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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pós – Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia do trabalho
Leonardo Capristo Ferreira
O EFEITO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL SOBRE A ESCALA SUBJETIVA DE DOR EM UM GRUPO DE TRABALHADORES DE UMA EMPRESA QUE PRODUZ CAPACITORES
DE VENTILADORES
LINS – SP 2010
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pós - Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia do Trabalho
Leonardo Capristo Ferreira
O EFEITO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL SOBRE A ESCALA SUBJETIVA DE DOR EM UM GRUPO DE TRABALHADORES DE UMA EMPRESA QUE PRODUZ CAPACITORES
DE VENTILADORES
LINS – SP
2010
LEONARDO CAPRISTO FERREIRA
O EFEITO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL SOBRE A
ESCALA SUBJETIVA DE DOR EM UM GRUPO DE TRABALHADORES DE
UMA EMPRESA QUE PRODUZ CAPACITORES DE VENTILADORES
Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do titulo de especialista em Fisioterapia do Trabalho sob a orientação do Professor M.Sc. Evandro Emanoel Sauro e da Professora M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.
LINS – SP 2010
Ferreira, Leonardo Capristo O efeito de um programa de ginástica laboral sobre a escala subjetiva de dor em um grupo de trabalhadores de uma empresa que produz capacitores de ventiladores / Leonardo Capristo Ferreira. – – Lins, 2010.
43p. 2il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia do Trabalho, 2010.
Orientadores: Evandro Emanoel Sauro; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Ginástica Laboral. 2. Dor. 3. Ergonomia. I Título.
CDU 615.8
LEONARDO CAPRISTO FERREIRA
O EFEITO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL SOBRE A
ESCALA SUBJETIVA DE DOR EM UM GRUPO DE TRABALHADORES DE
UMA EMPRESA QUE PRODUZ CAPACITORES DE VENTILADORES
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do titulo de especialista em Fisioterapia do Trabalho.
Aprovado em: ______/______/______
Banca Examinadora:
Prof. M.Sc. Evandro Emanoel Sauro
Mestre em Medicina Experimental pela unimar – SP
_______________________________________________________________
Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG
_______________________________________________________________
Lins – SP
2010
AGRADECIMENTOS
A todos os professores que tive da graduação a Pós-graduação, e ao orientador e co-orientador que me ajudaram grandemente no decorrer deste trabalho.
RESUMO
No trabalho o ser humano é solicitado fisicamente, psicologicamente, socialmente. O ser humano se depara com variadas condições de trabalho, condições estas que influenciam sua postura, seu ritmo de movimento, seu humor, auto estima, capacidade de concentração, relacionamento interpessoal. Sendo assim o trabalho realizado por todos os ramos de atividade econômica interferem na saúde do trabalhador, é comum, no ambiente de trabalho, ambulatórios médicos, consultórios, e outros locais de saúde relatos de dor, afastamentos com indícios de relação com a atividade laborativa. Surge na Polônia a Ginástica laboral, mas com desenvolvimento maior no Japão em 1928, mas a expansão por todo o país foi após a segunda guerra mundial em 1960 com programas de ginástica sendo mantidos até os dias de hoje, posteriormente ouve a obrigatoriedade da ginástica laboral compensatória, hoje um terço dos colaboradores exercitam-se diariamente com resultados como maior produtividade e bem estar geral. No Brasil chegou através de executivos japoneses na década de 70. Em uma empresa para a produção de capacitores, após a aplicação de uma ficha de anamnese onde os colaboradores foram questionados quanto a presença de sintomas dolorosos, qual o local da dor manifestada, e a intensidade da dor através da utilização de uma escala subjetiva de dor, com graduação de 0 que significa ausência de dor a 10 que significa presença de dor insuportável, com o início de um programa de ginástica laboral contendo somente exercícios de alongamento ouve, a longo prazo em todos os colaboradores, diminuição dos sintomas de dor e a maioria obteve resultado como a abolição do sintoma de dor apresentado antes da prática de ginástica laboral. Palavras- chave: Ginástica Laboral. Dor. Ergonomia.
ABSTRACT
At work humans are required physically, psychologically, socially. Human being is faced with various working conditions that affect his posture, movement pace, mood, self esteem, ability to concentrate and interpersonal relationships. Thus the work done by all economic activity branches affect the health of the worker, and reports of pain are common in the workplace, medical clinics, offices, and other local health, with evidence of days off related to labor activity. We saw for the first time in Poland gymnastic at work, with a big development in Japan in 1928, but the expansion all over the country was only after World War II in 1960 with programs being held in today’s gyms. After that there was compensatory obligatory labor gymnastics, now a third of employees exercise daily with good results such as increased productivity and general well being. In Brazil this arrived in the 70s by Japanese executives. In an electronic capacitors manufacturer, after applying a history sheet quiz, where employees were asked about the presence of painful symptoms, the location and intensity of pain, using a subjective scale of pain from 0-10, with 0 meaning no pain and 10 the presence of unbearable pain, with the beginning of gym work program containing only stretching exercises. There was a long-term decreased in all employees’ symptoms of pain and most of all obtained good result comparing the symptom before the practice of gym work. Keywords: Labor Gymnastics. Pain. Ergonomics.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Número de indivíduos que sentem dor...............................................37
Figura 2: Avaliação individual............................................................................37
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................10
CAPÍTULO I – ANATOFISIOLOGIA.................................................................12
1 ARTICULAÇÃO DO OMBRO.................................................................12
1.1 Articulação do cotovelo...........................................................................13
1.2 Articulação radioulnar.............................................................................13
1.3 Articulação do punho...............................................................................14
1.4 Articulação intervertebral da coluna lombar............................................14
1.5 Músculos laterais do dorso......................................................................15
1.6 Músculos mediais do dorso.....................................................................15
1.7 Ligamentos da coluna vertebral..............................................................16
CAPÍTULO II – DOR..........................................................................................18
2 DOR NOCICEPTIVA...............................................................................18
2.1 Dor neurogênica......................................................................................19
2.2 Dor psicogênica.......................................................................................19
2.3 Dor muscular...........................................................................................20
2.4 Dor lombar discogênica...........................................................................21
2.5 Percepção de dor....................................................................................21
2.6 Elementos da resposta algica.................................................................22
2.7 Fatores locais – Resposta tecidual.........................................................22
2.8 Dor central versus periférica...................................................................23
2.9 Vias de dor e temperatura.......................................................................23
2.10 Via neoespino – talâmica (Tracto espino-talâmico lateral)......................24
2.11 Via paleoespino-talâmica (Tracto espino-reticular).................................24
2.12 Modulação da dor....................................................................................25
CAPÍTULO III – POSTURA...............................................................................27
3 POSTURA...............................................................................................27
CAPÍTULO IV – GINÁSTICA LABORAL..........................................................30
4 HISTÓRIA DA GISNÁSTICA LABORAL...............................................30
4.1 Conceito de ginástica laboral..................................................................32
4.2 Benefícios da ginástica laboral................................................................34
CAPÍTULO V – A PESQUISA...........................................................................35
5 METODOLOGIA.....................................................................................35
5.1 Resultado................................................................................................36
CONCLUSÃO....................................................................................................38
REFERÊNCIAS.................................................................................................40
APÊNDICES .....................................................................................................4
10
INTRODUÇÃO
O trabalho humano era artesanal e com uso de ferramentas
rudimentares antes de ocorrer na Inglaterra a revolução industrial. O trabalho
artesanal é uma atividade na qual um produto é feito inteiramente por uma só
pessoa, ou seja, desde a escolha e preparo da matéria prima até o
acabamento final do produto.
Então o trabalho artesanal é feito em diversificados ritmos de trabalho,
cargas de força, em várias cargas horárias, variadas posturas e ambiente. Já
na revolução industrial surgiram as máquinas e instrumentos que substituíam o
trabalho do homem com eficácia em algumas funções. As administrações do
trabalho surgiram devido ao crescimento das indústrias, dando origem à
produção em massa, e as linhas de montagem.
O trabalhador passou a ser então especialista em uma determinada
etapa da produção, seus atos passaram a ser mecanizados, ocorreu o cansaço
postural, com isto surgiram reações fisiológicas e psíquicas negativas como o
estresse, a fadiga, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e a
depressão.
A Ginástica laboral tem sido utilizada nas empresas com objetivo de
aumento na concentração dos colaboradores, aumento da produtividade,
diminuição de casos de acidente no trabalho, melhora na qualidade da
produção, melhora na autoestima dos colaboradores, melhora na relação entre
os colaboradores, na diminuição do absenteísmo, ajudar a prevenir lesões por
esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionado ao trabalho.
No dia a dia dentro das empresas é comum a entrega pelos
colaboradores de atestados médicos e queixas de dores em diversas regiões
do corpo. Como existem poucos estudos com objetivo de comprovar a eficácia
de programas de ginástica laboral, este trabalho tem por objetivo avaliar a
eficácia de um programa de ginástica laboral preparatória aplicado diariamente,
se a ginástica laboral preparatória é capaz de diminuir a intensidade de dor nos
membros superiores e coluna lombar de colaboradores de uma empresa que
produz capacitores de ventiladores.
Para responder a este questionamento foi realizado um estudo de caso,
utilizando uma ficha de anamnese com as seguintes perguntas: você sente dor,
11
qual o local que dói, em uma escala de 0 a 10 qual a intensidade da dor. Esta
ficha de anamnese foi respondida por 26 colaboradores em quatro momentos,
o primeiro momento, foi antes do inicio da execução do programa de ginástica
laboral preparatória, o segundo momento foi quatro meses após o programa de
ginástica laboral diário ter sido implantado, a terceira aplicação da ficha de
anamnese foi quatro meses após a segunda aplicação, e a quarta quatro
meses após a terceira aplicação da ficha de anamnese, para avaliar a evolução
de cada colaborador.
Para atingir o objetivo de responder a este questionamento, a eficiência
da ginástica laboral preparatória aplicada diariamente na redução da
intensidade de dor apresentada pelos colaboradores da empresa de
capacitores, o trabalho trás informações no primeiro capítulo sobre as
estruturas do membro superior e estruturas da coluna lombar como: amplitude
articular, ligamentos que estabilizam as articulações dos membros superiores,
ligamentos que estabilizam as articulações intervertebrais, musculatura dos
membros superiores e da coluna lombar.
O segundo capítulo contém informações sobre a dor nociceptiva, dor
neurogênica, dor psicogênica, dor muscular, dor lombar discogênica,
percepção de dor, vias de dor e temperatura, e vias aferentes que transmitem
os estímulos nociceptivos ao cérebro.
A postura é tratada no terceiro capítulo, a postura como fonte de dor
musculoesquelética, as informações proprioceptivas dando origem a respostas
musculoesqueléticas, e a postura em resposta a estímulos na infância. A
Ginástica laboral sua história, conceito e benefícios estam presentes no quarto
capítulo. No quinto capítulo é escrito sobre a pesquisa, metodologia, e
resultado.
12
CAPÍTULO I
ANATOFISIOLOGIA
1 ARTICULAÇÃO DO OMBRO
Ombro é uma articulação glenoumeral, esferóide ou de bola e soquete
formada pela articulação da cabeça do úmero com a cavidade glenóide da
escapula. Tem seis movimentos e também a circundução que é combinação de
vario movimentos.
A flexão é o movimento na direção anterior, pode começar a partir de
uma posição de 45º de extensão, com um arco para frente de 180º acima da
cabeça, atingida com movimento combinado com o da escapula. A articulação
glenoumeral somente frente 120º com mais 60º que são atingidos como
resultado da abdução e rotação lateral da escapula. (KENDAL; McCREARY,
1995)
Segundo outro autor a flexão do ombro atinge de amplitude 167º +/- 4,
7º partindo de uma posição neutra. (CIPRIANO, 1999)
A extensão é o movimento no sentido posterior e tecnicamente refere-se
ao arco de movimentação desde 180º de flexão até 45º de extensão, se o
cotovelo for flexionado a extensão será aumentada porque a tensão sobre o
bíceps será liberada.
A abdução e a adução são movimentos em torno de um eixo sagital.
Abdução é o movimento em sentido lateral através de uma amplitude de
180º ate uma posição vertical acima da cabeça. De acordo com Cipriano a
abdução do ombro atinge 184º +/- 7º. (CIPRIANO, 1999)
Adução é o movimento no sentido do plano mediossagital em sentido
medial e tecnicamente refere-se ao arco de movimentação a partir da elevação
completa acima da cabeça, através da posição anatômica zero até uma
posição obliquamente para cima, cruzando a frente do corpo. A adução atinge
a amplitude total em 75º. (CIPRIANO, 1999)
Abdução e adução horizontal são movimentos em torno de um eixo
longitudinal no plano transversal. (KENDAL; McCREARY, 1995)
13
Abdução horizontal é o movimento em direção lateral e posterior, a
adução é um movimento anterior e medial. A posição final na adução horizontal
é uma posição onde os braços se cruzam anteriormente. O movimento
completo de abdução horizontal é uma posição onde os braços estão para trás
em 90º e o ombro também fretido a 90º e 40º para a adução horizontal.
(KENDAL; McCREARY, 1995)
Rotação medial e rotação lateral são movimentos através de um eixo
longitudinal, a rotação medial é um movimento em que a região anterior do
braço gira no sentido médiossagital.
Já na rotação lateral o movimento ocorre com a região anterior do braço
afastando-se da direção médiossagital. Estes movimentos são avaliados com o
ombro em flexão de 90º, abdução e o cotovelo a 90º, a parti desta posição a
rotação lateral atinge um arco de movimento de 90º. (KENDAL; McCREARY,
1995)
Outro autor indica como amplitude total de rotação externa de 104º +/-
8,5 e a rotação medial 69º +/- 4,6º. (CIPRIANO, 1999)
Na circundução ocorre a combinação de movimentos como a flexão,
extensão, abdução e adução, onde o membro superior move-se em um
movimento cônico. (KENDAL; McCREARY, 1995)
1.1 Articulação do Cotovelo
O cotovelo é uma articulação de gínglimo ou dobradiça, formada pela
articulação do úmero com a ulna e rádio, esta possui os movimento de flexão e
extensão. A flexão é um movimento que ocorre a partir de um ângulo 0º em
direção anterior e atinge 141º, e a extensão de 0,3 +/- 2º. (CIPRIANO, 1999)
1.2 Articulação Radioulnar
É uma articulação de pivô onde o radio se articula com a ulna, esta
articulação tem como movimento a supinação e a pronaçao. Na pronação a
extremidade do radio sae da posição anatômica que é lateral para a posição
14
medial, já a supinação se da de maneira inversa com o radio saindo de uma
posição medial rodando entorno da ulna para a posição lateral. (KENDAL;
McCREARY, 1995)
A supinação tem amplitude de 81º +/-4,0º e pronação 75º +/- 6,6º.
(CIPRIANO, 1999)
1.3 Articulação do Punho
É uma articulação condilóide entre superfície articular distal do radio e o
osso escafóide, semilunar e piramidal. Tem como movimentos a flexão,
extensão, o desvio ulna e o desvio radial. A partir da posição anatômica a
flexão do punho é o movimento onde a palma da mão se desloca em direção
anterior aproximando-se da face anterior do antebraço, a extensão é
movimento posterior onde o dorso da mão se próxima da face posterior do
braço atingindo 70º a partir de posição neutra de punho, e a flexão atinge 80º
partindo da mesma posição neutra. O desvio radial partindo da posição
anatômica é quando a face medial da mão se afasta da linha media do corpo,
partindo da mesma posição anatômica o desvio ulnar ocorre quando a
superfície medial da mão se aproxima da linha media do corpo com amplitude
de movimento de 35º e o desvio radial atinge 20º ambos movimento partindo
de uma posição neutra de 0º. (KENDAL; McCREARY, 1995)
Temos também em outras literaturas a flexão atingindo 75º +/- 6,6º,
extensão 74º +/- 6,6º e desvio radial 21º +/- 4,0º. (CIPRIANO, 1999)
1.4 Articulação intervertebral da coluna lombar
Flexão da lombar para homens de 15 a 30 anos é 66º, mulheres da
mesma idade é de 67º, homens de 31 a 60 anos é 58º, mulher de mesma idade
60º, homens com mais de 61 anos de idade é 49º, mulheres 44º. (CIPRIANO,
1999)
A extensão da lombar em homens de 15 a 30 anos de idade é de 38º,
em mulheres de mesma idade é 42º, homens de 31 a 60 anos é 35º, mulheres
15
de mesma idade 40º, homens com mais de 61 anos de idade é 33º, mulheres
36º. (CIPRIANO, 1999)
Flexão lateral da coluna lombar para homens de 20 a 29 anos é 38º,
mulheres de 15 a 30 anos é 35º, homens de 31 a 60 anos é 29º, mulheres de
mesma idade 30º, homens com mais de 61 anos de idade é 19º, mulheres 23º.
(CIPRIANO, 1999)
1.5 Músculos laterais do dorso
Na região lateral do dorso tem músculos como o Músculo Iliocostal do
Lombo, Músculo Longuíssimo do Tórax, Músculo Iliocostal do Tórax, Músculo
Iliocostal do pescoço, Músculo Longuíssimo do pescoço, Músculo Longuíssimo
da cabeça, Músculo Intertransversários laterais do lombo, Músculo
intertransversários mediais do Lombo, Músculos intertransversários do Tórax,
Músculo intertransversários posterior do pescoço, Músculo intertransversários
anteriores do pescoço.
Estes músculos realizam ativos de um só lado: flexão lateral do tronco;
em ambos os lados extensão do tronco. (SOBOTTA, 2003)
O Músculo Esplênio do pescoço realiza ativo em um só lado flexão
lateral, rotação da parte cervical da coluna vertebral e cabeça para o mesmo
lado; o músculo esplênico ativo em ambos os lados, faz extensão da parte
cervical da coluna vertebral. (SOBOTTA, 2003)
Músculos Levantadores das Costelas faz a elevação das costelas; flexão
lateral e rotação da coluna vertebral. (SOBOTTA, 2003)
1.6 Músculos Mediais do dorso
Os músculos interespinais do lombo, interespinais do tórax, músculos
interespinais do pescoço fazem a extensão segmentar. (SOBOTTA, 2003)
Músculo Espinal do Tórax, Músculo espinal do pescoço, Músculo espinal
da cabeça ativos em um só lado faz flexão lateral; ativos em ambos os lados
extensão.(SOBOTTA,2003)
16
Músculos Multífidos e Rotadores, ativos de um só lado causam a flexão
lateral segmentar, rotação; ativos em ambos os lados extensão. (SOBOTTA,
2003)
Os Músculos semi-espinal do Tórax, do Pescoço e da Cabeça ativo de
um só lado rodam a coluna vertebral e a cabeça para o lado contrario; ativos
em ambos os lados fazem a extensão. (SOBOTTA, 2003)
1.7 Ligamentos da coluna vertebral
A coluna vertebral possuir inúmeros ligamentos, como: o ligamento
longitudinal anterior, ligamento Intertransversário, Costotransversários
superiores, Costotransversários Laterais, Radiario da Cabeça da Costela,
Longitudinal Posterior, ligamento Amarelo, Supra-Espinhal, e ligamento
Interespinhal. (SOBOTTA, 2003)
Os ligamentos estabilizam passivamente as articulações permitindo
movimentos próprios de cada uma delas. Ligamentos são inúmeras vezes,
pouco elásticos, portanto se houver distensões ou deformidade eles não
recuperam seu comprimento inicial. Ricos em nervo sensitivos que informam o
cérebro sobre alongamento durante o movimento. Quando encontram se
distendido tem risco de retardo da prevenção, e a articulação esta assim
propensa a uma entorse, exemplo ligamento do pé, joelho, coluna. (LAMOTTE,
1992)
O ligamento Amarelo é constituído de 80% de elastina e 20% de
colágeno, o que permite uma considerável elasticidade antes da falência. O
ligamento Supra-espinhais unem as extremidades dorsais dos processos
espinhais de cada vértebra. Sua função é questionável, pois sua presença e
estrutura são irregulares. (CAILLIET, 2001)
Os ligamentos Interespinhais dividem se em três partes, ventral, média,
e a dorsal. Tem mais colágeno e, portanto, menos extensibilidade. O ligamento
Longitudinal posterior cobre a face posterior das vértebras lombares, sendo
essencialmente uma camada anular externa. Vai diminuindo de largura
enquanto desce até o sacro. (CAILLET, 2001)
17
O Triangulo Multífido é uma área triangular arbitraria que contém muitos
pontos de nocicepção: as facetas, sua inervação, o ligamento transverso, o
músculo quadrado lombar e o ligamento Iliolombar. (CAILLIET, 2001)
Nas flexões anteriores da coluna o disco é pinçado anteriormente e
alongado posteriormente, os ligamentos posteriores são tensionados, o
primeiro a ser tensionado é o ligamento supra-espinhal e posteriormente os
ligamentos interespinhais e interapofisários. Os ligamentos não são
suficientemente potentes para freiar esta flexão quando ela é de grande
amplitude ou de longa duração, então é necessária a ação muscular para freiar
este movimento. Mas este trabalho é freqüentemente desprogramado, isto
acarreta uma fadiga ligamentar que se traduz por uma dor crônica, levando
freqüentemente a uma contratura muscular. A pessoa se queixa de dores
difusas e constantes na coluna, é a lombalgia. (LAMOTTE, 1992)
Passado tempo, os ligamentos distendidos não fornecem uma
estabilização suficiente e não informam a tempo o posicionamento em tensão.
(LAMOTTE, 1992)
18
CAPÍTULO II
DOR
2 DOR NOCICEPTIVA
A combinação de sensações subjetivas junto à ativação de nociceptores
é a dor. Estas sensações variam em termos de qualidade, e podem ter efeitos
sérios no bem-estar físico e emocional do individuo; as sensações dolorosas
podem variar desde uma simples irritação até uma dor intensa, intratável, que
pode ser insuportável. A dor é necessária para o corpo. (KITCHEN, 2003)
É a dor que tem inicio na pele, órgãos internos, tendões ou músculos.
Em muitos tecidos os receptores especiais de dor podem ser identificados
morfologicamente, mas nos músculos e tendões não conseguimos identificar.
Entretanto temos muitas terminações nervosas livres que respondem a
estímulos prejudiciais especificamente, elas levam estas informações ao
sistema nervoso central (corno posterior da medula espinhal) e dela para o
cérebro onde se da a consciência tornando perceptiva a dor. (RANNEY, 2000)
As terminações nervosas livres que recebem estes estímulos
prejudiciais são ditas receptores funcionais da dor e situam se no espaço
intersticial, nas células musculares no complexo músculo-tendão, situam-se
praticamente nas adjacências dos fusos musculares, junções
musculotendinosas, arteríolas, vênulas, gordura, tecido conjuntivo, fusos
tendineos. (RANNEY, 2000)
Terminações nervosas livres respondem a uma ampla gama de
estímulos que podem ser químicos, mecânicos, algumas prejudiciais ao tecido.
As trocas fisiológicas que ocorrem no interstício como a do pH, fosfato
inorgânico, potássio, bradicinina, protaglandina, ácido araquidônico, serotonina,
hitamina, acetilcolina e similares aumentam a ativação das terminações livres
que mediam a dor. (JOHANDISSON e SOJKA, 1991; MILL e COLS, 1984 apud
RANNEY, 2000)
Estudos mais recentes mostram que as terminações livres podem tornar
se sensíveis a exposição a uma determinada substância química disparando
19
com maior frequência os sinais de dor. Elas também podem ter seus limiares
de excitação reduzidos como para forças mecânicas compressivas, tênseis, e
de cisalhamento. (RANNEY, 2000)
O aumento de substâncias como o potássio no interstício, como
resultado de quase toda a atividade muscular torna mais sensível aos
estímulos mecânicos. (RANNEY, 2000)
2.1 Dor neurogênica
É a dor causada por estímulo direto na fibra nervosa. A dor só é
determinada por estímulos que entram no sistema nervoso central, ou seja, não
importa se os estímulos entram pelas terminações nervosas livres ou por
estimulação por compressão direta nas fibras nervosas sensitivas, quando
chegam ao córtex cerebral são entendidas como dor. Exemplo disto é uma
compressão em uma raiz nervosa na coluna vertebral, o individuo sentirá dor
em regiões abaixo da compressão. (RANNEY, 2000)
2.2 Dor psicogênica
É uma dor de origem no sistema nervoso central. Este tipo de dor se
apega ao fato de que nem sempre se encontra sinais de danos teciduais no
local onde se queixa estar com dor. (RANNEY, 2000)
Em estudos onde foram realizadas biópsias em um tecido muscular, ou
seja, a retirada de um mínimo tecido, para não gerar incapacidade porque uma
pequena lesão causa dor generalizada em todo o músculo. Notou-se que
mesmo a dor atingindo todo o músculo você encontra através da biópsia tecido
sem sinal algum de dano, ou seja, normal. (RANNEY, 2000)
Também é incerto se a dor crônica ocorre mesmo quando a lesão inicial
foi curada, pelo processo de sensibilização. Se amostras são tiradas durante a
dor crônica pode não ser possível determinar a sua causa com anormalidade
no tecido. (RANNEY, 2000)
20
2.3 Dor Muscular
As principais causas da dor muscular são os traumas decorrentes de
vazamento de potássio no fluido intersticial devido ao rompimento das fibras,
extravasamento de sangue devido a danos dos vasos sanguíneos, com
liberação de prostaglandinas, liberação de mucopeptídeos (PRGC e SP) nas
terminações nervosas, vasodilatação com compressão mecânica do
compartimento. (CAILLIET, 2001)
Hoje a dor muscular é uma das causas da dor lombar, aumentada pela
atividade nociceptiva nos ventres musculares, por substancias como a
bradicinina. A atividade muscular normal não ativa tais nociceptores, que se
localizam nas arteríolas e tecido conjuntivo do músculo. (CAILLIET, 2001)
Neuropeptídeos estimulam os pontos nociceptores, mas ainda não foi
identificado um neuropeptídeo especifico como sendo responsável por irritar os
terminais musculares, mas considera-se mais provável a substância P. Ela é
encontrada nas unidades nociceptivas, na inervação dos fusos, e também
liberada pelos terminais espinhais das fibras aferentes, pelos terminais
receptores da periferia. A substância P possui uma forte ação vascular,
afetando assim o ambiente depois de liberada. O volume de substância P
liberado pelo gânglio dorsal é transportado para os terminais nervosos
periféricos sendo considerado desencadeante da inflamação neurogênica.
(CAILLIET, 2001)
Alterações vasculares causadas no interior do músculo causam aumento
da pressão intramuscular e assim dor. Nem sempre distúrbios lombares estão
relacionados a origens anatomopatológicas, e estimou-se que mais de 25%
dos indivíduos saudáveis assintomáticos apresentam evidência de hérnia de
disco anormal na imagem. (CAILLIET, 2001)
Estudos epidemiológicos evidenciam que movimento como de rotação e
cisalhamento estão relacionados com o aumento do distúrbio lombar.
(CAILLIET, 2001)
A principal causa de dor muscular é a contração muscular realizada e
mantida em momento de isquemia no músculo, durante a isquemia, é liberado
uma proteína plasmática que irrita os terminais nociceptivos. (CAILLIET, 2001)
21
Pode-se dizer que trauma é uma contração muscular de intensidade e
duração não comum especialmente na contração excêntrica, estas produzem
forças que ultrapassam as produzidas pelo próprio músculo. Nas contrações
excêntricas tem se um recrutamento menor de fibras musculares do que em
contrações concêntricas com a mesma intensidade de carga. E foi
documentado, maior, estresse mecânico sobre as bandas Z nos sarcomeros e
tecidos conjuntivos e um maior dano muscular. (CAILLIET, 2001)
2.4 Dor Lombar discogênica
A dor lombar discogênica é diferenciada da dor miogênica devido a
presença ou não de dor referida também nos membros inferiores, no caso de
uma ruptura discal com comprometimento de raiz nervosa. (CAILLIET, 2001)
2.5 Percepção de Dor
Em 1986 definiu-se a dor como sendo uma experiência sensorial e
emocional desagradável associada a dano real ou potencial ao tecido.
(RANNEY, 2000)
É teoria aceita pela Associação Internacional de estudo de dor.
(RANNEY, 2000)
Morris (apud RANNEY, 2000) disse que a dor é mais uma percepção e
menos uma sensação em 1991. Sensores produzem informações sobre a
realidade, sendo a realidade dessas informações proporcional à qualidade do
sensor. Um exemplo é quando vemos e tocamos em um martelo, podemos
descrever sua forma, dizer se o cabo é de madeira e a cabeça é de ferro, se é
quente ou frio, se é pesado.
Estas propriedades físicas do martelo são percebidas pelos órgãos dos
sentidos. Se golpear o polegar com o martelo, experimentaremos dor que não
é propriedades típicas do martelo, mas sim uma percepção de um evento que
ocorrem no interior do individuo, uma percepção de dor. (RANNEY, 2000)
22
Fitzgerald e Woolf formularam a hipótese de que as pequenas fibras C
desmielinizadas são sensíveis nos tecidos após o trauma. É no sistema
nervoso central que se interpreta então essa informação como dor e resultado
de lesão. As fibras C e as fibras delta A, que respondem de modo semelhante,
são por essa razão chamadas de fibras nociceptivas (RANNEY, 2000)
2.6 Elementos da Resposta algica
A dor é um fenômeno bastante complexo devido a grandes variedades
de interações neuroanatômicas e neuroquímicas envolvidas, não se pode
relacionar diretamente a intensidade da dor sentida com o tamanho ou grau de
dano acorrido. O que é dor para um individuo, pode ser só desconforto para
outro individuo com a mesma lesão. (RANNEY, 2000)
2.7 Fatores locais – Resposta tecidual
Danos nos tecidos resultam em liberação de íons potássios
intracelulares, bradicinina, histamina, serotonina, enzimas proteolíticas e acido
araquidônico, este ultimo pode ser convertido em prostaglandinas, tromboxano
e ou leucotrienos. (GRANSTRON apud RANNEY, 2000)
A prostaglandina sensibiliza as terminações nervosas e além de dor
indireta causa edema como resultado do efeito da bradicinina. (RANNEY,
2000)
Ocorre vasodilatação, que pode resultar hiperalgesia. A vasoconstrição
pode ser induzida pelo tromboxano, e os leucotrienos podem contribuir para o
desenvolvimento de pontos gatilhos. Cálcio é liberado do tecido danificado, e
combina-se com trifosfato de adenosina produzindo contrações musculares
incontroláveis. (ROSOMOFF apud RANNEY, 2000)
A substancia P que é um neurotransmisor do corno posterior da medula
espinhal, produzido pelas fibras nociceptivas, também pode ser liberado
perifericamente na área inflamada, isto aumenta a inflamação expandindo esta
área.(RANNEY,2000)
23
Lesões agudas em tecidos levam dias ou anos para se resolver. Uma
pequena proporção de tecido, e em situações de trauma repetitivo, pode-se
desenvolver hiperalgesia, estímulos repetitivos diminui o limiar sensorial das
fibras nociceptoras. (BESSOV; PERL apud RANNEY, 2000)
Alem disso, a área de sensibilidade pode não estar limitada à área
lesada, mas estender-se aos tecidos adjacentes não lesados. Quando ocorre
dor nessas áreas, dá se o nome de hiperalgesia secundaria, mas o termo
alodinia, é preferido atualmente. Este termo também descreve dor devida a
estimulo que normalmente não provoca dor. (RANNEY, 2000)
Em animais com atrite crônica tem se notadas alterações na medula
espinhal que expandem a área de sensibilidade dolorosa. (HYLDEN; COLS
apud RANNEY, 2000)
2.8 Dor central versus periférica
A dor é constituída de dois componentes, periférico e central, com
predominância de um ou outro. Em dor do tipo aguda, a dor é gerada
perifericamente e transmitida centralmente onde ocorre a modulação dolorosa.
A lesão aguda quando cicatrizada, a dor desaparece. (RANNEY, 2000)
Quando o estado lesivo persiste por tempo suficientemente longo,
ocorre alteração estrutural no sistema nervoso central, que irão perpetuar a
percepção álgica até muito tempo após a cura do problema periférico. Quando
uma dor periférica tratável permanece sem tratamento, ela alimentará a
informação nociceptiva no sistema nervoso central, tornando difícil o tratamento
da dor central. Tratar de dor crônica faz se necessário identificar e eliminar
qualquer fonte álgica periférica remanescente ao mesmo tempo em que é
tratado o componente central. (RANNEY, 2000)
2.9 Vias de dor e temperatura
Sabe-se hoje que existem duas vias principais pela qual os estímulos de
temperatura e dor chegam ao sistema nervoso supraseguimentar: via
24
filogenética mais recente, neoespino-talâmica, constituída pelo tracto espino-
talâmico lateral, e outra mais antiga constituída pelo tracto espino-reticular, e as
fibras retículo talâmicas (via espino-reticulo-talâmica). Esta duas vias levam
forma diferentes de dor. (MACHADO, 2003)
2.10 Via neoespino-talâmica (tracto espino-talâmico lateral)
Esta via envolve uma cadeia de neurônios, o neurônio I localiza-se nos
gânglios espinhais nas raízes nervosas dorsais. Estes neurônios têm
prolongamentos periféricos ligados aos receptores livres e prolongamentos
centrais que penetram na medula pela divisão lateral das raízes dorsais,
bifurca-se em um ramo descendente curto e um ascendente longo terminando
ambos na coluna posterior onde fazem sinapse com os neurônios II. Estes
neurônios se cruzam no plano medial pela comissura branca, ganham o
funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente para constituir o
tracto espino-talâmico lateral. (MACHADO, 2003)
Ao nível da Ponte as fibras deste tracto se unem com as fibras espino
talâmica anterior para constituir o lemnisco espinhal que termina no tálamo
fazendo sinapse com os neurônios III, dos quais os axônios formam radiações
talâmicas que pela cápsula interna e coroa radiada, chegam a área
somestésica do córtex cerebral situado no giro pós-central, as informações
desta via são impulsos térmicos e dolorosos do lado oposto do corpo. Esta via
é responsável por dor aguda e bem localizada na superfície do corpo, a
chamada dor em pontada. (MACHADO, 2003)
2.11 Via paleoespino-talâmica (tracto espino-reticular)
É formado pelo neurônio I localizado no gânglio espinhal, penetra na
medula da maneira anteriormente estudada, atinge o neurônio II e o axônio
deste dirige-se ao funículo lateral do mesmo lado e do lado oposto, inflecte-se
cranialmente para constituir o tracto espino-reticular que sobe junto ao tracto
espino-talâmico lateral e termina no neurônio III na formação reticular onde tem
25
origem as fibras intralaminares do tálamo no neurônio IV, de onde os núcleos
intralaminares projetam-se para territórios muito amplos do córtex cerebral.
Esta via é responsável por uma dor pouco localizada, dor profunda do tipo
crônica a chamada dor em queimação. (MACHADO, 2003)
2.12 Modulação da dor
Existem tipos diferentes de neurônios que transmitem impulsos
aferentes da periferia para a substância cinzenta no corno posterior da medula
espinhal, alguns deles possuem os axônios com mielina e pequeno diâmetro e
outros neurônios não possuem mielina e o diâmetro dos axônios é pequeno, a
presença de mielina e um diâmetro maior do axônio faz com que a velocidade
de condução dos impulsos nervosos seja maior do que axônios sem mielina e
diâmetro menor. (KITCHEN, 2003)
As fibras mielinizadas de pequeno diâmetro conduzem impulsos
nervosos a velocidade de 5 a 30 metros / segundos, responsáveis por
sensações de dor aguda ou rápida bem definidas, as fibras não-mielinizadas de
pequeno diâmetro tem velocidade de condução de 0,5 a 2 metros / segundo,
estão associadas a dor crônica ou lenta, mais difusa. (KITCHEN, 2003)
É na medula espinhal que existe a possibilidade de modulação da
transmissão de impulsos nociceptivos para os centros superiores. (KITCHEN,
2003)
Como já foi observado, os aferentes nociceptivos primários terminam em
neurônios de segunda ordem que então transmitem a informação nociceptiva
para os centros superiores. A estimulação desta via pode ser modificada por
interneurônios presentes no corno posterior da medula espinhal, interneurônios
esses que formam a substância gelatinosa que inibem as células de
transmissão, isto é possível pela inibição pré-sináptica das terminações
aferentes nociceptivas com as células de transmissão. (KITCHEN, 2003)
Mas as células da substância gelatinosa são inibidas quando tem a
chegada de estímulos nociceptivos e então tem se a redução da inibição pré-
sináptica permitindo que as informações nociceptivas sejam transmitidas para
os centros superiores. (KITCHEN, 2003)
26
A substância gelatinosa também recebe outros estímulos aferentes,
estímulos mecanossensitivos que chegam através de axônios de diâmetro
maior e limiar mais baixo que os aferentes nociceptivos o que causa a chegada
dos estímulos mecanossensitivos mais rápida a substância gelatinosa fazendo
sua excitação e conseqüente inibição pré-sináptica dos aferentes nociceptivos
modulando então a transmissão de dor. (KITCHEN, 2003)
Os sensores mecânicos podem ser estimulados por estimulação
mecânica simples da pele, músculos e articulações através de técnicas de
massagem, manipulação articular, trações e compressão. (KITCHEN, 2003)
Estruturas situadas no mesencéfalo como a substância cinzenta
periaquedutal e no bulbo encefálico o núcleo da rafe enviam estímulos
excitatórios sobre a substância gelatinosa que faz então a inibição pré-
sináptica nociceptiva impedindo a excitação das células de transmissão que
levariam as informações de dor ao cérebro. (KITCHEN, 2003)
O núcleo da rafe e a substância cinzenta periaquedutal em geral ficam
inibidos por outras estruturas do cérebro e assim ficam sem fazem a excitação
da substancia gelatinosa. A inibição do núcleo da rafe e da substância cinzenta
periaquedutal é removida por opióides endógenos como as encefalinas,
endorfinas e dinorfinas, os neurônios que contém e utilizam estas substâncias
partem de áreas como o hipocampo, hipotálamo e amígdala que formam o
sistema límbico que esta relacionado com emoções e humor. (KITCHEN, 2003)
Portanto esta via descendente também desempenha um papel
importante sobre as vias da transmissão nociceptiva, pela excitação da
substância gelatinosa. (KITCHEN, 2003)
27
CAPÍTULO III
POSTURA
3 POSTURA
A postura é objeto de discussão inicial, quando se fala em dor
musculoesquelética. A atividade postural assumida pelo ser humano em
posição sentada ou de pé, influencia em todo os aspectos do sistema
musculoesquelético. Postura inadequada esta envolvida em todas as
condições patológicas dolorosas devido às lesões, excesso de uso, mau uso e
envelhecimento. O desenvolvimento e as modificações da postura também
sofrem influencia de doenças, traumas e fatores psicológicos. (CAILLIET, 1999)
Órgãos proprioceptivos finais, localizados na pele, cápsulas articulares,
ligamentos e músculos de todo o corpo enviam informações instantâneas para
o sistema nervoso central, dando início à resposta musculoesquelética
apropriada, portanto o principal determinante da correta postura é o sistema
nervoso sensorial. (CAILLIET, 1999)
É um tanto ambíguo o que seja uma postura correta, esse conceito é
afetado por vários fatores da infância. Acredita se que a postura correta seja
aquela com o mínimo de esforço, cosméticamente correta e indolor. Ela faz
sentir-se bem. Uma postura que preencha todos esses critérios e seja mesmo
assim defeituosa é potencialmente lesiva aos tecidos, podendo vir a produzir
dor. (CAILLIET, 1999)
Maus hábitos posturais em grande parte deles têm inicio na infância e
podem ser considerados normais, pois não causa desconforto. Uma postura
curvada na infância pode ser causada por pressão dos parentes ou da família,
ansiedade, insegurança, medo ou ódio. Inúmeras atividades de vida diária,
como: uso prolongado de computadores, passar horas sentado estudando, e
uso de óculos bifocais também influenciam na postura. O ser humano é
influenciável por momentos emocionais que produzem alterações posturais até
no ficar de pé, no sentar, e no caminhar. (CAILLIET, 1999)
28
Tem-se ignorado o papel da fáscia na dor postural. A fáscia assume o
comprimento do músculo que contém. Ela só pode ser influenciada por forças
externas, pois não tem controle voluntário. Não se compreende muito bem as
relações entre a fáscia e as forças, e a fáscia e as pressões geradas pelas
contrações dos músculos subjacente. A fáscia tem um amplo suprimento
nervoso, e é foco de dor na retração, quando inflamada ou alongada
passivamente. (CAILLIET, 1999)
As funções musculoesqueléticas são influenciadas por posturas
modificadas em seus aspectos mecânicos, estáticos e cinéticos. Exemplo é a
articulação glenoumeral cuja presença de cifose torácica aumentada produz
compressão do manguito rotador. Com a anteriorização da cabeça aumenta-se
a lordose cervical e afeta também a curvatura da coluna lombar. (CAILLIET,
1999)
Está diretamente associada à postura a dor na parte superior das costas
denominada dor escapulo-costal, como da síndrome da emergência das raízes
torácicas. (CAILLIET, 1999)
Quando um trabalho exige uma postura em flexão do tronco, por
exemplo, a tensão da musculatura extensora da coluna lombar aumenta, o
esforço muscular é maior, o disco intervertebral é comprimido anteriormente e
tencionado posteriormente, e quanto maior o grau de flexão da coluna lombar
maior será o desconforto e a tensão nos ligamentos, as fibras musculares da
paravertebral se alternam em recrutamento para resistirem à fadiga e a postura
possa ser mantida.
O mesmo ocorre no ombro, para cada grau de flexão aumenta-se à
tensão sobre os músculos que a fazem, o trabalho muscular é cada vez maior
e a posição não pode ser mantida por tempo prolongado devido ao
desconforto. Outros exemplos são a abdução do ombro mantida ou repetida
durante o trabalho em grau de amplitude articular elevada, e a postura onde se
tem que trabalhar de pé olhando para uma banca baixa o que faz um aumento
da exigência muscular dos extensores da coluna cervical, torácica e lombar.
Estas posturas são incômodas em graus de amplitude articular elevado e
podem ao longo do dia gerar desconforto e dor.
29
A musculatura que trabalha isométricamente exige um suprimento
sanguíneo maior, mas esta necessidade não é suprida devido à compressão
sobre os vasos sanguíneos pela musculatura em contração mantida.
Quanto maior a amplitude de movimento em uma articulação seja este
movimento mantido ou repetitivo durante o trabalho maior será o trabalho
muscular e a tensão ligamentar podendo produzir desconforto e dores.
30
CAPÍTULO IV
GINÁSTICA LABORAL
4 HISTÓRIA DE GINÁSTICA LABORAL
Antes de ocorrer na Inglaterra à revolução industrial, o trabalho humano
era artesanal e com uso de ferramentas rudimentares. O trabalho era muito
braçal, realizado pelos artesãos. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
De acordo com Fayol (apud POLITO; BERGAMASCHI, 2003), nas
condições de trabalho artesanal o homem tinha movimentos variados durante
seu trabalho, estando sempre em movimento. Logo ocorreu a revolução
industrial, que usava de maquinas e instrumentos que substituíam o trabalho
do homem, com eficácia em determinadas funções. Administrações do trabalho
surgiam, devido ao crescimento das indústrias, dando origem à produção em
massa.
Assim ocorreu a mecanização dos atos e o cansaço postural produzindo
reações fisiológicas e psíquicas negativas como o estresse, a fadiga, os
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e à depressão. Com o
aumento do tempo diário de trabalho e a monotonia dos movimentos repetitivos
têm levados os colaboradores à fadiga. Como tem pouco descanso, a pessoa
não se recupera totalmente, causando o distúrbio osteomuscular. Então uma
forma de intervir neste problema é a atividade física, pois, por meio dela, os
trabalhadores podem recuperar suas forças, relaxar e contribuir para a
diminuição dos problemas de saúde. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
O movimento é um estímulo para o desenvolvimento osteomuscular,
cardiorrespiratório e nervoso, além de trazer benefícios psíquicos. Surge então
no Japão e em países da Europa a Ginástica Laboral, que é uma série de
exercícios realizados no próprio local de trabalho, durante a jornada de
trabalho. Os exercícios são alongamentos e relaxamento dos músculos mais
exigidos no trabalho, e podem ser realizados exercícios de fortalecimento em
grupos musculares que não atuam durante o trabalho. (POLITO;
BERGAMASCHI,2003)
31
Em 1925 na Polônia relatou se a execução da Ginástica de Pausa e
focada em operários, na mesma época ouve estudos na Bulgária, Alemanha
Oriental e na Holanda. A Rússia com 150 mil empresas e um total de 5 milhões
de funcionários, praticavam e ainda praticam a ginástica de pausa, adaptada a
cada cargo. (CANETE, 1996)
No Japão o desenvolvimento real da ginástica laboral ocorreu em 1928
onde os funcionários dos correios freqüentam sessões de ginástica diariamente
com o objetivo de descontração e o cultivo da saúde. Ao termino da segunda
guerra mundial a ginástica laboral difundiu se por todos os paises e,
atualmente, um terço dos trabalhadores japoneses exercitam se diariamente,
com resultados de diminuição dos acidentes de trabalho, aumento da
produtividade e melhoria do bem-estar geral, em 1960. (CANETE, 1996)
Esta difusão no Japão da ginástica laboral deve-se a um programa de
ginástica rítmica com exercícios específicos, acompanhados por musica própria
realizado diariamente através da transmissão da radio Taissô, por pessoas
especializadas. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
No Brasil a radio Taissô, coordena mais 5000 funcionário praticantes, de
30 empresas em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato
Grosso do Sul. Existe em São Paulo o dia da Rádio Taissô, comemorado no
dia 18 de Janeiro, devido a vigoração em 14 de Março de 1996, lei estadual
numero 9.345, promulgada pelo governador Mário Covas. A ginástica chegou
no pais em 1969, por meio de executivos, era realizada por operários e
diretores dos estaleiros Ishiksvajima, onde, ainda hoje dedicam-se aos
exercícios, visando a prevenção de acidentes de trabalho. (POLITO;
BERGAMASCHI, 2003)
Em 1973, houve um estudo com base na proposta elaborada pela
Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo – Rio
Grande do Sul: a elaboração de exercícios, baseado na alise biomecânica,
para relaxar os grupos musculares agônistas pela contração dos antagônistas
em face da exigência funcional unilateral. (KOLLING, 1980)
A Federação de estabelecimento de ensino superior em Novo Hamburgo
– Rio Grande do Sul e a Associação Pró-ensino superior em Novo Hamburgo,
implantaram este projeto denominando-a Ginástica Laboral Compensatória. O
32
início deste projeto foi em 23 de novembro de 1978, em uma empresa do Vale
dos Sinos. (SCHIMITZ, 1981)
Este projeto visava intervir na tenossinovite ou Doença dos Digitadores,
a primeira patologia, causa por esforço repetitivo no trabalho reconhecida
legalmente como doença profissional, em 1987, reconhecida pela portaria
número 4602 do ministério da Previdência e Assistência Social. (MONTEIRO,
2000)
Após esta época de 1978 a ginástica laboral foi esquecida e somente
em 1980, a ginástica começou a ser retomada e, em 1990 ressurgiu com força
total. Nesta década de 90 foi enfatizada a qualidade de vida no trabalho,
condenando-se o estresse e as lesões causadas pelo trabalho repetitivo.
(POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
4.1 Conceito de Ginástica Laboral
Cada pesquisador a conceitua de acordo com visão adotada em sua
pesquisa.
Consiste em realizar exercícios no local de trabalho intervindo de
maneira preventiva e terapêutica no caso de lesões por esforços repetitivos,
sem cansar o trabalhador, por ser de curta duração e enfatizar o alongamento
e a compensação das estruturas musculares envolvidas nas tarefas
ocupacionais diárias. (CANETE, 1996; MARATONA, 2009)
Guerra (1997) acrescenta a definição acima a preocupação com o
automatismo dos movimentos e a prevenção do estresse, obtendo uma boa
resistência muscular localizada.
Para Kolling (1980), é um repouso ativo, que se aproveita de pausas
regulares durante o trabalho, para exercitar músculos correspondentes e
relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho,
tendo como objetivo prevenção da fadiga.
Realce (apud POLITO; BERGAMASCHI, 2003), são exercícios diários
que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento
do trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do
corpo.
33
Canete (1996) classifica a ginástica laboral quanto a seu fim em três
tipos:
Ginástica Laboral Preparatória, aplicada antes da jornada de trabalho,
com duração de 10 a 15 minutos, com objetivo de alongar grandes e pequenos
músculos, melhorar a flexibilidade e a postura, estimular a coordenação motora
e o equilíbrio do corpo. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
É indicado para todos os tipos de empresas devido aos benefícios
apresentados, exemplo, teleatendimento, serviços operacionais (produção),
serviços administrativos.
Ginástica Laboral Compensatória, quando a ginástica laboral é realizada
em intervalos dentro da jornada de trabalho, com duração de 5 a 10 minutos,
com objetivo de alongar pequenos grupos musculares, melhorar a circulação
sangüínea local e geral em todo o corpo, alem de estimular pontos de
relaxamento e alivio de dor. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
Esta modalidade é indicada para empresas em que as tarefas
laborativas exigem grandes esforços físicos, posturas estáticas, movimentos
repetitivos e grande precisão, quantidade e qualidade. Esta modalidade de
ginástica é indicada para empresas de teleatendimento, inspeção de qualidade,
segurança, dentistas e outros.
Ginástica Laboral de Relaxamento, no termino da jornada de trabalho,
com objetivo de alongar grandes e pequenos grupos musculares, melhorar a
circulação sanguínea local e geral, estimular a percepção e o
autoconhecimento, então, o trabalhador passa a entender aonde seu corpo
recebe mais tensão e dor. Esta modalidade é indicada para empresas em que
as tarefas laborativas exigem grandes esforços físicos, posturas estáticas,
movimentos repetitivos e grande precisão, quantidade e qualidade. Esta
modalidade de ginástica é indicada para empresas de teleatendimento,
inspeção de qualidade, e outros. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
Esta prática é realiza em período de tempo de 10 a 15 minutos.
34
4.2 Benefícios da Ginástica Laboral
Segundo Cantarino e Pinheiro (1974), a ginástica laboral, previne a
lesão por esforço repetitivo, busca a eficiência e saúde músculo esquelética,
redução dos riscos ambientais, redução do estresse, causa um interesse
conjunto da empresa e dos funcionários em melhorias da qualidade de vida.
Bulsing apud Polito e Bergamaschi (2003) acrescenta a liberação de
movimentos bloqueados por tensões emocionais, obtendo a sensação de um
corpo mais relaxado, melhora na coordenação motora, reduzindo o gasto de
energia para a execução de suas tarefas diárias, aumento da flexibilidade,
ativação da circulação, preparação do corpo para a atividade muscular,
desenvolvimento da consciência corporal, proporcionando o bem estar físico e
mental. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
Monteiro em 1999 citou como exemplo, o aumento superior a 26% nos
casos de lesão, no EUA, em 1992, que resultou em faltas no trabalho de um ou
mais dias de 90000 trabalhadores, com um custo de 20 bilhões de dólares,
anuais. E que empresas usam de programas ergonômicos e ginástica laboral,
pelos seus benefícios na economia de custos apreciados a acidentes de
trabalho. (POLITO; BERGAMASCHI, 2003)
35
CAPÍTULO V
A PESQUISA
5 METODOLOGIA
Neste estudo foi realizada uma pesquisa de campo em uma empresa
que produz capacitores de ventiladores, na qual tem sido realizado um trabalho
de ginástica laboral desde 2008, a partir deste ano também tem se colhido
dados usados neste estudo.
Para realização deste trabalho no qual buscou se verificar os efeitos de
um programa de ginástica laboral nos sintomas de dor apresentado por um
grupo de colaboradores desta empresa, foi utilizado uma ficha de anamnese
(apêndice A) para avaliação dos colaboradores contendo informações como:
dados gerais do colaborado, tempo de trabalho na empresa, se possui alguma
patologia (diabetes, hipertensão, cirurgia), se faz uso de álcool e/ou cigarros,
se faz exercícios físicos e a freqüência, se o colaborador apresenta alguma dor
e qual o local da dor, qual a intensidade da dor através de uma escala subjetiva
de dor com graduação de 0 que significa ausência de dor até a graduação 10
que significa dor insuportável.
Após a primeira avaliação realizada em junho de 2008 deste único
grupo, contendo todos os 26 colaboradores da empresa, iniciou-se a aplicação
do programa diário de ginástica laboral, realizado no início da jornada de
trabalho com duração de 10 a 20 minutos, contendo somente exercícios de
alongamento de músculos dos membros superiores e inferiores, alongamento
de músculos da cervical e músculos do tronco.
Os colaboradores foram reavaliados a cada quatro meses, partido de
Junho de 2008 quando se iníciou do programa de ginástica laboral, totalizando
quatro avaliações, a segunda avaliação foi feita em Outubro de 2008, a terceira
avaliação foi feita em Fevereiro de 2009 e a quarta e última avaliação em
Junho de 2009.
36
5.1 Resultado
Na primeira avaliação através da ficha de anamnese foram entrevistados
todos os 26 colaboradores da empresa, dos quais 8 pessoas não apresentaram
dor nos membros superiores, coluna lombar e em nenhuma outra estrutura do
corpo. Uma pessoa apresentou grau de dor 8 na escala subjetiva de dor, uma
pessoa apresentou grau de dor 7 na escala subjetiva de dor, uma pessoa com
graduação 6 na escala, quatro pessoas com graduação 5 de dor, três pessoas
com graduação 4, quatro pessoas com graduação 3 na escala subjetiva de dor,
duas pessoas com graduação 2 na escala subjetiva de dor e outras duas
pessoas com graduação 1 na escala subjetiva de dor. O total de pessoas com
dor em membros superiores e coluna lombar foi 18 pessoas, que são 72% dos
colaboradores entrevistados.
Na segunda avaliação os mesmo colaboradores entrevistados
apresentaram como resultado diminuição do número de indivíduos com dor e
diminuição na intensidade da dor apresentada. O numero de colaboradores
com dor caiu de 18 para 13 pessoas, ou seja, de 72% de colaboradores que
apresentaram dor antes da implantação do programa de ginástica laboral ouve
uma queda para 52%. Quanto a intensidade de dor, 14 pessoas apresentaram
redução do limiar de dor na escala subjetiva de dor, 5 pessoas relataram não
ter dor na segunda avaliação.
Dos 52% de pessoas com dor ouve queda para 40% nesta terceira
avaliação, portanto de 13 pessoas com dor em membros superiores e / ou
coluna lombar ouve redução para 10 pessoas com dor. Quanto a intensidade
de dor na escala subjetiva, das 10 pessoas que ainda apresentaram dor 8
pessoas apresentaram redução nesta terceira avaliação.
A quarta e última avaliação apresentou como resultado que dos 40% de
indivíduos com dor na terceira avaliação ocorreu uma queda para 18% de
colaboradores ainda com dor, ou seja, de 8 pessoas somente 5 pessoas ainda
apresentaram dor. A intensidade de dor destas pessoas caiu de 7 graus na
escala subjetiva de dor para 2 em um caso, de 3 para 1 em outro caso, de 6
para 1, de 8 para 2, e de 5 para 1 na escala subjetiva de dor. Portanto estas 5
pessoas tinham ainda dor mas com uma intensidade muito menor.
37
72%
52%
40%
18%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%
N° de Indivíduos (%)
1 2 3 4
Avaliação
N° de Indivíduos que Sentem Dores
Seqüência1
Fonte: Dados da pesquisa, 2008 e 2009.
Figura 1: Numero de indivíduos que sentem dores.
1 4 7
10
13
16
19
22
25
28
31
01234
5
6
7
8
ESD
Indivíduos
Avaliação Individual - Escala Subjetiva de Dor IPC - Junho(2008) à Junho(2009)
Avaliação 4
Avaliação 3
Avaliação 2
Avaliação 1
Fonte: Dados da pesquisa, 2008 e 2009.
Figura 2: Avaliação individual.
38
CONCLUSÃO
Conclui-se com este trabalho que a ginástica laboral preparatória
aplicada diariamente com duração de dez a vinte minutos, utilizando exercícios
de alongamento, em longo prazo trouxe benefícios como a redução da
intensidade da dor e até mesmo a abolição da dor apresentada pelos
colaboradores. Neste estudo de 26 pessoas somente 5 persistiram com dor na
quarta avaliação mas com intensidade na escala subjetiva de dor que não
ultrapassou a 2.
O alongamento muscular desempenhou papel importante por intervir na
flexibilidade, retrações musculares, na postura, absorção de ácido proveniente
do metabolismo muscular, portanto, o alongamento foi o único recurso utilizado
para intervir nas dores nos membros superiores e nas dores da coluna lombar.
Não foi necessário o uso de exercícios de alongamento em que as
posturas de execução eram de elevado grau de dificuldade (posturas de
equilíbrio, posturas agachadas sobre os joelhos, posturas sentadas, ou que
causasse dor) para os colaboradores, foi respeitado o limite físico, e de dor de
cada um, que foram orientados a fazerem somente os exercícios que não lhes
causasse aumento de dor durante sua execução, portanto os alongamentos e
as posturas utilizadas foram facilmente aprendidas e muito bem executadas
pelos colaboradores o que contribuiu para o bom resultado do programa de
ginástica laboral preparatória.
Os colaboradores participaram com freqüência ao programa de ginástica
laboral, que se tornou um habito querido e elogiado pelos colaboradores, sendo
indicado pelos colaboradores em pesquisa anual, como um programa essencial
na empresa superando outros programas internos. Em 2009 só ocorreram
afastamentos por motivos não relacionados com a atividade laborativa, um
exemplo, foi afastamento causado por Dengue.
Este trabalho mostra que a Ginástica Laboral Preparatória é realmente
eficaz e benéfica no objetivo de redução de dores em membros superiores e
coluna lombar, portanto a ginástica laboral reduz absenteísmo e afastamentos
do trabalho devido a dores.
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As modalidades de Ginástica Laboral de Pausa e a Ginástica Laboral de
Relaxamento podem assim também serem estudadas, quanto seus efeito na
redução de dor.
40
REFERÊNCIAS
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41
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APÊNDICES
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APÊNDICE A – Ficha de anamnese FICHA DE AAMESE 1°) Dados gerais do paciente:
Nome:_________________________________________________________________
_________ Idade:______ Sexo______ Data de Nasc:___/___/___Profissão:_________
Estado Civil:___________________ Filhos: ( )______________________________
End: __________________________Tel:____________e-mail:__________________
QP:______________________________HD:_________________________________
HMA:_________________________________________________________________
À quanto tempo está na
empresa?______________________________________________
2°) Avaliação do paciente:
Diabetes( ) Hipertensão Arterial ( ) Tabagismo ( ) Alcoolismo ( )Cirurgias( )
Exercícios Físicos( ) ___________________________ Freqüência:
_________________
3°) Dor??? Onde dói?
Como dói?
________________________
___
________________________
________________________
______
4°) Observações Gerais:
________________________
5°) Escala subjetiva de dor:
0____1____2____3____4____5____6____7____8____9____10
0 - sem dor dor insuportável - 10
DATA ESCALA SUBJETIVA DE DOR