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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE – FAC CURSO DE BACHARELADO DE ADMINISTRAÇÃO ANA CARLA CORDEIRO PRÁTICAS EMPREENDEDORAS: A GESTÃO DAS MICROEMPRESAS EM PACOTI NO CEARÁ FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE – FAC

CURSO DE BACHARELADO DE ADMINISTRAÇÃO

ANA CARLA CORDEIRO

PRÁTICAS EMPREENDEDORAS: A GESTÃO DAS

MICROEMPRESAS EM PACOTI NO CEARÁ

FORTALEZA

2013

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ANA CARLA CORDEIRO

PRÁTICAS EMPREENDEDORAS: A GESTÃO DAS

MICROEMPRESAS EM PACOTI NO CEARÁ

Monografia submetida à aprovação da coordenação do curso de Administração da Faculdade Cearense, como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel no curso de Administração.

Professor-Orientador: Carlos Eduardo Bertho Werner, Esp.

FORTALEZA

2013

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ANA CARLA CORDEIRO

PRÁTICAS EMPREENDEDORAS: A GESTÃO DAS

MICROEMPRESAS EM PACOTI NO CEARÁ

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data da aprovação: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Professor Esp. Carlos Eduardo Bertho Werner

__________________________________________ Professor Ms. Michael Viana Peixoto

__________________________________________ Professor Esp. Márcia Sampaio Silveira Soares

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Aos meus pais, Mário e Edileuza, e ao

meu marido Elton Régis que tanto

amo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, por todas as minhas conquistas, por não me permitir

desanimar diante das dificuldades, pela saúde e sucesso.

A minha família que é a base da minha vida, especialmente aos meus pais que

sempre me apoiaram e me incentivaram a seguir o caminho dos estudos e que

sempre estão ao meu lado em todas as dificuldades e vitórias. As minhas irmãs

Mara e Talita e ao meu sobrinho Mário Levy que trouxe tantas alegrias.

Ao meu amado Marido Elton Régis pelo amor, dedicação, incentivo e paciência, pela

companhia e horas de espera na faculdade.

As minhas amigas de toda vida Mychelle Brizeno, Rochelle Araújo e Luiziana Dutra

pela amizade verdadeira, compreensão e por sempre estarem ao meu lado em

todos os momentos mesmo muitas vezes longe fisicamente.

Aos meus colegas de faculdade que sempre me incentivaram a não desistir.

Ao meu Orientador Professor Carlos Eduardo Bertho Werner por acreditar em mim e

pela sua disposição em sempre me ajudar e orientar.

Aos Professores Ricardo César pela confiança que depositou quando se dispôs a

me ajudar com esse projeto e me acompanhou em campo para pesquisa realizada e

ao João Queiroz pelo qual tenho profunda admiração e sempre se mostrou muito

solícito ao longo dessa formação.

Agradeço à Faculdade Cearense e aos seus docentes que me acompanharam

nessa jornada.

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“A persistência é o menor caminho do

êxito.”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

Este trabalho objetiva identificar como os microempresários atuam na cidade de Pacoti - CE. Os objetivos específicos da pesquisa consistem em caracterizar a importância e principais possibilidades de sucessos e fracassos das microempresas; bem como avaliar a relevância da gestão empreendedora nas microempresas e apresentar o resultado da autoavaliação das habilidades empreendedoras dos 40 microempreendedores participantes da pesquisa. O estudo é uma pesquisa bibliográfica e de campo, empreendendo uma análise descritiva e exploratória com dados primários e secundários, cujos principais instrumentos de coleta de dados são a observação direta com a pesquisadora comportando-se como intérprete da situação e do questionário estruturado de autoavaliação das habilidades empreendedoras de acordo com a fundamentação de José Assis Dornelas em seu livro Empreendedorismo na prática: mitos e verdades sobre os empreendedores de sucesso em sua edição de 2007. Constata-se que os microempresários atuam na cidade de Pacoti, Estado do Ceará, pode-se verificar que eles focam na motivação para a realização, autocontrole do destino, propensão a assumir riscos, bem como na resolução dos problemas e como agente influenciador.

Palavras-Chave: Empreendedorismo. Micro e pequena empresa. Empreendedores.

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ABSTRACT

This work aims to identify how microenterprises operating in the city of Pacoti - CE. The specific research objectives are to characterize the importance and possibilities of major successes and weaknesses of micro enterprises as well as evaluating the relevance of entrepreneurial management in micro and present the results of the self-assessment of entrepreneurial skills of forty (40) microentrepreneurs research participants. The study is a literature and field research, undertaking a descriptive and exploratory analysis with primary and secondary data, the main instruments of data collection are direct observation with the researcher behaving as an interpreter of the situation and the structured self-assessment questionnaire of entrepreneurial skills according to the reasoning of Joseph Assisi Dornelas in his book Entrepreneurship in practice: myths and truths about successful entrepreneurs in its 2007 edition. It appears that microenterprises operating in the city of Packington, State of Ceará, one can verify that they focus on achievement motivation, self-control target, propensity to take risks, as well as in problem solving and how to be influential.

Keywords: Entrepreneurship. Micro and small enterprises. Entrepreneurs.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASSEMPA Associação dos Empreendedores de Pacoti

GEM Global Entrepreneurship Monitor

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBQ Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade

MGE Monitor Global do Empreendedorismo

MPE Micro e Pequena Empresa

PIB Produto Interno Bruto

SEBRAE Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 - Fases de desenvolvimento das empresas na visão de Lazarini ......... 22-24

Quadro 2 - Processos essenciais à gestão empresarial ............................................ 25

Quadro 3 - Dez exigências fundamentais para administrar pequenas empresas 31-32

Quadro 4 - Dez dicas de gestão flexível .................................................................... 33

Quadro 5 - Relação das categorias com as perguntas .............................................. 41

Quadro 6 - Respostas que valem 1 ponto ................................................................. 42

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Motivação para a realização .................................................................... 42

Gráfico 2 - Autocontrole (do destino) ........................................................................ 43

Gráfico 3 - Propensão a assumir riscos .................................................................... 44

Gráfico 4 - Resolução de problema ........................................................................... 45

Gráfico 5 - Influenciador ............................................................................................ 46

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 16

2.1 Microempresa .................................................................................................. 16

2.1.1 Importância e principais possibilidades de sucessos e fracassos ........... 16

2.1.2 Dos estágios de desenvolvimento ........................................................... 18

2.2 Gestão empreendedora em microempresas .................................................... 24

2.2.1 Gestão e gestão empreendedora ............................................................ 24

2.2.2 Formação e características do empreendedor ....................................... 26

2.2.3 Atitudes empreendedoras ...................................................................... 28

2.2.4 Gestão empreendedora em microempresas .......................................... 31

2.2.5 Potencialidades do município de Pacoti ................................................. 35

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................ 37

3.1 Natureza da pesquisa ...................................................................................... 37

3.2 Tipologia da pesquisa ...................................................................................... 38

3.3 Instrumento de coleta de dados ....................................................................... 39

3.4 Tratamento dos dados ..................................................................................... 40

3.5 Objeto de estudo .............................................................................................. 40

3.6 Fonte dos dados .............................................................................................. 40

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................ 41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 48

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 50

APÊNDICES ............................................................................................................... 53

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1 INTRODUÇÃO

O empreendedorismo é de suma importância para a sociedade, pois faz

com que as pessoas criem e inovem avançando na busca de melhores níveis de

qualidade de vida e, consequentemente, promovendo o desenvolvimento econômico

da região.

Nos dias atuais, o desemprego assola o mundo, diminuindo o número de

vagas de empregos formais, pois a tecnologia da informação, cada vez mais,

automatiza os processos e as empresas precisam de menos pessoas em seu corpo

funcional.

Nesse cenário, as pessoas estão em constante busca por novas opções

de emprego e renda, mesmo que em mercados menos formais. Assim, o brasileiro é

reconhecido por sua capacidade empreendedora, por sua habilidade em superar os

desafios que encontra pela frente a partir de um espírito inovador, criativo, que não

tem medo de persistir diante dos obstáculos achados no meio de seu caminho.

Em seu processo evolutivo, o empreendedorismo ganhou força, no Brasil,

a partir dos anos 90, decorrência de sua maior abertura econômica social e política

que permitiram a entrada de novos produtos importados, promovendo um melhor

controle dos preços.

Com isso, as empresas nacionais sentiram a necessidade de se

modernizarem para, somente assim, conseguirem concorrer efetivamente com os

produtos importados. Dessa forma, uma das principais consequências foi o

crescimento da economia brasileira, pois as pessoas colocaram novamente em

prática sua capacidade empreendedora, a fim de superar os desafios impostos pela

concorrência internacional.

Mas, para que isso fosse possível, esses empreendedores precisavam de

informações no que se referissem aos possíveis públicos consumidores,

fornecedores, perfil de seus concorrentes, linha de produtos e serviços, além das

fontes de financiamento, apoio de seus colaboradores, enfim, dependiam de

aspectos internos e externos.

Essas informações são imprescindíveis, uma vez que são elas que

fundamentam a escolha de qual ramo este empreendedor irá abrir sua micro ou

pequena empresa.

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Quanto mais conhecimentos, habilidades, competências e atitudes estes

empreendedores tiverem maiores serão as chances de sua micro ou pequena

empresa obter sucesso no mercado em que escolher. Isso é muito importante para o

sucesso dessas empresas, pois, conforme dados do Serviço de Apoio à Micro e

Pequena Empresa (SEBRAE), elas foram responsáveis, até maio de 2013, último

período de divulgação desta informação, por 84% dos empregos formais, ou seja,

aqueles com carteira assinada no país. E é neste segmento empresarial, das Micro

e Pequenas Empresas (MPEs), onde a média dos trabalhadores de baixa

escolaridade ou os que conseguem seu primeiro emprego está mais concentrada.

O desenvolvimento desta pesquisa é justificado, pois as MPEs são a

principal fonte geradora de emprego e renda no país, contribuindo para seu Produto

Interno Bruto (PIB). Por conseguinte, é indispensável que seus empreendedores

tenham as habilidades necessárias para gerir seu próprio negócio, tornando-o

lucrativo e competitivo.

Também se justifica o desenvolvimento desta pesquisa, pois, no contexto

profissional, ao término do curso de graduação em Administração de Empresas,

alguns graduados objetivam abrir seu próprio negócio, aplicando os conhecimentos

adquiridos em sala de aula e que serão complementados ao longo do

desenvolvimento deste projeto de pesquisa e da monografia em si.

No cenário acadêmico, mesmo já existindo inúmeros estudos publicados

sobre MPEs e empreendedorismo, este é um assunto amplo, com diferentes

vertentes de análise, onde a pesquisadora o delimitou, focando na cidade de Pacoti

para identificar e analisar o perfil específico dos empreendedores deste município.

Concernente ao âmbito social, por reconhecer que o segmento das micro

e pequenas empresas, conforme dados do SEBRAE (2012), é o maior responsável

pela geração de emprego e renda.. Além disso, é por meio das MPEs que muitas

empresas de grande porte obtêm suas matérias-primas. Diante disso, a escolha da

cidade de Pacoti deve-se ao fato de a autora deste estudo possuir parentes e

amigos que atuam como microempresários na cidade. Também, pois como a cidade

é próxima à Guaramiranga vem, cada vez mais, abrindo novos negócios, a fim de

suprir com algumas carências na prestação de serviços dos arredores e poder

aproveitar o aumento no número de turistas em diferentes épocas do ano nesta

região serrana.

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Perante o cenário traçado para esta pesquisa, a pergunta que se busca

responder ao final é: Como os microempresários atuam na cidade de Pacoti ,

Estado do Ceará?

O objetivo geral do estudo é identificar as práticas empreendedoras nos

microempresários que atuam na cidade de Pacoti-CE.

Os objetivos específicos da pesquisa consistem em:

- Caracterizar a importância e principais possibilidades de

sucessos e fracassos das microempresas;

- Avaliar a relevância da gestão empreendedora nas

microempresas;

- Apresentar o resultado da autoavaliação das habilidades

empreendedoras dos 40 (quarenta) microempreendedores

participantes da pesquisa.

Parte-se da hipótese de que as principais habilidades empreendedoras

destacadas durante a pesquisa foram a propensão a assumir riscos e serem

influenciadores, pois sabem calcular e buscar informações antes de agir e

conseguem encontrar pessoas capazes de auxiliá-los de modo a satisfazer seus

próprios objetivos, uma vez que sabem convencer as pessoas que trabalham com

eles para a realização de um objetivo predeterminado.

O estudo é uma pesquisa bibliográfica e de campo, empreendendo uma

análise descritiva e exploratória com dados primários e secundários, cujos principais

instrumentos de coleta de dados são a observação direta com a pesquisadora

comportando-se como intérprete da situação e do questionário estruturado de

autoavaliação das habilidades empreendedoras de acordo com a fundamentação de

José Assis Dornelas em seu livro Empreendedorismo na prática: mitos e verdades

sobre os empreendedores de sucesso em sua edição de 2007.

Seguindo-se a esta introdução, apresenta-se o referencial teórico do

estudo. Inicialmente, caracteriza-se a microempresa em sua importância, principais

possibilidades de sucessos e fracassos e seus estágios de desenvolvimento. A

segunda temática abordada é a gestão empreendedora em sua formação e

características, atitudes empreendedoras, sua aplicação em microempresas e as

potencialidades do município de Pacoti.

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Na sequência, tem-se a metodologia da pesquisa em sua natureza,

tipologia, instrumento de coleta de dados, tratamento dos dados, objeto de estudo,

universo e amostra populacional e a fonte das informações.

Na análise e discussão de resultados são apresentados os resultados

obtidos com a aplicação da avaliação das habilidades empreendedoras em termos

de motivação para a realização, autocontrole, propensão a assumir riscos, resolução

de problemas e influenciador a partir da averiguação das respostas do questionário.

A última sessão deste trabalho acadêmico é destinada à apresentação de suas

conclusões, em termos de resposta à problemática, alcance dos objetivos e

sugestões de melhorias para estudos vindouros, complementares a proposta

inicialmente traçada para esta pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta sessão da pesquisa, caracteriza-se a microempresa em sua

importância, principais possibilidades de sucessos e fracassos e seus estágios de

desenvolvimento. A segunda temática abordada é a gestão empreendedora em sua

formação e características, atitudes empreendedoras, sua aplicação em

microempresas e as potencialidades do município de Pacoti.

2.1 Microempresa

2.1.1 Importância e principais possibilidades de sucessos e fracassos

O desenvolvimento deste tópico ocorre a partir de uma releitura de

diferentes autores que analisam a importância das MPEs por meio do cenário

econômico e social, envolvendo a geração de emprego e renda à população.

Nesse cenário das MPEs, Souza Neto e Sales (2004) analisam o

processo de abertura de uma empresa deste porte como um processo que requer

vários cuidados por parte do empreendedor, pois erros cometidos nesta fase da

nova organização podem originar possíveis causas para o seu fechamento, trazendo

consequências de muito risco para a continuidade do negócio.

Durante a implantação de uma micro ou pequena empresa, os

empreendedores precisam de apoio, pois, de acordo com o Serviço de Apoio à

Micro e Pequena Empresa (SEBRAE, 2007), eles possuem a dificuldade em

escolher adequadamente em qual segmento de mercado irão atuar, bem como não

sabem identificar a real importância que um cliente possui para o sucesso de uma

empresa, além de não saberem escolher eficientemente qual a constituição legal a

sociedade deve ter.

Souza Neto e Sales (2004) destacam que esses empreendedores

possuem grandes dificuldades em planejar suas reais necessidades financeiras, de

estoques e de pessoal, errando ainda na escolha do local apropriado para

montagem do negócio, tendo dificuldades extremas em reconhecer seus

concorrentes e fechar parcerias com seus fornecedores.

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Os referenciados autores ainda acreditam que outra dificuldade muito

comum é a obtenção do crédito necessário para abrir seu negócio, administrar as

reformas de sua loja ou comércio, além de não elaborarem um planejamento

estratégico condizente com suas reais metas, objetivos e valores empresariais.

A partir da análise realizada nos parágrafos anteriores, podem-se verificar

quais são as necessidades que o empreendedor tem no caso se não possuir

conhecimentos sólidos o suficiente que possam servir-lhe de base nas tomadas de

decisões seguramente amenizando os riscos.

Chiavenato (2008) afirma que independente do perfil do empreendedor

ele precisa ter, ao menos, os conhecimentos necessários à abertura de seu negócio,

caso contrário, deve recorrer a um profissional devidamente capacitado para este

fim como um meio de ter apoio às suas decisões, possibilitando o desenvolvimento

de um trabalho mais sólido, sem empirismos.

Nesse contexto, podem ser evitadas muitas perdas e danos, realizando,

antes de tudo, um estudo geral sobre os riscos e os desafios enfrentados diante do

novo negócio. Ou seja, é por meio deste planejamento prévio que o empreendedor

tem condições de evitar problemas futuros, sejam eles administrativos, gerenciais ou

financeiros.

Segundo análise de Chiavenato (2008), existem dois tipos de

empreendedor: o empreendedor artesão: aquele que inicia um negócio com

habilidades técnicas básicas e com um mínimo de conhecimento sobre gestão de

negócio; e o empreendedor oportunista: aquele que tem conhecimento técnico

suplementado por estudos apurados sobre o assunto, como administração,

economia, legislação e línguas. Para ele, o ideal seria a junção destes dois tipos de

empreendedores, a fim de que a MPE obtivesse um sucesso no mercado de modo

mais seguro e competitivo, garantindo a lucratividade devida e a longevidade da

empresa.

De uma forma ou de outra, esse perfil empreendedor tem servido como

experiência positiva na dinamização do mercado de trabalho e na abertura de novas

perspectivas de produção, principalmente nas MPEs, favorecendo o crescimento

econômico e social, além de evitar que o desempregado permaneça por mais tempo

em sua condição precária.

As empresas de micro ou pequeno porte atuam em todos os setores da

economia de um país, mas diferem em sua natureza e importância. Neste contexto,

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um fato a ser ressaltado é o número de empregados nas pequenas empresas,

quando comparado ao plantel das grandes organizações. As MPEs fazem parte

desse contexto e não podem, portanto, ficarem à margem de todo esse processo,

sob o risco de desaparecerem, vítimas dos concorrentes mais capacitados, ou de

permanecerem estagnadas, impossibilitadas de crescerem e se expandirem.

De acordo com dados estatísticos do SEBRAE (2007), 9 em cada 10

empresas no Brasil se classificam como micro ou pequena empresa. Estas

absorvem um maior contingente de mão de obra em relação às de grande porte.

Com isso, surgem algumas observações. A primeira é que o

empreendedor seja uma pessoa que esteja trabalhando em outra empresa, pública

ou privada, e decida sair para montar seu próprio negócio. Outra, é que este

indivíduo, valendo-se de um cenário de desemprego, abrace esta oportunidade e

abra sua empresa. Assim, em ambos os casos, consegue gerar emprego e renda

formalmente a uma camada cada vez maior da população.

O SEBRAE (2007) destaca que as MPEs representam uma participação

importante para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, representando 21% de seu

total, além de ter empregado formalmente cerca de 60% da mão de obra no país em

2008.

Assim, destaca que este segmento de mercado possui grande

importância socioeconômica como fonte de inovação, geração de emprego e renda

para jovens e pessoas com pouca escolaridade, estimulando a competição

econômica, auxiliando as grandes empresas em seu processo produtivo e de

prestação de serviços.

2.1.2 Dos estágios de desenvolvimento

Os estágios de desenvolvimento das micro e pequenas empresas é um

assunto que já vem sendo discutido, no Brasil, desde a década de 1960.

Adizes (2004) afirma que já foram realizadas diversas pesquisas

analisando o comportamento organizacional durante o ciclo de vida das micro e

pequenas empresas nacionais. Um dos primeiros estudos desenvolvidos nessa área

foi feito por Lippitt em 1967, conforme destacado por Adizes (2004), considerando

que o modelo baseava-se em três fases distintas: infância, juventude e maturidade.

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Desse modo, observa-se que os estudos realizados sobre o ciclo de vida

das empresas inicialmente eram bastante simplificados, podendo-se comparar ao

ciclo do produto que considera a fase de implantação (infância), crescimento

(juventude) e maturidade (maturidade).

Em 1971, Adizes (2004) afirma que Scott desenvolveu uma sequência

histórica em que as empresas eram iniciadas ainda na fase do empreendedorismo,

passando pela formalização e do conglomerado diversificado. Esta análise é

caracterizada como simples e empírica, por realizar uma averiguação mais

detalhada sobre os procedimentos operacionais e financeiros realizados.

Em 1978, Katz (1978 apud ADIZES, 2004) determinou que as empresas

desenvolvem-se sem a necessidade de determinarem exatamente suas fases ou

estágios de evolução. Desse modo, a fase inicial baseava-se em um sistema

produtivo cooperativo entre seus membros, com a coordenação e controle sendo

peculiaridades da segunda fase, e no terceiro ocorre maior ênfase do

desenvolvimento de mecanismo de adequação da organização ao ambiente.

Nesse contexto, o autor ainda destaca que quando ocorre o

envelhecimento das empresas, sua relação com a cadeia produtiva é alterada, pois

as principais mudanças já haviam acontecido na fase de desenvolvimento ou

juventude, depois disso, as empresas tornaram-se mais inflexíveis.

Anos mais tarde, em 1981, esse assunto foi discutido e aprimorado por

outros teóricos, entre eles, Adizes (2004), que considerou o conceito de ciclo de vida

organizacional, admite que as empresas, assim como as pessoas, possuem uma

sequência tipo: nascimento, crescimento, envelhecimento e morte, atravessando

várias fases, e, igualmente como os seres vivos, passam por inúmeras mudanças de

atitude e comportamento ao longo de suas vidas.

Em cada fase são encontradas diversas alterações nos padrões

comportamentais, verificando-se problemas peculiares, bem como também

aparecem dificuldades de transição quando se ingressa em uma nova fase de

desenvolvimento. As pesquisas sobre o ciclo de vida das empresas objetivam

comprovar a alteração das peculiaridades das organizações em seus diversos

estágios de vida, no transcorrer do tempo.

Conforme o modelo proposto por Adizes (2004), ainda na década de 90,

as empresas enfrentam oito estágios distintos de desenvolvimento, ou seja, namoro,

infância, toca toca, adolescência, plenitude, aristocracia e burocracia.

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Assim, a partir dessa nova classificação, obtém-se uma análise mais

completa do que a anterior, haja vista que antes se acreditava na existência de

somente três etapas, resumindo bastante a possibilidade de análise e real

caracterização das MPEs brasileiras.

No estágio do namoro, Adizes (2004) considera que o empreendedor

possui uma meta motivadora não vinculada apenas ao lucro, mas a necessidades

qualitativas.

Na fase seguinte o mencionado teórico afirma ser representada pela

infância, enfocando, principalmente, no alcance de resultados positivos, colocando

em prática ideias inovadoras, é muito centralizada, sem conhecer seus pontos

fortes, fracos, ameaças e oportunidades. Ainda possui poucas diretrizes formais,

com sistemas pouco estruturados e orçamentos ainda em fase de determinação.

Durante esta fase, o empenho do empreendedor, a centralização das decisões e as

medidas de ação de curto prazo são fundamentais ao sucesso de qualquer

empresa. No entanto, as mesmas peculiaridades podem ser inevitáveis à fase

subsequente.

Novamente na terceira fase, denominada de toca toca, em que a

organização estrutura-se no mercado, cujo principal objetivo é o incremento das

vendas e da participação no segmento em que atua. Para alcançar esses objetivos,

oferece maiores descontos aos seus clientes, assim, vende mais, com menos lucro

(ADIZES, 2004).

A quarta fase é denominada adolescência, em que ocorre certa crise

existencial, normalmente iniciada por erros em sua estrutura, pelo processo

inadequado de tomada de decisão ou, até mesmo, pelo rápido e descontrolado

crescimento ocasionando uma inconsistência em sua atuação (ADIZES, 2004).

A plenitude compõe a quinta fase na análise, considerando-se como a

etapa mais favorável do ciclo de vida de uma empresa, atingindo-se maior

flexibilidade e autocontrole gerencial. Não existe mais escassez de caixa, com os

investimentos e fontes de lucro estando mais controlados. Também ocorre maior

facilidade para alcançar os objetivos e metas qualitativas e quantitativas (ADIZES,

2004).

Esse aumento da vitalidade da empresa plena é uma das principais

decorrência do impulso que foi determinado ainda na fase no namoro, colocado à

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avaliação na infância, reativado no estágio toca toca, institucionalizado e canalizado

na adolescência e que está sendo capitalizado na plenitude.

Para o autor, a empresa somente será capaz de atingir este estágio

mediante a experiência adquirida ao longo de seu processo evolutivo, sendo um de

seus maiores desafios permanecer nesse estágio o máximo de tempo possível.

Caso contrário, enfrentará uma situação de instabilidade, entrando em declínio e

começando a envelhecer.

Com o equilíbrio verificado no final da fase de plenitude e passagem para

o estágio subsequente, a empresa possui a tendência de tornar-se saudosista, ou

seja, concentrar-se nas conquistas obtidas no passado e não imaginar o futuro

próximo, diminuindo sua expectativa de conquistar novos clientes e mercados

consumidores, pois teme as mudanças, com isso, inicia a próxima fase (ADIZES,

2004).

A próxima fase é conhecida como burocracia, em que a organização não

possui as mesmas características de antes, seu funcionamento não é mais dos

melhores, assim como possui inúmeros sistemas que, muitas vezes, sequer têm

viabilidade ou função de existirem, concentra-se em si mesma, esquecendo-se dos

demais elos da cadeia produtiva e do próprio ambiente no qual está inserida,

apresentando dificuldades de relacionamento (ADIZES, 2004).

Com isso, resume-se a análise do autor verificando-se que na fase de

namoro inicia-se o planejamento de como a empresa deve ser estruturada.

Em seguida, na infância esses planos são colocados em experiência, com

a empresa adquirindo maior experiência no setor em que atua. Na fase do toca toca,

tudo que a organização possui pode ser transformado em oportunidade, pois seu

principal objetivo é vender e a obtenção dos lucros não é o fim, mas o lucro não é

um fim, mas um objetivo que pode ou não ser alcançado.

Na sequência, ocorre a adolescência, etapa marcada por intensos

conflitos, exigindo-se maior delegação de poder e controle. Depois ocorre a melhor

fase das empresas, a plenitude, quando a empresa possui um incremento constante

em suas vendas, com forte poder competitivo e de angariar novos segmentos de

mercado. A seguir, a empresa entra em declínio, começando a envelhecer e

enfrentando as bases burocráticas e aristocráticas.

Observa-se que independente da abordagem conferida sobre as fases de

desenvolvimento das micro e pequenas empresas, elas devem ser conhecidas, a fim

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de evitar as possibilidades de insucesso, aumentando a experiência dos

empresários no setor em que atuam, aprimorando a administração do capital

disponível, além de melhores técnicas de gestão de pessoas e de captar novos

clientes. Isso é muito importante, não só para as micro e pequenas empresas, pois

elas possuem um papel imprescindível na geração de emprego e renda nos países

em fase de desenvolvimento.

Dessa forma, averiguando-se as diferentes abordagens sobre ciclos de

vida das empresas, observa-se uma concordância entre os pesquisadores que

recomendam a adoção de modelos de ciclos de vida nas empresas que assim como

as pessoas, a organização no transcorrer de sua existência encara dificuldades e

problemas diversos.

Desenvolver-se expressa um contínuo aprendizado e a conquista de

novas capacidades de resolução de problemas maiores e mais complexos. Ao

envelhecer, a empresa diminui sua capacidade de solucionar problemas pela

redução da vitalidade e do espírito empreendedor existentes nas fases anteriores.

Em uma análise complementar, Lazarini (2007) acredita que as fases de

desenvolvimento das empresas são pioneira, racional e consciente. Para tanto,

caracterizam-nas a partir de uma série de fatores que são: ideologia, relações,

processos, recursos, trato com o mercado, força coordenadora, questão básica,

forma de administração, liderança, comunicação, orientação, estilo de trabalho,

ambiente de trabalho, motivação, planejamento, controle financeiro, pessoas e

motivos que levam à crise.

A fim de apresentar as características destas fases de desenvolvimento,

obtém-se o quadro 1.

Quadro 1 - Fases de desenvolvimento das empresas na visão de Lazarini (2007)

ASPECTO PIONEIRA RACIONAL CONSCIENTE

Ideologia Apenas com o empreendedor

Difusa na empresa Possui planejamento estratégico claro, definido e divulgado

Relações Informal, sem organograma

Formalizada, hierárquica e padronizada

Participação, liberdade, liderança, comprometimento e ética.

Processos Informais, improvisados e por imitação

Sistematizados, métodos eficientes, quando muito

Processos orientados para as expectativas dos clientes externos e

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eficazes depois internos

Recursos Escassos e lucros reinvestidos

Aplicado em tecnologia e máquinas

Investimento no ser humano. Recurso tecnológico deve facilitar a vida dos clientes

Trato com o mercado

Direto, o empreendedor fala com os fornecedores e clientes (Comerciante)

Anônimo e massificado (Fabricante)

Atenção às mudanças e novas necessidades dos clientes (Servidor)

Força coordenadora

É do empreendedor É do sistema É a visão de futuro

Questão básica

Como crescer Como dominar a máquina

Como dar respostas rápidas e eficazes às expectativas dos clientes e, se possível, superá-las

Forma de administração

O pioneiro administra crises

Adota a administração científica

A visão orienta as ações das áreas que estão orientadas pelos processos

Liderança Autocrática e paternalista

Hierárquica, rígida. Chefe controla tudo.

Há participação, envolvimento, comprometimento, liberdade.

Comunicação Direta. O pioneiro trata com todos.

É formal. Os níveis devem ser respeitados

A organização é orientada para corresponder às reais expectativas

Orientação Para atender aos interesses do pioneiro

A organização é orientada para os métodos e processos

A organização é orientada para às expectativas dos clientes

Estilo de trabalho

Improvisado, inflexível Departamentalização

O que importa é o resultado para o cliente

Ambiente de trabalho

Informal, grande família

É formal, pessoas tratadas como números

A base do relacionamento é a confiança mútua

Motivação

Grande dos donos e menos dos empregados

Deve-se limitar a cumprir as ordens do chefe

O trabalho é um desafio constante

Planejamento Inexistente Sobrepõe-se às necessidades dos clientes/mercado

É importante como referência.

Controle financeiro

Não tem controle efetivo, apenas lucro ou

Controle orçamentário O lucro é consequência

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prejuízo

Pessoas

São meras coadjuvantes, não passam de empregados

São tratados como máquinas sem sentimento

Possuem vontade de crescer, são individuais, com projetos pessoais e profissionais

Motivos que levam à crise

Mudança no mercado não é permitida, liderança na empresa é despreparada, adota fórmulas que deram certo no passado

Reage lentamente às mudanças As lideranças apenas gerenciam o cotidiano Excesso de formalismo Topo atarefado Estrutura paralisada Os setores não conversam entre si

Mudanças não assustam Cada gestor é um empresário Controle nos processos Pessoas com plena capacidade Criatividade Estrutura adequada aos processos

Fonte: Adaptado de Lazarini (2007)

Diante do exposto no quadro 1, observa-se que à medida que as

empresas evoluem, o foco saiu da centralização do pioneiro ou empreender,

voltando-se ao atendimento das necessidades, desejos e anseios dos clientes, bem

como a considerar seus colaboradores como verdadeiros parceiros das

organizações, um elo na cadeia capaz de aumentar a competitividade e

lucratividade, mantendo-as ativas em seu mercado de atuação.

2.2 Gestão empreendedora em microempresas

A gestão é necessária e importante para todos os tipos de profissões e

em todos os aspectos na vida das pessoas, seja pessoal, familiar, social, sobretudo

organizacional, pois converte a complexidade e a especialização em desempenho

(MAGRETTA, 2008).

2.2.1 Gestão e gestão empreendedora

A origem da palavra gestão vem do latim que significa ato de gerir.

Magretta (2008) diz que a origem da palavra Gestão, vem do século XIX,

porém como disciplina ainda é muito nova, mais especificamente em 1954 quando

Peter Drucker publicou o livro intitulado por “A prática da Administração de

empresas” que, segundo Magretta, é o melhor livro sobre o assunto.

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Drucker foi o primeiro a ver a gestão como disciplina. Nas décadas

seguintes, aumentou absurdamente a quantidade de pessoas estudando sobre

gestão. Somente nos anos 90 os escritores e estudantes compreenderam a real

importância da nova disciplina (MAGRETTA, 2008).

Por mais que tenha se tornado uma importante disciplina que pode ser

ensinada e estudada, seu aprendizado se torna mais eficaz através das experiências

e casos reais de falhas e sucessos. Mesmo porque a gestão está em constante

mudança e adaptação e as atividades organizacionais são mutáveis.

Para Maximiano (2004), uma organização é um sistema de recursos que

procura alcançar objetivos, nesse caso a gestão entra nesse cenário para gerir

esses recursos e facilitar o alcance dos objetivos almejados.

Continua Maximiano (2004) dizendo que Administração e Gestão têm o

mesmo significado: “processo dinâmico de tomar decisões sobre a utilização de

recursos, para possibilitar a realização de objetivos”.

Maximiano (2004) defende cinco principais processos que são essenciais

à gestão, criados por Henry Fayol, são eles: Planejamento, Organização, Liderança,

Execução e Controle. Como mostra o quadro a seguir:

Quadro 2 - Processos essenciais à gestão empresaria l FUNÇÃO OU PROCESSO

SIGNIFICADO

Planejamento Processo de definir objetivos, atividades e recursos

Organização Processo de definir e dividir o trabalho e os recursos necessários para realizar os objetivos. Implica a atribuição de responsabilidades e autoridade a pessoas e grupos.

Liderança Processo de trabalhar com pessoas para assegurar a realização dos objetivos.

Execução Processo de realizar atividades e consumir recursos para atingir objetivos.

Controle Processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modificá-los.

Fonte: Maximiano (2004, p. 34).

O termo empreender data do século XIV (MENDES, 2009) somente por

volta de 1800 o termo empreender foi utilizado na abordagem empresarial pelo

economista francês Jean Baptist Say identificando a pessoa que detinha a

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capacidade de transferir recursos econômicos de uma área de baixa produtividade

para outra área com mais sustentabilidade (MENDES, 2009, p. 5).

Indiferente aos conceitos, o empreendedor é o ser ousado, sujeito a erros e acertos, alegrias e tristezas, críticas e elogios, comparações, decepções, inveja e perseguição, quer na vida pessoal, quer na vida profissional.

São várias as definições para o empreendedor, variam de acordo com

cada autor, como segue abaixo:

Para Dornelas (2001, p. 8), “o empreendedor é aquele que faz as coisas

acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”.

Enquanto que para Mendes (2009, p. 4) é um “indivíduo criativo capaz de

transformar um simples obstáculo em oportunidades de negócios.”

A visão dos dois autores se complementa deixando clara as principais

qualidades de um empreendedor que são a visão, a previsão, a criatividade, a

inovação e a flexibilidade. Ele não se importa com a riqueza e sim com o

reconhecimento.

Existe uma definição clássica que pertence a Joseph Schumpeter que diz,

“o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução

de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização o pela

exploração de novos recursos e materiais” (SCHUMPETER, 1949, apud MENDES,

2009, p.7).

Essa definição de Schumpeter fala justamente da capacidade que o

empreendedor em de simplificar as coisas e torná-las mais fáceis aos olhos dos que

veem, além do impacto do empreendedorismo sobre a economia (MENDES, 2009).

Segundo Mendes (2009, p. 22), somente a partir dos anos 1990 é que se

passou a reconhecer a importância do empreendedor aqui no Brasil com a criação

de entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas

Empresas) que estavam preocupados como o acompanhamento do

empreendedorismo.

Conforme pesquisas do Global Entrepreneurship Monitor (GEM),

realizadas no ano de 2011, o Brasil possui a 3ª maior população empreendedora

entre os 54 países estudados (SEBRAE, 2012).

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2.2.2 Formação e características do empreendedor

No ponto de vista de Dolabella (1999), existe a concepção do

empreendedor nato, ou seja, aquele que nasce com as características

indispensáveis para empreender com sucesso. Entretanto, por ser um indivíduo

social, influenciado pelo meio que em que habita, a concepção empreendedora pode

ocorrer por influência familiar, estudo, formação e prática.

Segundo o autor para aprender a ser empreendedor, é indispensável uma

conduta proativa do indivíduo, que deve almejar “aprender a pensar e agir por conta

própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu

espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção”

(DOLABELA, 1999, p. 12),

A formação do empreendedor, no campo científico e acadêmico, pode ser

caracterizada por circunstâncias que diretamente contribuem para que esta ação

aconteça, onde podem ser citar duas características que incidem diretamente. A

primeira a ser citada é a natureza da ação, que é caracterizada por procurar fazer

algo inovador ou desigual do que já é feito, ou seja, o empreendedorismo está ligado

diretamente às alterações de processos. A segunda característica é a falta ou pode-

se dizer, a inexistência de domínio sobre o modo de execução e recursos

indispensáveis para se desenvolver a ação desejada, ou seja, liberdade de ação.

Essas duas características são consideradas essenciais na ação do

empreendedor, uma execução de algo sem controle e sem métodos com uma nova

percepção. Contudo, isso não quer dizer que todas as ações de mudanças são

empreendedoras, isso só ocorrerá se ambos os quesitos estiverem presentes. Da

mesma maneira, não podem ser consideradas ações empreendedoras todos os atos

desenvolvidos com risco sem controle dos processos, pois nem sempre são ações

inovadoras.

Para que uma ação seja considerada empreendedora, um modelo é

estabelecido por Filon (1999) com quatro fatores essenciais: visão, energia,

liderança e relações, que visam à formação do profissional empreendedor. O

principal fator destacado pelo autor são relações, por se obter os conhecimentos

essenciais e necessários dentro da composição do mercado, ou seja, é nesse fator

que se obtêm as informações indispensáveis para tomadas de decisões e o

conhecimento da realidade do mercado.

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As empresas, atualmente, possuem uma enorme necessidade de buscar

e de desenvolver profissionais com perfil empreendedor, pois estes são os

responsáveis pelas alterações, inspirações e visões inovadoras, com o objetivo de

obter um destaque maior e diferenciado positivo frente à concorrência.

Dotados de ideias realistas e inovadoras, os empreendedores visam o

futuro, fundamentados no planejamento de uma empresa, interferem no delineado e

recomendam mudanças. Esse profissional desenvolve uma atividade otimista dentro

das organizações, sendo capaz de enfrentar barreiras internas e externas,

estabelecendo o olhar além das dificuldades, tendo como meta o melhor resultado.

Para obter êxito em suas atividades, o empreendedor, além das

características acima citadas, tem um perfil de liderança, pois sendo o principal

responsável pelas inovações, métodos e procedimentos que propôs, deverá instigar

os envolvidos na concretização das ações, de forma a obter as metas desenhadas.

2.2.3 Atitudes empreendedoras

O conceito de empreendedorismo, segundo Souza (2001), permitiu, não

somente a ele, mas a outros teóricos, adjetivar atitudes como empreendedora.

Assim, a partir de pesquisas realizadas, o empreendedorismo é considerado como

função contendo quatro elementos, que são: descrição de personalidade, atitude

estratégica, inovação e aptidão a assumir riscos, sendo dentre estes destacando a

procura por oportunidade, assim como por criatividade apresentando linhas de

personalidade.

Desse modo, o empreendedorismo, segundo Souza (2007, p. 3), pode ser

definido como sendo um “processo, tangível e intangível, realizado por pessoa com

habilidades criativas, sendo uma complexa função de experiências de vida,

oportunidades, habilidades e capacidades individuais, formadas por quatro conjuntos

de fatores denominados: planejamento, realização, poder e inovação”.

Os autores ainda comentam que para formação da atitude

empreendedora estão envolvidos sentimento inovador, criatividade, propensos a

riscos de acordo com a necessidade de realização, sendo estas atitudes que

distinguem o empreendedor, considerando-o como um agente de mudança.

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Para Souza e Sueiro (2006), analisando o conceito de atitude

empreendedora, pode-se dizer que se apresenta fundamento por dois fatores que

são: Gestão e Persistência, e Prospecção e Inovação.

Esses dois fatores, segundo Souza (2007, p. 3), podem ser definidos

como:

Fator Gestão e Persistência: planejamento, predisposição para gerenciar o empreendimento, obtendo informações acompanhando-o e avaliando-o sistematicamente, e realização, predisposição para ter iniciativas, tomar decisões, atingir objetivos, cumprir metas, buscar oportunidades e aceitar riscos. Fator Prospecção e Inovação: poder, predisposição para liderar, influenciar nas ações e resultados do empreendimento, estabelecer redes sociais, desenvolver a autoconfiança, e inovação, considerada como a predisposição para agir de forma criativa, construir diferenciais competitivos e produtivos.

Diante do exposto, para um melhor entendimento sobre o emprego lógico

para criar a atitude empreendedora, Torres e Negra (2005 apud SOUZA; CASTRO-

LUCAS, 2007, p. 3) apresentam o conceito de atitude como sendo as “respostas

avaliativas relativamente estáveis que são dadas a uma entidade ou situação”.

O conceito de atitude vem despertando muita atenção por parte de

diversos estudiosos no intuito de explicar o comportamento social, sendo neste

contexto definida como sendo uma inclinação para apresentar respostas com certo

nível de favorabilidade ou desfavorabilidade a um determinado objeto psicológico.

Segundo Morais (2000), espera-se que as atitudes analisem e elucidem o

comportamento do homem, ou seja, as atitudes positivas precisariam dispor com

antecipação as tendências ligadas à aproximação, já no caso das negativas, as de

distanciamento.

No entanto, de acordo com Azjen e Fishbein (2000 apud LOPES JR.;

SOUZA, 2005, p. 8), “as pesquisas revelaram fraca relação entre atitudes verbais e

o comportamento manifestado”. Os autores supracitados comentam ainda que esse

cenário se deu devido à maioria das abordagens apresentarem resultados

negativos, por isso fracassou em aceitar a situação da conduta humana, assim como

pelas ações voltadas para objetivos que resultem em respostas generalizadas.

Em complemento ao tema, Souza (2007, p. 3) explica ainda que a atitude

pode ser compreendida a partir de três elementos, a saber:

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- o afetivo (ou avaliativo) que reflete o fato da pessoa gostar ou não da entidade ou situação; - o cognitivo, que consiste nas crenças que as pessoas têm sobre a entidade ou situação; e - o comportamental, que representa as tendências comportamentais em relação à entidade ou situação.

Os autores supracitados explicam também que ainda que esses

elementos apresentem uma inter-relação entre si podem apresentar, entre eles,

algumas incoerências.

Ajzen e Fishbein (2000 apud SOUZA, 2007) em relação ao componente

afetivo destacam que nas atitudes sofrem influência dos humores e das emoções,

podendo citar como exemplo, o medo, que pode resultar em uma avaliação

negativa, seja qual for o fator que tenha influenciado esta atitude.

Assim sendo, quanto mais favorável apresenta a atitude, assim como à

norma subjetiva em relação ao respeito do comportamento e maior for a

entendimento sobre o domínio comportamental, mais segura deverá ser o objetivo

pessoal.

Vale destacar que existem algumas condutas, como comportamentos

que, ao serem combinados, podem apresentar resultados excelentes. Nesse

sentido, Conceição (2010, on line) apresenta dez atitudes, que se forem bem

aplicadas, podem proporcionar um diferencial no dia a dia do empreendedor, a

saber:

1 - Comece seu dia com planejamento: Faça uma agenda com o que você acredita ser mais importante e mais urgente no seu dia e exclua a atividade sempre que a concluir. O planejamento de ações ajuda a realizar as atividades com mais agilidade; 2 - Delegue atividades: Obviamente você não conseguirá fazer tudo o que precisa sozinho e é por este motivo que existem pessoas capazes de te ajudar e que farão seu trabalho andar mais rápido. Aprenda a dividir tarefas; 3 - Crie contatos: Se você não sabe tudo (nem tem condições de saber), pelo menos precisa conhecer quem sabe. Monte um banco de dados com pessoas que podem te ajudar em situações específicas como eventos, reuniões, materiais gráficos etc.; 4 - Tenha atenção com seu trabalho: Desenvolva sua habilidade de concentração e evite erros simples nas atividades mais rotineiras; 5 - Seja proativo: antecipe-se às situações e prepare o ambiente. Faça o que tem de ser feito antes que te peçam; 6 - Aja com diplomacia: Não entre em uma discussão em troca de nada, pois a pessoa com quem você conflitar pode apresentar uma oportunidade de negócio em outra ocasião; 7 - Ver o problema como oportunidade: Acredite, extrair a solução do próprio problema é uma atitude muito inteligente e, com bastante, atenção a oportunidade surge da adversidade;

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8 - Inove nos detalhes: Faça de uma tarefa costumeira uma grande apresentação. Exercite sua criatividade e surpreenda! 9 - Use a ousadia: Faça aquilo que a maioria das pessoas não faria, seja por vergonha, medo, preguiça ou outra razão qualquer. Não deixe escapar uma oportunidade; 10 - E, por fim, como diria o lendário Steve Jobs: “Stay Hungry, Stay Foolish”, que em inglês significa “Tenha Fome, Seja Tolo”, nunca esteja satisfeito. Busque constantemente informações, conhecimento, novas maneiras de fazer uma mesma coisa. A fome de conhecimento e o reconhecimento da própria ignorância são algumas das peças-chave do desenvolvimento pessoal e profissional de cada um.

A atitude empreendedora chega a ser comparada por Schumpeter (1997)

como sendo uma “mola propulsora” no cenário econômico social, haja vista que

novos modelos de conduta são implantados, alterando valores e comportamentos a

partir da visão do empreendedor.

2.2.4 Gestão empreendedora em microempresas

Com a liberação do mercado, a concorrência internacional, a partir da

década de 1990, a realidade que se apresentou, originou uma série de vantagens

assim como novos desafios para o empresário brasileiro principalmente para a MPE.

Uma micro e pequena empresa pode aumentar a probabilidade de

fracasso quando idealizada e concebida sem uma apropriada elaboração de planos

por parte de empreendedores que resolvem estabelecer um negócio próprio sem ter

conhecimento do ramo ou de gerência de empreendimentos cujas responsabilidades

são diferentes daqueles aos quais estão acostumados, especialmente quando

passam da situação de funcionário para a de patrão (DORNELAS, 2001).

O setor público, em alerta aos problemas que passam a surgir, vem

adotando procedimentos e fortalecendo entidades governamentais, bem como a

classe empresarial. Com o intuito de oferecer programas de base centralizados para

qualificar administrativamente esses novos empresários, guiando-os na captação e

utilização de recursos tanto financeiros como tecnológicos.

Assim sendo, ao sugerir exigências básicas e essenciais para dar início a

segurança de uma pequena empresa e obter sucesso nos negócios, Resnik (2001)

ressalta que uma administração adequada é responsável pelo sucesso de uma

pequena empresa. No quadro 3, são apresentadas as dez qualidades determinantes

para o sucesso e sobrevivência da MPE, conforme proposta do autor.

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Quadro 3 - Dez exigências fundamentais para adminis trar pequenas empresas

Fonte: Adaptado de Resnik (2001, p.273)

Em complemento as ideias do autor, Morris (1991) apresenta outra

opinião de como dar início a uma pequena empresa e conseguir sucesso,

apresentando uma série de recomendações e métodos, guiando o empreendedor a

desviar das armadilhas e a sobreviver aos primeiros anos de funcionamento da

atividade empresarial, ressaltando a importância da qualificação como

administrador.

O autor destaca que um terço dos negócios recém-montados arruína no

primeiro ano e que 80% das empresas chegam ao fim antes de seu quinto ano de

funcionamento, contudo “quase todos poderiam ter sido salvos se houvesse uma

preparação adequada, planejamento antecipado, um pouco mais de conhecimento e

um pouco menos de fantasia” (MORRIS, 1991, p. 15).

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Vale destacar que a diferença entre dar início a um negócio e fazer com

que este não fracasse e obtenha o sucesso é também destacado no guia de

gerenciamento de pequenas empresas, no qual Schell (1995) disponibiliza mais de

50 princípios para uma correta gestão empreendedora.

O guia apresenta sugestões a respeito de cada aspecto que deve conter

na gestão de um pequeno negócio, como por exemplo: “reunir e formar uma equipe,

organizar e avaliar a equipe, motivar e dirigir a equipe, criar uma cultura flexível,

tornar-se um gerente flexível, aproveitar ao máximo os seus empregados, entre

outros conselhos” (SCHELL, 1995, p. 34).

No quadro 4, é apresentada a compilação de princípios indicados pelo

autor em dez dicas, disponibilizados para os empreendedores, a fim de auxiliar na

gestão do pequeno negócio.

Quadro 4 - Dez dicas de gestão flexível

Fonte: Adaptado de Schell (1995, p.257).

Com a finalidade de informar e de contribuir para o sucesso, dando o

suporte necessário para instituir uma pequena empresa, o SEBRAE é vastamente

difundido no ambiente dos pequenos empresários do país, ajudando a ultrapassar

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pequenos obstáculos e acompanhando mediante consultoria o andamento dos

negócios.

Dornelas (2001) garante que, de certa forma, este órgão vem

disseminando, dentro das universidades do país, uma cultura de

empreendedorismo, agenciando o Desafio SEBRAE que em companhia com outros

países organiza uma competição entre os acadêmicos de diversos países, tendo

como tarefa, por exemplo, administrar uma empresa virtual.

O autor ainda realça que na intenção de expandir o mercado das

empresas que trabalhavam com software por meio da exportação, foi instituído a

SOFTEX, para estimular a produção nacional.

O Brasil, mesmo com pouco tempo, ajusta ações que pretendem ampliar

um dos mais prestigiados programas de ensino de empreendedorismo,

potencializando, nesse milênio, o país frente ao mercado mundial.

Dornelas (2001, p.25) apresenta alguns exemplos ao mencionar que:

1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviço), que apoiam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software (start-ups). 2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito bilhões de reais.

Diante do exposto, percebe-se que essas ações são importantes para os

novos empreendedores do país, que apesar dos percalços, são essenciais para a

economia brasileira.

Contudo, faz-se necessário que ações governamentais recuperem o

progresso proveniente da iniciativa privada, bem como de entidades não-

governamentais, valorizando a competência empreendedora dos brasileiros e

solucionando os problemas indicado no relatório Global Monitor - Monitor Global do

Empreendedorismo (MGE), organizado pela Babson College, EUA, e London School

of Business, Inglaterra, no qual foi realizado em 29 países, apontando os seguintes

resultados para o Brasil, conforme destacado por Britto e Wever (2003, p.17):

- O Brasil possui um nível relativamente alto de atividade empreendedora: a cada 100 adultos, 14,2 são empreendedores, colocando-o em quinto lugar do mundo. No entanto, 41% deles estão envolvidos por necessidade e não por oportunidade;

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- As mulheres brasileiras são bastante empreendedoras: a produção é de 38%, a maior entre os 29 países participantes do levantamento; - A intervenção governamental possui duas facetas: tem diminuído, mas ainda se manifesta como um fardo burocrático; - Não há proteção legal dos direitos de propriedade intelectual, altos custos para registros de patentes no país e fora dele e parcos mecanismos de transferência tecnológica.

Percebe-se, assim, que o empreendedorismo no Brasil passa a existir a

partir de uma conveniência governamental e, principalmente, pela sobrevivência de

muitos profissionais, que por causa do processo de privatização no país, foram

forçados a abandonarem as grandes estatais. Com isso, o governo se propõe a

aprovisionar elementos para que estes profissionais tivessem a possibilidade de

contribuir para o desenvolvimento e a geração de emprego no Brasil.

Vale destacar ainda que, nos últimos anos, conforme Instituto Brasileiro

de Qualidade e Produtividade (IBQP), o empreendedorismo no país vem sendo

favorecido pela maior disponibilidade de recursos econômicos, conseguindo um

desenvolvimento lento, mas firme ano após ano, especialmente a partir de 2004.

Zanella (2002) destaca ainda a importância da capacidade criadora e da

inovação, quando valoriza a MPE pela habilidade intelectiva dos profissionais que

nela atuam, considerando ainda que o novo paradigma apresentado pelas

organizações destaca a qualidade dos produtos e serviço, fluidez, entendimento

entre as pessoas, informalidade, o discernimento, conhecimento e principalmente a

criatividade.

2.2.5 Potencialidades do município de Pacoti

O município de Pacoti fica aproximadamente 95 quilômetros de Fortaleza,

na região do Maciço de Baturité, sua denominação é de origem indígena, mas há

divergências quanto ao significado de sua denominação como: Lagoa das Cotias, rio

das Pacovãs (bananas) ou, ainda Voltado para o mar.

De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2013), a população da cidade estimada era de 11.857 pessoas,

em uma área territorial de 112.021 km2 e densidade demográfica de 84,09 pessoas

por km2.

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A produção agrícola do município baseia-se em chuchu, banana, café,

milho, feijão e cana-de-açúcar. Na pecuária é pouco sua expressividade em termos

de bovinos, suínos e aves.

Seus principais pontos turísticos são a galeria Raimundo Siebra espaço

destinado à exposição de artes na cidade, bem como o santuário Nossa Senhora do

Globo, Poço da Veada, Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e Colégio

Instituto Imaculada Conceição.

A Prefeitura Municipal da cidade possui as seguintes secretarias:

Administração, Cultura, Saúde, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente,

Desenvolvimento Social, Educação, Governo, Infraestrutura e Obras,

Empreendedorismo e Trabalho e Finanças.

A Secretaria de Empreendedorismo e Trabalho possui uma parceria com

a Associação dos Empreendedores de Pacoti (ASSEMPA), situada na Praça

Coronel José Cícero Sampaio s/n, Pacoti.

Essa Secretaria tem como finalidade auxiliar os moradores da cidade a

abrirem seu próprio negócio e saberem gerenciá-los, pois recebem qualificação

necessária pela equipe local e, até mesmo, contando com o apoio de consultores do

SEBRAE.

O potencial do município volta-se à prestação de serviços e a melhor

exploração turística da região serrana em decorrência de sua proximidade de

Guaramiranga, pode desenvolver atividades turísticas mais específicas. É

importante que os empreendedores conheçam os programas de capacitação e

benefícios oferecidos pela Prefeitura e pelo SEBRAE, a fim de terem mais

benefícios.

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37

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Ao longo desta sessão do trabalho acadêmico, apresenta-se a

metodologia da pesquisa no que se refere a sua natureza, classificação, tipologia,

instrumento de coleta de dados e fonte destas informações.

3.1 Natureza da pesquisa

Quanto à natureza da pesquisa em estudo, Rodrigues (2007) define como

qualitativa, pois:

É a pesquisa que – predominantemente – pondera, sopesa, analisa e interpreta dados relativos à natureza dos fenômenos, sem que os aspetos quantitativos seja a sua preocupação precípua, a lógica que conduz o fio do seu raciocínio, a lógica de suas palavras (RODRIGUES, 2007, p. 38).

A partir da proposta inicial deste estudo, a pesquisa desenvolvida foi

qualitativa à medida que os dados coletados foram analisados subjetivamente, em

caráter comparativo das informações coletadas junto aos empreendedores da

cidade de Pacoti.

A pesquisa qualitativa parte do princípio da existência de uma relação

entre as variáveis e o próprio sujeito do estudo, criando um vínculo entre eles.

Assim, esse tipo de pesquisa foi utilizado neste trabalho por permitir a interpretação

dos dados com a atribuição de significados mais abrangentes, com a pesquisadora,

comportando-se como intérprete da realidade tendo em vista a possibilidade de

variação tanto das características quanto do comportamento do objeto de estudo.

Sobre esse tipo de pesquisa, tem-se que:

Possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (OLIVEIRA, 2010, p.117).

Justifica-se a escolha por este tipo de pesquisa por ser o tema deste

estudo controverso e com diferentes vertentes de análise, carecendo, da utilização

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de uma metodologia mais apropriada, onde os sujeitos participantes não são

tratados, simplesmente, como meros números, variáveis isoladas e sim realizando

uma análise mais subjetiva, tratando a individualidade inserida em cada

respondente.

Nesta modalidade de pesquisa, supõe-se o conhecimento como obra

coletiva em que todos os envolvidos podem identificar seus problemas e buscar

soluções, encontrar opções e propor estratégias de ação. Como obra coletiva, o

pesquisador se apresenta como alguém pronto a dialogar e, com seu conhecimento

já adquirido, partilhar com o grupo estudado formas de conduzir a vida cotidiana. É

importante considerar que nem sempre as decisões coletivas são consensuais,

devendo ser refletidas para que sejam adequadas a um projeto de realidade.

Em caráter complementar, também se utilizou da análise quantitativa, em

que as informações obtidas via o questionário estruturado aplicado com os 40

microempreendedores da cidade de Pacoti foram tabulados e elaborados gráficos

em formato de pizza, apresentando os resultados em termos de percentagens nas

categorias de motivação para a realização, autocontrole, propensão para assumir

riscos, resolução de problemas e influenciador.

3.2 Tipologia da pesquisa

Toda e qualquer pesquisa possui diferentes tipos de classificação e

tipologia, pois, conforme Collis e Hussey (2005, p. 23), a pesquisa pode ser

classificada da seguinte forma:

1 – O objetivo da pesquisa: os motivos pelos quais você a está realizando; 2 – O processo da pesquisa: a maneira pela qual você coletará e analisará seus dados; 3 – A lógica da pesquisa: se você está se movendo do geral para o específico ou vice-versa; 4 – O resultado da pesquisa: se você está tentando um determinado problema ou fazer uma contribuição geral para o conhecimento.

Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa pode caracterizar-se

como descritiva e exploratória. Todavia, no caso específico deste estudo, quanto aos

seus fins, esta pesquisa é descritiva. Sobre as pesquisas descritivas, Rodrigues

(2007, p. 29) destaca que:

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(1) Separação de um todo em seus elementos ou partes componentes; (2) Estudo pormenorizados de cada parte de um todo, para conhecer melhor sua natureza, suas funções, relações, causas, etc. (3) Exame, método ou processo com que se descreve, caracteriza e compreende algo (um texto, uma obra de arte, etc.), para proporcionar uma avaliação crítica do mesmo.

Também é uma pesquisa exploratória por explorar, mais especificamente,

o comportamento do empreendedor do município de Pacoti em termos dos

requisitos da motivação para a realização, autocontrole, propensão e assumir riscos,

resolução de problemas e influenciador.

Quanto aos meios ou do ponto de vista dos procedimentos técnicos a

pesquisa foi bibliográfica e de campo.

Bibliográfica, pois, segundo Vergara (2010, p. 43), foi realizada a partir de

material teórico já existente em livros, revistas, jornais, artigos e sites da Internet,

utilizando dados secundários, ou seja, material já publicado anteriormente.

Exemplificando este tipo de pesquisa tem-se que:

[...] não deve ser confundida, como acontece frequentemente, com a pesquisa de documentos. O levantamento bibliográfico é mais amplo do que a pesquisa documental, embora possa ser realizado simultaneamente com a pesquisa de campo e de laboratório. A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno. Normalmente, o levantamento bibliográfico é realizado em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, especialmente, naqueles acervos que fazem parte do catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais” (OLIVEIRA, 2010, p. 119).

Também foi de campo, pois a pesquisadora deslocou-se até Pacoti a fim

de aplicar o questionário junto a 40 empreendedores da cidade.

3.3 Instrumento de coleta de dados

Para esta pesquisa foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados

mais especificamente. O primeiro deles foi a observação direta e assistemática com

a pesquisadora comportando-se como intérprete da situação, mas sem nela

interferir, haja vista coletar as informações em referencial teórico anteriormente

publicado por outros autores sobre o tema em análise.

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O segundo instrumento de coleta de dados foi o questionário estruturado

com perguntas fechadas e três diferentes respostas para cada questão. O

questionário foi retirado do livro de José Carlos de Assis Dornelas,

Empreendedorismo na prática: mitos e verdades sobre os empreendedores de

sucesso. As perguntas foram elaboradas nas categorias para traçar o perfil dos

empreendedores no que se refere à motivação para realização, autocontrole,

propensão a assumir riscos, resolução de problemas e influenciador, as respostas

obtidas serão apresentadas e analisadas no próximo capítulo.

3.4 Tratamento dos dados

Inicialmente, os dados foram tratados qualitativamente ao longo do

referencial teórico. Na sequência, os dados obtidos com a aplicação do questionário

estruturado junto aos 40 empreendedores de Pacoti foram tabulados e construídos

gráficos em formato de pizza, analisados nas categorias: motivação para realização,

autocontrole, propensão a assumir riscos, resolução de problemas e influenciador.

3.5 Objeto de estudo

O principal objeto de estudo desta pesquisa é traçar o perfil do

empreendedor do município de Pacoti em termos de motivação para realização,

autocontrole, propensão para assumir, resolução de problemas e influenciador.

3.6 Fonte dos dados

São dados primários e secundários. Os primários foram obtidos a partir da

aplicação do questionário, sendo pela primeira vez expostos neste estudo, em seu

conteúdo inédito. Já os secundários foram utilizados ao longo da confecção do

referencial teórico incluindo como principais temáticas empreendedorismo, micro e

pequena empresa, perfil empreendedor e gestão empreendedora.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

No capítulo que se inicia, apresentam-se os resultados da pesquisa de

campo realizado com 40 empreendedores da cidade de Pacoti no intuito de fazer

uma autoavaliação das habilidades empreendedoras.

Nesse sentido, foram definidas cinco categorias de autoavaliação do

potencial empreendedor, conforme explicado por Dornelas (2003, p. 109) e descritas

a seguir:

- Motivação para a realização: um desejo de fazer acontecer, de atingir um alto padrão de realização/atingimento de objetivos; - Autocontrole (do destino): sentimento de influenciar o curso dos eventos de sua vida. O destino é definido mais por algo interno da pessoa do que devido a fatores externos; - Propensão a assumir riscos: tomar riscos e buscar informações antes de agir. Desejo de ser responsável pelas ações; - Resolução de problemas: alguém que sabe resolver problemas de forma realista e toca uma operação/negócio sem necessitar de muita ajuda dos outros; - Influenciador: aquele que encontra pessoas que o ajudam a satisfazer seus próprios objetivos. Sabe convencer as pessoas a trabalharem para a realização de um objetivo estipulado por ele.

Assim, para alcançar a proposta inicial da pesquisa foi elaborado um

questionário com 35 perguntas fechadas com base nos estudos de Dornelas (2003)

as quais buscam atender a cada uma das categorias descritas pelo autor, conforme

distribuição apresentada no quadro 5:

Quadro 5 - Relação das categorias com as perguntas

CATEGORIAS QUESTÕES RELACIONADAS

Motivação para a realização 2, 5, 11, 12, 13, 19 e 20;

Autocontrole (do destino) 4, 8, 14, 18, 23, 28 e 31;

Propensão a assumir riscos 7, 10, 17, 22, 24, 29 e 35;

Resolução de problemas 3, 6, 9, 15, 21, 25 e 27;

Influenciador 1, 16, 26, 30, 32, 33 e 34.

Fonte: Dados primários (2013).

Para dimensionar cada uma das categorias, para cada questão foi

atribuída três respostas, sendo que apenas uma vale um ponto, somando para

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categoria 7 pontos no máximo, ou seja, vale um ponto a resposta que mais se

aproxima da categoria em questão, conforme definição apresentada na quadro 6.

Quadro 6 - Respostas que valem 1 ponto QUESTÕES RESPOSTA QUESTÕES RESPOSTA

1 C 19 B 2 C 20 B 3 A 21 A 4 A 22 C 5 A 23 B 6 C 24 C 7 A 25 C 8 B 26 C 9 B 27 A

10 A 28 C 11 B 29 B 12 C 30 A 13 C 31 A 14 A 32 B 15 C 33 C 16 C 34 A 17 C 35 A 18 C

Fonte: Dados primários (2013)

Assim, após essa definição foram analisadas inicialmente as respostas

que correspondem a motivação para a realização, sendo o resultado apresentado no

gráfico 1.

Gráfico 1 - Motivação para a realização

Fonte: Dados primários (2013)

8%

18%

13%

28%

13%

20%

3%

1 Ponto

2 Pontos

3 Pontos

4 Pontos

5 Pontos

6 Pontos

7 Pontos

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De acordo com as respostas apresentadas, percebe-se que 8% (n=3)

tiveram apenas 1 pontuação, enquanto que 18% (n=7) 2 pontos, outros 13% (n=5)

fizeram 3 pontos, bem como 28% (n=11) alcançaram 4 pontos, e, 13% (n=5) 5

pontos. Já outros 20% (n=8) obtiveram 6 pontos e apenas 3% (n=1) 7 ponto. Frente

a esse resultado percebe-se que 38% (n=15) dos empreendedores apresenta o nível

de motivação baixo, enquanto que 35% (14) apresentam um nível mais alto, e, 28%

(n=11) estão no meio termo.

Sobre essa temática, Robbins (2005) menciona que se refere à

disposição de colocar em prática alguma coisa, a qual está relacionada à

capacidade de satisfazer uma necessidade do sujeito. Nesse sentido, no ambiente

de trabalho, ao desenvolver uma atividade com mais empenho, está sendo realizado

com uma motivação maior, buscando alcançar a meta proposta. Dessa forma, pode-

se dizer que a persistência, a direção, assim como a intensidade desse esforço são

considerados os elementos-chave do quanto esforço a pessoa depende.

Na sequência, foi analisado o autocontrole sendo o resultado apresentado

no gráfico 2.

Gráfico 2 - Autocontrole (do destino)

Fonte: Dados primários (2013)

Analisando as respostas apresentadas no gráfico 2, constatou-se que 8%

(n=3) alcançaram 2 pontos, outros 10% (n=4) fizeram 3 pontos, bem como 43%

(n=17) 4 pontos, enquanto que 35% (n=14) 5 pontos e outros 5% (n=2) obtiveram 6

pontos. Nota-se que nessa categoria, nenhum entrevistado tirou a pontuação

8%

10%

43%

35%

5%

2 Pontos

3 Pontos

4 Pontos

5 Pontos

6 Pontos

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mínima nem a máxima. Nessa avaliação, percebe-se que embora nenhum dos

entrevistados tenha alcançado a pontuação máxima, 40% (n=16) tende a ter um

maior autocontrole interno, enquanto que 18% (n=7) autocontrole externo. Já outros

43% (n=17) estão no meio termo.

Oliveira (2006) destaca sobre o autocontrole que a capacidade de

suportar a diversidade das emoções ajuda a desenvolver as atividades em tempo

integral, aumentando a sua produtividade e qualidade. Além disso, é um fator

positivo na própria qualidade de vida.

Seguindo com a pesquisa, foi analisado a propensão a assumir riscos,

cujas respostas foram tabuladas e apresentadas no gráfico 3.

Gráfico 3 - Propensão a assumir riscos

Fonte: Dados primários (2013)

De acordo com as respostas apresentadas no gráfico 3, percebe-se que

5% (n=2) nesse quesito não pontuaram, 8% (n=3) tiveram 1 ponto, 20% (n=8) 2

pontos. Já 30% (n=12) fizeram 3 pontos, bem como outros 20% (n=15) alcançaram

4 pontos, e, outros 18% (n=7) 5 pontos. Nenhum dos entrevistados teve a pontuação

máxima. Contatou-se com essas respostas que 63% (n=25) têm propensão a correm

baixo risco, enquanto que 18% (n=70) tendem a correr mais riscos. Já outros 20%

(n=8) estão meio termo.

Ao fazer uma abordagem sobre propensão a assumir riscos, Drucker

(2001) destaca que está diretamente relacionado à vontade do empreendedor de

5%8%

20%

30%

20%

18%

0 Pontos

1 Ponto

2 Pontos

3 Pontos

4 Pontos

5 Pontos

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iniciar um novo negócio, mesmo que em tal iniciativa o empreendedor não visualize

de fato o sucesso, assim como sem conhecimento real das consequências dessa

ação arriscada. Contudo, arriscar é uma das principais características dos

empreendedores para se manter no mercado cada vez mais competitivo e com

clientes cada vez mais exigentes.

Na sequência, foi analisada a resolução de problemas como mostra o

gráfico 4.

Gráfico 4 - Resolução de problema

Fonte: Dados primários (2013)

De acordo com as respostas apresentadas no gráfico 4, percebe-se que

5% (n=2) tiveram apenas 1 ponto, enquanto que 8% (n=3) 2 pontos. Já 38% (n=15)

fizeram 3 pontos, bem como outros 38% (n=15) alcançaram 4 pontos. Outros 8%

(n=3) 5 pontos, e 5% (n=2) obtiveram 6 pontos. Nenhum dos entrevistados

conseguiu a pontuação máxima.

Percebe-se com as respostas apresentadas que quando se refere à

resolução de problemas, 50% (n=20) dos empreendedores entrevistados

apresentam uma tendência para baixo nível, enquanto que 13% (n=5) apresentam

um nível mais elevado, 38% (n=15) moderado.

Sobre esse contexto, Oliveira (2006) destaca que os empreendedores

que conseguem manter o sucesso das suas atividades, apresentam um elevado

nível de determinação, bem como também um intenso desejo de vencer os

5%8%

38%38%

8%5%

1 Ponto

2 Pontos

3 Pontos

4 Pontos

5 Pontos

6 Pontos

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obstáculos e as limitações, buscando sempre propor soluções aos problemas e

complementar de forma criativa e inovadora o trabalho, ou seja, não se sentem

intimidados diante dos problemas do dia a dia.

Analisando a última categoria, ou seja, a de Influenciador apresenta o

gráfico 5 com o resultado tabulado.

Gráfico 5 - Influenciador

Fonte: Dados primários (2013)

Observa-se com as respostas apresentadas no gráfico 5 que 23% (n=9)

não pontuaram nessa categoria, 35% (n=14) tiveram 1 ponto, 205 (n=10) 2 pontos.

10% (n=4) fizeram 3 pontos, bem como outros 5% (n=2) alcançaram 4 pontos, e,

outros 3% (n=1) 5 pontos. Nenhum dos entrevistados teve nessa categoria a

pontuação máxima. Nota-se com esse resultado que 93% (n=37) dos

empreendedores entrevistados apresentam um nível de influência baixo, enquanto

que 3% (n=1) tende a ser alto, mais não apresentam um potencial alto, e 5% (n=2)

moderado.

De acordo com os estudos realizados, o verdadeiro empreendedor é um

influenciador. Segundo Robbins (2005), o empreendedor conduz sua equipe

acreditando que esta pode caminhar sozinha, desenvolvendo e incentivando a

desenvolver a criatividade.

De acordo com as análises apresentadas, constata-se que, dentre as

23%

35%

25%

10%

5% 3%

0 Pontos

1 Ponto

2 Pontos

3 Pontos

4 Pontos

5 Pontos

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habilidades, a que mais se destacou foi o autocontrole. No entanto, os entrevistados

precisam trabalhar suas habilidades, pois observou-se que, de um modo geral,

apresentam-se com baixo nível em todas, principalmente a de influenciador em que

93% apresentam um nível baixo, assim como 63% com um nível baixo para assumir

riscos.

Segundo os especialistas, mesmo tendo uma boa ideia de como colocar

em prática o negócio, não basta para alcançar o tão desejado sucesso no negócio. É

preciso também dominar técnicas e habilidades para saber gerir e liderar as equipes,

sabendo ser um bom influenciador e motivador, por exemplo.

É preciso saber lidar também com as barreiras para, assim, saber lidar

com riscos, tendo claros seus objetivos e metas para, quando estiver frente

oportunidade, saber identificar seus pontos fortes e fracos, ficando atento ao que

está acontecendo dentro e fora da sua empresa.

Nesse sentido, pode-se dizer que todo o empreendedor precisa ter como

característica básica o espírito pesquisador e criativo, buscando constantemente

novas soluções e caminhos, tendo como principal foco as necessidades das

pessoas. Assim, resumidamente os empreendedores precisam trabalhar suas

habilidades para que dessa forma possam ver e ao mesmo tempo avaliar os

negócios.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto ao longo desta pesquisa, pode-se afirmar que o tema

ora tratado é deveras complexo, envolvendo diversas vertentes de análise que

podem ser abordadas por variados teóricos em concepções e abordagens distintas.

Para tanto, foi feita inicialmente uma abordagem teórica em que foi

descrito o empreendedorismo, a partir da sua evolução histórica e conceito, bem

como sobre as características e classificação das micro e pequenas empresas no

cenário brasileiro.

Sobre quais são principais características dessa pessoa empreendedora,

constatou-se que são pessoas independentes que aproveitam as oportunidades

para desenvolver e criar algo novo, sem medo de arriscar, envolvendo-se

diretamente nas atividades sem preocupar-se com o status.

Nesse sentido, sobre identificar e analisar as principais características de

uma pessoa empreendedora, diferenciando-a de um simples gestor empresarial ou

de um administrador, também, foi alcançado, pois se constatou que estes se

distinguem quanto a motivação principal, quanto ao desenvolvimento das atividades,

status a forma como este vê e trata os riscos, falhas e erros, bem como sobre as

decisões para o desenvolvimento do seu negócio.

Destaca-se, assim, que o empreendedorismo é uma área em pleno

desenvolvimento, sendo este considerado também uma maneira de pensar, sendo

considerada ao mesmo tempo uma forma de se relacionar e interagir com o

universo.

Concernente à problemática e ao objetivo geral de identificar as práticas

empreendedoras nos microempresários que atuam na cidade de Pacoti, Estado do

Ceará, pode-se verificar que eles focam na motivação para a realização,

autocontrole do destino, propensão a assumir riscos, bem como na resolução dos

problemas e como será influenciador.

No entanto, com o resultado da pesquisa de campo, constatou-se que em

geral, os empreendedores pesquisados apresentam um baixo nível de habilidade,

principalmente no que se refere à característica de influenciador (93%), propensão

para assumir riscos (63%) e resolução de problemas (50%), sendo necessário que

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esses empreendedores invistam no seu próprio treinamento, focando seu

aprendizado em quatro pilares, ou seja, aprender a conhecer, fazer, conviver e ser.

Quanto ao objetivo específico de caracterizar a importância e principais

possibilidades de sucessos e fracassos das microempresas, verificou-se que para

que o empreendedor obtenha o sucesso necessário precisa planejar, criar suas

ações e estratégicas da empresa em crescimento, pois toda empresa precisa de um

bom planejamento do negócio, para que dessa forma, possa gerenciá-lo e

apresentar aos investidores, bancos e clientes ideias inovadoras e eficazes.

Sobre o objetivo específico de avaliar a relevância da gestão

empreendedora nas microempresas, constatou-se ser ela de fundamental relevância

para a sobrevivência e lucratividade, a fim de manterem-se competitivas no

mercado. Para isso, não deve cometer os mesmos erros do passado, mas sim

aprender com eles, contando com uma equipe de qualidade, focando nos melhores

colaboradores, pois eles estão dispostos a dar o máximo de si. É fundamental focar

em vendas e na satisfação dos clientes com produtos e mercadorias com preços

baratos, qualidade na prestação de serviços, satisfação na entrega e no

atendimento, com a empresa aprendendo a lidar com as mudanças ambientais.

Ciente de que este trabalho alcançou a proposta inicialmente planejada,

mas pode ser aperfeiçoado em outras vertentes analíticas, sugere-se para outras

pesquisas, a aplicação de um instrumento de coleta de dados com uma amostra

populacional diferente e maior, a fim de comparar os resultados obtidos neste estudo

com o próximo a ser desenvolvido.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO A - AUTOAVALIAÇÃO DAS HABILIDADES

EMPREENDEDORAS

Para cada questão, faça um círculo na resposta que está mais adequada às suas

crenças ou ações, mesmo que aparentemente não tenham algo em comum com o

que você faz/gosta de fazer. Esteja certo de selecionar aquela que você acredita ser

a mais verdadeira, em vez de a que você gostaria que fosse verdade. Mais uma vez

cabe frisar que não existem respostas certas ou erradas e a ideia aqui é avaliar

como você observa seu ambiente atual... Seja rápido, não pondere!!!

Este questionário faz parte do livro de José Carlos de Assis Dornelas no livro

Empreendedorismo na prática: mitos e verdades sobre os empreendedores de

sucesso.

1) Eu acredito que as pessoas que conheço e que são bem-sucedidas nos

negócios:

a) têm bons contatos

b) são mais habilidosas/espertas que eu

c) são parecidas comigo, mas talvez trabalhem mais arduamente

2) Eu gosto:

a) de ser fiel aos meus amigos e colegas

b) de ser muito sistemático em meu trabalho

c) de fazer o meu melhor em qualquer trabalho que eu assumo

3) Se eu chego a casa para descansar e ter uma noit e relaxante e descubro que

a pia da cozinha está com vazamento:

a) eu estudo o guia de "faça você mesmo" para ver se consigo consertar o problema

b) eu convenço um amigo a arrumar a pia para mim

c) eu ligo para um encanador

4) Em relação aos valores individuais, eu sinto que :

a) a maioria das pessoas recebe o respeito que merece

b) o valor individual das pessoas passa despercebido independentemente de quanto

as pessoas trabalhem

c) os outros são quem determinam de forma significante o valor de uma pessoa

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5) Meu objetivo na vida é:

a) fazer uma grande quantidade de realizações bem-sucedidas

b) servir ao meu país

c) atingir um alto status na sociedade

6) Se eu tivesse uma noite livre, eu iria:

a) assistir a um programa de TV

b) visitar um amigo

c) praticar um hobby

7) Se um funcionário que é meu amigo não estivesse fazendo seu trabalho

corretamente:

a) eu o convidaria para um drink, falaria genericamente que as coisas não estavam

indo bem e esperaria que ele captasse a mensagem

b) eu o deixaria sozinho e teria esperança que ele se acertasse

c) eu daria a ele um forte aviso e o demitiria se ele não se acertasse

8) Eu acho:

a) que é difícil de saber se uma pessoa gosta ou não de você

b) que o número de amigos que tenho depende de quão legal eu sou

c) desenvolver relacionamentos duradouros é geralmente perda de tempo

9) Eu meus sonhos diários, eu pareço geralmente com o:

a) um milionário em um iate

b) um detetive que resolveu um caso difícil

c) um político discursando para comemorar uma vitória

10) Eu prefiro jogar:

a) Banco imobiliário

b) Roleta russa

c) Bingo

11) Eu frequentemente desejo ser:

a) um trabalhador solitário que ajuda os pobres

b) bem-sucedido fazendo algo significante

c) um verdadeiro devoto de Deus

12) Eu acho que por prazer e felicidade as pessoas devem:

a) fazer caridades

b) conseguir as básicas amenidades da vida

c) enfatizar as realizações das pessoas

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13) Eu frequentemente desejo:

a) ser um realizador social popular

b) ser um grande líder político

c) fazer algo de grande significância

14) As coisas ruins que nos acontecem são:

a) o resultado de falta de habilidade, ignorância, preguiça ou todas as três

b) balanceadas por coisas boas

c) inevitáveis, e devem ser aceitas como são

15) Para fazer exercícios físicos, eu prefiro:

a) entrar em um clube/academia

b) participar de um time/equipe da vizinhança

c) fazer caminhada no meu ritmo

16) Quando convidado para trabalhar com outros em u m grupo, eu aceitaria

com muito prazer:

a) a outras pessoas que venham com boas ideias

b) cooperar com outros

c) tentar encontrar outras pessoas para fazer o que eu quero

17) Se meu chefe me pedisse para assumir um projeto decadente, eu:

a) o assumiria

b) não assumiria se já estivesse cheio de trabalho

c) daria a ele uma resposta em poucos dias após levantar mais informações

18) Para eu ser bem-sucedido, eu preciso:

a) dar um jeito de estar no lugar certo, na hora certa

b) estar atento para influenciar os outros a fazerem as coisas como eu desejo

c) trabalhar arduamente, porque não tem como lidar ou esperar pela sorte

19) Eu qualquer trabalho que assumo:

a) eu gosto de fazer planos avançados

b) eu gosto de fazer o meu melhor

c) eu gosto de assumir total responsabilidade

20) Eu sou mais feliz quando:

a) estou fazendo os outros felizes

b) sou bem-sucedido em meu trabalho

c) sou o centro das atenções dos outros

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21) Na escola eu preferia escolher cursos com ênfas e em:

a) trabalhos práticos

b) em artigos, pesquisa, leitura

c) provas, exames, testes

22) Ao comprar um refrigerador, eu:

a) escolheria uma marca conhecida e tradicional

b) perguntaria aos meus amigos o que eles compraram

c) compararia as vantagens de diferentes marcas

23) Eu acho que:

a) o mundo é tocado por poucas pessoas com poder e não há muito que os

pequenos possam fazer

b) o cidadão mediano pode ter uma influência nas decisões do governo ou dos que

detêm o poder

c) as decisões do governo e dos que detêm o poder são baseadas apenas no que é

correto para a maioria

24) Eu preferiria:

a) comprar um bilhete de loteria

b) apostar em um jogo de futebol

c) jogar uma partida de truco

25) Quando me encontro envolvido em situações compl icadas:

a) procuro ajuda de outros que estão mais bem preparados para lidar com a

situação

b) retiro-me da situação

c) cuidadosamente avalio a situação e busco respostas razoáveis

26) Meu relacionamento com os outros é reforçado qu ando:

a) as outras pessoas têm os mesmos objetivos que eu tenho

b) eu posso influenciar os outros para alcançar meus objetivos

c) as outras pessoas têm objetivos que não conflitem com os meus

27) Se estou em viagem de negócios com horário marc ado para uma reunião e

meu voo atrasa, pousando em uma cidade vizinha:

a) eu alugo um carro e tento chegar ao destino final

b) aguardo pelo próximo voo

c) reagendo a reunião

28) Em relação à minha vida:

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a) eu às vezes não tenho controle suficiente sobre o rumo que está tomando

b) meus pais sempre terão controle sobre minhas principais decisões

c) o que acontece comigo é devido a mim mesmo

29) No passado eu estabeleci metas que requeriam:

a) um tempo exorbitante e um esforço tremendo para serem atingíveis

b) um alto nível de performance, mas metas atingíveis

c) um esforço mínimo para serem atingidas

30) Eu prefiro colegas de trabalho que:

a) são capazes de se adaptarem ou mudarem

b) lutam por aquilo que acreditam ser correto

c) são inexpressivos e altamente susceptíveis a sugestões

31) Ao fazer exames/testes no colégio, eu descobri:

a) que se os estudantes estão bens preparados, dificilmente um teste é injusto

b) estudar é geralmente inútil porque as questões dos exames geralmente não são

relacionadas ao conteúdo do curso

c) os exames são injustos para todos os estudantes

32) Eu topo jogar cartas quando:

a) jogo com bons amigos

b) jogo com pessoas que me desafiam

c) jogo por altas apostas

33) Supondo que eu tivesse um pequeno negócio de li mpeza, quando um

amigo e competidor meu morre subitamente:

a) eu garanto à sua esposa que eu nunca tentarei pegar seus clientes

b) eu oferecerei o suporte necessário até que a empresa de meu ex-competidor se

recupere

c) vou até o escritório do meu ex-competidor e faço uma proposta para comprar a

empresa deles

34) Quando trabalhando em grupo:

a) eu tendo influenciar pessoalmente os resultados

b) eu me sinto inibido pelos outros e faço os outros atingirem os resultados

c) eu trabalho arduamente para ajudar os líderes do grupo

35) Como membro do comitê de um novo projeto, se me deparo com uma

grande falha, minha reação é:

a) encontrar e responsabilizar outros membros devido a sua participação no projeto

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b) assumir minha parte no problema e dar continuidade ao projeto

c) tentar justificar as falhas com pensamentos positivos

Pontuação - Atribua um (1) ponto para cada resposta sua que corresponda às

respostas da tabela a seguir

1c 11b 21a 31a

2c 12c 22c 32b

3a 13c 23b 33c

4a 14a 24c 34a

5a 15c 25c 35b

6c 16c 26b

7a 17c 27a

8b 18c 28c

9b 19b 29b

10a 20b 30a