Amor x Ódio na Educação -...

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Amor x Ódio na Educação Por Marcia Tiburi e Draiton Gonzaga

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Amor x Ódio na Educação

Por Marcia Tiburi e Draiton Gonzaga

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PROFESSORES

Marcia Tiburi é graduada em filosofia e artes e mestre e doutora

em filosofia (UFRGS, 1999). Publicou diversos livros de filosofia,

entre eles “As Mulheres e a Filosofia” (Ed. Unisinos, 2002),

Filosofia Cinza – a melancolia e o corpo nas dobras da escrita

(Escritos, 2004); “Mulheres, Filosofia ou Coisas do Gênero”

(EDUNISC, 2008), “Filosofia em Comum” (Ed. Record, 2008),

“Filosofia Brincante” (Record, 2010), “Olho de Vidro” (Record

2011), “Filosofia Pop” (Ed. Bregantini, 2011) e Sociedade Fissurada

(Record, 2013), Filosofia Prática, ética, vida cotidiana, vida virtual

(Record, 2014). Publicou também romances: Magnólia (2005), A

Mulher de Costas (2006) e O Manto (2009) e Era meu esse Rosto

(Record, 2012). É autora ainda dos livros Diálogo/desenho (2010),

Diálogo/dança (2011), Diálogo/Fotografia (2011) e Diálogo/Cinema

(2013) e Diálogo/Educação (2014), todos publicados pela editora

SENAC-SP. Em 2015 publicou Como Conversar com um fascista –

Reflexões sobre o Cotidiano Autoritário Brasileiro (Record, 2015). É colunista da revista Cult.

Draiton Gonzaga de Souza é Bacharel em Filosofia e em Direito.

Realizou o mestrado em Filosofia e em Direito. Concluiu o

doutorado em Filosofia pela Universidade de Kassel (Alemanha),

em 1998, com bolsa CAPES-DAAD. Realizou pós-doutorado na

Universidade de Tübingen (Prof. Dr. Otfried Höffe) e no Hegel-

Archiv, da Universidade de Bochum (Prof. Dr. Walter Jaeschke),

como bolsista da Fundação Alexander von Humboldt. Recebeu, em

2003, prêmio do DAAD, e, em 2013, da Fundação Alexander von

Humboldt (Humboldt-Alumuni-Preis) devido ao engajamento na

cooperação acadêmica Brasil-Alemanha. É Professor Titular e

Decano da Escola de Humanidades da PUCRS, atuando, na

graduação e na pós-graduação, como Professor Permanente no

PPG em Filosofia e no PPG em Direito da PUCRS. É Advogado,

Tradutor Público e Intérprete Comercial concursado para o idioma

alemão e Vice-Direitor do CDEA (Centro de Estudos Europeus e

Alemães - UFRGS-PUCRS-DAAD).

Marcia Tiburi Draiton Gonzaga

Professora convidada Professor PUCRS

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DOWNLOADSBaixe os materiais utilizados pelos professores durante a disciplina.

Livro online da disciplina em PDF

Autor(es): Prof. Dra. Marcia Tiburi e Prof. Dr. Draiton Gonzaga

Apresentação de apoio 1 e 2

O professor Draiton não utilizou materiais de apoio.

ACESSE: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/ame/amor-x-odio-na-educacao

Materiais de apoio Bibliografia

Os títulos coloridos são indicados para alunos

interessados em leituras com aprofundamentos

teóricos. Esses títulos podem ser acessados

gratuitamente, pela Editora ou Biblioteca da PUCRS,

basta acessar o livro online da disciplina e clicar nele.

ARAUJO, Ulisses; AQUINO, Julio Groppa. Direitos Humanos na sala de

aula. A Ética como tema transversal. Porto Alegre: Ed. Moderna, 2001.

CARVALHO, Alonso Bezerra de. Relação Professor E Aluno: A Paixão,

Ética E Amizade Na Sala De Aula - Coleção Filosofia E Educação –Curitiba: Ed. Appris, 2016.

PILETTI, Maria da Glória Costa Ribeiro. Ética na sala de aula. SP: Ed. Loyola, 2015.

SANTOS, Vivaldo Paulo dos. Interdisciplinaridade na sala de aula. São Paulo: Ed. Loyola, 2007.

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EMENTA DA DISCIPLINA

Debate acerca de uma ética que entende o aluno no processo educativo como um ser no

mundo e em convívio com os outros. Que percebe a educação como troca, não como

imposição ou submissão, e que compreende o aprendizado e os projetos escolares como

proposições para construção de novas relações do homem com o mundo e com os

outros. Questões como bullying, alteridade, empatia, resiliência e compreensão das

diferenças são temas de debate desta disciplina.

Lembre-se que este Livro organiza de forma resumida todo o

conteúdo da disciplina, possibilitando que você possa acessar com

agilidade e eficiência todos os materiais, fundamentos, identificar os

pontos principais dos vídeos (nos Destaques e Mapas da Aula), e

encontrar os principais tópicos que compõem a avaliação. Para

maiores aprofundamentos teóricos sobre os conteúdos que são base

desse Livro, há uma série de leituras na área BIBLIOGRAFIA, em

DOWNLOADS, inclusive diversos marcados em lilás, que têm

acesso gratuito pela Editora ou Biblioteca da PUCRS.

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AULA 1Nas próximas páginas, você terá os conteúdos da 1ª aula dessa disciplina.

O Amor na Educação.

Os fundamentos são opcionais. Se não sentir

necessidade de vê-los, avance para os outros

conteúdos.

O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente

EAD para garantir que o conteúdo seja

exclusivo a você.

Os exercícios simulam a

prova online da disciplina.

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O amor segundo a filosofiaAULA 1, FUNDAMENTO 1

Eros

Definido por Platão como um amor ligado à ideia do desejo. Amar alguém, portanto, significa

desejar fortemente aquela pessoa. A partir do momento que o desejo é concretizado ele deixa de

existir e, desta forma, o amor também deixa de existir. É o amor que nasce entre duas pessoas,

amor carnal, que aproxima aqueles que possuem sede de se conquistar. É o amor apaixonado, com

desejo e atração sexual.

Filos (ou filia)

Defendido por Aristóteles como um amor vinculado à ideia de alegria. Amar alguém é sentir-se

alegre com a pessoa que você divide a vida e os sentimentos. Significa que o amor só existe

quando faz o casal feliz. É o amor de amizade, sem nenhuma espécie de monopólio, sem

dependências, é poder viver a alegria de se relacionar com alguém do jeito que a pessoa é.

Ágape

Representa a afinidade de ideais espirituais, ligado ao amor divino, isento de conotações sexuais,

segundas intenções, malícias e interesses pessoais. Ágape é a transliteração do termo grego agape

ou agapao, sendo este termo o mais utilizado para se referir ao amor na Bíblia Cristã. Esse termo

em algumas traduções pode aparecer como “caridade”.

Imagem: www.flaticon.com

Sob a ótica da filosofia ocidental, costumam-se elencar três definições independentes de amor: Eros, Filos e Ágape.

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Theodor Adorno: a educação para o pensar autônomoAULA 1, FUNDAMENTO 2

Imagem: www.flaticon.com

Theodor Adorno e a Indústria Cultural

Para entender o pensamento de Adorno

em relação à educação, deve-se

compreender as críticas à indústria

cultural, vista como a responsável por

prejudicar a capacidade humana de agir

com autonomia.

O ensino deve ser uma arma de

resistência à indústria cultural na medida

em que contribui para a formação da

consciência crítica e permite que o

indivíduo desvende as contradições da

coletividade.

A educação como emancipação

O autor defende um processo educacional

capaz de criar e manter uma sociedade

baseada na dignidade e no respeito às

diferenças.

Mesmo quando a educação considerada

ideal estiver limitada e condicionada a uma

realidade nada promissora, Adorno prega

um projeto pedagógico que consiga libertar

da opressão e da massificação.

Trajetória acadêmica e biografia

Theodor Adorno (1903-1969) foi um

filósofo, sociólogo e musicólogo alemão,

um destacado representante da chamada

“Teoria Crítica da Sociedade” desenvolvida

no Instituto de Pesquisas Sociais (Escola

de Frankfurt).

Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno

(1903-1969), conhecido como Theodor

Adorno, nasceu em Frankfurt, Alemanha,

no dia 11 de setembro de 1903.

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“Em uma época de tanto ódio, é importante que a gente se aproxime do amor.”

“Estudar o amor é importante pois ele tem uma funcionalidade teórica fundamental na construção do pensamento.”

“O amor é sempre uma imagem.”

“A imagem é sempre uma mediação para se entender o amor.”

“A relação que se estabelece entre o amor (eros) e a alma (psiquê) deveria se manter para além das aparências do mundo.”

“A narrativa sobre o amor envolve sempre uma certa idealização.”

“O amor é uma promessa de segurança que traz felicidade ao sujeito.”

“O amor, mesmo no seu sentido mais pragmático, já tem algo de metodológico.”

“O amor (eros) é também uma forma de conhecimento de si.”

“Eros é o encontro com a própria subjetividade.”

“A grande tarefa da educação é responder à pergunta ‘quem eu sou?’.”

“Eros é o amor humano porque é ligado à ideia de conhecimento.”

“Em princípio, o que nos toca é a imagem da beleza, mas ela nos leva além disso.”

“Eros é um movimento do desejo de conhecer.”

“Conhecimento é a viagem que se faz ao outro.”

“Quando a abertura ao outro não está previamente dada, a presença dessa diferença pode ser constituída dentro da sala de aula.”

“Às mulheres sobrou a pior parte da história.”

“O amor é uma forma de organizar a conduta das pessoas em relação às mulheres.”

“Há teóricos que defendem que o amor romântico foi puramente misógino, mas há teóricos que defendem que o amor romântico era contra a tradição, a família e a

propriedade.”

“A grande obra do amor seria a filosofia como obra da verdade.”

“Há camadas seculares de construção da ambiguidade sobre as mulheres: o amor misturado com o ódio.”

"A idealização é um processo cruel pois retira da pessoa a sua dimensão humana.“

"Está em jogo pensar o poder que atravessa as nossas relações.“

“A questão é: 'para que serve o outro na história da minha própria vida, no meu processo de subjetivação?’.”

"A educação é o campo que problematiza a formação do sujeito.“

"Imaginem o poder da educação que fosse construída para a emancipação das pessoas contra a lógica autoritária.“

"O autoritarismo não suporta a reflexão filosófica porque ela é feita na base do sujeito.“

"Um país que não tem um projeto de educação para todos os seus cidadãos é um país que não tem futuro."

DestaquesVeja nessa página as principais ideias expressas pela professora.

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Mapa da aulaVeja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.

Parte 1 Parte 2

32:00Eco e Narciso• O amor a si

mesmo.

• Narciso era uma

das criaturas mais

lindas já

existentes e

apaixonou-se por

seu reflexo no rio,

desprezando Eco,

a ninfeta que era

apaixonada por

ele.

14:48Amor em Platão• Texto indicado: “O Banquete”, também

conhecido como “Simpósio”, de Platão.

• Discursos sobre a natureza e as qualidades

do amor.

• Amor como sistema inteiro de pensamento,

serve para interpretar a realidade vivida.

• Mito do Andrógino ---> busca pela outra

metade.

• Poros e Pênia ---> Poros (riqueza) e Pênia

(pobreza) são pais de Eros.

• Diotima de Mantinea ---> Sacerdotisa que

iniciou Platão nas ideias do amor. É a única

personagem feminina “autorizada” a

discutir o amor.

13:46 Amor como

imagem• O amor é sempre

uma imagem, em

todos os contextos.

• A imagem é

sempre uma

mediação para se

entender o amor.

• Representação

clássica: Eros -

querubim (criança

com asas, flecha

para atingir o alvo).

19:33 Eros e psiquê• Psiquê: jovem,

representação da

alma.

• Eros: deus,

representação do

amor, filho de Afrodite

(deusa da beleza).

• Interpretação possível:

a relação que se

estabelece entre o

amor (eros) e a alma

(psiquê) deveria se

manter para além das

aparências do mundo.

10:48O amor medieval• Idade Média: do século V ao

século XV.

• Pré-amor romântico (amor cortês:

idealização da pessoa amada,

elevando-a a um plano etéreo,

quase divino).

• Discurso de ódio misógino

mistura-se com o discurso de

amor. Essa ambiguidade é

importante para o entendimento do

século XX.

• Contraponto: Christine de Pisan.

Parte 3

34:00 O contexto da

educação• Diálogo com o semelhante

e com o diferente, dentro

das instituições.

• Repensar a educação

como instituição, como

escola, como cultura e

como valor democrático.

• Redesenhar a educação

em termos éticos e

políticos.

25:37Orfeu e Eurídice• Amor louco e sem final

feliz.

• Eurídice vai ao inferno

e Orfeu (filho de Apolo)

vai buscá-la. A

condição para o

retorno dos mortos é

de não olhar para trás,

o que transforma

Eurídice em uma

estátua de sal.

• Amor como confiança e

construção de elo

infinito com o outro.

33:42Amor em

Stendhal• Amor paixão;

• Amor prazer;

• Amor físico;

• Amor vaidade;

• Cristalização: a

pessoa apaixonada

vê o objeto de seu

amor de maneira

diferente, mais

encantadora, como

se ele estivesse

recoberto de cristais.

00:30A mulher como

objeto de uma

coleção• O mito do Don Juan.

• Giacomo Casanova .

• Soren Kiekegaard

(amor idealizado).

Parte 4

00:40Outras narrativas

sobre o amor• Priamus e Thisbe

(ambos morrem).

• Moema (personagem

homônima do poema

Caramuru, de Santa Rita

Durão).

• Mito da invenção da

pintura, surgida em

função do amor da filha

do Butades de Sición a

um jovem que ia para a

guerra.

05:20Amor em

Sacher-Masoch• O termo masoquismo deriva

de seu nome graças ao seu

romance A Vênus de Peles

(1870) em que um dos

personagens atinge o gozo

após ser surrado pelo

amante da sua esposa.

• Mulher-carrasco.

• Livro “Sacher-Masoch: o

frio e o cruel”, de Gilles

Deleuze.

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Aula 1Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.

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ExercíciosAULA 1 – Responda conforme as informações vistas em aula.

Resposta: A, D, C.

1. Sobre o amor na sua versão clássica, é correto afirmar que:

A

O amor é uma imagem, em todos os

contextos; e a imagem é uma mediação

para se entender o amor.

B

Uma interpretação possível para o mito de

Eco e Narciso é que a relação que se

estabelece entre o amor e a alma deveria

ser além das aparências do mundo.

C

Uma interpretação possível para o mito

de Eros e Pisquê é o amor como

confiança e construção de elo infinito

com o outro.

D

O mito da invenção da pintura sugere

que esta surgiu em função do amor da

filha do Butades de Sición a um jovem

que se suicidou.

2. No texto “O Banquete”, de Platão:

A

O amor aparece sob a ótica do amor

romântico, desenvolvido mais tarde no

século XV.

B

Segundo o mito de Poros e Pênia, a

busca pela outra metade guia a vida de

cada ser humano.

C

Segundo o Mito do Andrógino, Poros

(riqueza) e Pênia (pobreza) são pais de

Eros.

D

Diotima de Mantinea é a única

personagem feminina “autorizada” a

discutir o amor.

3. O amor medieval, desenvolvido na Idade Média:

A

Trata-se do pré-amor clássico.

B

Caracteriza-se pelo amor cortês, com a

retirada da idealização da pessoa

amada.

C

Mescla um discurso de ódio misógino

com o discurso de amor.

D

Encontra sua defesa em Christine de

Pisan.

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ExercíciosAULA 1

Resposta: B, D.

4. O processo de cristalização, em Stendhal, consiste em:

A

Aparecimento de cristais em uma

solução saturada, por resfriamento ou

evaporação do solvente.

B

Transformação da pessoa amada em

algo mais encantador, sem defeitos,

como se ela estivesse recoberta de

cristais.

C

Criticar a pessoa amada sem que ela

possa se defender.

D

Concretização da relação física, com o

amor transformando-se em cristal.

5. No contexto atual da educação, segundo Marcia Tiburi, faz-se necessário, EXCETO:

A

O diálogo com o semelhante e com o

diferente, dentro das instituições.

B

Repensar a educação como

instituição, como escola, como cultura

e como valor democrático.

C

Redesenhar a educação em termos

éticos e políticos.

D

Expandir o autoritarismo nas

instituições como forma de ampliar o

respeito na relação professor-aluno.

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AULA 2Nas próximas páginas, você terá os conteúdos da 2ª aula dessa disciplina.

O Ódio na Educação.

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conteúdos.

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O Fascismo segundo Theodor AdornoAULA 2, FUNDAMENTO 1

Imagens: www.flaticon.com

Theodor Adorno diagnosticou que na atual

sociedade administrada os controles

tecnológicos dissolveram o indivíduo

autônomo. A ampla oferta de mercadorias

contribui para isso, da mesma forma que a

indústria cultural.

A primeira consequência da organização

totalitária é o enfraquecimento do indivíduo

frente as forças opressoras do todo. É a partir

do enfraquecimento do eu que surge as

tendências fascistas na sociedade.

A sobrevivência da personalidade

autoritária deve-se à persistência dos

pressupostos que geraram o fascismo. Este

não é produzido meramente a partir de

disposições subjetivas, mas é produzido pela

ordem e organização econômica do mundo.

Aqueles que possuem o potencial fascista

são seres incapazes de lutar por sua

autonomia, são seres conformados, que

acreditam no poder e na força do universal

para a resolução de todos os problemas da

humanidade.

O desenvolvimento normal da criança não

ocorre pela submissão à autoridade paterna.

Ao contrário, a emancipação do sujeito,

como um ser autônomo, só pode se tornar

realidade pela sua superação.

A educação na infância também tem um

papel preponderante na formação da

personalidade autoritária. É comum crianças

que tiveram uma formação disciplinar e

violenta tornarem-se personalidades

fascistas.

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“Auschwitz se tornou uma metáfora do mal, do caos, do fim do mundo.”

“O antissemitismo é um racismo.”

“O fascismo é caracterizado por uma exposição radical do ódio.”

“Nenhum afeto é natural; todos os afetos são construídos.”

“Hoje, através dos meios de comunicação de massa, existe uma manipulação do ódio entre nós.”

“Burrice é a prepotência de se achar que sempre se está certo.”

“A prepotência é sempre autoritária e violenta.”

“O processo do Capitalismo é um processo de devoração do outro.”

“Autonomia é a capacidade de pensar por conta própria.”

“A cultura deste tempo do Capitalismo apagou a morte.”

“Nenhum professor ou educador pode ser conivente com a violência perpetuada através das práticas de trote.”

“A cultura da violência deveria ser combatida por meio da educação.”

“As pessoas aprenderam a amar mais as tecnologias e as coisas do que as próprias pessoas.”

“O discurso de ódio tem um fim performático de destruição do outro.”

“A gente se identifica com aquilo que a gente pode entender.”

“Os alunos gostam daquilo que eles entendem.”

“Nós nos tornamos seres humanos porque entramos em contato com a nossa própria dor.”

“O discurso homofóbico no Brasil hoje é mais forte do que era na Alemanha Nazista.”

“O nosso fascismo é homofóbico, sobretudo.”

“A gratidão faz um sujeito criativo.”

“O ódio produz alienação. O amor produz conscientização.”

“Todos nós precisamos lutar pelo direito à educação.”

“Quem é trabalhador da educação não pode se privar da militância pelo direito à educação.”

“O fascismo implica uma autorização à barbárie.”

DestaquesVeja nessa página as principais ideias expressas pela professora.

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Mapa da aulaVeja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.

Parte 1

13:00Educação após Auschwitz• Texto de Theodor Adorno sobre o

ódio na educação.

• Auschwitz representa a barbárie, e

todas as ações da humanidade

deveriam ser no sentido de não

repeti-la.

• Os elementos que levaram à

barbárie se encontram na sociedade

e devem ser combatidos.

• A educação emancipatória é capaz

de evitar Auschwitz.

Parte 2

Parte 4

01:10O caráter manipulador• Pessoas que se enquadram

cegamente em coletivos

convertem a si próprios em algo

como um material, dissolvendo-

se como seres

autodeterminados.

• Isto combina com a disposição

de tratar outros como sendo

uma massa amorfa.

• Caracterizado por fúria

organizativa, incapacidade de

levar a cabo experiências

humanas diretas, ausência de

emoções e realismo exagerado.

03:08 A Raiva contra

a Civilização• Livro "O Mal-estar

na Civilização" de

Sigmund Freud

• Efeito do princípio

de desempenho

contra o princípio do

prazer.

26:50 Banalidade do Mal• Expressão criada no livro “Eichmann

em Jerusalém”, de Hannah Arendt.

• O livro relata o julgamento do nazista

Adolf Eichmann, acusado por crimes

de genocídio contra os judeus,

durante o Holocausto.

• Eichmann agiu segundo o que

acreditava ser o seu dever,

cumprindo ordens sem questioná-las,

sem refletir sobre o bem ou o mal

que pudessem causar.

08:30Tendências de

desagregaçãoSegundo Adorno, a pressão do

geral dominante sobre tudo que é

particular tem uma tendência a

destroçar o individual e seu

potencial de resistência. Assim,

as pessoas também perdem suas

qualidades. É uma sociedade

que se desorganiza e cai na

irracionalidade.

14:24Dissociação da consciência

• Semiformação = “educação meia-boca”.

Semiculto não é a pessoa quase formada

ou mal formada, mas um indivíduo que

apresenta consciência dissociada.

• Consciência dissociada é a incapacidade de

estabelecer nexo entre a cultura aprendida

e as questões humanas. É uma rachadura

não apenas cognitiva entre aquilo que se

aprende e aquilo que se pensa e faz.

• A questão está nos meios de formação, nas

mediações culturais inconscientes que

pesam sobre nós.

• A educação deve atuar no sentido de tratar

esse problema, trazendo para a sala de aula

o diálogo honesto e sincero.

13:53O inconsciente como

questão social• O inconsciente deve ser

estudado como processo

social, não psicológico

individual.

• O esclarecimento racional

fortalece instâncias de

resistência, criando um clima

desfavorável ao extremismo.

21:13O insucesso da

desbarbarização• Tarefa da cultura e da

educação no processo

civilizatório de uma nação.

• Movimentos de ódio

encontram eco em

camadas menos

escolarizadas da

população.

• A televisão deveria ter

contribuído para o

processo de

desbarbarização, o que

não aconteceu.

Parte 3

12:50Escala F • Escala F é um teste

psicológico criado em 1947

por Theodor W. Adorno,

Else Frenkel-Brunswik,

Daniel Levinson e Nevitt

Sanford.

• O F se refere ao Fascismo.

• O teste tem como objetivo

mensurar a personalidade

autoritária do indivíduo

comum.

• A Escala F mensura as

respostas a vários

diferentes componentes do

autoritarismo.

14:48Os nove traços da

personalidade

autoritária1. Convencionalismo;

2. Submissão à autoridade;

3. Agressividade autoritária;

4. Destruição e cinismo;

5. Valorização do poder e da

dureza;

6. Superstição e estereotipia;

7. Exteriorização;

8. Projeção de impulsos;

9. Preocupação exagerada

com sexo.

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Aula 2Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.

O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente EAD para

garantir que o conteúdo seja exclusivo a você.

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ExercíciosAULA 2

Resposta: A, B, A.

1. Segundo o texto "Educação após Auschwitz", de Theodor Adorno:

A

Auschwitz representa a barbárie, a perda

de todos os limites contra a violência.

B

As ações da humanidade deveriam ser

para repetir Auschwitz, que é

simplesmente o campo de concentração

nazista.

C

Os elementos que levaram à barbárie de

Auschwitz não são encontrados na

sociedade atual.

D

A educação emancipatória não é capaz

de evitar Auschwitz.

2. Para Adorno, a pressão do geral dominante sobre tudo que é particular tem uma tendência a destroçar o individual e seu

potencial de resistência. Assim, as pessoas também perdem suas qualidades. Ele chama esse fenômeno de:

A

Banalidade do Mal.B

Tendência de desagregação.

C

Insucesso da desbarbarização.

D

Dissociação da consciência.

3. Sobre inconsciente, para Adorno, pode-se afirmar, EXCETO:

A

O esclarecimento racional dissolve

diretamente os mecanismos

inconscientes.

B

Deve ser estudado como processo

social, não psicológico individual.

C

O esclarecimento racional fortalece

instâncias de resistência.

D

O inconsciente cria um clima favorável

ao extremismo.

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ExercíciosAULA 2

Resposta: D, C.

4. Acerca do caráter manipulador, é correto afirmar:

A

As pessoas que se enquadram

cegamente em coletivos dissolvem-se

como seres autodeterminados.

B

É caracterizado por fúria organizativa,

incapacidade de levar a cabo

experiências humanas diretas,

ausência de emoções e realismo

exagerado.

C

Esta característica combina-se com a

disposição de tratar outros como sendo

uma massa amorfa.

D

Todas as alternativas.

5. A professora Marcia Tiburi classifica a dissociação da consciência como resultado da "educação meia-boca". Isso

significa que:

A

Semiculto é a pessoa quase ou mal

formada.

B

A pessoa que teve uma educação

"meia-boca" apresenta coerência entre

aquilo que aprende e aquilo que pensa

e faz.

C

A educação deve atuar no sentido de

tratar esse problema, trazendo para a

sala de aula o diálogo honesto e sincero.

D

A escola não tem influência sobre a

questão da semiformação.

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AULA 3Nas próximas páginas, você terá os conteúdos da 3ª aula dessa disciplina.

O amor e o ódio na história do pensamento ocidental.

Os fundamentos são opcionais. Se não sentir

necessidade de vê-los, avance para os outros

conteúdos.

O acesso às aulas ocorre dentro do ambiente

EAD para garantir que o conteúdo seja

exclusivo a você.

Os exercícios simulam a

prova online da disciplina.

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O Mito da CavernaAULA 3, FUNDAMENTO 1

O Mito da Caverna é uma passagem do livro “A República” do

filósofo grego Platão. Através do método dialético (baseado

em contraposição de ideias), a narrativa revela a relação

estabelecida pelos conceitos de escuridão e ignorância, luz e

conhecimento.

O Mito

Alguns homens, desde a infância, se encontram aprisionados

em uma caverna. Nesse lugar não conseguem se mover, em

virtude das correntes que os mantém imobilizados. Virados de

costas para a entrada da caverna, veem apenas o seu fundo.

Atrás deles há uma parede pequena, onde uma fogueira

permanece acesa. Por ali passam homens transportando

coisas, mas como a parede oculta o corpo dos homens,

apenas as coisas que transportam são projetadas em sombras

e vistas pelos prisioneiros.

Se um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para

explorar o interior da caverna e o mundo externo, entraria em

contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda

analisando e julgando apenas imagens projetadas na parede.

Ao entrar em contato com o mundo real, ficaria encantado com

os seres de verdade, com a natureza, com os animais etc.

Ele, então, voltaria para a caverna para passar todo

conhecimento adquirido para seus colegas ainda presos.

Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu,

pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que

enxergam na parede iluminada da caverna.

A Interpretação do Mito

Na teoria platônica, o mito da caverna é uma crítica à falta da busca pela razão. A caverna

e seus prisioneiros representam as pessoas que acreditam que o conhecimento está

apenas naquilo que experienciam do mundo – as evidências empíricas.

Com o Mito da Caverna, Platão revela a importância da educação e da aquisição do

conhecimento, sendo esse o instrumento que permite aos homens estar a par da verdade

e estabelecer o pensamento crítico. O senso comum, que dispensa estudo e investigação,

é representado pelas impressões aparentes vistas pelos homens através das sombras. O

conhecimento científico, por sua vez, baseado em comprovações, é representado pela luz.

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A PaideiaAULA 3, FUNDAMENTO 2

Imagens: www.flaticon.com

Paideia é um termo do grego antigo que

sintetiza a noção de educação na sociedade

grega clássica. Os gregos serão os primeiros a

colocar a educação como problema: na literatura

grega surgem sinais do conceito. Os Sofistas e

depois Sócrates, Platão, Isócrates e Aristóteles

elevaram o debate ao estatuto de uma

importante questão filosófica.

Em meio à sociedade ateniense, "paideia" passa

a se referir a um processo de educação no qual

os estudantes eram submetidos a uma programa

que procurava atender a todos os aspectos da

vida do homem. Entre as matérias abordadas

estavam a geografia, história natural, gramática,

matemática, retórica, filosofia, música e

ginástica.

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O imperativo categórico de Immanuel Kant AULA 3, FUNDAMENTO 3

Imagens: www.todamateria.com.br e www.flaticon.com

Immanuel Kant sintetizou o

pensamento sobre as questões da

moralidade. Apesar de ser um

racionalista, o filósofo alemão

discordava do relativismo extremado

do empirismo. Assim, defendia que

as pessoas humanas, com base na

razão, são dotadas de escolhas.

A razão pode ter dois vetores, que

são chamados de imperativos

hipotético e categórico. O primeiro

caracteriza-se pelo uso da razão

instrumental, e o segundo imperativo

é o ato incondicionado.

O imperativo categórico é enunciado com três diferentes

fórmulas (e suas variantes). São elas:

O foco de uma ação moral então deve ser o imperativo categórico,

uma vez que apenas nesses casos poderemos ter uma moralidade

atrelada. Isso porque agimos livremente, de forma autônoma,

escolhendo seguir um dever moral, independente de qualquer

sentimento de prazer que possa trazer ao ser.

Por isso qualquer conjectura hipotética que fundamente os motivos

do ser na escolha de suas ações, o afasta do imperativo categórico,

uma vez que age com foco nas consequências.

Portanto, agir moralmente é agir em função de um dever, esse em

consonância com a lei moral, verdadeiro imperativo categórico que

visa tratar as pessoas como fins em si mesmas.

Lei Universal

"Age como se a máxima de tua ação devesse

tornar-se, através da tua vontade, uma lei

universal."

Variante: "Age como se a máxima da tua

ação fosse para ser transformada, através da

tua vontade, em uma lei universal da

natureza."

Fim em si mesmo

"Age de tal forma que uses a humanidade,

tanto na tua pessoa, como na pessoa de

qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo

como fim e nunca simplesmente como meio."

Legislador Universal (ou da Autonomia):

"Age de tal maneira que tua vontade possa

encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como

um legislador universal através de suas

máximas."

Variante: "Age como se fosses, através de

suas máximas, sempre um membro legislador

no reino universal dos fins."

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“Não podemos falar sobre amor e ódio na educação sem recorrermos a elementos da filosofia e da antropologia.”

“A tradição ocidental passou por fases que deixaram marcas na nossa forma de viver e pensar. São elas: o pensamento grego, a concepção

judaico-cristã e a mentalidade técnica-científica.”

“A nossa comunicação é uma forma tanto de amor como de ódio.”

“Há uma espécie de ambiguidade no ser humano: é um ser que ama e um ser que odeia.”

“A questão de amor e ódio está muito ligada à nossa família, porque lá é onde experienciamos, ou não, amor e ódio.”

“As relações familiares, que são aparentemente tão afetivas, também são elementos fortes de juridicidade.”

“O ser humano é um ser ambíguo.”

“Ambos os sentimentos [amor e ódio] precisam estar integrados na pessoa e precisam de limites.”

"A questão do amor e do ódio está ligado à questão da interação e da sociabilidade humana.”

“Tornar-se sujeito no processo de educação é assumir a tarefa de construir por si mesmo o processo de conhecimento.”

“Em Hobbes, o amor é uma relação de interação autointeressada.”

“O primeiro lugar para se exercer a auto-restrição é a família, depois a escola.”

“A convivência é perpassada pelo risco porque está relacionada à interação entre pessoas falíveis.”

“A falibilidade é construtiva.”

“O conflito é constitutivo, não precisamos ter medo dele.”

“O conflito surge do fato de se estar convivendo entre pessoas com histórias peculiares, com procedências peculiares, com visões de mundo

distintas.”

“Nós nos tornamos o que somos apenas na convivência.”

DestaquesVeja nessa página as principais ideias expressas pelo professor.

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Mapa da aulaVeja nessa página as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula. Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas onde os assuntos são abordados.

Parte 1

02:25O amor e o ódio

na filosofia grega• Ágape = afinidade de ideais

espirituais, ligado ao amor divino.

Também traduzido como “caridade”.

• Eros = amor que nasce entre duas

pessoas, carnal, que aproxima

quem possui sede de se conquistar.

• Filia = amor de amizade, sem

nenhuma espécie de monopólio,

sem dependências.

• Miseo = “odiar, aborrecer”, usado

especialmente acerca de

sentimentos maldosos para com os

outros.

08:30 A filosofia antiga• Amor e ódio estão fortemente

presentes no pensamento grego.

• O ser humano é um ser inserido

em uma ordem maior.

• Tragédia grega: ordem inicial,

perturbação da ordem,

reestabelecimento da ordem.

• Pensamento grego é um

pensamento da ordem, da

harmonia.

• A missão do ser humano é achar

o seu lugar no mundo.

• Platão: Mito da Caverna.

• Aristóteles: ser humano é um ser

racional e político (sociabilidade).

Parte 2

01:15O pensamento moderno• A partir do séc. XVI.

• Apoteose do humano: o homem

colocado no lugar de Deus.

• Descoberta da subjetividade

(concentração no sujeito

autônomo).

• O ser humano é criador da ordem.

• Thomas Hobbes Contrato Social

(a sociabilidade é um mal

necessário).

• Immanuel Kant Ética racional

(imperativo categórico).

33:40 Abalos à Apoteose do

HumanoA Apoteose do Humano do

pensamento moderno teve três

contrapontos:

• Friedrich Nietzsche Não é tanto

a racionalidade que orienta o ser

humano, mas sua sede de poder.

• Sigmund Freud O que move o

sujeito é o inconsciente.

• Karl Marx O que interessa são

as relações materiais (de

produção) por trás do fenômeno.

00:10A ambiguidade

do ser humano• Hannah Arendt A Banalidade do

Mal (conceito também abordado pela

professora Marcia Tiburi na segunda

aula desta disciplina).

• O ser humano é um ser ambíguo,

capaz de atos nobres mas também de

atos repugnantes.

• Para Blaise Pascal, o ser humano é

composto por razão e coração

(emoção).

• Tendência para sociabilidade (amor) x

tendência para conflito (ódio).

• Immanuel Kant A Insociável

Sociabilidade Humana.

01:00Freud• Punções: Eros x Tânatos.

• Id: fonte da energia

psíquica, formado por

desejos inconscientes.

• Superego: assimila

ordens e proibições.

• Ego: mediador dos

impulsos do id e das

exigências do superego.

11:07O pensamento

contemporâneo• Momento intersubjetivo.

• Valorização do sujeito aliada à

descoberta da alteridade.

• Valoriza a ordem pré-dada mas

também o processo de auto-

construção, que passa pela interação

humana.

• Escola é lugar de conflitos, e o

professor deve acolhê-los de forma

positiva, pois o conflito é construtivo.

• Reposição positiva de conflitos.

26:03 Direitos

(emoção) e

deveres (razão):• O sujeito não pode ser

orientado apenas

pelas suas emoções,

mas por sua razão

auto-restrição.

• “Viver é se auto-

restringir.”

18:34A questão da ordem

no pensamento

judaico-cristão • Ordem manifestada na

criação.

• O ser humano em relação a

Deus é filho; em relação a

outros seres humanos é irmão

e em relação à natureza é

senhor.

• Perturbação da ordem:

desobediência de Eva

concretizada ao comer a

maçã, o fruto do bem e do

mal.

• Na concepção judaico-cristã,

Deus é amor.Parte 3

06:20A história do

pensamento

ocidental1. Momento do objeto:

pensamento antigo e

medieval;

2. Momento do sujeito:

pensamento

moderno;

3. Momento inter-

subjetivo:

pensamento

contemporâneo;

4. Desaparecimento do

sujeito.

Parte 3

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Aula 3Acesse o ambiente EAD e selecione a aula correspondente.

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ExercíciosAULA 3

Resposta: C, A, B.

1. Acerca dos grandes momentos da história do pensamento ocidental, é correto afirmar que:

A

Houve uma evolução do pensamento

antigo para o medieval, que valorizam

tópicos diferentes.

B

O pensamento moderno era

caracterizado pela ênfase no

reconhecimento da ordem pré-dada.

C

O pensamento contemporâneo encontra

raízes na inter-subjetividade.

D

Todos os pensadores concordam que

houve apenas três grandes momentos.

2. A estrutura narrativa das tragédias gregas comprova:

A

Que amor e ódio estão fortemente

presente no pensamento grego, que

prega que o ser humano é ser inserido

em uma ordem maior.

B

Que o pensamento grego é um

pensamento da desordem, da

desarmonia.

C

Que o ser humano nasce já conhecendo

seu lugar no mundo e seu destino

inalterável.

D

Que o que interessa são as relações

materiais por trás do fenômeno

apresentado.

3. A partir do estudo das obras de Thomas Hobbes e de Immanuel Kant, pode-se afirmar que:

A

O pensamento moderno foi

caracterizado pela Apoteose do humano:

Deus colocado no lugar do homem.

B

A descoberta da subjetividade, baseada

na concentração no sujeito autônomo

sugere que o ser humano é criador da

ordem.

C

Não há relação entre as ideias de

Hobbes e as de Kant.

D

Nietzsche, Freud e Marx concordavam

com a racionalidade humana e serviram

de base para os autores modernos.

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ExercíciosAULA 3

Resposta: C, B.

5. Sobre a ambiguidade do ser humano, é correto afirmar EXCETO:

A

Hannah Arendt a descreve sob o termo

"A Banalidade do Mal", no livro

"Eichmann em Jerusalém".

B

O professor Draiton Gonzaga afirma

que o ser humano é um ser racional e

incapaz de qualquer ambiguidade.

C

Blaise Pascal define o ser humano como

um ser composto por razão e coração.

D

Immanuel Kant utiliza o termo

"Insociável Sociabilidade Humana"

para referir-se a essa condição.

4. Para o pensamento contemporâneo:

A

A valorização do indivíduo deve estar

sobreposta à descoberta do outro.

B

Existe uma ordem pré-dada mas

também o processo de auto-

construção, que não tem relação com

a interação humana.

C

A escola deve acolher e ressignificar de

forma construtiva os conflitos.

D

Nenhuma das alternativas.

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CONCLUSÃO

Todas as imagens por Freepik

Aula 3O amor e o ódio alimentam os

conflitos ligados à inevitável

interação humana.

Aula 1A noção de amor transformou-

se ao longo da história,

assumindo diversas formas.

Aula 2A educação deve combater o

ódio disseminado pelo

discurso fascista ainda atual.

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Lembre-se que cada disciplina conta com uma

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obter uma nota mínima de 6.

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