Ameopoema 0042 junho julho de 2016

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AMEOPO MA E Rio Janeiro - Miguel Pereira - Bra$il - junho ’16 42 ed: fugindo das cidades A esse tempo na vizinhança, alguns pombos imaculadamente brancos, as aves de Vênus, ergueram o voo, ruflando estrepitosamente; deram volta por cima do coche e tornaram logo silenciosos, quase sem bater asas, para o pombal que se ocultava nos quintais burgueses… Trecho do Triste Fim de Policarpo Quaresma \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Rômulo Marvila - RJ [email protected] \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Bruno Cerqueira \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Antonio José Bianchi Cerqueira facebook.com/antoniojosebianchi.cerqueira Como o diabo que dá as costas Olhos impiedosos, vulgarmente cruel. Pés fincados, coisa opaca. Pequena estrela, sutil, enfeite de tornozelo, brincos de calcanhar; na língua veneno, mais ainda no coração. Saboroso dia de contemplação De suaves e exatos movimentos Que enfeitiçam. Encantador estado de desfrute De plenos momentos de criação. Nessa atmosfera de feminilidade Exalada por inspiradas obras E artífices em seu sereno labor, Torno-me personagem E não criador. abelha, em conte o quê qui te deu quando você deu porrada no leoni deixa de rinha, acideira! tua bandeira é dar porrada em homem com um pandeiro te aconselho a dar um tempo em besteira e passar a tomar erva-cidreira! AS ARTESÃS OH ABELHA-RAINHA Papel, tesoura, cola e criatividade. Para aqueles que têm vontade de produzir seu próprio fanzine, vem ai a 2ª edição da Mostra Grampo de Fanzines e Afins. Este ano estamos focando os trabalhos na inserção do fanzine nas salas de aula, e como sua produção e arquivamento. PARTICIPE:: facebook.com/mostragrampo OUTUBRO de 2016 RJ

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AMEOPO MAERio Janeiro - Miguel Pereira - Bra$il - junho ’16

42ed:

fugindo das cidades

A esse tempo na vizinhança, alguns

pombos imaculadamente brancos, as

aves de Vênus, ergueram o voo, ruflando

estrepitosamente; deram volta por cima

do coche e tornaram logo silenciosos,

quase sem bater asas, para o pombal que

se ocultava nos quintais burgueses…

‘Trecho do Triste Fim de Policarpo Quaresma

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Rômulo Marvila - [email protected]

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Bruno Cerqueira

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Antonio José Bianchi Cerqueirafacebook.com/antoniojosebianchi.cerqueira

Como o diabo que dá as costasOlhos impiedosos, vulgarmente cruel.Pés fincados, coisa opaca. Pequena estrela, sutil, enfeite de tornozelo, brincos de calcanhar;na língua veneno, mais ainda no coração.

Saboroso dia de contemplaçãoDe suaves e exatos movimentosQue enfeitiçam.

Encantador estado de desfruteDe plenos momentos de criação.Nessa atmosfera de feminilidadeExalada por inspiradas obrasE artífices em seu sereno labor,Torno-me personagem

E não criador.

abelha, em conteo quê qui te deuquando você deuporrada no leonideixa de rinha,acideira!tua bandeiraé dar porrada em homemcom um pandeirote aconselhoa dar um tempoem besteirae passar a tomarerva-cidreira!

AS ARTESÃS

OH ABELHA-RAINHA

Papel, tesoura, cola e criatividade. Para aqueles que têm vontade de produzir seu próprio fanzine, vem ai a 2ª edição da Mostra Grampo de Fanzines e Afins.Este ano estamos focando os trabalhos na inserção do fanzine nas salas de aula, e como sua produção e arquivamento.PARTICIPE::

facebook.com/mostragrampo

OUTUBRO de 2016 RJ

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Edição e Coordenação: Selo Editorial Outras DimensõesNesta edição: David Monsores, Rômulo Ferreira,

Bruno Cerqueira, Antônio Bianchi, Rômulo Marvilhaaleatórios e salvamentos,

Exemplares na pRAÇA: 1ooo exemplares. PIRATEIE!.Mendicância: Financie novas edições e outros trabalhos

depositando qualquer valor em: Banco do Brasil(Rômulo Ferreira) Agência 0473-1 conta poup. 16197-7 (var. 51)

PARTICIPE, ENVIE SEU MATERIAL... participe do grupo no ‘‘faceroubatempo’’

$BY ND

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cc _ [email protected]/ameopoema

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Este texto é de um audiodo WhastApp, na época das tretas sobre apoio

leis de incentivo - vale a troca de ideia ainda!ilustra:: Breno Ferreira

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ rômulo ferreirafacebook.com/romulo.pherreira

\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ David Monsores

AMEOPO MA

E

AMEOPO MA

E

AMEOPO MA

Eom fome de tudo, usando o nome de um

Cdisco do Nação Zumbi, assim podemos definir essa vontade de fazer arte,

absorver arte, fazer da arte ação política e devorar a vida enquanto ela dure; queimar até a última ponta, beber até o último trago, amar até a última lágrima, cada um que use a expressão que melhor convir – eis nossa anarquia, nosso legado romântico. A pasmozeira atravessada na garganta do tempo é uma palavra ruim, que disrritima o poema, causa a alienação e a falta de novidade. Façamos diferente. Lembrem-se de Lima Barreto, lembrem-se de Chico Science, Cláudio Assis, lembrem-se de tudo, lembrem-se da merda toda do mundo, mas não deixem de olhar as quaresmeiras na beira da estrada, elas tem impressões interessantes a manifestar.

cinco borboletas brilhavam na noiteuma para cada poste,

é cada poste que caia uma pessoa sumia...em seu sonho...

em sua vontade.

cada brilho era uma estrela, também,que morria

a anos luz de proximidade com o etéreo.

cada poste era alto...e alto era meu olhar,

alto era o poste que me fez sonharcom a corda que me uniria

a outros mundos que nenhum ser vivo podeainda confabular sobre...

Pode agora me entender?Eu gritava alto sobre está vida

Eu gritava dentro de mim...

e ninguém me ouvia...os carros buzinam na avenida,

e meu coraçãosangrou óleo diesel e medo...

Só os postes me aguentaram...

E as cordas tbm.

Os artistas são as pessoas mais corajosas e motivadas da face da terra. Lidam com mais rejeições num ano do que a maioria das pessoas durante toda uma vida.Todos os dias driblam os desafios financeiros por seus estilos de vida independentes, e acabam por ter que conviver com o desrespeito de pessoas que acham que eles deveriam ter um emprego “sério”. Junto a isso enfrentam diariamente o seu próprio medo de nunca mais terem trabalho.Todos os dias têm que ignorar a possibilidade de que a visão à qual têm dedicado as suas vidas seja apenas um sonho. Com cada obra e papel, empurram mais um pouco os seus limites emocionais e físicos, se arriscando às críticas e julgamentos de quem pouco os conhece.

Enquanto isso, pessoas da sua idade alcançam os marcos previsíveis de uma vida normal:a família, a casa, o carro. Por que mesmo?

Porque os artistas estão dispostos a dar suas vidas inteiras por um momento: aquele riso ou aquele gesto de modo que algo agite a alma do público. Os artistas são seres que provaram o néctar da vida, aquele momento cristal, quando derramaram seus espíritos criativos e tocaram o coração do outro. Nesse instante, eles estão mais próximos da magia, de Deus e da perfeição, do que qualquer um poderia estar, e nos seus corações sabem que dedicar-se a um momento assim, vale mil vidas!

por que a gente

é assim