AMEBÍASE AMEBÍASE infecção intestinal e extraintestinal provocada pela E. histolytica. Doença...
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Profª Ma. Anny C. G. Granzoto
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AMEBÍASE
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Tipicamente uninucleado,
sem flagelo em nenhum estágio
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Denomina-se AMEBÍASE
infecção intestinal e extraintestinal
provocada pela E. histolytica.
Doença controvertida a manifestação
da doença é muito variável e a própria
identificação da espécie causadora é
questionada.
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Histórico 1875 Lösh encontra amebas em um a paciente desintérico Amoebida coli
(presente no cólon)
...vários autores passaram a associar casos da disenteria e lesões hepáticas
(“abcessos”) à presença de amebas...
1893 Councilman e Laffeur descrevem superficialmente a sp Amoeba
dysenteriae como responsável pela disenteria e “abcessos” hepáticos.
1903 Schaudin (grande protozoologista) descreve em detalhes a E. histolytica e
as manifestações clínicas provocadas por ela e a diferencia da E. coli.
1925 Brumpt devido aos elevados números de assintomáticos sugere a
existência da E. dispar rejeitada
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"complexo histolytica“ não seria apenas uma única espécie, mas um
complexo de espécies provocando manifestações clínicas diferentes.
1977 a OMS reconhece a E. dispar como espécie infectando o homem,
sendo a responsável pela maioria das infecções assintomáticas bem
como casos de amebíase sintomática (colite não-disentérica) pois não
há invasão da mucosa.
6 E. coli E . histolytica
“é urgente o desenvolvimento de técnicas de
diagnóstico diferencial entre a E. histolytica e
E. dispar sensíveis, específicas e de baixo
custo, que possam ser utilizadas tanto para
diagnóstico laboratorial rotineiro como para
estudos epidemiológicos.”
(NEVES, 2011)
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AMEBÍASE: Epidemiologia
Cosmopolita- de acordo com a região de 5 a 50% pessoas infectadas
Segunda causa de mortalidade por parasitoses depois da malária
500 milhões de infectados, 10% com formas invasivas
óbito anual 100.000 pessoas - regiões tropicais/subtropicais
- condições precárias de higiene
- estado nutricional deficiente
África e Ásia – mais atingidos
Regiões frias e temperadas – ausente (cistos nas fezes – E. dispar?)
Américas: México, América Central, Peru, Colômbia, Equador
Brasil: Até 30% (AM, PA, BA, PB, RS)
A OMS publicou os seguintes dados sobre os
órgãos atingidos e os tipos de manifestações
clínicas da amebíase
Infecções assintomáticas 80 a 90% dos casos
Infecções sintomáticas podem ser representadas por: disenteria
com cólicas e cólicas sem disenteria
Amebíase extraintestinal 5% dos casos que pode ser:
– Hepático: agudo não supurativo ou abscesso
– Pulmonar
– Cerebral
– cutâneo
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Cistos E. histolytica
trofozoítos
1 núcleo, pleomórficos
citoplasma: ecto e endoplasma
multiplicação: divisão binária simples - trofozoítos
divisão múltipla núcleos - cistos
1-4 núcleos
esféricos/ovais
cistos E. histolytica
núcleo
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E. histolytica
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especialmente no ceco e
retosigmóide
Ingestão de cistos
Direta: pessoa-pessoa
Indireta: água ou alimentos contaminados
Cistos são viáveis por até ~ 30 dias no meio externo
Trofozoítas - destruídos no estômago
Mecanismo de transmissão
E. histolytica
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Passam pelo estômago resistindo à ação do suco gástrico
com a saída do metacisto, através de
uma fenda na parece cística
3 Sofre sucessivas divisões nucleares e
citoplasmáticas 8 trofozoítos metacísticos que
migram IG onde se colonizam e se alimentam de
bactérias e detritos
4 Sob condições desconhecidas,
trofozoítos se desprendem da
parede e no cólon desidrata e
elimina subst. nutritivas e
origina
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5 secretam membrana
cística e transformam-se ...
6 Inicialmente mononucleado até tetranucleado
Ciclo
biológico
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Fígado
Amebíase
Forma extra-intestinal
E. histolytica
Invasão Desenvolvimento de quadros
hepáticos, com abscessos
no fígado que podem levar à
morte do hospedeiro
Patologia
Trofozoíto
intestino
Amebíase E. histolytica
Mecanismos de invasão
Adesão Destruição tecidual Dispersão
extra-intestinal
Mecanismo de invasão
1. Adesão parasita via receptores específicos de células do epitélio intestinal
adesinas (glicoproteínas) - receptores para fibronectina e laminina
2. Processo de destruição tecidual (nome - histolytica)
ação de enzimas (hialuronidase/proteases/mucoplissacaridases)
citopatogenicidade - formação de úlcera
3. Dispersão: o trofozoíta cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta
(filopódios, fagocitose)
4. “capping” e “shadding” de proteínas (importantes na evasão)
“turnover” contínuo de membrana plasmática
E. histolytica
E. histolytica
Fatores líticos
1. mecanismos dependentes de contato
-liberação peptídeos ativos - “amebapores”
atividade citolítica
2. mecanismos independentes de contato
- liberação de colagenase e cisteíno-proteases
degradação matriz extra-celular
3. Neutrófilos
- atraídos pelas amebas e por elas lisados liberando suas enzimas
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•80 a 90% dos casos •Infecção detectada com cistos nas fezes
colites não-desintéricas, colite amebiana,
Amebíase extra-intestinal
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Patogenia
Presença de colônias de trofozoítos de E. histolytica no ceco e no cólon não
indica doença.
podem permanecer por longo período sem desencadear nenhuma manifestação
clínica,
por razões não totalmente esclarecidas os trofozoítos agridem a mucosa e
submucosa intestinal formando úlceras (típicas “botão de camisa”) e outras
alterações necróticas.
A dieta do paciente fator importante
Dieta protéica protege o indivíduo enquanto a rica em colesterol favorece a
virulência da ameba.
Manifestações clínicas segundo a OMS
Formas assintomáticas E. dispar (mais frequente na região Sul do país)
Formas sintomáticas Amebíase intestinal
Colite disentérica
Colite não disentérica
Amebíase extra-intestinal Amebíase hepática
Amebíase cutânea
Amebíase em outros órgãos
Complicações do abscesso hepático
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Dor abdominal baixo ventre, sem diarréia
•2 a 4 evacuações /dia com fezes moles pastosas;
•Desconforto abdominal e cólicas
•Nas porções com muco e sangue trofozoítos com hc
Dor abdominal baixo ventre, com diarréia
Mucossanguinolenta, grandes perdas hídricas e
eletrolíticas, com flatulência •8 a 10
Forma clínica + frequente e raramente há febre
Tenesmo (dor ao evacuar, sem fezes) é frequente e doloroso
leucocitose
Intestinal
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No Brasil, é comum na região Norte, porém muito rara no restante do país
Mais comum em homens
20 a 60 anos
Abscesso hepático Mistura de tecido hepático liquefeito, tecido necrosado, sangue, bile e amebas denominado “ pus chocolate”. (na realidade não há nenhum “pus” ou abscesso , são termos consagrados na clínica)
Palpação Dor se localiza no quadrante superior
direito do abdômen
Patogenia
Trofozoítos
invasão mucosa
intestinal
Adesão
fígado
Ruptura abscesso hepático
cérebro
pulmões
fígado
intestino Pericárdio, pulmões, cérebro
Diagnóstico
Diagnóstico diferencial amebas não patogênicas
Morfológico
E. histolytica x E. coli e outras comensais
Sorológico e Molecular
E. histolytica x E. dispar
Amebíase: E.
histolytica
Morfologia - trofozoítas
Entamoeba histolytica
Entamoeba coli
E. histolytica X E. coli
Diagnóstico diferencial
Morfologia (cistos)
Entamoeba histolytica
Entamoeba coli
E. histolytica X E. coli
Diagnóstico diferencial
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Dica:
A principal característica que diferencia
cistos de E.coli de E. histolytica seria o
número de núcleos e a posição do
cariossoma, sendo 1 a 4 núcleos e
cariossoma central para E. histolytica e 1
a 8 núcleos e cariossoma excêntrico para
E. coli .
E. coli
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Rey (2013) relatou que estudos sorológicos mostraram
que a infecção causada pela Entamoeba histolytica
leva a produção de anticorpos enquanto que na
infecção causada pela Entamoeba dispar não são
encontrados anticorpos no soro.
Tratamento
E. histolytica
Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal como nos tecidos
Antibióticos isolados ou associados a outros amebicidas (IMIDAZÓLICOS)
Tetraciclinas
Eritromicina
Espiramicina
imidazólicos mais efetivo:
Metronidazol
Ornidazol,
secnidazol
Tinidazol
Metronidazol é o mais utilizado e muito bem tolerado droga de escolha
tanto intestinal quanto extra-intestinal
Profilaxia e Controle
E. histolytica
Portadores assintomáticos! Não existem reservatórios animais além do homem
1. Saneamento básico
2. Educação sanitária:
3. Tratamento de água
4. Controle de alimentos (lavar frutas e verduras).
5. Tratamento das fontes de infecção
6. Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos).
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1. Nos exames de fezes, qual a forma evolutiva normalmente
encontrada? È possível encontrar trofozoítos?
2. Qual a origem da amebíase extra-intestinal?
3. Qual é a provável espécie de parasita que possui a estrutura
parasitária apresentada abaixo? Qual é o nome dado a este
estágio parasitário? Dê as principais diferenças morfológicas.