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COMPLEXO EDUCACIONAL FAISA FACULDADES ALTERNATIVAS SANTO AUGUSTO CURSO DE POS-GRADUAÇÃO EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL CARLA LISIANE PAZ DA ROS AMPLIANDO AS OPORTUNIDADES DE ACESSO AO SABER ATRAVES DA LEITURA O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO MEDIADOR DE LEITURA DENTRO DA ESCOLA RESUMO: Este artigo tem como objetivo abordar a questão da importância da leitura na formação de alunos conscientes e críticos, onde os mesmos possam fazer do ato de ler uma condição essencial para viver a sua cidadania. Esta pesquisa buscou por meio de observação,análise e pesquisa compreender o processo do ensino e do hábito de leitura na Educação Infantil e nos Anos Iniciais. A partir desse aspecto desenvolveu-se o trabalho enfatizando a importância da leitura no contexto escolar, na família nos grupos sociais apontando a problemática da falta de leitura e suas conseqüências no processo de ensino-aprendizagem e seus reflexos, assim como a função do Orientador Educacional como agente de transformação ao diagnosticar a necessidade e a historicidade da falta de leitura no contexto educacional em que atua. O papel do orientador se propõe unir a prática vinculada ao pedagógico, cabendo ao mesmo perceber qual a relação que os conteúdos tem com o todo da escola, qual a relação entre o discurso e as praticas desenvolvidas no cotidiano. PALAVRA CHAVE: Orientador Educacional, leitor,conhecimento, leitura,educador,aluno ABSTRACT: This article aims to address the importance of reading in the training of students aware and critical, where they can make the act of reading a prerequisite to live their citizenship. This research sought through observation and analysis to understand the process of teaching and reading habits in early childhood education and early years. From this aspect of the work developed emphasizing the importance of reading in the school context, family, social groups highlighting the issue of lack of reading and its consequences in the teaching-learning and their reflexes, as well as the role of the Guidance Counselor processing agent to diagnose the need and the historicity of the lack of reading in the educational context in which it operates. The role of the supervisor intends to join the practice linked to teaching, falling to even realize what is the relationship that the content is with the whole school, what is the relationship between the discourse and practices developed in daily life., Professora graduada em Pedagogia com formação em Educação Infantil e Anos Iniciais. Este artigo é um trabalho de Conclusão de Curso em Pós-Graduação em Orientação Educacional elaborado em setembro de 2011

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„COMPLEXO EDUCACIONAL FAISA

FACULDADES ALTERNATIVAS SANTO AUGUSTO

CURSO DE POS-GRADUAÇÃO EM ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

CARLA LISIANE PAZ DA ROS

AMPLIANDO AS OPORTUNIDADES DE ACESSO AO SABER ATRAVES DA LEITURA

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO MEDIADOR DE LEITURA DENTRO DA ESCOLA

RESUMO: Este artigo tem como objetivo abordar a questão da importância da leitura na

formação de alunos conscientes e críticos, onde os mesmos possam fazer do ato de ler

uma condição essencial para viver a sua cidadania. Esta pesquisa buscou por meio de

observação,análise e pesquisa compreender o processo do ensino e do hábito de leitura

na Educação Infantil e nos Anos Iniciais. A partir desse aspecto desenvolveu-se o

trabalho enfatizando a importância da leitura no contexto escolar, na família nos grupos

sociais apontando a problemática da falta de leitura e suas conseqüências no processo de

ensino-aprendizagem e seus reflexos, assim como a função do Orientador Educacional

como agente de transformação ao diagnosticar a necessidade e a historicidade da falta

de leitura no contexto educacional em que atua. O papel do orientador se propõe unir a

prática vinculada ao pedagógico, cabendo ao mesmo perceber qual a relação que os

conteúdos tem com o todo da escola, qual a relação entre o discurso e as praticas

desenvolvidas no cotidiano.

PALAVRA CHAVE: Orientador Educacional, leitor,conhecimento, leitura,educador,aluno

ABSTRACT: This article aims to address the importance of reading in the

training of students aware and critical, where they can make the act of reading a

prerequisite to live their citizenship. This research sought through observation

and analysis to understand the process of teaching and reading habits in early

childhood education and early years. From this aspect of the work developed

emphasizing the importance of reading in the school context, family, social

groups highlighting the issue of lack of reading and its consequences in the

teaching-learning and their reflexes, as well as the role of the Guidance

Counselor processing agent to diagnose the need and the historicity of the lack

of reading in the educational context in which it operates.

The role of the supervisor intends to join the practice linked to teaching, falling

to even realize what is the relationship that the content is with the whole school,

what is the relationship between the discourse and practices developed in daily

life.,

Professora graduada em Pedagogia com formação em Educação Infantil e Anos Iniciais. Este artigo é um trabalho de Conclusão de Curso em Pós-Graduação em Orientação Educacional elaborado em setembro de 2011

KEYWORDS: Guidance Counselor, reader, knowledge, reading, teacher,

student

INTRODUÇÃO:

Considerando que a capacidade de ler é muito importante para a realização

pessoal principalmente no mundo cibercultural que estamos inseridos, em que o sucesso

econômico social, cultural e político de um país dependem essencialmente do acesso

que o povo tem aos conhecimentos construídos com a leitura. Porém sabemos que há

uma gama significativa de pessoas que não tem em seu ambiente cultural a leitura como

um hábito. E ler deve ser parte do cotidiano das pessoas, de suas escolhas pessoais, de

sua consciência sobre si mesmas e sobre tudo ao seu redor, sejam coisas, fatos, outras

pessoas, sentimentos. Num mundo em que se interage a todo instante, culturas

diferentes, desejos e valores distintos, todos expressos em músicas, imagens, gestos é

somente através da leitura que se torna possível ao indivíduo discernir a sua própria

identidade entre tantas outras.

Todo educador consciente sabe que o hábito de leitura atravessa uma fase difícil

em todo país, e principalmente nas escolas públicas. São vários os fatores que

continuam a contribuir para o baixo índice de leitura: a falta de livros, bibliotecas

desatualizadas, a situação econômica, etc. Diante dessa situação cabe ao professor

buscar alternativas que desperte no educando o interesse pela leitura, usando

metodologias variadas para levar o aluno a descobrir o prazer de ler. A leitura possui um

papel importante no desenvolvimento lingüístico e cognitivo do homem.

Quando o assunto é a formação de leitores, atribui-se à escola, mais

precisamente ao trabalho do professor em sala de aula, uma parcela maior de

responsabilidade no processo. Muitas vezes, o que a escola realiza não atende às

expectativas da sociedade que passa a classificá-la como incapaz ou não preparada para

esse trabalho. Ciente dessa cobrança e do importante papel que desempenha, a escola

tem buscado despertar nas crianças, nos adolescentes, nos jovens e adultos para a

leitura, seja pelas mudanças metodológicas implementada pelo professor ou por um

maior espaço dedicado à leitura das obras na escola.

Enquanto a escola não assumir uma proposta séria de discussão e valorização do

papel da leitura no desempenho escolar do aluno; enquanto os professores dos

diferentes componentes curriculares (disciplinas) não assumirem seu papel na formação

de leitores para a vida toda e continuarem a afirmar, simplesmente, que os alunos não

gostam de ler (deixando a culpa cair apenas sobre o trabalho do professor de Português

e a falta de incentivo e hábito da família), o problema da leitura vai continuar

interferindo negativamente na aprendizagem e no desempenho escolar.

A leitura é uma necessidade. Esta frase não é afirmativa por acaso, pois o ser

humano tem em si a necessidade do saber e do aprender para a construção de sua auto-

estima e de sua vida. Infelizmente, saber ler significa apenas decifrar códigos

lingüísticos para a grande maioria das pessoas, o que, para uma minoria privilegiada é

muito mais que isso.

Como formar pessoas leitoras, criativas, envolvidas, se não houver um ambiente

adequadamente organizado para este fim?Daí a necessidade de pensarmos na

organização e no uso da biblioteca escolar, das salas de leitura, pois nossas crianças a

maioria não tem acesso aos livros ou condições de comprar, por isso é hora de refletir

sobre a biblioteca escolar e suas funções.

Sabemos que a biblioteca é um lugar de acesso aos livros, coleções, periódicos,

jornais, gibis. Enfim, aos mais variados tipos e alternativas de material impresso. Esse

espaço também é acesso a cultura, aos bens simbólicos e materiais criados pelos mais

distintos grupos sociais ao longo da historia da humanidade. A biblioteca é um lugar

onde se respira cultura e também se produz cultura.

Para Paulo freire a biblioteca é um verdadeiro CENTRO CULTURAL, onde a

memória viva das comunidades deveria ficar registrada, afastando a idéia de deposito

de livros incentiva a propagarmos os momentos de leitura, aprofundarmos compreensão

de textos.Foi se o tempo em que a biblioteca era um espaço austero para entrar e

contemplar as capas dos livros de longe, sem poder levá-los para casa emprestados ou

escolhê-los livremente.

Em um país como o nosso, em que a realidade é sempre mais difícil do que os

planejamentos, sendo preciso, muitas vezes, fazer adaptações e mudanças temporárias,

para atender as prioridades, pode acontecer de não existir uma biblioteca escolar, ou de

esta precisar ser desocupada temporariamente, para se reutilizada como sala de aula.

A leitura é uma prática social com variadas definições e posturas frente à

diversidade de textos. A interpretação de um fato, um filme, o decifrar de um código ou

a interação entre sujeito e um escrito são, também, leituras no qual o principal texto é o

próprio mundo. Cabe ao indivíduo interagir com estes textos dando-lhes significações e

resignificações a partir do lugar histórico/cultural em que se encontram os diferentes

sujeitos.

“... tornar o livro parte integrante do dia-a-dia das nossas crianças é o

primeiro passo para iniciarmos o processo de sua formação como leitores.”(

KAERCHER.;2001;84p)

“Leitura é vício que se instala na infância”. (Monteiro Lobato).

Na minha concepção de educadora, educar é um ato de amor que exige de nós:

ousadia, criatividade, esperança e sonho de uma sociedade solidária e de oportunidade

para todos.

Ser pedagoga significa abraçar o desafio de encaminhar os educandos para

aprendizagens significativas onde: aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a viver

em sociedade e aprender a conviver com os outros são fundamentos para a construção

de uma nova mentalidade e o resgate da função social da escola no momento atual.

Os professores precisam desenvolver práticas educativas em que professores

e alunos se comprometam uns com os outros como agentes de culturas

diferentes/ semelhantes. Isso mostra como é importante que os professores

desenvolvam pedagogias que lhes permitam afirmar suas próprias vozes, ao

mesmo tempo que conseguem estimular os alunos a afirmar, contar e

recontar suas narrativas pessoais pelo exercício de suas próprias vozes.(

FREIRE; MACEDO, 1990;p.23)

“Aprender a ler significa aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a

nos próprios” (MARTINS,1984:34)

Dominar a leitura, desde as primeiras civilizações, significava ter uma educação

completa para a vida como cidadão. Em função desta visão é de interesse da escola, que

a relação da leitura com o educando seja desenvolvida. Então a escola chama a si a

responsabilidade de formar o leitor. O agente natural dessa relação é o professor que

deve buscar formas de melhor conduzir esse processo.

A escola tem, portanto um compromisso maior que é propiciar ao sujeito o

desenvolvimento da sua capacidade de leitura do mundo. Assim, uma

educação que se queira libertadora, humanizante e transformadora passa

necessariamente, pelo caminho da leitura. Da mesma forma, na

organização de uma sociedade mais justa e mais democrática, que vise

ampliar as oportunidades de acesso ao saber, não se pode desconhecer a

importante contribuição política da leitura (Frantz, 1997; p. 21)

Ter prazer na leitura é que funciona como vitamina, e o segredo para aplicá-la é

escolher um bom conto de fadas, fantasiar e mudar a voz lendo para os alunos. Ensinar a

ter o prazer pela leitura é também se apresentar às crianças como alguém que gosta de

ler e que aprende com isso, pois ler é muito mais do que decodificar palavras, é

descobrir o mistério que as palavras guardam, sua história, suas ligações e relações que

são reveladas assim que delas nos aproximamos com curiosidade e também respeito.

Bastam 10 minutos por dia, ou só aos fins-de-semana; não precisa e nem pode ser nada

penoso ou complicado, apenas um momento reservado regularmente para um adulto

afetivo se sentar, abrir um bom livro e ler em voz alta para as crianças; é um momento

para ouvir, sentir e fantasiar, como quiserem e puderem, por isso não vale cobrar nada

deles. Portanto, ler é sublinhar com a voz as palavras essenciais, é se colocar em

harmonia com os sentimentos que o autor exprime, é comunicá-los em torno de si; um

sorriso, uma voz emocionada, olhos em que se podem ver lágrimas despontando pela

magia da leitura. A leitura quando prazerosa, tem por objetivo, sensibilizar e motivar a

criança, desde os seus primeiros contatos com o processo de criação literária, fazendo

com que o mesmo estabeleça o hábito de ler.

Esta problemática considero extremamente importante, pois posso dizer que

realizo uma prática reflexiva diariamente em minha ação de educadora, registro como

esse que cito abaixo faz parte do meu cotidiano escolar , situações que me fazem pensar

e refletir a leitura como essencial na perspectiva da formação de um leitor ..” em

alguns momentos da aula, sinto-me um pouco frustrada, pois as crianças não

demonstram interesse por ouvir histórias, o tempo de concentração para essa atividade é

mínima, ou seja, enquanto estou contando e não lendo tenho que inventar e fantasiar as

literaturas para que me ouçam e assim mesmo, alguns alunos não participam com

vontade.Será que é a maneira como proponho e faço? Ou será que não são histórias para

a faixa etária deles?Como eles estão vendo a leitura?Porque essa falta de interesse?São

dúvidas que me fazem pensar em como mudar esses fato, essa realidade.

Sabendo que é de suma importância que o professor leve em conta o contexto o

espaço geográfico social, cultural e econômico dos sujeitos e que toda escola tem uma

especificidade e uma realidade de emergência de conflitos entre os seus diferentes

sujeitos, o olhar do professor deve se modificar de acordo com a realidade com a qual

vai atuar.

Na medida em que este olhar reflexivo sobre a prática da leitura se

modificar, o professor irá possibilitar com certeza um universo de maiores

oportunidades e descobertas aos seus alunos.

Não é de hoje que a leitura ocupa um papel primordial no desenvolvimento

intelectual do ser humano. Para ampliar os modos de ler, o trabalho com a literatura

deve permitir que ocorra a passagem gradual da leitura esporádica de títulos de um

determinado gênero, época, autor, para a leitura mais extensiva. O que leva a criança a

ler não é o reconhecimento da importância da leitura, e sim várias motivações e

interesses que correspondem à sua personalidade e ao seu desenvolvimento intelectual.

É importante que a criança possa escolher suas leituras, satisfazendo suas necessidades

e anseios individuais.

A escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela

leitura, assim como para o contato com a cultura literária, se nós, educadores, fizermos

da literatura infantil um momento de lazer, em que o aluno sinta prazer em conhecer

uma história, e não como uma tarefa a mais a cumprir. "Acho que muito mais pessoas

gostariam de ler, se a literatura fosse ensinada de maneira diferente nas escolas. Eu me

preocupo muito quanto a isso porque nas escolas, as crianças, que talvez comecem a se

interessar pelos livros, são levadas a pensar que a leitura é questão de analisar e

desmembrar coisas, comparar um autor com outro. Na verdade, as crianças devem ser

ensinadas a como gostar de literatura, como seguir seu próprio fio por toda a literatura e

ler para o seu próprio divertimento" (Lessing, 1987 p. 71).

A literatura é a janela para a vida com o objetivo de formar leitores que saibam

interagir com emoções diferentes. Esta como arte lida com todas as “coisas” que as

demais áreas do conhecimento ou disciplinas lidam. Trabalha como estético e toca a

criança não só pelo cognitivo, mas pela emoção. “... se observarmos atentamente,

veremos que, é destas práticas de ouvir e contar histórias que surge nossa relação com a

leitura e a literatura. Portanto, quanto mais acentuamos no dia-a-dia da Escola Infantil

estes momentos, mais estaremos contribuindo para formar crianças que gostem de ler e

vejam no livro, na leitura e na literatura uma fonte de prazer e divertimento”.

(KAERCHER;2001 p. 82).

... criar condições de leitura não significa apenas levar os

alunos á biblioteca uma vez por semana. Significa também criar

uma atmosfera agradável, um ambiente que convide á leitura na

própria sala de aula ou mesmo fora dela. É também destinar

tempo para ela na sala de aula, demonstrando assim que essa é

uma atividade importante,fundamental e que merece também

ocupar um espaço nobre. ( FRANTZ,1997; P.50.)

A leitura representa uma atividade de grande importância para a vida das

pessoas e em especial na do leitor. É através dela que podemos interagir e compreender

o mundo a nossa volta e sua própria formação, realizar atividades que contribuem para o

nosso crescimento e para agir ativa e criticamente na sociedade.

No que se refere ao ensino da leitura no âmbito escolar, podemos verificar que há

muitas discussões a respeito, principalmente nas aulas de língua portuguesa. Dentre as

discussões, a principal preocupação está em se dar à importância e o devido espaço para

o ensino da leitura nas atividades de sala de aula. No entanto, outras atividades têm sido

priorizadas, ou seja, a leitura fica para segundo plano, tornando o ensino da língua

portuguesa, cada vez mais, mecânico e desinteressante. Acredita-se que essa prática de

ensino é ocasionada por concepções que não conduzem o aluno a nada, ou seja, são

práticas que não fazem parte da realidade dos alunos, que não os consideram como

ponto de partida para a realização de um ensino produtivo.

Para Freire (1989, p.20) “a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do

mundo, mas por uma certa forma de escrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através de

nossa prática consciente”. Percebemos nessa afirmativa que o ato de ler não pode ficar

limitado ao processo da leitura, mas é preciso expandi-la em todas as direções, sem, é

claro, perder de vista a perspectiva do texto lido.

Neste sentido, a leitura assume uma outra modalidade e se transforma em

uma prática de formação do indivíduo. Porém, a escola de uma maneira geral, não

oferece condições para que o professor desenvolva um trabalho desta natureza. É

importante ainda, chamar a atenção para o fato de que a leitura e a releitura do mundo

devem ter um caráter de uma leitura crítica, aquela que de tudo duvida e a tudo

questiona. Assim, a importante função da leitura é promover a comunicação entre o

indivíduo e sua comunidade, por possibilitar a construção do seu conhecimento sobre a

cultura e sociedade em que vive.

Ler é uma atividade muito comum em várias culturas, no entanto, há

uma diferença acentuada entre uma história contada e uma historia lida.

Precisamos mais ainda saber e entender que a formação de um leitor

ativo e autônomo depende principalmente de nós educadores, do nosso envolvimento

com a leitura. Leia para a sua turma, recite poemas... E quando emprestamos a nossa

voz a um texto temos o compromisso de vivê-lo com toda a emoção, fazendo assim que

as crianças entrem no mundo ficcional, no jogo dos ritmos, sons e significados,

descobrindo o lado expressivo, sensível e artístico da leitura. Se nós professores não

descobrimos as portas e janelas mágicas da leitura privaremos também as nossas

crianças de descobrir. E descobrir estas portas e janelas não é uma função do professor é

um compromisso que temos para com as crianças.

Na construção de um mundo melhor, é requisito básico ter um domínio da

linguagem para entender e ser entendido. Pois, assim sendo, o cidadão

poderá interagir de forma significativa na sociedade, transformando-a e

transformando-se. Esse domínio poderá ser adquirido através do processo

de formação do leitor, desenvolvido sistematicamente na escola. (Leurquin)

.

A necessidade de habilidades de letramento na nossa vida diária é obvia; no

emprego, passeando pela cidade, fazendo compras, todos encontramos situações que

requerem o uso da leitura ou a produção de símbolos escritos,portanto não é necessário

apresentar justificativas para falar, insistir que as escolas são obrigadas a desenvolver

nas crianças as habilidades de letramento que as tornarão aptas a responder as demandas

sociais e cotidianas em suas vidas.

A importância de ler para as crianças reside em colocá-las em contato

intimo com a leitura, consiste em desmistificar o ato da leitura colocando-o ao alcance

da criança.

“... tornar o livro parte integrante do dia-a-dia das nossas crianças é o primeiro

passo para iniciarmos o processo de sua formação como leitores.”( KAERCHER.;2001;84p)

Para que a criança seja leitor e escritor, deverá estar em contato desde

muito cedo com a riqueza e a complexidade do mundo da língua escrita.Frantz diz que:

... é muito importante para o aluno a convivência com os mais variados tipos

de texto,pois cada um revelará ao leitor uma faceta diferente da relação

texto-mundo. Entretanto, para o aluno das séries iniciais é a leitura do texto

literário a que deve predominar sobre as demais, por ser esse o texto que

maiores afinidades tem com o leitor infantil, por ser um texto que envolve o

leitor por inteiro, apelando para as suas emoções, a sua fantasia, o seu

intelecto, e por apresentar o mundo a partir de uma perspectiva lúdico-

estética, aspecto esse que não se pode desconsiderar, principalmente se

tratando do leitor criança (FRANTZ;1997;p 24)

Ensinar e aprender a ler são tarefas bastante complexas. Apesar de a

leitura estar presente na vida dos indivíduos, ainda são enormes as limitações com a

vivência de uma leitura significativa. Grande parte dos que têm acesso ao saber

sistematizado, saem deste processo lendo autonomamente, mas isto não significa ter

constituído o desejo e o gosto de tornar-se um leitor reflexivo A responsabilidade por tal

falha é atribuída à escola e principalmente à disciplina de Língua Portuguesa, enquanto

os demais se isentam de uma necessidade que é social.

Enquanto a escola não assumir uma proposta séria de discussão e

valorização do papel da leitura no desempenho escolar do aluno; enquanto os

professores dos diferentes componentes curriculares (disciplinas) não assumirem seu

papel na formação de leitores para a vida toda e continuarem a afirmar, simplesmente,

que os alunos não gostam de ler (deixando a culpa cair apenas sobre o trabalho do

professor de Português e a falta de incentivo e hábito da família), o problema da leitura

vai continuar interferindo negativamente na aprendizagem e no desempenho escolar.

A leitura é uma necessidade. Esta frase não é afirmativa por acaso, pois o

ser humano tem em si a necessidade do saber e do aprender para a construção de sua

auto-estima e de sua vida. Infelizmente, saber ler significa apenas decifrar códigos

lingüísticos para a grande maioria das pessoas, o que, para uma minoria privilegiada é

muito mais que isso.

“Se a leitura é vista no sentido amplo da aprendizagem, ambas caminham

juntas: a linguagem e a leitura de mundo ajudam no desenvolvimento do

pensamento e, por sua vez, o pensamento mais desenvolvido auxilia a

linguagem, a leitura, a interpretação, levando a novas equilibrações.”

(POLIMENO, FREIRE, ).

O domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação

social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação,

expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo e produz

conhecimento.Segundo Freire”...a leitura do mundo precede mesmo a leitura da palavra.Os

alfabetizandos precisam compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo...”,

nestes momentos é que percebemos a nossa função como facilitadores do processo de

constituição de leitores, o que é a alegria e o significado de propiciar que tantas crianças

leiam a partir da minha mediação de educadora.

Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos

os alunos o acesso aos saberes lingüísticos, necessários para o exercício da cidadania,

direito de todos. No entanto, observa-se que ensinar as crianças a ler, a escrever e a se

expressar de maneira competente na língua portuguesa é o grande desafio dos

professores, pois no processo de alfabetização é grande o número de fracassos causados

por dificuldades no desenvolvimento das linguagens oral e escrita. Para Freire não se

pode desenvolver um trabalho de alfabetização fora do mundo da cultura, porque a

educação é, por si mesma, uma dimensão da cultura.Parece-me fundamental, porém, na

pratica educativa, que os educadores não apenas reconheçam a natureza cultural do seu

fazer, mas também desafiem os educandos a fazer mesmo reconhecimento.

... criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou proporcionar

acesso aos livros.Trata-se, antes, de dialogar com o leitor sobre a sua

leitura, isto é, sobre o sentido que ele dá, repito, algo escrito, a um quadro,

a uma paisagem, a sons, imagens, coisas, idéias, situações reais ou

imaginarias.( MARTINS;1997 ,p.48)

Lendo, o indivíduo desenvolve as capacidades do intelecto e do espírito,

já que a leitura auxilia na própria aprendizagem: quanto mais e melhor a pessoa lê, mais

facilidade ela tem em aprender. Os objetivos de ensino da leitura são: preparar os alunos

para que eles saibam selecionar textos segundo seus interesses e necessidades, leiam de

maneira autônoma textos de gêneros e temas com os quais tenham mais familiaridade

superando suas expectativas.Para Soares o conceito de letramento expressa essa

possibilidade de ser mais, de ir além das letras, das palavras, das frases, traz a

possibilidade de reinterpretar o mundo analisar, comparar, elaborar e reelaborar o

universo cultural.

“...não há como desvincular a leitura do prazer, ler é viver ao extremo e não

limitando-a para apenas conhecer como faz a escola. (Assunção;2000P.20)

Estes meus conhecimentos foram sendo produzidos no decorrer da minha

prática educativa observando que ainda em alguns casos a leitura na escola tem uma

abordagem mais utilitarista, tendo como meta produzir leitores que atendam aos

requisitos básicos de leitura da sociedade contemporânea em que se enfatiza o

aprendizado mecânico de habilidades de leitura, encarando os leitores como “objetos”

no qual não há uma analise critica de ordem social ou cultural . Considero esta questão

no registro em que abordo essa problemática citada acima:

“... com relação leitura, ou seja, a formação de leitores, se percebe que

acontecem nessa turma nos momentos em que eles coletivamente utilizam a leitura para ler

textos informativos escritos no quadro, que além de aumentar a “fadiga” dos alunos com

relação a escrita, está também destruindo o prazer e a alegria de estar lendo algo que

realmente importante e mágico, a leitura deve servir como uma fonte para o auxílio do

processo de desenvolvimento da imaginação, da criatividade e também para que se torne

instância de prazer e entretenimento de forma lúdica, e não algo realizado por obrigação para

passar de ano ...”

“não há como desvincular a leitura do prazer, ler é viver ao extremo e não

limitando-a para apenas conhecer como faz a escola”. ( Assunção;2000;P.15)

Os professores precisam desenvolver práticas educativas em que ambos

professores e alunos se comprometam uns com os outros como agentes de culturas

diferentes/semelhantes, afirmando, estimulando, contando e recontando a partir de suas

vozes narrativas, pois um leitor plenamente desenvolvido é aquele que é capaz, por

esforço e iniciativa própria, de compreender o mundo a sua volta, seja do ponto de vista

de si mesmo, seja do ponto de vista dos demais indivíduos.

Há uma relação entre a alegria necessária á atividade educativa e a

esperança. A esperança de que professor e alunos juntos podemos aprender,

ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos á

nossa alegria. (Freire;1996.)

Para Mario Osório Marques...os bens culturais não o são senão pelos

usos que deles se façam.Constituem-se eles ao serem apropriados por alguém, por um

leitor, como tal capaz de imprimir significados ás provocações com que se defronta. O

livro em especial, não é senão uma reserva de significantes vazios de significados até

que um leitor dele se faça sujeito ao interpretá-lo hermeneuticamente, ao relacioná-los

com as próprias experiências de vida e interesses.

A leitura de textos literários procura-se ler e compreender o significado

dos textos, levando em conta as relações daquele texto com outros do mesmo ou de

outros autores, com a época em que foi escrito, com a atualidade, propiciando a

capacidade de ler, refletir, pensar; mas é também sentir, emocionar-se apurar a

sensibilidade, sonhar. O texto literário deve ser o ponto de partida a compreensão, a

formação para o estudo de um leitor crítico, e este, deverá sempre relacionar tudo o que

lê com o mundo que o cerca e compreender a diversidade de significados.

Dessa forma, podemos dizer que a linguagem literária amplia a capacidade de

compreender o mundo, uma vez que estamos rodeados de linguagem. Em qualquer

lugar, a qualquer momento estamos recebendo mensagens e informações que são

transmitidas por meio de diferentes tipos de linguagem verbal e não verbal.

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO MEDIADOR DE

LEITURA

“A escola é uma organização que sempre precisou mostrar resultados - o

aprendizado dos alunos. Porém nem sempre eles são positivos. Para evitar desperdício

de esforços e fazer com que os objetivos sejam atingidos ano após ano, sabe-se que é

necessária a presença de gestores que atuem como líderes, capazes de implementar

ações direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no

trabalho escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de 1990, com a

universalização do ensino público. A formação e a atuação de líderes, até então

restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela Educação e passaram a ser

palavra de ordem para enfrentar os desafios.”(Heloisa Luck, revista Nova

Escola,04/06/2009)

Portanto cabe ao orientador educacional buscar informações no trabalho do

professor no dia-a-dia com a turma, onde tudo acontece e partir daí, fornecer a ele

subsídios para sanar problemas, melhorar o ambiente para propiciar oportunidades

favoráveis à aprendizagem. Este profissional trabalha diretamente com os alunos,

ajudando-os no desenvolvimento global e facilitando o processo, desta forma o trabalho

em parceria com os professores ajuda na compreensão de comportamentos dos

estudantes, agindo de maneira adequada em relação a eles. O seu papel em relação à

escola é o de organizar o trabalho para que seja colocada em prática a proposta

pedagógica, tem como função de orientar, ouvir e dialogar com os pais e comunidade.

Esse é o profissional que se preocupa com a formação pessoal de cada

estudante.A instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da

equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu

desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o

comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; com a

escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade,

orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis.

Apesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm

diferenças marcantes de atuação. "O profissional de sala de aula está voltado para o

processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como

Geografia ou Matemática", define Mírian Paura, da Faculdade de Educação da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro. "Já o orientador não tem currículo a seguir.

Seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes,

emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando."

O orientador educacional e as diferentes formas de atuação junto à instituição

escolar

A Organização complexa e diferenciada da escola passou a exigir a

colaboração de profissionais da educação, nos diferentes ramos: da administração, da

supervisão, do planejamento, da orientação; aos quais cabem basicamente completar a

tarefa do professor.

O clima emocional de trabalho, o estabelecimento de prioridades de ação, o

tipo de relacionamento: professor x professor; professor x aluno; escola x comunidade;

dependem do Orientador Educacional.

Luck (2001) escrevendo sobre a integração da equipe teórica administrativa

destaca o fracionamento do processo educativo. O mesmo parece constituir-se de uma

justa posição de atividades, de experiências, unidades, conteúdos, disciplinas, matérias,

áreas de estudo que se unem, mas não somam e não se integram.

Segundo a autora, para que haja integração do processo educativo,

compreendendo seus papéis e suas inter-relações, criando-se mecanismos em comum

entre os diversos setores da escola. (Grifo)

No trabalho do professor orientador educacional, é imprescindível uma

formação continuada em exercício, tornando-se este profissional um dinamizador da

mesma formação continuada em exercício, e também de sua equipe de educadores

estimulando-os a próprias funções. Um dos propósitos para que a educação aconteça é a

escolha do local, a preferência é de que a mesma se realize no próprio espaço de

trabalho, facilitando o acesso de todos os educadores, tendo como referência básica a

realidade dos estabelecimentos de ensino, de forma concreta.

Embora a orientação educacional tenha papel fundamental, muitas escolas

não tem esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém

desempenhando as mesmas funções. Alice Capelossi Haddad, orientadora educacional

da Escola da Vila, em São Paulo, salienta que: “qualquer educador pode ajudar o aluno

em suas questões pessoais”. O que não deve ser confundido com as funções do

psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O orientador

educacional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, relacionamento com

colegas, vivências familiares.

Apesar da remuneração semelhante, professores e orientadores têm

diferenças marcantes de atuação, “o profissional de sala de aula está voltado para o

processo de ensino-aprendizagem na especificidade de sua área de conhecimento, como

geografia ou matemática”, define Mirian Paura, da Faculdade de Educação da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro “já o orientador não tem currículo a seguir,

seu compromisso é com a formação permanente no que diz respeito a valores, atitudes,

emoções e sentimentos, sempre discutindo, analisando e criticando”.

Na instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da

equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu

desenvolvimento pessoal; trabalha em parceria com os professores para compreender o

comportamento dos estudantes, e agir de maneira adequada em relação a eles. Com a

escola o orientador educacional auxilia na organização e realização da proposta

pedagógica. Com a comunidade auxilia orientando, ouvindo e dialogando com pais e

responsáveis.

O orientador escolar deve pautar seu trabalho na busca de compreender seu

desenvolvimento dos diferentes grupos nos vários domínios e dos seus direitos, nas

relações com o meio social da comunidade escolar, apontando para o exercício da

cidadania através de convites, com criatividade, com inovação. Seu trabalho calcado

nessas referências contribuirá verdadeiramente para o alcance dos objetivos propostos

pela escola.

Deve proporcionar sua ação visando os desenvolvimentos integrais da

personalidade do individuo e seu ajustamento pessoal e social.

O orientador escolar e a ação educativa

O orientador educacional tem que ter em mente os objetivos da ação

educativa, os valores que permeiam todo o processo e os métodos usados para que tudo

aconteça de forma satisfatória.

A orientação educacional esta ligada a uma metodologia de trabalho e uma

filosofia de educação tendo por objetivo uma organização sistemática de conceitos e de

valores que possam orientar a seleção e o julgamento dos fins da ação educativa.

O orientador educacional, para traçar seus planos de ação deve estar ciente

dos ideais filosóficos e culturais da instituição e ter claro que tipo de cidadão quer

formar.

Neste novo milênio a escola precisará sofrer transformações para garantir

a qualidade nos serviços educacionais.

A escola não poderá se furtar de aderir rapidamente às inscrições

tecnológicas e as mudanças ambientais, conectar-se com eficiência às novas estruturas

organizacionais.

Buscando novas estratégias que auxiliem a aumentar a produtividade, torna

o ensino aprendizagem mais econômico e eficaz.

Dessa forma o orientador educacional e todos os demais membros e

segmentos da comunidade escolar precisarão ter uma visão geral dos conceitos de

administração e dos planejamentos voltados para a área da educação.

O sentido político do planejamento educacional é evidenciado pelo compromisso

efetivo que o mesmo expressa com a transformação da realidade, manifestando-se por

ações factíveis e objetivas tornando concretas as situações pensadas no plano das idéias.

É imprescindível pensar o planejamento educacional de forma participativa,

partindo de m diagnostico das reais necessidades do ambiente e da comunidade escolar,

este é o caminho para a vida verdadeiramente democrática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Concluindo e analisando essa problemática relativa a leitura percebo que

a rigidez dos princípios na formação dos leitores torna o texto um objeto artificial, algo

que por força do autoritarismo da escola afasta leitores e impede sua conscientização

sobre a verdadeira natureza dos livros.A escola pretende formar leitores sem que lhes

sejam oferecidos textos verdadeiros, ou lhe possibilite um contato significativo com os

livros,enfim considero que a leitura é uma forma de conhecimento que deva ser

permitida ao leitor de forma real possibilitando uma rede de saberes para a sua vida .

“... a leitura, enquanto prática social, configura-se como uma atividade

de interesse de todas as áreas do conhecimento, especialmente quando se constata um

analfabetismo cultural em diferentes segmentos profissionais.”( RÓSING;1996)

É inegável que se aprende a ler, lendo. Sendo assim, uma criança que

vive num ambiente em que não há leitores terá mais dificuldades de encontrar um bom

modelo a seguir. Não me refiro aquele leitor que lê apenas quando necessita e busca

informações, mas ao que consegue divertir-se, chorar, admirar-se diante de um texto

envolvente. Formar esse leitor é um desafio importante para todo o professor.

Ouvir, ler, contar histórias é fantasiar, é melodia, é prazer. É uma busca

incessante de conhecimentos, de alegria, de descobertas.A literatura infantil, por seu

caráter lúdico - mágico é o caminho natural, a chave que abre a porta de entrada

principal que dá acesso ao mundo da leitura.

Contar histórias é uma arte , por conseqüente requer certa tendência exata

, uma predisposição , latente aliás em todo o educador , em toda a pessoa

que se propõe a lidar com crianças. ( COELHO , 1995 , p 50 )

Assim, é preciso ousar, criar vozes, inventar, usar fantasias, inovar.

Aguçar a curiosidade, a vontade e desejo de ouvir e ler mais e mais histórias. Quem

conta histórias busca o encantamento do ouvinte, mexe com as emoções e para isso se

faz necessário a entonação da voz, a expressão. É preciso acreditar no que não vê para

que quem ouve também acredite e imagine. Conseguindo, dessa forma, capturar para a

leitura, fazendo viver a literatura.

O novo, o diferente sempre chama atenção, por isso é necessário estar

sempre inovando, utilizar literaturas ilustradas, livros de humor, poéticos, fábulas e até

contar de forma diferente aqueles antigos clássicos que todos conhecem, mas que é

sempre bom ouvir mais uma vez. “Leitura é vício que se instala na infância”. (Monteiro

Lobato).

Através das leituras que realizei sobre essa questão em evidencia nesse

artigo considero que a escola hoje precisa repensar a forma de ensinar a ler, partindo do

pressuposto de que a leitura não é decifração, mas construção de significados.A

educação infantil pode e deve ser incluída também nesse contexto de formação de

leitores, no trabalho com crianças pequenas o professor assumindo o papel de intérprete

para que os alunos leiam por meio dele.É claro que contamos com um fator positivo: as

crianças pequenas se deixam facilmente seduzir diante de uma boa leitura, uma boa

historia, contada por alguém que também se encanta com o poder das palavras e não

tem preocupação de controlar a plena compreensão de cada um.

É importante que os alunos tenham também liberdade de escolher os

livros que queiram ler. Mas para isso, é necessário que eles tenham acesso a todo tipo de

material de leitura, desde cedo, e principalmente livros de literatura que colaboram de

forma significativa na formação global do indivíduo, pela sua natureza e força estética

do livro.

Como nos diz Isabel Sole

... a leitura não é somente um dos instrumentos mais poderosos de que

dispomos para ter acesso e apropriar-nos da informação; também é um

instrumento para o ócio e a diversão, uma ferramenta lúdica que nos permite

explorar mundos diferentes dos nossos, reais ou imaginários; que nos

aproxima de outras pessoas e de suas idéias, que nos convertem em

exploradores de um universo que construímos em nossa imaginação.

Portanto, o que acontece em sala de aula referente à leitura é de extrema

importância, pois essas experiências são determinantes para que os alunos tornam-se

leitores ou não; considerando que ser leitor não é apenas decodificar códigos, mas ler,

entender e opinar sobre o que foi lido.

O educador indiscutivelmente exerce um papel muito importante como

orientador na formação de alunos leitores críticos.

O papel do orientador se propõe unir a prática vinculada ao pedagógico, cabendo

ao mesmo perceber qual a relação que os conteúdos tem com o todo da escola, qual a

relação entre o discurso e as praticas desenvolvidas no cotidiano. O Orientador na

contemporaneidade busca diagnosticar e projetar um rumo para as demandas da escola,

o orientador juntamente com o educador devem diagnosticar e juntos buscar uma

solução para as dificuldades que os alunos estão demonstrando, pois a escola é um

espaço de sujeitos pensantes que estão aprendendo de acordo com as suas bagagens

culturais que são oferecidas.

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