Ana Montoito - Tabagismo na adolescência

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Este é um trabalho de investigação feito no âmbito da disciplina de Área de Projecto, na Escola Secundária de S. João do Estoril, pela aluna Ana Montoito (12º3).

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Escola Secundária de São João do Estoril

ÁREA DE PROJECTO Ana Montoito

Tabagismo na adolescência

Ana Isabel Morais Montoito Nº2; 12º 3

Estoril, 10 de Dezembro 2009

Projecto de Investigação 1. Tema geral: Domínio mental 2. Tema específico: Saúde 3. Título do trabalho: Tabagismo na adolescência 4. Pergunta a que o trabalho responde: O que promove o desenvolvimento da dependência do tabaco? Quais as suas consequências? 5. Programa: Analisar estudos à cerca do tabagismo na adolescência, apresentar algumas soluções baseadas em pesquisas cientifícas.

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Introdução O tabagismo faz parte da sociedade actual e, por isso inflencia-nos a todos. Segundo um artigo publicado na revista portuguesa de pneumologia, em 4396 cidadãos, 76,3% dos portugueses com cancro no pulmão são fumadores ou ex-fumadores (56,8% e 19,5%, respectivamente). Por estes números, pode-se notar que o tabagismo influencia bastante a nossa sociedade. Com base em vários estudos e artigos, esta investigação visa explorar o conceito de tabagismo nalgumas das suas vertentes, bem como as causas pelas quais os jovens começam a fumar. O Tabaco Tabaco é um nome comum que atribuímos à planta Nicotiana tabacum, com origem na América do Sul, de onde se extrai a nicotina, esta substância provoca dependência química e dificulta a circulação sanguínea. Para além da nicotina, o tabaco é também constituído por monóxido de carbono, responsável pela diminuição da oxigenação do sangue; alcatrão, formado por várias substâncias cancerígenas que se depositam ao longo das vias respiratórias e outras substâncias, sendo também algumas cancerígenas. Ao acto de fumar e consequente dependência física e psicológica do consumo de nicotina dá-se o nome de tabagismo. Os que inalam involuntariamente o fumo libertado pelos cigarros dos fumadores são denominados fumadores passivos. Como ocorre a dependência A dependência do tabaco está estritamente relacionada com a inalação de nicotina juntamente com o fumo. Esta provoca o aumento da concentração de dopamina (neurotransmissor percursor da adrenalina), que activa os mecanismos de recompensa do cérebro, nos quais há a libertação de neurotransmissores em resposta a um estímulo. Quando o cigarro acaba, o estímulo termina e a concentração de dopamina diminui. Esta diminuição irá provocar a ansieadade e necessidade de fumar outro cigarro, de maneira a repor os níveis de concentração deste neurotranmissor.

Necessidade de fumar um cigarro

Aumento considerável da concentração de

dopamina

Acaba o cigarro, consequentemente

diminui a concentração de

dopamina

Figura 1 – Ciclo que provoca a dependência do tabaco.

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O cumprimento deste ciclo torna-se uma necessidade para o bem-estar físico e psicológico dos fumadores, traduzindo-se numa dependência química. Actualmente, é considerada, por alguns investigadores, a existência de compostos no fumo do tabaco, sem ser a nicotina, que são responsáveis pela inibição da enzima MonoaminaOxidase. Esta tem como função a degradação de determinadas monoaminas (derivadas de aminoácidos através de processos de descarboxilação), com o objectivo de controlar as concentrações das mesmas, de entre as quais a dopamina. Consequências As consequências do consumo de tabaco são muito debatidas, mas o tabagismo continua a ser, em vários países, a maior causa de morte. Algumas das doenças associadas ao tabagismo são: cancro do pulmão, da laringe, do esófago, entre outros; doenças cardiovasculares; acidentes vasculares cerebrais e dificuldades respiratórias. Mais especificamente nos fumadores adolescentes diminui a capacidade de apredizagem e memorização, em consequência da menor oxigenação do sangue e irrigação do cérebro. O tabagismo pode ter também algumas consequências perceptíveis no dia-a-dia, como a diminuição do paladar e olfato, pressão arterial e frequência cardíaca alteradas e ainda problemas de circulação. Apesar de todos os malefícios comprovados do tabaco, alguns estudos sugerem que este está associado a uma menor incidência da doença de Parkinson, entre outras, e que os doentes esquizofrénicos utilizam o fumo como auto-medicação contra a ansiedade. Tratamentos Existem vários métodos para deixar de fumar, e a sua eficácia é variável de pessoa para pessoa.

Segundo as entidades de pesquisa à cerca da desabituação tabágica, os fumadores devem

seguir as seguintes etapas:

1. Marcar uma data para deixar de fumar e informar os mais próximos da mesma;

2. Reformular os ambientes frequentados, para que estes não lhe lembrem o cigarro;

3. Praticar exercício físico ou outras actividades, bem como alterar hábitos que promovam

uma recaída, como beber café (por ser um estimulante) e o consumo de álcool;

4. Recorrer, se necessário, a um médico ou enfermeira para que lhe aconselhem um

fármaco adequado (são exemplos os adesivos de nicotina e pastilhas de nicotina).

Tabagismo na adolescência A iniciação deste vício ocorre preferencialmente durante a adolescência, devido ao facto de esta representar um período de grande instabilidade emocional, consequente de um processo de formação individual e integração numa sociedade.

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A maioria dos jovens começa a fumar para se inserir num determinado grupo que já possui esse hábito, como resistência à autoridade que os pais representam na sua vida ou até para se afirmarem como adultos, na medida em que tomam as decisões relativas à sua vida e aos seus hábitos. Outra grande influência é a publicidade, mais especificamente a ideia que esta transmite: de que “fumar é socializar”. Segundo um estudo realizado pela Faculdade de motricidade humana, num grupo de 6903 jovens, a distribuição dos fumadores consoante as idades, corresponde ao seguinte gráfico: Outra conclusão retirada desse mesmo estudo é o facto de, nos jovens inquiridos, ser maior a percentagem de raparigas fumadoras (gráfico 2). Apesar de todos os avisos e toda a informação acerca dos malefícios do tabaco o número de jovens fumadores continua a aumentar. Este facto é condicionado, não só pelos amigos como também, pelos hábitos tabágicos dos pais (gráfico 3). Deste modo, a origem deste vício pode ter por base vários factores. E este mesmo vício pode ser um factor promotor do desenvolvimento de outros maus hábitos, como por exemplo o consumo de álcool e drogas e uma alimentação incorrecta.

Gráfico 1 – Distribuição dos adolescentes fumadores por idades, numa amostra de 6903 jovens.

Gráfico 2 – Distribuição segundo o sexo.

Pai e mãe nunca fumaram

Pai ou mãe já fumaram

Só o pai ou a mãe fumam

Pai e mãe são fumadores

Gráfico 3 - Distribuição dos adolescentes segundo o tabagismo dos pais.

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Reflexão Hoje em dia, acabamos todos por fumar, de uma maneira ou de outra: se não fumamos o nosso cigarro, respiramos o fumo dos outros. O direito de “não fumar” foi, pela primeira vez, valorizado com a criação da lei contra fumo em locais fechados. Na minha opinião, esta lei é essencial, dado que tal como os não fumadores são obrigados a respeitar o vício de tantas pessoas, devem também ser minimamente protegidos. Mais especificamente, em relação ao tabagismo na adolescência penso que é seguido o princípio errado. Começar a fumar para mostrar uma personalidade forte ou que se é adulto reflecte um comportamento infantil e imaturo, na medida em que começar a fumar implica não considerar as consequências ou, simplesmente, ignorá-las. Deste modo, penso que existem formas melhores de crescer! Conclusão Apesar do tabagismo estar a diminuir, em Portugal, a percentagem de jovens fumadores continua a aumentar e a preocupar o conselho de prevenção do tabagismo, visto que, segundo este, 85% dos jovens entre os 11 e os 18 anos fumam. Se tivermos em conta as consequências do tabaco, estes números tornam-se assustadores. Sendo o tabaco um vício individual e legal, actualmente, a única medida que é possível tomar consiste na sensibilização para os malefícios do tabagismo e a facilitação dos meios para largar este hábito, como por exemplo os fármacos que auxiliam a sua desabituação e que, neste momento, se encontram a preços exurbitantes.

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Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco, consultado em 5.12.2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabagismo_e_sa%C3%BAde, consultado em 5.12.2009. http://www.fmh.utl.pt/aventurasocial/pdf/tabaco.pdf, consultado em 5.12.2009. http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1433690&seccao=Sa%25EF%25BF%25BDde&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%253A+DN-Ciencia+%28DN+-+Ciencia%29, consultado em 6.12.2009. http://www.cratod.saude.sp.gov.br/apresentacoes/Sistema%20de%20recompensa%20cerebral.pdf, consultado em 6.12.2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monoaminas, consultado em 6.12.2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monoaminoxidase, consultado em 6.12.2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dopamina, consultado em 6.12.2009. http://eunaofumo.no.sapo.pt/nicotina.htm, consultado em 6.12.2009. http://www.hospitalfeira.min-saude.pt/NR/rdonlyres/4FA5E762-9AEC-48ED-99D5-9324EFDC0698/3537/Folheto15passosparadeixardefumar.pdf, consultado em 7.12.2009. http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/pne/v13n2/v13n2a05.pdf, consultado em 8.12.2009.