!

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>>> Granulado de Cortiça: agregado leve para Argamassas

2. Betonilha aplicada manualmente em pisos

interiores para criar um pavimento

monolítico de 4 a 12 cm de espessura, com

excelente desempenho térmico e acústico.

3. Argamassa de Assentamento para elevar paredes

interiores e exteriores, com tijolos ou blocos de

concreto, aplicada manual ou mecanicamente,

melhorando o desempenho térmico e acústico.

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http://www.euromortar.com/home/

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>>> EMO, European Mortar Industry Organisation, novo site!

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>>> EMOdico, Dicionário Técnico de Argamassas & ETICS

Technical Dictionary of Mortars

Dictionaire Technique des Mortiers

Technischen Wörterbuchs der Mörtel

Diccionario Técnico de Morteros

Dicionário Técnico de Argamassas

Dizionario Tecnico di Malte

Технический словарь строительных растворов

Em curso: 迫击炮技术辞典

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>>> EMO, Projecto Let’s Take the Initiative. NOW!

Produtos da Construção: Ambiente e Saúde tornam-se determinantes!

1. Exigências excessivas: desaparecimento de Produtos da Construção.

2. Novos ensaios, extremamente dispendiosos: ca. R$ 400,000/fábrica!

3. Novos certificados e encargos burocráticos.

Só há uma saída:

• Apresentar evidências e dados científicos para que as Argamassas possam ser classificadas pela Comissão Europeia nas categorias WT (“without testing”) ou WFT (“without further testing”).

• Consequentemente, o fabricante não terá de efectuar ensaios individuais enquanto o seu produto se mantiver na gama classificada.

• A classificação WT ou WFT evidencia ao Cliente que ele está a usar um produto “Eco Friendly”.

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>>> EMO, Projecto Let’s Take the Initiative. NOW!

Existe outra alternativa?

Qualquer outra saída conduz a custos incomportáveis para uma empresa isolada (e quanto maior for, maiores serão os custos!), aumentando ao risco de uma substituição de produtos em consequência de exigências Europeias excessivas.

A EMO criou um Consórcio ao qual as

Associações Nacionais (e indirectamente

os seus Associados) aderiram,

subscrevendo o Projecto “Let’s Take the

Initiative. Now!”.

O projecto deverá ficar concluído para aprovação e apresentação à Comissão da União Europeia em finais de 2013.

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>>> EMO, II Cimeira Europeia de Argamassas & ETICS

Barcelona, Espanha

Hotel Condes de Barcelona

6ª feira, 7 de Junho de 2013

(Jantar social na véspera)

Informações e Inscrições:http://www.euromortar.com/home/

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>>> Regulamento dos Produtos da Construção (RPC)

RPC (em Português):

http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2011:088:0005:0043:PT:PDF

Substitui a Directiva dos Produtos da Construção.

O RPC dirige-se a toda a cadeia da Construção (Fabricantes, Autoridades, Utilizadores).

Conceito-chave: Declaração de Desempenho (DoP), permite ao Fabricante informar as características essenciais do produto que lança no Mercado.

A Marcação CE passa a ser uma consequência da DoP

Documento oficial emitido pela Comissão da EU, obrigatoriamente aplicável em todos os 27 Estados.

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>>> Regulamento dos Produtos da Construção (RPC)

RPC: uma ameaça às Argamassas Fabris?

Infelizmente, sim!

A alínea b) do Art.º 5º confere isenção de DoP (e consequentemente, isenção

de Marcação CE) quando:

O produto de construção seja fabricado no estaleiro (canteiro) para

incorporação na respectiva obra, nos termos da legislação nacional aplicável e

sob a responsabilidade dos encarregados da segurança da execução das obras

de construção designados ao abrigo da legislação nacional aplicável.

Assim, as Argamassas de Obra concorrem de uma forma

desleal com as Argamassas Fabris, face às múltiplas exigências

aplicáveis a estas.

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>>> Argamassas de Obra: negligenciáveis ou significativas?

Desde sempre houve a certeza de

que as Argamassas de Obra têm

expressão maioritária em Espanha e

Portugal.

E nos restantes países Europeus, nomeadamente no centro da

Europa, onde habitualmente são consideradas sem expressão?

Premissas Portugal 2012, t

Argamassas de Obra usam apenas Cimento Portland em Saco 1,500,000

20% do Cimento em Saco é usado para preparar Argamassas 300,000

Argamassas de Obra (na preparação usa-se 25% de Cimento) 1,200,000

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>>> Argamassas de Obra: negligenciáveis ou significativas?

Fontes: Cembureau (Cimento Portland), APFAC

39,240,2

33,9

30,0

38,6

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

2007 2008 2009 2010 2011

% de Argamassas Obra, UE

36%

2007 a 2011

Média EU = 36%

Áustria = 14%

Portugal = 68%

Aguardamos a ratificação destes resultados, que sendo confirmados revelam uma situação inesperada para a Indústria Europeia de

Argamassas.

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>>> Canteiro: o grande concorrente das Argamassas Fabris!

Portugal, 2012: mais de 1 200 000 t de Argamassas

de Obra vs. 640 000 t de Argamassas Fabris!

Argamassas Fabris Argamassas de obra

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>>> Argamassas Fabris vs. Obra | Séc. XXI: Credibilidade?

Sem Garantia Sem Fichas Técnica/Segurança

Cimento, Areia

Sem medições

Sem Normas

Sem Aditivos

Sem registos

Heterogeneidade dos fabricos, inconsistência das composições

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>>> Argamassas Fabris vs. Obra | Séc. XXI: Credibilidade?

Fichas Técnicas/ Segurança Assistência Técnica Garantia

Auditorias

Registos

I&D

Formação

Certificação

Metrologia

Normas

Marcação CE

Rastreabilidade

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As Matérias-primas são habitualmente armazenadas sem protecção.

A chuva afecta o Cimento Portland (e os outros ligantes).

Probabilidade elevada de utilizar ligantes parcialmente hidratados.

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>>> Canteiro de obra: como é?

• Geralmente, a área disponível para o canteiro de obra é restrita.

• O canteiro de obra é invasivo relativamente às actividades económicas na sua área envolvente, causando severos inconvenientes ao tráfego pedestre e automóvel.

• O equipamento disponível para preparação de Argamassas está limitado a misturadores básicos, sem possibilidades de temporização. As medições dos componentes são feitas de forma rudimentar.

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Não há consistência na produção: tudo depende da prática do pedreiro, da sua habilidade e da sua disposição...

Sem registos, não há rastreabilidade do processo

Uma formulação básica serve para todas as aplicações!

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>>> Canteiro de obra: como é?

• Não é viável usar Adições devido à

dificuldade na sua pesagem.

• Não há forma de controlar as Matérias-

primas nem as Argamassas preparadas:

logo que os agregados e ligantes são

misturados com água iniciam-se as

reacções de presa, sem haver tempo para

esperar por resultados.

• No canteiro não existem laboratórios.

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>>> Canteiro de obra: como deve ser!

O Canteiro de Obra deve ser um local limpo, organizado e seguro para

dar assistência à Construção, recebendo (e organizando) os produtos

dos Fabricantes.

Não é, definitivamente, o local para instalar manufacturas.

Máquina de Amassar Máquina de Projectar

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>>> Que futuro para as Argamassas e ETICS na Europa?

Cada vez mais, os países da União Europeia Reabilitam,

Recuperam e Regeneram mais do que constroem de

novo.

Assim, as Argamassas Fabris decairão, pois a Construção

Nova consome menos Argamassas do que a Reabilitação.

Contudo, se em prol da qualidade, as Argamassas de Obra forem

reguladas da mesma forma que as Fabris, a transferência da Obra

para a Fábrica estancará a tendência decrescente dos últimos anos.

ETICS e Argamassas Térmicas: as necessidades crescentes de conforto

indicam um cenário de estabilidade ou mesmo de crescimento

ocasional de Soluções Térmicas.

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>>> Argamassas em Portugal, que futuro?

Construção intensiva durante mais de 20 anos (até 2010), não justificada por necessidades reais de habitação e serviços.

Milhares de famílias compraram casa for dascidades

Tempo de viagem casa-emprego-casa, uso intenso do automóvel

Consequências severas no tráfego, consumo de combustíveis e poluição

Centros das cidades desertos, necessitando de Regeneração e Reabilitação

Mais de 500,000 casas vazias, maioria a necessitar de Reabilitação urgente

Próximos 10 a 20 anos:Construção Nova seráocasional

Sob este cenário, todos os recursos financeiros devem ser alocados à Reabilitação/Renovação, com preocupação especial relativamente

ao Isolamento Térmico e seus benefícios.

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>>> Argamassas em Portugal, que futuro?

As Argamassas Fabris continuarão a decair, tal como tem acontecido nos últimos 5 anos

Orçamento reduzidos estimulam o regresso àsargamassas de obra, sob a expectativa de falsas economias, com consequênciasnegativas na qualidade, desperdício e formação de resíduos

Reabilitação e Renovação são mais exigentes que Construção Nova (exigindo Argamassas Técnicas) com consequência no crescimento do ratio €/t de Argamassa Fabril a aumentar.

Muitas das casas a serem reabilitadas foram construídas em épocas sem

exigências Térmicas.

Actualmente, a Construção respeita Regulamentos Térmicos e Acústicos,

procurando soluções baseadas em ETICS e Argamassas Térmicas.

X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 46

>>> Argamassas em Portugal no futuro: palavras-chave

Argamassas para Construção Nova

Argamassas para Reabilitação e Renovação

Argamassas Térmicas

Argamassas Técnicas (composições complexas)

ETICS

Este cenário pode ser monitorado acompanhando a evolução do ratio “€/t de Argamassa Fabril”.

O desafio para os Fabricantes:

X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 47

>>> 9ª Conferência Internacional de Alvenaria

De 7 a 9 de Julho, 2014, em Guimarães, Portugal.

Esta Conferência incluirá uma Sessão designada por “Alterações

Industriais em Alvenaria” organizada pela APFAC e CTCV, Centro

Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, Coimbra, Portugal.

Esta Sessão terá uma participação de especialistas originários de

países da União Europeia da Turquia e do Brasil.

Toda a informação em: www.9imc.civil.uminho.pt

X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 48

>>> Apesar da crise continuamos a ser um destino turístico(*)

(*) http://www.turismodeportugal.pt/english/TurismodeportugalIP/Pages/TurismodePortugalIP.aspx

X SBTA, Fortaleza, Ceará, Brasil 2013.05.08 49

Muito obrigado.Email: [email protected]://www.apfac.pt/ (onde será colocada esta apresentação)

Vinhedos do Douro, Portugal. Património da UNESCO.